Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Iasmyn Paixão Referência: Aula Carla Zambaldi AULA X PSIQUIATRIA PSIQUIATRIA PERINATAL · Transtornos mentais na gestação e puerpério · Luto perinatal · Parto traumático e papel da equipe de saúde A gestação e especialmente o pós-parto são épocas da vida da mulher de vulnerabilidade ao adoecimento mental. Fatores pessoais de vulnerabilidade · História de transtorno mental · Estilo de apego · Falta de suporte social · Falta de habilidades de enfrentamento · História de traumas · História de abuso sexual e violência doméstica · Fatores genéticos (história familiar) Fatores obstétricos de vulnerabilidade · Complicações: gestação de alto risco, parto prematuro, necessidade de intervenções · Gestação não planejada, não desejada · Perdas gestacionais prévias · Gestação na adolescência Fatores biológicos de vulnerabilidade · Aumento intenso de progesterona, alopregnanolona, estrogênio na gestação e queda brusca pós-parto · Alterações na leptina, cortisol, hormônio da tireoide, ocitocina plasticidade de redes neurais p/ cuidado · Alterações imunológicas Fatores psíquicos de vulnerabilidade · Necessidade de adaptação ao corpo, ao papel, a responsabilidade, mudanças na vida. · Privação de sono · Necessidade de rede de apoio Transtornos mentais na gestação · Transtorno depressivo: 7-20% · Transtornos ansiosos: ~10% · Insônia: 60% · Sofrimento e piora na qualidade de vida da mulher · Risco de suicídio · Impacto na relação mãe-feto e cuidados de saúde · Ambiente fetal desfavorável. Programação fetal para saúde e doença cortisol alto alterações epigenéticas vulnerabilidade · Rastreio, abordagem e tratamento são imprescindíveis. Psicofármacos na gestação · Psicofármacos atravessam a barreira placentária · Ácido valpróico é contraindicado na gestação · Demais psicofármacos devem ter indicação avaliada caso a caso · Pesar risco e benefícios · Decisão caso a caso, devendo ser levado em consideração história da doença, gravidade, tratamentos anteriores, riscos · Decisão compartilhada · Preferir monoterapia · Preferir fármacos com melhores evidências de segurança (teratogenicidade, desfecho obstétrico, adaptação neonatal, teratogenicidade comportamental) Transtornos mentais no pós-parto · Depressão pós-parto 13-20% · Transtornos ansiosos ~10% · TOC 2-9% · TEPT 1-6% · Transtorno alimentar ~7% · Transtorno bipolar do humor (30% tem recaída, 10-20% tem psicose puerperal) · Psicose puerperal ~1/1000 Depressão pós-parto · Início na gestação ou certa de 2-3 semanas após o parto · Pode acontecer até 1 ano pós-parto · Humor depressivo: · Perda de interesse e prazer, alterações no sono, apetite, atividade psicomotora, perda de energia, dificuldade de concentração e tomada de decisões, pensamentos negativos, inutilidade, culpa, ideação suicida. · Repercussões · Sofrimento, piora na qualidade de vida · Risco de suicídio · Menor índice de amamentação · Impacto negativo na relação mãe-bebê · Menor qualidade de interação com o bebê · Menos contato visual e posicionamento face a face · Menos vocalizações · Menos expressões faciais positivas · Menos atenção ao comportamento e necessidades do bebê · Atente menos prontamente · Menos sintonia e disponibilidade · Menos interesse as necessidades do desenvolvimento · Menor prazer e interesse na interação Relação mãe-bebê · Vinculo com necessidade de apego e mãe disponível e sensível (comportamento materno) · Alterações hormonais: ocitocina e plasticidade neural favorecem o comportamento materno · Relação mãe-bebê adequada está relacionado a: · Apego seguro, adequado desenvolvimento motor, linguagem, cognitivo e cognição social, controle emocional, resiliência. Psicose puerperal · Início nos primeiros dias após o parto, evolução rápida · Inquietação, insônia, alterações de humor (depressão, elação humor, irritabilidade), labilidade do humor. · Confusão, delírios e alucinações: risco de suicídio e infanticídio Emergência médica! Suicídio · Ideação suicida deve ser investigada ativamente · Suicídio é uma causa importante de morte no período perinatal · Suicídio acompanhado do infanticídio é comum. Psicofármacos no pós-parto · Psicofármacos são excretados no leite materno · Lactente não tem a mesma condição de metabolização do adulto · Decisão caso a caso · Escolho por psicofármacos mais seguros · Risco de transtorno mental não tratado · Benefício de manter amamentação · Risco do uso de psicofármacos para o lactente · Dados da literatura que indicam segurança Aspectos psíquicos no período perinatal devem ser investigados de rotina. Luto perinatal · Infertilidade · Aborto · Morte fetal · Morte neonatal · Luto invisibilisado · Perda de um filho · Perda da expectativa, da identidade, de confiança em seu próprio corpo, do sentido da vida. · O processo leva tempo, promove a integração da perda na vida. Reações à perda – modelo John Bowly · Entorpecimento · Anseio · Desorganização e desespero · Reorganização Nas assistências as mulheres que sofrem abortamento, perda gestacional, perda neonatal · Dar a noticia de forma compassiva, honestidade, respeito, informações claras e efetivas, local adequado, tempo, empatia, oferecer presença, aceita a falta de significado da perda · Utilizar nome do bebê · Informar e preparar para tomada de decisões (paliação ou indução do parto, autopsia ou não, ver o bebê) · Identificar necessidade de ritos de despedida · Oferecer local adequado para mulheres que abortam ou tem perda gestacional Apoio ao luto perinatal · Respeito ao luto, validação · É importante criar memória do filho que partiu · Rituais · Grupos de apoio ou psicoterapia · Suporte para construção da narrativa, adaptação, integração da perda a vida, criar significado Não invalidar a dor da perda no período perinatal Vivências psíquicas e necessidades no momento do parto · Realização de um sonho e alegria · Medo da dor, do incerto, do trabalho árduo, da assistência recebida · Tensão e ansiedade · Diferentes expectativas (cultura e família) · Necessidade de segurança e de suporte Atenção! · Algumas mulheres apresentam rememoração intrusivas, pesadelos, revivências, evitação, alterações emocionais, cognitivas em decorrência do parto · Parto pode ser visto como uma experiência traumática · Em decorrência do trauma pode desenvolver TEPT Trauma · Situação insuportável cognitiva e emocionalmente · Situação considerada negativa, de ameaça à vida e à integridade, repentina, não previsível, na qual não se tem controle · Trauma provoca ruptura de crenças sobre a vida, a previsibilidade e segurança, as próprias capacidade e valor, sentido da vida, causando medo, ansiedade Parto traumático · Medo intenso da morte · Medo intenso da morte do RN · Muita dor · Medo de ser lesada fisicamente · Experiência humilhante, falta de suporte, falta de informações, maus tratos · Perda de controle · Experiências dissociativa · O suporte da equipe de saúde pode ser definidor Experiências positivas do parto · Parto que cumpra ou supere suas expectativas e crenças · Dado a luz a um bebê saudável · Num ambiente seguro clínica e psicologicamente · Com cuidado continuado · Apoio ao acompanhante · Equipe técnica competente · TP fisiológico · Senso de realização pessoal · Mulher envolvida na toma de decisões Empenho em evitar maus-tratos no TP e parto · É considerado maus-tratos · Cuidado desrespeitoso e abusivo · Falta de privacidade · Abuso físico · Abuso verbal · Negligência/abandono · Cuidado sem dignidade · Cuidado sem consentimento
Compartilhar