Buscar

apostilas juntas PERICIA AMBIENTAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 159 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 159 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 159 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Disciplina Perícia Ambiental 
Tema Caracterização do Dano Ambiental 
Professor Rubens Corrêa Secco 
 
Introdução 
 
Olá! Seja bem-vindo a mais um tema! 
A partir de agora, faremos uma abordagem sobre os riscos e fatores que 
podem ocasionar danos ambientais, e discutir os conceitos aplicáveis à 
compreensão de dano, avaliação deste dano através das metodologias de 
diagnóstico e prognóstico ambiental e, em sendo confirmada a ocorrência do 
dano ambiental, quais são as formas de valoração e recuperação ambiental. Esta 
visão nos dará condições de compreender os mecanismos mais indicados 
aplicáveis a cada caso onde pode ser requerida uma Perícia Ambiental, bem 
como nos facilitará o entendimento quanto às metodologias mais adequadas no 
seu desenvolvimento, com vistas à obtenção dos melhores resultados na 
produção de provas confiáveis acerca de um determinado dano ambiental. 
Você já sabe que a Perícia Ambiental é a ferramenta de investigação e 
esclarecimento acerca de danos ambientais em um determinado litígio, e sua 
finalidade é subsidiar o juiz com informações técnicas ou científicas 
apresentadas através de provas periciais idôneas. Para alcançar este objetivo, 
especificamente discorrer com propriedade de conhecimento sobre um dano, o 
perito necessita de uma visão interdisciplinar e abrangente acerca do todos os 
fatores ambientais potencialmente influenciáveis por atividades humanas, sejam 
estas operações regularmente executadas ou acidentes ambientais. 
No material on-line tem um vídeo do Professor Rubens apresentando tudo 
o que estuaremos neste tema. Não deixe de assistir. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Problematização 
 
Uma área de preservação permanente (APP), localizada a margem de um 
curso d’água, foi atingida por uma obra civil. A faixa de delimitação da APP é de 
30 metros, visto que o curso d’água possui menos de 10 metros de largura. 
Verificamos no artigo 7o, §1o e §2o, da Lei nº 12.651/2012, que a vegetação 
situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo 
proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou 
jurídica, de direito público ou privado. Tendo ocorrido supressão de vegetação 
situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor 
ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da 
vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei. Esta obrigação 
tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de 
domínio ou posse do imóvel. 
Na área houve uma invasão popular, que data de aproximadamente 10 
anos. Inicialmente foram construídas pequenas habitações de madeira. Com o 
passar do tempo, foram também construídas casas em alvenaria e algumas 
benfeitorias de apoio como venda, bar, calçadas, pequenas pavimentações de 
pátios e caminhos entre as casas. O ministério público deu início a uma ação 
judicial para que houvesse a desocupação da área e restauração da APP que 
existia originalmente naquele local. Neste caso houve um dano ambiental e este 
deve ser reparado. O juiz do caso indicou um Perito Ambiental para avaliar o 
dano, indicar a possibilidade de recuperação e, por fim, valorar e mensurar o 
valor econômico para o dano. 
Nesta situação, analisando o caso, temos então as seguintes questões: 
 Existe dano? 
 Há possibilidade de avaliação financeira dos prejuízos ambientais? Como 
o Perito vai fazer isso? 
 Qual é o valor necessário para a reparação do dano? 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
 
Não precisa responder agora. Nós vamos estudar todo o conteúdo teórico 
e, no final, voltaremos a falar sobre isso. Bom estudo! 
 
Dano Ambiental, Conceitos Aplicáveis na Caracterização 
 
Para iniciar esta parte do nosso estudo, acesse o material on-line e assista 
ao vídeo do Professor Rubens falando sobre o dano ambiental e alguns 
conceitos. 
Os danos ambientais decorrem de atividades realizadas pelo homem 
sobre o meio ambiente, sejam estas regularmente ou conscientemente 
realizadas ou advindas de acidentes ambientais. 
Antes de analisarmos a definição teórica de dano ambiental, vamos 
retomar alguns conceitos apresentados na legislação brasileira quando esta 
versa sobre a tutela do meio ambiente: o que seria meio ambiente e qualidade 
ambiental? 
A interpretação das disposições da Carta Magna sobre as questões 
aplicáveis às Perícias Ambientais será detalhadamente abordada em outro tema, 
entretanto, faz necessário acessar os conceitos apresentados neste documento 
e nas leis que o regulamentam e o complementam, para melhor contextualizar 
as questões acerca de danos ambientais em contraposto ao que seria o 
desejável, a qualidade ambiental. Para isso, leia a legislação nos links a seguir, 
com acesso pelo material on-line: 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm 
 
De acordo com o disposto no art. 3º da Lei n° 6.938/81, o meio ambiente 
é “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Em uma 
definição mais técnica, o meio ambiente seria um conjunto de elementos, dentre 
estes o ar, a água, o solo e subsolo, a fauna e a flora, funcionando como um 
sistema que abriga e dá condições da existência da vida no planeta, importante 
salientar que o meio ambiente possui proteção jurídica constitucional. 
A Constituição Federal nos apresenta que o estado ideal é a manutenção 
do meio ambiente numa conformação de equilíbrio, quando pontua como 
situação desejável o “Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado” como direito 
de todos e premissa da sadia qualidade de vida para o ser humano (CF, Cap. 
IV, art. 225). Desta forma, além de proteger o meio ambiente como direito 
coletivo, a Carta Magna pretende compatibilizar o direito de propriedade e a 
função social da propriedade com o meio ambiente, mostrando que a 
compatibilidade entre eles é a arte de traçar limites lógicos para garantir a 
proteção ambiental e oportunizar os demais direitos previstos na Constituição, 
através de leis que garantam os processos ecológicos essenciais e vedem as 
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, o que vemos no art. 125, 
§ 1º, VII – cabe ao Poder Público “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma 
da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a 
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”. 
A leitura da Constituição Federal acena com sanções penais e 
administrativas, ao mesmo tempo em que considera preocupante a lesão a 
processos ecológicos essenciais, risco de extinção de espécies e crueldade. Da 
existência de lesão, retiramos o nascimento de uma infração, e da sua gravidade 
a penalidade, a qual é necessariamente ligada ao prejuízo (Moraes, 2002). 
Começamos a entender a partir de então, com amparo na legislação, o 
conceito do dano ambiental. Se nos é apresentado que a conservação da 
natureza seria o “manejo do uso humano da natureza, compreendendo a 
preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a 
recuperação do ambiente natural para que possa produzir o maior benefício, em 
bases sustentáveis às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência 
dos seres vivos em geral” (Lei no 9.985/2000, art. 2º, II), em contraposto, 
definimos o dano como “uma conduta ou atividade consideradalesiva ao meio 
ambiente, a qual sujeita os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções 
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados” (CF, art. 225, § 3º). 
Compreendemos assim o dano ambiental como aquelas modificações 
ocorridas no meio ambiente, que acarretam um prejuízo aos recursos 
ambientais, o qual interfere no bem-estar e na qualidade de vida dos indivíduos, 
ou seja, o dano é o prejuízo ocasionado a um bem jurídico tutelado, no caso, o 
meio ambiente. 
É importante avaliarmos as características, as quais são muito peculiares 
quando em comparação a outros danos, eventualmente objetos de Perícias 
Judiciais, como uma avaliação patrimonial, litígios entre sócios ou irregularidade 
contábil, por exemplo. 
Os danos ambientais geralmente são de difícil reparação, possuem ampla 
dispersão geográfica e possibilitam atingir um grande número de vítimas, 
podendo ser muito difícil em certos casos identificar a vítima do dano. Ele 
também tem uma difícil valoração, existindo situações em que não é possível a 
quantificação do dano em termos monetários, ficando o montante do prejuízo 
estipulado a partir do custo de reparação do dano, ou seja, da implantação de 
um PRAD – Plano de Recuperação de Área Degradada. 
Pereira (2014) apresenta uma classificação categórica do dano com 
objetivo de distinguir os tipos de danos ambientais: 
 Dano indireto: quando o fato não provoca o dano, mas desencadeia para 
que ocorra. 
 Dano reflexo: atinge pessoas que não estariam sujeitas ao ato lesivo. 
 Dano presente: decorrente concomitante com a deflagração do ato lesivo. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
 Dano futuro: manifesta-se posteriormente à ocorrência do fato, havendo 
a possibilidade de prolongar-se no tempo. 
 Dano remoto: aquele ocasionado por outros fatores. 
 Dano imprevisível: quando o perito não consegue prever. 
 Dano eventual: quando há prejuízos duvidosos e hipotéticos. 
 
As classificações e caracterizações do dano ambiental são os 
pressupostos a serem considerados pelo Perito quando da indicação de formas 
de reparação. Normalmente, a reparação pode se dar mediante a recuperação 
da área degradada e/ou da compensação ecológica que é o ressarcimento na 
forma material ou imaterial. 
A recuperação da área consiste na reparação dos bens naturais afetados, 
com o intuito de restabelecer o equilíbrio do ecossistema. Como este se 
apresentava anteriormente ao dano e a compensação ecológica pode ser 
arbitrada por “Equivalente in situ”, “Equivalente substituindo para outro local” - 
quando houver impossibilidade técnica de reparação no local, indicada na 
Perícia e nas demais provas técnicas admitidas em direito, poderá então haver 
indicação de substituição por outro local ou “Indenização pecuniária” - 
condenação em dinheiro, quando houver a inviabilidade de reparação do dano 
ao meio ambiente. Existem casos de litígio em que pode ser também 
estabelecido um TAC – Termo de Ajuste de Conduta –, para reparação do dano. 
Acompanhe no vídeo a seguir mais detalhes sobre os danos ambientais. 
O Professor Rubens vai explicar para você não ficar com dúvidas. Confira pelo 
material on-line. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
Responsabilidade Civil, Administrativa e Penal na Ocorrência de 
Danos Ambientais 
 
A responsabilidade pelos danos ambientais está bem definida na 
legislação: “quem, de qualquer forma, contribui para a prática dos crimes 
definidos, responderá também pelo crime na medida de sua culpabilidade”. A lei 
se refere às sanções penais e administrativas resultantes de ações lesivas ao 
meio ambiente (Lei de Crimes Ambientais no 9.605/1998). Assim, o arcabouço 
legal vigente proporciona o direito à sociedade de exigir do agente causador uma 
reparação quando constatado o dano ambiental. 
Conclui-se assim que toda pessoa, física ou jurídica, é responsável pelos 
danos causados ao meio ambiente. Cabe aqui analisarmos a questão da 
solidariedade passiva na reparação do dano. No ordenamento jurídico ambiental 
impera a responsabilidade civil objetiva, tendo em vista este ser um dano difuso 
em situações que possa ser muito difícil identificar a vítima do dano ambiental 
ou determinar o responsável por ele. Quando este envolver mais de uma pessoa 
ou empresa, aplica-se o princípio da solidariedade passiva (com fundamento no 
art. 942 do Código Civil), havendo mais de um causador do dano, todos 
responderão solidariamente. 
O art. 225, § 3º, da CF, dispõe que “as condutas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independente da obrigação de reparar os danos causados”. 
Verificamos desta forma que a Carta Magna, para garantir a maior proteção do 
bem ambiental, adotou a cumulatividade das sanções, o legislador entendeu por 
bem adotar a proteção ao meio ambiente na esfera administrativa, civil e penal. 
Uma sanção civil visa, via de regra, uma limitação patrimonial, enquanto 
a penal normalmente importa numa limitação de liberdade (privação ou 
restrição), perda de bens, multa, prestação social alternativa ou 
suspensão/interdição de direitos (Fiorillo, 2003). 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
Ainda segundo o mesmo autor (Fiorillo, 2003), a responsabilidade civil 
pelos danos causados ao meio ambiente é do tipo objetiva, obrigação de reparar 
os danos causados ao meio ambiente, sem exigir qualquer elemento subjetivo 
para a configuração da responsabilidade civil. 
A sanção administrativa é imposta pelo órgão competente, em obediência 
ao princípio da legalidade, quando prevista em lei, quando o objeto da tutela são 
os interesses da sociedade. Já determinadas condutas, levando-se em conta 
sua repercussão social e a necessidade de uma intervenção mais severa do 
Estado, foram erigidas à categoria de tipos penais, sancionando o agente com 
multas, restrições de direito e privação da liberdade. Verificando a importância 
do meio ambiente, porquanto este é um direito fundamental, bem de uso comum 
do povo, fez-se com que a tutela do meio ambiente fosse implementada através 
da forma mais severa de nosso ordenamento: a tutela penal (Fiorillo, 2003). 
Leia agora a Lei de Crimes Ambientais no 9.605/1998 no link a seguir, 
acessando pelo material on-line, mas, agora, atente-se diretamente às penas 
previstas na lei e às circunstâncias que agravam a pena de um crime ambiental. 
Perceba que os artigos são claros em suas definições. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm 
 
 
Observando as particularidades dos danos ambientais, cabe ainda 
avaliarmos as considerações feitas por Sirvinskas (2003) acerca dos casos de 
força maior, fortuito e o fato de terceiro na definição das responsabilidades pelo 
dano ambiental. 
A Força Maior não afasta a responsabilidade pela reparação dos danos 
causados ao ambiente. Entende-se por força maior todo fato decorrente da 
natureza, sem que, direta ou indiretamente, tenha ocorrido a intervenção 
humana. Por exemplo, uma mineradora instalada em local de preservação 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
permanente, em decorrência de sua atividade, causa desmoronamento de 
pedras por forças das chuvas, ocasionando destruição de muitas árvores 
(Sirvinskas, 2003). 
O Caso Fortuito também não afasta a responsabilidade do causador dos 
danos ambientais. Ele decorre, por sua vez, de obra do acaso. Por exemplo, um 
agricultor armazena grande quantidade de agrotóxicos em determinado local, e, 
após um raio, esse produto vem a contaminar um rio causando grande 
mortandade de peixes (Sirvinskas, 2003). 
O Fato de Terceiro, do mesmo modo, não afasta a responsabilidade pelos 
danos ambientais. É aquele causado por pessoa diversa daquela queefetivamente deverá arcar com os danos causados ao meio ambiente. Por 
exemplo, funcionário, por imprudência ou negligencia, deixa vazar óleo em um 
rio causando danos ao ecossistema. Pode, contudo, o empresário voltar-se 
regressivamente contra o terceiro causador do dano (Sirvinskas, 2003). 
 
Avaliação de Impactos Ambientais e suas Aplicações como 
Ferramentas na Perícia Ambiental 
 
Na estruturação de um laudo pericial ambiental, alguns procedimentos 
são imprescindíveis, entre eles destacam-se: o levantamento e a avaliação de 
impactos, o diagnóstico, o prognóstico, a valoração e/ou dimensionamento do 
dano, os cálculos de indenização e as reparações ao dano. 
Já as metodologias de avaliação de impactos são muitas e o Perito irá 
definir qual é a mais adequada ao tipo de causa e ao dano existente no litígio. 
De uma forma geral, a avaliação de impactos ambientais tem o objetivo de 
fornecer subsídios técnicos à constatação e à valoração de um dano. Entre as 
metodologias para qualificação e posterior quantificação dos possíveis impactos 
ambientais decorrentes de dano ambiental estão a utilização de matrizes, 
listagens, superposição de cartas, entre outras. No entanto, a finalidade de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
qualquer metodologia é a identificação dos impactos em análise qualitativa e 
posterior atribuição de valores a eles, permitindo a comparação entre estes, 
através da análise quantitativa. 
Assim, conclui-se que avaliação dos impactos ambientais tem o objetivo 
de identificar as causas (aspectos) e consequências (impactos) decorrentes de 
um dano ambiental, levando em consideração sua área de influência, sendo um 
instrumento indicativo com objetivo de servir de parâmetro para a qualificação 
do impacto como positivo ou negativo e avaliação do seu grau de abrangência, 
duração, severidade, reversibilidade, importância, entre outros fatores. 
A definição de Impacto Ambiental está apresentada no artigo 1o da 
Resolução CONAMA 001/86, que considera como impacto ambiental qualquer 
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, 
causada por qualquer forma de matérias ou energia resultante das atividades 
humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-
estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições 
estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. 
O IAP – Instituto Ambiental do Paraná – também define como a alteração 
significativa no meio ou em algum de seus componentes por determinada ação 
ou atividade, em qualquer um ou mais de seus componentes naturais, provocada 
pela ação humana. O Impacto Ambiental está associado à alteração ou efeito 
ambiental considerado significativo por meio da avaliação da proposta/projeto de 
um determinado empreendimento ou atividade, podendo ser negativo ou positivo 
(IAP, 2012). 
As ferramentas de avaliação de impactos ambientais, sendo considerados 
aqui efeitos sobre os diferentes meios, fatores ou atributos ambientais como, por 
exemplo, sobre os meios físicos – água, atmosfera, solo, meios bióticos – fauna 
e flora, e meio socioeconômico e cultural, vão subsidiar a elaboração do 
diagnóstico e do prognóstico ambiental, os quais objetivam a elucidação da 
prova pericial. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
O Professor Rubens vai explicar mais detalhes da Avaliação de Impactos 
Ambientais no vídeo disponível lá no material on-line. 
Diagnóstico e Prognóstico Ambiental 
 
Do ponto de vista metodológico para o desenvolvimento da perícia 
ambiental, a fase de levantamento de informações e coleta de dados sobre o 
impacto ambiental em questão é chamada de diagnóstico ambiental. 
O diagnóstico ambiental, portanto, é tido como o momento onde o perito 
“vai a campo” e juntamente com levantamento de dados secundários, ou seja, 
aqueles disponíveis na literatura, determina o grau de alteração do meio 
ambiente, relativa a um determinado impacto ambiental. 
O diagnóstico ambiental pode ser conduzido de diversas formas, 
dependendo do meio em que se está avaliando, por exemplo, quando o dano 
ambiental está sendo avaliado sobre o meio físico água, além das observações 
e constatações realizadas pelo perito a campo, constatações estas obtidas pela 
sua experiência técnica, ele poderá também solicitar análises laboratoriais para 
verificar padrões de qualidade da água estabelecidos na legislação pertinente e, 
ao final, seu diagnóstico será o resultado da interação entre suas observações e 
constatações a campo, e a interpretação do laudo analítico da água, comparando 
sempre com o que se esperava que o ambiente apresentasse quanto à 
qualidade, em condições normais de uso. 
O diagnóstico é agora correlacionado com o possível causador do 
impacto, por exemplo, um possível lançamento de determinado efluente líquido 
no corpo hídrico. 
Por fim, a correlação entre as constatações observadas no local, o laudo 
laboratorial que avaliou os padrões de qualidade da água e a origem do dano – 
lançamento de efluentes –, subsidiam a elaboração do diagnóstico ambiental. 
O prognóstico difere de forma muito simples, ainda não há dano ou 
consequência do dano ou da medida de recuperação sugestionada a ser 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
avaliada, quando se fala em prognóstico, está sendo considerado que em 
havendo a interferência, seja de um dano ou de uma ação corretiva, surgirão 
consequências, sendo estas definidas como prognóstico. 
De forma conclusiva, o perito ambiental deve ter clareza na indicação 
tanto de diagnósticos, quanto de prognósticos ambientais, pois destes serão 
determinadas as medidas de controle e ou de recuperação ambiental 
necessárias para aquele impacto, bem como a valoração econômica e financeira 
a serem impostas aos responsáveis pelo dano. 
 
Valoração de Danos e Recuperação Ambiental 
 
O dano ambiental geralmente apresenta dificuldade na valoração 
financeira dos prejuízos causados, principalmente devido a sua caracterização 
como bem difuso, uma vez que os impactos ambientais podem estender-se por 
uma ampla área geográfica e atingir grande número de indivíduos, além da 
possibilidade de perdurarem durante longos períodos de tempo ou serem 
irreversíveis. 
Desta forma, percebemos que mesmo havendo conhecimento e 
comprometimento técnico dos peritos envolvidos na causa, nem sempre é 
possível realizar o cálculo da totalidade do dano ambiental. Por isso, são 
adotadas duas formas de reparação do dano ambiental: a recuperação ou 
retorno ao estado anterior ao dano e a indenização em dinheiro. 
A recuperação da área ou restauração do ecossistema ao estado mais 
próximo possível do original é o mais desejável, visto que na ocorrência do dano, 
o mais importante é restabelecer o bem jurídico protegido ao seu estado de 
equilíbrio ecológico, o que é direito de todos e essencial à sadia qualidade de 
vida (CF, art. 225). Essa recuperação é feita através de um PRAD – Projeto de 
Recuperação de Área Degradada –, este PRAD deve ser desenvolvido por 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
profissional habilitado, com registro em conselho de classe e mediante 
recolhimento de ART – Anotação de Responsabilidade Técnica. 
O PRAD leva em consideração o estado anterior da área, os tipos de 
danos causados e as tecnologias disponíveis para recuperação da área, 
apresentando detalhadamente toda a metodologia necessária para sua correta 
implantação. Como parte integrante do projeto, deve ser prevista ainda uma fase 
de acompanhamento, posterior à implantação do projeto, o qual tem o objetivo 
de assegurar o bom desenvolvimento da recuperação da área e a adoção de 
medidas complementares em caso de necessidade. 
A duração da fase de recuperação é dependente da intensidade e do tipo 
de danoambiental causado. É importante ressaltar que, embora possa ser 
atingida a recuperação de uma área a um estado bem próximo ao original, um 
ambiente degradado não retornará a sua condição original. 
Já a indenização em dinheiro, também chamada compensação, pode ser 
aplicada quando a restauração ou recuperação ambiental não for tecnicamente 
viável, forma indireta de sanar o dano. 
As valorações a serem feitas nas Perícias Ambientais estão amparadas 
na Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98 conforme dispõem em seu art. 18: “a 
multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se 
ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três 
vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida”. Seguido pelos 
artigos 19 e 20: “a perícia de constatação do dano ambiental, sempre que 
possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de 
fiança e cálculo de multa”; “a sentença penal condenatória, sempre que possível, 
fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente”. 
Peritos renomados e legisladores entendem a monetarização do resultado 
de uma Perícia Ambiental, embora muitas vezes de difícil execução, como um 
caminho importante para o convencimento sobre a importância e prevenção dos 
crimes contra o meio ambiente. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
No vídeo a seguir, o Professor Rubens vai explicar tudo sobre a Valoração 
de Danos e Recuperação Ambiental. Não deixe de assistir! 
 
Revendo a problematização 
Agora que você já viu todo o conteúdo teórico, vamos voltar ao problema 
exposto lá no início. E então, naquela área de preservação ambiental existiu 
dano? Há possibilidade de avaliação financeira dos prejuízos ambientais? Como 
o perito vai fazer isso? Qual é o valor necessário para a reparação do dano? 
 
a. Resumo da conclusão do Laudo Pericial: não há elementos suficientes 
para caracterizar a existência de dano ambiental, uma vez que o 
loteamento ou ocupação já está estabelecido a cerca de 10 anos naquela 
área, estando a área já adaptada a nova situação em que se encontra. 
Foi comprovada a existência de alguma vegetação na área, 
principalmente no entorno das moradias, o que garante a proteção da 
manutenção do curso hídrico localizado no local, visto que o meio 
ambiente está em equilíbrio com a população da margem do rio. Como 
não foi possível constatar o dano, não há necessidade de valoração 
financeira para reparação deste, entretanto, sugere-se que o proprietário 
da área proceda a contratação de profissional habilitado para fazer e 
implantar um projeto de PRAD, com objetivo de realizar plantio de 
espécies arbóreas nativas em torno das residências no local. 
b. Resumo da conclusão do Laudo Pericial: sim, existe Dano Ambiental. A 
ocupação de área protegida (APP) pelo loteamento trouxe graves 
consequências ambientais, foram constatados na perícia ambiental: 
aterramento de nascente, alteração de curso d’água, assoreamento, 
enchentes, corte de vegetação protegida por lei. Entretanto, não há 
possibilidade de avaliação financeira dos prejuízos ambientais, por se 
tratar de estudo extremamente complexo. Neste caso, sugere-se que a 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
valoração do dano ambiental, em termos monetários seja realizada a 
partir do custo de reparação do dano. Assim, com intuito de estabelecer 
um valor mínimo para a recuperação indireta do dano, sugere-se que seja 
considerado o somatório dos valores para a remoção completa das 
estruturas existentes no local com aqueles necessários para a elaboração 
e execução do PRAD. 
c. Resumo da conclusão do Laudo Pericial: sim, existe Dano Ambiental. A 
ocupação de área protegida (APP) pelo loteamento trouxe algumas 
consequências ambientais, foram constatados na perícia ambiental: 
aterramento de nascente, alteração de curso d’água e corte de vegetação 
protegida por lei. Quanto ao dano à nascente, este é irreversível, visto que 
as alterações na conformação do terreno não podem ser consertadas 
devido à presença das moradias e da população no local, para este item 
não há possibilidade de avaliação financeira dos prejuízos ambientais. 
Quanto ao dano causado à vegetação, sugere-se que o proprietário da 
área proceda a contratação de profissional habilitado para a elaboração 
de um projeto de PRAD, com objetivo de dimensionar o plantio de 
espécies arbóreas nativas que estariam ocupando originalmente aquele 
local e, na sequência, adquiram ou façam a doação de terreno ou área de 
dimensão equivalente ao ocupado e realizem o plantio da vegetação 
equivalente àquela que encontrava-se no local do dano, ficando assim 
estabelecido o valor mínimo para a recuperação indireta do dano, como 
necessário para a elaboração do PRAD e execução do plantio da 
vegetação na forma de compensação do dano. 
 
 
Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o 
material on-line. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
17 
Síntese 
 
Concluímos mais um tema! Pudemos entender o quanto uma correta 
avaliação do dano ambiental é decisiva na produção confiável da prova pericial. 
O perito tem a responsabilidade de não somente identificar o dano, mas também 
mensurar a extensão e o impacto do dano e todas as alterações que este pode 
provocar no meio ambiente e, consequentemente, sobre os organismos que nele 
habitam. 
Portanto, a valoração do dano para fins de cálculo de multa ou 
indenização pode ser obtida pela mensuração dos custos com a recuperação da 
área, e se for o caso, acrescida de um percentual, visto que a abrangência e as 
consequências reais de determinados danos, por vezes são muito maiores do 
que o que se está constatando momentaneamente. 
O Professor Rubens vai recapitular tudo o que vimos no vídeo disponível 
lá no material on-line. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
18 
Referências 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 
FIORILLO, C. A. P. Curso de direito ambiental brasileiro. 4.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2003. 
IAP-Instituto Ambiental do Paraná, 2009. Disponível em: http://creaweb.crea-
pr.org.br/IAP/arquivos/EPIA_ESTUDO_PREVIO_IMPACTO_AMBIENTAL.pdf 
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e 
dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm 
Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras 
providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938compilada.htm 
Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, 
III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm 
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm 
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 
Moraes, L. C. S. Curso de direito ambiental. São Paulo: Atlas, 2002. 
Pereira, L. F. Responsabilidade civil ambiental: um estudo prévio. 2014. 
Disponível em: 
http://drluizfernandopereira.jusbrasil.com.br/artigos/111913889/responsabilidad
e-civil-ambiental-um-estudo-previo 
Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, Estabelece as 
definições, asresponsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para 
uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos 
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. Disponível em: 
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html 
SIRVINSKAS, L. P. Manual de direito ambiental. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 
2003. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://creaweb.crea-pr.org.br/IAP/arquivos/EPIA_ESTUDO_PREVIO_IMPACTO_AMBIENTAL.pdf
http://creaweb.crea-pr.org.br/IAP/arquivos/EPIA_ESTUDO_PREVIO_IMPACTO_AMBIENTAL.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
http://drluizfernandopereira.jusbrasil.com.br/artigos/111913889/responsabilidade-civil-ambiental-um-estudo-previo
http://drluizfernandopereira.jusbrasil.com.br/artigos/111913889/responsabilidade-civil-ambiental-um-estudo-previo
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
19 
Atividades 
 
 Na legislação brasileira existem diversos dispositivos legais os quais 
versam sobre a tutela do meio ambiente. Dentre eles, a Constituição 
Federal apresenta um estado ideal de manutenção do meio ambiente 
numa conformação de equilíbrio, pontuando como situação desejável o 
“Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado”. Marque a alternativa 
correta. A manutenção do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado, 
como nos impõe a CF, significa: 
a. A garantia, através de leis rigorosas, que todas as áreas identificadas 
como áreas naturais sejam preservadas da intervenção humana, 
sujeitando os infratores a sanções penais e administrativas. 
b. O pressuposto de compatibilizar a função social da propriedade e seu 
direito de uso, com a proteção do meio ambiente, com a utilização dos 
bens ambientais em bases sustentáveis. 
c. A manutenção do meio ambiente numa conformação de equilíbrio, 
através de leis que vedem o manejo ou uso humano. 
d. O manejo do uso humano da natureza, compreendendo, após cada 
utilização deste meio, a restauração do ambiente à conformação 
ecológica original, anterior ao uso. 
 A partir do entendimento do que seria meio ambiente equilibrado e 
qualidade ambiental, podemos caracterizar o conceito de dano ambiental. 
Marque a alternativa correta. Dano Ambiental é: 
a. Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que rege a qualidade ambiental de uma determinada 
área. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
20 
b. Uma prática prevista na legislação quando esta assegura o direito de 
propriedade e a função social da propriedade para o ser humano. 
c. Uma conduta ou atividade considerada lesiva ao meio ambiente que 
acarreta algum prejuízo aos recursos ambientais. 
d. A intervenção sobre um bem jurídico tutelado, que pode afetar 
negativamente ou não o bem ambiental, em decorrência do direito de uso 
previsto na constituição. 
 Estudamos que uma Perícia Ambiental tem o objetivo fundamental de 
comprovar a ocorrência de um dano ambiental em determinado litígio. 
Entretanto, os danos ambientais possuem características muito diferentes 
quando comparados a outros danos eventualmente objetos de Perícias 
Judiciais como avaliação patrimonial, litígios entre sócios ou 
irregularidade contábil. Marque a alternativa correta. Os danos ambientais 
podem apresentar as seguintes características: 
a. Fácil reparação em vista das tecnologias disponíveis, dispersão 
geográfica restrita ao local do dano, difícil identificação das vítimas. 
b. Prejuízo de fácil quantificação em termos monetários, mas que depende 
de tecnologias avançadas para reparação. 
c. Ampla dispersão geográfica, sempre necessita tecnologias avançadas na 
determinação de ações reparadoras, fácil valoração destas tecnologias. 
d. Difícil reparação, ampla dispersão geográfica, grande número de vítimas 
atingidas e difícil valoração. 
 Quando for constatado um dano ambiental, independente da extensão ou 
valoração monetária deste dano, o arcabouço legal vigente no país 
proporciona o direito à sociedade de exigir que o agente causador seja 
responsabilizado. Marque a alternativa correta. Quem pode ser 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
21 
responsabilizado administrativa, civil e penalmente, quando da ocorrência 
de dano ambiental? 
a. Órgãos federais de meio ambiente, responsáveis pela tutela jurídica do 
meio ambiente no país; e solidariamente o perito ambiental responsável 
pela avaliação do dano. 
b. Qualquer pessoa física ou jurídica responsável pelo dano causado ao 
meio ambiente. 
c. O ministério público e o perito ambiental. 
d. A sociedade civil, visto que a responsabilidade pelo dano ao meio 
ambiente é do tipo objetiva. 
 Quando analisamos as penalidades dispostas na legislação ambiental 
para garantir a maior proteção do meio ambiente, verificamos que o 
legislador adotou a cumulatividade das sanções, entendendo por bem 
adotar a proteção ao meio ambiente nas esferas administrativa, civil e 
penal. Marque a alternativa correta. A sanção penal, adotada quando 
existe grande repercussão do dano ambiental e há necessidade de uma 
intervenção mais severa do Estado compreende: 
a. Limitação patrimonial, pagamento de multa e obrigação de reparar o 
dano. 
b. Recolhimento domiciliar e imposição de sanção administrativa. 
c. Prestação de serviços à comunidade e limitação patrimonial. 
d. Multas, restrições de direito e privação da liberdade. 
 
 
Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Disciplina Perícia Ambiental 
Tema Elaboração e Resposta a Quesitos Periciais 
Professor Rubens Corrêa Secco 
 
Introdução 
Vamos dar início agora a mais uma parte do nosso estudo. 
Já temos concretizado que a perícia judicial ambiental é necessária em 
alguns processos, nos quais o juiz recorre a especialistas de áreas técnicas ou 
científicas para produzir prova através de laudo, uma vez que ao magistrado não 
compete a obrigatoriedade do domínio pleno de todas as áreas do 
conhecimento, e que a perícia tem objetivo de buscar e apresentar à 
comprovação da verdade real, finalidade última no processo. 
Vimos que um laudo pericial traz as conclusões do perito acerca da 
matéria submetida à sua avaliação, podendo ser descritivo ou demandar 
resposta a quesitos, que são, por definição, perguntas ou questões formuladas 
ao perito ou aos assistentes técnicos concernentes aos fatos da causa. 
Nesta aula vamos entender a prática de formulação de quesitos periciais 
em decorrência de pontos de divergência entre as partes, conhecendo os tipos 
de quesitos e respostas, assim como sua estratégia de utilização de acordo com 
a natureza do litígio. 
Quem vai dar início ao nosso estudo é o Professor Rubens, apresentando 
tudo o que veremos neste tema através do vídeo disponível lá no material on-
line. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Problematização 
Para compreendermos e exercitarmos o tema da aula, elaboração e 
resposta a quesitos periciais vamos retomar o exemplo do caso 02, que temos 
estudado ao longo de nossas aulas: dano em APP ocasionado por 
desmatamento e construção de moradias em decorrência de uma invasão 
popular. Que tipo de perguntas, quesitos, o juiz teria feito ao perito para 
esclarecer a situação? Formule pelo menos 2 quesitos, para este caso. 
Vamos ainda nos servir de um caso novo para elucidarmos os temas a 
serem discutidos aqui, chamado de Caso (3) – Dano em Lavoura de Milho. 
Na safra agrícola de 2004/2005, um agricultor que cultivou lavoura de 
milho teve um rendimento muito abaixo do esperado. O rendimento médiode 
grãos de milho em sua propriedade foi o menor já registrado na propriedade, 
1.537 kg por hectare, sendo a média de produção esperada para a lavoura 6.000 
kg por hectare. Naquele ano, quando o agricultor fez a aplicação do adubo NPK 
havia percebido, com base na sua larga experiência com o produto, que a 
coloração do formulado apresentava-se diferente daquela usual, mas tendo feito 
a verificação da embalagem, onde as informações correspondiam ao formulado 
recomendado para a lavoura de milho em questão, fez seu uso. 
O adubo formulado NPK é um produto que fornece os três principais 
nutrientes que a planta precisa, representados pelo seu símbolo: Nitrogênio (N), 
Fósforo (P) e Potássio (K). Apesar de serem os mais usados na agricultura, cada 
planta e cada solo precisa de uma proporção diferente desses nutrientes. Por 
isso, existem diferentes combinações de proporções nos produtos, os quais são 
vendidos ensacados e a embalagem traz as informações sobre a formulação. 
O adubo NPK tem forma de grânulos esféricos, sendo que a sua coloração 
é N grânulo cinza claro, P grânulo cinza escuro e K grânulo rosa, assim os 
fertilizantes comerciais apresentam coloração diferenciada que depende 
principalmente da quantidade de grânulos da matéria prima empregada, cor 
rosada, cinza claro ou cinza escuro. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
O agricultor estava certo de que as perdas ocasionadas na lavoura teriam 
ocorrido em virtude do uso do adubo errado, uma vez que pela coloração do 
produto ele suspeitou não ser o produto recomendado para a cultura do milho. 
Entrando, em contato com a empresa que produz o adubo, teve a confirmação 
de que um lote de um determinado formulado NPK havia sido ensacado, por erro 
do operador, na embalagem de outro formulado, portanto, as informações da 
embalagem não condiziam com o produto em seu interior. 
O agricultor julgou por bem ajuizar uma ação para receber uma 
indenização pelo dano que lhe foi causado em função do uso por engano do 
produto errado comercializado pelo réu, ou seja, pela parte contrária. 
O juiz (provavelmente) não é engenheiro agrônomo, agrícola ou técnico 
da área, e não possui necessariamente conhecimento técnico na matéria, por 
isso, nomeou um perito para esclarecer a situação, verificar se houve dano e 
valorar este dano. 
Que tipo de quesitos, perguntas, o juiz faria ao perito para esclarecer se 
o dano causado na lavoura de milho foi decorrente do uso do fertilizante 
incorreto? Indique um quesito que poderia ter sido formulado pelo juiz neste 
caso. 
Não precisa responder agora. Vamos falar novamente sobre isso no final 
deste tema. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
 Critérios Básicos para a Formulação de Quesitos 
 
Estudamos até aqui diversas ferramentas e metodologias à disposição do 
Perito para permitir a avaliação técnica a respeito de um dano ambiental. O 
resultado esperado de uma Perícia Ambiental é uma prova técnica a ser juntada 
aos autos do processo, materializada em um laudo que deve expressar através 
de conclusões escritas, tecnicamente fundamentadas, os fatos, circunstâncias, 
princípios analisados e o parecer sobre o objeto da causa submetido ao exame 
do perito. O laudo pode ser descritivo, ou incluir a resposta a quesitos. 
Os quesitos são questões, perguntas sobre o objeto da causa, quando há 
necessidade de esclarecimentos advindos de conhecimento técnico ou 
científico, e tem o objetivo de nortear a perícia, fazendo com que o laudo pericial 
contenha dados efetivamente úteis à solução do litígio. 
Segundo Almeida (2008), os quesitos são perguntas ou questões 
formuladas ao perito e aos assistentes técnicos, concernentes aos fatos da 
causa, que constituem o objeto da perícia. Estão sujeitos à aprovação do juiz. 
Ainda o mesmo autor complementa que “os quesitos de uma perícia ambiental 
são as questões formuladas pelas partes envolvidas no processo e que devem 
ser respondidas de forma técnica e imparcial, buscando esclarecer os 
interessados a respeito da matéria em análise. Para se responder os quesitos 
de uma perícia ambiental utilizam-se dados técnicos das normas, fotografias, 
referências bibliográficas especializadas, modelos matemáticos, questionários 
de respostas, visitas ao local em análise, resultados de análises de laboratório, 
entre outros”. 
Os quesitos são peças importantes nos autos para o esclarecimento de 
pontos controversos ao juiz ou as partes. Entretanto, para que eles sejam 
ferramentas eficientes, é essencial que sua elaboração preconize a pertinência 
à matéria da causa, direcionamento somente ao propósito a ser dirimido, 
conduzindo o perito ou assistente técnico ao esclarecimento da verdade nos 
autos. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
Esse cuidado metodológico deve sempre ser observado pelo profissional, 
esteja este atuando como perito, na formulação de respostas, como assistente 
técnico ou como consultor ao advogado da parte, na elaboração destas 
questões. 
 Vamos refletir sobre a afirmação do autor Lopes de Sá (2012), o qual 
discorre a seguir sobre a perícia contábil, entretanto, suas colocações são 
extremamente pertinentes e aplicáveis às Perícias Ambientais: 
 
o valor da resposta do quesito depende da qualidade da pergunta, ou 
seja, quesitos mal formulados podem gerar opiniões duvidosas e atém 
sem efeito para o fim desejado. O quesito em perícia (...) deve 
desenvolver-se em uma sequência lógica de raciocínios. Não se trata, 
pois de uma simples pergunta, mas sim de uma indagação objetiva que 
deve gerar todo um conjunto de verificações para que a opinião do 
perito seja confiável. Uma pergunta que não tenha objetividade ou que 
não seja pertinente a uma sequência de assuntos dentro de um 
objetivo maior; nesse caso, deixa de ser um quesito no sentido 
absoluto do conceito e por isto pode ser considerado impertinente, 
inconsistente ou até inoportuno. 
 
Em uma causa judicial, os quesitos podem ser formulados pelo juiz, pelo 
Ministério Público sempre que possível com a participação do assistente técnico, 
pelas partes através do assistente técnico ou advogados e por eventuais 
terceiros interessados quando habilitados nos autos com a participação do 
assistente técnico. 
Buscando respaldo no Código de Processo Civil, que rege a matéria 
pericial e a formulação e respostas aos quesitos, temos no art. 465, § 1o: 
“incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do 
despacho de nomeação do perito, apresentar quesitos”. Ainda no art. 469 o CPC 
estabelece que as partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a 
diligência, que poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência 
de instrução e julgamento. O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada 
dos quesitos aos autos. 
O art. 470 incumbe ao juiz: indeferir quesitos impertinentes e formular os 
quesitos que entender necessários ao esclarecimento da causa. Os quesitos 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
podem ainda ser apresentados após a entrega do laudo e análise deste pelas 
partes, conforme art. 477, § 1o, as partes serão intimadas para, querendo, 
manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) 
dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, 
apresentar seu respectivo parecer. 
Lá no material on-line, você vai poder acessar os seguintes links para 
leitura de dois documentos intitulados “Quesitos para Perícia Ambiental”, de 
autoria do Ministério Público do Estado de Goiás, e “Guia Prático de Requisição 
de Perícias Ambientais”, de autoria do Ministério Público de Minas Gerais, os 
quais apresentam diversos quesitos versando sobre as matérias ambientais. 
Consulte estes documentos, pois tomaremos alguns quesitos constantes nestes 
para os exemplos utilizados nos estudosde casos da problematização. 
 
http://www.mpgo.mp.br/portal/arquivos/2015/03/25/16_5
6_05_371_quesitos_para_pericia_ambiental.pdf 
 
 
 
https://www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/4
1/guia_pratico_de_requisicao_de_pericias_ambientais(1
).pdf. 
 
 
 
O Professor Rubens vai explicar tudo sobre os critérios básicos para a 
formulação de quesitos no vídeo lá no material on-line. Não deixe de assistir. 
 
Relações Processuais 
 
Os quesitos são formulados em um litígio decorrente dos pontos de 
divergência entre as partes. Vamos entender as relações processuais que levam 
a requisição de uma perícia, o que em consequência pode levar ao 
estabelecimento dos quesitos. 
http://www.mpgo.mp.br/portal/arquivos/2015/03/25/16_56_05_371_quesitos_para_pericia_ambiental.pdf
http://www.mpgo.mp.br/portal/arquivos/2015/03/25/16_56_05_371_quesitos_para_pericia_ambiental.pdf
https://www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/41/guia_pratico_de_requisicao_de_pericias_ambientais(1).pdf
https://www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/41/guia_pratico_de_requisicao_de_pericias_ambientais(1).pdf
https://www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/41/guia_pratico_de_requisicao_de_pericias_ambientais(1).pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
Conforme o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (2016), o processo é 
uma relação jurídica complexa e dinâmica, que nasce, desenvolve e se extingue, 
normalmente quando atinge a sua meta, que é a composição do litígio, 
encontrada na sentença de mérito (nas ações de cognição) ou na satisfação do 
credor (na execução forçada). 
A relação jurídica é o vínculo estabelecido entre pessoas, provocada por 
um fato que produz mudança de situação, regido por norma jurídica. Quando se 
propõe uma ação judicial, estabelece-se vínculo que une os diversos atos do 
processo judicial: autor, réu e juiz. Essa relação triangular tem a seguinte 
composição: em uma ponta está o proponente (autor da ação); em outra, aquele 
contra o qual o autor está se insurgindo (réu da ação) e, no vértice dessa relação, 
o juiz de direito, que exercerá o seu poder de jurisdição. 
Algumas causas, em razão da matéria ou da pessoa, exigem a 
participação do Ministério Público, que, por meio de seus membros, fiscaliza a 
aplicação e a execução das leis. O magistrado conduzirá o processo e, ao fim 
de todas as fases, decidirá a causa proferindo uma sentença. 
Constituída a relação processual, passa-se a desenvolver, mediante 
manifestação formal ou tácita dos sujeitos da relação. Em determinado momento 
processual o juiz, membro do Ministério Público ou mesmo as partes, poderão 
utilizar das provas admitidas no Código Processo Civil, conforme o Capítulo XII 
- Das Provas, para provar a verdade dos fatos e influir eficazmente na convicção 
do juiz. A prova pericial está disciplinada na Seção X – Da Prova Pericial, artigos 
464 a 480. 
Segundo a OAB (2015), a sistemática das provas tem por fim obter-se 
com cada meio probante tipificado o máximo de resultado dentro do processo. O 
código civil reforça os poderes introdutórios do magistrado, como também 
autoriza liberdade para a participação ativa das partes litigantes na produção da 
prova, o que tende a afastar a malfadada lógica pretoriana de que o juiz é o 
destinatário da prova. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
É sabido que os destinatários da prova são todos os agentes envolvidos 
na relação jurídica processual, sendo importante a cooperação entre todos os 
sujeitos do processo, para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de 
mérito justa e efetiva. 
Classificação dos Quesitos Periciais 
 
Já conceituamos os quesitos como indagações de ordem técnica, a serem 
formulados pelo juiz, Ministério Público, pelas partes ou eventual terceiro 
admitido no processo, concernentes ao objeto da perícia e fatos discutidos na 
ação. Os quesitos periciais e sua aplicação no esclarecimento da causa que 
constitui o objeto da perícia podem ser classificados em originários, 
suplementares, intempestivos, elucidativos ou de esclarecimento e 
complementares. Essa classificação advém do momento em que estes são 
estabelecidos no desenvolvimento do processo judicial. 
Vamos conhecer a seguir cada um deles: 
 Quesitos Originários: são aqueles apresentados até 15 dias após a 
nomeação do perito, conforme rege o art. 465 do CPC, o juiz nomeará 
perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para 
a entrega do laudo. § 1o: Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias 
contados da intimação do despacho de nomeação do perito: II - indicar 
assistente técnico; III - apresentar quesitos. 
 Quesitos Suplementares: são apresentados após esse período inicial de 
15 dias depois da nomeação do perito, entretanto, devem ser formulados 
antes da apresentação do laudo. Podem ser apresentados antes da 
perícia ou mesmo durante a diligência, adicionando elementos que se 
fazem necessários ao esclarecimento do litígio que não foram 
considerados anteriormente, entretanto, estes não podem ampliar o 
objetivo da perícia. Conforme rege o CPC art. 469, as partes poderão 
apresentar quesitos suplementares durante a diligência, que poderão ser 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
respondidos pelo perito previamente ou na audiência de instrução e 
julgamento. 
 Quesitos Intempestivos: são aqueles apresentados fora dos prazos 
legais. Intempestivo é o termo jurídico aplicado a peças processuais que 
são apresentadas, protocoladas ou arroladas nos autos fora do prazo 
estabelecido na legislação aplicável ao litígio. 
 Quesitos Elucidativos ou de Esclarecimentos: são apresentados após 
a entrega do laudo ou em audiência e têm o objetivo de esclarecer dúvidas 
sobre o laudo ou parecer. Conforme está previsto na lei, depois de 
encerradas as diligências e entregue o laudo pericial, eventuais dúvidas 
ou aspectos sobre o conteúdo apresentado no laudo poderão ser 
superados pelas partes, ou pelo próprio magistrado, mediante 
esclarecimentos oferecidos pelo perito e pelo assistente técnico. (CPC art. 
477, § 3o). Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte 
requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a 
comparecer à audiência de instrução e julgamento, formulando as 
perguntas sob forma de quesitos. Estes quesitos são limitados ao 
conteúdo do laudo apresentado. 
 Quesitos Complementares: são quesitos que tratam de fatos novos, não 
constantes dos autos ou da quesitação anterior. Estes geram uma nova 
Perícia conforme art. 480, CPC,o juiz determinará, de ofício ou a 
requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a matéria não 
estiver suficientemente esclarecida, § 1o: a segunda perícia tem por objeto 
os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se a corrigir 
eventual omissão ou inexatidão dos resultados conduzidos por ela. 
 
Os quesitos podem ainda ser divididos em duas categorias: os 
Pertinentes e os Impertinentes. Os quesitos pertinentes têm por objetivo 
esclarecer as questões técnicas concernentes ao objeto da perícia, são, 
portanto, válidos na produção da prova pericial. Os impertinentes não se referem 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
à capacidade técnica e competência legal do perito, versando geralmente sob 
questões não relacionadas ao objeto do litígio ou então, são perguntas 
elaboradas intencionalmente, na tentativa de desviar o perito da verdade. Este 
tipo de quesito deve ser indeferido pelo juiz, conforme art. 470 do Código de 
Processo Civil. 
Cabe ao perito ter um senso apurado para identificar quando os quesitos 
impertinentes são elaborados por desconhecimento técnico ou intencionalmente 
e, caso não tenham sido indeferidos pelo juiz, deve dirigir-se ao magistrado por 
petição, para que este decida a respeito, com base no estabelecido de que é 
proibidoao perito responder matéria estranha ao objeto da causa ou fora da sua 
competência legal, (CPC, art. 473, IV, § 2o) é vedado ao perito ultrapassar os 
limites de sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o 
exame técnico ou científico do objeto da perícia. 
 No material on-line, o Professor Rubens vai explicar mais as 
classificações dos quesitos periciais. 
 
Formulação e Resposta a Quesitos Periciais 
 
A formulação e resposta de quesitos periciais exige adoção de técnica de 
linguagem adequada, objetividade e precisão de informações, para isso o 
profissional, perito ou assistente, deve ter facilidade de expressar-se clara e 
concisamente, mas, sobretudo, ter conhecimento técnico suficiente para o 
desempenho desta função. 
Vamos entender de início como deve se dar a formulação dos quesitos. 
Quem irá formulá-los deve ter em mente que a Perícia Ambiental é instituída 
para atender os objetivos fundamentais do litígio: caracterizar, mensurar e 
valorar o dano, caracterizar enquadrando legalmente a atividade lesiva e 
estabelecer o nexo causal entre o dano e a atividade do réu. Sob esta ótica, os 
quesitos serão elaborados como fator norteador da Perícia, de forma 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
abrangente, procurando contextualizar toda a extensão do objeto da causa, 
entretanto, de forma objetiva, sem perder o foco no objeto da perícia. Podemos 
adotar a seguinte estratégia na formulação dos quesitos: 
 
 Observar o objeto da Perícia como um todo. 
 Analisar a sequência de procedimentos necessários para elucidar o fato. 
 Localizar e caracterizar o objeto e sua abrangência. 
 Fazer perguntas ou afirmações sobre o ponto de controvérsia, sobre a 
dúvida que se quer a resposta do perito. 
 
Importante adotar uma sequência lógica dos fatos a serem esclarecidos, 
evitando-se perguntas atreladas a outras, visto que isso pode confundir quem lê. 
Ideal é a formulação de perguntas independentes, mas coesas entre si no 
contexto geral. 
Não há necessidade de formular um grande número de perguntas. 
Perguntas em excesso não necessariamente conduzem a verdade dos fatos. 
Importante as questões serem objetivas e esclarecedoras, desta forma não são 
empregados esforços desnecessários pelo perito e mais se ganha em tempo na 
conclusão da lide. 
Não se deve usar de redundância, nem afirmações longas demais, o que 
dificulta a leitura e compreensão da questão proposta. Quesitos objetivos, 
inerentes ao que consta nos autos são as melhores ferramentas em busca da 
verdade dos fatos. 
Os quesitos não devem ser introduzidos com textos do tipo “não é verdade 
que...”, ou “é correto afirmar que”..., textos como estes tem intenção de provocar 
uma assertiva positiva ao quesito, o que pode não se concretizar na análise do 
perito. Esta observação aplica-se de maneira análoga a frases com proposições 
negativas. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
Importante formular os quesitos de maneira clara, coesa, versando 
somente sobre as dúvidas para as quais são necessários esclarecimentos, 
mantendo as ideias centradas no objeto do litígio e na descoberta da verdade 
dos fatos. Portanto, vejamos agora orientações aos peritos e assistentes 
técnicos na resposta a quesitos. 
Já vimos anteriormente que é proibido ao perito responder matéria 
estranha ao quesito, mais do que foi perguntado, responder menos do que foi 
perguntado ou deixar de responder ao quesito, disto concluímos que embora 
todos os quesitos constantes dos autos devam ser obrigatoriamente respondidos 
pelo perito, as respostas podem ter algumas características especiais, de acordo 
com o tipo de quesito proposto. 
Vamos ao exemplo: quando o quesito apresentar conteúdo que envolva 
matéria de direito, o perito deve ter um cuidado especial na elaboração da sua 
resposta. Somente se for necessário reportar algo que atenda à questão técnica 
proposta o perito deve responder, caso contrário, se a pergunta estiver fora de 
sua competência legal, deve eximir-se de oferecer a resposta apresentando uma 
formulação específica para o caso. 
Conforme orienta Soares, (2015) nesses casos, quando da resposta, na 
elaboração do laudo, o perito deve indicar que o quesito ficou prejudicado, 
considerando que é alheio à matéria da lide e ao objeto ou foge a sua 
competência como profissional, utilizando uma formulação como: “Prejudicada a 
resposta, pois o indagado envolve mérito, matéria de exclusiva competência do 
MM. Juízo, fora, portanto, da competência técnica deste perito”, ou quando um 
quesito tiver sido indeferido pelo juiz a resposta do perito deve ser “Prejudicada 
a resposta ao presente quesito, pois ele foi indeferido pelo MM. Juízo, conforme 
despacho de fls...” (Soares, 2015). 
Assim, o perito deve inicialmente avaliar os quesitos de forma minuciosa, 
com discernimento para entender o que está sendo perguntado, verificar a 
pertinência ao que está sendo tratado nos autos e sua competência para 
respondê-los. Cabe ainda ao perito destreza para identificar onde há falta de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
conhecimento técnico na elaboração do quesito e onde há propósito de se tentar 
desviar o objetivo final da perícia, confundir as respostas ou suscitar 
contradições. Lembrando que há sempre a possibilidade de recorrer ao juiz, para 
solucionar tais questões. 
Quanto aos quesitos pertinentes, que são úteis e importantes para 
esclarecimento às partes e ao juiz sobre o objeto da causa, eles devem ser 
respondidos de forma clara, com objetividade e uso de linguagem simples. 
É recomendável, sempre que possível, utilizar na resposta os termos 
técnicos contidos no quesito. Entretanto, importante observar que o juiz e demais 
pessoas envolvidas no processo podem não ter o domínio dos termos técnicos 
utilizados, mas precisam necessariamente compreender o conteúdo da prova 
técnica produzida pelo perito, portanto, sempre que possível, o perito deve fazer 
uso de linguagem de senso comum e, acrescentar aos termos técnicos 
definições explicativas que facilitem o seu entendimento. 
Não devem ser usadas palavras que tenham duplo sentido ou possam 
tornar a resposta imprecisa. A resposta deve ser escrita com palavras que 
permitam, exclusivamente, uma leitura de significado único. 
As respostas devem ser curtas na medida do possível, mas é inadmissível 
uso simples de respostas “sim” ou “não”. Tanto as respostas positivas quanto as 
negativas precisam ser contextualizadas, apresentando razões técnicas em seu 
embasamento. Da mesma forma, textos longos demais devem ser evitados, pois 
podem confundir o leitor ou trazer ambiguidade. 
Palavras como “acho” ou “talvez” não devem ser utilizadas no texto do 
laudo pericial, uma vez que a prova deve ser conclusiva, sendo inadmissíveis 
convicções pessoais, dúvidas ou incertezas. 
O perito deve ter extremo cuidado para não emitir opiniões pessoais, 
apresentar apenas a sua apreciação sobre o objeto da causa analisado, 
fundamentada em seu trabalho de acordo com suas averiguações, exames, 
avaliações e vistorias, não fazendo qualquer tipo de julgamento, o que cabe 
somente ao juiz. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
Vejamos na sequência exemplos de resposta a quesitos. O Professor 
Rubens vai falar ainda sobre isso no vídeo disponível no material on-line. Não 
deixe de assistir. 
 
Prática de Elaboração e Resposta a Quesitos 
 
Para exercitarmos o raciocínio lógico e sequencial na elaboração de 
quesitos, bem como as recomendações apresentadas anteriormente, vamos 
retomar os dois casos da problematização desta aula: Caso (2) - Dano em APP 
-, e o exemplo Caso (3) - Dano sobre a produtividade da lavoura de milho. 
No caso (2), poderiam inicialmente ser elaborados e respondidos quesitos 
sobre a caracterização da área na sua conformação anterior ao dano,com o 
objetivo de provar que a área é uma APP e houve dano em APP, seguindo a 
sequência lógica dos fatos. Neste caso são exemplos de quesitos aplicáveis: 
 
 Quesito 1 – Qual a localização geográfica da área investigada? 
Resposta: a propriedade do litígio está situada no município de (...), PR, na 
localidade de (...), à margem da rodovia (...), logradouro (...), no (...), 
possuindo coordenadas geográficas (...). A localização exata da área está 
apresentada em mapa de localização e foto aérea, documentos 1 e 2 
respectivamente, apresentadas no anexo deste laudo. 
 Quesito (2) – Houve supressão da vegetação nativa em área de 
preservação permanente (APP)? 
Resposta: sim. A área objeto da investigação está localizada às margens do 
rio (...), conforme ilustrado nas fotos no 1 e 2, e no mapa de localização 
(doc1), situada dentro da faixa de delimitação da APP (área de preservação 
permanente), que é definida como faixa marginal de qualquer curso d’água 
desde a borda da calha do leito regular, até a largura mínima de 30 (trinta) 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
metros para o caso objeto de análise, conforme disposto no código florestal, 
Lei nº 12.651/2012. 
 Quesito (3) - Qual a tipologia da vegetação atingida? 
Resposta: a vegetação existente no local caracteriza-se por formação típica 
da Floresta Ombrófila Mista, ou Floresta com Araucária, conforme ilustrado 
nas fotos no 3 a 5. 
 
Com a resposta destes três quesitos é possível confirmar a existência do 
dano na APP. 
Já para o caso (3), o objetivo da formulação dos quesitos é descobrir se 
o agricultor usou as práticas adequadas no plantio da lavoura de milho para obter 
a produtividade que esperava, verificando outros fatores que podem ter causado 
o dano (baixa produtividade), independentes da qualidade do adubo. Para isso 
deve ser verificado, por exemplo, se a qualidade das sementes utilizadas e a 
densidade de plantio (número de plantas de milho por hectare) eram condizentes 
com a produtividade esperada inicialmente, vejamos: 
 
 Quesito 1 - Fatores inerentes ao plantio, como qualidade de semente 
interferem significativamente na produtividade da cultura. No caso da 
safra em questão (04/05), quais as especificações de produtividade da 
semente utilizada? 
Resposta: foi utilizada no plantio da safra objeto de investigação (04/05) a 
semente especificada como (...), comercializada pela empresa (...), a qual 
possui estimativa de produtividade esperada de 6.000 kg por hectare. 
 Quesito 2 – A densidade populacional (quantidade de plantas por unidade 
de área) é fator preponderante para a produtividade da cultura. No caso 
da safra em questão (04/05) qual a densidade populacional adotada no 
plantio? 
Resposta: a densidade populacional adotada no plantio da safra (04/05) foi 
aquela recomendada pelo fornecedor da semente, 60 mil plantas por hectare. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
Com as respostas destes dois quesitos é possível confirmar a estimativa 
inicial da produtividade do milho em 6.000 kg por hectare. 
 
Acesse o site do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná no link 
https://www.tjpr.jus.br, e no campo de busca, localizado no canto superior direito 
da página, utilize a palavra-chave “laudo”. Encontre na lista de processos os 
casos listados a seguir (entre outros) e verifique como as conclusões das 
perícias ambientais realizadas foram utilizadas pelos juízes em seu 
convencimento e definição de sentença. 
 Fabricante prova que consumidor utilizou fertilizante falsificado e se exime 
do dever de indenizar pelo insucesso da colheita. 
 Responsáveis por extração irregular de argila das margens do Rio Tibagi 
são condenados por dano ambiental. 
 Seguradora é condenada a pagar indenização, antes negada, a agricultor 
cuja colheita foi afetada pela estiagem. 
 
https://www.tjpr.jus.br/
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
17 
Revendo a problematização 
De acordo com o conteúdo apresentado neste tema, em relação ao 
problema apresentado no início para os dois diferentes casos de Perícia 
Ambiental estudados, denominados para efeito desta análise como Caso (2) - 
Dano em APP, e Caso (3) - Dano em lavoura de milho. 
Que tipo de perguntas, quesitos, o juiz teria feito ao perito para esclarecer 
a situação do Caso (2)? E no Caso (3) foi decorrente do uso do fertilizante 
incorreto? 
a. Caso Dano em APP: Quesito A – houve desmatamento de mata 
ciliar (retirada da vegetação nativa) da área de APP? Qual a extensão da 
área desmatada? Quesito B – o desmatamento de mata ciliar, localizada 
em área de APP, acarretou o assoreamento do leito do rio ou o desvio de 
seu curso? Especificar se houve alteração do regime hídrico do rio e 
erosão do solo no local. Caso Dano em lavoura de milho: Quesito (C) 
do juiz – a produtividade da lavoura de milho na safra (04/05), objeto da 
causa, seria maior sem uso de adubação em comparação àquela 
alcançada com o uso da formulação incorreta? 
b. Caso Dano em APP: Quesito A – o corte da vegetação na APP foi 
precedido de autorização ambiental do IAP- Instituto Ambiental do 
Paraná? Quesito B – especificar as condicionantes estabelecidas na 
autorização ambiental referida no quesito anterior. Caso Dano em 
lavoura de milho: Quesito (C) do juiz – a empresa que comercializou o 
adubo incorreto possui registros de autuações no Ministério do Trabalho? 
c. Caso Dano em APP: Quesito A – o desmatamento na APP objeto 
da perícia teve a finalidade de transformação para carvão de madeira de 
lei, assim classificada por ato de poder público para fins industriais e 
energéticos? Quesito B – É correto afirmar que a recuperação daquela 
APP depende apenas do plantio de espécies nativas daquela formação 
vegetacional? Caso Dano em lavoura de milho: Quesito (C) do juiz – a 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
18 
propriedade já sofreu alguma autuação do órgão ambiental relativa à 
conservação de APP? 
 
 
Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o 
material on-line. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
19 
Síntese 
Avançando na sistemática do desenvolvimento da prática da perícia 
ambiental, é chegada a hora da discussão de um ponto de extrema relevância 
nesta atividade, a elaboração e resposta a quesitos periciais. Como vimos, 
quesitos são perguntas específicas relativas ao objeto da causa, respondidas 
tecnicamente pelo perito e têm como objetivo o direcionamento da perícia, para 
que ela seja realmente útil à solução do litígio. 
É importante lembrar que quesitos não são obrigatórios em um laudo, pois 
ele pode ser descritivo, porém, quando há presença de quesitos, pode 
apresentar-se de forma mais clara e objetiva, da mesma forma que os quesitos 
podem surgir até mesmo após a entrega do laudo, neste caso, com o objetivo de 
dirimir eventuais dúvidas do próprio juiz ou das partes. Resumidamente, os 
quesitos periciais classificam-se de acordo com a fase da perícia em que são 
formulados, desde aqueles apresentados já no início do processo, os originários, 
passando pelos suplementares, elucidativos ou de esclarecimento e 
complementares, que são tratados a parte, como uma nova perícia, por exemplo. 
Ainda dentro da classificação dos quesitos, tem-se os Pertinentes e os 
Impertinentes, que como a própria denominação inspira, o primeiro tem objetivo 
de esclarecimento e o segundo de confundimento. 
Você viu que para responder aos quesitos, o perito deve ter sólido 
conhecimento na matéria, facilidade de expressão e uso adequado da linguagem 
escrita. 
As respostas, assim como as questões, devem ser pontuais e objetivas, 
não deixando margem para segundas interpretações, ou falsas e indutoras 
afirmativas, e por óbvio, não expor opiniões pessoais muito menos transparecer 
qualquer tipo de julgamento ou suposição.O Professor Rubens vai fazer uma síntese da nossa aula no vídeo 
disponível no material on-line. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
20 
Referências 
Almeida, R. J. Perícia ambiental judiciária e securitária: impactos e danos. Rio 
de Janeiro: Thex, 2008. 
Fiorillo, C. A. P. Curso de direito ambiental brasileiro. 4.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2003. 
Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Código Florestal. Dispõe sobre a 
proteção da vegetação nativa. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12651compilado.htm Acesso em 17/05/2016. 
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 
Acesso em 17/05/2016. 
Lopes de Sá, A. Fundamentos da Contabilidade Geral. 4ª ed. Curitiba: Juruá 
Editora, 2012. 
OAB. Novo código de processo civil anotado. Porto Alegre: OAB RS, 2015. 
Santos, F. A. A formulação de quesitos nos autos para perícia. 2008. 
Disponível em: http://www.artigonal.com/doutrina-artigos/a-formulacao-de-
quesitos-no-autos-para-a-pericia-624274.html Acesso em 17/05/2016. 
Sirvinskas, L. P. Manual de direito ambiental. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 
Soares, S. Perícia Contábil. 2015. Disponível em: 
http://www.ceap.br/material/MAT09042012205545.pdf Acesso em 17/05/2016. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.artigonal.com/doutrina-artigos/a-formulacao-de-quesitos-no-autos-para-a-pericia-624274.html
http://www.artigonal.com/doutrina-artigos/a-formulacao-de-quesitos-no-autos-para-a-pericia-624274.html
http://www.ceap.br/material/MAT09042012205545.pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
21 
Atividades 
 A elaboração de quesitos tem o objetivo de nortear a perícia, fazendo com 
que o laudo pericial contenha dados efetivamente úteis à solução do 
litígio. Marque a alternativa correta. Os quesitos podem ser formulados 
em um processo judicial: 
a. Pelo oficial de justiça, pelo juiz e pela parte proponente da ação judicial. 
b. Pelo juiz, pelas partes, pelo Ministério Público e terceiro habilitado nos 
autos. 
c. Pelo Ministério Público, pelo réu, pelo oficial de justiça e pelo assistente 
técnico. 
d. Pelo perito, por terceiros desde que habilitados nos autos, pelo juiz. 
 O resultado esperado de uma Perícia Ambiental é uma prova técnica a 
ser juntada aos autos do processo, materializada em um laudo pericial, o 
qual pode ser descritivo ou conter respostas a quesitos. Marque a 
alternativa correta. O laudo pericial o qual traz respostas do perito a 
quesitos é: 
a. Peça escrita contendo indagações feitas pelo perito na busca de 
informações, mediante conhecimento do objeto da perícia, solicitado nos 
autos. 
b. Peça escrita que contém dados de investigação através de diligência 
acerca das circunstâncias apresentadas nos autos que não podem ser 
esclarecidas através de documentos. 
c. Peça escrita, na qual o perito faz perguntas através de quesitos, de forma 
abrangente sobre os aspectos que envolvem a causa do litígio e faz 
comparações com o que está disposto na legislação. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
22 
d. Peça escrita, na qual o perito deve registrar o seu conhecimento técnico 
e científico acerca do objeto da perícia, apresentando a resposta aos 
quesitos que constam nos autos. 
 Os quesitos são formulados em um processo judicial quando há 
necessidade de esclarecimentos de ordem técnica ou científica sobre um 
determinado dano, que é o objeto da causa. Marque a alternativa correta. 
Os quesitos na perícia judicial ambiental são: 
a. Questões sobre determinado tema para o qual se requer esclarecimento 
ou parecer de profissional com conhecimento técnico ou científico e 
especializado. 
b. Respostas conhecidas, positivas ou negativas, elaboradas pela parte que 
ajuizou o processo, que servirão como base de argumentos a esta parte 
interessada. 
c. Questões formuladas pelo réu no processo, para confundir as respostas, 
ou, para suscitar contradições da parte contrária, influenciando na decisão 
do juiz. 
d. Questões sobre um tema diverso da causa, que embora não conste nos 
autos é interessante para análise do juiz quando da tomada de decisão 
sobre a sentença. 
 Os quesitos podem ser classificados em diferentes tipos, em decorrência 
do momento em que estes são estabelecidos no desenvolvimento do 
processo judicial. Marque a alternativa correta. Quesitos suplementares 
são aqueles: 
a. Apresentados no início do processo, até 15 dias após a nomeação do 
perito. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
23 
b. Apresentados antes da perícia ou durante a diligência, os quais poderão 
ser respondidos pelo perito na audiência de instrução e julgamento. 
c. Apresentados ou arrolados nos autos fora do prazo estabelecido na 
legislação aplicável ao litígio. 
d. Apresentados após a entrega do laudo ou em audiência. 
 O Perito quando da elaboração do laudo pericial utilizará os dados, 
informações e meios necessários para responder aos quesitos, 
esclarecendo os questionamentos relativos ao objeto da perícia. Marque 
a alternativa correta. Quanto à resposta aos quesitos: 
a. Todos os quesitos constantes dos autos devem ser respondidos pelo 
perito, entretanto pode ser usada uma formulação específica quando o 
quesito não for pertinente. 
b. O perito deve analisar criteriosamente os quesitos e responder somente 
aqueles que forem pertinentes a sua capacidade técnica, deixando 
aqueles considerados impertinentes fora do laudo. 
c. O perito deve analisar criteriosamente os quesitos e responder somente 
aqueles que forem pertinentes às matérias de direito. 
d. O perito pode selecionar, dentre os quesitos que constam dos autos, quais 
são pertinentes ao objeto do litígio e responder tecnicamente a estes 
somente. 
 
 
Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Disciplina Perícia Ambiental 
Tema Legislação Aplicável a Perícias Ambientais 
Professor Rubens Corrêa Secco 
 
Introdução 
 
O Direito Ambiental Brasileiro foi consolidado como um instrumental de 
extrema importância para disciplinar juridicamente a matéria ambiental como 
patrimônio público a ser necessariamente tutelado e protegido, sempre em 
benefício das presentes e futuras gerações. 
Como a matéria ambiental é, devido as suas especificidades, 
originalmente multidisciplinar e dependente de diversas áreas do conhecimento, 
incluindo as ciências, ela exige o envolvimento de profissionais com 
conhecimento técnico e científico para tornar possível a tutela do bem ambiental 
em juízo. Disto entendemos que o perito deve conhecer de maneira abrangente 
a legislação ambiental e os dispositivos legais aplicáveis a sua área de 
conhecimento e atuação, garantindo a correta aplicação das normativas na 
perícia ambiental sob sua responsabilidade. 
Ainda, de acordo com o princípio de que todos são responsáveis por seus 
atos e devem arcar com as consequências que destes advirem, vamos conhecer 
a responsabilidade penal da pessoa física, jurídica e do perito; dever jurídico 
indispensável; princípio do direito que possibilita a harmonia em uma sociedade 
justa. Finalizaremos este tema analisando as responsabilidades quando ocorrem 
danos ao meio ambiente advindos de questões internacionais. 
No material on-line tem o vídeo do Professor Rubens apresentando tudo 
o que veremos aqui. Não deixe de assistir. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Problematização 
De acordo com o conteúdo que será apresentado nesta aula, vamos 
conhecer um novo

Outros materiais