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FARMÁCIA HOSPITALAR RESUMOS MATERIAL COMPLEMENTAR SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À FARMÁCIA HOSPITALAR ................................................................... 4 1.1 Gestão ...........................................................................................................................................5 1.1.1 Principais atividades do profissional ....................................................................................................................................................................5 1.2 Desenvolvimento de Infraestrutura ................................................................................................6 1.2.1 Principais atividades do profissional ....................................................................................................................................................................6 1.3 Logística ........................................................................................................................................6 1.4 Manipulação de Medicamentos ......................................................................................................8 1.5 Programa de Capacitação e Ensino ................................................................................................8 1.5.1 Como fazer? ..................................................................................................................................................................................................................8 1.6 Farmácia Clínica ............................................................................................................................8 1.6.1 Atribuições do farmacêutico ...................................................................................................................................................................................9 1.7 Otimização da Terapia Medicamentosa ..........................................................................................9 1.7.1 Atribuições do Farmacêutico ..................................................................................................................................................................................9 1.8 Farmacovigilância ..........................................................................................................................9 1.8.1 Objetivos .......................................................................................................................................................................................................................10 1.9 Tecnovigilância ............................................................................................................................10 1.9.1 Objetivo ..........................................................................................................................................................................................................................10 1.10 Farmacoeconomia .....................................................................................................................10 1.10.1 Objetivo ......................................................................................................................................................................................................................10 1.11 Centro de Informação de Medicamentos ....................................................................................10 2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E FÍSICA DA FARMÁCIA HOSPITALAR ..................... 12 2.1 Planejamento e Instalação de Serviços Farmacêuticos Hospitalares ............................................13 2.1.1 Deve considerar..........................................................................................................................................................................................................13 2.1.2 Recursos Humanos..................................................................................................................................................................................................13 2.2 Estrutura Física: Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) ...................................................13 2.2.1 Armazenamento Especial ......................................................................................................................................................................................13 2.2.2 Medicamento controlados .....................................................................................................................................................................................14 2.2.3 Termolábeis .................................................................................................................................................................................................................14 2.3 Estrutura Farmacotécnica Hospitalar ...........................................................................................14 2.3.1 Preparação de formulações magistrais e oficinais não-estéreis ............................................................................................................14 2.3.2 Preparação de produtos estéreis .........................................................................................................................................................................14 2.3.3 Citotóxicos (antineoplásicos) ................................................................................................................................................................................15 3Farmácia Hospitalar 3. CENTRAL DE ABASTECIMENTO FARMACÊUTICO – CAF ........................................... 16 3.1 Manual de Boas Práticas para Estocagem de Medicamentos ........................................................17 3.2 Ambiente de Estocagem Central, Principal ...................................................................................18 3.3 Estocagem de Medicamentos Termolábeis ...................................................................................18 3.4 Estocagem de Imunobiológicos....................................................................................................19 3.5 Estabilidade dos Medicamentos ...................................................................................................21 4. GESTÃO E CONTROLE DE ESTOQUE ......................................................................... 22 4.1 Inventário ....................................................................................................................................23 4.1.1 Etapas do Inventário .................................................................................................................................................................................................23 4.2 Consumo Médio Mensal ...............................................................................................................23 4.4 Estoque Máximo ..........................................................................................................................24 4.5 Prazo de Abastecimento ..............................................................................................................24 4.6 Ponto de Pedido ...........................................................................................................................24 4.7 Formas de Classificação dos Itens do Estoque .............................................................................25 4.7.1 Curva ABC ....................................................................................................................................................................................................................25 4.7.2 Critérios XYZ ................................................................................................................................................................................................................265. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS .................................................. 27 5.1 Tipos de Sistemas de Distribuição de Medicamentos ...................................................................27 5.2 Sistema de Distribuição Coletivo ..................................................................................................27 5.3 Sistema de Distribuição Individualizado .......................................................................................29 5.4 Sistema de Distribuição Misto ou Combinado ..............................................................................30 5.5 Sistema de Distribuição por Dose Unitária....................................................................................30 5.5.1 Dose Unitária Centralizado e Descentralizado ................................................................................................................................................32 6. CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS (CIM) ....................................... 34 6.1 Fontes Primárias ..........................................................................................................................35 6.2 Fontes Secundárias .....................................................................................................................36 6.3 Fontes Terciárias .........................................................................................................................36 7. COMISSÕES TÉCNICAS HOSPITALARES .................................................................. 38 7.1 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) ...................................................................39 8. COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA (CFT) ..................................................... 44 8.1 Composição da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) .........................................................46 8.2 Principais Competências das CFT ................................................................................................48 8.3 Atribuições do Farmacêutico na CFT ............................................................................................50 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 52 4Farmácia Hospitalar 1. INTRODUÇÃO À FARMÁCIA HOSPITALAR o serviço de farmácia na instituição hospitalar é de extrema importância não apenas visando a assistência à saúde do paciente, mas também, participando do regime adminis- trativo e econômico. Há muito tempo atrás associava-se a função do Farmacêutico apenas como aquele profissional responsável pelo preparo e dispensação de medicamentos, mas na realidade, há um leque imenso de atribuições deste no setor da Farmácia Hospitalar. conceito de Farmácia Hospitalar (segundo a sociedade Brasileira de Farmácia Hos- pitalar): “Unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por profissional farmacêutico, ligada, hierarquicamente, à direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente” Exemplos de unidades de assistência ao paciente: ambulatórios, unidades de terapia intensiva, enfermarias. Se preocupar com o abastecimento dos produtos de saúde e tipos de prestação de serviços é importante, MAS o foco deve estar sempre voltado para os resultados obtidos com uma boa qualidade da assistência prestada ao paciente. lEmBrar sEmprE QUE: Nosso objetivo é garantir uma ótima atenção ao paciente, procurando sanar suas necessidades, utilizando como instrumento o medicamento. Em QUE coNsistE o papEl Da Farmácia Hospitalar? Garantir a qualidade da assistência à saúde do paciente através do uso racional de medicamentos e correlatos, individualizando às necessidades de cada um. Mas....qual é mesmo a definição do USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS (Urm)? URM é quando a farmacoterapia dos pacientes é condizente com a sua condição clínica, na dose correta, com segurança, por um período de tempo adequado e com menor custo possível.com menor custo possível. 5Farmácia Hospitalar a lei que regulamenta o exercício profissional em ambiente hospitalar é a Resolução n. 492, de 26 de novembro de 2008, do Conselho Federal de Farmácia. inclui os farmacêu- ticos das instituições tanto de natureza pública quanto privada. Nesta lei, encontramos em destaque as atribuições do Farmacêutico Hospitalar. Mas afinal, quais são elas? Figura 1. atribuições do Farmacêutico Hospitalar16 Tecno- vigilância e Farmaco- vigilância Gestão e Infra-estrutura Comissões Técnicas Hospitalares CIM Farmaco economiaLogística Farmacêutico Hospitalar Otimização da terapia medicamentosa Ensino e Pesquisa Manipulação Centro de Informação de Medicamentos 1.1 Gestão sem uma boa gestão do setor, não há uma boa qualidade na prestação de serviços; a direção da Farmácia Hospitalar é de responsabilidade do Farmacêutico; por mais que seja uma atividade voltada para prática administrativa, ela é de fundamental importância para garantir os meios adequados de uma boa atenção ao paciente. 1.1.1 Principais atividades do profissional y implementar, organizar e acompanhar todo o planejamento estratégico; y Estabelecer critérios, indicadores para avaliar o desempenho do serviço; y participa do treinamento para corpo funcional; 6Farmácia Hospitalar y Estratégias para garantir a melhoria contínua da qualidade; y Formular ações práticas clínico-assistenciais; y acompanhar desempenho financeiro. 1.2 Desenvolvimento de Infraestrutura o Farmacêutico é responsável por garantir o abastecimento da base material que será necessária para a sua atuação eficiente. 1.2.1 Principais atividades do profissional y Disponibilidade de equipamentos e instalações físicas que sejam compatíveis com as atividades a serem desenvolvidas; y implementação de um sistema informatizado de fácil manuseio e eficiente; y serviços de manutenção geral dos equipamentos e instalações físicas para exercício da prática farmacêutica. 1.3 Logística a farmácia detém todo o controle sobre os medicamentos e correlatos na instituição hospitalar; Ela participa de todas as etapas de movimentação e fluxo desses produtos; Então, o farmacêutico participa da seleção de medicamentos, que irão compor a lista de medicamentos essenciais da instituição, para suprir as necessidades dos pacientes ali presentes. Quais características devem ser avaliadas quando a seleção dos medicamentos? Eficácia Segurança Qualidade Comodidade posológica Custo para falar do fluxo de medicamentos, devemos relembrar as etapas envolvidas no ciclo da assistência Farmacêutica, a seguir: 7Farmácia Hospitalar Figura 2. ciclo da assistência Farmacêutica17 Utilização Armazenamento Compra efetiva Elencar medicamentos Qualidade do produto Prescrição, Dispensação e uso Fornecer medicamento com qualidade Quando, quantos e quais comprar Seleção Aquisição ProgramaçãoDistribuição SELEÇÃO AQUISIÇÃO DISTRIBUIÇÃO PROGRAMAÇÃO ARMAZENAMENTO UTILIZAÇÃO Definir elenco de medicamentos essenciais para suprir a demanda de necessidades dos pacientes da instituição, de acordo com os critérios já mencionados acima. Procedimentos burocráticos para efetivar a compra dos medicamentos. Garantir o fornecimento dos medicamentos com boa qualidade e segurança para uso. Definir a quais medicamentos comprar, quantos e quando, conforme demanda, controle do estoque e recursos financeiros disponíveis. Assegurar a qualidade da dos produtos estocados e controlar todas as movimentações realizadas. Análise de prescrição médica, dispensação e uso no paciente. 8Farmácia Hospitalar 1.4 Manipulação de Medicamentos É de responsabilidade da Farmacotécnica estudar a forma farmacêutica mais ade- quada e o melhor meio de se conservar os medicamentos prolongando seu período de utilização. Dente as vantagens relacionadasa preparação de medicamentos no hospital citamos: Preparar medicamentos com qualidade e segurança; Adaptados à necessidade do paciente (ex.: ajuste de dose, via de administração alternativa); Ajudando na racionalização dos medicamentos. 1.5 Programa de Capacitação e Ensino produzir informações e conhecimentos que possam aperfeiçoar a organização dos serviços, práticas e processos de utilização de medicamentos e outros produtos para saúde; Zela pela qualificação profissional; processo de aprendizado contínuo e dinâmico, desenvolvido com boa qualidade para a correta prática da atenção ao paciente. 1.5.1 como fazer? y Estágios curriculares de graduação; y Especialização; y reuniões para discussão de casos clínicos reais entre a equipe multidisciplinar; y palestras e cursos para a equipe; y incentivo à prática de relacionamento paciente-profissional de saúde. 1.6 Farmácia Clínica Área voltada à ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual o farmacêutico presta cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar e prevenir doenças. O Farmacêutico Clínico está apto a identificar sinais e sintomas, monitorar a terapia medicamentosa e orientar o paciente, atuando juntamente com os outros profissionais da saúde, com o objetivo de garantir a efetividade do tratamento. 9Farmácia Hospitalar 1.6.1 atribuições do farmacêutico y maximizar o efeito clínico dos medicamentos; y minimizar o risco de efeitos adversos induzidos por um tratamento; y reduzir o tempo de duração da terapia; y incentivar a adesão ao tratamento; y Garantir o uso correto dos medicamentos; y promover a qualidade de vida do paciente. como habilidades principais, a Farmácia clínica exige amplo conhecimento do pro- fissional em práticas terapêuticas, além de análise crítica de casos com uma boa capaci- dade de julgamento e tomada de decisão mais adequada. 1.7 Otimização da Terapia Medicamentosa Aumentar a efetividade da intervenção terapêutica em caso de identificação de al- guma não conformidade ou problema relacionado ao medicamento garantindo, sempre, o uso racional de medicamentos. 1.7.1 atribuições do Farmacêutico y avaliar o perfil farmacoterapêutico do paciente analisando as prescrições médicas no que se refere às interações, possibilidades de reações adversas, posologia, indicação clínica adequada, via de administração, compatibilidade, tempo de tratamento, por exemplo; y seleciona os pacientes que necessitam desse monitoramento: aqueles com baixa adesão ao tratamento; grupos de risco como neonatos, crianças, gestantes e idosos; uso de medicamentos potencialmente perigosos; y participa na decisão do plano terapêutico do paciente; y avaliando continuamente a resposta terapêutica. 1.8 Farmacovigilância Estuda atividades relativas à detecção, avaliação e prevenção de efeitos adversos ou outros problemas relacionados a medicamentos. y identificação precoce; y identificação do aumento; y identificação de fatores de risco e mecanismos. Utiliza o recurso de notificação espontânea para registro dos eventos ocorridos. 10Farmácia Hospitalar 1.8.1 objetivos y reduzir taxas de morbimortalidade; y Detectar precocemente problemas com segurança; y melhora seleção e uso racional dos medicamentos. 1.9 Tecnovigilância Segurança sanitária de produtos para saúde quanto a sua eficácia, adequação e uso. Visa a segurança sanitária de produtos para saúde pós-comercialização (Equipa- mentos, materiais, artigos médico-Hospitalares, implantes e produtos para Diagnóstico de Uso “in vitro”). 1.9.1 objetivo avaliar ocorrência de eventos adversos e queixas técnicas de produtos à saúde para que medidas de segurança sanitária do uso desses produtos. 1.10 Farmacoeconomia Faz análise de comparação de custos e consequência nas terapias. É a aplicação da economia ao estudo dos medicamentos otimizando os gastos fi- nanceiros sem prejuízo ao tratamento do paciente. 1.10.1 objetivo Identificar o melhor meio de racionalizar despesas e garantindo a eficácia clínica. 1.11 Centro de Informação de Medicamentos responsável por fornecer acesso à equipe multidisciplinar informações sobre medi- camentos, seja quanto a sua eficácia, indicação clínica, posologia, farmacotécnica, segu- rança, qualidade, custo. Visa promover o uso racional de medicamentos. 11Farmácia Hospitalar Figura 3. comissões técnicas hospitalares Farmácia e Terapêutica Controle de Infecções Hospitalares Terapia Antineoplásica Terapia Nutricional Avaliação de Tecnologia Licitação e Parecer técnico Gerenciamento de resíduos Nutrição parenteral Fonte: autoria própria, 2019. Foram criadas para garantir a melhoria contínua e de boa qualidade da oferta dos serviços de saúde, além de ajudar a gestão hospitalar propondo ações que contribuam com resultados positivos para a instituição. Em outras aulas abordarem, principalmente, a participação do farmacêutico na co- missão Farmácia e terapêutica, e comissão de controle de infecções Hospitalares. 12Farmácia Hospitalar 2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E FÍSICA DA FARMÁCIA HOSPITALAR Mesmo apresentando uma gestão autônoma e independente a farmácia deve estar inserida no organograma geral da instituição hospitalar abaixo segue exemplo da estrutura organizacional: Figura 4. Aquisição Recepção Armazenamento Distribuição Dispensação Controle Logística Farmacotécnica Nutrição parenteral Quimioterapia Serviços especializados Direção Farmacêutica Farmácia clínica Farmacovigilância Tecnovigilância Atenção Farmacêutica Controle de infecções Serviços clínicos sobre a estrutura física deste setor, vale ressaltar a importância de que sua locali- zação no hospital esteja em área que facilite o abastecimento dos produtos, que permita articulação de serviços prestados aos pacientes e às unidades hospitalares. segundo a sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, o documento que determina a estruturação e funcionamento das farmácias hospitalares é o manual de Padrões Mínimos para Farmácia Hospitalar (já existem 3 edições deste: 1997, 2007 e 2017). Este manual trás que devem existir, no mínimo, os seguintes ambientes para o fun- cionamento do setor: administração; armazenamento; Dispensação; orientação farmacêutica. 13Farmácia Hospitalar IMPORTANTE! Caso na instituição exista o setor de farmacotécnica (manipulação parenteral, citostáticos, misturas intravenosas, radiofármacos, dentre outros), ambientes específicos devem ser preparados fisicamente para garantir ótimas condições de trabalho e prática realizada. 2.1 Planejamento e Instalação de Serviços Farmacêuticos Hospitalares 2.1.1 Deve considerar 1) tipo de hospital; 2) lotação do hospital; 3) tipos de serviços prestados no hospital; 4) Existência de distribuição de medicamentos a pacientes ambulatoriais; 5) sistema informacional do hospital. 2.1.2 recursos Humanos y pelo menos 1 Farmacêutico qualificado e com experiência para cada 50 leitos. y Número de auxiliares de farmácia depende da disponibilidade de recursos, grau de informatização e necessidade da unidade. y pelo menos 1 auxiliar a cada 10 leitos. y todos os funcionários deverão receber treinamentos periódicos para se manterem atualizados e condizentes com procedimentos operacionais já padronizados. 2.2 Estrutura Física: Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) 2.2.1 armazenamento Especial Inflamáveis (Portaria n. 53/1971): y local individualizado do restante do armazém; y Deve ter acesso pelo interior com porta corta-fogo de fecho automático, quando abrir para fora; y paredes interiores reforçadas e resistentes ao fogo. 14Farmácia Hospitalar 2.2.2 medicamento controlados são aqueles fármacos que apresentam substâncias ativas com propriedades ansio- líticas, sedativas e hipnóticas que têm potencial para causa depressão das funções do sistema Nervoso central (sNc). lembrando que o grau de sua ação depressora depende da dose que é administrada.y inclui medicamentos da portaria n.344/ 1998; y armazenados em local individualizado em sala ou armário com fechadura, na qual apenas o farmacêutica tenha posse da chave; y No armário devem conter prateleira que permitam a adequada arrumação destes medicamentos. 2.2.3 termolábeis medicamentos que são sensíveis à variação de temperatura (> 8ºc). y são conservados em sistemas frigoríficos (2 a 8ºc); y temperatura regulada e registrada diariamente; y ajuda de sistema com alarme automática para regulagem de temperatura. 2.3 Estrutura Farmacotécnica Hospitalar seção importante para manipulação de medicamentos que visam atender necessi- dades especiais dos pacientes. y Deve apresentar iluminação e ventilação adequadas, umidade e temperatura devem ser controladas; y localização afastada de zonas muito movimentadas do setor de farmácia; y manter a máxima higienização possível do ambiente. 2.3.1 Preparação de formulações magistrais e oficinais não-estéreis y sala de limpeza, esterilização; y local de pesagem; y área para manipulação, rotulagem e embalagem; y Vestiário de barreira. 2.3.2 preparação de produtos estéreis y Entrada dos funcionários e dos materiais é realizada através de antecâmaras (chamada de vestiário de barreira): paramentação do funcionário; y área de preparo alimentada com ar devidamente filtrado; 15Farmácia Hospitalar y superfícies lisas e impermeáveis; y lavatório com comando de cotovelos; y sem uso de portas deslizantes ou fechos manuais; y cantos das superfícies arredondados para evitar acúmulo de sujeira; y local específico para armazenamento de produtos ali preparados; y área para rotulagem, embalagem e dispensação das formulações. produtos de nutrição parenteral: manipulação deve seguir instruções da portaria n.272/1998, do ministério da saúde. y área exclusiva e independente, com filtros de ar para retenção de partículas e micro-organismos; y acesso limitado para minimizar possibilidade de contaminação. 2.3.3 citotóxicos (antineoplásicos) Devem ter cuidado especial na manipulação por causa dos riscos ocupacionais inerentes a eles; Deve possuir cabine de segurança biológica; armazenamento separado dos outros medicamentos; área de paramentação dos profissionais manipuladores, com portas que não devem ser abertas simultaneamente (o ar da área externa não pode chegar à sala de preparo); pressão da sala de preparação deve ser negativa: para evitar saída dos contaminantes para antessala. Mas o que significa isso: “sala com pressão negativa”? retira-se o ar do ambiente de forma que este ar não escape para outros ambientes. Figura 5. salas Hospitalares18 Fluxo de Ar exaustão VÍRUS BACTÉRIAS FUNGOS PRESSÃO NEGATIVA MIN. -2,5PA PRESSÃO POSITIVA MIN. +2,5PA SALA LIMPA SALA DE ISOLAMENTO SALA DE CIRURGIA insuflamento Fluxo de Ar 16Farmácia Hospitalar 3. CENTRAL DE ABASTECIMENTO FARMACÊUTICO – CAF por que devemos nos preocupar tanto com o medicamento? É o instrumento utilizado para grande parte das resoluções de agravos à saúde. por isso que é de extrema importância garantir a sua qualidade desde o processo de fabricação até o seu uso no paciente. Dente as formas de garantir essa boa qualidade, cita-se as boas práticas de estocagem dos medicamentos que são requisitos INDISPEN- SÁVEIS para sua preservação, já que os fármacos são de natureza perecível. Sua ESTABILIDADE durante o armazenamento é fundamental para que manter sua atividade terapêutica, impedir sua degradação e ainda minimizar gastos. Já que os medicamentos são responsáveis por praticamente 75 – 80% do fluxo monetário envolvido na instituição hospitalar. o local de armazenamento dos medicamentos e correlatos no hospital se chama: central de abastecimento Farmacêutico (caF). É a área destinada ao recebimento, estocagem e expedição dos medicamentos e insumos farmacêuticos, visando assegurar a conservação adequada dos produtos em estoque. procedimentos técnicos e administrativos na caF y recebimento de medicamentos: conferir de forma detalhada característica do produto, seu estado de conservação e quantidades conforme o que foi solicitado e o que foi recebido; y Estocagem: organizar os medicamentos em área definida de modo a aproveitar da melhor maneira o espaço disponível, garantindo boas condições estocagem; y segurança: garantir a proteção dos produtos contra danos físicos, furto e roubos; y conservação: capacidade de manter suas características físico-químicas; y controle de estoque: monitorar toda movimentação dos produtos (entradas, saídas, estoque); y Expedição da entrega: separar medicamentos conforme solicitação, com boas condições de transporte, sistema de rastreabilidade e manter identificação do produto até seu destino final: administração no paciente. 17Farmácia Hospitalar Farmacêutico na caF: y É o profissional conhecedor de todo o leque de informações referentes aos medicamentos; y Nomenclatura e formas farmacêuticas; y Esquemas terapêuticos; y planejamento e controle de estoque; y administração farmacêutica; y logística de medicamentos; y Estabilidade e conservação de medicamentos; y tecnologia farmacêutica; y controle de qualidade. áreas fundamentais na caF: y área administrativa; y área de recepção; y área de expedição; y áreas de estocagem; y área de produtos vencidos, danificados; y área para medicamento sujeitos a controle especial (portaria 344/98); y área para medicamentos termolábeis; y inflamáveis; y imunobiológicos. 3.1 Manual de Boas Práticas para Estocagem de Medicamentos Na caF: só podem ser armazenados os produtos que após recebidos, forem controladamente registrados; y controle de estoque periódico; y Garantir perfeita identificação dos medicamentos; y manter limpeza do ambiente de estocagem; y Garantir a fácil circulação de pessoas e de ar entre as mercadorias; y proibido presença de desconhecidos dentro da caF. Garantir a política do PRIMEIRO QUE ENTRA É O PRIMEIRO QUE SAI (PEPS), SEMPRE ATENTO AOS PRAZOS DE VALIDADE DOS PRODUTOS. 18Farmácia Hospitalar 3.2 Ambiente de Estocagem Central, Principal y Espaço físico adequado; y Ventilação e luminosidade; y temperatura ambiente; y ausência de umidade. Figura 6. Estoque central18 3.3 Estocagem de Medicamentos Termolábeis Exemplos: soluções oftálmicas, insulinas, sprays nasais. y manter em temperatura de (2 a 8ºc); y controle de temperatura e registro da mesma; y sistemas de alerta para que falhas sejam detectadas facilitando a pronta reparação do problema. Figura 7. medicamentos termolábeis19 19Farmácia Hospitalar 3.4 Estocagem de Imunobiológicos Exemplos: vacinas e soros y Garantir que produtos não tenham contato com exposição à luz solar; y controle de temperatura diário. São armazenados em frigoríficos, segue quadro: Tipo de Armazenamento Escala Temperatura Refrigerador 4 a 8ºC Freezer 0 a - 20ºC Câmara Fria 2 a - 20ºC Figura 8. Estocagem de imunobiológicos20 INSTÂNCIA NACIONAL CÂMARA FRIA GELADEIRA FREEZERS GELADEIRA COMERCIAL INSTÂNCIA REGIONAL y Dentro desses sistemas os medicamentos devem ser organizados de modo a favorecer a circulação de ar frio entre eles; y as entradas e saídas dos medicamentos desses sistemas devem tentar ser programadas para diminuir o máximo possível de variações internas de temperatura. Formas de armazenamento dos medicamentos: Depende da dimensão, volume, espaço disponível e condição de conservação exigida para os medicamentos. Estrados ou pallets: são plataformas horizontais de vários tamanhos que garantem fácil manuseio, mo- vimentação e estocagem de grandes volumes de produtos. 20Farmácia Hospitalar Podem ser: de madeira, fibras, alumínio, borracha. os de madeira são bastante utilizados, mas absorvem umidade facilmente e têm sido substituídos pelos de borracha devido à facilidade de sua limpeza e diversidade de cores. Figura 9. pallets21 Prateleiras: são a forma mais simples e econômica para estocagemde produtos leves e com estoque reduzido. y Devem ser mantidos a uma certa distância das paredes e do teto; y Facilitar boa circulação interna de ar; y pode ser usado também sistema de gavetas. independentemente de como seja a organização todos os produtos devem ser perfei- tamente identificados (legível, descrição correta do medicamento, substância ativo, con- centração, forma farmacêutica, por exemplo). Figura 10. prateleira de produtos Farmacêuticos22 21Farmácia Hospitalar Armários: Exemplo: medicamentos sujeitos a controle especial (portaria n.344/1998) como an- fetamina, metilfenidato, alprazolam, bromazepam. Formas de organizar os medicamentos nesses locais: y ordem alfabética: facilita enxergar os medicamentos conforme a sequência alfabética; y Grupo terapêutico: facilita no inventário, porque abrange grande número de produtos da mesma classe; y Forma farmacêutica: contribui para racionalização de espaço e minimiza erros de contabilização; y alfanumérico: pode ser usado em prateleiras, pallets, áreas para sinalizar corredores (galpões). 3.5 Estabilidade dos Medicamentos por serem constituídos de substâncias ativas devemos nos preocupar em manter suas características para garantir seu máximo efeito e o mínimo risco de efeitos adversos. tipos de estabilidade: y Física: características relacionadas à aparência, odor, coloração, uniformidade, dentro outros; y Química; y microbiológica: características do medicamento de resistir aos micro-organismos. Fatores que afetam a estabilidade dos medicamentos: y temperatura: mais comumente associada às alterações e deteriorações dos medicamentos; y Umidade: facilita proliferação de fungos e bactérias; y luminosidade: evitar contato direto com luz solar. Utilizar lâmpadas artificiais, florescentes. 22Farmácia Hospitalar 4. GESTÃO E CONTROLE DE ESTOQUE Controle de estoque de medicamentos é fator decisivo para o sucesso ou fracasso da gestão da assistência farmacêutica, estando intimamente relacionados com as faltas e os desperdícios. Descobrir fórmulas para reduzir estoques sem afetar o processo e sem o crescimento de custos é um dos maiores desafios. Estoque é o “coração” da empresa. Deve-se haver equilíbrio entre a proporção disponível e a que é de fato utilizado. Já que se VAZIO não há continuidade no tratamento do paciente, e se EM EXCESSO os produtos ficam muito tempo parados havendo maiores chances de perdas e, conse- quentemente, prejuízo. Objetivo: Evitar falta de medicamentos e materiais de saúde, sem resultar em estoque excessivos ou insuficientes. Devem ser regulados: y Entradas e saídas; y Quantidade financeira de perdas; y Níveis de estoque; y Dados de consumo; y Demanda atendida; y Demanda não atendida; y Gastos efetuados. para alimentar o sistema de dados da instituição precisa ser realizado o controle físico e registro de todas as operações realizadas dos medicamentos (entradas e saídas, por exemplo). Há duas maneiras de se realizar esse controle: y controle de estoque manual: com ficha de prateleira contendo as informações necessárias para identificação do produto (forma farmacêutica, princípio ativo, concentração, prazo de validade, lote) e toda sua movimentação; y controle de estoque informatizado: garante maior agilidade operacional, fácil acesso e garantia de rastreabilidade. Exemplo: sistema Hórus: fornecido pelo sistema Nacional de assistência Farmacêutica permitindo, inclusive, agendar dispensações e fornecer conhecimento do perfil de consumo dos produtos. 23Farmácia Hospitalar 4.1 Inventário Nada mais é do que a contagem física dos estoques da farmácia. Deve-se verificar a máxima concordância entre a QUANTIDADE ESTOCADA E QUANTIDADE REGISTRADA. Qual periodicidade realizá-lo? Bem, os mais comuns são: y Diário; y semanal; y mensal; y trimestral; y anual. O anual é obrigatório ser realizado todo final de ano, antes do término do ano fiscal. 4.1.1 Etapas do inventário y Formulário para preenchimento das informações sobre medicamentos; y tomar nota dos medicamentos vencidos ou quase vencendo; y atender pedidos pendentes antes de contabilizar estes medicamentos no inventário (evitar dupla contagem); y realizar dupla checagem dos medicamentos, por funcionários diferentes, sem que um tome conhecimento da contagem do outro. após isso feito: as informações são confrontadas entre essa dupla checagem dos funcionários para que verificação de compatibilidade entre o FÍSICO E o REGISTRADO. 4.2 Consumo Médio Mensal É a média dos consumos mensais de cada produto num período de tempo. CMM = ∑CM : NM CMM = consumo médio mensal CM = consumo de cada mês NM = número de meses 4.3 Estoque Mínimo Quantidade de mínima de produto necessária para suprir eventuais necessidades, ou seja, é a quantidade que deve ter em estoque para garantir a continuidade do atendimento aos pacientes. EMn = CMM x k EMn = estoque mínimo CMM = consumo médio mensal K = constante proporcional ao atendimento desejado 24Farmácia Hospitalar Exemplo: preciso que pelo 90% dos pacientes tenham continuidade do atendimento, então k=0.9. 4.4 Estoque Máximo se refere à quantidade máxima do produto que se deve atingir no estoque. Depende, por exemplo, espaço disponível para armazenamento. para tanto, é neces- sário se preocupar com a quantidade de produtos que serão comprados. EMAX = EMn + LC onde, lc = lote de compras, também chamado de lote econômico de compras que representa o tamanho do lote de medicamento que é necessário comprar. 4.5 Prazo de Abastecimento É o período entre a solicitação e a chegada do pedido ao estabelecimento. Normal- mente é contado em dias. Deve-se levar em consideração procedimentos burocráticos que atrasam a chegada dos produtos, quantos dias o fornecedor leva para realizar a entrega, dentre outros fatores. 4.6 Ponto de Pedido É o nível do estoque que indica o momento de solicitação de medicamentos. PP = (CMM x PA) + EMn Figura 11. Quantitativo de Estoque23 Quantidade em estoque Pedido Pedido Pedido Tempo Recebimento Recebimento Recebimento Recebimento Prazo de abastecimento Estoque mínimo Ponto de pedido 25Farmácia Hospitalar 4.7 Formas de Classificação dos Itens do Estoque 4.7.1 curva aBc também chamada de análise de pareto. separa os itens de acordo com seu valor unitário e sua posição no estoque. a) aqueles itens em menor quantidade (20%) que representam maior custo (80%) do valor total do estoque (r$), e por isso devem ser administrados com atenção; b) aqueles itens intermediários; c) maior quantidade de itens que representam menos custo do valor total do estoque (r$). Figura 12. curva aBc24 % V AL O R D O E ST O Q U E % QUANTIDADE DE ITENS NO ESTOQUE 100% 95% 5% 15% 80% 20% A B C 30% 50% 80% 20% 50% 100% CLASSIFICAÇÃO DO ESTOQUE Item Consumo Valor Unitário Valor Total Ordem % % Acumulado Classe (a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) (h) 1 250 R$ 120,00 R$ 30.000,00 1º 46,7 46,7 A 5 170 R$ 54,00 R$ 9.180,00 2º 14,3 61,0 A 2 342 R$ 26,80 R$ 9.165,60 3º 14,3 75,3 A 4 87 R$ 57,90 R$ 5.037,30 4º 7,8 83,1 B 3 25 R$ 158,90 R$ 3.972,50 5º 6,2 89,3 B 10 15 R$ 245,60 R$ 3.684,00 6º 5,7 95,0 C 6 38 R$ 35,20 R$ 1.337,60 7º 2,1 97,1 C 26Farmácia Hospitalar Item Consumo Valor Unitário Valor Total Ordem % % Acumulado Classe 9 120 R$ 10,64 R$ 1.276,80 8º 2,0 99,1 C 8 312 R$ 1,65 R$ 514,80 9º 0,8 99,9 C 7 210 R$ 0,25 R$ 52,50 10º 0,1 100,0 C Valor Total R$ 64.221,10 100 4.7.2 critérios XYZ Utiliza aspectos de criticidade segundo quadro seguinte: Quadro 1. Classificação XYZ25 Classe Objetivos de gestão Características X Parâmetros mais folgados que atendam à demanda, sem aumentar a carga de trabalho. • Baixa criticidade; • Faltas não acarretam paralisações, nem modificações do processo produtivo; • Elevada possibilidade de usar materiais equivalentes; • Grande facilidade de obtenção. Y Intermediários • Média criticidade; • Faltas não acarretam paralisações, mas comprometema qualidade do processo produtivo; • Podem ser substituídos por outros com relativa facilidade. Z Parâmetros de planejamento e controle definidos com maior precisão • Máxima criticidade; • Imprescindíveis para a organização; • Faltas param o processo produtivo; • Não podem ser substituídos por outros equivalentes. o que é necessário para uma boa gestão de estoque? y constantemente atualizar o custo de cada produto; y Estabelecer políticas de cobertura; y medicamentos em desuso; y Disponibilidade para suprir faltas rapidamente; y realizar inventários físicos e periódicos para conferência; y manter sistemas de informações integrados para acesso e consulta. 27Farmácia Hospitalar 5. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS De acordo com resolução do cFF nº 300/97, art. 3, p. iii “Estabelecer um sistema, eficiente, eficaz e seguro de dispensação para pacientes ambulatoriais e internados, de acordo com as condições técnicas hospitalares, onde ele se efetive.” os sistemas de distribuição de medicamentos (SDM) surgiram, portanto, da necessi- dade de assegurar o uso racional de medicamentos através da efetiva dispensação. com o intuito de: y o medicamento chegar ao paciente de maneira íntegra, individual e personalizada; y Garantir maior segurança para quem administra e para o paciente. como seria um modelo ideal de distribuição de medicamentos? y cumprir a prescrição médica em 24h; y Diminuir erros de medicação; y reduzir custos; y Farmacoterapia baseada em evidências; y Qualidade assistencial. 5.1 Tipos de Sistemas de Distribuição de Medicamentos Coletivo Misto ou CombinadoIndividualizado Dose Unitária 5.2 Sistema de Distribuição Coletivo características y medicamentos distribuídos por unidade de internação; y NÃO direciona para um paciente em específico; y atenção farmacêutica praticamente inexistente, já que a farmácia é usada como depósito de medicamentos e não existe contato farmacêutico-paciente; 28Farmácia Hospitalar y Enfermagem dedica muito tempo para procedimentos relacionados aos medicamentos (separação de medicamentos e preparo para administração, por paciente); y Farmácia é tida como um mero setor de repasse de medicamentos. Fluxo operacional do sistema de Distribuição coletivo Figura 13. sistema de Distribuição de medicamentos coletivo26 Enfermagem Enfermagem Farmácia Médico Sistema Coletivo Recebe, prepara, administra e estoca Solicitação por unidade assistencial Distribui Prescreve Vantagens: y maior disponibilidade de medicamentos nas unidades assistenciais; y Necessidade de menor número de funcionários; y menor número de solicitações e devoluções à farmácia. Desvantagens: y ausência de revisão da prescrição pelo farmacêutico e assistência ao paciente; y maior incidência de erros na administração; y aumento dos estoques nas unidades assistenciais (medicamentos espalhados pelos setores do hospital); y perdas de medicamentos por vencimento da validade e/ou armazenamento inadequado; y alto custo para instituição; y administração de medicamentos não prescritos; y Duplicação de dose. 29Farmácia Hospitalar 5.3 Sistema de Distribuição Individualizado características: y medicamento dispensado POR PACIENTE, segundo horários de administração; y Geralmente medicamentos liberados para atender a prescrição de 24h, podendo ser para 12 h ou por turno (manhã, tarde, noite); y solicitação é feita por paciente e não por unidade (ex.: Uti pediátrica, Unidade coronariana); y participação do farmacêutico. Fluxo operacional do sistema de Distribuição individualizado: Figura 14. sistema de Distribuição de medicamentos coletivo26 Médico Enfermagem, administrativo ou farmácia Transporte Farmácia Enfermagem Sistema Individualizado PrescrevePrescreve Remete cópia Entrega Analisa, quantifica, separa e acondiciona Recebe e administra Transcreve Entrega Analisa, quantifica, separa e acondiciona Recebe e administra DiretoIndireto perceba que aqui existe ainda a divisão do individualizado DIRETO e INDIRETO, e a diferença básica entre eles é que no INDIRETO (ocorre a transcrição da prescrição médica pela enfermagem) e no DIRETO (não ocorre). consequentemente, no INDIRETO há maiores chances de erro na hora da transcrição. 30Farmácia Hospitalar Vantagens: y possibilita revisar prescrição médica; y redução de estoque nas unidades assistenciais; y maior controle sobre o medicamento; y permite faturamento correto do gasto por paciente; y menos desvios e perdas. Desvantagens: y Erro de distribuição e administração de medicamentos; y Necessidade de recursos humanos; y consumo de tempo da enfermagem para preparação da medicação. principais causas de erros: y má grafia médica; y Uso de abreviaturas; y prescrição incompleta ou confusa; y Falta de conhecimento por parte da enfermagem; y Nomes comerciais ou fármacos com grafias semelhantes. 5.4 Sistema de Distribuição Misto ou Combinado Quando a instituição hospitalar utiliza os sistemas colEtiVos e iNDiViDUaliZaDo concomitantemente. Figura 15. sistema de Distribuição de medicamentos misto ou combinado27 Unidades de internação: atendimento individualizado Serviços radiologia, endoscopia, ambulatórios, urgência: coletivo 5.5 Sistema de Distribuição por Dose Unitária características y Dose embalada, identificada e dispensada pronta para administração; 31Farmácia Hospitalar y conforme prescrição médica (cópia) para 24h; y sem manipulação da enfermagem; y permite descobrir omissão de doses (não era possível nos demais sistemas tradicionais) porque o controle/registro é realizado rigorosamente; y controle de medicamento da Farmácia: quando prepara e quando dispensa; y controle de medicamento da Enfermagem: quando vai administrar os medicamentos; y setor de enfermagem tem estoque seletivo de medicamentos: casos de emergência, antissépticos. Fluxo operacional sistema de Distribuição por Dose Unitária Figura 16. sistema de Distribuição de medicamentos Dose Unitária26 Enfermagem Médico Transporte Auxiliar de Farmácia Transporte Farmacêutico Farmacêutico Enfermagem Sistema de Dose Unitária Tria horário Encaminha cópia Separa Entrega Avalia – Elabora o perfil farmacoterapêutico Revisa e confere Confere, registra e administra Prescreve Vantagens: y maior segurança ao paciente; y maior controle da administração de medicamentos; 32Farmácia Hospitalar y redução de perdas de medicamentos; y redução de erros de medicação; y menor custo. Desvantagens: y altos custos para implementação; y maior necessidade de recursos Humanos; y Dificuldade inicial. QUAL A PRINCIPAL VANTAGEM DO SISTEMA DE DOSE UNITÁRIA? Redução dos erros de medicação AS EMBALAGENS SÃO UNITÁRIAS, POR PACIENTE, COM HORÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DE CADA DOSE, E JÁ DISPENSADOS PRONTOS PARA UTILIZADOS. 5.5.1 Dose Unitária centralizado e Descentralizado • Doses Preparadas na Farmácia Central • Doses Preparadas nas Farmácias Satélites Centralizado Descentralizado agora veremos um quadro que compila, resumidamente, as vantagens e desvanta- gens de cada sDm abordado nessa aula: VANTAGENS DESVANTAGENS COLETIVO Maior disponibilidade de medicamentos nas unidades; Menor número de Recursos Humanos; Menor número de solicitações à Farmácia Hospitalar. Ausência de revisão da prescrição pelo farmacêutico e assistência ao paciente; Maior erros de medicação; Aumento dos estoques. 33Farmácia Hospitalar VANTAGENS DESVANTAGENS INDIVIDUALIZADO Possibilita revisar prescrição; Redução de estoque nas unidades assistenciais; Menos desvios e perdas. Erro de distribuição e administração de medicamentos; Necessidade de recursos humanos; Consumo de tempo da enfermagem para preparação da medicação. DOSE UNITÁRIA Maior segurança ao paciente; Maior controle da administração de medicamentos; Redução de perdas de medicamentos; Redução de erros de medicação. Altos custo para implementação; Maior necessidade de Recursos Humanos; Dificuldade inicial. 34Farmácia Hospitalar 6. CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS (CIM) o excesso de informação sobre medicamentos, não corresponde necessariamente, a qualidade técnica-científica desejada para tomada de decisões com relação a farmacotera- pia do paciente, por exemplo. por isso, há a necessidade de avaliar melhor as informações sobre medicamentos já que seu uso inapropriado pode aumentar custos da atenção à saúde. importância do cim: Grande número e reações adversas, interações medicamentosas, erros de medica- ção responsáveis por aumentar gastos com paciente, maior tempo de estadia na institui- ção. parte seria evitável e reduziria o custo para o sistema de saúde. por isso que o medicamento deve vir acompanhado de informação adequada de boa qualidade tanto quanto é o seu produto farmacêutico. Daí surge a necessidade de serviços de informação -> com intuito de propor medidas para melhorar a farmacoterapia do paciente. A disponibilidade, acessibilidade e uso de informação independente sobre medicamentos, em formato apropriado e relevante para a prática clínica atual. Uso racional e efetivo dos medicamentos Os profissionais de a saúde responsáveis pelo CIM são os Farmacêuticos já que eles detêm o conhecimento sobre medicamentos e são, além do mais, os disseminadores des- se conhecimento. atividades do cim: y responder perguntas relacionadas ao uso de medicamentos (informação reativa); y participação efetiva em comissões, tais como de Farmácia & terapêutica e de infecção Hospitalar; y publicação de material educativo / informativo, como boletins, alertas, colunas em jornais, etc; y Educação: estágio, cursos sobre temas específicos da farmacoterapia; y revisão do uso de medicamentos; y atividades de pesquisa sobre o uso de medicamentos; y coordenação de programas de farmacovigilância. 35Farmácia Hospitalar Habilidade do farmacêutico no cim: y Habilidade e competência para a seleção, utilização e avaliação crítica da literatura; y Habilidade e competência para apresentação da máxima informação relevante com um mínimo de documentação de suporte; y conhecimento de disponibilidade de literatura, assim como de bibliotecas, centros de documentação; y capacidade para comunicar-se sobre farmacoterapia nas formas verbal e escrita; y Destreza no processamento eletrônico dos dados; y Habilidade e competência para participar em comissão de Farmácia e terapêutica. implantação do serviço: y pessoal: não precisa de muita gente; y área física: área com espaço suficiente para circulação das poucas pessoas que ali trabalham; y Equipamento e mobiliário: mesas, cadeiras, computadores, prateleira, armários para guardar livros, arquivos, documentos; y Bibliografia: fontes de busca das informações sobre medicamentos. Bibliografia: y imparcialidade; y padrão científico; y atualização; y língua; y custo. 6.1 Fontes Primárias atribuídas àquelas informações que surgem pela primeira vez na literatura, base científica. Engloba estudos: y Ensaios clínicos; y Estudos de coorte; y caso-controle. Exemplos de fontes primárias: y american jornal of Health-system pharmacists; y British medical Journal; 36Farmácia Hospitalar y Journal of american medical association; y New England Journal of medicine; y the lancet. 6.2 Fontes Secundárias y compreendem os serviços de indexação e resumos das fontes primárias; y Basicamente, são resumos dos temas gerais separados por assuntos, de modo a facilitar a busca dessas informações; y orienta na busca pelas fontes primárias. Exemplo: medline, que pode ser acessado gratuitamente pelo site da BirEmE. 6.3 Fontes Terciárias condensam as informações em: y livro-texto; y monografias; y Bases de dados eletrônicas; y artigos de revisão; y meta-análise. Exemplo: micromedex, Drug-dex. Figura 17. Fontes de informação29 TÍTULO CLASSIFICAÇÃO ASHP – AHFS Drug Information Essencial British National Formulary (BNF) Dorland's Medical Dictionary Farmacologia Clínica Formulário Terapêutico Nacional (FTN) Martindale – The Extra Pharmacopoeia Medicina Interna Trissel – Handbook on Injectable Drugs 37Farmácia Hospitalar TÍTULO CLASSIFICAÇÃO Briggs – Drugs in Pregnancy and Lactation Recomendada Drug Facts and Comparisons Farmacologia Aronson – Meyler's side efects of drugs Stockley – Drug Interactions ou Tatro – Drug Interaction Facts Remington – A Ciência e a Prática da Farmácia Rowe – Handbook of Pharmaceutical Excipients Farmacopéia Brasileira ÚtilGuia de especialidades farmacêuticas The Merck Index Você como profissional farmacêutico responsável pelos alunos, quais perguntas você se faria sobre as informações, documentos, artigos encontrados? y as informações são úteis; y conclusões fundamentadas e aplicáveis; y Estudo foi bem desenhado; y Desfechos relevantes; y informações confiáveis. Formas de agir a respeito da informação y respondendo questionamentos: forma passiva ou reativa quando o serviço apenas responde às perguntas que chegaram ao setor, passivamente; y informação proativa quando os profissionais do cim resolvem produzir documentos para tornar públicas informações sobre os medicamentos. 38Farmácia Hospitalar 7. COMISSÕES TÉCNICAS HOSPITALARES y O que são? Basicamente, são comitês formados por membros da equipe multidisciplinar (de to- das as áreas) com o intuito de, em conjunto, com a administração da instituição, viabilizar ações de melhoria desde o âmbito gerencial até o ato de lidar diretamente com o paciente. com isso, apesar de cada comissão ter seu próprio núcleo elas estão interligadas, inclusi- ve, com diversos setores do hospital (administrativo, enfermarias, laboratórios, farmácias, por exemplo). De modo geral: Contribuem para a melhoria contínua da gestão da unidade hospitalar ao atuarem na padronização dos processos internos e na produção de indicadores para avaliação do serviço ofertado aos usuários. Características das Comissões Técnicas Hospitalares y proativas; y Espaço aberto junto à gestão; y propor atitudes preventivas e corretivas; y É trabalho que representa uma ferramenta para gestão; y Diferencial para modernização dos hospitais. Ferramentas de gestão e qualidade analisar e propor solução para problemas que interferem no bom desempenho dos processos de trabalho. Quanto maio o número de comissões, maior o número de indicadores de gestão, consequentemente. Mas o que são esses indicadores? Unidade de medida de uma atividade que pode ser usada como guia para monitorar e avaliar a qualidade de importantes cuidados providos ao paciente e as atividades dos serviços de suportes. 39Farmácia Hospitalar Importância das Comissões Técnicas Hospitalares além de ser uma ferramenta essencial para gestão hospitalar elas são instrumento para controle adequado da assistência ao paciente garantindo, assim, melhoria da sua qualidade. Farmacêutico nas Comissões y Em cada uma ele esteja inserido sua participação se dará conforme normas específicas da comissão a qual pertence; y por ser o profissional com maior experiência e conhecimento sobre medicamentos pode contribuir para promoção, prevenção e recuperação da saúde. Comissões Técnicas Hospitalares y comissão de controle de infecções Hospitalares (cciH) - importaNtE; y comissão de Farmácia e terapêutica (cFt); y comissão de licitação e parecer técnico; y comissão de terapia Nutricional; y comissão de terapia antineoplásica; y comissão de avaliação de tecnologias; y comissão de Educação permanente. 7.1 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) É aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares são problemáticas porque vão gerar aumento dos custos hospitalares e elevação das taxas de morbimortalidade hospitalar.Fontes de infecção Hospitalar: y ambiente; y pessoal; y Equipamento; 40Farmácia Hospitalar y materiais; y Uso indiscriminado de antibióticos. E a principal forma de evitar a infecção hospitalar, é aquela mais simples possível que nem sempre é observada como a devida atenção: A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares. LAVAGEM DAS MÃOS. Que nada mais é do que a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando sabão/detergente, seguida de enxágue abundante em água corrente. Não esquecer das unhas. Vale lembrar que: uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos. Qual é a importância de se criar uma CCIH? Reduzir ao máximo a resistência microbiana. sua redução contribuirá para minimização de custo no hospital, tempo de internação do paciente e maior facilidade na continuidade da sua terapia medicamentosa. Em 1997, lei Federal n. 9431 instituiu a obrigatoriedade da existência de cciH e de um programa de controle de infecção Hospitalares (pciH) nos hospitais Brasileiros. Com o objetivo de: REDUÇÃO máxima da incidência e gravidade de infecção hospitalares. No Brasil, a monitorização e controle das infecções tem sido realizado a partir das cciH e dos comitês de investigação de óbitos hospitalares, que cooperam para a qualida- de da assistência hospitalar. y Membros da CCIH consultores: 1) serviço médico; 2) serviço de enfermagem; 3) serviço de farmácia; 4) laboratório de microbiologia; 41Farmácia Hospitalar 5) administração. OBS: os hospitais com número de leitos igual ou inferior a 70 (setenta) atendem os números 1 e 2. Executores: y Encarregados da execução das ações programadas de controle de infecção hospitalar; y os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais; y Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. atribuições da cciH: y implantar sistema de Vigilância Epidemiológica de infecções Hospitalares (portaria ms 2616/98); y capacitação dos funcionários; y auxiliar no controle de custos; y monitorar prescrições de antimicrobianos; y Guia de utilização de antimicrobianos e germicidas; y política de uso antimicrobianos; y Uso racional de antimicrobianos. com a cciH e a promoção do uso racional de antimicrobianos melhores resultados para os pacientes são obtidos, tanto em relação à cura da infecção como a diminuição da taxa de óbitos por infecções. papel do Farmacêutico na cciH: Promove o uso racional dos antimicrobianos dentro dos hospitais, reduzindo as chances de resistência microbiana e evitando graves infecções, além de reduzir os custos. o objetivo principal do uso racional de antimicrobianos é avaliar a gravidade da re- sistência microbiana, tentando reduzi-la ao máximo possível, estabilizá-la. além disso, busca estudar quais os possíveis mecanismos para seu surgimento através da análise de prescrição adequada ao medicamento, estabelecendo estratégias para implantação do programa de uso racional de antimicrobianos. 42Farmácia Hospitalar Figura 18. resistência aos antimicrobianos30 o Farmacêutico é peça fundamental na cciH: y monitorização dos níveis de suscetibilidade; y prevalência de microrganismos; y averiguações de epidemias; y criação de regulamentos e usualidades de limpeza, desinfecção, esterilização e antissepsia; y Estudos de emprego de antimicrobianos, priorizando os de uso restrito; y ações de controle de vetores e da qualidade da água; y treinamentos e cursos, orientação ao paciente; y participa do processo de seleção e padronização de antimicrobianos juntamente com a comissão de Farmácia e terapêutica (cFt); y participa da elaboração de protocolos clínicas e de uso de antimicrobianos; y Elabora relatórios e pareceres técnicos; y Fornece informações medicamentosas para contribuir com o uso racional de antimicrobianos; y Elabora rotinas de dispensação de medicamentos. papel da farmácia hospitalar na cciH: y controle de quantidade de pacientes em uso de antimicrobianos e tempo de tratamento; y relatórios de gastos com antibioticoterapia; 43Farmácia Hospitalar y Elaboração de documentos e orientações técnicas; y indicação profilática e clínica; y Determinação do uso mensal de antimicrobianos por unidades de internação; y Dados para ajudar a revisão e a atualização da padronização dos antimicrobianos pela cFt e cciH. 44Farmácia Hospitalar 8. COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA (CFT) com toda evolução e inovação tecnológica novos medicamentos/produtos farma- cêuticos são introduzidos no mercado. Dessa maneira, saber selecionar quais farão parte do acervo da instituição hospitalar se torna um processo imprescindível. Então o MEDICAMENTO se configura como um dos insumos mais importantes que passa por constantes avaliações para garantir a sua melhor utilização pelo paciente. Que faz parte do arcabouço da Política Nacional de Assistência Farmacêutica e tem como eixos norteadores a garantia do acesso e o uso racional de medicamentos. E é a primeira etapa crucial do ciclo de Assistência Farmacêutica portanto, o gestor de saúde precisa utilizar alguma ferramenta para orientá-lo na tomada de decisões a respeito dos medicamentos que vão fazer parte do elenco padroni- zado na instituição. Nesse contexto, surge a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) que não se limita apenas à seleção e padronização de medicamentos. Veremos! para a criação da cFt é necessário a elaboração de um regimento interno que dete- nha informações a respeito de: Composição Duração do mandato Atribuições e responsabilidades Funcionamento geral Critérios e controle na participação portanto, a cFt deve ser: Formalmente instituída Através de documento legal E com regimento que normatize todo seu funcionamento 45Farmácia Hospitalar apresenta caráter consultivo e Deliberativo: • Informar, sugerir, opinar quando solicitada. • Tomar decisões; elaborar normas. CONSULTIVO DELIBERATIVO Assessora à diretoria clínica, colaborando com a elaboração de diretrizes relaciona- das à: Figura 19. critérios da comissão de Farmácia e terapêutica26 Seleção Distribuição Prescrição Aquisição Padronização Uso racional de medicamentos para auxiliar na execução das atividades planejadas, a comissão pode compor GRU- POS TÉCNICOS de trabalho que podem ser criados a critério da própria cFt ou quando for solicitado pelo diretor clínico da instituição. Vamos agora destacar alguns critérios necessários para a SELEÇÃO E PADRONIZA- ÇÃO de medicamentos/produtos farmacêuticos: 46Farmácia Hospitalar Figura 20. critérios de seleção e padronização27 Registro no País: se medicamento está devidamente registrado segundo es- pecificações de legislação sanitária; Analisar o menor custo tratamento por dia e o custo total do tratamento Necessidade do medicamento: avaliar existência de plausibilidade clínica e importância epidemiológica e se de fato há valor terapêutico comprovado; Avaliar preço de aquisição, armazenamento, distribuição e controle dos medicamentos Analisar informações características dos medicamentos: farmacodinâ- mica, farmacocinética, farmacotécnica bem como a concentração, forma farmacêutica, esquema posológico Princípio ativo deve estar descrito segundo normas DCB (Denominação Comum Brasileira) ou DCI (Denominação Comum Internacional) Preferir aqueles medicamentos com apenas uma única substância ativa 8.1 Composição da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) 47Farmácia Hospitalar Precisando da disponibilidade de recursos humanos, profissionais que detenham conhecimento nas áreas: Farmacológica Clínica médica Terapêutica Economia em saúde Há a possibilidade de ainda utilizar-se de assessores “ad hoc”:São funcionários ou não da instituição que fornecerão subsídios para emissão de parecer técnico e tomada de decisão Além dos membros dos GRUPOS TÉCNICOS, ainda há aqueles classificados como membros EXEcUtiVos, que são eles: y Diretoria clínica (é quem designa os próximos cargos); y administração; y serviço de farmácia; y serviço de enfermagem; y comissão de controle de infecção Hospitalar (cciH); y Especialidades médicas (por exemplo, infectologia). Obs1: todos os membros da comissão devem ser liberados das suas atividades de rotina na instituição nos horários de reunião da cFt. Obs2: ao término do mandato a instituição elabora uma declaração de participação na comissão para fins de currículo. E a respeito do funcionamento da cFt? • Aquelas que já foram preestabelecidas em um cronograma de reuniões da comissão • Solicitadas pelo presidente ou outros membros executivos da comissão quando jul- garem necessário Reuniões ordinárias Reuniões extraordinárias 48Farmácia Hospitalar Durante as reuniões, as questões são decididas em consenso de todos os membros. y Quando necessário, o voto do Presidente leva ao desempate; y Pode solicitar reexame de alguma decisão tomada anteriormente (desde que o motivo seja justificado). Documentos: y Formulário padrão de solicitação de padronização de medicamentos (também servindo para alteração de padronização): pode ser realizado por médicos, farmacêuticos, enfermeiros e odontólogos. y protocolo de tratamento de Doença: Deve conter toda a descrição dos critérios de inclusão e exclusão, escolha e monitorização do tratamento: ✓ todos os documentos devem ser divulgados; ✓ De fácil acesso a todos os interessados; ✓ com fluxograma estabelecido. como as atividades da cFt são avaliadas? Através de INDICADORES DE DESEMPENHO. 8.2 Principais Competências das CFT Assessorar farmacoterapia Investigação científica Competências Ações educativas • Seleção e padronização de medicamentos; • Elaboração e atualização do Guia Farmacoterapêutico; • Diretrizes para uso racional de medicamentos; • Normas para prescrição, dispensação e uso de medi- camentos; • Incorporação de novas tecnologias; • Protocolos clínicos de tratamento. Assessoramento da Farmacoterapia 49Farmácia Hospitalar • Promoção do uso racional de medicamentos; • Participação em atividades de educação permanente da equipe de saúde; • elaboração e divulgação de instrumentos educativos; • Realização de campanhas para práticas seguras do uso de medicamentos. Ações Educativas • Promover estudos de utilização de medicamentos e de farmacoeocnomia para análise do perfil farmacoepide- miológico e do impacto econômico dos medicamentos na instituição de saúde; • Atividades voltadas ao gerenciamento de riscos e far- macovigilância (identificação de queixas técnicas, rea- ções adversas, interações medicamentosas). Investigação Científica Resumindo... A CFT avalia a adequação de cada medicamento e produto farmacêutico contidos no Guia Farmacoterapêutico, considerando a conveniência de inclusão ou exclusão dos medicamentos já que novas evidências científicas estão disponíveis em relação à eficácia, efetividade e segurança do medicamento. Guia Farmacoterapêutico: instrumento (manual) de que sirva de orientação para a prescrição e a dispensação de medicamentos. Qual a legislação que estabelece as atribuições legais do Farmacêutico na cFt? RDC nº 449 de 2006 (estabelecida pelo Conselho Federal de Farmácia). 50Farmácia Hospitalar 8.3 Atribuições do Farmacêutico na CFT Figura 21. atribuições do Farmacêutico28 Participação na escolha, análise e utilização de estudo científicos que fun- damentem a adequada seleção de medicamentos; Elaboração do Guia Farmacoterapêutico. Ações visando promoção do uso racional de medicamento e pesquisa clínica; Interpretação de indicadores epidemiológicos importantes no processo decisório de seleção; Apoio na elebaoração de diretrizes clínicas e protocolos terapêuticos; Estudos de custo-efetividade e de utilização de medicamentos; Normas para prescrição, dispensação, administação, utilização de medicamentos e avaliação; Obs: o Farmacêutico pode assumir cargo de presidente, secretário ou membro efe- tivo da cFt. a rDc nº 619 de 2015 (cFF), dá nova redação aos artigos 1º e 2º da rDc nº 449 de 2006 no seguinte: y o Farmacêutico poderá propor a criação da cFt na instituição; y sua atuação deverá ser constante e ininterrupta. 51Farmácia Hospitalar REFERÊNCIAS 1. BorGEs FilHo, Wm; FErraciNi, F.t. prática Farmacêutica no ambiente Hospitalar. 2 ed, rio de Janeiro: atheneu, 2010. 2. BorGEs FilHo, W.m.; FErraciNi, F.t. Farmácia clínica: segurança na prática Hospi- talar. 1 ed, rio de Janeiro: atheneu, 2011. 3. Brasil. serviço Nacional de Vigilância sanitária. portaria nº 2.616/ sNVs de 12 de maio de 1998. Expede, na forma dos anexos i, ii, iii, iV e V diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares. 4. conselho Federal de Farmácia (cFF). resolução nº 449 de 24 de outubro de 2006. Dispõe sobre as atribuições do Farmacêutico na comissão de Farmácia e terapêutica. 5. conselho Federal de Farmácia (cFF). resolução nº 619 de 27 de novembro de 2015. Dispõe sobre a mudança de atribuições nas comissões de Farmácia e terapêutica (cFt). 6. carValHo, F.D.; capUcHo, H.c.; BissoN, m.p. Farmacêutico Hospitalar: conheci- mento, Habilidade e atitudes. 1 ed, são paulo: manole, 2014. 7. caValliNi, m.E.; BissoN, m.p. Farmácia Hospitalar: Um Enfoque em sistemas de saúde. 2 ed, são paulo: manole, 2010. 8. cipriaNo, s.l.; piNto, V.B; cHaVEs, c.E. Gestão Estratégica em Farmácia Hospitalar: aplicação prática de um modelo de Gestão para a Qualidade. 1 ed. rio de Janeiro: atheneu, 2009. 9. conselho Federal de Farmácia (cFF). Farmácia Hospitalar: coletâneas de práticas e conceitos. 1 ed., 2013. 10. Conselho Federal de Farmácia (CFF). Certificação em Farmácia Hospitalar. Pharmacia Brasileira. N 82 – junho/julho/agosto, 2011. 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