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Almanaque Educadores: 
Educação Empreendedora na prática
Crie. Movimente. Realize.
CRÉDITOS
SEBRAE NACIONAL
Presidente do Conselho 
Deliberativo
José Roberto Tadros
Diretor-Presidente
Carlos do Carmo Andrade Melles
Diretor Técnico
Bruno Quick
Diretor de Administração e 
Finanças
Eduardo Diogo
Unidade de Gestão 
de Soluções
Gerente
Diego Wander Demétrio
Unidade de Educação 
Empreendedora
Gerente 
Janio Carlos Endo Macedo
Gerente Adjunto
Flávia Azevedo Fernandes
Fundação Roberto Marinho | 
Canal Futura 
Presidente 
José Roberto Marinho 
Secretário Geral 
Wilson Risolia 
Gerente Geral do Laboratório de 
Educação 
João Alegria 
Gerente do Canal Futura 
José Brito Cunha 
Gerente de Produção 
Deca Farroco 
Gerente de Implementação 
Heloísa Mesquita 
Líder de Projeto 
Alzira Valéria Silva 
Produção Executiva 
Joana Levy 
Assistente de Produção 
Valéria Dias 
Licenciamento 
Ana Paula Boehmer 
Ana Letícia Canegal 
Projeto Gráfico e diagramação 
Paprika Design 
CONTEÚDO
Cenpec
Presidente do Conselho 
de Administração
Anna Helena Altenfelder
Gerente de Tecnologias 
Educacionais
Beatriz Cortese
Coordenação de projeto
Mariana Mota
Redação e edição
Ana Paula Severiano 
Realização 
Canal Futura | SEBRAE
© 2021. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE Todos os 
direitos reservados A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, 
constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610/1998). 
Informações e contatos Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – 
SEBRAE Unidade de Gestão de Soluções SGAS 605 – Conjunto A – CEP: 70200-904 – 
Brasília/DF 0800 570 0800 www.sebrae.com.br
Crie. Movimente. Realize.
1 Chegar
Educação Empreendedora em Rede ..................................................................................................................7
no contexto da Base Nacional Comum Curricular
Pressupostos metodológicos ......................................................................................................................................8
Passos da metodologia ....................................................................................................................................................9
O projeto .....................................................................................................................................................................................10
A quem serve este livro ...................................................................................................................................................12
Geração “nem-nem” em questão e projeto de vida ................................................................................13
Entenda este almanaque ..............................................................................................................................................17
2 Reconhecer
Educação empreendedora: O que (não) é? ...................................................................................................19
NA PRÁTICA - Painel semântico: Empreendedorismo e educação ............................................21
Ouvir histórias: Dar voz aos(às) estudantes para construir projetos de vida ........................26
NA PRÁTICA - Procuro-me: Oficina de autorretratos ............................................................................28
NA PRÁTICA - Há quanto tempo? Construção de timeline ..............................................................30
NA PRÁTICA - Janelas para o futuro: Brainstorm ...................................................................................... 35
Desenhar mapas: ................................................................................................................................................................39 
Reconhecer potencialidades do território para transformar histórias
NA PRÁTICA - Explorações do território .............................................................................................................41
NA PRÁTICA - Mapas e afetos....................................................................................................................................45
NA PRÁTICA - Fragilidades e forças ......................................................................................................................48
NA PRÁTICA - O meu lugar ..........................................................................................................................................51
SUMÁRIO
SUMÁRIO
3 Conectar, buscar e movimentar
O futuro do trabalho ......................................................................................................................................................... 55
NA PRÁTICA - Mudanças em curso ...................................................................................................................... 57
NA PRÁTICA - “Eu sonho mais alto que drones” .......................................................................................62
NA PRÁTICA - Transformar-se em outras(os) ..............................................................................................66
A educação pelos recursos ..........................................................................................................................................69
NA PRÁTICA - Café com recursos ............................................................................................................................71
NA PRÁTICA - No meu dinheiro mando eu ...................................................................................................77
Iniciativas de impacto.......................................................................................................................................................81
NA PRÁTICA - Oficina de ideação de projetos .............................................................................................83
A vez da comunicação ....................................................................................................................................................89
NA PRÁTICA - Vender o impossível ........................................................................................................................91 
NA PRÁTICA - Estudo de benchmarking ........................................................................................................93
NA PRÁTICA - Pitch de projetos .............................................................................................................................97
4 Amplificar
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................................100
NA PRÁTICA - Estudo de caso .................................................................................................................................101
5 Amplificar
Quadro de competências empreendedoras ...............................................................................................109
Referência ..................................................................................................................................................................................109
CHEGAR
1
“Não preciso do fim 
para chegar.”
Manoel de Barros
CHEGAR
7
APRESENTAÇÃO
Educação Empreendedora em Rede no contexto da Base Nacional
Comum Curricular
Olá, professora! Olá, professor!
Este livro é resultado de uma entre as muitas ações do projeto Educação 
Empreendedora em Rede, uma iniciativa do Sebrae, com a execução técnica da 
Fundação Roberto Marinho. Ela se insere em uma conjuntura de desafios para os(as) 
educadores(as) e gestores(as) da educação básica em todo o país. Já não é nova a 
constatação de que as escolas foram duramente impactadas pela pandemia de covid-19 
em 2020 e 2021, que resultou em dados preocupantes em relação à evasãoescolar e à 
ampliação das desigualdades, já tão antigas e significativas, entre os mais pobres e os 
mais ricos no Brasil.
Às dificuldades pedagógicas e estruturais do momento, somaram-se transformações 
que vinham sendo engendradas no campo das políticas públicas há anos e começaram 
a tomar forma precisamente durante a pandemia. Redes, escolas, gestores(as) e 
professores(as) foram apresentados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – que 
unificou a orientação para a construção de currículos em todo o país ao mesmo tempo 
em que voltou a lógica da escola para o ensino por competências. Nos anos finais da 
educação, as discussões sobre a BNCC vieram acompanhadas de uma outra novidade: o 
Novo Ensino Médio, que pela lei 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes Bases da Educação 
Nacional com o objetivo de ampliar o tempo dos(as) estudantes nas instituições de 
ensino e de atender às expectativas dos(as) jovens em relação à preparação para o futuro 
e o mundo do trabalho. É nessa esteira que surgem propostas como a inserção do 
Projeto de Vida e dos Itinerários Formativos no cotidiano da escola.
É no contexto, de grandes transformações em curso abaladas pela crise sanitária que 
atravessamos, que surge a ideia deste livro. Aqui, oferecemos a professores(as) dos anos 
finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio propostas pedagógicas que conciliam 
o desenvolvimento da cultura empreendedora nas instituições de ensino a conceitos e
práticas contemporâneas do campo da educação.
Mas, afinal, que papel tem o empreendedorismo na escola? Cabe um esclarecimento. 
Uma escola empreendedora é aquela que permite aos(às) seus(suas) estudantes 
identificar oportunidades, valorizar ideias, agir com criatividade, desenvolver 
autoconhecimento e resiliência, mobilizar recursos e pessoas, planejar e gerir projetos 
(no âmbito pessoal ou profissional), trabalhar em equipe e aprender com a experiência. 
Assim, a noção de empreendedorismo como a percebemos vai além de abrir um 
negócio, investir nele e arriscar os próprios recursos em um futuro cheio de incertezas.
A educação empreendedora supera tais noções e estereótipos, de modo que as 
competências empreendedoras (veja mais ao final do livro, no Quadro de competências
empreendedoras) dialogam com as competências gerais da Base Nacional Comum
Curricular. Nesse sentido, que educação não é empreendedora? Que educação não tem
como sentido a formação de sujeitos autônomos, com pensamento crítico desenvolvido,
autoconfiança e capacidade de intervir e transformar o meio em que vivem? Estes são
certamente valores caros a um projeto de educação que preza pela democracia e por
valores como a participação, o diálogo e o respeito à diversidade.
Pressupostos metodológicos
Além de um projeto de educação pautado pelos valores democráticos, as sugestões 
presentes neste livro se ancoram em outros pilares. Entre eles, podemos destacar 
a noção de educação integral, de acordo com a qual é necessário garantir o 
desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, 
social e cultural.
Compreendemos, ainda, que uma educação integral, só é possível com a percepção 
de que os(as) jovens não formam um conjunto coeso, harmônico, padronizado e 
pasteurizado. Pelo contrário, há muitas maneiras de viver essa fase da vida, atravessada 
por valores culturais, religiosos, territoriais e de classe. É por isso que sustentamos a 
noção de juventudes, no plural, a fim de abarcar a diversidade que há nas salas de aula 
de todo o Brasil, seja em grandes metrópoles, seja no interior.
Se são muitas as juventudes, precisam ser plurais as referências que selecionamos. Neste 
livro, procuramos dar voz a produções regionais, que contemplem o mosaico nacional, 
sem perder de vista seu diálogo com os clássicos universais. A diversidade humana é 
igualmente um valor presente nas sequências didáticas e na ideia de multiletramentos, 
uma vez que defendemos a importância de que estudantes se eduquem a partir de 
uma leitura crítica dos gêneros do discurso contemporâneos, como imagens digitais, 
posts, jogos, vídeos, memes e gifs. Sem deixar de lado as demais expressões de arte 
como a música, a representação teatral, a vivência, a observação do entorno da escola, a 
expressão oral, auditiva, táctil, gestual e espacial.
Você perceberá, ainda, que as atividades têm algo em comum: a prática. Ela, porém, não 
invalida nem substitui a teoria. Pensamos as metodologias ativas em uma perspectiva 
reflexiva, que respeita o espaço do(a) professor(a) e seus saberes. Sob essa ótica, as 
estratégias ativas não são meramente lúdicas nem funcionam apenas como brincadeira 
para os(as) jovens. Nossa proposta é que sejam pensadas para promover uma 
aprendizagem significativa, em que os objetivos estão dados e a síntese das práticas 
é fundamental para que se possa atribuir valor a elas. Também por isso, as atividades 
não são estáticas e este livro não é um manual de instruções: você, professor(a), pode 
transformar as sequências didáticas para que se adequem à sua realidade.
CHEGAR
8
Por fim, as propostas se organizam em torno de um ciclo metodológico de cinco
etapas: Reconhecer, Conectar, Buscar, Movimentar e Amplificar. Essas etapas nomeiam 
as unidades do volume e evidenciam como as atividades estão articuladas em torno de 
um processo de aprendizagem.
Passos da metodologia
CHEGAR
9
1. R
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ocê?
2. CONECTAR
Qual é a sua rede?
3. BU
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 que você sabe?
Como você chegou até aqu
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4. MOVIMENTAR
5.
 A
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A
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 c
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ga
r?
 
CHEGAR
10
O projeto
A obra Educação empreendedora – Uma proposta para engajar estudantes e
transformar comunidades é parte de um conjunto integrado de ações do Sebrae que 
tem como foco as redes de ensino. Entre essas ações, estão as trilhas educativas para
estudantes e os cursos online para professores(as). Ambas as iniciativas são de formações
assíncronas, que estabelecem diálogo com as propostas deste livro e se pautam pelos
mesmos princípios metodológicos e pedagógicos.
Compreendemos que se trata de uma fase desafiadora para quem está na sala de
aula e que, por vezes, o peso recai principalmente sobre os(as) professores(as). São
eles(as) que muitas vezes têm de lidar com questões cotidianas que superam os debates
sobre currículo, como a falta de infraestrutura, a vulnerabilidade social e as ameaças à
saúde mental. Entendemos aqui que a educação empreendedora não é a única tábua 
de salvação para todos esses dilemas, mas um caminho a partir do qual seja possível que
os(as) atores(atrizes) da linha de frente na escola possam construir seus próprios
percursos a fim de engajar jovens e transformar algumas histórias.
CHEGAR
11
Na mandala acima, confira os conceitos integrados que orientam as ações do
Educação Empreendedora em Rede.
Com
petê
ncias Empreendedoras
Saber con
h
ecer
Saber con
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Saber fazer
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Competências Gerais da
 BN
CC
BNCC
EntreComp
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Saber ser
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Multiletram
ento
P
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tic
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Projeto
Direitos de
Aprendizagem
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de vida
crítico e criativo
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C
ultural
Física
In
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ct
ua
l Pessoa sujeito da 
aprendizagem
CHEGAR
12
A quem serve este livro
As atividades aqui propostas são úteis para docentes e escolas que incluíram, 
na implantação do Novo Ensino Médio, itinerários formativos ligados ao eixo do 
Empreendedorismo. Este não é, todavia, o único uso da obra, uma vez que os 
fundamentos da educação empreendedora podem orientar qualquer prática educativa, 
afinal, como já questionamos, que educação não é empreendedora? Assim, as 
sequências didáticas – sempre acompanhadas de fichas que indicam público além 
das competências empreendedoras e da Base Nacional Comum Curricular– servem 
também ao trabalho das áreas do conhecimento em sala de aula, nos anos finais do 
Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
Na unidade 2, Reconhecer, as ferramentas apresentadas fundamentam atividades de 
autoconhecimento e de diagnose local, importantes para o debate sobre Projeto de 
vida, em qualquer fase da vida escolar. Na unidade 3, Conectar, buscar e movimentar, 
abordamos diferentes temáticas, como a gestão dos recursos (tangíveis e intangíveis), 
a preocupação com a sustentabilidade, a reflexão sobre as transformações no mundo 
do trabalho e a importância da comunicação para fazer com que projetos se tornem 
realidade.
São temas indossociáveis de uma formação que tem como perspectiva a educação 
integral. Na unidade 4, Amplificar, procuramos encarar o desafio de ir além dos muros 
da escola - e de envolver toda a comunidade escolar em práticas inovadoras.
Bom trabalho!
CHEGAR
13
“Geração nem-nem” em questão e projeto de vida
milhões de jovens 
entre 15 e 25 anos 
não estudam 
nem trabalham
milhão de 
estudantes 
entre 6 e 17 anos 
deixaram a escola 
em 2020
27,3
1,38
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada (Ipea), havia 27,3 milhões de jovens entre 15 e 
25 anos fora das instituições de ensino e do mercado 
de trabalho em 2020. Nesse contexto, popularizou-se 
a expressão “geração nem-nem”, nem trabalham nem 
estudam. A construção tem tom pejorativo, porque 
faz parecer que os(as) jovens estão nessa situação por 
desejo próprio. Ela não considera as crises econômicas 
e outros fatores que estão menos relacionados à 
vontade e mais a uma conjuntura complexa que inclui 
a fragilidade das políticas voltadas a esse público.
Miriam Muller, uma das responsáveis pelo estudo Se já é difícil, imagina pra mim..., 
publicado pelo Banco Mundial em 2018, afirmou, em entrevista ao jornal El País, que 
a responsabilidade não é dos(as) jovens, ao contrário do que indica a expressão. Para 
ela, condições ligadas ao gênero e à pobreza são dados importantes da realidade que 
fazem com que essa população não projete aspirações. Para Muller, a falta de figuras 
de referência com carreiras interessantes afeta a mobilização do grupo. No caso das 
mulheres, há que se considerar a gravidez na adolescência, os casamentos precoces 
e a superação de barreiras como o estereótipo da mulher cuidadora. Ademais, falta 
informação básica para que os(as) jovens tenham acesso ao mundo do trabalho e à 
educação. A pesquisadora cita como exemplo o fato de que muitos dos(as) jovens das 
camadas mais pobres se inscrevem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas 
desistem de fazer a prova.
Embora o estudo seja de 2018, as constatações 
e explicações de Muller encontram paralelo na 
atualidade. Em 2021, o Enem teve o menor número 
de inscritos desde 2007. A redução atingiu todos 
os grupos e é mais acentuada entre pretos, pardos 
e indígenas. Os dados do exame refletem as 
consequências da pandemia. De acordo com a 
Unicef, 1,38 milhão de estudantes entre 6 e 17 anos 
deixaram a escola em 2020, seja pela dificuldade de 
acesso ao ensino em casa, seja pela necessidade de 
ajudar a família a garantir alguma renda.
CHEGAR
14
O quadro de desengajamento se soma à vontade de 
deixar o Brasil. O país nunca teve tantos jovens – são 
50 milhões – e nunca tantos deles quiseram buscar 
oportunidades em outros lugares: 47% iriam embora 
se pudessem, como concluiu o Atlas das Juventudes e 
de novos estudos da FGV Social, de junho de 2021. São 
nítidas as consequências. No âmbito objetivo, pode-se 
contemplar a redução da população economicamente 
ativa, a falta de mão de obra qualificada e a estagnação 
do desenvolvimento. No âmbito objetivo, como é 
possível ter fé no futuro – e fomentar essa fé, como é 
dos jovens iriam 
embora do Brasil 
se pudessem
47%
papel dos professores e professoras – em um cenário de desesperança e frustração?
Em outra perspectiva, o copo está também meio cheio. Monique Evelle, jornalista 
e empreendedora, afirma que na periferia o que se chama de empreendedorismo 
sempre foi sobrevivência. Mais uma vez, os dados confirmam a hipótese. Em 2020, 
o número de Microempreendedores Individuais cresceu 20% em relação a 2019, de
acordo com o Sebrae. Os negócios que mais surgiram são salões de cabelereiros, lojas
de roupas e acessórios e pequenas empresas prestadoras de serviço. À sua frente, estão
principalmente mulheres e jovens que, em razão da crise no mercado formal, tiveram a
iniciativa de abrir um negócio para dar respostas a demandas cotidianas.
Os números contextualizam o momento em que se coloca o debate sobre educação 
empreendedora. Na escola, abrem-se portas para que isso seja potencializado. Retomando 
o estudo Se já é difícil, imagina pra mim..., Miriam Muller propõe intervenções para
transformar a realidade dos(as) jovens, que incluem: facilitar o acesso a informações que
efetivamente podem mudar a vida de meninos 
e meninas; incutir nas populações mais pobres 
o sentimento de que espaços dos quais foram
historicamente excluídos – como as universidades 
– também são para elas; oferecer programas de
mentoria para ajudar os(as) jovens a lidar com as
dificuldades que atrapalham seu progresso.
A educação empreendedora, ao contemplar a 
tomada de iniciativa, a gestão dos recursos e a 
valorização de ideias e oportunidades, é aqui 
compreendida como uma das chaves para tal 
intervenção. Propicia-se, com o desenvolvimento 
da mentalidade empreendedora, que jovens 
CHEGAR
15
Fontes: IBGE, Unicef, FGV Social, Global Entrepreneurship Monitor
Em 2020, o 
Brasil ganhou 
14
milhões de
empreendedores
Mergulhe nas referências
Monique Evelle fala sobre empreendedorismo e sobrevivência no 
primeiro episódio da websérie Os originais, da Netflix: youtu.be/
vE3HQTeV7RA 
A conta fica para a juventude é um documentário curta-
metragem que discute as consequências da pandemia para as 
juventudes. Uma produção da TV Capão em parceria com a Oxfam 
Brasil. youtu.be/-EGW5aeHq9k 
No site Atlas da Juventude, da FGV Social, acesse pesquisas que 
traduzem qualitativa e quantitativamente a realidade dos(as) jovens 
brasileiros(as). https://atlasdasjuventudes.com.br/ 
A plataforma Juventude, Educação e Trabalho, da Fundação 
Roberto Marinho, reúne indicadores de educação, trabalho e 
vulnerabilidade social com busca por região, estado e município do 
Brasil. https://pjet.frm.org.br/
reconheçam suas habilidades e fragilidades, compreendam e usem a seu favor os 
territórios em que vivem, percebam criticamente as desigualdades sociais. Também 
propicia que eles não reproduzam, de modo autômato, o discurso meritocrático, mas 
saibam que há vias para a transformação. Trata-se, então, de desenhar projetos de 
vida consistentes, a fim de expandir o horizonte de suas existências sem negar suas 
identidades – e sem deixar o Brasil para trás.
CHEGAR
16
Acreditamos que é exatamente 
hoje – numa época em que muitos 
condenam a escola como desajeitada 
frente à realidade moderna e 
outros até mesmo parecem querer 
abandoná-la completamente – que 
o que a escola é e o que ela faz se
torna claro. [...] Muitas alegações
contra a escola são motivadas por
um antigo medo e até mesmo ódio
contra uma de suas características
radicais, porém essencial: a de que
a escola oferece “tempo livre” e
transforma o conhecimento e as
habilidades em “bens comuns”, e,
portanto, tem o potencial para dar
a todos, independentemente de
antecedentes, talento natural ou
aptidão, o tempo e o espaço para sair
de seu ambiente conhecido, para se
superar e renovar (e, portanto, mudar
de forma imprevisível) O mundo.
Trecho do livro Em defesa da escola - Uma questão pública 
(editora Autêntica), de Jan Masschlein e Maarten Simons
Entenda este almanaque
ALMANAQUE EDUCADORES: EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA NA PRÁTICA – Uma 
proposta para engajar estudantes e transformar comunidades está organizado em 
cinco unidades: 
Chegar – Uma apresentação do projeto Educação Empreendedora em Rede, do 
livro e dos desafios que cercama prática da educação básica na atualidade.
Reconhecer – Conjunto de atividades pedagógicas voltada para a diagnose de 
escolas, turmas e comunidades com foco na educação empreendedora.
Conectar, buscar e movimentar – Atividades pedagógicas que conectam a cultura 
empreendedora às áreas de atuação do Ensino Fundamental – Anos finais e Ensino 
Médio.
Amplificar – Propostas para que o debate sobre empreendedorismo não se restrinja 
à sala de aula e ao universo de professores(as) e estudantes. 
Partir (para outros lugares) – Quadro de competências empreendedoras e 
indicações de referências.
CHEGAR
17
Em cada unidade, em especial nos capítulos focados em práticas pedagógicas, você 
encontrará as seguintes seções:
Na prática – Tutoriais de atividades pautadas nas metodologias ativas 
de aprendizagem, que têm foco no desenvolvimento de competências 
empreendedoras e da Base Nacional Comum Curricular.
Insight – Dicas de mediação e síntese da atividade.
Personalize sua aula – Sugestões para que a atividade se adeque a diferentes 
contextos e ganhe a “cara” da turma e do(a) professor(a).
Glossário – Conceitos e autores(as) que contextualizam dinâmicas e competências 
em desenvolvimento.
Inspire-se – Cases de educação empreendedora e referências de diferentes 
linguagens para ampliar seu repertório.
Entre aspas – Trechos de artigos acadêmicos e frases para provocar a reflexão e 
motivar o trabalho em sala de aula. 
RECONHECER
2
“Se podes olhar, vê. 
Se podes ver, repara.”
José Saramago
Objetivos
Conceituar educação empreendedora no contexto da educação 
básica, tanto para os anos finais do Ensino Fundamental quanto 
para o Ensino Médio.
Desconstruir mitos a respeito do empreendedorismo na escola.
Público
Estudantes do Ensino Médio e do Ensino Fundamental – Anos finais.
Competências 
empreendedoras
É possível afirmar que a educação traz para o empreendedorismo a 
possibilidade de se afirmar como elemento integrante da formação 
integral dos sujeitos, reforçando que esse pode compor ainda o 
processo educativo que objetiva a construção de projetos de vida.
Segundo Dolabela (2008), o cerne da estratégia didática para a 
educação empreendedora está no propósito, no sonhar e na busca 
pela sua realização. Com isso, o ensino de base empreendedora deve 
promover ações dialógicas sobre sonhos, pessoais e profissionais, 
ao mesmo tempo que prioriza o desenvolvimento de habilidades 
necessárias para a vida.
Na matriz do Entrecomp encontramos a ideia de que na relação do 
empreendedorismo com a educação o que se deve priorizar é o seu 
desenvolvimento enquanto competência transversal, fundamental à 
vida profissional, pessoal e cidadã dos sujeitos.
Espaços educativos, sobretudo a escola, podem se tornar o local 
para que essa relação se fortaleça e que as competências sejam 
trabalhadas, favorecendo a disseminação da cultura empreendedora 
e atitude empreendedora. Currículos e novas práticas podem 
envolver o tema e estratégias pedagógicas podem ser elaboradas 
com o objetivo de desenvolver competências empreendedoras.
RECONHECER
19
Educação empreendedora: O que (não) é?
RECONHECER
20
Competências gerais da BNCC
Conhecimento
Pensamento científico, crítico e criativo
Trabalho e projeto de vida
Empatia e cooperação
Atividades desta sequência
Painel semântico: Empreendedorismo e educação 
IDEIAS &
 
OPORTUN
ID
A
D
ES
A
ÇÕ
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RECURSOS
Identificação de oportun
id
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Criatividade
Visão
Valorização das ideias
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ic
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tiv
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Consciência de si e aut
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Motivação e perseverança 
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Mobilização de recu
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Educação financeira e eco
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Mobilização de pessoa
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Fonte: 
Entrecomp
As competências destacadas 
nas atividades aparecerão 
coloridas na mandala.
NA PRÁTICA
Painel semântico: Empreendedorismo e educação
Tempo sugerido: 90-100 minutos
Nesta etapa do livro, o verbo de ordem é “Reconhecer”. Por isso, a atividade que abre 
este capítulo se volta para o reconhecimento do conceito de educação empreendedora. 
Faremos isso por meio da elaboração coletiva de um painel semântico (saiba mais na 
seção Glossário) sobre a palavra empreendedorismo e partiremos do conhecimento que 
sua turma e você, professor(a), já têm a respeito do tema.
Comece a atividade mostrando, em um slide ou no quadro, as seguintes palavras:
RECONHECER
1
PENSAR
PLANEJARARRISCAR
MUDAR
ORGANIZAR
RESOLVER
INOVAR
CRIAR
AGIR
Na sequência, peça que cada estudante escolha um verbo para si e explique que 
individualmente deverão conceber um painel que traduza o significado do verbo 
escolhido sem usar palavras. Para isso, eles podem se valer de desenhos, imagens 
recortadas de revistas ou pesquisadas na internet. Incentive-os a associar as 
possíveis definições com figuras de pessoas conhecidas e relevantes para a história 
(por exemplo, no PENSAR, caberia incluir uma foto do físico Albert Einstein ou da 
química Marie Curie), com lugares (INOVAR pode estar ligado a uma pista de skate e 
RESOLVER à participação em uma olimpíada do conhecimento), com filmes, séries 
e outras produções do ramo de entretenimento (MUDAR pode se relacionar com a 
animação Divertida Mente, da Pixar, por exemplo).
2
21
RECONHECER
22
Oriente-os a construir o painel em etapas. Primeiro, é importante fazer a curadoria 
de imagens a partir da reflexão sobre a palavra escolhida. Depois, planejar a 
distribuição delas no painel – seja ele físico, em uma cartolina ou papel kraft, seja ele 
virtual – e, então, finalizar o conjunto.
3
Glossário: 
Painel semântico
Ferramenta muito usada 
por profissionais da área de 
arquitetura e design, o painel 
semântico reúne imagens, 
cores, objetos e texturas em 
um conjunto que comunica 
visualmente ideias, valores e 
preferências. Na sala de aula, o 
painel semântico é um recurso 
para investigar e construir 
conceitos. 
Acompanhe o trabalho dos(as) alunos(as) e faça sugestões para que a colagem 
não seja aleatória. Incentive-os(as) a construir narrativas e associações por meio 
do posicionamento das referências selecionadas e de intervenções como linhas, 
emoticons e círculos que relacionem as imagens. Oriente-os(as) a identificar, no 
topo do painel, a palavra escolhida.
Quando os painéis forem finalizados, peça à turma que organize uma exposição 
dos trabalhos. Pode ser na parede da sala ou em uma projeção, caso tenham sido 
usados aplicativos como o Padlet ou o Canva. 
4
5
Personalize sua aula
Faça uma seleção prévia de imagens que possa inspirar sua turma na 
pesquisa de referências. Isso é especialmente importante para grupos 
do Ensino Fundamental e contribui para ampliar o repertório visual e 
estético do grupo. Se a atividade for feita em uma plataforma digital 
e no computador, disponibilize uma pasta com ideias que podem 
incentivar o processo criativo.
RECONHECER
23
Forme uma roda em torno dos trabalhos e peça que apenas observem as diferentes 
associações visuais motivadas pelas palavras escolhidas e que reflitam: Como essas 
reflexões mudam minha maneira de compreender o significado de tais verbos? 
Chame atenção para as diferentes características que podem ter se evidenciado na 
exibição dos painéis. Uns são mais ordenados, outros mais inovadores e isso reflete, 
em alguma medida, a personalidade de quem os confeccionou. 
Explique que os verbos selecionados se conectam com o tema desta aula: a definição 
dos conceitos de empreendedorismo e educação empreendedora. Primeiro, leia para 
eles o verbete de empreendedorismo que aparece no dicionário Oxford Languages: 
Empreendedorismo. Substantivo masculino. 1. Disposição ou capacidade 
de idealizar, coordenar e realizar projetos, serviços e negócios. 2. Iniciativa de 
implementar novos negócios ou mudanças em empresasjá existentes, com 
alterações que envolvem inovação e risco. 
Pergunte se é possível estabelecer relações entre a definição do dicionário e os 
painéis apresentados. Que relação PENSAR, CRIAR, ORGANIZAR, AGIR, MUDAR, 
INOVAR, RESOLVER e ARRISCAR têm com empreendedorismo e com as referências 
que eles(as) buscaram?
Em seguida, questione: Como esses mesmos verbos se relacionam com a educação? 
É possível colocá-los em prática no contexto da escola? O que seria uma educação 
empreendedora? Ouça as falas do grupo e registre-as no quadro ou no suporte que 
considerar conveniente.
6
7
8
9
Insight
O objetivo desta atividade é construir conceitos para destruir mitos 
sobre empreendedorismo e educação empreendedora. Nesse sentido, 
é importante que fique claro como empreender não está associado 
exclusivamente ao campo empresarial nem requer lidar com grandes 
montantes de dinheiro. Trata-se, antes, de uma maneira de agir, de uma 
cultura que, para jovens do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, 
pode contribuir para desenhar e colocar em prática projetos de vida mais 
conscientes e consistentes.
Pegada digital
O Padlet (https://pt-br.padlet.com) e o Canva (https://www.canva.
com/) são dois aplicativos online que facilitam a montagem de painéis 
semânticos. Eles têm versões gratuitas e disponíveis para dispositivos 
móveis como celulares e tablets. 
Inspire-se
O canal da plataforma CER, do Sebrae, produziu uma série de vídeos 
sobre educação empreendedora e inovação na educação. Acesse para 
assistir a webinars e séries que apoiam o trabalho de educadores(as) 
na sala de aula. https://www.youtube.com/c/CERSebrae 
Incentive os jovens a buscarem o curso do projeto Educação 
Empreendedora em Rede “No corre! Tá na trilha. Tá no corre do 
projeto de vida” acessar no link: https://www.sebrae.com.br/sites/
PortalSebrae/cursosonline/no-corre-ta-na-trilha-ta-no-corre-do-
projeto-de-vida,f1cef78ea80eb710VgnVCM100000d701210aRCRD
RECONHECER
A partir das hipóteses levantadas pela turma, finalize a atividade enfatizando que há 
uma série de mitos que envolvem o empreendedorismo. No entanto, ao falar sobre 
educação empreendedora estamos falando sobre criar uma cultura na qual seja 
possível tomar a iniciativa, assumir protagonismo diante da resolução de problemas, 
lidar com crises de forma criativa e inovadora, assumir riscos calculados, trabalhar 
colaborativamente e transformar o contexto ao nosso redor. Isso tem tudo a ver com 
aquelas palavras da etapa 1 e mesmo com o processo de confecção dos painéis, 
porque a ideia é aprender na prática.
10
24
RECONHECER
25
A educação empreendedora 
existe para despertar o 
empreendedorismo nas pessoas, 
por meio de técnicas que articulam 
o fazer e o conhecer.
É aprender fazendo!
Nos processos educacionais,
a educação empreendedora
atua em duas frentes principais:
1. Desenvolvimento de
competências duráveis.
2. Possibilidade de inserção
sustentada no mundo do trabalho.
Assim, a educação empreendedora 
vai além da abertura de um negócio: 
trata-se do desenvolvimento de 
uma cultura em que a pessoa se 
sinta sensibilizada, preparada e 
empoderada para o alcance de 
seus objetivos de vida. 
Sebrae
IDEIAS &
 
OPORTUN
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RECURSOS
Identificação de oportun
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Criatividade
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Valorização das ideias
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Motivação e perseverança 
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Mobilização de recu
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Educação financeira e eco
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Mobilização de pessoa
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RECONHECER
26
Ouvir histórias: Dar voz aos(às) estudantes para 
construir projetos de vida
Objetivos
Resgatar trajetórias pessoais dos(das) estudantes, a fim de que 
possam refletir sobre identidades e potencialidades.
Relacionar narrativas pessoais à construção de projetos de vida e à 
educação empreendedora. 
Público
Estudantes do Ensino Médio e do Ensino Fundamental - Anos finais.
Competências 
empreendedoras
Fonte: 
Entrecomp
RECONHECER
27
Competências gerais da BNCC
Repertório cultural
Comunicação
Cultura digital
Trabalho e projeto de vida
Autoconhecimento e autocuidado
Atividades desta sequência
Procuro-me: Oficina de autorretratos
Há quanto tempo? Construção de timeline
Janelas para o futuro: Brainstorm
RECONHECER
28
NA PRÁTICA
Procuro-me: Oficina de autorretratos
Tempo sugerido: 100 minutos
Como primeiro passo da jornada de reconhecimento, propomos uma atividade de 
confecção de selfies inspirados pelo trabalho da artista brasileira Lenora de Barros. 
Os(As) jovens devem se preparar e trazer para o encontro roupas e acessórios diversos.
Comece mostrando aos(às) jovens a obra Procuro-me, de 2001, da artista brasileira 
Lenora de Barros, disponível aqui: https://mam.org.br/acervo/2006-073-000-barros-
lenora-de/ 
Provoque o grupo a fazer leituras da imagem:
O que a expressão da artista nos lembra?
Por que ela muda de cabelo e um pouco suas feições quando posa para o retrato?
Como podemos interpretar essas mudanças à luz do título da obra: Procuro-me?
1
2
Personalize sua aula
Sugerimos a obra de Lenora de Barros, mas há muitos outros(as) 
artistas que usam o autorretrato como ferramenta de expressão. 
Observe seu grupo e exiba inspirações que contemplem diferentes 
origens, posições políticas e orientações sexuais. No canal Arte Viral, 
confira uma retrospectiva cronológica do autorretrato:
 https://www.youtube.com/watch?v=sCAApnPeNGc&t=262s 
RECONHECER
29
Proponha, então, que os(as) jovens façam uma releitura da obra de Lenora a partir de 
suas próprias crises e questões, cujo produto deve ser um painel de selfies variadas feitas 
com a câmera do celular. O tema da atividade é o que dá título à obra: Procuro-me. 
Acompanhe os(as) jovens durante a produção e incentive-os(as) a buscar expressões 
e produções que sejam criativas e que deem vazão às próprias angústias, histórias e 
vontades. Não se trata apenas de um trabalho visual, mas de uma investigação sobre si.
Quando os painéis estiverem prontos, organize uma exposição das imagens, com o 
apoio de um telão ou, se não for viável, com o suporte dos aparelhos celulares dos(as) 
estudantes.
Após a exibição das imagens, proponha um momento de escrita individual, em que 
os(as) jovens devem registrar no papel, em forma de texto em prosa ou em verso, 
uma resposta para a seguinte questão: O que eu procuro? 
Convide aqueles(as) que se sentirem confortáveis a compartilharem as produções 
com a sala e feche a atividade enfatizando que a elaboração de projetos de 
vida, no contexto da educação empreendedora, tem como ponto de partida o 
autoconhecimento. Esse processo não se inicia nem se encerra agora, trata-se 
de um movimento que conduzimos com mais ou menos vigor ao longo de toda a 
vida e que nos impulsiona a tomar decisões e a lutar por aquilo que reconhecemos 
como parte de nós.
3
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5
6
7
RECONHECER
30
Inspire-se
NA PRÁTICA
Há quanto tempo? Construção de timeline
Tempo sugerido: 150 minutos
Nesta etapa, você vai conhecer um pouco mais sobre a história de seus(suas) estudantes. 
Também poderá ter um diagnóstico dos desejos de sua turma e do quanto eles(as) estão 
abertos ao diálogo e ao trabalho por meio da confecção de uma linha do tempo pessoal.
Organize a turma em círculo e peça aos(às) jovens que compartilhem momentos 
que postaram nas redes sociais recentemente. Caso ache necessário, você 
pode pedir que consultem o celular para observar que tipo de acontecimento 
compartilham. Enquanto eles(as) falam, sintetize em um quadro ou outro suporte 
as menções que aparecem: aniversário, encontro com amigos(as), encontro com 
namorado(a), passeio no parque, almoço com a família, selfies.
Na sequência, procure motivar a reflexão sobre o registro dos fatos mencionados em 
umatimeline (linha do tempo): 
Por que deixamos nossa vida registrada nas redes sociais? 
Por outro lado, por que há fatos que queremos que desapareçam rapidamente, 
como aqueles que postamos em redes como o TikTok ou nos stories do Instagram? 
Que critérios usamos para postar e para escolher o conteúdo que deve permanecer 
e o que deve ser passageiro?
1
2
Insight
Nesta atividade, é importante observar como sempre estamos adotando 
critérios para a publicação de um conteúdo sobre nós, que se relaciona ao 
mesmo tempo com quem somos, com quem gostaríamos de ser e com 
quem temos como público.
RECONHECER
31
Personalize sua aula
Complemente a conversa sobre as linhas do tempo das redes sociais 
comparando-as com álbuns de fotos antigas. Há diferenças entre 
eles? O que escolhíamos registrar e eternizar antes? E agora, com 
mais acesso à tecnologia, que histórias contamos sobre nós?
Depois do aquecimento, distribua um número contado (por exemplo, 10) de tarjetas 
de papel para cada jovem. 
Peça-lhes que pensem com cuidado - já que, ao contrário da internet, o espaço 
é limitado - e elejam dez momentos fundamentais de suas trajetórias pessoais. 
Depois, oriente-os(as) a registrar nas tarjetas os fatos que escolheram e o ano em 
que eles ocorreram.
Com as tarjetas prontas, peça a cada jovem que organize sua sequência em um 
suporte, de modo que a linha do tempo possa ser vista e compreendida pelos 
demais colegas. Pode ser em um cartaz ou em um fio de barbante, por exemplo, 
em que os marcos ficam presos com fita adesiva ou pregadores de roupa. Além das 
tarjetas, eles(as) podem incluir no suporte imagens e símbolos representativos de 
suas narrativas pessoais.
3
4
5
Pegada digital
Há ferramentas que podem auxiliá-lo(a) na construção de linhas do 
tempo. Teste o Padlet (padlet.com), que já tem um layout próprio 
para timelines, e o Jamboard (jamboard.google.com), que organiza 
quadros de informação por meio de notas adesivas. Acesse tutorial da 
ferramenta aqui.
Organize um espaço de exposição dos trabalhos e solicite aos(às) jovens que, ao 
longo de 10 ou 15 minutos, circulem por eles, dando atenção aos fatos, imagens ou 
símbolos com os quais também se identificaram. 
6
Quando todos(as) passarem pela exposição, faça novamente um círculo com a 
turma e diga-lhes para comentarem os marcos com os quais se identificaram. 
7
RECONHECER
32
Inspire-se
Insight
Em nossas linhas do tempo, temos marcos em comum porque somos 
sujeitos do mesmo espaço e de uma mesma época. É bastante possível 
que uma festa ou mesmo um evento trágico seja mencionado por 
muitos(as) jovens que o vivenciaram conjuntamente. Nosso interesse 
aqui é provocar a turma a pensar em como tais eventos afetam nossas 
identidades além de oportunidades e desejos. 
Depois da atividade de construção de timeline, peça aos(às) jovens que escrevam 
um complemento para a seguinte frase e depositem em uma caixa: 
8
Ao revisitar minha história, 
posso dizer que sou…,
tenho paixão por…
e quero conquistar...
Diga que eles(as) não precisam colocar o nome no papel e que apenas você fará a 
leitura das respostas. O conteúdo é útil tanto para fazer adaptações dos próximos 
encontros quanto para que você conheça melhor a sua turma e o quanto eles(as) 
já se sentem seguros para compartilharem experiências e sentimentos com você e 
com os(as) demais. 
9
Glossário: 
Projeto de vida
A expressão foi incorporada 
com mais força ao vocabulário 
das escolas brasileiras após 
2017, com a ampliação das 
discussões sobre Novo Ensino 
Médio. Para Juarez Dayrell, 
da Universidade Federal de 
Minas Gerais, podemos definir 
projeto de vida como “a ação 
do indivíduo de escolher um, 
dentre os futuros possíveis, 
transformando os desejos 
e as fantasias que lhe dão 
substância em objetos passíveis 
de serem perseguidos”. Isso não 
significa que falamos de um 
plano imutável, mas de metas 
flexíveis, que acompanham 
o amadurecimento e os
imprevistos próprios da vida.
RECONHECER
33
RECONHECER
34
Falo querendo entender, canto para 
espalhar o saber e fazer você perceber
Que há sempre um mundo, apesar de 
já começado, há sempre um mundo 
pra gente fazer
Um mundo não acabado
Um mundo filho nosso, com a nossa 
cara, o mundo que eu disponho agora 
foi criado por mim
Euzin, pobre curumim, rico, franzino e 
risonho, sou milionário do sonho
Elisa Lucinda
Explique que estamos fazendo essa provocação com os memes porque queremos 
promover um olhar sobre o futuro, as oportunidades, os obstáculos e as maneiras 
como podemos superá-los. Por isso, faremos uma atividade de brainstorm que 
recupera algumas das reflexões feitas nas atividades anteriores: a oficina de 
autorretratos e a construção de timeline pessoal. 
RECONHECER
35
NA PRÁTICA
Janelas para o futuro: Brainstorm
Tempo sugerido: 100 minutos
Aqui, vamos nos remeter às descobertas compartilhadas nas etapas anteriores para que 
os(as) jovens possam propor um desenho do próprio futuro a partir de suas habilidades.
Comece a atividade pedindo à turma que compartilhe memes que brincam com as 
expectativas em relação ao presente e ao futuro.
1
Personalize sua aula
Antes da atividade, peça à turma que separe memes relacionados a 
sentimentos em relação ao futuro.
Procure pensar junto com a turma: 
O que a cultura dos memes revela sobre nós? De alguma maneira, ela reflete um 
fenômeno da nossa sociedade?
Além do efeito de humor, por que compartilhamos imagens que lidam com nossas 
inseguranças e que, às vezes, promovem discursos autodepreciativos?
2
3
Inspire-se
Insight
Note que aqui não se trata de fazer discursos de autoajuda ou 
de criticar formas de expressão e de compreensão do mundo 
das juventudes, mas de ouvir suas percepções e de conectá-
las a um trabalho que visa a motivação e autoconsciência sem 
desconsiderar influências do território em que esses(as) jovens 
estão inseridos - questão que abordaremos na próxima unidades. 
Distribua uma folha de papel sem pauta em tamanho A4 e oriente os(as) jovens a 
dividi-la em oito partes, quatro na frente e quatro no verso. Explique que você fará 
perguntas e que dará cerca de três minutos para que eles(as) preencham cada 
quadrante, com as respostas organizadas em tópicos. Sugerimos, a seguir, algumas 
questões, mas você pode adaptá-las ao contexto e à faixa etária da sua turma:
RECONHECER
36
RECONHECER
36
4
Anote: 
Cinco habilidades que você acredita que marcam sua personalidade.
Cinco habilidades que as outras pessoas atribuem a você.
Três situações desafiadoras pelas quais você passou e, no mesmo quadro, três 
aprendizados que resultaram dessas situações desafiadoras.
Três coisas que motivam você. 
Desejos para conquistar em sua vida no prazo de 5, 10 e 20 anos.
Os obstáculos que imagina que irá encontrar para conquistar seus objetivos de 
curto, médio e longo prazo.
Quais características suas, mapeadas nas duas primeiras questões, podem ajudar a 
superar esses obstáculos.
Que outros recursos você pode precisar para superar esses obstáculos.
Durante a confecção do quadro, se eles(elas) tiverem dificuldades para fazer 
o brainstorm, explique que não há resposta certa ou errada e dê exemplos de
anotações possíveis.
Quando os quadros estiverem terminados, peça aos(às) jovens que se sentirem 
confortáveis para compartilharem suas respostas com os demais. Dê especial 
atenção às habilidades, aos obstáculos e às formas de superação propostas.
RECONHECER
37
5
6
Inspire-se
Insight
As respostas do grupo são úteis para que pensemos nas competências 
relacionadas ao desenvolvimento de uma educação empreendedora. 
É importante ter autoconhecimento, estabelecer metas e reconhecer os 
obstáculos para que se possa traçar metas para superá-los ou lidar com 
eles no cotidiano. Nesse sentido, é fundamental o apoio das pessoas que 
nos cercam e das instituições como a própria escola.
Nesta etapa, organize com os(as) jovens uma nuvem de palavras em que eles(as) 
destaquem três pilares do processo de autoconhecimento,foco das três atividades 
anteriores. Use ferramentas como o Mentimenter (mentimeter.com) (se não houver essa 
possibilidade, use pedaços de papel e fita adesiva a fim de montar um mural) para fazer 
uma enquete com três perguntas, que devem ser respondidas em uma palavra:
Qual é a minha principal habilidade?
Qual é o meu sonho?
Que obstáculos vou enfrentar?
Ao fim da avaliação, faça a leitura da nuvem coletiva, dando destaque para as palavras 
que mais apareceram, e questione: De que maneira esse grupo pode se fortalecer 
diante das habilidades de cada um e dos obstáculos que há pela frente? 
7
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RECONHECER
38
Inspire-se
Assista a um trecho da entrevista de Edu Lyra, criador do Instituto 
Gerando Falcões, ao programa Roda Viva. A iniciativa de Lyra tem 
como objetivo transformar a história de jovens na periferia de São 
Paulo por meio de educação e desenvolvimento econômico.
https://www.youtube.com/watch?v=XMgJkX5Sy2Q 
Glossário: 
Juventudes
A palavra, aqui usada no plural, 
representa a diversidade do 
conceito, uma vez que sua 
concepção está associada a 
etnia, classe, religião e gênero, 
entre outros fatores. No 
mesmo sentido, há juventudes, 
resultados de uma época e de 
um lugar, que interagem com 
outras gerações e sobre as quais 
não é possível traçar um perfil 
homogêneo. 
RECONHECER
Desenhar mapas: Reconhecer potencialidades 
do território para transformar histórias
Objetivos
Observar e potencializar a relação dos jovens com o território em que 
vivem.
Identificar oportunidades e desafios no território.
Conectar as potencialidades do território ao projeto de vida dos jovens 
e à noção de educação empreendedora.
Público
Estudantes do Ensino Médio e do Ensino Fundamental – Anos finais.
Competências 
empreendedoras
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Motivação e perseverança 
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Fonte: 
Entrecomp
RECONHECER
Competências gerais da BNCC
Conhecimento
Pensamento científico, crítico e criativo
Trabalho e projeto de vida
Empatia e cooperação
Responsabilidade e cidadania
Atividades desta sequência
Explorações do território
Mapas e afetos
Forças e fraquezas
No meu lugar
40
RECONHECER
NA PRÁTICA
Explorações do território
Tempo sugerido: 150-200 minutos
Depois das práticas de 
autoconhecimento, vamos explorar 
o entorno da escola por meio de um
exercício dirigido de cartografia.
Esta é uma atividade de trabalho de campo que envolve a circulação pelo 
entorno da escola. Antes de começar o trabalho com a turma, prepare um mapa 
e estabeleça uma rota que deverá ser percorrida. Caso sua turma seja numerosa e 
os(as) alunos(as) ainda pouco autônomos, peça auxílio de outros professores para 
acompanhá-lo. Atenção também ao traçado da rota em territórios de risco. 
Organize os jovens em grupos de quatro ou cinco e explique que faremos uma 
exploração da região próxima à escola. Para isso, cada grupo ficará responsável pela 
observação de um aspecto desse território.
Faça cópias do mapa com a rota estabelecida e entregue um a cada jovem 
acompanhado de prancheta e caneta para facilitar o registro.
Com os grupos formados, apresente e distribua os temas de observação e 
mapeamento: 
Comércios, serviços e outros locais de trabalho (indústria, escritórios, hospitais, por 
exemplo). 
Espaços de lazer, esportes e cultura da juventude.
Prédios da administração pública (como prefeituras e fóruns).
Instituições voltadas para a educação (informal ou formal, básica ou superior). 
Organizações não-governamentais.
Locais de atenção à saúde.
Templos religiosos. 
Pontos de referência para transporte 
(terminal de ônibus, estação de balsas, por exemplo). 
1
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3
4
41
RECONHECER
Explique que, além do trabalho que os grupos farão, cada estudante, 
individualmente, deve pensar na sua relação com os espaços do entorno. Pode ser 
que ela seja mais próxima, caso ele(a) seja morador(a) do bairro, ou mais distante, 
caso só se desloque até lá a fim de estudar. Oriente-os a registrar – em foto e por 
escrito, no mapa – os espaços que de alguma maneira marcam sua relação com o 
território.
Durante a observação, incentive os grupos a fazerem registros em que marcam suas 
observações no mapa. Eles também podem associar sentimentos e percepções ao 
mapa. Por exemplo, colocar um emoticon triste em uma estrutura para a juventude 
que está abandonada, um sorriso nos espaços de gostam de frequentar ou um 
ponto de atenção. 
Após a caminhada, volte ao espaço da escola e, antes de chegar à sala de aula, abra 
uma roda e peça que os jovens apontem o que constataram em suas observações. 
Pergunte como se sentiram (permita que façam também avaliações negativas, que 
falem sobre cansaço, medo ou tédio, por exemplo) e o que notaram pelo caminho 
que até esta atividade não haviam percebido. 
42
5
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7
Inspire-se
Insight
O objetivo desta atividade é aguçar o olhar para descortinar novas 
possibilidades de leitura em paisagens com as quais estamos 
acostumados. Andar a pé e sem pressa é um exercício que faz parte 
dessa mudança de perspectiva. Para o professor italiano Francesco 
Careri, autor do livro Walkscapes – O caminhar como prática estética, 
mover-se a pé é um ato que nos permite, ao mesmo tempo, exercitar 
a criatividade e transformar, pelo próprio ato de caminhar, os lugares. 
Durante a atividade, estimule em seu grupo a postura investigativa 
que Careri propõe.
Pegada digital
A atividade pode ser adaptada para o virtual com o apoio do Google 
Street View, que mostra imagens das ruas das maiores cidades do 
Brasil. https://www.google.com.br/maps
RECONHECER
43
Personalize sua aula
Você pode mudar as categorias de observação para contemplar a 
realidade local. Caso sua escola não fique na zona urbana, por exemplo, 
certamente haverá mudanças naquilo que deve ser observado pelos 
jovens caminhantes.
Glossário: 
Cartografia
À noção da geografia, disciplina 
para a qual a cartografia é 
a elaboração de mapas que 
representam o espaço físico 
visível, acrescenta-se aqui um 
caráter subjetivo. O sentido 
do verbo cartografar significa, 
dessa maneira, perceber o 
território na relação com a vida 
das pessoas que nele habitam 
e convivem. Cartografar aqui, 
portanto, abarca a memória, as 
experiências, os sentimentos 
e os desejos dos sujeitos, na 
tentativa de construir um 
sentido para tais interações e, 
por outro lado, desconstruir 
estereótipos e ideias 
pré-concebidas.
Inspire-se
O primeiro episódio do podcast 37 graus conta a história de 
professores que criaram experimentos para explorar o mundo além 
do seu quintal. As histórias falam sobre o território em que se vive, 
mas também sobre como extrapolar esses limites. Ouça Cafundós: 
https://37grauspodcast.com/episodio1/ 
44
RECONHECER
44
A cartografia convida a uma postura analítica 
constante da realidade mapeada. Permite não só 
reconhecer traçados objetivos dos nossos bairros, 
cidades, deslocamentos e relações mas também 
acessar a construção subjetiva dos significados 
presentes neles. Ao evidenciar as construções de 
significados presentes nos objetos de investigação, 
ela permite o reconhecimento das potencialidades 
pessoais e dos territórios para ativá-las em processos 
de construção coletiva de conhecimentos sobre as 
realidades locais.
Nesse processo, a cartografia é uma estratégia 
que permite articular ações para a experimentação 
de novas práticas e novos olhares, abrindo 
possibilidades para a invenção de estratégias para a 
constituição de novos territórios, outros espaçosde 
vida e relações.
Essa metodologia relaciona-se com um princípio de 
investigação que tem o sentido de desnaturalizar e 
problematizar os significados, provocando nos jovens 
o “desprendimento” de modelos e proporcionando 
o “pensar diferentemente”, o reconhecimento da 
alteridade e dos diferentes modos de viver.
Trecho do livro Jovens 
urbanos – Marcos conceituais 
e metodológicos, uma 
iniciativa da Fundação 
Itaú Social e do Centro de 
Estudos e Pesquisas em Ação 
Comunitária – Cenpec 
https://www.cenpec.org.br/wp-content/uploads/2019/07/02MarcosConceituaisPJU.pdf
https://www.cenpec.org.br/wp-content/uploads/2019/07/02MarcosConceituaisPJU.pdf
Terminados os desenhos, organize uma ordem para que os grupos apresentem seus 
trabalhos. Estabeleça um limite de tempo – cerca de cinco minutos – para que esta 
etapa fique mais dinâmica.
RECONHECER
45
NA PRÁTICA
Mapas e afetos
Tempo sugerido: 100 minutos
Informações quantitativas e qualitativas se encontram no desenho coletivo de mapas 
afetivos.
De posse das observações, cada grupo deverá desenhar um mapa em escala maior 
do que aquele levado para o trabalho em campo. Você pode fazer cópias dos mapas 
em tamanho A3 ou distribuir cartolinas e pedir que eles mesmos desenhem o 
contorno da região, o traçado das ruas e elementos geográficos – como praias, rios 
e montanhas – que a compõem. A qualidade e a precisão da imagem são menos 
importantes do que as informações qualitativas que serão acrescentadas a ele.
Quando o desenho do mapa estiver terminado, solicite que eles incluam as 
observações feitas pelo grupo nos lugares correspondentes.
Depois, sugira que acrescentem sentimentos, sensações e outros dados que 
puderam perceber enquanto caminhavam. Eles podem fazer isso por meio de 
palavras-chave, emoticons, desenhos, versos de músicas e poemas. Também é 
possível incluir lugares que dizem respeito a experiências pessoais, como a casa da 
avó, um balanço no parque que lembra a infância ou uma pizzaria que frequentam 
com os amigos. Oriente os estudantes a usar cores diferentes de caneta para 
identificar quais são as contribuições de cada pessoa do grupo.
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Inspire-se
Insight
Nesta etapa, é possível que o mapa expresse sentimentos conflitantes, 
pois cada um desenvolve experiências muito pessoais com o território. 
Diga-lhes que não há problema e que o valor da atividade está 
justamente em fazer com que essas incoerências se revelem – por meio 
delas conhecemos mais o outro e o território que frequentamos.
RECONHECER
46
Inspire-se
Insight
Faça intervenções enquanto os grupos se apresentam e explore 
características que você mesmo observou no território em diálogo com 
jovens. Além disso, conforme a dinâmica avança, faça comparações que 
coloquem em evidência a pluralidade de olhares que pode haver sobre 
uma mesma região.
Ao final, peça ajuda da turma para fazer uma síntese das percepções que o grupo 
teve em relação ao território e reforce a ideia de que é por meio do trabalho em 
equipe que podemos avançar tanto em um trabalho de diagnóstico local quanto de 
autoconhecimento a partir das relações que estabelecemos com os espaços em que 
vivemos. 
Não jogue fora os mapas, pois eles serão necessários na próxima atividade desta 
sequência didática. 
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Inspire-se
Conheça o projeto Quebrada Maps, iniciativa de professores de 
Geografia do Ensino Fundamental e do Ensino Médio em escolas de 
São Paulo. Os docentes se valem da tecnologia para deslocar o eixo 
de diálogo na cidade do centro para a periferia por meio da confecção 
de mapas colaborativos e participativos. O site tem exemplos das 
produções que podem inspirar seu trabalho. https://quebradamaps.
wordpress.com/
Imagem: https://quebradamaps.wordpress.com/
47
RECONHECER
47
(...) Ao cartografar os lugares a partir das 
sensações das pessoas, os mapas afetivos 
dão materialidade para a subjetividade dos 
espaços vividos, conhecidos, desconhecidos 
ou imaginados, caminhando para uma 
representação da rua, do bairro, da cidade 
não pelo prisma político do Estado e sim pelo 
microcosmo do cotidiano e das construções 
imaginárias do EU sobre o espaço. Ao 
colocar na centralidade da representação 
as percepções sensoriais das pessoas, os 
mapas afetivos de forma direta ou indireta 
são capazes de desenvolver identidades 
territoriais, indicando lugar (afetividade com 
o espaço) e não-lugar (esvaziado de sentido 
para o ser). Ao ilustrar essa dicotomia 
entre afetivo e não efetivo, esses mapas 
sensoriais são capazes de iniciar a tessitura 
de experiências das pessoas e sua relação 
com os espaços-tempos por onde coabitam 
sentimentos plurais sobre o espaço (...). 
Luiz Augusto Ferreira Lourenço, para o Wikifavelas 
RECONHECER
48
NA PRÁTICA
Fragilidades e forças
Tempo sugerido: 100 minutos
O que podem as pessoas que formam um território? Qual é a importância de reconhecer 
aquilo que ainda não podemos? Essas perguntas são o motor para a atividade a seguir.
Prepare o espaço da aula com os mapas afetivos e recupere a síntese da atividade 
anterior.
Na sequência, se houver possibilidade, exiba o vídeo Embarcar, um episódio da série 
Pense Grande.doc, que registrou iniciativas de empreendedorismo jovem em todo o 
Brasil. Ele está disponível aqui: youtu.be/FcLy8Y6yCkc&t=771s
1
2
Personalize sua aula
A série Pense Grande.doc dispõe de 26 episódios com histórias de 
protagonismo juvenil. Escolha, para reflexão, a história que mais se 
adequa ao perfil de sua turma. A dica vale também para professores 
dos anos finais do Ensino Fundamental, que podem encontrar 
iniciativas mais apropriadas ao seu público. 
http://www.pensegrandedoc.org.br/ 
Em seguida, analise a história de Taissir Carvalho por meio de algumas questões:
Que fragilidade o jovem identificou em seu território, a cidade de Santarém, no Pará, 
para desenvolver o projeto Embarcar?
O que permitiu que ele desenvolvesse o projeto? Como a história de vida de Taissir 
permitiu que ele tomasse a iniciativa para intervir sobre um problema local?
Que impactos a iniciativa provocou nas pessoas que precisam chegar ou sair de 
Santarém?
Relacione a análise do vídeo com a exploração do território que aconteceu 
anteriormente. Enfatize como a dependência e a falta de informação a respeito do 
transporte – um problema que incomodava não apenas o jovem, mas boa parte 
da população – motivou a criação da startup. Mostre também como Taissir tinha 
algumas forças, como o conhecimento de programação, a capacidade de trabalhar 
em grupo e a facilidade de ir em busca de informações. Isso permitiu que o negócio 
ganhasse força.
 
Distribua seis pedaços pequenos de papel, três de uma cor e três de outra, e 
explique que vamos tentar identificar as fragilidades e as forças do território que 
observaram na atividade do mapa. Peça que escolham três fragilidades percebidas 
e registrem uma em cada papel. Depois, que pensem em três forças do território e 
façam o mesmo processo de registro individualmente.
Escolha um suporte, como uma parede ou um quadro de cortiça, para reunir de um 
lado as forças e de outro as fragilidades do território. Peça que os jovens colem com 
fita crepe ou tachinhas suas contribuições. Quando tiverem terminado, solicite que 
leiam o que diz cada pedaço de papel e procurem agrupá-los por semelhança. Que 
fragilidades mais apareceram? Que forças são mais evidentes? A ideia aqui é fazer 
inferências da percepção do grupo.
RECONHECER
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Forças
Fraquezas
Oportunidades
Ameaças
RECONHECER
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Inspire-se
Insight
O documentário visto pela turma fala de uma questão relacionada ao 
transporte, mas a mesma lógica se aplica a outras áreas. Se o mapa for feito 
de maneira comprometida, ele revelará questões como a falta de espaços 
de lazer para a juventude, a evasão escolar, a vulnerabilidade social. Por 
outro lado, pode dar a ver a capacidade associativa que existe em templos 
religiosos ou na associação de moradores, a liderança e o potencial de 
mobilização de uma diretorade escola, os projetos de extensão e parcerias 
viáveis com universidades públicas.
Glossário: 
Análise FOFA
Esta atividade é uma adaptação 
de uma ferramenta de 
planejamento e gestão de 
projetos chamada Análise FOFA 
ou, em inglês SWAT, que ajuda 
na avaliação de cenários e na 
tomada de decisões. No modelo 
original, identificam-se as 
Forças e as Fraquezas internas 
(do projeto que se quer colocar 
em prática; no nosso caso, 
do território) e as Ameaças e 
Oportunidades externas. 
7
8
Então, em mais uma rodada de reorganização dos papéis, peça que eles conectem 
as fragilidades e forças identificadas no mural. Dito de outra maneira, que conectem 
as necessidades às potencialidades do território com o objetivo de resolver 
problemas, assim como fez Taissir, o jovem protagonista do vídeo. 
Novamente, procure amarrar as pontas do debate a fim de garantir que o objetivo 
da atividade seja cumprido. Nesse sentido, indique como nem sempre é óbvio 
juntar as habilidades e características de que dispomos com os problemas que 
afetam nossa vida e que precisamos resolver. Trata-se de um exercício ligado às 
competências empreendedoras.
.
RECONHECER
51
NA PRÁTICA
O meu lugar
Tempo sugerido: 50 minutos
Comece a atividade escrevendo o título desta proposta na lousa ou em outro 
suporte que estiver disponível: O meu lugar.
Explore com os(as) jovens os diferentes significados da frase. Ao que ela se refere? 
Enfatize que ela pode remeter ao lugar de onde viemos, ou seja, às nossas origem e 
identidade. Pode também falar sobre o lugar em que vivemos, por onde circulamos, 
nosso território. Por fim, fazer pensar sobre qual é nosso lugar, de modo subjetivo, 
em um mundo de muitas possibilidades.
2
1
Personalize sua aula
Para completar a reflexão, você pode 
ouvir com os(as) estudantes músicas 
representativas dessa pluralidade de 
significados que acompanham 
a frase discutida. Uma delas é 
De Santo Amaro a Xerém (assista 
aqui: https://youtu.be/h0UAAfOaEmc), 
de Caetano Veloso, interpretada por 
Maria Bethânia e Zeca Pagodinho, 
conhecidos pelo valor que dão 
ao lugar em que nasceram ou se 
criaram. Estas são sugestões, pois a 
seleção musical deve dialogar com as 
preferências e origens do seu grupo.
RECONHECER
52
Recupere com o grupo de estudantes as atividades de autoconhecimento feitas 
no primeiro capítulo desta unidade. É importante que retomem, em especial, o 
exercício de brainstorm Janelas para o futuro.
Peça que eles releiam o que haviam escrito em seus quadros pessoais e em seguida 
observem os mapas afetivos que foram confeccionados após a exploração do 
território. 
Prepare, com antecedência, duas caixas. Escreva em uma delas a frase “Eu recebo” e 
na outra “Eu ofereço”.
Entregue dois pedaços de papel coloridos a cada jovem. Em um, eles(as) devem 
escrever o que oferecem como habilidade ou desejo a esse território – por exemplo, 
“ofereço criatividade” ou “ofereço o desejo de ajudar as pessoas. No outro, devem 
registrar o que recebem desse território – por exemplo, “recebo um modelo de 
solidariedade”, “recebo o bom humor cotidiano da comunidade”.
Depois que os registros forem feitos, peça que a turma deposite os papéis nas caixas.
Abra um círculo e peça a cada um que retire das caixas uma resposta e leia para o 
grupo, de modo dinâmico. 
Quando terminarem de ler os papéis, peça que tentem responder a razão pela 
qual conectamos as duas atividades: a de autoconhecimento com a de exploração 
do território. Ouça as hipóteses e reafirme o que for necessário para um processo 
impulsionador da educação empreendedora. 
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8
3
Inspire-se
Insight
As oportunidades estão também nos lugares por onde circulamos, mas 
para percebê-las, em primeiro lugar, é necessário que saibamos quais são 
as nossas metas, estabelecer parâmetros para um projeto de vida. Em 
segundo lugar, para empreender é preciso enxergar o mundo com novas 
lentes, a fim de perceber relações que não se dão a ver tão facilmente e de 
enxergar possibilidades em lugares que parecem hostis ou inférteis – tal 
como na epígrafe desta unidade, trata-se de ser como o inseto que busca 
um caminho no terremoto. 
53
RECONHECER
53
Quero, terei —
Se não aqui,
Noutro lugar que 
inda não sei.
Nada perdi.
Tudo serei.
Fernando Pessoa, poeta português
54
CONECTAR, 
BUSCAR E 
MOVIMENTAR
3
“O alimento da 
inteligência é 
aquilo que ela 
nunca pensou. 
Ela o procura 
sem saber. 
Ela espera sem 
saber aquilo 
em que nunca 
teria pensado.”
Paul Valéry
CONECTAR, BUSCAR E MOVIMENTAR
55
O futuro do trabalho
Objetivos
Promover a reflexão sobre o mundo do trabalho diante das 
transformações do século XXI.
Relacionar projeto de vida e educação empreendedora no contexto 
das referidas transformações.
Público
Estudantes do Ensino Médio e estudantes do Ensino Fundamental – 
Anos finais
Competências 
empreendedoras
IDEIAS &
 
OPORTUN
ID
A
D
ES
A
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RECURSOS
Identificar oportunid
ad
es
Criatividade
Visão
Valorização das ideias
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ento ético e sustentável
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Autoconsciência e auto
efic
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Motivação e persever
anç
a
Mobilização de recu
rsos
Educação financeira e eco
nôm
ica
Mobilização de pessoa
s
Fonte: 
Entrecomp
CONECTAR, BUSCAR E MOVIMENTAR
56
Competências gerais da BNCC
Conhecimento
Pensamento científico, crítico e criativo
Repertório cultural
Trabalho e projeto de vida
Área do conhecimento
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas #ensinomédio
Linguagens e suas Tecnologias #ensinomédio
Ciências Humanas #ensinofundamental
Linguagens #ensinofundamental 
Atividades desta sequência didática
Ensino Médio 
Mudanças em curso
“Eu sonho mais alto que drones”
Ensino Fundamental – Anos finais
Transformar-se em outros(as)
CONECTAR, BUSCAR E MOVIMENTAR
57
NA PRÁTICA
Mudanças em curso #ensinomédio
Tempo sugerido: 100 minutos
Faremos um levantamento das relações de trabalho presentes nas famílias e nas figuras 
de referência dos(as) estudantes para traçar hipóteses a respeito das transformações 
dessa área que se percebem no mundo contemporâneo.
Como preparação para esta atividade, oriente os(as) jovens a pesquisarem as 
relações de trabalho que as pessoas com quem convivem tiveram ao longo da vida. 
Para pautar a investigação, você pode oferecer a eles(as) uma lista de questões 
como a que apresentamos a seguir.
1
Qual é o seu nome?
Qual é a sua data de nascimento?
Quando você era criança, sonhava em exercer que profissão quando adulto?
Que profissão você exerce hoje?
Quando você começou a trabalhar?
Até hoje, que ocupações você teve? Em que diferentes lugares você já 
trabalhou?
Já ficou ou está desempregado(a)? Como se sente em relação a isso?
Como eram/são os contratos de trabalho? Você trabalhou com carteira 
assinada ou formalizou sua atividade de alguma outra maneira, por exemplo, 
por meio de um cadastro como Microempreendedor Individual?
Que importância o trabalho tem em sua vida?
Se pudesse dar um conselho a um(a) jovem que está prestes a começar a 
trabalhar, que conselho daria?
CONECTAR, BUSCAR E MOVIMENTAR
58
Combine um prazo para que eles(as) façam as entrevistas e peça que, se possível, 
conversem com mais de uma pessoa. É importante ouvir diferentes pontos de 
vista sobre o tema. Vale estimular que entrevistem alguém que admiram como 
profissional, pode ser um professor, um funcionário da escola ou alguém com 
quem trabalham, já que no Ensino Médio há uma série de estudantes que exercem 
atividade remunerada.
Com os dados coletados, promova entre os(as) jovens uma atividade de registro. 
Peça-lhes que elejam uma das pessoas entrevistadas e escrevam uma narrativa em 
primeira pessoa, que registre a trajetória do(a) escolhido(a) no mundo do trabalho. 
Como os textos serão lidos depois, limite o tamanhodas produções a uma folha de 
tamanho A4.
2
3
Inspire-se
Insight
O registro escrito oferece um importante instrumento de avaliação para 
educadores(as). Que aspectos da trajetória do(a) entrevistado(a) os(as) 
estudantes escolhem valorizar? Quais preferem deixar de lado? O que 
essas escolhas revelam sobre a visão de mundo do(a) próprio(a) jovem?
Solicite que voluntários(as) compartilhem em voz alta trechos que gostaram das 
narrativas que escreveram. Na sequência, peça que reflitam sobre as narrativas que 
ouviram e que analisem as experiências de diferentes faixas etárias em relação ao 
trabalho. Ao compararmos as diferentes histórias, o que mudou?
4
CONECTAR, BUSCAR E MOVIMENTAR
59
Personalize sua aula
Caso seu grupo tenha dificuldade para traçar paralelos entre o passado 
e o presente no campo do trabalho, selecione imagens que retratam 
diferentes épocas. Selecionamos algumas possibilidades:
O francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848) trabalhou como pintor da 
corte portuguesa no Brasil e retratou, entre outros temas, o cotidiano 
das pessoas escravizadas naquele período. Acesse algumas de suas 
obras na Enciclopédia Itaú Cultural: https://enciclopedia.itaucultural.
org.br/pessoa18749/jean-baptiste-debret 
O brasileiro Sebastião Salgado registrou, entre 1980 e 1990, o esforço 
humano na série de fotografias Trabalhadores. Algumas das imagens 
estão disponíveis no site Nutrição Visual: https://nutricaovisual.art.br/
historia/artistas-em-pesquisa/sebastiao-salgado/ 
É famosa a foto de Charles Clyde Ebbets, de 1932, que registra operários 
almoçando sentados em uma viga posicionada nas alturas durante a 
construção de um edifício em Nova York. Acesse no site do G1.
As videoinstalações do artista alemão Harun Farocki tematizam o 
trabalho ao longo da história. Conheça Farocki a partir da exposição 
organizada pelo Instituto Moreira Salles: youtu.be/ZXcr2wmTnxs
Inspire-se
Insight
São muitos os tópicos que podem ser abordados pela turma nessa 
reflexão. Há, ainda assim, pontos importantes que não podem ser 
ignorados por quem faz a mediação da atividade. É importante 
ressaltar o crescimento da informalidade – e, no caso do Brasil, do 
empreendedorismo, como resposta à redução das vagas formais. Também 
podem ser tematizadas as mudanças na produção, como a redução do 
número de operários que trabalham em fábricas ou no campo, em razão 
da automatização e da inteligência artificial. Ainda, não perca de vista os 
efeitos da pandemia sobre o mundo do trabalho. Cresceu o número de 
pessoas que trabalham em home office e dos entregadores ou motoristas 
de aplicativo, como resultado da uberização.
Após construir a comparação em relação às transformações do mundo do trabalho 
em diferentes épocas, exiba a palestra de Maira Habimorad, especialista em 
Recursos Humanos, em uma edição do TEDx Talks de 2018, que discute o que não 
muda em relação ao futuro além de questões éticas e morais ligadas à produção. 
Assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Dy9O3oOVnho 
No desfecho da conversa, procure sintetizar as reflexões construídas ao longo deste 
percurso: O que o futuro do trabalho reserva a quem ingressará nesse mundo em 
breve? Como encontramos correspondência entre essas conclusões e nosso projeto 
de vida? Aprofundaremos esta questão na próxima atividade.
60
5
6
Glossário: 
Uberização
O termo reflete transformações 
no modelo de trabalho, que 
passa a ser gerenciado por 
plataformas digitais, como 
aplicativos, as quais conectam 
os clientes às empresas. As 
relações são caracterizadas, ao 
mesmo tempo, pela eficácia e 
pela informalidade. Dados do 
Instituto Locomotiva mostraram 
que, em 2021, 11,4 milhões de 
pessoas recorreram a aplicativos 
para obter ao menos parte de 
sua renda.
Experiências promovidas por uma 
escola que acolhe as juventudes e 
percebe os desafios da sociedade 
contemporânea] favorecem a 
preparação básica para o trabalho 
e a cidadania, o que não significa a 
profissionalização precoce ou precária 
dos jovens ou o atendimento de 
necessidades imediatas do mercado 
de trabalho. Ao contrário, supõe o 
desenvolvimento de competências que 
possibilitem aos estudantes inserir-
se de forma ativa, crítica, criativa e 
responsável em um mundo cada vez 
mais complexo e imprevisível, criando 
possibilidades para viabilizar seu 
projeto de vida e continuar aprendendo, 
de modo a ser capazes de se adaptar 
com flexibilidade a novas condições 
de ocupação ou aperfeiçoamento 
posteriores. 
Base Nacional Comum Curricular, p. 465-466.
CONECTAR, BUSCAR E MOVIMENTAR
61
CONECTAR, BUSCAR E MOVIMENTAR
62
NA PRÁTICA
“Eu sonho mais alto que drones” #ensinomédio
Tempo sugerido: 150 minutos
O título desta atividade se refere a um verso da música AmarElo, do rapper Emicida. 
O objetivo é estimular os(as) jovens a compreender que valor tem ou terá o trabalho em 
suas vidas a fim de que possam refletir sobre seu projeto de vida e sobre o que desejam 
alcançar no curto, no médio e no longo prazo – sem esquecer de sonhar alto.
Comece a atividade lendo as frases a seguir, que trazem diferentes visões sobre o 
trabalho tanto no âmbito pessoal como social e histórico. As citações podem ser 
projetadas em slides ou impressas em papel e coladas nas paredes ou no mural 
da sala.
1
“O trabalho danifica o homem.”
Maguila, boxeador brasileiro.
 “[...] o chefe da casa, trabalha e nunca está
Ninguém vê sair, ninguém escuta chegar
O trabalho ocupa todo o seu tempo
Hora extra é necessário pro alimento”
Racionais MC’s, Periferia é periferia (em qualquer lugar)
 
“Eta povo pra lutar, vai gostar de trabalhar/
Nunca vi tão disposto (esse é o povo brasileiro).” 
Trecho da canção Eta povo pra lutar, de Zeca Pagodinho
“Amor, trabalho e conhecimento são as fontes 
de nossa vida. Deveriam também governá-la.” 
Wilhelm Reich
CONECTAR, BUSCAR E MOVIMENTAR
63
“E do caboclo que vive
Com a enxada na mão
Trabalhando o dia inteiro
Com a maior diversão
Sem invejar a ninguém
Satisfeito a trabalhar
Cada vez mais animado
Esse teu suor pingado
Grandeza e honra te dá.”
Trecho de Caboclo Nordestino, música de 
Luiz Gonzaga
 “Seu trabalho vai 
preencher uma parte 
grande da sua vida, e a 
única maneira de ficar 
realmente satisfeito é fazer 
o que você acredita ser 
um ótimo trabalho. E a 
única maneira de fazer um 
excelente trabalho é amar o 
que você faz.”
Steve Jobs, criador da Apple
 “Hoje o indivíduo se explora e 
acredita que isso é realização.” 
Fala do filósofo sul-coreano e contemporâneo Byung Chul-Han, em entrevista ao jornal El País.
Na sequência, pergunte aos(às) jovens que frase mais se relaciona com o modo 
como percebem o trabalho. Abra espaço para as críticas e acolha as falas que 
expressem falta de perspectiva.
2
Inspire-se
Insight
A falta de perspectiva em relação ao trabalho pode ser explicada pelos 
exemplos familiares, pela ausência de figuras de referência ou pelo índice 
de vulnerabilidade social do território. Daí a importância de dar voz às 
histórias de vida dos(as) estudantes e das atividades de tutoria na escola, 
que ampliem os horizontes sobre o tema.
CONECTAR, BUSCAR E MOVIMENTAR
64
Depois que eles(as) escolherem as frases, investigue com a turma o que elas 
evidenciam sobre a relação entre humanidade e trabalho, sobretudo, na 
contemporaneidade. É importante deixar claro como convivem, simultaneamente, 
percepções que idealizam o trabalho e outras que o menosprezam. Questione se é 
possível encontrar um equilíbrio em relação a essas visões polarizadas.
Após a provocação inicial, dê aos(às) jovens uma tarefa ligada à cultura digital. 
Eles(as) devem planejar e criar gifs animados ou um vídeo por meio do qual 
expressem suas metas para os próximos 5, 10, 15 e 20 anos. O formato pede que a 
tarefa seja cumprida com bom humor, o que não tira dela a seriedade da reflexão 
sobre o futuro.
3
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Pegada digital
O site CanalTech explica como usar o WhatsApp para criar gifs 
animados: youtu.be/951xPftI28s
Quando os trabalhos estiverem terminados, organize