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Rotura Uterina A rotura uterina (RU) é uma intercorrência rara que pode acontecer durante a gestação ou durante o trabalho de parto, sendo este o mais comum. Sua ocorrência pode ser espontânea ou após um trauma abdominal. A presença de cicatrizes no útero predispõe sua ocorrência, como no caso de cesáreas prévias, miomectomia, endometriose, adenomiose, etc., assim como a desproporção cefalopélvica, macrossomia fetal, gemelaridade, uso de ocitócitos, entre outros. O prognóstico fetal é muito grave, onde a mortalidade fetal pode atingir cerca de 58%. Clinicamente, sua ocorrência se dá em 2 tempos distintos. No primeiro momento, há a iminência da rotura uterina, onde a gestante apresenta contrações muito forte e dolorosas, gerando um anel de constrição que separa o corpo uterino do segmento inferior, chamado de sinal de Bandl, onde os ligamentos redondos são desviados para a face ventral do útero e podem ser palpados, apresentando-se excessivamente retesados e distendidos, o sinal de Frommel. Não havendo intervenção médica imediata, há início do segundo momento, que é a rotura propriamente dita, onde há relato de dor de forte intensidade e súbita em região do baixo ventre, com interrupção imediata do trabalho de parto e subida da apresentação fetal. Nesse momento, pode haver sangramento genital de intensidade variável, os batimentos cardíacos fetais geralmente são inaudíveis (óbito fetal) e a palpação abdominal revela crepitação produzida pela passagem de ar para o peritônio e tecido subcutâneo, gerando o sinal de Clark. O tratamento consiste na realização de laparotomia imediata. Após, a conduta pode variar de uma rafia do útero ou até a necessidade de histerectomia. Rotura de Vasa Prévia A rotura de vasa prévia é uma anomalia da inserção do funículo umbilical na placenta, na qual os vasos umbilicais cruzam o segmento inferior uterino, colocando-se à frente da apresentação fetal. Na maioria das vezes, essa anomalia coexiste com inserção velamentosa do funículo umbilical, situação na qual a geleia de Wharton termina a distâncias variáveis da superfície placentária, fazendo com que os vasos umbilicais se situem entre o âmnio e o cório, podendo haver ou não vasos. Sua ocorrência é rara (1 a cada 2.500 partos), apresentando alta mortalidade fetal, 50 a 60% com membranas íntegras e de 70 a 100% após a rotura de membranas, processo que ocorre devida a alta perda de sangue fetal (que pode deixa-lo com 250 ml de volemia). O diagnóstico é feito com a ultrassonografia. Ao exame físico, eventualmente pode-se notar a presença de vasos sanguíneos ao toque vaginal. A compressão desses vasos pode provocar imediata repercussão hemodinâmica no feto. Além disso, o sangramento vaginal nem sempre está presente. O tratamento deve ser aguardar a maturidade fetal e submeter a gestante a cesárea eletiva. Caso o diagnóstico seja feito somente após a rotura dos vasos, trata-se de uma emergência obstétrica e deve ser conduzida a uma cesárea de emergência. Rotura do Seio Marginal O seio marginal da placenta é formado pela borda periférica do corpo placentário (espaço interviloso) que circunda toda a placenta, coletando sangue venoso materno. Quando ocorre sua ruptura, o quadro clínico se assemelha ao da PP, mas com sinais e sintomas mais pobres, de modo que é um diagnóstico de exclusão. Com sua evolução, é possível que ocorra DPP.
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