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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-Graduação 
Disciplina Perícia Ambiental 
Tema Tutela do Meio Ambiente 
Professor Rubens Corrêa Secco 
 
Introdução 
 
Olá! Bem-vindo a mais um tema. 
Faremos agora uma abordagem sobre a qualidade ambiental, retomando 
conceitos já estudados e identificando a importância da tutela sobre os bens e 
recursos naturais. Como vem sendo discutido ao longo de nossos estudos, o 
foco principal que rege a ordenação dos preceitos de manutenção da qualidade 
ambiental está pautado no princípio básico da sobrevivência, que em última 
análise torna-se ameaçada quando é colocada em risco à disponibilidade dos 
recursos naturais renováveis e, principalmente, dos não renováveis de nosso 
planeta. 
Veremos de que forma as leis, resoluções, decretos e toda a normativa 
desenvolvida com base não somente jurídica, mas também científica, facilita a 
identificação e interpretação dos danos sobre os recursos naturais, e nesse 
contexto a requisição da Perícia Ambiental, instrumento fundamental no 
direcionando, não somente a tomada de decisão, mas também da fiscalização e 
aplicação das penas previstas aos infratores. 
Assim, ao final, teremos concluído a construção da conectividade entre 
definições e teorias, desenvolvidas ao longo do nosso estudo e, com isso, 
estabelecido uma linha limitante entre o uso responsável dos recursos naturais 
e sua degradação, o que ao menos serve de alento ao homem, frente às 
incertezas do futuro do planeta. 
No material on-line, o Professor Rubens vai falar mais sobre o que 
veremos neste tema. Não deixe de assistir. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Problematização 
Vamos retomar o caso sobre a explosão e naufrágio do navio 
tanque/químico “Vicuña”, da empresa chilena Sociedad Navieira Ultragas, 
ocorrido em Paranaguá, PR, em 15 de novembro de 2004. 
De acordo com as conclusões apresentadas pelo Relatório Final de 
acompanhamento do acidente, elaborado pela Comissão Especial de 
Investigação da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, dez/2005: 
 
“A demora na contenção dos vazamentos de óleo e limpeza das áreas 
afetadas, comprometeu diversos ambientes do estuário de Paranaguá. 
Como consequência dos primeiros 10 dias sem o necessário 
envolvimento das empresas especializadas e da disponibilidade de 
equipamentos para conter os vazamentos, houve uma grande 
dispersão de óleo na baía de Paranaguá, sendo que os ambientes 
atingidos correspondem a uma extensão total de costa de 
aproximadamente 170 km, sendo que as praias arenosas foram as 
mais atingidas (cerca de 88 km) seguidas dos manguezais e marismas 
(68 km) e costões rochosos (14 km), além das estruturas artificiais, tais 
como atracadouros e outras estruturas (2 km)”. (Fonte: 
http://www.neivoberaldin.com.br/downloads/naviovicuna-relatorio.pdf 
Acesso em 27/05/2016) 
 
Sobre quais bens ambientais é esperada a ocorrência de dano decorrente 
do vazamento do óleo? Quais as alterações na qualidade ambiental poderiam 
ter sido verificadas? 
Não precisa responder agora. No final deste tema voltaremos a falar sobre 
isso. 
 
 
http://www.neivoberaldin.com.br/downloads/naviovicuna-relatorio.pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Qualidade Ambiental 
 
Segundo a Resolução CONAMA 306, de 2002, meio ambiente é um 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, 
biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas. 
O CONAMA também define Impacto Ambiental como “qualquer alteração 
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por 
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, 
direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da 
população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas 
e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais”. Portanto, 
qualquer mudança que afete negativamente o meio ambiente ou a população 
pode ser considerada um impacto ambiental, gerando os conflitos entre o 
desenvolvimento e a preservação do meio. 
O art. 3º, da Lei n° 6.938/81, traz um conceito de meio ambiente muito 
similar: “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
Ainda com apoio nas normativas legais vigentes em nosso país, 
verificamos que a conservação da natureza é o “manejo do uso humano da 
natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização 
sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa 
produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, 
mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das 
gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral” (Lei no 
9.985/2000, art. 2º, II). 
Assim, a partir desse conceito de conservação, alcançamos o conceito de 
qualidade ambiental, que, segundo o IBAMA (2016), é o estado das condições 
do meio ambiente, expressas em termos de indicadores ou índices relacionados 
com os padrões de qualidade, que se referem a características variadas, tais 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
como pureza ou poluição da água e do ar, ruído, acesso aos espaços abertos, 
os efeitos visuais das áreas construídas, e os efeitos potenciais que tais 
características podem ter na saúde física e mental dos indivíduos. 
Percebemos nesta definição de qualidade ambiental, o que é também 
apresentado de maneira similar na Constituição Federal: “qualidade do meio 
ambiente é o estado ecologicamente equilibrado que proporciona uma qualidade 
de vida digna ao ser humano” (art. 225), que não somente os elementos naturais 
compõem o quadro de fatores responsáveis pela qualidade de vida do ser 
humano, mas também fatores advindos dos meios artificiais, culturais e do 
trabalho. 
A definição de meio ambiente é ampla e cabe lembrar que o direito 
ambiental tem como objeto tutelar a sadia qualidade de vida, conceito que 
sintetiza a saúde, bem-estar e segurança da população. A tutela da qualidade 
de vida trata de um conceito abrangente que inclui a proteção do homem, do 
patrimônio público, privado, cultural, artístico, arqueológico, além, é claro, dos 
recursos naturais: ar, águas subterrâneas e superficiais, estuários, mar, solo, 
subsolo, fauna e flora. 
Vejamos simplificadamente os conceitos de meio ambiente natural, 
artificial, cultural e do trabalho de acordo com Fiorillo (2003): 
 Meio Ambiente Natural: é constituído pelo solo, águas, ar, flora e fauna. 
Consiste no equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e o meio em que 
vivem. 
 Meio Ambiente Artificial: é compreendido pelo espaço urbano 
construído, consistente no conjunto de edificações e pelos equipamentos 
públicos. 
 Meio Ambiente Cultural: constitui o patrimônio cultural os bens de 
natureza material e imaterial portadores de referência à identidade, ação, 
memória, dos diferentes grupos da sociedade brasileira. O autor ressalta 
que o meio ambiente cultural é integrado pelo patrimônio histórico, 
 
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5 
artístico, paisagístico, arqueológico e turístico, diferindo do anterior 
(artificial) pelo sentido de valor especial. 
 Meio Ambiente do Trabalho: constituído pelo local onde as pessoas 
desempenham suas atividades laborais, cujo equilíbrio está baseado na 
salubridade do meio e ausência de agentes que comprometam a saúde 
físico-psíquica dos trabalhadores. 
 
Estudaremos a seguir os meios natural e artificial no que concerne a 
possíveis danos ambientais relacionados à requisição da perícia, entretanto, 
cabe pontuar que, quanto ao meio ambiente cultural, a competência legislativa é 
do tipo concorrente, permitindoaos municípios legislar suplementarmente 
naquilo que for de interesse local. Disso decorre que as normas gerais acerca 
do patrimônio cultural cabem à União, enquanto Estados e Municípios podem 
legislar de forma a suplementá-las. 
Além da Constituição Federal, importante norma que rege o tema é o 
Decreto-Lei no 25 de 30 de novembro de 1937. Em caso da constatação de dano 
a este meio tutelado pelo Direito Ambiental, as sanções administrativas estão 
arroladas no Decreto 3.179/99 e as penais na Lei n° 9.605/98. 
Quanto ao meio ambiente do trabalho, o Direito Ambiental vem garantir 
que ele seja adequado e sadio para o trabalhador. Assim, conforme Fiorillo 
(2003), a poluição do meio ambiente do trabalho deve ser entendida como 
degradação da salubridade do ambiente que afeta diretamente a saúde, o bem-
estar e a segurança dos trabalhadores. 
As normas protetivas a este meio encontram-se na Constituição Federal 
(art. 200, VIII) “ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, 
nos termos da lei: colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido 
o do trabalho”; na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (Decreto-Lei no 
5.452/1943) e na Portaria no 3.214/78, as quais aprovaram várias Normas 
Regulamentares (NRs). 
 
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6 
O Ministério Público Federal possui um órgão setorial denominado 
Câmara de Coordenação e Revisão a Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio 
Cultural (4ª Câmara). Existem diversos documentos, entre estes Ações Civis 
Públicas (ACP) versando sobre a tutela do Meio Ambiente Cultural. Acesse nos 
links indicados a seguir os documentos: 
 “Convenção para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial”. 
 “Medida Cautelar Inominada” ajuizada pelo Ministério Público Federal a 
qual requer tutela de cautelaridade sobre patrimônio cultural - Estrada de 
Ferro”. 
 “Ação Civil Pública com pedido de liminar, Ministério Público Federal 
referente a agressão a patrimônio arqueológico - Sambaqui 
Cubatãozinho”. 
 “Recomendação para adoção de medidas contra depredação de Hospital 
Histórico”. 
 
Conservação da Natureza 
 
A conservação da natureza está atrelada ao fato de a atual imposição da 
sociedade ao ser humano tem causado um aumento de produção que a natureza 
não é capaz de suportar. Da mesma forma, o ser humano está sendo 
pressionado pela eficiência, o meio ambiente está sendo pressionado para 
atender às demandas materiais e para receber os resíduos gerados por este 
modelo produtivo, voltado exclusivamente para o consumo. 
Esta situação atual, muito acima dos limites que o ambiente é capaz de 
suportar, tem impactos imediatos e em longo prazo, tanto sobre a eficiência 
econômica quanto sobre a sustentabilidade ambiental. 
A saída é buscar mecanismos de manutenção e controle da qualidade 
ambiental para o que é necessário além do entendimento sobre os aspectos de 
 
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7 
uso dos recursos naturais, conceitos sobre Manutenção da Qualidade Ambiental, 
diferindo, por exemplo, ações preservacionistas de conservacionistas. 
Preservação Ambiental pode ser definida como a ação de proteger um 
ecossistema contra a modificação e qualquer forma de dano ou degradação, 
além de uma área geográfica definida ou espécies animais e vegetais 
ameaçadas de extinção, adotando as medidas preventivas legalmente 
necessárias e as medidas de vigilância adequadas. Já quando se trata de 
conservação, o conceito aplica-se à utilização racional de um recurso qualquer, 
de modo a se obter um rendimento considerado bom, garantindo sua renovação 
ou sua autossustentação (Política Nacional do Meio Ambiente Lei no 6.938/81). 
Assim, a conservação de um solo, por exemplo, é compreendida como a 
sua exploração agrícola, adotando-se técnicas de proteção contra erosão e 
redução de fertilidade. Analogamente, a conservação ambiental é o uso 
apropriado do meio ambiente, dentro dos limites capazes de manter sua 
qualidade e seu equilíbrio, em níveis aceitáveis. Assim, podemos dizer que se 
trata da proteção de recursos naturais e seu manejo para utilização sustentada 
buscando o melhor rendimento. 
Para estudarmos a tutela do meio ambiente no que concerne aos 
instrumentos legislativos para a prevenção da poluição, temos que ter bem claro 
a conceituação de qualidade ambiental e, por conseguinte, como ocorre a 
poluição. Vamos priorizar as degradações sobre o meio ambiente natural e 
artificial. 
Cabe ressaltar aqui que as principais competências legislativas, 
executivas e instrumentos de atuação foram considerados com extremo 
interesse pela Constituição Federal, entretanto, é importante observar o que é o 
objeto protegido e a abrangência do texto constitucional. 
A redação do art. 225 impõe limites da ação humana sobre o meio 
ambiente, mas não impede seu uso, pois a tutela recai sobre o “bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”, nesse pressuposto 
impera a existência da atividade humana no uso dos bens ambientais. 
 
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8 
A proteção imposta pela Carta Magna limita apenas a atividade que põe 
em risco os bens ambientais. Como bem esclarece Moraes (2002), o divisor está 
na diferenciação entre degradação e alteração. Se o meio ambiente se altera, 
mas a existência das espécies não está em risco, se garante os processos 
ecológicos, essa modificação há de ser permitida, pois qualquer posição 
contrária seria despida de finalidade, abusando na consideração do que é 
indisponível. A regra constitucional demonstra racionalidade, preservando para 
a coletividade o indispensável, através dos cuidados com o meio ambiente. 
Em contraposto ao conceito da qualidade ambiental, a poluição pode ser 
entendida como a degradação desta qualidade ambiental do meio, e, assim, 
pode ser dividida em várias espécies, das quais veremos a poluição atmosférica, 
a poluição hídrica, a poluição do solo, a poluição sonora e a poluição visual. 
Para avançarmos no conceito de poluição, devemos perceber que ela 
ocorre quando existem alterações nos recursos naturais que impedem sua 
disponibilização em quantidade e qualidade. A Lei nº 6.938/1981, a qual dispõe 
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, apresenta em seu artigo 3° e 4°: 
 
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante 
de atividades que direta ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da 
população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio 
ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos; 
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora 
de degradação ambiental. 
 
Segundo conceito apresentado por Fogliatti et at. (2004), entende-se 
por poluição ambiental a presença, o lançamento ou a liberação nas águas, no 
ar ou no solo, de toda e qualquer matéria ou energia, com intensidade, qualidade, 
concentração ou com características em desacordo com os padrões de emissão 
e padrões de qualidade que tornem ou possam tornar as águas, o ar ou o solo: 
 
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 impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde; 
 inconvenientes ao bem estar público; 
 nocivos aos materiais, à fauna e à flora; 
 prejudiciais à segurança e às atividades normais da sociedade. 
 
Os recursos naturais são os bens utilizados pelo homem para a sua 
sobrevivência, além do solo e da água, podemos considerar também o material 
genético (a energia, os minerais) essenciais para a produção e desenvolvimento 
das sociedades e dos meios de vida. Os recursos naturais podem ser 
conceituados como renováveis e não renováveis. Importanteentendermos essa 
classificação e a diferenciação entre eles. 
No vídeo a seguir, o Professor Ribens vai explicar a conservação da 
natureza, recursos naturais renováveis e não renováveis e sua conservação 
dentro do desenvolvimento responsável. Não deixe de assistir. 
No Direito Brasileiro, apenas disciplinas clássicas possuem normas 
codificadas de maneira a otimizar a regulamentação da matéria, como por 
exemplo, o Código Civil e o Código Penal, regulamentados pelo CPC – Código 
de Processo Civil –, e pelo CPP – Código de Processo Penal, respectivamente. 
Já o Direito Ambiental sofre dessa debilidade, sendo regulamentado por 
leis esparsas, cabendo ao Perito sua localização e aplicação sistematizada caso 
a caso, conforme o litígio no qual esteja atuando. Não seria possível, nesta aula, 
indicar todas as leis e regras as quais versam sobre cada tipo de dano que pode 
ser objeto de Perícia Ambiental, em vista disso, vamos entender os objetos 
tutelados e conhecer as principais regras sobre eles. E quando da realização de 
uma Perícia Ambiental caberá ao Perito aprofundar o estudo e a revisão da 
matéria legal cabível ao caso sob sua responsabilidade. 
 
 
 
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10 
Poluição Atmosférica e Poluição Hídrica 
 
Poluição Atmosférica, Poluição do Ar 
 
Quando se trata de poluição atmosférica, leva-se em consideração a 
utilização do ar. A proteção da qualidade do ar é tomada na sua acepção mais 
ampla, estendendo-se a tutela a toda a massa que rodeia a Terra, definida pelas 
ciências naturais como atmosfera. (Fiorillo, 2003). Quando ocorre alteração e 
degradação do ar, temos a poluição atmosférica, que possui um importante 
agravante, é transfronteiriça e não respeita fronteiras geográficas, sendo que o 
próprio vendo pode levar os poluentes a grandes distâncias. 
A Lei no 6.938/81 (art. 3o) define poluente como toda e qualquer forma de 
matéria ou energia liberada no meio ambiente em desacordo com as normas 
ambientais existentes, colocando em risco a saúde, a segurança ou o bem-estar 
comum. 
De acordo com Derisio (2007), este recurso é utilizado pelas comunidades 
de uma maneira não parcimoniosa, pelo fato do mesmo estar disponível 
livremente sem que seu uso exija qualquer ônus ou esforço. Além do uso pelo 
homem de metabólicos naturais do ar, animais, vegetação, e dos benefícios dos 
fenômenos naturais meteorológicos, outros usos importantes devem ser 
acrescentados: comunicação, transporte, combustão, processos industriais e, 
principalmente, a utilização do ar como receptor e transportador de resíduos da 
atividade humana. 
Sendo assim, é possível imaginar o constante impacto ambiental causado 
sobre este recurso, pela atividade humana. O mesmo autor define poluição do 
ar como a presença ou lançamento no ambiente atmosférico de substâncias em 
concentrações suficientes para interferir direta ou indiretamente na saúde, 
segurança e bem-estar do homem, ou no pleno uso e gozo de sua propriedade. 
Neste sentido, admite-se poluição do ar quando a presença de uma 
substância estranha, ou a variação importante na proporção dos seus 
 
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11 
constituintes, tem possibilidade de provocar efeitos prejudiciais ou doenças, 
considerados os conhecimentos científicos no momento. 
A poluição atmosférica pode causar uma série de problemas, sendo estes 
mais relevantes em idosos e crianças; de acordo com Viterbo (1998), entre as 
doenças que ocorrem com maior frequência e se associam à poluição do ar 
estão as lesões broncopulmonares. Este autor define de forma simplificada a 
poluição atmosférica, dividindo-a em três fases: lançamento dos poluentes pelas 
fontes poluidoras (emissão); transporte e difusão dos poluentes na atmosfera 
(dispersão); e recepção dos poluentes pelos seres vivos e pelo meio ambiente 
(imissão). 
A dispersão de um poluente na atmosfera depende, em primeiro lugar, 
das condições meteorológicas e depois dos parâmetros de condições em que se 
produz essa emissão na fonte, ou seja, a velocidade, concentração, vazão e 
temperatura dos gases. 
As condições meteorológicas influem decisivamente na dispersão da 
poluição atmosférica. Muitas são as fontes de origem dos agentes poluentes 
gasosos ou sólidos que se encontram em dispersão na atmosfera, entre estas: 
 Origem natural - causadas por agentes como poeiras, nevoeiro, gases 
vulcânicos. Os poluentes de origem natural não são muito lembrados 
quando se fala em poluição do ar. 
 Processos industriais - material particulado ou vapores lançados pelas 
chaminés de fábricas, que constituem um dos principais focos poluidores. 
 Veículos motorizados - principalmente nas grandes metrópoles, causam 
grande poluição atmosférica (óxidos de carbono, óxidos de nitrogênio e 
partículas sólidas). 
 
Os poluentes atmosféricos mais importantes são o dióxido de enxofre, 
material particulado, poluentes minerais, dióxido de carbono, monóxido de 
carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio. (Viterbo, 1998). 
 
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12 
Dentro dos fenômenos decorrentes da poluição atmosférica devem ser 
considerados ainda o Smog (massa de ar estagnado composta por diversos 
gases, vapores e fumaça); o efeito estufa; poluição da camada de ozônio; as 
chuvas ácidas; a poluição radioativa (considerada como a modalidade de 
poluição atmosférica mais perigosa ao ser humano); e a poluição por ondas 
eletromagnéticas. Todos esses fatores contribuem grandemente para o prejuízo 
da saúde humana. 
A tutela jurídica do ar atmosférico é encontrada em diversos diplomas 
legais, entre eles: 
 Lei das Contravenções Penais (art.38). 
 Código Penal (art. 252 e 253). 
 Lei dos Crimes Ambientais. 
 Lei de Zoneamento. 
 Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6.938/81). 
 Resolução 03/90 do Conama (padrões de qualidade do ar). 
 Resolução 08/90 do Conama (padrões da qualidade do ar). 
 Resolução Conama 15/95 (controle de emissão veicular de gases, 
material particulado e evaporativa). 
 Resolução Conama 315/02 (programa de controle de emissões 
veiculares). 
 Resolução no 415/09 (programa de controle da poluição do ar por 
veículos). 
 Lei n° 8.723/93 e Lei 10.203/01 (redução de emissão de poluentes por 
veículos), entre outros dispositivos aplicáveis a este caso. 
 
Desta forma, por ocasião do planejamento da perícia, o profissional deve 
avaliar o objeto da causa e toda a legislação pertinente que será usada para 
suas análises e conclusões. 
 
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13 
De forma conclusiva, é possível afirmar que a assim como os demais tipos 
de poluição ambiental, a poluição atmosférica é extremamente importante, 
sendo que a legislação atual, através da padronização dos limites dos 
contaminantes, respalda os sistemas de controle e monitoramento da qualidade 
ambiental no que esta depende deste fator, a atmosfera. 
 
Poluição Hídrica, Poluição das Águas 
 
A escassez da água que era considerada no passado como uma hipótese 
restrita a regiões áridas, assume uma importância estratégica em todas as 
regiões do mundo, embora, ainda hoje, muitas pessoas não tenham a 
compreensão da gravidade da crise que se avizinha. A compreensão da água 
como recurso natural renovável, mas limitado, foi condensada recentemente na 
Conferência Mundial sobre Recursos Hídricos. 
No contexto atual, os recursos hídricos começam a ser entendidos como 
sinônimo de oportunidade de desenvolvimento, e muito provavelmente será o 
grande limitador do crescimento humano num futuro próximo (Andreoli et al., 
2000). 
Os recursos hídricos abrangem as águas superficiais, águas 
subterrâneas, estuários e o mar territorial. Subterrâneas são as águas originadas 
do interior do solo como o lençol freático. Superficiais são as águas encontradas 
na superfíciecomo fluentes, emergentes e em depósitos, divididas em águas 
internas (rios, lagos, lagoas) e águas externas (mar territorial). Estuários são as 
baías formadas pela junção do mar com os rios, onde há mistura de águas 
fluviais com marítimas. Já mar territorial é a faixa marítima de 12 milhas náuticas 
de largura ao longo da costa (Sirvinskas, 2003). 
O crescimento populacional sobre mananciais gera a impermeabilização 
do solo, remoção florestal, aumento de lançamento direto de lixo e esgoto e a 
localização de aterros sanitários em mananciais. Esta pressão traz como efeitos 
à qualidade da água, o aumento da DBO, coliformes e outros contaminantes. 
 
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Para os mananciais urbanos os problemas de lixo e esgotamento sanitários são 
os que mais atuam para a degradação de mananciais de abastecimento. 
No caso do esgoto doméstico as ligações clandestinas poluem 
diretamente os rios, comprometendo os benefícios dos recursos investidos na 
rede de coleta e tratamento de esgotos. 
Os custos sociais decorrentes destas práticas, que reduzem 
oportunidades de desenvolvimento e ampliam os problemas sanitários do nosso 
país, são um subsídio embutido nos custos gerados pela poluição, que está 
sendo pago pela sociedade aos poluidores. 
Logo, a água é considerada poluída quando sua composição ou seu 
estado estão de tal modo alterados e já não reúnem condições para serem 
utilizadas para os fins aos quais estava destinada naturalmente. 
Conforme a Lei no 6.938/1981, a definição de poluição da água consiste 
na alteração química, física ou biológica que possa importar em prejuízo à saúde, 
à segurança e ao bem-estar das populações, causar dano à flora e à fauna, ou 
comprometer seu uso para as finalidades sociais e econômicas. 
Dentre as regulamentações pertinentes à água estão os padrões de 
qualidade, os quais devem ser cumpridos, por força da legislação, pelas 
entidades envolvidas com a água a ser utilizada. Os padrões de qualidade da 
água são definidos em função do uso previsto dela. Em termos práticos, há três 
tipos de interesse direto no que tange à qualidade da água: padrões de 
lançamento no corpo receptor; padrões de qualidade do corpo receptor; padrões 
de qualidade para determinado uso imediato, como por exemplo, os padrões de 
potabilidade. (von Sperling, 1996). 
Os padrões de lançamento e de qualidade do corpo receptor são tutelados 
pela Resolução Conama no 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos 
corpos hídricos, seu enquadramento, condições e padrões de lançamento de 
efluentes. 
Em função dos usos previstos, as águas doces foram agrupadas em cinco 
classes, em que a Classe Especial pressupõe os usos mais nobres, e a Classe 
 
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15 
4, os menos dependentes da qualidade. A cada uma dessas classes, 
corresponde uma determinada qualidade a ser mantida no corpo d’água. Esta 
qualidade é expressa na forma de padrões. 
Além dos padrões de qualidade dos corpos receptores, a Resolução 
Conama no 357/2005 apresenta ainda padrões para o lançamento de efluentes 
nos corpos d’água. Ambos os padrões estão de certa forma inter-relacionados. 
O objetivo deles é a preservação da qualidade no corpo d’água. 
No entanto, os padrões de lançamento existem apenas por questão 
prática, já que é difícil se manter o controle efetivo das fontes poluidoras, com 
base apenas na qualidade do corpo receptor. O inter-relacionamento entre os 
dois padrões se dá no sentido de que um efluente, além de satisfazer os padrões 
de lançamento, deve proporcionar condições tais no corpo receptor, de tal forma 
que a qualidade dele se enquadre dentro dos padrões para corpos receptores. 
A Portaria no 2.914/2011, do Ministério da Saúde, dispõe sobre a qualidade da 
água para consumo humano. 
Além do Conama, outra normativa importante na tutela das águas é a Lei 
no 9.433/1997 a qual instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, e criou o 
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, além de 
regulamentar o art. 21 da Constituição Federal. 
O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é 
constituído por um conjunto de órgãos e instituições que atuam na gestão destes 
recursos na esfera federal, estadual e municipal. Compõe este sistema o 
Conselho Nacional de Recursos Hídricos, a Agência Nacional de Águas, os 
Conselhos Estaduais, os Comitês de Bacias Hidrográficas, os órgãos públicos 
federais, estaduais e municipais que se relacionem com a gestão dos recursos 
hídricos e as Agências de Águas. 
Há ainda a Lei n° 9.966/2000 que dispõe sobre a prevenção, controle e 
fiscalização de poluição causada por lançamento de óleo e substâncias nocivas; 
o Decreto no 24.643/1934 que dispõe sobre o Código de Águas, e o Decreto-Lei 
no 7.841/1945 que dispõe sobre o Código de Águas Minerais. 
 
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16 
Compete à União definir os critérios de outorga dos direitos de uso dos 
recursos hídricos (art. 21 da CF). As sanções penais e administrativas estão 
dispostas no Decreto no 3.179/99, na Lei no 9.605/98, no Código Penal (art. 270 
e 271). 
Conclusivamente, é consenso que a água é um dos recursos naturais 
mais importantes não só para a garantia da qualidade de vida, mas para a própria 
sobrevivência do ser humano. A água possui as mais variadas funções como o 
abastecimento doméstico e industrial, geração de energia, agricultura, 
transporte, entre outros. 
Conforme vimos, devido a sua característica de limitação, é um recurso 
limitado, sua conservação demanda esforços conjuntos do Poder Público e de 
toda a coletividade. Quanto à aplicação das Perícias Ambientais, a poluição da 
água é fator comum em causas judiciais. 
No material on-line, o Professor Rubens vai explicar tudo sobre a poluição 
atmosférica e a poluição da água. Confira! 
 
Poluição do Solo, Poluição Sonora e Visual 
 
Poluição do Solo 
 
O solo pode ser conceituado como material proveniente da decomposição 
das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter 
matéria orgânica em sua composição (NBR 6502, 1995). Entretanto, o conceito 
de solo é muito mais amplo e complexo, variável de acordo com seu uso. Por 
exemplo, na agricultura, ele adquire a finalidade de suporte e meio de nutrição 
para o desenvolvimento das plantas e produção de biomassa; na pecuária, ele 
adquire a finalidade de suporte da alimentação animal; na engenharia civil, tem 
finalidade de suporte para as obras civis. 
 
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17 
O importante é a percepção de que o solo, além de suportar as produções 
agropecuárias e as infraestruturas necessárias ao desenvolvimento social, é um 
meio natural, complexo e vivo, que vai além do conceito simplista de superfície. 
Ele representa uma interface entre o ar e a água, o que decorre da sua 
composição, materiais sólidos entre estes minerais e matéria orgânica, ar 
existente nos poros e água e elementos diversos que compõe a solução do solo. 
Há que ser considerada ainda a existência de uma porção viva, biológica do solo, 
formada pelos micro-organismos, e indivíduos da fauna presentes no interior do 
solo. 
A Embrapa Solos (2002) já apresenta um conceito mais amplo, afirmando 
que solo é uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, 
líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicas, formados por materiais minerais 
e orgânicos, contendo matéria viva e ocupando a maior porção do manto 
superficial das extensões continentais do planeta. 
Ainda segundo estes autores, o território brasileiro se caracteriza por uma 
grande diversidade de tipos de solos, correspondendo diretamente à intensidade 
de interação das diferentes formas e tipos de relevo, clima, material de origem, 
vegetação e organismos associados. Da mesma forma comoos recursos 
naturais analisados anteriormente, o solo representa parcela fundamental na 
qualidade de vida do ser humano, visto ser primordial tanto à sustentação física 
das sociedades, como na produção de alimentos. 
Encontramos na Lei no 6.938/1981 a definição de poluição do solo como 
sendo a degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que direta 
ou indiretamente lance matérias ou energia no solo em desacordo com os 
padrões ambientais estabelecidos. Diversas matérias podem causar a poluição 
do solo. Portanto, a contaminação do solo está diretamente relacionada ao seu 
uso e ocupação. 
Conforme pontua Sirvinskas (2003), a poluição do solo é causada por 
resíduos sólidos, rejeitos perigosos, agrotóxicos, pela queimada ou mineração. 
 
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18 
A disposição inadequada dos resíduos sólidos, entre estes, lixo 
doméstico, industrial, hospitalar ou nuclear, pode causar danos ao solo, subsolo, 
ao ar, às águas subterrâneas e superficiais, à fauna, à flora e à saúde humana. 
É preciso desenvolver mecanismos que convertam materiais potencialmente 
poluentes em produtos que não agridam o meio ambiente e possam ajudar na 
sua recuperação. 
A racionalização do uso das matérias primas, separação correta e 
destinação adequada dos resíduos, reaproveitamento de materiais que antes 
eram descartados, são algumas das maneiras de minimizar os danos ao meio 
ambiente e buscar um equilíbrio entre as questões sociais, econômicas e 
ambientais. 
A fundamentação legal da tutela sobre o solo está disposta na 
regulamentação do manejo de resíduos sólidos na Constituição Federal (art. 24 
e 30) e diversas resoluções do Conama, entre estas, a Resolução no 275/2001 
(coleta seletiva), Resolução no 307/2002 (resíduos da construção civil), 
Resolução no 308/2002 (disposição final de resíduos), entre outras 
A poluição do solo é uma das matérias com grande diversidade de 
possíveis danos ambientais, visto as diversas formas de contaminação 
existentes acerca deste recurso natural. Em vista disso, a legislação que tutela 
este bem ambiental é extremamente abrangente e diversa, dependendo do 
perito, sua verificação e correlação ao dano a ser verificado, de acordo com a 
causa do litígio para a qual foi designado. 
O Professor Rubens vai falar mais sobre a poluição do solo por resíduos 
sólidos urbanos no vídeo disponível lá no material on-line. 
 
 
 
 
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19 
Poluição Sonora 
 
A principal consideração feita por Fiorillo (2003), quando da consideração 
sobre a Poluição Sonora, é a distinção entre som e ruído. Som é qualquer 
variação de pressão que o ouvido humano possa captar, enquanto ruído é o som 
ou conjunto de sons indesejáveis, desagradáveis ou perturbadores. O critério de 
distinção, segundo o autor, é o agente perturbador, o que pode variar de acordo 
com a tolerância de cada indivíduo. 
O ruído possui a natureza jurídica de agente poluente, conforme disposto 
na Resolução Conama no 01/1990, que considera os problemas dos níveis 
excessivos de ruídos agentes incluídos entre os sujeitos ao controle da poluição 
do meio ambiente. 
A poluição sonora ocorre quando se tem um ruído que causa incômodo, 
é desagradável, e quando ultrapassados os limites estabelecidos na legislação, 
de maneira continuada pode causar danos à saúde humana e ao bem-estar da 
comunidade. 
É importante observar quando da realização de uma Perícia Ambiental 
com análise sobre dano de poluição sonora, que o ruído não deixa impactos 
visíveis no ambiente, como as fontes de poluição do solo ou da água, porém, é 
responsável por impactos negativos e prejuízos, especialmente à qualidade de 
vida da população, sendo necessária a análise de outros tipos de evidências 
para a obtenção das provas periciais, independente daqueles ambientais, como 
por exemplo, laudos médicos e exames acerca de danos auditivos. 
Independente das suas particularidades, a poluição sonora é tratada 
como outra poluição qualquer e existem regulamentos e normas legais que 
versam sobre seu controle e prevenção, em busca da preservação da qualidade 
ambiental e da saúde humana. 
O Conselho Nacional do Meio ambiente (Conama) estabelece normas 
gerais de emissão de ruídos, entre elas a Resolução nº 001/1990 (padrões de 
emissão de ruídos), Resolução nº 418/2009 (limites de ruídos para veículos 
 
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20 
automotores), Resolução nº 204/2006 do Conselho Nacional de Trânsito 
(CONTRAN); entre outras. 
 
Poluição Visual 
 
O dano decorrente da poluição visual é mais comum quando o tema é o 
meio ambiente artificial, ou seja, está relacionado, normalmente, aos centros 
urbanos. 
Conforme define Fiorillo, (2003) a poluição visual caracteriza-se como 
uma ofensa à integridade psíquica dos indivíduos que numa determinada cidade 
residem ou transitam, violando diretamente o preceito garantidor de uma vida 
com qualidade. Para tanto, com propósito de efetivar a preocupação do 
legislador constituinte com relação ao bem-estar dos habitantes, a legislação 
infraconstitucional regulou a forma e o conteúdo de determinados meios de 
expressão como a publicidade, a pichação, algumas restrições no Código de 
Trânsito Brasileiro, bem como trouxe regras do direito de vizinhança para garantir 
a sadia qualidade de vida. 
Outra definição de poluição visual está na Política Nacional de Meio 
Ambiente (Lei n° 6.938/81) como sendo qualquer alteração resultante de 
atividades que causem degradação da qualidade ambiental dos espaços 
habitados pelo homem, vindo a prejudicar direta ou indiretamente, a saúde, a 
segurança e o bem-estar da população, como criar condições adversas às 
atividades sociais e econômicas ou a afetar as condições estéticas ou sanitárias 
do meio ambiente. 
A fundamentação legal da tutela sobre este tema se dá pela Constituição 
Federal, Lei no 10.257/2001 (Política de Desenvolvimento Urbano), Lei no 
6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente), Lei no 8.078/1990 (Código de 
Defesa do Consumidor), Lei no 9.605/1998 (Crimes Ambientais), Lei no 
9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro), Lei no 9.504/1997 (Propaganda 
Eleitoral). 
 
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21 
As sanções penais e administrativas estão dispostas no Decreto no 
3.179/99, na Lei no 9.605/98, na Lei no 9.503/1997 e na Lei no 9.504/1997 e no 
Código Penal (Decreto-Lei no 2.848/1940). 
A tutela do meio ambiente no que concerne à poluição visual tem o 
objetivo de controlar os efeitos nocivos, principalmente da publicidade, nos 
centros urbanos para evitar os problemas, não só de estética, mas também 
garantir o bem-estar da comunidade. 
 
Crimes Contra a Fauna e Flora 
 
Fauna 
 
Fauna é o conceito relativo a um grupo de animais os quais convivem em 
um determinado ambiente ou uma determinada região, sendo que flora, de 
maneira semelhante, é um termo utilizado para determinar um conjunto de 
vegetais agrupados em uma determinada região. 
Mais especificamente, o IAP (2015) apresenta na Portaria 173/2015 as 
seguintes definições: 
 Fauna doméstica: o conjunto de espécies que, por meio de processos 
tradicionais e sistematizados de manejo ou melhoramento zootécnico, 
tornaram-se dependentes do homem e do ambiente doméstico, 
apresentando características biológicas e comportamentais em estreita 
relação com ele, podendo apresentar fenótipo variável, diferente dos 
espécimes silvestres que as originaram. 
 Fauna exótica: o conjunto de espécies cuja distribuição geográfica 
original não inclui o território brasileiro ou suas águas jurisdicionadas, 
excetuando-se as espécies da fauna doméstica. 
 
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22 
 Fauna nativa: o conjunto de espécies cuja distribuição geográfica original 
inclui o território brasileiroe suas águas jurisdicionadas. Sinônimo de 
fauna brasileira. 
 
A partir do conceito de que a fauna possui influência imprescindível à 
manutenção e equilíbrio ecológico, do qual depende a sobrevivência de outras 
espécies, entendeu-se a necessidade de proteger legalmente esse bem, para 
que não houvesse extinção de espécies ou perda da sua função ecológica, em 
razão das ações do homem sobre o meio. 
De acordo com Fiorillo (2003), buscando resguardar as espécies, 
porquanto a fauna, através da sua função ecológica, possibilita a manutenção 
do equilíbrio ecológico dos ecossistemas, é que se passou a considerá-la como 
um bem de uso comum do povo indispensável à sadia qualidade de vida. 
Com isso, abandonou-se no seu tratamento jurídico o regime privado de 
propriedade, verificando-se que a importância das suas funções reclamava uma 
tutela jurídica adequada à sua natureza. Dessa forma, em razão das suas 
características e funções, a fauna recebe a natureza jurídica de bem ambiental. 
O mesmo autor faz uma importante observação quanto a substancial 
alteração havida no regime de titularidade da fauna. Isso porque, sob o prisma 
do Código de Caça (Decreto-Lei no 5.894/1943) e do Código de Pesca (Decreto-
Lei no 794/1938) as espécies componentes da fauna eram consideradas algo 
que, embora passível de domínio não pertencem a ninguém. 
Com o advento da Lei no 5.197/1967, que revogou os antigos Códigos de 
Caça e Pesca, o tratamento dispensado à fauna refletiu a preocupação do 
legislador com a esgotabilidade do bem e sua importância no equilíbrio dos 
ecossistemas e na manutenção das espécies. (Fiorillo, 2003). 
A tutela jurídica da fauna, caça e pesca é competência da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios (art. 24, VI, CF). Além da tutela constitucional, 
aplica-se a proteção conferida pela Lei no 5.197/1967 e pela Lei no 9.605/1998. 
 
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23 
A proibição da caça está disposta nos dos dispositivos anteriores e ainda na Lei 
no 9.985/2000. A pesca é disciplinada pela Lei no 11.959/2009. 
Quando se pensa na tutela da fauna, não há como tratar esta questão 
desvinculada da tutela do seu habitat, que é o local onde vive o animal. Por isso, 
a proteção à fauna não pode ser vista isoladamente ou dissociada da tutela da 
flora. A fauna e a flora estão ligadas em uma relação de interação contínua, por 
isso, muitas medidas legais são protetivas a ambas, como por exemplo, o 
impedimento da destruição de uma floresta, preserva a vida dos animais que 
nela vivem. 
 
Flora 
 
A Flora pode ser definida como um conjunto de espécies vegetais de uma 
determinada região, de um país ou de um continente, que depende da interação 
constante de outros seres vivos, assim como micro-organismos e animais, e, 
segundo o IAP (2016), estas espécies vegetais podem ser conceituadas como: 
 Espécie Nativa: planta que é natural, própria da região em que vive, ou 
seja, que cresce dentro dos seus limites naturais incluindo a sua área 
potencial de dispersão. 
 Espécie Exótica ou Introduzida: espécie que se estabelece para além 
da sua área de distribuição natural, depois de ser transportada e 
introduzida intencional ou acidentalmente pelo homem. 
 Espécie Exótica Invasora: é aquela espécie exótica que, sem a 
intervenção direta do homem, avança sobre as populações locais e 
ameaça habitats naturais ou seminaturais, produzindo impactos 
ambientais e/ou econômicos e/ou sociais e/ou culturais. As espécies 
exóticas invasoras são consideradas a segunda grande causa mundial de 
perda de biodiversidade e requerem uma abordagem ampla e integrada 
por parte dos governos. 
 
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 Espécie Estabelecida: é aquela espécie exótica que consegue se 
reproduzir e estabelecer populações autossustentáveis. 
 
A flora abrange as florestas (floresta amazônica, mata atlântica, floresta 
de araucárias, etc.) e quaisquer outros tipos de vegetação (cerrado, caatinga, 
restingas, manguezais, matas ciliares, entre outros). A União, estados e 
municípios têm competência comum para preservar as florestas, a fauna e a 
flora, tendo competência concorrente para legislar sobre as florestas, caça, 
pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo, e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição (art. 23 e 24, CF). 
É o Código Florestal Lei no 12.651/2012 que disciplina as normas sobre 
as florestas existentes no território nacional e demais formações vegetacionais 
protegidas. As florestas são consideradas bens ambientais de natureza difusa, 
sendo seu titular o povo. Desta forma, as florestas e demais formas de vegetação 
são consideradas bens de interesse comum da comunidade, podendo seus 
proprietários exercerem seus direitos sobre elas de acordo com as restrições e 
limitações impostas pela legislação. 
 Além da proteção das florestas de preservação permanente segundo o 
Código Florestal, a Constituição Federal (art. 225, §1, III) criou espaços 
territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, trata-se das 
Unidades de Conservação, instituídas pelo Sistema Nacional das Unidades de 
Conservação – SNUC (Lei no 9.985/2000). 
As Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos: unidades de 
proteção integral, onde é admitido apenas o uso indireto dos seus recursos 
naturais; e unidades de uso sustentável, que tem por objetivo compatibilizar a 
conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais. São 
Unidades de Conservação de Proteção Integral: estações ecológicas, reservas 
biológicas, parques nacionais, estaduais e municipais, monumentos naturais, 
refúgios da vida silvestre. 
 
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25 
Consideram-se unidades de Conservação de Usos Sustentável: áreas de 
Proteção Ambiental, florestas nacionais, estaduais e municipais, reservas 
extrativistas, reservas da fauna, reservas de desenvolvimento sustentável, 
reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) (Sirvinskas, 2003). 
As sanções penais e administrativas estão dispostas no Decreto no 
3.179/99, na Lei no 9.605/98, Lei nº 12.651/2012 (Código Florestal), Lei nº 
13.105/2015 (Código de Processo Civil) e no Código Penal (Decreto-Lei no 
2.848/1940). 
No vídeo disponível lá no material on-line, o Professor Ribens vai falar dos 
estudos de impacto ambiental e relatórios ambientais como ferramentas de 
prevenção de danos sobre a fauna e a flora. 
 
Crimes de Poluição e Outros Crimes Ambientais 
 
O Estado é obrigado a prestar a tutela jurisdicional aos bens ambientais. 
Há vários instrumentos para a proteção do meio ambiente e o acesso ao Poder 
Judiciário como, por exemplo, o mandado de segurança, a ação popular 
constitucional, o mandado de injunção e a ação civil pública. 
A jurisdição civil apresenta dois sistemas de tutela processual: um 
destinado às lides individuais, cujo instrumento adequado é o Código de 
Processo Civil, e outro voltado para a tutela coletiva, que se vale da aplicação 
da Lei da Ação Civil Pública e do Código de Defesa do Consumidor (Fiorillo, 
2003). 
A Lei no 7.347/1985 regulamentou o dispositivo constitucional previsto no 
art. 129 da CF, criando a Ação Civil Pública de responsabilidade por danos 
causados ao meio ambiente, ao consumidor e à ordem urbanística, bens e 
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, à ordem 
econômica ou qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
 
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São legitimados ativa e concorrentemente para a promoção da ação civil 
pública o Ministério Público Federal ou Estadual, a União, Estados e Municípios, 
as entidades e órgãos da Administração Pública, as associações legalmente 
constituídas que incluam em seus fins institucionais a defesa dos interesses e 
direitos protegidos peloCódigo de Defesa do Consumidor (Sirvinskas, 2003). 
As ações civis públicas, em regra, podem ser propostas perante o juízo 
onde ocorreu o dano, isso facilita a produção de provas. Caso o dano ocorra em 
duas comarcas igualmente competentes, será responsável aquela que primeiro 
tomar conhecimento dos fatos. Aplica-se o princípio da prevenção, mas se o 
dano for regional, se transfere para a Comarca da Capital do Estado. Se os 
danos atingirem mais de dois estados ou houver universo de interesse nacional, 
a competência poderá ser do juízo federal. (Sirvinskas, 2003). 
Quanto ao Direito Criminal Ambiental, a Constituição Federal estabeleceu 
a possibilidade de sujeitar todo e qualquer infrator, ou seja, aqueles que praticam 
condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, a sanções penais. 
Observados os critérios do direito penal constitucional, qualquer infrator, seja ele 
pessoa física ou jurídica, está sujeito às sanções penais ambientais, desde que 
observada a existência de crime ambiental. 
As disposições gerais da Lei n° 9.605/1998, Lei de Crimes Ambientais, 
procuram atender os regramentos que fundamentam o direito criminal e penal, 
como também as especificações criadas pelo direito criminal e penal ambiental 
constitucional. 
A seção III da Lei no 9.605/1998 (arts. 54 a 61), exatamente por tratar da 
proteção direta à incolumidade físico-psíquica da pessoa humana (danos à 
saúde humana), da proteção do meio ambiente do trabalho (arts.196 e 200), e 
de outros bens ambientais fundamentais no âmbito da cadeia econômica básica 
destinada às realizações de brasileiros e estrangeiros residentes no país, é a 
mais importante no plano do direito criminal ambiental. 
São considerados crimes com pena de reclusão, as atividades que 
causem poluição de qualquer natureza. E ainda, crimes que resultem ou possam 
 
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27 
resultar em danos à saúde humana ou mesmo em detrimento de outros 
portadores de DNA (fauna e flora), e tenham rigoroso tratamento com aplicação 
de sanções penais ambientais. (Fiorillo, 2003). 
Aspecto interessante que se coloca nos crimes e infrações na área 
ambiental, conforme Moraes (2002), é a previsão legal da perícia de constatação 
de dano ambiental, a qual vincula o arbitramento de finança e a aplicação das 
penas judiciais e administrativas. Nos casos cujo processamento seja pelos ritos 
sumário ou comum, pode ser substituída a perícia de constatação por perícia 
judicial específica ao caso, com a participação de assistentes técnicos, cujos 
resultados servem como guia ao magistrado em sua decisão final. 
Para concluir, é importante salientar mais uma vez que o objetivo deste 
tema foi fornecer as premissas básicas de sistematização e relacionamento das 
regras do Direito Ambiental, independente do objeto jurídico protegido (água, 
solo, subsolos, ar, fauna, flora). 
Não caberia um aprofundamento com o estudo individualizado de todos 
os crimes contra o meio ambiente, mas sim a recomendação de que cabe ao 
perito buscar as informações pertinentes e necessárias ao seu trabalho pericial. 
 
 
 
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Revendo a Problematização 
 
 Agora que você já viu todo o conteúdo teórico, vamos voltar ao problema 
exposto lá no início do estudo. E então, sobre quais bens ambientais é esperada 
a ocorrência de dano decorrente do vazamento do óleo? Quais as alterações na 
qualidade ambiental poderiam ter sido verificadas? 
 
a. Em virtude da magnitude do acidente ambiental, de acordo com os 
relatórios, pode-se estimar que cerca de 291.000 litros de óleo não foram 
recuperados e, portanto, vazaram para o ambiente. Considerando a 
predominância de óleo combustível do tipo “bunker” (densidade = 0,98), 
pode-se estimar que essa quantidade seja equivalente à cerca de 285 
toneladas, desta forma, seria esperada uma grande contaminação da 
água tanto da baía quanto das faixas mais afastadas da costa, pois como 
os trabalhos de contenção do óleo só tiveram início 10 dias após o 
acidente, houve tempo para o óleo ser levado a grandes distâncias da 
costa. Entretanto, como a densidade do óleo é menor que a da água do 
mar, este deve ter se mantido em superfície, não trazendo maiores danos 
a população da fauna marinha. Da mesma forma, não são esperadas 
grandes alterações na qualidade da flora, ou do solo, visto que o poluente 
foi derramado no mar. Pode ter sido verificada alguma alteração na 
qualidade do ar momentaneamente, em vista do navio estar carregado de 
metanol, composto inflamável, altamente volátil e explosivo, porém, 
segundo os laudos periciais todo o produto existente no navio queimou-
se ou volatilizou-se, não restando danos ao ambiente em função deste 
produto. 
b. São esperados danos ambientais sobre o ar, a água e sobre a população 
(socioeconômico). Os danos esperados no ar decorreram da volatilização 
do metanol que estava nos tanques do navio. Foi comprovada a 
 
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volatilização formaldeído e monóxido de carbono. Os danos causados 
pelo derramamento de óleo sobre a água marinha são a contaminação de 
fundo, visto que o óleo bunker é um óleo pesado, residual, devendo a 
contaminação ter se dado somente na camada mais profunda das águas 
marinhas e dos organismos bentônicos que vivem no fundo do oceano. 
Os danos sobre o meio socioeconômico advêm do impedimento da pesca 
do camarão, organismo bentônico, cujo habitat é o fundo do oceano 
contaminado. 
c. É possível afirmar que houve dano aos bens ambientais tutelados pela 
legislação ambiental: água, solo, fauna e flora. Devido a magnitude do 
acidente ambiental, pode-se concluir que houve contaminação da água, 
desde a superfície, estendendo-se pelo perfil da coluna d’água até os 
sedimentos de fundo, com a consequente exposição do sistema 
planctônico, houve contaminação e morte de animais marinhos, alguns 
inclusive constantes da lista de espécies ameaçadas de extinção 
(tartarugas), mamíferos, aves, entre outros. Houve contaminação do solo, 
das praias, manguezais e marismas e costões rochosos pela deposição 
do óleo, além de estruturas artificiais como atracadouros, barcos, redes 
de pesca, criadouros de ostras. Houve contaminação e morte de plantas 
principalmente nos manguezais em decorrência da deposição do óleo nas 
raízes. 
 
 
 
 
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30 
Síntese 
 
Concluímos mais uma parte do nosso estudo. 
Vimos o quão importante é o conhecimento técnico do perito ambiental, 
sobre os conceitos de meio ambiente, qualidade ambiental e recursos naturais. 
É com esta sabedoria que o profissional desenvolverá seu raciocínio lógico a 
respeito da lide, buscando na legislação específica, subsídio para embasar seu 
conceito tecnicamente desenvolvido. 
Estudamos também que os recursos naturais são os bens disponíveis 
para usufruto do homem, porém, deve exercer seu papel de fiel depositário com 
responsabilidade, para tanto, as normatizações, leis, decretos e regras, 
elaboradas com base técnica/científica, exercem o papel do fiel da balança, 
balizando para que não sejam cometidos excessos, e causem danos ao meio 
ambiente. 
Pudemos entender de maneira unificada a convergência entre os 
conhecimentos técnico/científico legal e humano que o perito deve apresentar, 
para que ao final da elaboração de seu laudo não gere dúvidas acerca do litígio 
e, sobretudo, exerça sua função elucidativa e apaziguadora. 
No material on-line, o Professor Rubens vai fazer uma síntese de tudo o 
que vimos aqui. Não deixe de assistir ao vídeo. 
 
 
 
 
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31 
Referências 
 
ABNT NBR 6502. Rochas e solos terminologia. Rio de janeiro: ABNT, 1995. 
Andreoli, C. V.; Dalarmi, O.; Lara, A. I.; Andreoli, F. D. N. Limites aodesenvolvimento da região metropolitana de Curitiba, impostos pela 
escassez de água. IX Simpósio Luso Brasileiro de Engenharia Sanitária e 
Ambiental (SILUBESA). Porto Seguro/BA. 2000. (aprovado para apresentação 
no SILUBESA - 09 a 14 de abril de 2000). 
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36 
Atividades 
1. O Direito Ambiental tem como objetivo primordial concretizar a 
Conservação da Natureza quando do estabelecimento de leis e 
normativas para tutelar o meio ambiente. A definição de conservação da 
natureza advém da necessidade de impor ao ser humano o uso 
parcimonioso dos recursos naturais de forma que a natureza seja capaz 
de suportar. Para isto, busca-se a eficiência econômica e a 
sustentabilidade ambiental. Marque a alternativa correta. A conservação 
da natureza é: 
 
a. A ação de proteger, contra a modificação e qualquer forma de dano ou 
degradação, um ecossistema, uma área geográfica definida ou espécies 
animais e vegetais ameaçadas de extinção. 
b. A adoção de medidas preventivas legalmente necessárias para impedir o 
uso dos recursos naturais e as medidas de vigilância cabíveis. 
c. A utilização racional de um recurso qualquer, de modo a se obter um 
rendimento considerado bom, garantindo-se, entretanto, sua renovação 
ou sua autossustentação. 
d. A proteção integral dos bens ambientais proibindo e fiscalizando seu uso 
pelo homem. 
2. Dentro do escopo da tutela da qualidade do meio ambiente, encargo da 
legislação aplicável ao Direito Ambiental, o foco principal é a proteção da 
sadia qualidade de vida do ser humano, conceito que engloba a saúde, 
bem-estar e segurança da população. A extensão da tutela ambiental, 
além dos recursos naturais, abrange outros recursos como o patrimônio 
público, privado, cultural, artístico, arqueológico. Marque a alternativa 
correta. Patrimônio Cultural pode ser definido como: 
 
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37 
 
a. Equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e o meio em que vivem, sejam 
estes o solo, águas, ar e a flora. 
b. Espaço urbano construído, consistente no conjunto de edificações e pelos 
equipamentos públicos. 
c. Bens de natureza material e imaterial portadores de referência à 
identidade, ação, memória, dos diferentes grupos da sociedade brasileira. 
d. Local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais. 
3. É consenso que a Qualidade Ambiental é o objetivo final da tutela do meio 
ambiente pelas normativas legais, com vista à proteção da saúde física e 
mental dos indivíduos. No que diz respeito à Poluição Ambiental, entende-
se por poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que direta ou indiretamente: 
 
a. Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população. 
b. Criem condições favoráveis às atividades sociais e econômicas. 
c. Lancem matérias ou energia no ambiente de acordo com os padrões 
estabelecidos na legislação. 
d. Afetem as condições estéticas ou sanitárias das edificações. 
4. A Sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável possui como sua 
mais conhecida definição “suprir as necessidades da geração presente 
sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. De 
acordo com esta afirmação, marque a alternativa correta. 
Sustentabilidade é: 
 
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a. Um processo que postula a necessidade de fundar novos modos 
produtivos com objetivo de aumentar a produção de bens, em vista do 
crescimento populacional. 
b. Um conceito que abrange a vida do homem na terra como sendo 
dependente de um grau de equilíbrio entre os sistemas de ocupação, 
produção e os sistemas ambientais. 
c. Um conceito que depende somente do grau de uso dos recursos naturais 
não renováveis, pois sua escassez determinará o final da produção dos 
bens de consumo. 
d. O uso do meio ambiente para atender as demandas materiais e para 
receber os resíduos gerados no modelo produtivo voltado para o 
consumo. 
5. Quando se trata de poluição e impacto ambiental, é possível afirmar que 
a poluição ambiental é constatada quanto existe alteração das 
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada 
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades 
humanas. De acordo com esta afirmação, marque a alternativa correta. 
a. A poluição do ar é observada pela presença ou lançamento no ambiente 
atmosférico de substâncias em concentrações suficientes para interferir 
direta ou indiretamente na saúde, segurança e bem-estar do homem, ou 
no pleno uso e gozo de sua propriedade. 
b. O crescimento populacional sobre mananciais gera a impermeabilização 
do solo, remoção florestal e aumento na produção de lixo, entretanto, o 
lançamento do lixo em aterros sanitários, mesmo que localizados em 
mananciais, garante a proteção à qualidade das águas. 
c. O solo é um meio natural definido como meio de suporte, tanto para as 
produções agropecuárias quanto para as infraestruturasnecessárias ao 
 
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desenvolvimento social, devido a esta característica não sofre influência 
de materiais poluentes. 
d. Alterações nos níveis de ruídos, embora possam causar incômodo, não 
são considerados poluição, pois podem variar de acordo com a tolerância 
de cada indivíduo e não deixam impactos visíveis no ambiente.

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