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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Disciplina Perícia Ambiental 
Tema Legislação Aplicável a Perícias Ambientais 
Professor Rubens Corrêa Secco 
 
Introdução 
 
O Direito Ambiental Brasileiro foi consolidado como um instrumental de 
extrema importância para disciplinar juridicamente a matéria ambiental como 
patrimônio público a ser necessariamente tutelado e protegido, sempre em 
benefício das presentes e futuras gerações. 
Como a matéria ambiental é, devido as suas especificidades, 
originalmente multidisciplinar e dependente de diversas áreas do conhecimento, 
incluindo as ciências, ela exige o envolvimento de profissionais com 
conhecimento técnico e científico para tornar possível a tutela do bem ambiental 
em juízo. Disto entendemos que o perito deve conhecer de maneira abrangente 
a legislação ambiental e os dispositivos legais aplicáveis a sua área de 
conhecimento e atuação, garantindo a correta aplicação das normativas na 
perícia ambiental sob sua responsabilidade. 
Ainda, de acordo com o princípio de que todos são responsáveis por seus 
atos e devem arcar com as consequências que destes advirem, vamos conhecer 
a responsabilidade penal da pessoa física, jurídica e do perito; dever jurídico 
indispensável; princípio do direito que possibilita a harmonia em uma sociedade 
justa. Finalizaremos este tema analisando as responsabilidades quando ocorrem 
danos ao meio ambiente advindos de questões internacionais. 
No material on-line tem o vídeo do Professor Rubens apresentando tudo 
o que veremos aqui. Não deixe de assistir. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Problematização 
De acordo com o conteúdo que será apresentado nesta aula, vamos 
conhecer um novo caso de dano ambiental que exigiu a realização de perícias, 
teve abrangência de legislação e normativas específicas e envolveu diversos 
profissionais durante o litígio. Este exemplo, chamado Caso (4), com fins de dar 
sequência aos casos já estudados, versa sobre a explosão e naufrágio do navio 
tanque/químico “Vicuña”, da empresa chilena Sociedad Navieira Ultragas, 
ocorrido em Paranaguá/PR, em 15 de novembro de 2004. 
Considerado como o maior desastre ambiental da Baía de Paranaguá, 
este acidente ainda tem consequências relativas aos danos causados pela 
grande quantidade de óleo que atingiu o estuário marítimo e afetou a sociedade 
local e regional. Pescadores de Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba, cidades 
próximas, foram afetados pelo acidente devido às contaminações ambientais, 
pelo menos 17 pontos (localidades) sofreram os efeitos da contaminação e foram 
objeto de operações de limpeza e programas de monitoramento. 
A sinopse abaixo foi extraída do Relatório de Investigação da Diretoria de 
Portos e Costas da Marinha do Brasil. Leia com atenção e posteriormente 
vejamos como as investigações e perícias ambientais auxiliaram na identificação 
das causas do acidente e na indicação das áreas atingidas e danos ambientais 
ocorridos no episódio. 
 
No dia 15 de novembro de 2004, às 19:42, durante a operação de 
descarga, no Terminal da Cattalini Terminais Marítimos Ltda., 
localizado na cidade de Paranaguá (PR), Brasil, o N/T “VICUÑA” 
explodiu causando a morte de 4 pessoas, a perda total do navio e do 
restante da carga, sérios danos ao cais de atracação além, de outras 
instalações do terminal e avarias em pequenas embarcações 
fundeadas nas proximidades. A carga, constituída na sua totalidade de 
metanol, vazou para o meio ambiente sem maiores consequências, 
devido a sua evaporação. Porém o óleo combustível dos tanques do 
navio também vazou para o meio ambiente, causando extensos danos 
ambientais à baía de Paranaguá. A retirada do óleo de bordo e a sua 
contenção em torno do navio, após o acidente, foi realizada pela 
empresa Svitzer Wijsmuller. (fonte: 
https://www.dpc.mar.mil.br/sites/default/files/diian/rel_acidentes/vicun
a.pdf ) 
 
https://www.dpc.mar.mil.br/sites/default/files/diian/rel_acidentes/vicuna.pdf
https://www.dpc.mar.mil.br/sites/default/files/diian/rel_acidentes/vicuna.pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Esta breve sinopse introduz o caso, do qual nos valeremos para responder 
a seguinte questão: 
 De acordo com as perícias realizadas e a legislação vigente, a quem 
poderia ter sido atribuída a responsabilidade pelo acidente que causou a 
explosão, o naufrágio do navio “Vicuña” e, consequentemente, os danos 
ambientais na Baía de Paranaguá? 
 
Não precisa responder agora, nós ainda vamos voltar a falar mais sobre 
isso lá no final do nosso estudo. A seguir você pode ler alguns textos para 
auxiliar, os quais falam sobre este problema. 
 
a. Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos 
Causados por Poluição por Óleo, 1992, disponível em: 
http://www.mma.gov.br/port/gab/asin/inter38.html 
b. Lei nº 2.180, de 5 de fevereiro de 1954, que dispõe sobre o Tribunal 
Marítimo, mais especificamente as normas gerais de segurança, 
dispostas no artigo 15, disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2180compilado.htm 
c. Relatório de Investigação da Diretoria de Portos e Costas - 
Explosão e Naufrágio do Navio Tanque/Químico “Vicuña” em Paranaguá 
(PR) 15/Nov/2004, disponível em: 
https://www.dpc.mar.mil.br/sites/default/files/diian/rel_acidentes/vicuna.p
df 
d. Relatório Final de Acompanhamento Acidente Ambiental com 
Navio Vicuña Baía de Paranaguá, elaborado pela Comissão Especial de 
Investigação da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, dez/2005. 
Disponível em: http://www.neivoberaldin.com.br/downloads/naviovicuna-
relatorio.pdf 
e. A responsabilidade dos Estados no que concerne à poluição 
marítima em decorrência de derrame de hidrocarbonetos. Direito E-
http://www.mma.gov.br/port/gab/asin/inter38.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2180compilado.htm
https://www.dpc.mar.mil.br/sites/default/files/diian/rel_acidentes/vicuna.pdf
https://www.dpc.mar.mil.br/sites/default/files/diian/rel_acidentes/vicuna.pdf
http://www.neivoberaldin.com.br/downloads/naviovicuna-relatorio.pdf
http://www.neivoberaldin.com.br/downloads/naviovicuna-relatorio.pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Nergia, ano 5, vol 7, jan-jul 2013. Disponível em: 
http://www.periodicos.ufrn.br/direitoenergia/article/view/5015 
 
http://www.periodicos.ufrn.br/direitoenergia/article/view/5015
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
Legislação Aplicável a Perícias Ambientais 
 
A legislação ambiental brasileira é um importante instrumento para a 
proteção do meio ambiente em juízo. Conforme Moraes (2002), o meio ambiente 
é um bem jurídico, e como tal, por seu valor e interesse ao mundo jurídico, 
merece a proteção necessária para garantir a sua existência. Ainda conforme o 
mesmo autor, esse bem jurídico não é exclusivo, nem superior aos demais. 
O que vem a ser de suma importância são os efeitos jurídicos do 
relacionamento do Direito Ambiental com os as outras áreas do Direito. A matéria 
ambiental consiste num processo sistemático no qual elementos e requisitos 
básicos de todos os ramos do Direito se envolvem, ordenadamente, para que se 
tenha a regra que chega até a verdade geral. Daí deriva a importância em 
conhecer os aspectos legais da atual legislação brasileira acerca do direito 
ambiental, percebendo aqueles de maior relevância ao desenvolvimento da 
atividade da perícia ambiental. 
Como qualquer outro ramo o direito, o Direito Ambiental está pautado em 
fontes que podem ser materiais ou formais. Segundo Sirvinskas (2003), as fontes 
materiais são aquelas provenientes de manifestação popular (individual e 
coletiva), por meio das descobertas científicas e da doutrina jurídica nacional ou 
internacional, e as fontes formais são aquelas decorrentes do ordenamento 
jurídico nacional, ou seja, da Constituição Federal,das leis infraconstitucionais, 
das convenções, pactos ou tratados internacionais, atos, normas e resoluções 
administrativas, da jurisprudência, entre outros. 
Importante observar que cada causa judicial poderá abranger situações 
específicas de legislação pertinente somente ao caso em questão, por isso, o 
perito deve conhecer a tutela do meio ambiente de uma forma geral, mas é 
necessário aprofundar seu conhecimento especificamente na sua área de 
especialização e consequente atuação. 
Vejamos o exemplo do Caso (4), abordado em nossa problematização. O 
acidente com o navio exige o conhecimento além daquela legislação aplicável 
 
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6 
usualmente em litígios ambientais, ou seja, uma legislação específica ao caso, 
como acerca de normas do direito internacional sobre a poluição do ambiente 
marítimo, resoluções da organização marítima internacional (IMO) para 
investigadores de acidentes, entre outras convenções e leis específicas. 
No âmbito do direito ambiental brasileiro, até 1981 não havia um conceito 
formado sobre a definição legal de meio ambiente, o que prejudicava a sua 
tutela. Havia uma série de dispositivos legais disciplinando a matéria ambiental 
de maneira esparsa como o Código Florestal de 1965, o Código da Caça, o 
Código das Águas, o Código de Mineração entre outros, o que tornava deficiente 
a tutela do bem ambiental de forma efetiva e com a abrangência que era 
necessária. 
Embora a Lei no 4.717/1965 tenha sido o primeiro diploma a destacar 
questões do Direito Material Fundamental, somente com a edição da Lei Federal 
nº 6.938/1981, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente, foi conferida 
legitimidade à matéria ambiental, trazendo a inovação de assegurar condições 
ao desenvolvimento socioeconômico, à segurança nacional e à proteção da 
dignidade humana numa perspectiva de preservação, melhoria e recuperação 
da qualidade ambiental. Esta lei criou também o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente – SISNAMA –, constituído de diversos órgãos com competências 
distribuídas no âmbito federal, estadual e municipal, incumbido da implantação, 
controle e fiscalização da consecução dessa política de desenvolvimento 
econômico-ambiental. 
Diversos dispositivos legais passaram então a versar sobre a matéria 
ambiental, tendo sido a partir da Constituição Federal de 1988, fixado o controle 
da qualidade ambiental de forma definitiva no País, com maior unidade e 
efetividade do que vinha ocorrendo até então. Ao conferir grau constitucional ao 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cujo dever de defesa e 
preservação foi estendido a toda coletividade (art. 225, CF), a previsão 
constitucional deu novo significado à legitimidade do Ministério Público, dada 
pela Lei n° 6.938/81, e à própria Ação Civil Pública já prevista na Lei n° 7.347/85. 
 
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7 
Ainda segundo a mesma autora, a tutela legal do meio ambiente alargou-
se com a edição da chamada Lei dos Crimes Ambientais, Lei n° 9605/98, que 
descreve condutas potencialmente lesivas ao meio ambiente para as quais prevê 
duras sanções, tanto em âmbito administrativo quanto penal. Ante tão vasto 
aparato legislativo de proteção ambiental, a efetivação dos direitos surge por 
meio de diversas formas de tutela judicial, em demandas individuais ou coletivas. 
Em todas elas, especialmente no âmbito civil, o princípio poluidor-pagador 
guia as decisões judiciais, no sentido de que em se constatando o dano 
ambiental e a exploração de uma atividade potencialmente (em menor ou maior 
grau) poluidora, o explorador deverá ser responsabilizado a reparar ou indenizar, 
pelo dano causado. 
Constitui-se, em suma, na aplicação em matéria ambiental (cível, 
especialmente) da teoria da responsabilidade objetiva, pela qual o explorador da 
atividade potencialmente poluidora responderá independentemente da 
comprovação de culpa. Neste contexto, a constatação do dano e a sua dimensão 
tornam-se determinantes para a solução da lide, o que, via de regra, deverá ser 
apurado por meio de perícia ambiental, meio de prova disciplinada pelo Código 
de Processo Civil, aplicável também às lides de Direito Ambiental, em que o juiz 
nomeia pessoa de sua confiança e com conhecimento técnico suficiente para 
averiguar a veracidade de fatos e quantificar as consequências. (Mattei, 2015). 
A partir da contextualização geral da legislação, cada espécie de dano 
será regida por legislação específica, cabendo ao perito utilizar a aplicável ao 
caso sob sua responsabilidade, por exemplo, quando analisando poluição 
atmosférica, a tutela jurídica do ar atmosférico pode ser encontrada em diversos 
diplomas, dentre estes: 
 Lei das Contravenções Penais (art. 38); 
 Código Penal (art. 252), 
 Lei dos Crimes Ambientais; 
 Lei de Zoneamento; 
 
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8 
 Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6.938/81); 
 Resolução 03/90 do Conama (padrões de qualidade do ar), Resolução 
08/90 do Conama (padrões da qualidade do ar). 
 Resolução Conama 15/95 (controle de emissão veicular de gases, 
material particulado e evaporativa). 
 Resolução Conama 315/02 (programa de controle de emissões 
veiculares). 
 Lei n° 8.723/93 (redução de emissão de poluentes por veículos), entre 
outros dispositivos aplicáveis a este caso. 
 
Desta forma, por ocasião do planejamento da perícia, o profissional deve 
avaliar o objeto da causa e toda a legislação pertinente que será usada para 
suas análises e conclusões. 
O Professor Rubens vai explicar as legislações aplicáveis às perícias 
ambientais. Assista ao vídeo lá pelo material on-line. 
 
Aspectos Históricos 
 
Podemos dizer que dentro da evolução do entendimento dos aspectos 
legais frente ao desenvolvimento humano, a necessidade de proteger o meio 
ambiente surgiu quando o homem passou a valorizar a natureza e percebeu que 
de sua existência em qualidade dependeria sua própria sobrevivência. 
Inicialmente a preocupação não era sobre a extinção de animais ou da flora, o 
respeito para com a natureza se devia por ser uma criação divina. 
A proteção da natureza numa época remota tinha como fundamento a 
bíblia sagrada. Mais tarde, o homem percebeu que suas ações em relação ao 
meio ambiente traziam consequências e, por conseguinte, responsabilidades 
para a sua preservação. As agressões sofridas pelo meio ambiente, poluição 
 
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hídrica, desmatamentos, extinção de espécies, queimadas, alterações da 
qualidade do ar, mudanças climáticas, poluição do solo, escassez de água, entre 
tantas outras, fizeram surgir uma consciência de que era necessária a criação 
de uma ferramenta capaz de proteger o meio ambiente e conscientizar o homem 
de que respeitar o ambiente era sua responsabilidade. 
Assim, o desenvolvimento do direito foi uma constante adaptação da regra 
de proteção e da escala de importância dos bens ambientais a serem tutelados 
como bens jurídicos ao longo do tempo. Segundo Moraes (2002), a evolução 
histórica fez mostrar, especialmente na democracia, que a sobrevivência de 
todos está ligada à proteção do mais fraco ou de coisas e elementos que, por 
não serem de ninguém, formavam um coletivo desprotegido. 
Sirvinskas (2003) divide a proteção jurídica do meio ambiente no Brasil 
em três períodos: 
 O primeiro período começa com o descobrimento (1500) e vai até a 
vinda da Família Real (1808); nesse período haviam algumas normas 
isoladas de proteção aos recursos naturais que se escasseavam, como o 
Pau-Brasil e o ouro. 
 O segundo período inicia-se com a vinda da família real (1808) e vai até 
a criação da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (1981). Esse 
período se caracteriza pela exploração desregrada do meio ambiente, 
cujas questões eram solucionadaspelo Código Civil. Haviam 
preocupações pontuais com o meio ambiente, objetivando sua 
conservação e não a sua preservação. Nesse período, o legislador 
procurou proteger categorias mais amplas dos recursos naturais, 
limitando sua exploração desordenada. Tutelava-se somente aquilo que 
tivesse interesse econômico. 
 O terceiro período começa com a criação da Lei da Política Nacional do 
Meio Ambiente (Lei n° 6.938/81), dando-se ênfase à fase holística, que 
consistia em proteger de maneira integral o meio ambiente por meio de 
um sistema ecológico integrado, protegiam-se as partes a partir do todo. 
 
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Nesse caminhar legislativo, em 1985, foi editada a Lei n° 7.347 que, 
apesar de ser tipicamente instrumental, veio a colocar à disposição um aparato 
processual toda vez que houvesse lesão ou ameaça ao meio ambiente, ao 
consumidor, aos bens, entre outros, a ação civil pública. Em seguida, a 
Constituição Federal de 1988 estruturou uma composição para a tutela dos 
valores ambientais apontado como direito de todos a existência do direito a um 
meio ambiente ecologicamente equilibrado. (Sirvinskas, 2003). 
Após a promulgação da Constituição Federal, na qual o legislador 
reservou um Capítulo inteiro para o meio ambiente, tamanha a importância do 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o regramento do Direito 
Ambiental continuou avançando, tendo sido instituídas normativas como a Lei n° 
9.605/98 dispondo sobre as sanções penais e administrativas derivadas de 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, bem como os decretos que a 
regulamentaram, e mais recentemente a Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, 
o novo Código de Processo Civil, o qual versa sobre a perícia ambiental, meio 
de prova importantíssimo para as lides do Direito Ambiental. 
 
Aspectos do Direito Ambiental Brasileiro 
 
Após a análise histórica da necessidade da criação de um regramento 
para a proteção ambiental no país, vejamos agora como se caracteriza a 
evolução do direito ambiental como ramo do direito público e a sua relação com 
as demais áreas do direito. 
O Direito Ambiental é uma disciplina relativamente nova no Direito 
brasileiro, tendo sido um apêndice do Direito Administrativo, só adquiriu a sua 
autonomia com base na legislação vigente e, em especial, com o advento da Lei 
n° 6.938/81. Essa lei trouxe em seu bojo todos os requisitos necessários para 
tornar o Direito Ambiental uma ciência jurídica independente, com regime jurídico 
próprio. (Sirvinskas, 2003). 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
A definição de Direito Ambiental é ciência jurídica que estuda, analisa e 
discute as questões e os problemas ambientais e sua relação com o ser humano, 
tendo por finalidade a proteção do meio ambiente e a melhoria das condições de 
vida no planeta. Portanto, o Direito Ambiental tem o objetivo primeiro de 
preservar o meio ambiente com a qualidade necessária para assegurar 
qualidade de vida, saúde e bem-estar ao ser humano. O Direito Ambiental veio, 
sobretudo para tutelar um bem importante para a vida, o meio ambiente, em 
benefício da coletividade, tanto para as gerações presentes quanto para as 
futuras gerações. 
A lei é a fonte do Direito Ambiental da mesma forma como ocorre com os 
demais ramos do direito. Conforme escreve Moraes (2002), a lei determina a 
proteção ao meio ambiente de forma direta, ou seja, é a fonte precípua do Direito 
Ambiental. Sirvinskas (2003) descreve que na metodologia, além do que está 
disposto na legislação vigente, o operador do direito depende muito de 
informações extremamente técnicas de outras ciências. 
Por isso, diferentemente do comum, o Direito Ambiental apresenta 
características intrínsecas de interdisciplinaridade uma vez que depende de 
conhecimento técnico e científico advindo de outras áreas da ciência, como por 
exemplo, química, física, biologia, botânica, ecologia, entre tantas outras, para 
tornar possível a tutela do bem ambiental em juízo. 
Tanto é verdade que quando ocorrer degradação ambiental será 
necessária a realização de perícia para se apurar o dano, a causa e sua 
extensão. Essa perícia é realizada por profissionais especializados para cada 
tipo de dano causado ao meio ambiente, haja vista a especificidade dos bens 
ambientais tutelados por este ramo do Direito. 
O relacionamento do Direito Ambiental com as demais áreas do Direito 
advém da constituição federal ao especificar (no art. 225) que o meio ambiente 
é um bem jurídico. Entretanto, o meio ambiente, como bem jurídico, não possui 
exclusividade nem superioridade aos demais bens também merecedores de 
dispositivos na Carta Magna. 
 
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12 
É pela compatibilização de todos os efeitos jurídicos do relacionamento 
do Direito Ambiental com todos os outros ramos do Direito que se chega a um 
entendimento concreto do que é o Direito Ambiental, o qual, embora tenha 
autonomia e seu próprio regime jurídico, objetivos e princípios, não é autônomo 
em relação aos demais ramos do direito, sendo que muitos conceitos são 
extraídos destes outros e adaptados ao Direito Ambiental, exemplo clássico é a 
definição de poder de polícia. 
Sirvinskas (2003) diz que o Direito Ambiental está intimamente 
relacionado com vários outros ramos do direito, mantendo relações com o Direito 
Constitucional (disciplina normas fundamentais de proteção ao meio ambiente), 
Direito Civil (trata do direito da propriedade e de vizinhança), Direito 
Administrativo (cuida do poder de polícia, de atos administrativos), Direito 
Processual (cuida dos princípios processuais e das ações coletivas), Direito 
Penal (dispõe sobre normas de proteção), Direito Tributário (disciplina a 
incidência ou isenção de tributos), Direito Internacional (sistematiza a adoção de 
regras internacionais, convenções, pactos, tratados). 
Como dito, a autonomia do Direito Ambiental advém dos seus princípios 
diretores, presentes no art. 225 da Constituição Federal. Estes princípios, 
também definidos como bases, fontes normativas do Direito Ambiental arrolados 
pelos doutrinadores são muitos, não cabendo como objeto desta aula a análise 
detalhada de cada um, entretanto, sugere-se a consulta a materiais jurídicos 
para conhecimento dos referidos princípios, importante complemento na 
formação do profissional atuante na Perícia Ambiental. 
Para aprofundar este conteúdo Aspectos do Direito Ambiental Brasileiro 
no que concerne aos seus princípios diretores, leia os artigos nos links indicados 
a seguir: 
Bernardoni, N. A Importância dos princípios do direito ambiental, 
segundo o Superior Tribunal de Justiça. 2016. Disponível em: 
http://nathanbernardoni.jusbrasil.com.br/artigos/303124285/a-importancia-dos-
principios-do-direito-ambiental-segundo-stj 
http://nathanbernardoni.jusbrasil.com.br/artigos/303124285/a-importancia-dos-principios-do-direito-ambiental-segundo-stj
http://nathanbernardoni.jusbrasil.com.br/artigos/303124285/a-importancia-dos-principios-do-direito-ambiental-segundo-stj
 
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13 
Salles, C. Princípios do direito ambiental. 2015. Disponível em: 
http://carollinasalle.jusbrasil.com.br/artigos/124067094/principios-do-direito-
ambiental 
Rossi, V. Princípios de direito ambiental. 2016. Disponível em: 
http://vinirossi.jusbrasil.com.br/artigos/328577131/principios-de-direito-
ambiental 
 
Vejamos de maneira breve (com base no que apresentam Salles, 2015, 
Sirvinskas, 2003 e Fiorillo, 2003), dentre aqueles princípios os que seguem: 
 Princípio do Desenvolvimento Sustentável: princípio que procura 
conciliar a proteção do meio ambiente com o desenvolvimento 
socioeconômico para a melhoria da qualidade de vida do homem. 
 Princípio da Prevenção: se aplica a impactos ambientais já conhecidos 
e que tenhamuma história de informações sobre eles, de modo que a 
ciência já se debruçou sobre suas consequências e apontou a solução 
técnica apta a reduzir ou eliminá-los. Quando houver ameaça ou dano 
deve ser usado pelo Estado com objetivo de prevenir a degradação 
ambiental. 
 Princípio da Precaução: Preconiza que as ações positivas em favor do 
meio ambiente devem ser tomadas mesmo sem evidência científica 
absoluta de perigo de dano grave e irreversível. A precaução, assim, é 
anterior à própria manifestação do perigo, garantindo margem de 
segurança da linha de risco, em prol da sustentabilidade. 
 Princípio do Equilíbrio: é o princípio pelo qual devem ser pesadas todas 
as implicações de uma intervenção no meio ambiente, buscando-se 
adotar a solução que melhor concilie um resultado globalmente positivo. 
 Princípio do Poluidor-Pagador: princípio de que o poluidor deverá arcar 
com o prejuízo causado ao meio ambiente da forma mais ampla possível. 
http://carollinasalle.jusbrasil.com.br/artigos/124067094/principios-do-direito-ambiental
http://carollinasalle.jusbrasil.com.br/artigos/124067094/principios-do-direito-ambiental
http://vinirossi.jusbrasil.com.br/artigos/328577131/principios-de-direito-ambiental
http://vinirossi.jusbrasil.com.br/artigos/328577131/principios-de-direito-ambiental
 
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14 
Este princípio tem duas órbitas de alcance: evitar a ocorrência de danos 
e ocorrido o dano, visa sua reparação. 
 
De forma geral, os princípios têm a função primordial de fundamentar 
decisões na área ambiental nos tribunais de justiça, como expõe Herman 
Benjamin, uma das maiores autoridades do Superior Tribunal de Justiça “são os 
princípios que servem de critério básico e inafastável para a exata inteligência e 
interpretação de todas as normas que compõem o sistema jurídico ambiental, 
condição indispensável para a boa aplicação do Direito nessa área”. 
O Professor Rubens vai falar mais sobre os aspectos do direito ambiental 
brasileiro no vídeo disponível lá no material on-line. Não deixe de assistir. 
 
Responsabilidade da Pessoa Jurídica e do Perito 
 
O artigo 255, § 3º, da Constituição Federal previu, tanto para pessoa física 
quanto jurídica, a tríplice penalização quando da ocorrência de danos ao meio 
ambiente: a sanção penal, a sanção administrativa e a sanção civil. Em uma 
análise preliminar, os três ilícitos encontram-se dentro do mesmo conceito, 
relacionados como uma reação do ordenamento jurídico contra uma ilegalidade, 
entretanto, a diferença entre as três penalidades está na natureza dos ilícitos, no 
reconhecimento do objeto tutelado e do órgão que irá impor a sanção. 
(Sirvinskas, 2003). 
Entende-se como dano, toda lesão a um bem jurídico tutelado. Já 
definimos anteriormente que o dano ambiental é qualquer modificação ocorrida 
no meio ambiente, que acarreta um prejuízo aos recursos ambientais, o qual 
interfere no bem-estar e na qualidade de vida dos indivíduos, ou seja, o dano é 
o prejuízo ocasionado a um bem jurídico tutelado, no caso, o meio ambiente. 
Cabe ainda acrescentar que o dano ambiental pode ser causado por atividade 
econômica potencialmente poluidora ou por ato comissivo ou omissivo praticado 
por qualquer pessoa. 
 
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15 
Desta forma devemos entender que qualquer pessoa, física ou jurídica, 
que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou 
causar qualquer prejuízo deve ser responsabilizado. 
Para responsabilizar alguém pelo Código Civil podem ser adotadas 2 
teorias, na teoria subjetiva é necessário demonstrar a culpa do agente, ou seja, 
a imprudência (prática de ato perigoso), negligência (prática de ato sem tomar 
as precauções adequadas), imperícia (prática de ato por alguém que não tem 
aptidão técnica, teórica ou prática), além do nexo de causalidade entre o fato e 
o dano. 
Na teoria objetiva, a demonstração de culpa não é necessária, o agente 
responderá pelos danos causados independentemente de culpa (Sirvinskas, 
2003). Em casos de litígios sobre bens ambientais, nem sempre há facilidade em 
comprovar a culpa do causador, desta forma, tendo-se em vista a importância 
do bem tutelado no direito ambiental, a doutrina e a legislação passaram a adotar 
a teoria objetiva. 
Responsabiliza-se o agente causador do dano ambiental independente de 
ter agido com culpa, basta somente a relação entre dano e causalidade. Além 
disso, a responsabilidade pelo dano ambiental é solidária, havendo mais de um 
causador, todos responderão solidariamente. 
A responsabilidade civil por dano ambiental está expressamente prevista 
no art. 14 da Lei n° 6.938/81 quando esta dispõe que o poluidor é obrigado, 
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos 
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. Este 
diploma legal traz ainda no artigo 14: sem prejuízo das penalidades definidas 
pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados 
pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: 
 
I - à multa simples ou diária, (...) agravada em casos de reincidência 
específica, conforme dispuser o regulamento; 
 
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16 
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais 
concedidos pelo Poder Público; 
III - à perda ou suspensão de participação em linhas de 
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; 
IV - à suspensão de sua atividade. 
 
A responsabilidade administrativa decorre de uma infração a partir de 
conduta ilícita, ou seja, qualquer comportamento contrário ao ordenamento 
jurídico. Nas hipóteses previstas em lei haverá a possibilidade de imposição de 
sanção administrativa pelo órgão competente, em obediência ao princípio da 
legalidade. 
O procedimento administrativo instituído para as infrações ambientais 
pela Lei n° 9.605/98 é similar ao já utilizado pela fiscalização do Ministério do 
Trabalho e do Departamento de Polícia Federal, a autoridade preocupa-se em 
constatar a infração e sua extensão, sem quantificá-la, o que é efetuado 
posteriormente pelo ato de imposição de multa. O procedimento administrativo 
de infrações ambientais está estruturado em três premissas básicas: 
 a constatação do prejuízo ambiental de forma individualizada por meio de 
perícia; 
 a garantia de ampla defesa e ao contraditório; 
 imposição de multa vinculada ao julgamento da questão de existir ou não 
degradação, bem como seu alcance (Moraes, 2002). 
 
Importante observar ainda a colocação do mesmo autor sobre a 
obrigatoriedade de perícia de constatação de dano ambiental. Havendo ainda 
obrigação de garantir a ampla defesa e o contraditório, o dano deve ser 
conhecido, individualizado para que o particular tenha os elementos de defesa. 
Assim, a fiscalização ambiental como ato administrativo demanda vistoria e 
perícia para ser considerada perfeita, sendo que apenas com a realização 
 
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17 
dessas duas condutas é que poderá realizar a terceira e final: a confecção do 
auto-infração e sua notificação. 
As penalidades administrativas para punição de infratores estão dispostas 
conforme Capítulo VI da Lei n° 9.605/98 art. 70: considera-se infração 
administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de 
uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. Art. 72 as 
infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções: 
 
I - advertência; 
II - multa simples; 
III - multa diária; 
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da 
fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou 
veículos de qualquer natureza utilizados na infração; 
V - destruição ou inutilizaçãodo produto; 
VI - suspensão de venda e fabricação do produto; 
VII - embargo de obra ou atividade; 
VIII - demolição de obra; 
IX - suspensão parcial ou total de atividades; 
X – (VETADO) 
XI - restritiva de direitos (suspensão ou cancelamento de 
registro, autorização ou licença. 
 
De acordo com a importância do meio ambiente, enquanto direito 
fundamental, bem de uso comum do povo, foi elaborada a Lei n° 9.605/98, a qual 
disciplinou os crimes ambientais, fazendo com que a tutela do meio ambiente 
fosse implementada da forma mais severa de nosso ordenamento, a tutela penal 
(Fiorillo, 2003). Assim, a tutela penal é aplicável quando as medidas nas esferas 
administrativa e civil não surtirem os efeitos desejados, uma vez que a tutela 
penal tem por escopo prevenir e reprimir condutas praticadas contra a natureza. 
 
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18 
A lei determina a responsabilidade da perícia criminal na valoração 
ambiental do crime sob apuração (art. 19), reconhecendo a importância deste 
instrumento na reparação dos danos causados, por meio da condenação dos 
responsáveis pelas agressões ao meio ambiente (art. 20). 
O sujeito ativo dos crimes ambientais pode ser qualquer pessoa física 
imputável, ou seja, toda pessoa que tem capacidade de entender a licitude do 
fato e de agir de acordo com esse entendimento. (Sirvinskas, 2003). As sanções 
penais aplicáveis à pessoa física são: 
 penas privativas de liberdade, 
 penas restritivas de direito (prestação pecuniária, perda de bens e valores, 
prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição 
temporária de direitos e limitação de fim de semana); 
 multa. 
 
Também pode ser sujeito ativo dos crimes ambientais a pessoa jurídica, 
seja ela de direito público ou de direito privado. Tendo em vista a 
responsabilidade objetiva do poluidor pelos danos causados ao meio ambiente 
e a terceiros, afetados por sua atividade, a pessoa jurídica responde 
independentemente da existência de culpa pelos danos causados pelo 
desenvolvimento de suas atividades. 
O artigo 2º da Lei dos Crimes Ambientais dispõe acerca do dever de agir 
dos diretores, administradores, conselheiros, auditores, gerentes, prepostos e 
mandatários da pessoa jurídica, tais pessoas podem responder pelos delitos 
ambientais cometidos no âmbito da empresa de duas formas: por ação ou 
omissão. Esta última forma exige que o agente possua o dever jurídico de agir, 
bem como a ciência da conduta considerada ilícita, conforme o art. 2º, quem, de 
qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide 
nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o 
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o 
gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta 
 
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19 
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para 
evitá-la. 
A ação penal contra pessoa jurídica por crime é admitida desde que haja 
a imputação simultânea da pessoa jurídica e da pessoa física que atua em seu 
nome, já que não se pode compreender a responsabilização da empresa 
dissociada da atuação de uma pessoa física, que age com o elemento subjetivo 
próprio. (Bonafina, 2015). 
As sanções penais aplicáveis à pessoa jurídica são as penas de (Lei nº 
9.605/98): 
 multa; 
 restritivas de direito (suspensão parcial ou total de atividades; interdição 
temporária de estabelecimento, obra ou atividade; proibição de contratar 
com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou 
doações); 
 prestação de serviços à comunidade, (custeio de programas e de projetos 
ambientais; execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 
manutenção de espaços públicos; contribuições a entidades ambientais 
ou culturais públicas); 
 a desconsideração da pessoa jurídica; 
 execução forçada (liquidação forçada, seu patrimônio será considerado 
instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional). 
 
Quanto às responsabilidades do Perito Ambiental, além daquelas que já 
estudamos e estão descritas no Código de Ética Profissional e Disciplinar do 
Perito, o perito também está sujeito ao disposto no Código de Processo Civil, 
especialmente nos artigos 157: “o perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo 
que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do 
encargo alegando motivo legítimo”; e art. 158: “o perito que, por dolo ou culpa, 
 
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20 
prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e 
ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) 
anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz 
comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que 
entender cabíveis”. 
O Professor Rubens vai falar sobre a responsabilidade da pessoa jurídica 
e do perito. Não deixe de assistir lá no material on-line. 
Tutela Internacional do Meio Ambiente 
 
O Direito Internacional tem o objetivo de proteger o meio ambiente em 
nível mundial, visto que a degradação ambiental não possui fronteira geográfica 
delimitada, medidas protetivas, normas, tratados, convenções, declarações 
diretrizes, entres outros, foram estabelecidos com a finalidade de evitar a 
poluição para além das fronteiras legais. 
A tutela internacional do meio ambiente é defendida por diversos 
documentos firmados entre países participantes, e de acordo com Sirvinskas 
(2003), podemos conceituar Direito Internacional como o conjunto de regras e 
princípios que criam obrigações e direitos de natureza ambiental para os 
Estados, as organizações intergovernamentais e os indivíduos. As principais 
fontes do direito internacional do meio ambiente são os tratados e convenções, 
os atos das organizações intergovernamentais, os costumes internacionais, os 
princípios gerais do direito, a doutrina internacional e a jurisprudência 
internacional. 
Grande parte da doutrina especializada em direito ambiental considera o 
ano de 1960 como o ano de nascimento do direito internacional do meio 
ambiente. Na década de 60, diversos países africanos obtém sua independência 
e passam a integrar a Organização das Nações Unidas, o que acarretou 
relevantes modificações nas relações internacionais a partir do referido período. 
Ao mesmo tempo, na Europa, as discussões transferem-se dos assuntos 
 
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21 
relacionados a políticas internacionais para as discussões inerentes ao cidadão 
comum, dentre elas a preservação do meio ambiente, a preocupação com a 
poluição, e outros dilemas ambientais que caíram no gosto da opinião pública. 
(Jaques, 2014). 
De maneira geral, conforme explica Moraes (2002), os tratados 
internacionais podem ser classificados dentro da competência legislativa 
delegada do Poder Legislativo ao Executivo, pois o Presidente da República os 
firma, mas é o Congresso Nacional que os ratifica. Assim, no que não conflitarem 
com os dispositivos constitucionais, se sobreporão sobre a legislação ordinária 
interna, nas hipóteses previstas no acordo internacional. Ratificados os acordos 
e tratados internacionais pelo Congresso Nacional, passam eles a lei especial 
sobre os tópicos abrangidos derrogando a legislação ordinária genérica nos 
casos em estudo. 
O MERCOSUL cuja configuração atual encontra seu marco institucional 
no Protocolo de Ouro Preto, assinado em dezembro de 1994, o qual reconhece 
a personalidade jurídica de direito internacional do bloco, atribuindo-lhe, assim, 
competência para negociar, em nome próprio, acordos com terceiros países, 
grupos de países e organismos internacionais, é exemplo prático da matéria do 
Direito Internacional.Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram, em 26 de 
março de 1991, o Tratado de Assunção, com vistas a criar o Mercado Comum 
do Sul (MERCOSUL). 
O objetivo primordial do Tratado de Assunção é a integração dos Estados 
Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do 
estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma 
política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e 
setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes (Mercosul, 
2016). 
Já quanto a qualificação do crime ao meio ambiente, é necessário aos 
Estados instaurar medidas internacionais de coerção, encontrando alternativas 
 
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22 
para punir o causador do dano na esfera internacional, com intuito de proteger o 
patrimônio da humanidade. (Sirvinskas, 2003). 
 
 
 
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23 
Revendo a Problematização 
 
De acordo com o conteúdo apresentado nesta aula, referente à 
responsabilização de pessoa física, jurídica e do perito, com base na legislação 
brasileira e internacional em vigor, vamos retomar o Caso (4) sobre o estudo do 
acidente seguido de dano ambiental ocasionado a partir da explosão e naufrágio 
do navio “Vicuña” no Porto de Paranaguá. Com as informações obtidas nos 
documentos estudados para o caso, a quem poderia ter sido atribuída a 
responsabilidade pelo acidente que causou a explosão e naufrágio do navio 
“Vicuña” e consequentemente os danos ambientais na Baía de Paranaguá? 
 
a. A responsabilidade pelo acidente e pelos danos ambientais poderiam ter 
sido atribuídas a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, já que ela 
representa o Estado onde está localizado o Porto de Paranaguá, e pelo 
princípio da responsabilidade solidária ao IAP – Instituto Ambiental do 
Paraná –, pois foram atingidas quatro Unidades de Conservação de 
Proteção Integral sob sua responsabilidade: Parque Nacional do 
Superagüi, Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Parque Estadual da Ilha 
do Mel e Estação Ecológica da Ilha do Mel. 
 
b. O caso deve ter sido julgado por uma comissão internacional visto que o 
Direito Internacional institui que as águas que banham os continentes, são 
por sua natureza uma só, e por isso se submetem a tratamento jurídico 
comum, assim como, a indivisibilidade geográfica do mar opõe-se à 
diversidade jurídica das águas. Representantes de órgãos oficiais 
responsáveis pela segurança naval do Brasil, águas onde se encontrava 
o navio no momento do acidente e ocorrência do dano ambiental, como a 
Diretoria de Portos e Costas deveriam ser responsabilizados pela 
comissão internacional. 
 
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24 
 
c. A responsabilidade pelo acidente que causou a explosão e naufrágio do 
navio “Vicuña” e, consequentemente, os danos ambientais na Baía de 
Paranaguá poderiam ter sido atribuída a empresa Sociedad Navieira 
Ultragas proprietária do navio. 
 
 
 
 
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25 
Síntese 
Chegamos ao final de mais um tema. 
Aqui você viu que a legislação ambiental brasileira se constitui em um 
aparato amplo e importante na tutela do meio ambiente, com vista a proteção 
ambiental e a efetivação do direito comum a uma sadia qualidade de vida no que 
depende de bens ambientais em quantidade e qualidade necessárias para 
atender às presentes e futuras gerações. De maneira análoga ao Direito 
Ambiental, vimos que o Direito Internacional tem o objetivo de proteger o bem 
comum, as variáveis ambientais para além das fronteiras geográficas, buscando 
com isso garantir o bem de toda a humanidade. 
É possível afirmar, com base no conteúdo estudado que, embora exista 
um regramento comum às perícias em litígios ambientais, existe também uma 
diversidade grande de leis e normas aplicáveis a cada caso de dano em 
particular, e, portanto, cabe ao perito reconhecer e dominar a legislação a ser 
utilizada em cada caso sob sua responsabilidade para a produção da prova 
pericial de forma verdadeira e útil ao juízo. 
Dentro da tutela judicial do meio ambiente, vimos que no caso de ilícitos 
ambientais há possibilidade da aplicação de penalizações quando da ocorrência 
de danos, a sanção penal, a sanção administrativa e a sanção civil e definimos 
os atos aplicáveis em decorrência de cada uma delas. 
Além disso, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, sejam de direito 
público ou privado, podem ser responsabilizadas pelo dano ambiental e esta 
responsabilidade é ainda solidária, todos os causadores de determinado dano 
ambiental responderão solidariamente. 
Quanto ao perito ambiental, cabe realizar a Perícia para a qual foi 
designado, com ética e independência, consciente da confiança depositada pelo 
juiz, usando de todos os métodos e conhecimentos necessários para produzir da 
melhor forma possível a prova pericial, reconhecidamente, fundamental na 
solução de litígios envolvendo danos a bens ambientais. 
 
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26 
Lá no material on-line, o Professor Rubens vai fazer uma síntese de tudo 
o que vimos neste tema. Não deixe de assistir. 
 
 
 
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27 
Referências 
Belchior, G. P. N.; Primo, D. A. S. A responsabilidade civil por dano ambiental 
e o caso Samarco: desafios à luz do paradigma da sociedade de risco e da 
complexidade ambiental, 2016. RJurFA7, Fortaleza, v. 13, n. 1, p. 10-30, 
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o Superior Tribunal de Justiça. 2016. Disponível em: 
http://nathanbernardoni.jusbrasil.com.br/artigos/303124285/a-importancia-dos-
principios-do-direito-ambiental-segundo-stj Acesso em 23/05/2016. 
Bonafina, I. P. Da responsabilidade civil por dano ambiental. 2015. Disponível 
em: https://jus.com.br/imprimir/42687/da-responsabilidade-civil-por-dano-
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23/05/2016. 
Conselho Nacional dos Peritos Judiciais da República Federativa do Brasil, 
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Peritos Judiciais da República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro: 2010. 
Disponível em: http://www.conpej.org.br/codetica.pdf Acesso em 23/05/2016. 
Fiorillo, C. A. P. Curso de direito ambiental brasileiro. 4.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2003. 
Lei nº 2.180, de 5 de fevereiro de 1954. Dispõe sobre o Tribunal Marítimo. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2180compilado.htm 
Acesso em 23/05/2016. 
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio 
ambiente, e dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm Acesso em 23/05/2016. 
Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá 
outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938compilada.htm Acesso em 
23/05/2016. 
http://www.fa7.edu.br/revistajuridica/wp-content/uploads/2016/02/rjur-v13-n1-artigo-1-germana-e-diego-PDF.pdf
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28 
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 
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Sousa, A. B.; Silveira, M.; Costa, T. M. A responsabilidade dos Estados no 
que concerne à poluição marítima em decorrência de derrame de 
hidrocarbonetos. Direito E-Nergia, ano 5, vol 7, jan-jul 2013. Disponível em: 
http://www.periodicos.ufrn.br/direitoenergia/article/view/5015 Acesso em 
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29 
Atividades 
 O Brasil possui um arcabouço legal importante para garantir a tutela dos 
bens ambientais. A legislação ambiental brasileira é instrumento para a 
realização da Perícia quando a causa em juízo versa sobre danos sofridos 
por bens ambientais. Marque a alternativa correta. Quanto ao Direito 
Ambiental é correto afirmar que: 
 
a. Está pautado em fontes únicas advindas de bases técnicas, as quais têm 
características específicas e não são compatíveis com qualquer outro 
ramo do Direito. 
b. Possui efeitos jurídicos do relacionamento com diversos outros ramos do 
Direito. 
c. Possui elementos e requisitos também aplicáveis ao Direito Penal, 
entretanto não se relaciona com outras áreas do direito devido as 
especificidades científicas dos bens ambientais. 
d. Está pautado em elementos derivados apenas do Direito Penal, uma vez 
que a sanção de restrição de liberdade deve sempre ser aplicada no 
Direito Ambiental. 
 A Perícia Ambiental é um importante instrumento de produção de prova 
para constatação de dano ambiental e sua extensão, contribuindo para a 
comprovação de culpa e solução da lide. Dentre os documentos a 
integrarem a análise pericial está a legislação que versa sobre o tema 
ambiental em questão. Marque a alternativa correta. Em causas judiciais 
que incluem dano ao meio ambiente: 
a. A legislação aplicável na solução da lide é sempre a mesma, 
independentemente do tipo de perícia, visto que os danos ambientais são 
tutelados pelas mesmas normas legais. 
 
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30 
b. A legislação ambiental utilizada na solução da lide é sempre única, 
entretanto, determinados artigos podem ser aplicáveis a um dano e outros 
não. 
c. Algumas leis são aplicáveis de forma geral a qualquer tipo de dano, 
entretanto, cada espécie de dano é regido por legislação específica. 
d. A legislação aplicável a cada tipo de dano é diferente, não existindo 
normativas em comum, visto a especificidade dos bens ambientais. 
 O Direito Ambiental possui princípios diretores, também definidos como 
bases, fontes normativas, os quais servem de critério básico para a 
interpretação de todas as normas que compõem o sistema jurídico 
ambiental. Marque a alternativa correta. São princípios do Direito 
Ambiental: 
 
a. Princípios do Desenvolvimento Humano, Prevenção e Mitigação. 
b. Princípios da Prevenção, Poluidor-Restaurador e Desenvolvimento 
Global. 
c. Princípios da Prevenção, Precaução e Poluidor-Pagador. 
d. Princípios do Equilíbrio, Solidariedade e Poluidor-Consciente. 
 Quando da constatação de um ilícito em que o objeto tutelado é um bem 
ambiental, podem ser responsabilizadas as pessoas física e jurídica, de 
direito público ou privado. Marque a alternativa correta. São aplicáveis em 
causas ambientais as seguintes sanções: 
 
a. Pericial, jurídica e civil. 
b. Técnica, científica e penal. 
 
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31 
c. Criminal, legislativa e civil. 
d. Penal, administrativa e civil. 
 Direito Internacional é matéria que objetiva a tutela do bem ambiental 
além das fronteiras geográficas dos Estados. Como os demais ramos do 
direito é pautado em um conjunto de regras e princípios que criam 
obrigações e direitos de natureza ambiental para os Estados. Marque a 
alternativa correta. São fontes do direito internacional do meio ambiente: 
 
a. Tratados e convenções, doutrina internacional e jurisprudência 
internacional. 
b. Legislação ambiental específica, código de defesa internacional do 
consumidor. 
c. Legislação do país de origem, direitos do mar, coletânea de resoluções 
ambientais. 
d. Tratados regionais, jurisprudência nacional, convenções bianuais.

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