Buscar

procedimento ambiental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Disciplina Perícia Ambiental 
Tema 
Procedimentos, Práticas de Perícia Ambiental e 
Produção de Provas Periciais 
Professor Rubens Corrêa Secco 
 
Introdução 
Olá! Vamos iniciar agora o estudo de mais um tema. 
Para a realização de qualquer atividade profissional, sobretudo uma 
Perícia, é indispensável que o profissional esteja preparado para executar os 
trabalhos de campo, fazendo com que o período dispensado para a coleta das 
informações ou provas seja otimizado e todas as análises necessárias sejam 
feitas, este procedimento previne o retrabalho, falta de coleta de informações 
importantes e atraso na produção do laudo pericial. 
Para tanto, é necessária uma etapa anterior ao campo, que poderia ser 
chamada de análise documental e preparação dos trabalhos de campo. Além de 
entender estas etapas iniciais da perícia ambiental, vamos também refletir sobre 
as ações, posturas, procedimentos e atividades necessárias à condução de 
perícias ambientais, avaliar as possíveis ferramentas utilizadas pelos peritos na 
coleta de provas, tanto documentais quanto em vistorias de campo e conhecer 
a elaboração de laudos periciais e pareceres, verificando o conteúdo básico 
necessário para a produção destes documentos. 
No material on-line, o Professor Rubens vai apresentar tudo o que 
veremos neste tema. Não deixe de assistir ao vídeo. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Problematização 
Nas aulas anteriores estudamos dois casos onde são aplicáveis Perícias 
Ambientais. Vamos relembrá-los: 
O primeiro caso de estudo correspondia a um possível dano decorrente 
do armazenamento inadequado de produtos químicos, o que teria causado a 
contaminação do solo, da água e da flora locais. O proprietário de um terreno 
pretendia vendê-lo para a construção de habitações populares, entretanto, neste 
terreno havia um galpão em alvenaria de cerca de 1.000 m2 no qual tinham sido 
armazenados produtos químicos de alta toxicidade, durante cerca de 10 anos. 
Os produtos foram incinerados e já tinha se passado mais 15 anos após 
essa retirada. Havia a suspeita de vazamento de produtos químicos e 
contaminação do meio ambiente. O único documento físico que o proprietário do 
terreno possuía sobre o caso era um laudo de análise do solo e água do local, 
datado da época em que os materiais foram retirados dos galpões. 
Concluiu-se ao final da aula que para determinar se a área poderia ser 
utilizada para qualquer fim, incluindo construção de moradias, era necessária a 
requisição de uma Perícia Ambiental, a qual foi classificada como Perícia 
Extrajudicial, aquela aplicada nas situações em que há um acordo ajustado entre 
as partes, neste caso, vendedor e comprador do terreno, onde o perito tinha a 
confiança recíproca das partes. 
Vimos também que a metodologia a ser utilizada pelo Perito seria o 
Exame: a inspeção e análise de documentos; e a Vistoria: produção de provas 
com a inspeção do local. 
O segundo caso era uma Perícia Ambiental judicial, requerida pelo juiz, 
para indicar a possibilidade de recuperação, dimensionar e calcular o valor do 
dano causado pela invasão popular, em uma área de APP. Como vimos, uma 
APP – Área de Preservação Permanente é instituída por Lei, pelo Código 
Florestal (Lei n° 12.651/2012), e sua tutela é de extrema importância. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Fiorillo (2003) alerta que a proteção encartada por esta lei não tem por 
objetivo imediato tutelar a vegetação, mas sim os outros recursos naturais, como 
o solo e água. 
Na área localizada a margem de um curso d’água foram construídas 
moradias em madeira e alvenaria que estariam no local há pelo menos 10 anos, 
e algumas benfeitorias como calçadas, pavimentações de pátios e caminhos. Foi 
retirada vegetação nativa para construção das moradias e alterada a 
conformação do solo no local, inclusive havia a suspeita do soterramento de uma 
nascente. Neste caso, não foram entregues documentos pelo proprietário da 
área ao Perito. 
A Perícia foi classificada como Perícia Judicial, aquela que ocorre nos 
autos do processo, a requerimento do juiz, e as metodologias a serem utilizadas 
pelo Perito seriam o Exame: a inspeção e análise de documentos; a Vistoria: 
produção de provas com a inspeção do local; e também a Avaliação: pois havia 
necessidade de estimar valores, quantificando monetariamente o dano. 
Agora vamos retomar estes dois casos para, através da comparação entre 
eles, entendermos: 
 Como os profissionais se prepararam para estas Perícias Ambientais? 
 Quais seriam os documentos necessários na análise? 
 Quais seriam os procedimentos na visita em campo e na coleta de 
evidências e provas técnicas? 
 Como seriam os Laudos Periciais? 
 
As respostas destas questões serão apresentadas ao longo deste tema, 
concluindo com a apresentação das principais informações, que possivelmente 
corresponderiam aos Laudos produzidos nestes casos de estudo. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Condução da Perícia Ambiental 
 
A Perícia Ambiental é uma ferramenta de investigação para o 
esclarecimento acerca de danos ambientais, na qual o juiz confia a um 
especialista a análise de uma questão técnica ou científica que excede sua 
competência e seus conhecimentos. Em vista disso, para que a Perícia seja bem 
conduzida, é necessário um planejamento criterioso e a observância de todos os 
preceitos de ordem moral e legal, para que todas as atividades sejam realizadas 
com respaldo técnico suficiente na produção de prova pericial para que esta seja, 
sobretudo confiável. 
Inicialmente, vamos conhecer de forma geral o processo de uma Perícia 
Ambiental, desde a nomeação, as diligências, a produção do laudo, a entrega 
dele, até a análise do juiz, dividindo-a didaticamente em etapas. Para isso vamos 
nos servir do Código de Processo Civil, Lei nº 13.105/15, o qual rege a matéria. 
Importante salientar que esta é uma divisão didática, pois os atos do processo 
podem ocorrer concomitantemente ou em ordem diferente das apresentas a 
seguir. 
 
1ª Etapa: Nomeação do Perito (art. 465 do CPC) 
Um perito com as qualificações técnicas necessárias ao objeto da causa 
é nomeado pelo juiz e fixa de imediato o prazo para a entrega do laudo. O perito 
não pode ter qualquer interesse no caso ou no sucesso de uma ou outra parte, 
ou seja, deve ser imparcial. Em seguida, o perito é intimado por um oficial de 
justiça, o qual o procurará no endereço fornecido no cartório ou vara onde está 
o seu cadastro. 
O perito pode recusar a nomeação, alegando motivo justo. Entretanto, 
caso aceita, a função de Perito deverá ser cumprida, expressamente, como 
determinado pelo juiz: “o perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe 
foi cometido, independentemente de termo de compromisso (art. 466 do CPC)”. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
Na sequência, após receber a intimação e a nomeação, o perito deve 
retirar pessoalmente o processo no cartório e estudar detalhadamente a causa, 
apresentando uma proposta de honorários. Conforme disposto no Código de 
Processo Civil, artigo 465, § 4o, “o juiz poderá autorizar o pagamento de até 
cinquenta por cento dos honorários arbitrados a favor do perito no início dos 
trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de 
entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários”, entretanto, 
é recomendável que o perito faça a proposta de honorários e solicitação de 
adiantamento através de petição, logo após receber a intimação e a sua 
nomeação. 
De acordo com a complexidade da causa é lícita à convocação de uma 
equipe auxiliar, para que cada espécie de dano seja analisada por um 
profissional com conhecimento técnico especializado, garantido a veracidadedos fatos, tanto quanto à extensão ou à quantificação dos danos, conforme 
previsto na lei, art. 475, “tratando-se de perícia complexa que abranja mais de 
uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um 
perito, e a parte indicar mais de um assistente técnico”. 
 
2ª Etapa: Indicação de Assistentes Técnicos 
 
Dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de 
nomeação do perito, as partes devem indicar assistentes técnicos e apresentar 
quesitos (art. 465 do CPC). Cabe ao Perito fazer o contato com os assistentes 
técnicos, informando quando serão realizadas as diligências, visitas a campo. 
Ainda o art. 465 garante, “o perito deve assegurar aos assistentes das partes o 
acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com 
prévia comunicação”. Este direito também está reservado no art. 474 “as partes 
terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo perito 
para ter início a produção da prova”. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
3ª Etapa: Exames, Diligências, Vistorias, Inspeções a Campo 
 
Inicialmente, o perito deve reunir e analisar toda a documentação 
disponível sobre a causa, solicitando também os documentos que achar 
necessários para desenvolver suas atividades. Na sequência, deve fazer a 
preparação da diligência para que suas ações a campo sejam eficientes e 
obtenham as provas técnicas necessárias. A diligência ou a produção da perícia 
só é concluída com a entrega do laudo pericial em Cartório. 
Conforme dispõe a lei, “para o desempenho de sua função, o perito e os 
assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo 
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em 
poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o 
laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos 
necessários ao esclarecimento do objeto da perícia” (art. 473 do CPC). 
 
4ª Etapa: Entrega do Laudo Pericial em Cartório 
 
Após a coleta de todas as informações necessárias, finalizados os 
trabalhos periciais, será redigido o Laudo Pericial e protocolado em juízo, no 
prazo fixado pelo juiz. O laudo será entregue no cartório onde o perito foi 
nomeado, juntamente com ele, o perito deve devolver o processo retirado no 
início dos trabalhos. Na sequência, o laudo vai ser analisado pelas partes que 
podem requisitar esclarecimentos do perito ou elaborar quesitos elucidativos, os 
quais têm objetivo de esclarecer dúvidas sobre o laudo ou sobre os pareceres 
técnicos, conforme assegura o CPC, no art. 477, “se ainda houver necessidade 
de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o 
assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento, 
formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos”. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
5ª Etapa: Análise das Provas e Indicação da Sentença pelo Juiz 
O juiz fará a apreciação da prova pericial de acordo com o disposto no art. 
371 do CPC, indicando na sentença as razões da formação de seu 
convencimento, apresentando os motivos que o levaram a considerar ou a deixar 
de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo 
perito (art. 479). 
O juiz poderá determinar a realização de nova perícia, quando a matéria 
não lhe parecer suficientemente esclarecida (art. 480 do CPC). A segunda 
perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de 
cada uma. 
 
Preparação e Análise Documental 
 
Inicialmente, vamos analisar as ações de preparação da perícia, que 
incluem a análise de documentos, levantamento e obtenção de dados e 
informações, para otimizar os trabalhos de campo, coleta de evidências e a 
obtenção de resultados. Segundo o Código de Ética (2010), aplicável aos peritos 
no exercício da profissão, é proibido deixar de utilizar, conscientemente, todos 
os conhecimentos técnico-científicos possíveis que estiverem em seu alcance 
para a formalização de conclusões periciais e negligenciar o cumprimento de 
seus deveres. Desta forma, o planejamento resguarda o profissional de cometer 
equívocos ou deixar de analisar algum fato importante da causa. 
O trabalho do perito inicia com a retirada do processo no cartório e análise 
de todas as informações que constam neste. A partir da caracterização do objeto 
da perícia, deve ser feita uma pesquisa para obtenção de todas as informações 
necessárias como dados históricos; dados ambientais para as avaliações dos 
impactos como mapas, plantas, imagens aéreas, fotografias, análises 
laboratoriais, laudos ambientais, pareceres, inventários, autuações anteriores, 
zoneamentos, recursos ambientais (hídricos, flora, fauna, etc.), informações que 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
subsidiem cálculos e valorações de danos e outras necessárias para a resposta 
aos quesitos ou conclusões acerca do objeto da perícia. 
A preparação é um procedimento prévio que propõe o exame das 
informações e documentos pertinentes, definição da abrangência da avaliação e 
planejamento das ações de campo, o que irá consolidar todas as etapas 
seguintes da Perícia. Convém já estabelecer a natureza e a extensão das 
vistorias a serem realizadas com base nas áreas de influência do dano e dos 
limites geográficos a serem avaliados em campo, bem como o período de tempo 
necessário para fazer tais vistorias e inspeções. 
Através do planejamento pode-se também identificar potenciais 
problemas e riscos que venham a ocorrem no andamento da perícia, além de 
fatos importantes que não devem passar despercebidos e merecem atenção 
especial. Deve-se fazer a correlação de todas as informações obtidas com o 
disposto na legislação aplicável ao objeto da perícia. Há também a possibilidade 
da divisão das tarefas, no caso de a perícia estar sendo desenvolvida em equipe, 
o que facilitará a execução e cumprimento dos prazos. 
O Professor Rubens discorre no vídeo a seguir sobre a preparação da 
perícia. Confira acessando pelo material on-line. 
 
Vistorias, Visitas in Loco 
 
Depois de completada a preparação e análise dos documentos, a próxima 
etapa da Perícia é os procedimentos e ações realizadas durante as vistorias e 
visitas in loco. 
Cabe observar que durante a condução de uma vistoria ou avaliação de 
campo, o Perito deve assumir algumas posturas, conforme exemplifica Roveri et 
al. (2010), o perfil necessário a este profissional da perícia judicial ambiental é 
atuação diligente, honesta, escrupulosa, cuidadosa, sincera e imparcial, 
devendo este apresentar também um trabalho de boa qualidade. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
Quando o perito não puder exercer suas atividades com imparcialidade e 
sem qualquer interferência, deve se declarar impedido, seja por motivos legais 
(interesse direto ou de parente no resultado da causa, relação de trabalho com 
algumas das partes, for parte de processo, entre outros); motivos técnicos (a 
matéria em litígio não ser da sua especialidade, não possuir independência de 
forma isenta para conduzir o trabalho, constatar que os recursos humanos e 
materiais de sua estrutura profissional não permitem assumir o encargo e 
cumprir os prazos estabelecidos, entre outros); se considerar impedido por 
motivos pessoais, como ser amigo ou inimigo de qualquer uma das partes, ser 
devedor ou credor de qualquer uma das partes, ser herdeiro ou donatário, haver 
qualquer interesse no julgamento, entre outros. 
Podemos assim concluir que para ser imparcial, o perito precisa ser um 
profissional habilitado, legal, cultural e intelectualmente, apresentando virtudes 
morais e éticas com total compromisso com a verdade. 
Leia o documento intitulado Código de Ética Profissional e Disciplinar do 
Conselho Nacional dos PeritosJudiciais da República Federativa do Brasil, de 
2010, pelo link a seguir, e conheça detalhadamente os direitos, deveres, 
impedimentos e sanções disciplinares aplicáveis aos Peritos Judiciais. 
 
 
http://www.conpej.org.br/codetica.pdf 
 
 Além da imparcialidade, o perito deve adotar algumas posturas 
importantes na condução dos trabalhos de campo. Uma conduta ética 
caracterizada pela confiança, integridade e discrição é essencial nas diligências. 
Apresentação justa, caracterizada pela obrigação de reportar somente a 
verdade, com exatidão, para que o laudo pericial apresente os fatos verificados 
verdadeiramente e com precisão. 
http://www.conpej.org.br/codetica.pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
Devido cuidado profissional na condução da diligência, considerando a 
importância da tarefa executada e a confiança depositada em seu trabalho pelo 
juiz. Por isso, ter a competência necessária é um fator importante. 
Ainda segundo o CPC art. 158, o perito que, por dolo ou culpa, prestar 
informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará 
inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, 
independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz 
comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que 
entender cabíveis. 
O perito deve ter responsabilidade pelos atos praticados durante a 
diligência e liberdade de convicção para formalizar suas conclusões acerca do 
fato objeto da perícia, sem infringir qualquer preceito de ordem moral ou legal. 
Quando a situação exigir, o perito deve seguir as normas de segurança vigentes, 
normas de segurança da empresa ou específicas do local que está sendo 
vistoriado, incluindo uso de EPIs – Equipamentos de Proteção Individuais – e 
EPCs – Equipamentos de Proteção Coletivos –, seguindo as orientações que 
receber ou conforme normativas de seu conhecimento. Durante a fase de 
planejamento da Perícia, devem ser observados todos os riscos de segurança 
ao qual o perito e sua equipe possam estar submetidos e previstas as medidas 
de segurança cabíveis. 
Na diligência, o perito irá ao local a ser inspecionado, já definido e avaliado 
previamente na análise documental, incluindo locais determinados como áreas 
potencialmente influenciadas pelo dano, com objetivo de verificar e comprovar a 
ocorrência deste dano objeto do litígio, sua extensão, valoração quando for o 
caso e medidas para recuperação ou compensação. Serão coletadas as provas 
técnicas que irão subsidiar a produção de laudo pericial ou às respostas aos 
quesitos. 
O Código de Processo Civil (art. 473) garante ao perito “para o 
desempenho de sua função, valer-se de todos os meios necessários, ouvindo 
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o 
laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos 
necessários ao esclarecimento do objeto da perícia”. 
No material on-line, o Professor Rubens vai falar sobre as possíveis 
provas periciais a serem obtidas em vistorias e inspeções. 
Ferramentas de Verificação, Coleta de Evidências e Provas 
Técnicas 
 
De início, vamos entender o que são as provas em um processo judicial. 
Conforme o art. 369 do CPC “provas são os meios legais, moralmente legítimos, 
para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir 
eficazmente na convicção do juiz”. Segundo o vocabulário jurídico proposto por 
Silva (1973), prova é todo meio legal admitido em direito destinado a convencer 
o magistrado da verdade de um fato. A palavra Prova deriva do latim “probatio” 
que por sua vez deriva do verbo “probare” e significa examinar, persuadir, 
demonstrar. 
O Código de Processo Civil disciplina os seguintes meios de prova: 
depoimento pessoal, confissão, exibição de documentos ou coisas, prova 
documental, prova testemunhal, prova pericial e inspeção judicial. Assim, 
percebemos que a prova pericial é um elemento de prova o qual é materializado 
no laudo pericial. A prova pericial está ligada a questões técnicas, solicitada 
quando as provas documentais não são suficientes para o esclarecimento de 
fato no processo. 
Observação importante é feita pela OAB (2015) quanto à produção de 
“prova técnica simplificada”, regulada pelo art. 464, sendo viável tal medida 
quando o ponto controvertido for de menor complexidade, cabendo ser feito tão 
somente a inquirição do especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da 
causa que demande especial conhecimento científico ou técnico. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
A legislação, entretanto, não especifica em maiores detalhes os tipos de 
provas, porque o avanço tecnológico e científico oportuniza o surgimento de 
novos tipos de provas hábeis para demonstrar a verdade de um fato. 
Importante perceber que os destinatários da prova são todos os agentes 
envolvidos na relação jurídica processual, e que a produção das provas é 
disciplinada pelo princípio do contraditório, instrumento de ampla defesa que 
assegura às partes oportunidade de se contrapor, por meio de manifestação 
contrária. Papel este, do assistente técnico, que ao acompanhar a perícia, seja 
no momento da vistoria seja no momento da entrega do laudo, atende ao 
propósito de explicitar o contraditório pleno na produção da prova pericial. 
As ferramentas utilizadas pelo perito para a produção das provas periciais, 
como verificação, coleta de evidências e valoração de danos ambientais, 
dependem sempre do objeto que está sendo examinado. 
O perito irá a campo em busca de elementos materiais para embasar as 
suas conclusões na produção do laudo. Estes elementos materiais podem ser, 
por exemplo, coleta e análises de amostras de solo, de água, plantas, resíduos; 
mapeamentos; levantamentos topográficos; realização de avaliações 
fitossociológicas; entrevistas; fotografias; licenças; entre tantas outras 
evidências de dano que podem estar relacionadas aos bens ambientais. 
Importante é que em uma fase anterior, o perito tenha avaliado os 
aspectos e impactos prováveis decorrentes do suposto dano ambiental e 
determinado quais elementos são necessários para sua comprovação. Aqui o 
perito pode servir-se da metodologia de avaliação de impactos ambientais. 
Retomando o conhecimento: avaliação dos impactos ambientais tem o 
objetivo de identificar as causas (aspectos) e consequências (impactos) 
decorrentes de um dano ambiental, levando em consideração sua área de 
influência, sendo um instrumento indicativo com objetivo de servir de parâmetro 
para a qualificação do impacto como positivo ou negativo e avaliação do seu 
grau de abrangência, duração, severidade, reversibilidade, importância, entre 
outros fatores. Por exemplo, ao avaliarmos o objeto da causa na nossa 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
problematização, na possível contaminação de um terreno por produtos 
químicos, o perito poderia tomar como referência as prováveis causas do dano 
(aspectos) que seriam o armazenamento inadequado, vazamentos, 
derramamentos de produtos químicos. 
A partir desse raciocínio determinam-se os prováveis danos (impactos), 
quais sejam, a contaminação do solo, da água, da vegetação por elementos 
constituintes daqueles produtos químicos. A partir desta constatação, presume-
se que coletas de amostras de solo, água e plantas e análises laboratoriais 
destes elementos são imprescindíveis para verificação da ocorrência do dano. 
Com a delimitação prévia de uma área de influência, que possivelmente estaria 
contaminada, definida com base nas características dos produtos químicos 
avaliados, determina-se a abrangência da área a ser amostrada e a intensidade 
amostral.Os resultados demonstrarão a existência, o grau de contaminação e o 
perímetro da área contaminada. Desta forma, para cada tipo de dano, há 
necessidade de utilizar ferramentas específicas de coleta de evidências, 
eficientes, coerentes, aceitas científica e tecnicamente para aquela situação. O 
laudo da perícia ambiental, como prova importante que será no processo do 
litígio, deve estar sempre baseado em elementos verdadeiros e competentes 
tecnicamente. 
Leia agora o artigo “A fotografia forense na prova pericial”, escrito por José 
Ricardo Rocha Bandeira, em 14 de maio de 2015, e conheça as recomendações 
para o uso deste interessante tipo de prova na elaboração do laudo pericial. 
 
http://sp.conpej.org.br/a-fotografia-forense-na-prova-
pericial/ 
 
 Depois, assista ao vídeo do Professor Rubens explicando tudo sobre esta 
parte do nosso estudo. 
http://sp.conpej.org.br/a-fotografia-forense-na-prova-pericial/
http://sp.conpej.org.br/a-fotografia-forense-na-prova-pericial/
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
Produção das Provas Periciais - Laudos e Pareceres Técnicos 
 
Uma vez concluídas as análises documentais e os levantamentos de 
campo através de diligências, inicia-se a produção do laudo pericial ou parecer 
técnico. Como vimos, para elaborar com precisão o laudo pericial é importante 
que o perito tenha conhecimento técnico suficiente para o desempenho da 
função, facilidade de expressar-se clara e concisamente, conhecimentos 
jurídicos e experiência em produção de prova pericial. 
O laudo deve ser apresentado em cartório no prazo fixado pelo juiz. 
Entretanto, por motivo justificado, o CPC em seu art. 476, diz que “se o perito 
não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por 
uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado, e continua no 
art. 477, o perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo 
menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento”. Desta 
forma, nota-se novamente a importância do planejamento prévio e definição de 
um plano de trabalho eficaz para o cumprimento dos prazos estabelecidos e 
produção de um laudo pericial de qualidade, exatidão de fatos e elementos 
técnicos suficientes para o convencimento do magistrado, fim a que se destina. 
O laudo deve ser objetivo e bem fundamentado, para tanto, poderá ser 
instruído com imagens, fotografias, plantas, resultados de análises, entre outros, 
entretanto, o laudo deve conter somente os dados efetivamente úteis à solução 
do litígio. 
Uma característica importante a ser observada pelo perito na produção do 
laudo pericial é a observância de uma escrita compreensível ao leigo na matéria, 
para que seja garantido o perfeito entendimento por qualquer interessado na 
causa e, sobretudo, pelo juiz e pelas partes do processo. O laudo pericial deve 
ser conciso, escrito com clareza, objetividade, precisão, primar pela veracidade, 
não contendo alegações falsas, com ordenação lógica e linguagem 
gramaticalmente correta. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
O Código de Processo Civil em seu art. 473, estabelece o conteúdo 
mínimo do laudo pericial: 
 
I - a exposição do objeto da perícia; 
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito; 
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e 
demonstrando ser predominantemente aceito pelos 
especialistas da área do conhecimento da qual se originou; 
IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo 
juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público. 
 
Entretanto, entende-se que a estrutura de um laudo pericial irá variar de 
acordo com o objeto ou dano acerca do qual estão sendo realizadas as análises 
e conclusões, mas em geral, sugere-se a apresentação dos seguintes itens: 
 
a. Identificação do processo e das partes; 
b. Síntese do objeto da perícia; 
c. Objetivos da perícia; 
d. Documentos constantes dos autos; 
e. Metodologia adotada para os trabalhos periciais; 
f. Identificação das diligências realizadas; 
g. Análises dos elementos avaliados na perícia; 
h. Resultados obtidos nas avaliações (constatação); 
i. Outros elementos (depoimentos, informações adicionais); 
j. Transcrição e resposta aos quesitos; 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
k. Conclusão; 
l. Anexos (mapas, plantas, desenhos, fotografias, laudos, outras peças); 
m. Apêndices; 
n. Assinatura do perito. 
 
O mesmo artigo 473 do CPC instrui que no laudo, o perito deve apresentar 
sua fundamentação em linguagem simples e com coerência lógica, indicando 
como alcançou suas conclusões. É vedado ao perito ultrapassar os limites de 
sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame 
técnico ou científico do objeto da perícia. Há necessidade do cuidado em não 
fazer julgamentos, o perito deve descrever os fatos apenas, apresentado a 
análise do que foi averiguado, examinado e vistoriado durante o processo da 
perícia. 
O Professor Rubens vai explicar as provas periciais, o laudos e pareceres 
técnicos no vídeo com acesso pelo material on-line. Não deixe de assistir. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
17 
Revendo a problematização 
De acordo com o conteúdo apresentado nesta aula, agora, acredito que 
você já tenha conhecimento suficiente para encontrar a melhor solução para o 
problema, certo? Para os dois diferentes casos de Perícia Ambiental estudados, 
denominados para efeito desta análise como Contaminação de terreno por 
produtos químicos e Dano em APP : 
 Como os profissionais se prepararam para estas Perícias Ambientais? 
 Quais seriam os documentos necessários na análise? 
 Quais seriam os procedimentos na visita em campo e na coleta de 
evidências e provas técnicas? 
 Como seriam os Laudos Periciais? 
 
a. Para o Caso (1), o profissional não necessita de auxiliares, visto a 
simplicidade do objeto da causa, já para o caso (2), como a perícia 
abrangerá muitas moradias há necessidade de indicar uma equipe técnica 
de auxiliares ao perito. A preparação para os casos é semelhante e será 
feita apenas através da análise documental, já que todas as informações, 
dados, e documentos pertinentes já foram apresentados nos autos do 
processo retirado pelo perito no início da Perícia. Os documentos 
necessários na análise são aqueles que constam nos autos do processo. 
As diligências serão semelhantes, compreendendo a vistoria do local, 
coletas de solo e de água e captura de imagens através de fotografias. O 
Laudo Pericial será descritivo apresentando o conteúdo estabelecido na 
legislação. 
 
Feedback 1: Esta não é uma boa opção. A definição da necessidade 
ou não da contratação de Peritos Assistentes depende da complexidade da 
causa e diversidade de conhecimento técnico-científico para comprovação e 
valoração do dano. A área possuir maior número de moradias não é indicativo 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
18 
da necessidade de assistentes. O caso (1), devido às características dos 
produtos armazenados e formas de contaminação da área, poderia ser mais 
complexo que o caso (2). A preparação da Perícia sempre deve envolver não 
somente a análise de documentos que estão nos autos, como também obtenção 
de todos os documentos necessários para esclarecer as questões levantadas, 
que podem ser solicitados a órgãos competentes, as partes, entre outros ou 
obtidos pelo perito como mapas, análises, imagens aéreas, etc., assim como 
deve ser feita a preparação da diligência, com o estabelecimento das atividades 
a serem desenvolvidas em campo bem como tempo a ser dispensado. Note que 
em nenhum dos casos analisados há documentos suficientes nos autos: no caso 
(1) o único documento físico que o proprietário do terreno possuía sobre o caso 
era um laudo de análise do solo e água do local, datado daépoca em que os 
materiais foram retirados dos galpões, e no caso (2) não foram entregues pelo 
proprietário da área documentos ao Perito. As diligências são particulares a cada 
caso, pois dependem do objeto avaliado. Quantidade e tipos de amostragens e 
avaliações são particulares aos casos. Quanto ao Laudo Pericial, ele poderá ser 
sim descritivo apresentando o conteúdo estabelecido na legislação. 
 
b. Após analisar os documentos constantes nos autos e obter os demais 
documentos aplicáveis, avaliar as áreas de influência da ocorrência do 
dano e calcular o tamanho da área a ser vistoriada bem como o número 
de amostragens de solo, água e plantas a ser realizados o perito poderá 
definir a necessidade ou não da indicação de uma equipe de Peritos 
Assistentes. A preparação é comum aos dois casos, envolvendo estudo 
detalhado do processo, definição da metodologia a ser adotada, obtenção 
de documentos pelo perito (mapas, imagens, laudos), elaboração da 
listagem de documentos a serem obtidos na diligência: análises 
laboratoriais incluindo amostragens necessárias a serem realizadas, 
programação com relação ao tempo que será dispensado ao trabalho. 
Exemplos de documentos a serem analisados: caso (1) inventário dos 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
19 
resíduos, análise físico-química de solo e água; caso (2) levantamento 
planialtimétrico da área com delimitação da APP, levantamento geológico-
geotécnico comprovando ou não a existência da nascente. As diligências 
são particulares a cada caso, pois dependem do objeto avaliado. 
Quantidade e tipos de amostragens e avaliações são particulares aos 
casos. O Laudo Pericial será descritivo apresentando o conteúdo 
estabelecido na legislação. 
 
Feedback 2: Ótima opção. As ações de preparação da perícia devem 
incluir a análise de documentos, levantamento e obtenção de dados e 
informações, para otimizar os trabalhos de campo, coleta de evidências e a 
obtenção de resultados. Na preparação além do exame das informações e 
documentos pertinentes, deve ser definida a abrangência da avaliação, 
planejamento das ações de campo e o cálculo do tempo necessário para 
realização destas ações. De acordo com a complexidade da Perícia e da 
especificidade dos dados a serem obtidos podem ser contratados Peritos 
Assistentes. Os exemplos de documentos a serem analisados nos dois casos de 
estudo são pertinentes. As afirmações de que as diligências são particulares a 
cada caso, pois dependem do objeto avaliado e a quantidade e tipos de 
amostragens e avaliações são particulares aos casos estão corretas. Quanto ao 
Laudo Pericial, ele poderá ser sim descritivo apresentando o conteúdo 
estabelecido na legislação. 
 
c. Na fase de preparação para as diligências o perito deve primeiramente 
encaminhar ao juiz uma petição contendo honorários, e percentuais de 
adiantamento necessários para o serviço de campo e na sequência 
realizar a contratação dos Peritos Assistentes. Os documentos a serem 
analisados são aqueles solicitados às partes, os quais podem ser 
retirados no cartório em que o perito retirou o processo ou entregues 
diretamente ao perito. Embora as diligências a serem realizadas sejam 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
20 
semelhantes, compreendendo a vistoria do local, coletas de solo e de 
água, entrevistas/depoimentos de pessoas no local, no caso (1) serão 
ouvidos vizinhos da área objeto de estudo, ou seja, indivíduos de fora da 
área de estudo e na área (2) serão ouvidos moradores, ou seja, indivíduos 
dentro da área de estudo. O Laudo Pericial será descritivo apresentando 
o conteúdo estabelecido na legislação. 
 
Feedback 3: Esta não é uma boa escolha. A preparação da Perícia 
sempre deve envolver a análise de documentos bem como a preparação da 
diligência, com o estabelecimento das atividades a serem desenvolvidas em 
campo e o tempo a ser dispensado para estas atividades. A petição 
encaminhando a proposta de honorários é feita por ocasião da indicação do 
perito, não na fase de planejamento. A contratação de Peritos Assistentes é 
dependente da complexidade da causa e diversidade de conhecimento técnico 
científico para comprovação e valoração do dano. Os documentos necessários 
na análise são todos aqueles que o perito julgar pertinentes para esclarecer os 
fatos e subsidiar a fundamentação técnica ou científica das suas constatações, 
os quais podem ser solicitados às partes, retirados em órgãos públicos, ou 
produzidos pelo perito, como fotografias, depoimentos, análises laboratoriais, 
mapas, imagens aéreas, entre outros. As diligências são particulares a cada 
caso, pois dependem do objeto avaliado. Quantidade e tipos de amostragens e 
avaliações são particulares aos casos. Quanto ao Laudo Pericial, ele poderá ser 
sim descritivo apresentando o conteúdo estabelecido na legislação. 
 
 
Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o 
material on-line. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
21 
Síntese 
Nesta aula conhecemos como se dá a condução de uma perícia ambiental 
pelo perito; vimos que a perícia pode ser dividida em etapas, desde a nomeação 
do perito, solicitação de peritos assistentes e indicação dos assistentes técnicos, 
seguindo para as análises técnicas documentais e de campo, obtenção das 
provas, confecção e entrega do laudo e finalmente a análise pelo juiz e sua 
sentença. 
Vimos que o perito deve manter uma postura íntegra e somente aceitar 
conduzir uma perícia se não houver nenhum impedimento para tal, e na fase de 
coleta de dados de campo, deve-se ter bem claro todos os requisitos e 
necessidades para acesso ao local a ser vistoriado, bem como a conduta ética 
e imparcial a ser adotada durante a condução dos trabalhos. 
Compreendemos que o perito deve utilizar-se do que for necessário e 
estiver ao seu alcance para gerar a prova pericial, desde imagens antigas ou 
recentes, mapas, laudos de análises laboratoriais, enfim, buscar o estado da arte 
técnico-científico relativo ao tema, e baseando-se nestas informações e em sua 
experiência e capacidade técnica, compor a prova pericial de forma facilmente 
inteligível por leigos no assunto, porém, com sedimentado embasamento técnico 
científico. 
O Professor Rubens vai fazer uma síntese do nosso estudo neste tema. 
Acesse o vídeo pelo material on-line. 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
22 
Referências 
Almeida, R. J. Perícia ambiental judiciária e securitária: impactos e danos. Rio 
de Janeiro: Thex, 2008. 
Conselho Nacional dos Peritos Judiciais da República Federativa do Brasil, 
Código de Ética Profissional e Disciplinar do Conselho Nacional dos 
Peritos Judiciais da Republica Federativa do Brasil. Rio de Janeiro: 2010. 
Disponível em: http://www.conpej.org.br/codetica.pdf Acesso em 13/05/2016. 
Fiorillo, C. A. P. Curso de direito ambiental brasileiro. 4. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2003. 
Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Código Florestal. Dispõe sobre a proteção 
da vegetação nativa. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12651compilado.htm Acesso em 13/05/2016. 
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 
Acesso em 13/05/2016. 
Moraes, L. C. S. Curso de direito ambiental. São Paulo: Atlas, 2002. 
OAB. Novo código de processo civil anotado. Porto Alegre: OAB RS, 2015. 
Oliveira, F. J. V. As provas no processo civil. Conteúdo Jurídico, Brasilia-DF: 
13 jun. 2011. Disponível em: 
http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.32434&seo=1 
Roveri, V.; Oliveira, P.S.; Pereira, T.M. Perícia judicial ambiental: 
características e campo de atuação. Simpósio Internacional de Ciências 
Integradas da Unaerp campus Guarujá. 2010. Disponível em: 
http://www.unaerp.br/sici-unaerp/edicoes-anteriores/2010/secao-1-6/1195-pericia-judicial-ambiental-caracteristicas-e-campo-de-atuacao-profissional/file 
Acesso em 13/05/2016. 
Silva, de Plácido e. Vocabulário Jurídico. 3 ed. São Paulo: Editora Forense, 
1973. 
Sirvinskas, L. P. Manual de direito ambiental. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 
http://www.conpej.org.br/codetica.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.32434&seo=1
http://www.unaerp.br/sici-unaerp/edicoes-anteriores/2010/secao-1-6/1195-pericia-judicial-ambiental-caracteristicas-e-campo-de-atuacao-profissional/file
http://www.unaerp.br/sici-unaerp/edicoes-anteriores/2010/secao-1-6/1195-pericia-judicial-ambiental-caracteristicas-e-campo-de-atuacao-profissional/file
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
23 
Atividades 
 A Perícia é uma ferramenta de investigação, na qual o juiz deposita sua 
confiança em um profissional para discernir questões técnicas acerca do 
objeto do litígio. Por isso é fundamental que ela seja executada 
criteriosamente e produza resultados confiáveis. Marque a alternativa 
correta. O objetivo do planejamento em uma perícia ambiental é: 
a. Definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames de 
documentos e procedimentos adotados nas diligências, a fim de subsidiar 
o juiz no aceite dos honorários do perito e na contratação de peritos 
auxiliares. 
b. Otimizar os trabalhos de escritório e de campo, planejar a coleta de 
evidências e obtenção de resultados confiáveis, determinar áreas de 
influência a serem avaliadas verificando a necessidade da contratação de 
peritos assistentes e fazer o cálculo do tempo para a realização das 
atividades. 
c. Examinar as informações e documentos pertinentes para possibilitar a 
solicitação em cartório dos documentos que faltam e são necessários ao 
embasamento técnico do laudo pericial. 
d. Planejar os trabalhos de campo a serem realizados durante a diligência e 
possibilitar a escolha dos locais que serão visitados na primeira perícia e 
aqueles que serão atendidos pela segunda perícia a ser determinada pelo 
juiz conforme prevê o art. 480 do CPC. 
 O perito deve se declarar impedido, ou seja, sem as condições 
necessárias para exercer suas atividades com imparcialidade, quando 
existirem motivos legais, técnicos ou pessoais na condução do trabalho 
dentro dos preceitos éticos e morais. Com relação ao comportamento do 
perito, qual a opção está de acordo com uma conduta ética e profissional? 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
24 
a. Um perito nomeado pelo juiz para verificar um dano ocorrido em um 
acidente com caminhão tanque transportando combustível, aceitou a 
realização do trabalho, mesmo tendo sido empregado de uma das partes 
há 6 meses, pois foi uma contratação de serviço temporário, apenas para 
a instalação de um poço de monitoramento em um posto de combustíveis 
da empresa, situado em município diferente daquele onde corre o litígio. 
b. Um perito nomeado pelo juiz para atuar em uma questão relativa a 
valoração de dano em APP, após verificar que não dispunha dos recursos 
materiais suficientes em sua estrutura profissional para assumir o 
encargo, informou verbalmente o juiz que aceitaria o trabalho, mas não 
teria condições de cumprir o prazo estabelecido. 
c. Um perito assistente, convidado por uma das partes para participar da 
perícia determinada pelo juiz, ao tomar conhecimento de que a parte 
contrária era seu amigo íntimo, além de compadre, comunicou sua 
recusa, devidamente justificada por escrito, com cópia ao juízo. 
d. Um perito foi nomeado pelo juiz para atuar em uma causa de avaliação 
de perdas em uma lavoura de milho, causa movida por uma seguradora 
contra o agricultor, aceitou o trabalho, pois seria importante a obtenção 
de dados precisos e verdadeiros sobre a causa, visto que a filha do 
agricultor tem uma dívida em atraso com o perito. 
 O perito deve declara-se suspeito quando, depois de nomeado, verificar 
a ocorrência de situações que venham suscitar suspeição em função da 
sua imparcialidade ou independência, comprometendo, desta forma, o 
resultado de seu trabalho. Marque a alternativa correta. Qual das opções 
a seguir não impede o perito de realizar seu trabalho, ou seja, não é 
motivo de suspeição: 
a. Uma das partes do litígio é genro do perito. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
25 
b. O perito possui uma dívida em atraso com o filho de uma das partes. 
c. O perito é herdeiro da esposa de uma das partes. 
d. O perito trabalhou para uma das partes, tendo rescindido seu contrato há 
8 anos. 
 A vistoria que o Perito realiza a campo, também chamada diligência, tem 
o objetivo de buscar elementos materiais para embasar as suas 
conclusões na produção do laudo. Marque a alternativa correta. Estes 
elementos materiais obtidos na diligência, utilizados na comprovação e 
valoração de um dano ambiental podem ser: 
 
a. Mapas, fotografias aéreas e protocolos que constam nos autos do 
processo. 
b. Depoimentos, petição do juiz indicado o perito e fotografias do local. 
c. Inventário, laudos dos assistentes técnicos, laudo preliminar do perito. 
d. Amostras de água e solo, fotografias do local, depoimentos. 
 A estrutura de um laudo pericial irá variar de acordo com o objeto ou dano 
acerca do qual estão sendo realizadas as análises e conclusões, 
entretanto, o Código de Processo Civil em seu art. 473, estabelece o 
conteúdo mínimo do laudo pericial. Marque a alternativa correta. O 
conteúdo mínimo de um laudo pericial é: 
a. Objeto da perícia, análise técnica ou científica realizada, metodologia, 
resposta conclusiva aos quesitos. 
b. Depende do tipo de laudo, pode ser produzido um laudo pericial parcial, 
caso o perito venha a constatar que não tem o conhecimento técnico 
suficiente para avaliar o objeto da causa. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
26 
c. Apresentação de conteúdo mínimo para subsidiar o juiz na indicação de 
assistentes técnicos. 
d. Apresentação de laudos de análises laboratoriais solicitados pelo perito 
durante a diligência. 
 
 
Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.

Outros materiais