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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-Graduação Disciplina Perícia Ambiental Tema Tutela do Meio Ambiente Professor Rubens Corrêa Secco Introdução Olá! Bem-vindo a mais um tema. Faremos agora uma abordagem sobre a qualidade ambiental, retomando conceitos já estudados e identificando a importância da tutela sobre os bens e recursos naturais. Como vem sendo discutido ao longo de nossos estudos, o foco principal que rege a ordenação dos preceitos de manutenção da qualidade ambiental está pautado no princípio básico da sobrevivência, que em última análise torna-se ameaçada quando é colocada em risco à disponibilidade dos recursos naturais renováveis e, principalmente, dos não renováveis de nosso planeta. Veremos de que forma as leis, resoluções, decretos e toda a normativa desenvolvida com base não somente jurídica, mas também científica, facilita a identificação e interpretação dos danos sobre os recursos naturais, e nesse contexto a requisição da Perícia Ambiental, instrumento fundamental no direcionando, não somente a tomada de decisão, mas também da fiscalização e aplicação das penas previstas aos infratores. Assim, ao final, teremos concluído a construção da conectividade entre definições e teorias, desenvolvidas ao longo do nosso estudo e, com isso, estabelecido uma linha limitante entre o uso responsável dos recursos naturais e sua degradação, o que ao menos serve de alento ao homem, frente às incertezas do futuro do planeta. No material on-line, o Professor Rubens vai falar mais sobre o que veremos neste tema. Não deixe de assistir. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Problematização Vamos retomar o caso sobre a explosão e naufrágio do navio tanque/químico “Vicuña”, da empresa chilena Sociedad Navieira Ultragas, ocorrido em Paranaguá, PR, em 15 de novembro de 2004. De acordo com as conclusões apresentadas pelo Relatório Final de acompanhamento do acidente, elaborado pela Comissão Especial de Investigação da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, dez/2005: “A demora na contenção dos vazamentos de óleo e limpeza das áreas afetadas, comprometeu diversos ambientes do estuário de Paranaguá. Como consequência dos primeiros 10 dias sem o necessário envolvimento das empresas especializadas e da disponibilidade de equipamentos para conter os vazamentos, houve uma grande dispersão de óleo na baía de Paranaguá, sendo que os ambientes atingidos correspondem a uma extensão total de costa de aproximadamente 170 km, sendo que as praias arenosas foram as mais atingidas (cerca de 88 km) seguidas dos manguezais e marismas (68 km) e costões rochosos (14 km), além das estruturas artificiais, tais como atracadouros e outras estruturas (2 km)”. (Fonte: http://www.neivoberaldin.com.br/downloads/naviovicuna-relatorio.pdf Acesso em 27/05/2016) Sobre quais bens ambientais é esperada a ocorrência de dano decorrente do vazamento do óleo? Quais as alterações na qualidade ambiental poderiam ter sido verificadas? Não precisa responder agora. No final deste tema voltaremos a falar sobre isso. http://www.neivoberaldin.com.br/downloads/naviovicuna-relatorio.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Qualidade Ambiental Segundo a Resolução CONAMA 306, de 2002, meio ambiente é um conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. O CONAMA também define Impacto Ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais”. Portanto, qualquer mudança que afete negativamente o meio ambiente ou a população pode ser considerada um impacto ambiental, gerando os conflitos entre o desenvolvimento e a preservação do meio. O art. 3º, da Lei n° 6.938/81, traz um conceito de meio ambiente muito similar: “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Ainda com apoio nas normativas legais vigentes em nosso país, verificamos que a conservação da natureza é o “manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral” (Lei no 9.985/2000, art. 2º, II). Assim, a partir desse conceito de conservação, alcançamos o conceito de qualidade ambiental, que, segundo o IBAMA (2016), é o estado das condições do meio ambiente, expressas em termos de indicadores ou índices relacionados com os padrões de qualidade, que se referem a características variadas, tais CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 como pureza ou poluição da água e do ar, ruído, acesso aos espaços abertos, os efeitos visuais das áreas construídas, e os efeitos potenciais que tais características podem ter na saúde física e mental dos indivíduos. Percebemos nesta definição de qualidade ambiental, o que é também apresentado de maneira similar na Constituição Federal: “qualidade do meio ambiente é o estado ecologicamente equilibrado que proporciona uma qualidade de vida digna ao ser humano” (art. 225), que não somente os elementos naturais compõem o quadro de fatores responsáveis pela qualidade de vida do ser humano, mas também fatores advindos dos meios artificiais, culturais e do trabalho. A definição de meio ambiente é ampla e cabe lembrar que o direito ambiental tem como objeto tutelar a sadia qualidade de vida, conceito que sintetiza a saúde, bem-estar e segurança da população. A tutela da qualidade de vida trata de um conceito abrangente que inclui a proteção do homem, do patrimônio público, privado, cultural, artístico, arqueológico, além, é claro, dos recursos naturais: ar, águas subterrâneas e superficiais, estuários, mar, solo, subsolo, fauna e flora. Vejamos simplificadamente os conceitos de meio ambiente natural, artificial, cultural e do trabalho de acordo com Fiorillo (2003): Meio Ambiente Natural: é constituído pelo solo, águas, ar, flora e fauna. Consiste no equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e o meio em que vivem. Meio Ambiente Artificial: é compreendido pelo espaço urbano construído, consistente no conjunto de edificações e pelos equipamentos públicos. Meio Ambiente Cultural: constitui o patrimônio cultural os bens de natureza material e imaterial portadores de referência à identidade, ação, memória, dos diferentes grupos da sociedade brasileira. O autor ressalta que o meio ambiente cultural é integrado pelo patrimônio histórico, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 artístico, paisagístico, arqueológico e turístico, diferindo do anterior (artificial) pelo sentido de valor especial. Meio Ambiente do Trabalho: constituído pelo local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e ausência de agentes que comprometam a saúde físico-psíquica dos trabalhadores. Estudaremos a seguir os meios natural e artificial no que concerne a possíveis danos ambientais relacionados à requisição da perícia, entretanto, cabe pontuar que, quanto ao meio ambiente cultural, a competência legislativa é do tipo concorrente, permitindoaos municípios legislar suplementarmente naquilo que for de interesse local. Disso decorre que as normas gerais acerca do patrimônio cultural cabem à União, enquanto Estados e Municípios podem legislar de forma a suplementá-las. Além da Constituição Federal, importante norma que rege o tema é o Decreto-Lei no 25 de 30 de novembro de 1937. Em caso da constatação de dano a este meio tutelado pelo Direito Ambiental, as sanções administrativas estão arroladas no Decreto 3.179/99 e as penais na Lei n° 9.605/98. Quanto ao meio ambiente do trabalho, o Direito Ambiental vem garantir que ele seja adequado e sadio para o trabalhador. Assim, conforme Fiorillo (2003), a poluição do meio ambiente do trabalho deve ser entendida como degradação da salubridade do ambiente que afeta diretamente a saúde, o bem- estar e a segurança dos trabalhadores. As normas protetivas a este meio encontram-se na Constituição Federal (art. 200, VIII) “ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho”; na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (Decreto-Lei no 5.452/1943) e na Portaria no 3.214/78, as quais aprovaram várias Normas Regulamentares (NRs). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 O Ministério Público Federal possui um órgão setorial denominado Câmara de Coordenação e Revisão a Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (4ª Câmara). Existem diversos documentos, entre estes Ações Civis Públicas (ACP) versando sobre a tutela do Meio Ambiente Cultural. Acesse nos links indicados a seguir os documentos: “Convenção para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial”. “Medida Cautelar Inominada” ajuizada pelo Ministério Público Federal a qual requer tutela de cautelaridade sobre patrimônio cultural - Estrada de Ferro”. “Ação Civil Pública com pedido de liminar, Ministério Público Federal referente a agressão a patrimônio arqueológico - Sambaqui Cubatãozinho”. “Recomendação para adoção de medidas contra depredação de Hospital Histórico”. Conservação da Natureza A conservação da natureza está atrelada ao fato de a atual imposição da sociedade ao ser humano tem causado um aumento de produção que a natureza não é capaz de suportar. Da mesma forma, o ser humano está sendo pressionado pela eficiência, o meio ambiente está sendo pressionado para atender às demandas materiais e para receber os resíduos gerados por este modelo produtivo, voltado exclusivamente para o consumo. Esta situação atual, muito acima dos limites que o ambiente é capaz de suportar, tem impactos imediatos e em longo prazo, tanto sobre a eficiência econômica quanto sobre a sustentabilidade ambiental. A saída é buscar mecanismos de manutenção e controle da qualidade ambiental para o que é necessário além do entendimento sobre os aspectos de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 uso dos recursos naturais, conceitos sobre Manutenção da Qualidade Ambiental, diferindo, por exemplo, ações preservacionistas de conservacionistas. Preservação Ambiental pode ser definida como a ação de proteger um ecossistema contra a modificação e qualquer forma de dano ou degradação, além de uma área geográfica definida ou espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção, adotando as medidas preventivas legalmente necessárias e as medidas de vigilância adequadas. Já quando se trata de conservação, o conceito aplica-se à utilização racional de um recurso qualquer, de modo a se obter um rendimento considerado bom, garantindo sua renovação ou sua autossustentação (Política Nacional do Meio Ambiente Lei no 6.938/81). Assim, a conservação de um solo, por exemplo, é compreendida como a sua exploração agrícola, adotando-se técnicas de proteção contra erosão e redução de fertilidade. Analogamente, a conservação ambiental é o uso apropriado do meio ambiente, dentro dos limites capazes de manter sua qualidade e seu equilíbrio, em níveis aceitáveis. Assim, podemos dizer que se trata da proteção de recursos naturais e seu manejo para utilização sustentada buscando o melhor rendimento. Para estudarmos a tutela do meio ambiente no que concerne aos instrumentos legislativos para a prevenção da poluição, temos que ter bem claro a conceituação de qualidade ambiental e, por conseguinte, como ocorre a poluição. Vamos priorizar as degradações sobre o meio ambiente natural e artificial. Cabe ressaltar aqui que as principais competências legislativas, executivas e instrumentos de atuação foram considerados com extremo interesse pela Constituição Federal, entretanto, é importante observar o que é o objeto protegido e a abrangência do texto constitucional. A redação do art. 225 impõe limites da ação humana sobre o meio ambiente, mas não impede seu uso, pois a tutela recai sobre o “bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”, nesse pressuposto impera a existência da atividade humana no uso dos bens ambientais. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 A proteção imposta pela Carta Magna limita apenas a atividade que põe em risco os bens ambientais. Como bem esclarece Moraes (2002), o divisor está na diferenciação entre degradação e alteração. Se o meio ambiente se altera, mas a existência das espécies não está em risco, se garante os processos ecológicos, essa modificação há de ser permitida, pois qualquer posição contrária seria despida de finalidade, abusando na consideração do que é indisponível. A regra constitucional demonstra racionalidade, preservando para a coletividade o indispensável, através dos cuidados com o meio ambiente. Em contraposto ao conceito da qualidade ambiental, a poluição pode ser entendida como a degradação desta qualidade ambiental do meio, e, assim, pode ser dividida em várias espécies, das quais veremos a poluição atmosférica, a poluição hídrica, a poluição do solo, a poluição sonora e a poluição visual. Para avançarmos no conceito de poluição, devemos perceber que ela ocorre quando existem alterações nos recursos naturais que impedem sua disponibilização em quantidade e qualidade. A Lei nº 6.938/1981, a qual dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, apresenta em seu artigo 3° e 4°: III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. Segundo conceito apresentado por Fogliatti et at. (2004), entende-se por poluição ambiental a presença, o lançamento ou a liberação nas águas, no ar ou no solo, de toda e qualquer matéria ou energia, com intensidade, qualidade, concentração ou com características em desacordo com os padrões de emissão e padrões de qualidade que tornem ou possam tornar as águas, o ar ou o solo: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde; inconvenientes ao bem estar público; nocivos aos materiais, à fauna e à flora; prejudiciais à segurança e às atividades normais da sociedade. Os recursos naturais são os bens utilizados pelo homem para a sua sobrevivência, além do solo e da água, podemos considerar também o material genético (a energia, os minerais) essenciais para a produção e desenvolvimento das sociedades e dos meios de vida. Os recursos naturais podem ser conceituados como renováveis e não renováveis. Importanteentendermos essa classificação e a diferenciação entre eles. No vídeo a seguir, o Professor Ribens vai explicar a conservação da natureza, recursos naturais renováveis e não renováveis e sua conservação dentro do desenvolvimento responsável. Não deixe de assistir. No Direito Brasileiro, apenas disciplinas clássicas possuem normas codificadas de maneira a otimizar a regulamentação da matéria, como por exemplo, o Código Civil e o Código Penal, regulamentados pelo CPC – Código de Processo Civil –, e pelo CPP – Código de Processo Penal, respectivamente. Já o Direito Ambiental sofre dessa debilidade, sendo regulamentado por leis esparsas, cabendo ao Perito sua localização e aplicação sistematizada caso a caso, conforme o litígio no qual esteja atuando. Não seria possível, nesta aula, indicar todas as leis e regras as quais versam sobre cada tipo de dano que pode ser objeto de Perícia Ambiental, em vista disso, vamos entender os objetos tutelados e conhecer as principais regras sobre eles. E quando da realização de uma Perícia Ambiental caberá ao Perito aprofundar o estudo e a revisão da matéria legal cabível ao caso sob sua responsabilidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Poluição Atmosférica e Poluição Hídrica Poluição Atmosférica, Poluição do Ar Quando se trata de poluição atmosférica, leva-se em consideração a utilização do ar. A proteção da qualidade do ar é tomada na sua acepção mais ampla, estendendo-se a tutela a toda a massa que rodeia a Terra, definida pelas ciências naturais como atmosfera. (Fiorillo, 2003). Quando ocorre alteração e degradação do ar, temos a poluição atmosférica, que possui um importante agravante, é transfronteiriça e não respeita fronteiras geográficas, sendo que o próprio vendo pode levar os poluentes a grandes distâncias. A Lei no 6.938/81 (art. 3o) define poluente como toda e qualquer forma de matéria ou energia liberada no meio ambiente em desacordo com as normas ambientais existentes, colocando em risco a saúde, a segurança ou o bem-estar comum. De acordo com Derisio (2007), este recurso é utilizado pelas comunidades de uma maneira não parcimoniosa, pelo fato do mesmo estar disponível livremente sem que seu uso exija qualquer ônus ou esforço. Além do uso pelo homem de metabólicos naturais do ar, animais, vegetação, e dos benefícios dos fenômenos naturais meteorológicos, outros usos importantes devem ser acrescentados: comunicação, transporte, combustão, processos industriais e, principalmente, a utilização do ar como receptor e transportador de resíduos da atividade humana. Sendo assim, é possível imaginar o constante impacto ambiental causado sobre este recurso, pela atividade humana. O mesmo autor define poluição do ar como a presença ou lançamento no ambiente atmosférico de substâncias em concentrações suficientes para interferir direta ou indiretamente na saúde, segurança e bem-estar do homem, ou no pleno uso e gozo de sua propriedade. Neste sentido, admite-se poluição do ar quando a presença de uma substância estranha, ou a variação importante na proporção dos seus CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 constituintes, tem possibilidade de provocar efeitos prejudiciais ou doenças, considerados os conhecimentos científicos no momento. A poluição atmosférica pode causar uma série de problemas, sendo estes mais relevantes em idosos e crianças; de acordo com Viterbo (1998), entre as doenças que ocorrem com maior frequência e se associam à poluição do ar estão as lesões broncopulmonares. Este autor define de forma simplificada a poluição atmosférica, dividindo-a em três fases: lançamento dos poluentes pelas fontes poluidoras (emissão); transporte e difusão dos poluentes na atmosfera (dispersão); e recepção dos poluentes pelos seres vivos e pelo meio ambiente (imissão). A dispersão de um poluente na atmosfera depende, em primeiro lugar, das condições meteorológicas e depois dos parâmetros de condições em que se produz essa emissão na fonte, ou seja, a velocidade, concentração, vazão e temperatura dos gases. As condições meteorológicas influem decisivamente na dispersão da poluição atmosférica. Muitas são as fontes de origem dos agentes poluentes gasosos ou sólidos que se encontram em dispersão na atmosfera, entre estas: Origem natural - causadas por agentes como poeiras, nevoeiro, gases vulcânicos. Os poluentes de origem natural não são muito lembrados quando se fala em poluição do ar. Processos industriais - material particulado ou vapores lançados pelas chaminés de fábricas, que constituem um dos principais focos poluidores. Veículos motorizados - principalmente nas grandes metrópoles, causam grande poluição atmosférica (óxidos de carbono, óxidos de nitrogênio e partículas sólidas). Os poluentes atmosféricos mais importantes são o dióxido de enxofre, material particulado, poluentes minerais, dióxido de carbono, monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio. (Viterbo, 1998). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Dentro dos fenômenos decorrentes da poluição atmosférica devem ser considerados ainda o Smog (massa de ar estagnado composta por diversos gases, vapores e fumaça); o efeito estufa; poluição da camada de ozônio; as chuvas ácidas; a poluição radioativa (considerada como a modalidade de poluição atmosférica mais perigosa ao ser humano); e a poluição por ondas eletromagnéticas. Todos esses fatores contribuem grandemente para o prejuízo da saúde humana. A tutela jurídica do ar atmosférico é encontrada em diversos diplomas legais, entre eles: Lei das Contravenções Penais (art.38). Código Penal (art. 252 e 253). Lei dos Crimes Ambientais. Lei de Zoneamento. Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6.938/81). Resolução 03/90 do Conama (padrões de qualidade do ar). Resolução 08/90 do Conama (padrões da qualidade do ar). Resolução Conama 15/95 (controle de emissão veicular de gases, material particulado e evaporativa). Resolução Conama 315/02 (programa de controle de emissões veiculares). Resolução no 415/09 (programa de controle da poluição do ar por veículos). Lei n° 8.723/93 e Lei 10.203/01 (redução de emissão de poluentes por veículos), entre outros dispositivos aplicáveis a este caso. Desta forma, por ocasião do planejamento da perícia, o profissional deve avaliar o objeto da causa e toda a legislação pertinente que será usada para suas análises e conclusões. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 De forma conclusiva, é possível afirmar que a assim como os demais tipos de poluição ambiental, a poluição atmosférica é extremamente importante, sendo que a legislação atual, através da padronização dos limites dos contaminantes, respalda os sistemas de controle e monitoramento da qualidade ambiental no que esta depende deste fator, a atmosfera. Poluição Hídrica, Poluição das Águas A escassez da água que era considerada no passado como uma hipótese restrita a regiões áridas, assume uma importância estratégica em todas as regiões do mundo, embora, ainda hoje, muitas pessoas não tenham a compreensão da gravidade da crise que se avizinha. A compreensão da água como recurso natural renovável, mas limitado, foi condensada recentemente na Conferência Mundial sobre Recursos Hídricos. No contexto atual, os recursos hídricos começam a ser entendidos como sinônimo de oportunidade de desenvolvimento, e muito provavelmente será o grande limitador do crescimento humano num futuro próximo (Andreoli et al., 2000). Os recursos hídricos abrangem as águas superficiais, águas subterrâneas, estuários e o mar territorial. Subterrâneas são as águas originadas do interior do solo como o lençol freático. Superficiais são as águas encontradas na superfíciecomo fluentes, emergentes e em depósitos, divididas em águas internas (rios, lagos, lagoas) e águas externas (mar territorial). Estuários são as baías formadas pela junção do mar com os rios, onde há mistura de águas fluviais com marítimas. Já mar territorial é a faixa marítima de 12 milhas náuticas de largura ao longo da costa (Sirvinskas, 2003). O crescimento populacional sobre mananciais gera a impermeabilização do solo, remoção florestal, aumento de lançamento direto de lixo e esgoto e a localização de aterros sanitários em mananciais. Esta pressão traz como efeitos à qualidade da água, o aumento da DBO, coliformes e outros contaminantes. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Para os mananciais urbanos os problemas de lixo e esgotamento sanitários são os que mais atuam para a degradação de mananciais de abastecimento. No caso do esgoto doméstico as ligações clandestinas poluem diretamente os rios, comprometendo os benefícios dos recursos investidos na rede de coleta e tratamento de esgotos. Os custos sociais decorrentes destas práticas, que reduzem oportunidades de desenvolvimento e ampliam os problemas sanitários do nosso país, são um subsídio embutido nos custos gerados pela poluição, que está sendo pago pela sociedade aos poluidores. Logo, a água é considerada poluída quando sua composição ou seu estado estão de tal modo alterados e já não reúnem condições para serem utilizadas para os fins aos quais estava destinada naturalmente. Conforme a Lei no 6.938/1981, a definição de poluição da água consiste na alteração química, física ou biológica que possa importar em prejuízo à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações, causar dano à flora e à fauna, ou comprometer seu uso para as finalidades sociais e econômicas. Dentre as regulamentações pertinentes à água estão os padrões de qualidade, os quais devem ser cumpridos, por força da legislação, pelas entidades envolvidas com a água a ser utilizada. Os padrões de qualidade da água são definidos em função do uso previsto dela. Em termos práticos, há três tipos de interesse direto no que tange à qualidade da água: padrões de lançamento no corpo receptor; padrões de qualidade do corpo receptor; padrões de qualidade para determinado uso imediato, como por exemplo, os padrões de potabilidade. (von Sperling, 1996). Os padrões de lançamento e de qualidade do corpo receptor são tutelados pela Resolução Conama no 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos hídricos, seu enquadramento, condições e padrões de lançamento de efluentes. Em função dos usos previstos, as águas doces foram agrupadas em cinco classes, em que a Classe Especial pressupõe os usos mais nobres, e a Classe CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 4, os menos dependentes da qualidade. A cada uma dessas classes, corresponde uma determinada qualidade a ser mantida no corpo d’água. Esta qualidade é expressa na forma de padrões. Além dos padrões de qualidade dos corpos receptores, a Resolução Conama no 357/2005 apresenta ainda padrões para o lançamento de efluentes nos corpos d’água. Ambos os padrões estão de certa forma inter-relacionados. O objetivo deles é a preservação da qualidade no corpo d’água. No entanto, os padrões de lançamento existem apenas por questão prática, já que é difícil se manter o controle efetivo das fontes poluidoras, com base apenas na qualidade do corpo receptor. O inter-relacionamento entre os dois padrões se dá no sentido de que um efluente, além de satisfazer os padrões de lançamento, deve proporcionar condições tais no corpo receptor, de tal forma que a qualidade dele se enquadre dentro dos padrões para corpos receptores. A Portaria no 2.914/2011, do Ministério da Saúde, dispõe sobre a qualidade da água para consumo humano. Além do Conama, outra normativa importante na tutela das águas é a Lei no 9.433/1997 a qual instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, além de regulamentar o art. 21 da Constituição Federal. O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é constituído por um conjunto de órgãos e instituições que atuam na gestão destes recursos na esfera federal, estadual e municipal. Compõe este sistema o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, a Agência Nacional de Águas, os Conselhos Estaduais, os Comitês de Bacias Hidrográficas, os órgãos públicos federais, estaduais e municipais que se relacionem com a gestão dos recursos hídricos e as Agências de Águas. Há ainda a Lei n° 9.966/2000 que dispõe sobre a prevenção, controle e fiscalização de poluição causada por lançamento de óleo e substâncias nocivas; o Decreto no 24.643/1934 que dispõe sobre o Código de Águas, e o Decreto-Lei no 7.841/1945 que dispõe sobre o Código de Águas Minerais. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Compete à União definir os critérios de outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos (art. 21 da CF). As sanções penais e administrativas estão dispostas no Decreto no 3.179/99, na Lei no 9.605/98, no Código Penal (art. 270 e 271). Conclusivamente, é consenso que a água é um dos recursos naturais mais importantes não só para a garantia da qualidade de vida, mas para a própria sobrevivência do ser humano. A água possui as mais variadas funções como o abastecimento doméstico e industrial, geração de energia, agricultura, transporte, entre outros. Conforme vimos, devido a sua característica de limitação, é um recurso limitado, sua conservação demanda esforços conjuntos do Poder Público e de toda a coletividade. Quanto à aplicação das Perícias Ambientais, a poluição da água é fator comum em causas judiciais. No material on-line, o Professor Rubens vai explicar tudo sobre a poluição atmosférica e a poluição da água. Confira! Poluição do Solo, Poluição Sonora e Visual Poluição do Solo O solo pode ser conceituado como material proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter matéria orgânica em sua composição (NBR 6502, 1995). Entretanto, o conceito de solo é muito mais amplo e complexo, variável de acordo com seu uso. Por exemplo, na agricultura, ele adquire a finalidade de suporte e meio de nutrição para o desenvolvimento das plantas e produção de biomassa; na pecuária, ele adquire a finalidade de suporte da alimentação animal; na engenharia civil, tem finalidade de suporte para as obras civis. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 O importante é a percepção de que o solo, além de suportar as produções agropecuárias e as infraestruturas necessárias ao desenvolvimento social, é um meio natural, complexo e vivo, que vai além do conceito simplista de superfície. Ele representa uma interface entre o ar e a água, o que decorre da sua composição, materiais sólidos entre estes minerais e matéria orgânica, ar existente nos poros e água e elementos diversos que compõe a solução do solo. Há que ser considerada ainda a existência de uma porção viva, biológica do solo, formada pelos micro-organismos, e indivíduos da fauna presentes no interior do solo. A Embrapa Solos (2002) já apresenta um conceito mais amplo, afirmando que solo é uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicas, formados por materiais minerais e orgânicos, contendo matéria viva e ocupando a maior porção do manto superficial das extensões continentais do planeta. Ainda segundo estes autores, o território brasileiro se caracteriza por uma grande diversidade de tipos de solos, correspondendo diretamente à intensidade de interação das diferentes formas e tipos de relevo, clima, material de origem, vegetação e organismos associados. Da mesma forma comoos recursos naturais analisados anteriormente, o solo representa parcela fundamental na qualidade de vida do ser humano, visto ser primordial tanto à sustentação física das sociedades, como na produção de alimentos. Encontramos na Lei no 6.938/1981 a definição de poluição do solo como sendo a degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que direta ou indiretamente lance matérias ou energia no solo em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Diversas matérias podem causar a poluição do solo. Portanto, a contaminação do solo está diretamente relacionada ao seu uso e ocupação. Conforme pontua Sirvinskas (2003), a poluição do solo é causada por resíduos sólidos, rejeitos perigosos, agrotóxicos, pela queimada ou mineração. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 A disposição inadequada dos resíduos sólidos, entre estes, lixo doméstico, industrial, hospitalar ou nuclear, pode causar danos ao solo, subsolo, ao ar, às águas subterrâneas e superficiais, à fauna, à flora e à saúde humana. É preciso desenvolver mecanismos que convertam materiais potencialmente poluentes em produtos que não agridam o meio ambiente e possam ajudar na sua recuperação. A racionalização do uso das matérias primas, separação correta e destinação adequada dos resíduos, reaproveitamento de materiais que antes eram descartados, são algumas das maneiras de minimizar os danos ao meio ambiente e buscar um equilíbrio entre as questões sociais, econômicas e ambientais. A fundamentação legal da tutela sobre o solo está disposta na regulamentação do manejo de resíduos sólidos na Constituição Federal (art. 24 e 30) e diversas resoluções do Conama, entre estas, a Resolução no 275/2001 (coleta seletiva), Resolução no 307/2002 (resíduos da construção civil), Resolução no 308/2002 (disposição final de resíduos), entre outras A poluição do solo é uma das matérias com grande diversidade de possíveis danos ambientais, visto as diversas formas de contaminação existentes acerca deste recurso natural. Em vista disso, a legislação que tutela este bem ambiental é extremamente abrangente e diversa, dependendo do perito, sua verificação e correlação ao dano a ser verificado, de acordo com a causa do litígio para a qual foi designado. O Professor Rubens vai falar mais sobre a poluição do solo por resíduos sólidos urbanos no vídeo disponível lá no material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Poluição Sonora A principal consideração feita por Fiorillo (2003), quando da consideração sobre a Poluição Sonora, é a distinção entre som e ruído. Som é qualquer variação de pressão que o ouvido humano possa captar, enquanto ruído é o som ou conjunto de sons indesejáveis, desagradáveis ou perturbadores. O critério de distinção, segundo o autor, é o agente perturbador, o que pode variar de acordo com a tolerância de cada indivíduo. O ruído possui a natureza jurídica de agente poluente, conforme disposto na Resolução Conama no 01/1990, que considera os problemas dos níveis excessivos de ruídos agentes incluídos entre os sujeitos ao controle da poluição do meio ambiente. A poluição sonora ocorre quando se tem um ruído que causa incômodo, é desagradável, e quando ultrapassados os limites estabelecidos na legislação, de maneira continuada pode causar danos à saúde humana e ao bem-estar da comunidade. É importante observar quando da realização de uma Perícia Ambiental com análise sobre dano de poluição sonora, que o ruído não deixa impactos visíveis no ambiente, como as fontes de poluição do solo ou da água, porém, é responsável por impactos negativos e prejuízos, especialmente à qualidade de vida da população, sendo necessária a análise de outros tipos de evidências para a obtenção das provas periciais, independente daqueles ambientais, como por exemplo, laudos médicos e exames acerca de danos auditivos. Independente das suas particularidades, a poluição sonora é tratada como outra poluição qualquer e existem regulamentos e normas legais que versam sobre seu controle e prevenção, em busca da preservação da qualidade ambiental e da saúde humana. O Conselho Nacional do Meio ambiente (Conama) estabelece normas gerais de emissão de ruídos, entre elas a Resolução nº 001/1990 (padrões de emissão de ruídos), Resolução nº 418/2009 (limites de ruídos para veículos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 automotores), Resolução nº 204/2006 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN); entre outras. Poluição Visual O dano decorrente da poluição visual é mais comum quando o tema é o meio ambiente artificial, ou seja, está relacionado, normalmente, aos centros urbanos. Conforme define Fiorillo, (2003) a poluição visual caracteriza-se como uma ofensa à integridade psíquica dos indivíduos que numa determinada cidade residem ou transitam, violando diretamente o preceito garantidor de uma vida com qualidade. Para tanto, com propósito de efetivar a preocupação do legislador constituinte com relação ao bem-estar dos habitantes, a legislação infraconstitucional regulou a forma e o conteúdo de determinados meios de expressão como a publicidade, a pichação, algumas restrições no Código de Trânsito Brasileiro, bem como trouxe regras do direito de vizinhança para garantir a sadia qualidade de vida. Outra definição de poluição visual está na Política Nacional de Meio Ambiente (Lei n° 6.938/81) como sendo qualquer alteração resultante de atividades que causem degradação da qualidade ambiental dos espaços habitados pelo homem, vindo a prejudicar direta ou indiretamente, a saúde, a segurança e o bem-estar da população, como criar condições adversas às atividades sociais e econômicas ou a afetar as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente. A fundamentação legal da tutela sobre este tema se dá pela Constituição Federal, Lei no 10.257/2001 (Política de Desenvolvimento Urbano), Lei no 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente), Lei no 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor), Lei no 9.605/1998 (Crimes Ambientais), Lei no 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro), Lei no 9.504/1997 (Propaganda Eleitoral). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 As sanções penais e administrativas estão dispostas no Decreto no 3.179/99, na Lei no 9.605/98, na Lei no 9.503/1997 e na Lei no 9.504/1997 e no Código Penal (Decreto-Lei no 2.848/1940). A tutela do meio ambiente no que concerne à poluição visual tem o objetivo de controlar os efeitos nocivos, principalmente da publicidade, nos centros urbanos para evitar os problemas, não só de estética, mas também garantir o bem-estar da comunidade. Crimes Contra a Fauna e Flora Fauna Fauna é o conceito relativo a um grupo de animais os quais convivem em um determinado ambiente ou uma determinada região, sendo que flora, de maneira semelhante, é um termo utilizado para determinar um conjunto de vegetais agrupados em uma determinada região. Mais especificamente, o IAP (2015) apresenta na Portaria 173/2015 as seguintes definições: Fauna doméstica: o conjunto de espécies que, por meio de processos tradicionais e sistematizados de manejo ou melhoramento zootécnico, tornaram-se dependentes do homem e do ambiente doméstico, apresentando características biológicas e comportamentais em estreita relação com ele, podendo apresentar fenótipo variável, diferente dos espécimes silvestres que as originaram. Fauna exótica: o conjunto de espécies cuja distribuição geográfica original não inclui o território brasileiro ou suas águas jurisdicionadas, excetuando-se as espécies da fauna doméstica. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Fauna nativa: o conjunto de espécies cuja distribuição geográfica original inclui o território brasileiroe suas águas jurisdicionadas. Sinônimo de fauna brasileira. A partir do conceito de que a fauna possui influência imprescindível à manutenção e equilíbrio ecológico, do qual depende a sobrevivência de outras espécies, entendeu-se a necessidade de proteger legalmente esse bem, para que não houvesse extinção de espécies ou perda da sua função ecológica, em razão das ações do homem sobre o meio. De acordo com Fiorillo (2003), buscando resguardar as espécies, porquanto a fauna, através da sua função ecológica, possibilita a manutenção do equilíbrio ecológico dos ecossistemas, é que se passou a considerá-la como um bem de uso comum do povo indispensável à sadia qualidade de vida. Com isso, abandonou-se no seu tratamento jurídico o regime privado de propriedade, verificando-se que a importância das suas funções reclamava uma tutela jurídica adequada à sua natureza. Dessa forma, em razão das suas características e funções, a fauna recebe a natureza jurídica de bem ambiental. O mesmo autor faz uma importante observação quanto a substancial alteração havida no regime de titularidade da fauna. Isso porque, sob o prisma do Código de Caça (Decreto-Lei no 5.894/1943) e do Código de Pesca (Decreto- Lei no 794/1938) as espécies componentes da fauna eram consideradas algo que, embora passível de domínio não pertencem a ninguém. Com o advento da Lei no 5.197/1967, que revogou os antigos Códigos de Caça e Pesca, o tratamento dispensado à fauna refletiu a preocupação do legislador com a esgotabilidade do bem e sua importância no equilíbrio dos ecossistemas e na manutenção das espécies. (Fiorillo, 2003). A tutela jurídica da fauna, caça e pesca é competência da União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 24, VI, CF). Além da tutela constitucional, aplica-se a proteção conferida pela Lei no 5.197/1967 e pela Lei no 9.605/1998. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 A proibição da caça está disposta nos dos dispositivos anteriores e ainda na Lei no 9.985/2000. A pesca é disciplinada pela Lei no 11.959/2009. Quando se pensa na tutela da fauna, não há como tratar esta questão desvinculada da tutela do seu habitat, que é o local onde vive o animal. Por isso, a proteção à fauna não pode ser vista isoladamente ou dissociada da tutela da flora. A fauna e a flora estão ligadas em uma relação de interação contínua, por isso, muitas medidas legais são protetivas a ambas, como por exemplo, o impedimento da destruição de uma floresta, preserva a vida dos animais que nela vivem. Flora A Flora pode ser definida como um conjunto de espécies vegetais de uma determinada região, de um país ou de um continente, que depende da interação constante de outros seres vivos, assim como micro-organismos e animais, e, segundo o IAP (2016), estas espécies vegetais podem ser conceituadas como: Espécie Nativa: planta que é natural, própria da região em que vive, ou seja, que cresce dentro dos seus limites naturais incluindo a sua área potencial de dispersão. Espécie Exótica ou Introduzida: espécie que se estabelece para além da sua área de distribuição natural, depois de ser transportada e introduzida intencional ou acidentalmente pelo homem. Espécie Exótica Invasora: é aquela espécie exótica que, sem a intervenção direta do homem, avança sobre as populações locais e ameaça habitats naturais ou seminaturais, produzindo impactos ambientais e/ou econômicos e/ou sociais e/ou culturais. As espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda grande causa mundial de perda de biodiversidade e requerem uma abordagem ampla e integrada por parte dos governos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 Espécie Estabelecida: é aquela espécie exótica que consegue se reproduzir e estabelecer populações autossustentáveis. A flora abrange as florestas (floresta amazônica, mata atlântica, floresta de araucárias, etc.) e quaisquer outros tipos de vegetação (cerrado, caatinga, restingas, manguezais, matas ciliares, entre outros). A União, estados e municípios têm competência comum para preservar as florestas, a fauna e a flora, tendo competência concorrente para legislar sobre as florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo, e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (art. 23 e 24, CF). É o Código Florestal Lei no 12.651/2012 que disciplina as normas sobre as florestas existentes no território nacional e demais formações vegetacionais protegidas. As florestas são consideradas bens ambientais de natureza difusa, sendo seu titular o povo. Desta forma, as florestas e demais formas de vegetação são consideradas bens de interesse comum da comunidade, podendo seus proprietários exercerem seus direitos sobre elas de acordo com as restrições e limitações impostas pela legislação. Além da proteção das florestas de preservação permanente segundo o Código Florestal, a Constituição Federal (art. 225, §1, III) criou espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, trata-se das Unidades de Conservação, instituídas pelo Sistema Nacional das Unidades de Conservação – SNUC (Lei no 9.985/2000). As Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos: unidades de proteção integral, onde é admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais; e unidades de uso sustentável, que tem por objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais. São Unidades de Conservação de Proteção Integral: estações ecológicas, reservas biológicas, parques nacionais, estaduais e municipais, monumentos naturais, refúgios da vida silvestre. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Consideram-se unidades de Conservação de Usos Sustentável: áreas de Proteção Ambiental, florestas nacionais, estaduais e municipais, reservas extrativistas, reservas da fauna, reservas de desenvolvimento sustentável, reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) (Sirvinskas, 2003). As sanções penais e administrativas estão dispostas no Decreto no 3.179/99, na Lei no 9.605/98, Lei nº 12.651/2012 (Código Florestal), Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil) e no Código Penal (Decreto-Lei no 2.848/1940). No vídeo disponível lá no material on-line, o Professor Ribens vai falar dos estudos de impacto ambiental e relatórios ambientais como ferramentas de prevenção de danos sobre a fauna e a flora. Crimes de Poluição e Outros Crimes Ambientais O Estado é obrigado a prestar a tutela jurisdicional aos bens ambientais. Há vários instrumentos para a proteção do meio ambiente e o acesso ao Poder Judiciário como, por exemplo, o mandado de segurança, a ação popular constitucional, o mandado de injunção e a ação civil pública. A jurisdição civil apresenta dois sistemas de tutela processual: um destinado às lides individuais, cujo instrumento adequado é o Código de Processo Civil, e outro voltado para a tutela coletiva, que se vale da aplicação da Lei da Ação Civil Pública e do Código de Defesa do Consumidor (Fiorillo, 2003). A Lei no 7.347/1985 regulamentou o dispositivo constitucional previsto no art. 129 da CF, criando a Ação Civil Pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e à ordem urbanística, bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, à ordem econômica ou qualquer outro interesse difuso ou coletivo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 São legitimados ativa e concorrentemente para a promoção da ação civil pública o Ministério Público Federal ou Estadual, a União, Estados e Municípios, as entidades e órgãos da Administração Pública, as associações legalmente constituídas que incluam em seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos peloCódigo de Defesa do Consumidor (Sirvinskas, 2003). As ações civis públicas, em regra, podem ser propostas perante o juízo onde ocorreu o dano, isso facilita a produção de provas. Caso o dano ocorra em duas comarcas igualmente competentes, será responsável aquela que primeiro tomar conhecimento dos fatos. Aplica-se o princípio da prevenção, mas se o dano for regional, se transfere para a Comarca da Capital do Estado. Se os danos atingirem mais de dois estados ou houver universo de interesse nacional, a competência poderá ser do juízo federal. (Sirvinskas, 2003). Quanto ao Direito Criminal Ambiental, a Constituição Federal estabeleceu a possibilidade de sujeitar todo e qualquer infrator, ou seja, aqueles que praticam condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, a sanções penais. Observados os critérios do direito penal constitucional, qualquer infrator, seja ele pessoa física ou jurídica, está sujeito às sanções penais ambientais, desde que observada a existência de crime ambiental. As disposições gerais da Lei n° 9.605/1998, Lei de Crimes Ambientais, procuram atender os regramentos que fundamentam o direito criminal e penal, como também as especificações criadas pelo direito criminal e penal ambiental constitucional. A seção III da Lei no 9.605/1998 (arts. 54 a 61), exatamente por tratar da proteção direta à incolumidade físico-psíquica da pessoa humana (danos à saúde humana), da proteção do meio ambiente do trabalho (arts.196 e 200), e de outros bens ambientais fundamentais no âmbito da cadeia econômica básica destinada às realizações de brasileiros e estrangeiros residentes no país, é a mais importante no plano do direito criminal ambiental. São considerados crimes com pena de reclusão, as atividades que causem poluição de qualquer natureza. E ainda, crimes que resultem ou possam CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 resultar em danos à saúde humana ou mesmo em detrimento de outros portadores de DNA (fauna e flora), e tenham rigoroso tratamento com aplicação de sanções penais ambientais. (Fiorillo, 2003). Aspecto interessante que se coloca nos crimes e infrações na área ambiental, conforme Moraes (2002), é a previsão legal da perícia de constatação de dano ambiental, a qual vincula o arbitramento de finança e a aplicação das penas judiciais e administrativas. Nos casos cujo processamento seja pelos ritos sumário ou comum, pode ser substituída a perícia de constatação por perícia judicial específica ao caso, com a participação de assistentes técnicos, cujos resultados servem como guia ao magistrado em sua decisão final. Para concluir, é importante salientar mais uma vez que o objetivo deste tema foi fornecer as premissas básicas de sistematização e relacionamento das regras do Direito Ambiental, independente do objeto jurídico protegido (água, solo, subsolos, ar, fauna, flora). Não caberia um aprofundamento com o estudo individualizado de todos os crimes contra o meio ambiente, mas sim a recomendação de que cabe ao perito buscar as informações pertinentes e necessárias ao seu trabalho pericial. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 Revendo a Problematização Agora que você já viu todo o conteúdo teórico, vamos voltar ao problema exposto lá no início do estudo. E então, sobre quais bens ambientais é esperada a ocorrência de dano decorrente do vazamento do óleo? Quais as alterações na qualidade ambiental poderiam ter sido verificadas? a. Em virtude da magnitude do acidente ambiental, de acordo com os relatórios, pode-se estimar que cerca de 291.000 litros de óleo não foram recuperados e, portanto, vazaram para o ambiente. Considerando a predominância de óleo combustível do tipo “bunker” (densidade = 0,98), pode-se estimar que essa quantidade seja equivalente à cerca de 285 toneladas, desta forma, seria esperada uma grande contaminação da água tanto da baía quanto das faixas mais afastadas da costa, pois como os trabalhos de contenção do óleo só tiveram início 10 dias após o acidente, houve tempo para o óleo ser levado a grandes distâncias da costa. Entretanto, como a densidade do óleo é menor que a da água do mar, este deve ter se mantido em superfície, não trazendo maiores danos a população da fauna marinha. Da mesma forma, não são esperadas grandes alterações na qualidade da flora, ou do solo, visto que o poluente foi derramado no mar. Pode ter sido verificada alguma alteração na qualidade do ar momentaneamente, em vista do navio estar carregado de metanol, composto inflamável, altamente volátil e explosivo, porém, segundo os laudos periciais todo o produto existente no navio queimou- se ou volatilizou-se, não restando danos ao ambiente em função deste produto. b. São esperados danos ambientais sobre o ar, a água e sobre a população (socioeconômico). Os danos esperados no ar decorreram da volatilização do metanol que estava nos tanques do navio. Foi comprovada a CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 29 volatilização formaldeído e monóxido de carbono. Os danos causados pelo derramamento de óleo sobre a água marinha são a contaminação de fundo, visto que o óleo bunker é um óleo pesado, residual, devendo a contaminação ter se dado somente na camada mais profunda das águas marinhas e dos organismos bentônicos que vivem no fundo do oceano. Os danos sobre o meio socioeconômico advêm do impedimento da pesca do camarão, organismo bentônico, cujo habitat é o fundo do oceano contaminado. c. É possível afirmar que houve dano aos bens ambientais tutelados pela legislação ambiental: água, solo, fauna e flora. Devido a magnitude do acidente ambiental, pode-se concluir que houve contaminação da água, desde a superfície, estendendo-se pelo perfil da coluna d’água até os sedimentos de fundo, com a consequente exposição do sistema planctônico, houve contaminação e morte de animais marinhos, alguns inclusive constantes da lista de espécies ameaçadas de extinção (tartarugas), mamíferos, aves, entre outros. Houve contaminação do solo, das praias, manguezais e marismas e costões rochosos pela deposição do óleo, além de estruturas artificiais como atracadouros, barcos, redes de pesca, criadouros de ostras. Houve contaminação e morte de plantas principalmente nos manguezais em decorrência da deposição do óleo nas raízes. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 30 Síntese Concluímos mais uma parte do nosso estudo. Vimos o quão importante é o conhecimento técnico do perito ambiental, sobre os conceitos de meio ambiente, qualidade ambiental e recursos naturais. É com esta sabedoria que o profissional desenvolverá seu raciocínio lógico a respeito da lide, buscando na legislação específica, subsídio para embasar seu conceito tecnicamente desenvolvido. Estudamos também que os recursos naturais são os bens disponíveis para usufruto do homem, porém, deve exercer seu papel de fiel depositário com responsabilidade, para tanto, as normatizações, leis, decretos e regras, elaboradas com base técnica/científica, exercem o papel do fiel da balança, balizando para que não sejam cometidos excessos, e causem danos ao meio ambiente. Pudemos entender de maneira unificada a convergência entre os conhecimentos técnico/científico legal e humano que o perito deve apresentar, para que ao final da elaboração de seu laudo não gere dúvidas acerca do litígio e, sobretudo, exerça sua função elucidativa e apaziguadora. No material on-line, o Professor Rubens vai fazer uma síntese de tudo o que vimos aqui. Não deixe de assistir ao vídeo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 31 Referências ABNT NBR 6502. Rochas e solos terminologia. Rio de janeiro: ABNT, 1995. Andreoli, C. V.; Dalarmi, O.; Lara, A. I.; Andreoli, F. D. N. Limites aodesenvolvimento da região metropolitana de Curitiba, impostos pela escassez de água. IX Simpósio Luso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (SILUBESA). Porto Seguro/BA. 2000. (aprovado para apresentação no SILUBESA - 09 a 14 de abril de 2000). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 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O Direito Ambiental tem como objetivo primordial concretizar a Conservação da Natureza quando do estabelecimento de leis e normativas para tutelar o meio ambiente. A definição de conservação da natureza advém da necessidade de impor ao ser humano o uso parcimonioso dos recursos naturais de forma que a natureza seja capaz de suportar. Para isto, busca-se a eficiência econômica e a sustentabilidade ambiental. Marque a alternativa correta. A conservação da natureza é: a. A ação de proteger, contra a modificação e qualquer forma de dano ou degradação, um ecossistema, uma área geográfica definida ou espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção. b. A adoção de medidas preventivas legalmente necessárias para impedir o uso dos recursos naturais e as medidas de vigilância cabíveis. c. A utilização racional de um recurso qualquer, de modo a se obter um rendimento considerado bom, garantindo-se, entretanto, sua renovação ou sua autossustentação. d. A proteção integral dos bens ambientais proibindo e fiscalizando seu uso pelo homem. 2. Dentro do escopo da tutela da qualidade do meio ambiente, encargo da legislação aplicável ao Direito Ambiental, o foco principal é a proteção da sadia qualidade de vida do ser humano, conceito que engloba a saúde, bem-estar e segurança da população. A extensão da tutela ambiental, além dos recursos naturais, abrange outros recursos como o patrimônio público, privado, cultural, artístico, arqueológico. Marque a alternativa correta. Patrimônio Cultural pode ser definido como: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 37 a. Equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e o meio em que vivem, sejam estes o solo, águas, ar e a flora. b. Espaço urbano construído, consistente no conjunto de edificações e pelos equipamentos públicos. c. Bens de natureza material e imaterial portadores de referência à identidade, ação, memória, dos diferentes grupos da sociedade brasileira. d. Local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais. 3. É consenso que a Qualidade Ambiental é o objetivo final da tutela do meio ambiente pelas normativas legais, com vista à proteção da saúde física e mental dos indivíduos. No que diz respeito à Poluição Ambiental, entende- se por poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a. Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população. b. Criem condições favoráveis às atividades sociais e econômicas. c. Lancem matérias ou energia no ambiente de acordo com os padrões estabelecidos na legislação. d. Afetem as condições estéticas ou sanitárias das edificações. 4. A Sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável possui como sua mais conhecida definição “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. De acordo com esta afirmação, marque a alternativa correta. Sustentabilidade é: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 38 a. Um processo que postula a necessidade de fundar novos modos produtivos com objetivo de aumentar a produção de bens, em vista do crescimento populacional. b. Um conceito que abrange a vida do homem na terra como sendo dependente de um grau de equilíbrio entre os sistemas de ocupação, produção e os sistemas ambientais. c. Um conceito que depende somente do grau de uso dos recursos naturais não renováveis, pois sua escassez determinará o final da produção dos bens de consumo. d. O uso do meio ambiente para atender as demandas materiais e para receber os resíduos gerados no modelo produtivo voltado para o consumo. 5. Quando se trata de poluição e impacto ambiental, é possível afirmar que a poluição ambiental é constatada quanto existe alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas. De acordo com esta afirmação, marque a alternativa correta. a. A poluição do ar é observada pela presença ou lançamento no ambiente atmosférico de substâncias em concentrações suficientes para interferir direta ou indiretamente na saúde, segurança e bem-estar do homem, ou no pleno uso e gozo de sua propriedade. b. O crescimento populacional sobre mananciais gera a impermeabilização do solo, remoção florestal e aumento na produção de lixo, entretanto, o lançamento do lixo em aterros sanitários, mesmo que localizados em mananciais, garante a proteção à qualidade das águas. c. O solo é um meio natural definido como meio de suporte, tanto para as produções agropecuárias quanto para as infraestruturasnecessárias ao CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 39 desenvolvimento social, devido a esta característica não sofre influência de materiais poluentes. d. Alterações nos níveis de ruídos, embora possam causar incômodo, não são considerados poluição, pois podem variar de acordo com a tolerância de cada indivíduo e não deixam impactos visíveis no ambiente.
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