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Ana Luiza F. Fonseca 74D Microbiologia Espécies de interesse clínico: Streptococcus pyogenes Streptococcus agalactiae Streptococcus pneumoniae Fisiologia e estrutura: Cocos Gram +, pares e cadeias com 0,5 - 1 m (presença de cadeias mais curtas ou mais longas) Hemolíticos ou não Anaeróbios facultativos Catalase negativos Carboidrato grupo- específico Imóveis e não esporulantes Maior exigência nutricional comparado aos estafilococos Crescimento na faixa de 37ºc Classificação: possuem 3 padrões para diferenciar as espécies do gênero Streptococcus: 1) Padrões hemolíticos (hemólise β – completa, α – parcial ou γ – sem hemólise). 2) Propriedades sorológicas: sorotipagem de Lancefield (grupos A até W). 3) Propriedades bioquímico-fisiológicas. 1) Padrões hemolíticos β – hemolíticos: Hemólise total – halo bem transparente α – hemolíticos: Hemólise parcial (fica + esverdeado) Não – hemolíticos ou γ (gama) – hemolíticos 2) Classificação de Lancefield Baseado em antígenos específicos Separa em grupos de acordo com as características de cada strepto. S. pneumoniae e grupo viridans não são grupáveis pela classificação de Lancefield. Streptococcus pyogenes Características Gerais – Epidemiologia β-hemolíticos. Antígeno polissacarídeo específico do grupo A de Lancefield. Ubíquo; coloniza assintomaticamente o trato respiratório superior; colonização transitória na pele. Disseminação pessoa-pessoa: perdigotos (faringite), ou abertura na pele após contato direto com indivíduo infectado, ou através de fômites; Indivíduos com maior risco: crianças entre 2 e 15 anos, higiene precária; crianças pequenas e idosos com infecções preexistentes do trato respiratório ou de pele. Não tem padrão de resistência conhecido Desencadeador da febre reumática. Virulência: é determinada pela habilidade de: Aderir à superfície das células hospedeiras Invadir as células epiteliais Evitar a opsonização Evitar a fagocitose Produzir uma variedade de toxinas e enzimas – podem levar a síndrome do choque toxico. Fatores de virulência Efeito biológico Celulares Capsula Antifagocítica, composta de ácido hialurônico (o que ajuda o microrganismo a se esconder no sistema imune) Streptococcus G+ Ana Luiza F. Fonseca 74D Microbiologia Ácido lipoteicóico Estrutura antigênica, liga- se à fibronectina, facilitando a ligação com a célula hospedeira. Ptn M Associada com linhagens virulentas; adesina (aderência ao epitélio da garganta e pele); medeia a internalização pelas células hospedeiras; antifagocítica; degrada o componente C3b do complemento. Apresenta grande diversidade antigênica. Ptn F Liga-se à fibronectina, facilitando a ligação com a célula hospedeira. Ptn T Marcador epidemiológico útil, não identificado como fator de virulência. Resistente à tripsina, ao calor e à acidez. Extracelulares Exotoxinas pirogênicas Pirogenicidade; produção da erupção da escarlatina. Estreptolisina S e O Lisa leucócitos, plaquetas e hemácias, estimula liberação de enzimas lisossômicas; S é não imunogênica, responsável pela beta-hemólise e estável ao O2; O é imunogênica e inativada pela presença do O2. Estreptoquinase Lisa o coágulo de fibrina, facilitando a disseminação das bactérias no tecido Dnase Despolimeriza o DNA livre presente no material purulento, reduzindo a viscosidade do pus. C5a peptidase Degrada o componente C5a, inibindo a cascata do complemento. Hialuronidases Cliva o ácido hialurônico no tecido conjuntivo (fator de disseminação). Quadros clínicos Processos supurativos (purulentos) e processos não supurativos. Doenças supurativas: Contaminação de ferida ou picada de inseto com S. pyogenes Faringite, faringoamidalite Impetigo: erupções purulentas e amareladas na pele. Erisipela: infecção localizada da pele. Pode ocorrer na face e membros. Contaminação de lesões com multiplicação em camada mais profunda (Derme). Celulite: mais profunda que a erisipela: envolve pele e subcutâneo. Associada a traumatismos ou evolução de feridas superficiais. Fasciíte necrosante (“bactérias comedoras de carne”): Infecção nos tecidos subcutâneos profundos que pode se espalhar rapidamente pela fáscia muscular, comprometendo músculos e gordura. Com alta taxa de mortalidade, pode evoluir para gangrena com toxicidade sistêmica e falência múltipla de órgãos, ocasionando morte em mais de 50% dos casos. Doenças mediadas por toxinas: Síndrome do choque tóxico causado por estreptococos: Sintomas inespecíficos de dor, febre, calafrios, mal-estar, e à medida que a doença progride pode evoluir para choque e falência de múltiplos órgãos. Semelhante à toxina estafilocócica da síndrome do choque tóxico Escarlatina: Faringite (complicação da faringite estreptocócica por cepas produtoras de toxinas pirogênicas) Acompanhada de “rash”eritematoso e língua em framboesa (morango – frutas vermelhas) Outras doenças: Sepse puerperal: Invasão do endométrio por S. pyogenes proveniente do TRS de contactantes da parturiente. Pneumonia e bacteremia. Febre reumática: Anticorpos formados contra os antígenos estreptocócicos reagem de forma cruzada nos tecidos. É uma doença autoimune. Ana Luiza F. Fonseca 74D Microbiologia Alterações inflamatórias envolvendo coração, articulações, vasos sanguíneos e tecidos subcutâneos. Processos não supurativas: Glomerulonefrite aguda: inflamação aguda do glomérulo renal (edema, hipertensão, hematúria, proteinúria) Tratamento Sensibilidade as penicilinas Penicilina G Penicilina V Amoxicilina → Existem diferenças no tratamento de cada situação clínica associada à infecção por estreptococo beta- hemolítico do grupo A Streptococcus agalactiae β-hemolítico e grupo B de Lancefield. Polissacarídeos capsulares. Enzimas: hialuronidases, neuraminidases, proteases, hemolisinas/ facilitam a destruição tecidual e disseminação da bactéria. Epidemiologia: Colonizam o trato respiratório superior, intestinal e geniturinário. 15 a 40 % das mulheres podem apresentar colonização transitória na mucosa vaginal. É da microbiota Pode causar meningite e sepse no feto Importância clínica: Sepse puerperal: Risco para mães com colonização no trato genital. Grávidas: infecções do trato urinário; bacteremia e complicações disseminadas (amnionite, endometrite). Infecções em adultos: bacteremia, pneumonia, infecções dos ossos e articulações; infecções de pele e tecidos moles. Podem ocorrer infecções no RN, no intraparto ou nos primeiros 3 meses de vida De zero a 1 semana: Infecção precoce: pneumonia, bacteremia, meningite. Fonte: microbiota vaginal da mãe. De 1 semana a 3 meses: infecção tardia: bacteremia, meningite. Fonte: TRS dos cuidadores Fatores de risco: parto prematuro, mãe intensamente colonizada, ruptura precoce das membranas fetais. Tratamento: penicilinas, cefalosporinas. Medidas preventivas: Pesquisa de S. agalactiae na mucosa vaginal da mãe, entre 35ª e 37ª semanas; Uso profilático de antibiótico (Pen G) 4h antes do parto nos casos de mães portadoras de S. agalactiae na mucosa vaginal. Streptococcus pneumoniae (Pneumococo) Diplococos Gram (+) Dispostos aos pares ou cadeias curtas Não-grupável Alfa hemolítico. Tem cápsula polissacarídica: Importante fator de virulência, pois dificulta a captura da bactéria pelo muco do TRS e tem ação anti-fagocitária. Classificação em sorotipos (mais de 90 tipos). Patógeno oportunista. Principal causador de pneumonia bacteriana comunitária (80% dos casos), principalmente em idosos e crianças. Características gerais e epidemiológicas: Ubíquo, habitante comum da orofaringe e da nasofaringe de indivíduos saudáveis Fatorespredisponentes para a doença pneumocócica: Infecções virais prévias do trato respiratório. Idade: crianças e idosos. Imunossupressão, acúmulo de muco, DPOC etc. Intoxicação por álcool ou drogas (diminuem a atividade fagocítica e o reflexo da tosse). Alterações circulatórias e outras como, desnutrição, ou debilidade geral devido a doenças crônicas. Demais fatores de virulência Pneumolisina: Citolisina que atua formando poros na membrana das células do hospedeiro. Proteína A de superfície (PspA): Impede a ligação de C3, retardando a fagocitose opsonizada. Proteína C de superfície (PspC): Ligação às células epiteliais; Invasão da mucosa. Ana Luiza F. Fonseca 74D Microbiologia Hialuronidase: Quebra o ác. Hialurônico presente no tecido conectivo. IgA1: Evita a ação protetora do anticorpo presente na mucosa. Patogenia resumida: Defesas do hospedeiro diminuídas: bactérias se multiplicam nos alvéolos, provocando uma resposta inflamatória. A infecção provoca extravasamento de líquido (edema) no interior dos alvéolos, seguido de eritrócitos, leucócitos e macrófagos alveolares. Muitos pneumococos são encontrados no exsudato e podem atingir a corrente sanguínea. Manifestações clínicas: surgimento abrupto de calafrios intensos com tremores, febre alta (39 a 41°C), tosse produtiva com escarro sanguinolento e dor torácica. Resolução: ocorre quando se desenvolvem anticorpos específicos anti-capsulares, facilitando a fagocitose do microrganismo e sua morte. O anticorpo é específico e não confere imunidade cruzada. Identificação do pneumococo No escarro: diplococos Gram positivos em forma de lança, circundados por uma cápsula não corada. Em ágar sangue: alfa-hemólise.4 Imunidade: Produção de anticorpos tipo - específicos contra o polissacarídeo capsular (Ac opsonizantes). Tratamento: β-lactâmicos, macrolídeos, fluoroquinolonas. → amostras resistentes aos -lactâmicos devido alterações das PBPs. Prevenção: vacinação Vacina contendo 23 sorotipos capsulares Indicações: Idosos, portadores de pneumopatias crônicas, imunossupressão por HIV. Vacina com 10 sorotipos capsulares. Indicações: bebês – três doses mais reforço. → as doenças estreptocócicas acometem múltiplos órgãos e sistemas.
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