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Sintomas respiratórios

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Alice Bastos 
Sintomas respiratórios 
Tosse 
Introdução 
É a manifestação mais comum das doenças 
respiratórias, sendo um importante mecanismo de 
defesa; 
É um mecanismo fundamental para a higiene e a 
proteção dos pulmões e envolve uma expiração 
explosiva que os protege de aspiração, promovendo a 
circulação de secreções e outros componentes das vias 
aéreas em direção à boca. 
Mecanismo 
As fases do reflexo da tosse são: inspiratória, 
compressiva e expiratória; 
Fase inspiratória: corresponde à inalação de gás; 
→ Não existe relação entre o reflexo da tosse e o 
volume inalado, ou seja, um reflexo pode 
ocorrer com a inalação de pequenos volumes 
pulmonares; 
Fase compressiva: corresponde ao fechamento da 
glote (que ocorre logo após a inalação dos volumes 
pulmonares) e ao início do esforço expiratório; 
→ O fechamento da glote diminui o 
encurtamento da musculatura respiratória, 
promovendo uma contração isométrica dos 
músculos expiratórios, o que leva ao aumento 
das pressões intratorácica e intra-abdominal; 
Fase expiratória: quando ocorre a abertura da glote e 
então a pressão intratorácica desenvolvida na fase 
anterior promove altos fluxos respiratórios; 
→ Apesar de o fechamento da glote melhorar a 
última fase da tosse, ele não é fundamental 
para o mecanismo da tosse ser efetivo; 
O reflexo da tosse envolve 5 grupos de componentes: 
receptores da tosse, nervos aferentes, centro da tosse, 
nervos aferentes e músculos efetores; 
Os receptores da tosse podem ser encontrados em 
grande número nas vias respiratórias altas (da laringe 
até a carina e nos brônquios), e podem ser estimulados 
por mecanismos químicos (gases), mecânicos 
(secreções, corpos estranhos), térmicos (ar frio, 
mudanças bruscas de temperatura) e inflamatórios 
(asma, fibrose cística); 
→ Os receptores também estão presentes na 
cavidade nasal e nos seios maxilares, na 
faringe, no canal auditivo externo e na 
membrana timpânica, na pleura, no estômago, 
no pericárdio e no diafragma e no esôfago; 
→ Os receptores da tosse não estão presentes 
nos alvéolos e no parênquima pulmonar, 
sendo esse o motivo de haver, em alguns 
casos, pneumonia sem tosse. 
Classificação 
A tosse pode ser classificada da seguinte maneira: 
→ Aguda: período de até 3 semanas; 
• Causas mais comuns: infecções de vias 
aéreas superiores, quadros gripais e 
infecções bacterianas, DPOC e asma 
com exacerbações; 
→ Subaguda: tosse persistente por período entre 
3 e 8 semanas; 
• Causas mais comuns: doenças 
infecciosas e não infecciosas têm 
importância, tendo como exemplos a 
DRGE e a síndrome da tosse crônica; 
→ Crônica: tosse com duração superior a 8 
semanas; 
• Causas mais comuns: síndrome da 
tosse de vias respiratórias, asma e 
DRGE, tabagismo ativo. 
Avaliação da tosse 
É importante investigar os seguintes pontos: 
→ Início da tosse; 
→ Duração; 
→ Frequência; 
→ Intensidade; 
→ Tonalidade; 
→ Associação com o escarro (se presente, é 
importante determinar tanto a quantidade 
quanto a qualidade do escarro); 
→ Fatores de melhora ou piora; 
Alice Bastos 
→ Relações com o decúbito; 
→ Período do dia em que é maior a sua 
intensidade. 
Dispneia 
Definição 
De acordo com o consenso da American Thoracic 
Society, a dispneia é definida como a experiência 
subjetiva de desconforto para respirar composta por 
sensações qualitativamente distintas em intensidade; 
→ A experiência deriva de interações entre 
múltiplos fatores fisiológicos, psicológicos, 
sociais e ambientais, podendo induzir 
respostas comportamentais e fisiológicas 
secundárias. 
Mecanismos 
Os mecanismos responsáveis pela dispneia não são 
totalmente conhecidos, mas estão associados aos 
estímulos que aumentam a ventilação ou são 
consequentes à ventilação aumentada; 
As sensações respiratórias são geradas por interações 
entre os estímulos motores eferentes (que saem) que 
partem do cérebro e chegam aos músculos 
respiratórios e os estímulos sensoriais aferentes (que 
chegam) desencadeados pelos receptores presentes 
em todo o corpo (feedback), assim como pelo 
processamento integrativo destas informações que, 
deve ocorrer no cérebro; 
Determinada doença pode causar dispneia por um ou 
mais mecanismos, que podem atuar em algumas 
circunstâncias (ex.: esforço físico), mas não em outras 
(ex.: mudança de posição). 
 
 
 
EFERENTES MOTORES 
Os distúrbios da bomba ventilatória, mais comumente 
aumentos da resistência ou da rigidez das vias 
respiratórias (diminuição da complacência) do sistema 
respiratório, estão associados à acentuação do 
trabalho respiratório ou a uma sensação de esforço 
exagerado para respirar; 
Quando os músculos estão fracos ou fatigados, é 
necessário realizar mais esforço, mesmo que a 
mecânica do sistema esteja normal; 
A estimulação neural acentuada proveniente do córtex 
motor é percebida por uma descarga simultânea (um 
sinal neural) enviada ao córtex sensorial ao mesmo 
tempo em que os estímulos motores são enviados aos 
músculos respiratórios. 
AFERENTES SENSORIAIS 
Os quimiorreceptores localizados nos corpos 
carotídeos e no bulbo são ativados por hipoxemia, 
hipercapnia aguda e acidemia; 
→ A estimulação desses receptores, assim como 
de outros que resultam no aumento da 
ventilação, produz a sensação de falta de ar; 
Os mecanorreceptores situados nos pulmões quando 
são estimulados pelo broncoespasmo, geram uma 
sensação de constrição torácica; 
Os receptores J sensíveis ao edema intersticial e os 
receptores dos vasos sanguíneos pulmonares, quando 
são ativados por alterações agudas da pressão arterial 
pulmonar, parecem contribuir para a sensação de falta 
de ar; 
A hiperinsuflação está associada à sensação de esforço 
mais acentuado para respirar e à incapacidade de obter 
uma respiração profunda ou satisfatória; 
Os metaborreceptores localizados nos músculos 
esqueléticos parecem ser ativados por alterações da 
composição bioquímica local dos tecidos ativos 
durante o exercício e, quando são estimulados, 
contribuem para o desconforto respiratório. 
INTEGRAÇÃO: DISCREPÂNCIA ENTRE EFERENTES E 
REAFERENTES 
A desproporção entre os estímulos anterógrados 
enviados aos músculos ventilatórios e o feedback 
gerado pelos receptores que monitoram a resposta da 
bomba ventilatória aumenta a intensidade da dispneia; 
Alice Bastos 
→ Isto é importante quando há um desequilíbrio 
mecânico na bomba ventilatória, como ocorre 
na asma ou na doença pulmonar obstrutiva 
crônica (DPOC). 
CAUSAS 
A dispneia pode ser consequente a causas: 
→ Pulmonares: diminuição da complacência ou 
obstrução das vias aéreas; 
→ Cardíacas: insuficiência cardíaca; 
→ Metabólicas: acidose metabólica, diabete e 
uremia; 
→ Associadas a outras condições que alteram a 
ventilação: gravidez, obesidade e anemia; 
→ Psíquicas: “dispneia suspirosa”. 
 
Avaliação da dispneia 
A dispneia pode ser classifica em: 
→ Aguda: o sintoma aparece em poucas horas ou 
dias; 
→ Crônica: o sintoma persiste por mais de 30 
dias; 
Algumas variáveis que afetam a percepção da dispneia 
são: idade, sexo, fatores socioeconômicos, 
antecedentes pessoais e de aprendizagem social, 
crenças, tolerância a dor e desconforto e orientação 
psicológica; 
É necessário esclarecer: 
→ Início do sintoma; 
→ A forma como se instalou; 
→ Sintomas associados; 
→ Fatores de melhora e piora, além da relação 
com o decúbito (se piora ao deitar, se há 
necessidade de levantar à noite ou se é 
acordado pela dispneia sugerem origem 
cardíaca); 
A história pregressa deve ser obtida sempre que 
possível; 
→ Perguntar sobre doenças preexistentes (ex.: 
asma, DPOC, doenças cardíacas ou 
insuficiência coronariana), se o paciente 
apresentou episódios semelhantes antes; 
Além disso, é necessário determinar o tipo de 
desconforto; 
 
Por fim, também é importante investigar: 
→ Intensidade da sensação: a escala de Borg 
modificada,ou uma escala analógica visual, 
pode ser utilizada para avaliar a dispneia em 
repouso, logo depois de um esforço físico, ou 
ao recordar uma atividade física reprodutível; 
• Uma abordagem alternativa é 
perguntar sobre as atividades que o 
paciente consegue realizar, isto é, 
obter uma noção da limitação física do 
paciente; 
→ Dimensão afetiva; 
Ao realizar o exame físico, é importante buscar os 
sinais de maior gravidade, como: 
→ Alteração do nível de consciência ou agitação; 
→ Fala fragmentada; 
→ Incapacidade de manter o esforço respiratório; 
→ Retrações e uso de musculatura acessória; 
→ Cianose; 
→ Sudorese profusa. 
 
 
Alice Bastos 
Sibilos 
Indicam o estreitamento das vias respiratórias, sendo 
semelhantes a um assovio ou a um chiado; 
Tem timbre mais agudo, e sua intensidade é 
diretamente proporcional à diminuição do calibre das 
vias respiratórias; 
O fluxo de ar por um segmento estreitado ou 
comprimido de uma via respiratória de pequeno 
calibre torna-se turbulento, causando a vibração das 
paredes das vias respiratórias; 
→ É esta vibração que produz o som de sibilo; 
O sibilo é mais comum durante a expiração porque a 
pressão intratorácica aumentada durante essa fase 
estreita as vias respiratórias e as vias respiratórias se 
estreitam conforme o volume pulmonar diminui; 
A sibilância pode ser dividida em: 
→ Polifônica: há estreitamento disseminado das 
vias aéreas causando vários sons ou níveis de 
obstrução ao fluxo aéreo (como ocorre na 
asma); 
→ Monofônica: é um som de timbre único, 
produzido nas vias aéreas maiores durante a 
expiração; 
Quando presentes bilateralmente na ausculta do tórax, 
são muito indicativos de asma brônquica; 
→ No entanto, em ocasiões de crises graves, 
podem estar ausentes, caracterizando o 
“silêncio respiratório” da asma grave.

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