Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Disciplina Perícia Ambiental Tema Procedimentos, Práticas de Perícia Ambiental e Produção de Provas Periciais Professor Rubens Corrêa Secco Introdução Olá! Vamos iniciar agora o estudo de mais um tema. Para a realização de qualquer atividade profissional, sobretudo uma Perícia, é indispensável que o profissional esteja preparado para executar os trabalhos de campo, fazendo com que o período dispensado para a coleta das informações ou provas seja otimizado e todas as análises necessárias sejam feitas, este procedimento previne o retrabalho, falta de coleta de informações importantes e atraso na produção do laudo pericial. Para tanto, é necessária uma etapa anterior ao campo, que poderia ser chamada de análise documental e preparação dos trabalhos de campo. Além de entender estas etapas iniciais da perícia ambiental, vamos também refletir sobre as ações, posturas, procedimentos e atividades necessárias à condução de perícias ambientais, avaliar as possíveis ferramentas utilizadas pelos peritos na coleta de provas, tanto documentais quanto em vistorias de campo e conhecer a elaboração de laudos periciais e pareceres, verificando o conteúdo básico necessário para a produção destes documentos. No material on-line, o Professor Rubens vai apresentar tudo o que veremos neste tema. Não deixe de assistir ao vídeo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Problematização Nas aulas anteriores estudamos dois casos onde são aplicáveis Perícias Ambientais. Vamos relembrá-los: O primeiro caso de estudo correspondia a um possível dano decorrente do armazenamento inadequado de produtos químicos, o que teria causado a contaminação do solo, da água e da flora locais. O proprietário de um terreno pretendia vendê-lo para a construção de habitações populares, entretanto, neste terreno havia um galpão em alvenaria de cerca de 1.000 m2 no qual tinham sido armazenados produtos químicos de alta toxicidade, durante cerca de 10 anos. Os produtos foram incinerados e já tinha se passado mais 15 anos após essa retirada. Havia a suspeita de vazamento de produtos químicos e contaminação do meio ambiente. O único documento físico que o proprietário do terreno possuía sobre o caso era um laudo de análise do solo e água do local, datado da época em que os materiais foram retirados dos galpões. Concluiu-se ao final da aula que para determinar se a área poderia ser utilizada para qualquer fim, incluindo construção de moradias, era necessária a requisição de uma Perícia Ambiental, a qual foi classificada como Perícia Extrajudicial, aquela aplicada nas situações em que há um acordo ajustado entre as partes, neste caso, vendedor e comprador do terreno, onde o perito tinha a confiança recíproca das partes. Vimos também que a metodologia a ser utilizada pelo Perito seria o Exame: a inspeção e análise de documentos; e a Vistoria: produção de provas com a inspeção do local. O segundo caso era uma Perícia Ambiental judicial, requerida pelo juiz, para indicar a possibilidade de recuperação, dimensionar e calcular o valor do dano causado pela invasão popular, em uma área de APP. Como vimos, uma APP – Área de Preservação Permanente é instituída por Lei, pelo Código Florestal (Lei n° 12.651/2012), e sua tutela é de extrema importância. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Fiorillo (2003) alerta que a proteção encartada por esta lei não tem por objetivo imediato tutelar a vegetação, mas sim os outros recursos naturais, como o solo e água. Na área localizada a margem de um curso d’água foram construídas moradias em madeira e alvenaria que estariam no local há pelo menos 10 anos, e algumas benfeitorias como calçadas, pavimentações de pátios e caminhos. Foi retirada vegetação nativa para construção das moradias e alterada a conformação do solo no local, inclusive havia a suspeita do soterramento de uma nascente. Neste caso, não foram entregues documentos pelo proprietário da área ao Perito. A Perícia foi classificada como Perícia Judicial, aquela que ocorre nos autos do processo, a requerimento do juiz, e as metodologias a serem utilizadas pelo Perito seriam o Exame: a inspeção e análise de documentos; a Vistoria: produção de provas com a inspeção do local; e também a Avaliação: pois havia necessidade de estimar valores, quantificando monetariamente o dano. Agora vamos retomar estes dois casos para, através da comparação entre eles, entendermos: Como os profissionais se prepararam para estas Perícias Ambientais? Quais seriam os documentos necessários na análise? Quais seriam os procedimentos na visita em campo e na coleta de evidências e provas técnicas? Como seriam os Laudos Periciais? As respostas destas questões serão apresentadas ao longo deste tema, concluindo com a apresentação das principais informações, que possivelmente corresponderiam aos Laudos produzidos nestes casos de estudo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Condução da Perícia Ambiental A Perícia Ambiental é uma ferramenta de investigação para o esclarecimento acerca de danos ambientais, na qual o juiz confia a um especialista a análise de uma questão técnica ou científica que excede sua competência e seus conhecimentos. Em vista disso, para que a Perícia seja bem conduzida, é necessário um planejamento criterioso e a observância de todos os preceitos de ordem moral e legal, para que todas as atividades sejam realizadas com respaldo técnico suficiente na produção de prova pericial para que esta seja, sobretudo confiável. Inicialmente, vamos conhecer de forma geral o processo de uma Perícia Ambiental, desde a nomeação, as diligências, a produção do laudo, a entrega dele, até a análise do juiz, dividindo-a didaticamente em etapas. Para isso vamos nos servir do Código de Processo Civil, Lei nº 13.105/15, o qual rege a matéria. Importante salientar que esta é uma divisão didática, pois os atos do processo podem ocorrer concomitantemente ou em ordem diferente das apresentas a seguir. 1ª Etapa: Nomeação do Perito (art. 465 do CPC) Um perito com as qualificações técnicas necessárias ao objeto da causa é nomeado pelo juiz e fixa de imediato o prazo para a entrega do laudo. O perito não pode ter qualquer interesse no caso ou no sucesso de uma ou outra parte, ou seja, deve ser imparcial. Em seguida, o perito é intimado por um oficial de justiça, o qual o procurará no endereço fornecido no cartório ou vara onde está o seu cadastro. O perito pode recusar a nomeação, alegando motivo justo. Entretanto, caso aceita, a função de Perito deverá ser cumprida, expressamente, como determinado pelo juiz: “o perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso (art. 466 do CPC)”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Na sequência, após receber a intimação e a nomeação, o perito deve retirar pessoalmente o processo no cartório e estudar detalhadamente a causa, apresentando uma proposta de honorários. Conforme disposto no Código de Processo Civil, artigo 465, § 4o, “o juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários”, entretanto, é recomendável que o perito faça a proposta de honorários e solicitação de adiantamento através de petição, logo após receber a intimação e a sua nomeação. De acordo com a complexidade da causa é lícita à convocação de uma equipe auxiliar, para que cada espécie de dano seja analisada por um profissional com conhecimento técnico especializado, garantido a veracidadedos fatos, tanto quanto à extensão ou à quantificação dos danos, conforme previsto na lei, art. 475, “tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e a parte indicar mais de um assistente técnico”. 2ª Etapa: Indicação de Assistentes Técnicos Dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito, as partes devem indicar assistentes técnicos e apresentar quesitos (art. 465 do CPC). Cabe ao Perito fazer o contato com os assistentes técnicos, informando quando serão realizadas as diligências, visitas a campo. Ainda o art. 465 garante, “o perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação”. Este direito também está reservado no art. 474 “as partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 3ª Etapa: Exames, Diligências, Vistorias, Inspeções a Campo Inicialmente, o perito deve reunir e analisar toda a documentação disponível sobre a causa, solicitando também os documentos que achar necessários para desenvolver suas atividades. Na sequência, deve fazer a preparação da diligência para que suas ações a campo sejam eficientes e obtenham as provas técnicas necessárias. A diligência ou a produção da perícia só é concluída com a entrega do laudo pericial em Cartório. Conforme dispõe a lei, “para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia” (art. 473 do CPC). 4ª Etapa: Entrega do Laudo Pericial em Cartório Após a coleta de todas as informações necessárias, finalizados os trabalhos periciais, será redigido o Laudo Pericial e protocolado em juízo, no prazo fixado pelo juiz. O laudo será entregue no cartório onde o perito foi nomeado, juntamente com ele, o perito deve devolver o processo retirado no início dos trabalhos. Na sequência, o laudo vai ser analisado pelas partes que podem requisitar esclarecimentos do perito ou elaborar quesitos elucidativos, os quais têm objetivo de esclarecer dúvidas sobre o laudo ou sobre os pareceres técnicos, conforme assegura o CPC, no art. 477, “se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 5ª Etapa: Análise das Provas e Indicação da Sentença pelo Juiz O juiz fará a apreciação da prova pericial de acordo com o disposto no art. 371 do CPC, indicando na sentença as razões da formação de seu convencimento, apresentando os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito (art. 479). O juiz poderá determinar a realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida (art. 480 do CPC). A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de cada uma. Preparação e Análise Documental Inicialmente, vamos analisar as ações de preparação da perícia, que incluem a análise de documentos, levantamento e obtenção de dados e informações, para otimizar os trabalhos de campo, coleta de evidências e a obtenção de resultados. Segundo o Código de Ética (2010), aplicável aos peritos no exercício da profissão, é proibido deixar de utilizar, conscientemente, todos os conhecimentos técnico-científicos possíveis que estiverem em seu alcance para a formalização de conclusões periciais e negligenciar o cumprimento de seus deveres. Desta forma, o planejamento resguarda o profissional de cometer equívocos ou deixar de analisar algum fato importante da causa. O trabalho do perito inicia com a retirada do processo no cartório e análise de todas as informações que constam neste. A partir da caracterização do objeto da perícia, deve ser feita uma pesquisa para obtenção de todas as informações necessárias como dados históricos; dados ambientais para as avaliações dos impactos como mapas, plantas, imagens aéreas, fotografias, análises laboratoriais, laudos ambientais, pareceres, inventários, autuações anteriores, zoneamentos, recursos ambientais (hídricos, flora, fauna, etc.), informações que CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 subsidiem cálculos e valorações de danos e outras necessárias para a resposta aos quesitos ou conclusões acerca do objeto da perícia. A preparação é um procedimento prévio que propõe o exame das informações e documentos pertinentes, definição da abrangência da avaliação e planejamento das ações de campo, o que irá consolidar todas as etapas seguintes da Perícia. Convém já estabelecer a natureza e a extensão das vistorias a serem realizadas com base nas áreas de influência do dano e dos limites geográficos a serem avaliados em campo, bem como o período de tempo necessário para fazer tais vistorias e inspeções. Através do planejamento pode-se também identificar potenciais problemas e riscos que venham a ocorrem no andamento da perícia, além de fatos importantes que não devem passar despercebidos e merecem atenção especial. Deve-se fazer a correlação de todas as informações obtidas com o disposto na legislação aplicável ao objeto da perícia. Há também a possibilidade da divisão das tarefas, no caso de a perícia estar sendo desenvolvida em equipe, o que facilitará a execução e cumprimento dos prazos. O Professor Rubens discorre no vídeo a seguir sobre a preparação da perícia. Confira acessando pelo material on-line. Vistorias, Visitas in Loco Depois de completada a preparação e análise dos documentos, a próxima etapa da Perícia é os procedimentos e ações realizadas durante as vistorias e visitas in loco. Cabe observar que durante a condução de uma vistoria ou avaliação de campo, o Perito deve assumir algumas posturas, conforme exemplifica Roveri et al. (2010), o perfil necessário a este profissional da perícia judicial ambiental é atuação diligente, honesta, escrupulosa, cuidadosa, sincera e imparcial, devendo este apresentar também um trabalho de boa qualidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Quando o perito não puder exercer suas atividades com imparcialidade e sem qualquer interferência, deve se declarar impedido, seja por motivos legais (interesse direto ou de parente no resultado da causa, relação de trabalho com algumas das partes, for parte de processo, entre outros); motivos técnicos (a matéria em litígio não ser da sua especialidade, não possuir independência de forma isenta para conduzir o trabalho, constatar que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não permitem assumir o encargo e cumprir os prazos estabelecidos, entre outros); se considerar impedido por motivos pessoais, como ser amigo ou inimigo de qualquer uma das partes, ser devedor ou credor de qualquer uma das partes, ser herdeiro ou donatário, haver qualquer interesse no julgamento, entre outros. Podemos assim concluir que para ser imparcial, o perito precisa ser um profissional habilitado, legal, cultural e intelectualmente, apresentando virtudes morais e éticas com total compromisso com a verdade. Leia o documento intitulado Código de Ética Profissional e Disciplinar do Conselho Nacional dos PeritosJudiciais da República Federativa do Brasil, de 2010, pelo link a seguir, e conheça detalhadamente os direitos, deveres, impedimentos e sanções disciplinares aplicáveis aos Peritos Judiciais. http://www.conpej.org.br/codetica.pdf Além da imparcialidade, o perito deve adotar algumas posturas importantes na condução dos trabalhos de campo. Uma conduta ética caracterizada pela confiança, integridade e discrição é essencial nas diligências. Apresentação justa, caracterizada pela obrigação de reportar somente a verdade, com exatidão, para que o laudo pericial apresente os fatos verificados verdadeiramente e com precisão. http://www.conpej.org.br/codetica.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Devido cuidado profissional na condução da diligência, considerando a importância da tarefa executada e a confiança depositada em seu trabalho pelo juiz. Por isso, ter a competência necessária é um fator importante. Ainda segundo o CPC art. 158, o perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis. O perito deve ter responsabilidade pelos atos praticados durante a diligência e liberdade de convicção para formalizar suas conclusões acerca do fato objeto da perícia, sem infringir qualquer preceito de ordem moral ou legal. Quando a situação exigir, o perito deve seguir as normas de segurança vigentes, normas de segurança da empresa ou específicas do local que está sendo vistoriado, incluindo uso de EPIs – Equipamentos de Proteção Individuais – e EPCs – Equipamentos de Proteção Coletivos –, seguindo as orientações que receber ou conforme normativas de seu conhecimento. Durante a fase de planejamento da Perícia, devem ser observados todos os riscos de segurança ao qual o perito e sua equipe possam estar submetidos e previstas as medidas de segurança cabíveis. Na diligência, o perito irá ao local a ser inspecionado, já definido e avaliado previamente na análise documental, incluindo locais determinados como áreas potencialmente influenciadas pelo dano, com objetivo de verificar e comprovar a ocorrência deste dano objeto do litígio, sua extensão, valoração quando for o caso e medidas para recuperação ou compensação. Serão coletadas as provas técnicas que irão subsidiar a produção de laudo pericial ou às respostas aos quesitos. O Código de Processo Civil (art. 473) garante ao perito “para o desempenho de sua função, valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia”. No material on-line, o Professor Rubens vai falar sobre as possíveis provas periciais a serem obtidas em vistorias e inspeções. Ferramentas de Verificação, Coleta de Evidências e Provas Técnicas De início, vamos entender o que são as provas em um processo judicial. Conforme o art. 369 do CPC “provas são os meios legais, moralmente legítimos, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz”. Segundo o vocabulário jurídico proposto por Silva (1973), prova é todo meio legal admitido em direito destinado a convencer o magistrado da verdade de um fato. A palavra Prova deriva do latim “probatio” que por sua vez deriva do verbo “probare” e significa examinar, persuadir, demonstrar. O Código de Processo Civil disciplina os seguintes meios de prova: depoimento pessoal, confissão, exibição de documentos ou coisas, prova documental, prova testemunhal, prova pericial e inspeção judicial. Assim, percebemos que a prova pericial é um elemento de prova o qual é materializado no laudo pericial. A prova pericial está ligada a questões técnicas, solicitada quando as provas documentais não são suficientes para o esclarecimento de fato no processo. Observação importante é feita pela OAB (2015) quanto à produção de “prova técnica simplificada”, regulada pelo art. 464, sendo viável tal medida quando o ponto controvertido for de menor complexidade, cabendo ser feito tão somente a inquirição do especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 A legislação, entretanto, não especifica em maiores detalhes os tipos de provas, porque o avanço tecnológico e científico oportuniza o surgimento de novos tipos de provas hábeis para demonstrar a verdade de um fato. Importante perceber que os destinatários da prova são todos os agentes envolvidos na relação jurídica processual, e que a produção das provas é disciplinada pelo princípio do contraditório, instrumento de ampla defesa que assegura às partes oportunidade de se contrapor, por meio de manifestação contrária. Papel este, do assistente técnico, que ao acompanhar a perícia, seja no momento da vistoria seja no momento da entrega do laudo, atende ao propósito de explicitar o contraditório pleno na produção da prova pericial. As ferramentas utilizadas pelo perito para a produção das provas periciais, como verificação, coleta de evidências e valoração de danos ambientais, dependem sempre do objeto que está sendo examinado. O perito irá a campo em busca de elementos materiais para embasar as suas conclusões na produção do laudo. Estes elementos materiais podem ser, por exemplo, coleta e análises de amostras de solo, de água, plantas, resíduos; mapeamentos; levantamentos topográficos; realização de avaliações fitossociológicas; entrevistas; fotografias; licenças; entre tantas outras evidências de dano que podem estar relacionadas aos bens ambientais. Importante é que em uma fase anterior, o perito tenha avaliado os aspectos e impactos prováveis decorrentes do suposto dano ambiental e determinado quais elementos são necessários para sua comprovação. Aqui o perito pode servir-se da metodologia de avaliação de impactos ambientais. Retomando o conhecimento: avaliação dos impactos ambientais tem o objetivo de identificar as causas (aspectos) e consequências (impactos) decorrentes de um dano ambiental, levando em consideração sua área de influência, sendo um instrumento indicativo com objetivo de servir de parâmetro para a qualificação do impacto como positivo ou negativo e avaliação do seu grau de abrangência, duração, severidade, reversibilidade, importância, entre outros fatores. Por exemplo, ao avaliarmos o objeto da causa na nossa CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 problematização, na possível contaminação de um terreno por produtos químicos, o perito poderia tomar como referência as prováveis causas do dano (aspectos) que seriam o armazenamento inadequado, vazamentos, derramamentos de produtos químicos. A partir desse raciocínio determinam-se os prováveis danos (impactos), quais sejam, a contaminação do solo, da água, da vegetação por elementos constituintes daqueles produtos químicos. A partir desta constatação, presume- se que coletas de amostras de solo, água e plantas e análises laboratoriais destes elementos são imprescindíveis para verificação da ocorrência do dano. Com a delimitação prévia de uma área de influência, que possivelmente estaria contaminada, definida com base nas características dos produtos químicos avaliados, determina-se a abrangência da área a ser amostrada e a intensidade amostral.Os resultados demonstrarão a existência, o grau de contaminação e o perímetro da área contaminada. Desta forma, para cada tipo de dano, há necessidade de utilizar ferramentas específicas de coleta de evidências, eficientes, coerentes, aceitas científica e tecnicamente para aquela situação. O laudo da perícia ambiental, como prova importante que será no processo do litígio, deve estar sempre baseado em elementos verdadeiros e competentes tecnicamente. Leia agora o artigo “A fotografia forense na prova pericial”, escrito por José Ricardo Rocha Bandeira, em 14 de maio de 2015, e conheça as recomendações para o uso deste interessante tipo de prova na elaboração do laudo pericial. http://sp.conpej.org.br/a-fotografia-forense-na-prova- pericial/ Depois, assista ao vídeo do Professor Rubens explicando tudo sobre esta parte do nosso estudo. http://sp.conpej.org.br/a-fotografia-forense-na-prova-pericial/ http://sp.conpej.org.br/a-fotografia-forense-na-prova-pericial/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Produção das Provas Periciais - Laudos e Pareceres Técnicos Uma vez concluídas as análises documentais e os levantamentos de campo através de diligências, inicia-se a produção do laudo pericial ou parecer técnico. Como vimos, para elaborar com precisão o laudo pericial é importante que o perito tenha conhecimento técnico suficiente para o desempenho da função, facilidade de expressar-se clara e concisamente, conhecimentos jurídicos e experiência em produção de prova pericial. O laudo deve ser apresentado em cartório no prazo fixado pelo juiz. Entretanto, por motivo justificado, o CPC em seu art. 476, diz que “se o perito não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado, e continua no art. 477, o perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento”. Desta forma, nota-se novamente a importância do planejamento prévio e definição de um plano de trabalho eficaz para o cumprimento dos prazos estabelecidos e produção de um laudo pericial de qualidade, exatidão de fatos e elementos técnicos suficientes para o convencimento do magistrado, fim a que se destina. O laudo deve ser objetivo e bem fundamentado, para tanto, poderá ser instruído com imagens, fotografias, plantas, resultados de análises, entre outros, entretanto, o laudo deve conter somente os dados efetivamente úteis à solução do litígio. Uma característica importante a ser observada pelo perito na produção do laudo pericial é a observância de uma escrita compreensível ao leigo na matéria, para que seja garantido o perfeito entendimento por qualquer interessado na causa e, sobretudo, pelo juiz e pelas partes do processo. O laudo pericial deve ser conciso, escrito com clareza, objetividade, precisão, primar pela veracidade, não contendo alegações falsas, com ordenação lógica e linguagem gramaticalmente correta. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 O Código de Processo Civil em seu art. 473, estabelece o conteúdo mínimo do laudo pericial: I - a exposição do objeto da perícia; II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito; III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou; IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público. Entretanto, entende-se que a estrutura de um laudo pericial irá variar de acordo com o objeto ou dano acerca do qual estão sendo realizadas as análises e conclusões, mas em geral, sugere-se a apresentação dos seguintes itens: a. Identificação do processo e das partes; b. Síntese do objeto da perícia; c. Objetivos da perícia; d. Documentos constantes dos autos; e. Metodologia adotada para os trabalhos periciais; f. Identificação das diligências realizadas; g. Análises dos elementos avaliados na perícia; h. Resultados obtidos nas avaliações (constatação); i. Outros elementos (depoimentos, informações adicionais); j. Transcrição e resposta aos quesitos; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 k. Conclusão; l. Anexos (mapas, plantas, desenhos, fotografias, laudos, outras peças); m. Apêndices; n. Assinatura do perito. O mesmo artigo 473 do CPC instrui que no laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões. É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia. Há necessidade do cuidado em não fazer julgamentos, o perito deve descrever os fatos apenas, apresentado a análise do que foi averiguado, examinado e vistoriado durante o processo da perícia. O Professor Rubens vai explicar as provas periciais, o laudos e pareceres técnicos no vídeo com acesso pelo material on-line. Não deixe de assistir. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Revendo a problematização De acordo com o conteúdo apresentado nesta aula, agora, acredito que você já tenha conhecimento suficiente para encontrar a melhor solução para o problema, certo? Para os dois diferentes casos de Perícia Ambiental estudados, denominados para efeito desta análise como Contaminação de terreno por produtos químicos e Dano em APP : Como os profissionais se prepararam para estas Perícias Ambientais? Quais seriam os documentos necessários na análise? Quais seriam os procedimentos na visita em campo e na coleta de evidências e provas técnicas? Como seriam os Laudos Periciais? a. Para o Caso (1), o profissional não necessita de auxiliares, visto a simplicidade do objeto da causa, já para o caso (2), como a perícia abrangerá muitas moradias há necessidade de indicar uma equipe técnica de auxiliares ao perito. A preparação para os casos é semelhante e será feita apenas através da análise documental, já que todas as informações, dados, e documentos pertinentes já foram apresentados nos autos do processo retirado pelo perito no início da Perícia. Os documentos necessários na análise são aqueles que constam nos autos do processo. As diligências serão semelhantes, compreendendo a vistoria do local, coletas de solo e de água e captura de imagens através de fotografias. O Laudo Pericial será descritivo apresentando o conteúdo estabelecido na legislação. Feedback 1: Esta não é uma boa opção. A definição da necessidade ou não da contratação de Peritos Assistentes depende da complexidade da causa e diversidade de conhecimento técnico-científico para comprovação e valoração do dano. A área possuir maior número de moradias não é indicativo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 da necessidade de assistentes. O caso (1), devido às características dos produtos armazenados e formas de contaminação da área, poderia ser mais complexo que o caso (2). A preparação da Perícia sempre deve envolver não somente a análise de documentos que estão nos autos, como também obtenção de todos os documentos necessários para esclarecer as questões levantadas, que podem ser solicitados a órgãos competentes, as partes, entre outros ou obtidos pelo perito como mapas, análises, imagens aéreas, etc., assim como deve ser feita a preparação da diligência, com o estabelecimento das atividades a serem desenvolvidas em campo bem como tempo a ser dispensado. Note que em nenhum dos casos analisados há documentos suficientes nos autos: no caso (1) o único documento físico que o proprietário do terreno possuía sobre o caso era um laudo de análise do solo e água do local, datado daépoca em que os materiais foram retirados dos galpões, e no caso (2) não foram entregues pelo proprietário da área documentos ao Perito. As diligências são particulares a cada caso, pois dependem do objeto avaliado. Quantidade e tipos de amostragens e avaliações são particulares aos casos. Quanto ao Laudo Pericial, ele poderá ser sim descritivo apresentando o conteúdo estabelecido na legislação. b. Após analisar os documentos constantes nos autos e obter os demais documentos aplicáveis, avaliar as áreas de influência da ocorrência do dano e calcular o tamanho da área a ser vistoriada bem como o número de amostragens de solo, água e plantas a ser realizados o perito poderá definir a necessidade ou não da indicação de uma equipe de Peritos Assistentes. A preparação é comum aos dois casos, envolvendo estudo detalhado do processo, definição da metodologia a ser adotada, obtenção de documentos pelo perito (mapas, imagens, laudos), elaboração da listagem de documentos a serem obtidos na diligência: análises laboratoriais incluindo amostragens necessárias a serem realizadas, programação com relação ao tempo que será dispensado ao trabalho. Exemplos de documentos a serem analisados: caso (1) inventário dos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 resíduos, análise físico-química de solo e água; caso (2) levantamento planialtimétrico da área com delimitação da APP, levantamento geológico- geotécnico comprovando ou não a existência da nascente. As diligências são particulares a cada caso, pois dependem do objeto avaliado. Quantidade e tipos de amostragens e avaliações são particulares aos casos. O Laudo Pericial será descritivo apresentando o conteúdo estabelecido na legislação. Feedback 2: Ótima opção. As ações de preparação da perícia devem incluir a análise de documentos, levantamento e obtenção de dados e informações, para otimizar os trabalhos de campo, coleta de evidências e a obtenção de resultados. Na preparação além do exame das informações e documentos pertinentes, deve ser definida a abrangência da avaliação, planejamento das ações de campo e o cálculo do tempo necessário para realização destas ações. De acordo com a complexidade da Perícia e da especificidade dos dados a serem obtidos podem ser contratados Peritos Assistentes. Os exemplos de documentos a serem analisados nos dois casos de estudo são pertinentes. As afirmações de que as diligências são particulares a cada caso, pois dependem do objeto avaliado e a quantidade e tipos de amostragens e avaliações são particulares aos casos estão corretas. Quanto ao Laudo Pericial, ele poderá ser sim descritivo apresentando o conteúdo estabelecido na legislação. c. Na fase de preparação para as diligências o perito deve primeiramente encaminhar ao juiz uma petição contendo honorários, e percentuais de adiantamento necessários para o serviço de campo e na sequência realizar a contratação dos Peritos Assistentes. Os documentos a serem analisados são aqueles solicitados às partes, os quais podem ser retirados no cartório em que o perito retirou o processo ou entregues diretamente ao perito. Embora as diligências a serem realizadas sejam CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 semelhantes, compreendendo a vistoria do local, coletas de solo e de água, entrevistas/depoimentos de pessoas no local, no caso (1) serão ouvidos vizinhos da área objeto de estudo, ou seja, indivíduos de fora da área de estudo e na área (2) serão ouvidos moradores, ou seja, indivíduos dentro da área de estudo. O Laudo Pericial será descritivo apresentando o conteúdo estabelecido na legislação. Feedback 3: Esta não é uma boa escolha. A preparação da Perícia sempre deve envolver a análise de documentos bem como a preparação da diligência, com o estabelecimento das atividades a serem desenvolvidas em campo e o tempo a ser dispensado para estas atividades. A petição encaminhando a proposta de honorários é feita por ocasião da indicação do perito, não na fase de planejamento. A contratação de Peritos Assistentes é dependente da complexidade da causa e diversidade de conhecimento técnico científico para comprovação e valoração do dano. Os documentos necessários na análise são todos aqueles que o perito julgar pertinentes para esclarecer os fatos e subsidiar a fundamentação técnica ou científica das suas constatações, os quais podem ser solicitados às partes, retirados em órgãos públicos, ou produzidos pelo perito, como fotografias, depoimentos, análises laboratoriais, mapas, imagens aéreas, entre outros. As diligências são particulares a cada caso, pois dependem do objeto avaliado. Quantidade e tipos de amostragens e avaliações são particulares aos casos. Quanto ao Laudo Pericial, ele poderá ser sim descritivo apresentando o conteúdo estabelecido na legislação. Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Síntese Nesta aula conhecemos como se dá a condução de uma perícia ambiental pelo perito; vimos que a perícia pode ser dividida em etapas, desde a nomeação do perito, solicitação de peritos assistentes e indicação dos assistentes técnicos, seguindo para as análises técnicas documentais e de campo, obtenção das provas, confecção e entrega do laudo e finalmente a análise pelo juiz e sua sentença. Vimos que o perito deve manter uma postura íntegra e somente aceitar conduzir uma perícia se não houver nenhum impedimento para tal, e na fase de coleta de dados de campo, deve-se ter bem claro todos os requisitos e necessidades para acesso ao local a ser vistoriado, bem como a conduta ética e imparcial a ser adotada durante a condução dos trabalhos. Compreendemos que o perito deve utilizar-se do que for necessário e estiver ao seu alcance para gerar a prova pericial, desde imagens antigas ou recentes, mapas, laudos de análises laboratoriais, enfim, buscar o estado da arte técnico-científico relativo ao tema, e baseando-se nestas informações e em sua experiência e capacidade técnica, compor a prova pericial de forma facilmente inteligível por leigos no assunto, porém, com sedimentado embasamento técnico científico. O Professor Rubens vai fazer uma síntese do nosso estudo neste tema. Acesse o vídeo pelo material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Referências Almeida, R. J. Perícia ambiental judiciária e securitária: impactos e danos. Rio de Janeiro: Thex, 2008. Conselho Nacional dos Peritos Judiciais da República Federativa do Brasil, Código de Ética Profissional e Disciplinar do Conselho Nacional dos Peritos Judiciais da Republica Federativa do Brasil. Rio de Janeiro: 2010. Disponível em: http://www.conpej.org.br/codetica.pdf Acesso em 13/05/2016. Fiorillo, C. A. P. Curso de direito ambiental brasileiro. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Código Florestal. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2012/Lei/L12651compilado.htm Acesso em 13/05/2016. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm Acesso em 13/05/2016. Moraes, L. C. S. Curso de direito ambiental. São Paulo: Atlas, 2002. OAB. Novo código de processo civil anotado. Porto Alegre: OAB RS, 2015. Oliveira, F. J. V. As provas no processo civil. Conteúdo Jurídico, Brasilia-DF: 13 jun. 2011. Disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.32434&seo=1 Roveri, V.; Oliveira, P.S.; Pereira, T.M. Perícia judicial ambiental: características e campo de atuação. Simpósio Internacional de Ciências Integradas da Unaerp campus Guarujá. 2010. Disponível em: http://www.unaerp.br/sici-unaerp/edicoes-anteriores/2010/secao-1-6/1195-pericia-judicial-ambiental-caracteristicas-e-campo-de-atuacao-profissional/file Acesso em 13/05/2016. Silva, de Plácido e. Vocabulário Jurídico. 3 ed. São Paulo: Editora Forense, 1973. Sirvinskas, L. P. Manual de direito ambiental. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. http://www.conpej.org.br/codetica.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.32434&seo=1 http://www.unaerp.br/sici-unaerp/edicoes-anteriores/2010/secao-1-6/1195-pericia-judicial-ambiental-caracteristicas-e-campo-de-atuacao-profissional/file http://www.unaerp.br/sici-unaerp/edicoes-anteriores/2010/secao-1-6/1195-pericia-judicial-ambiental-caracteristicas-e-campo-de-atuacao-profissional/file CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Atividades A Perícia é uma ferramenta de investigação, na qual o juiz deposita sua confiança em um profissional para discernir questões técnicas acerca do objeto do litígio. Por isso é fundamental que ela seja executada criteriosamente e produza resultados confiáveis. Marque a alternativa correta. O objetivo do planejamento em uma perícia ambiental é: a. Definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames de documentos e procedimentos adotados nas diligências, a fim de subsidiar o juiz no aceite dos honorários do perito e na contratação de peritos auxiliares. b. Otimizar os trabalhos de escritório e de campo, planejar a coleta de evidências e obtenção de resultados confiáveis, determinar áreas de influência a serem avaliadas verificando a necessidade da contratação de peritos assistentes e fazer o cálculo do tempo para a realização das atividades. c. Examinar as informações e documentos pertinentes para possibilitar a solicitação em cartório dos documentos que faltam e são necessários ao embasamento técnico do laudo pericial. d. Planejar os trabalhos de campo a serem realizados durante a diligência e possibilitar a escolha dos locais que serão visitados na primeira perícia e aqueles que serão atendidos pela segunda perícia a ser determinada pelo juiz conforme prevê o art. 480 do CPC. O perito deve se declarar impedido, ou seja, sem as condições necessárias para exercer suas atividades com imparcialidade, quando existirem motivos legais, técnicos ou pessoais na condução do trabalho dentro dos preceitos éticos e morais. Com relação ao comportamento do perito, qual a opção está de acordo com uma conduta ética e profissional? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 a. Um perito nomeado pelo juiz para verificar um dano ocorrido em um acidente com caminhão tanque transportando combustível, aceitou a realização do trabalho, mesmo tendo sido empregado de uma das partes há 6 meses, pois foi uma contratação de serviço temporário, apenas para a instalação de um poço de monitoramento em um posto de combustíveis da empresa, situado em município diferente daquele onde corre o litígio. b. Um perito nomeado pelo juiz para atuar em uma questão relativa a valoração de dano em APP, após verificar que não dispunha dos recursos materiais suficientes em sua estrutura profissional para assumir o encargo, informou verbalmente o juiz que aceitaria o trabalho, mas não teria condições de cumprir o prazo estabelecido. c. Um perito assistente, convidado por uma das partes para participar da perícia determinada pelo juiz, ao tomar conhecimento de que a parte contrária era seu amigo íntimo, além de compadre, comunicou sua recusa, devidamente justificada por escrito, com cópia ao juízo. d. Um perito foi nomeado pelo juiz para atuar em uma causa de avaliação de perdas em uma lavoura de milho, causa movida por uma seguradora contra o agricultor, aceitou o trabalho, pois seria importante a obtenção de dados precisos e verdadeiros sobre a causa, visto que a filha do agricultor tem uma dívida em atraso com o perito. O perito deve declara-se suspeito quando, depois de nomeado, verificar a ocorrência de situações que venham suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência, comprometendo, desta forma, o resultado de seu trabalho. Marque a alternativa correta. Qual das opções a seguir não impede o perito de realizar seu trabalho, ou seja, não é motivo de suspeição: a. Uma das partes do litígio é genro do perito. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 b. O perito possui uma dívida em atraso com o filho de uma das partes. c. O perito é herdeiro da esposa de uma das partes. d. O perito trabalhou para uma das partes, tendo rescindido seu contrato há 8 anos. A vistoria que o Perito realiza a campo, também chamada diligência, tem o objetivo de buscar elementos materiais para embasar as suas conclusões na produção do laudo. Marque a alternativa correta. Estes elementos materiais obtidos na diligência, utilizados na comprovação e valoração de um dano ambiental podem ser: a. Mapas, fotografias aéreas e protocolos que constam nos autos do processo. b. Depoimentos, petição do juiz indicado o perito e fotografias do local. c. Inventário, laudos dos assistentes técnicos, laudo preliminar do perito. d. Amostras de água e solo, fotografias do local, depoimentos. A estrutura de um laudo pericial irá variar de acordo com o objeto ou dano acerca do qual estão sendo realizadas as análises e conclusões, entretanto, o Código de Processo Civil em seu art. 473, estabelece o conteúdo mínimo do laudo pericial. Marque a alternativa correta. O conteúdo mínimo de um laudo pericial é: a. Objeto da perícia, análise técnica ou científica realizada, metodologia, resposta conclusiva aos quesitos. b. Depende do tipo de laudo, pode ser produzido um laudo pericial parcial, caso o perito venha a constatar que não tem o conhecimento técnico suficiente para avaliar o objeto da causa. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 c. Apresentação de conteúdo mínimo para subsidiar o juiz na indicação de assistentes técnicos. d. Apresentação de laudos de análises laboratoriais solicitados pelo perito durante a diligência. Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.
Compartilhar