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Sistemas adesivos

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DENTISTICA – UFSM 
Sistemas adesivos 
A adesão pode ser definida como a força que une dois 
materiais distintos, quando são colocados em contato íntimo. Esta 
definição é distinta de coesão, que é a atração entre átomos ou 
moléculas similares dentro de uma substância. A substância que 
une os dois materiais é definida como adesivo, e as superfícies 
dos materiais são aderentes ou substratos. O ponto no qual o 
substrato entra em contato com o adesivo é descrito como 
interface. O que acontece na interface é de fundamental 
importância para o sucesso ou falha de uma união adesiva. 
Nakabayashi et al., empregando técnicas de microscopia 
eletrônica, descreveram o mecanismo básico de adesão aos 
tecidos dentários, caracterizando-o como um processo que 
envolve a substituição de uma camada mineral superficial por 
monômeros resinosos, os quais, após polimerização in situ, 
permanecem retidos por meio de união micromecânica. Esse 
processo foi então denominado hibridização ou formação de 
 camada híbrida.
 
 
Microscopia eletrônica de varredura (MEV) de uma camada híbrida (H) unindo 
dentina (Dt) e adesivo (Ad). 
 
 
A maioria dos procedimentos adesivos envolve a formação de 
uma interface adesiva complexa (material intermediário ligando 
duas faces entre si). 
 
 
 
 aderência, conquistada com a limpeza superficial do 
substrato dentário. 
 molhamento, ou seja, facilidade em se espalhar 
superficialmente. 
 adaptação íntima, evitando o encapsulamento de ar ou de 
outros materiais no seu interior. 
 resistência física, química e mecânica. 
 nível de polimerização, minimizando os processos de 
degradação higroscópica e hidrolítica. 
 
 
A. Aderência. B. Molhamento. C. Adaptação íntima. D. Resistências física, química e 
mecânica. E. Boa polimerização. 
 
O mecanismo de adesão ao esmalte dentário é 
consideravelmente diferente do realizado em dentina, e isso se 
deve principalmente a diferenças na proporção entre as fases 
mineral (inorgânica) e orgânica. Enquanto o esmalte é formado 
quase totalmente por minerais, a dentina apresenta uma 
composição mais heterogênea, com maior concentração de 
água e componentes orgânicos, o que repercute diretamente 
no processo adesivo. 
 
Adesão ao esmalte 
 
 o esmalte dentário é o tecido mais mineralizado e 
resistente do corpo humano. É constituído por 97% de 
hidroxiapatita (a forma cristalizada do fosfato de cálcio), 2% 
de proteínas não colágenas (enamelina e amelogenina) e 
1% de água. 
 unidade básica é um prisma (agrupamento de 
hidroxiapatita), que têm diferentes direções de acordo com 
a região do dente; entretanto, podem estar ausentes na 
porção mais superficial, região denominada de camada 
aprismática. 
 a disposição irregular dos prismas torna o esmalte um 
substrato propício à adesão, pois, após aplicação de um 
ácido (condicionamento ácido), uma dissolução seletiva da 
superfície é estabelecida, tornando-o superficialmente 
poroso e, por consequência, favorável ao processo adesivo. 
Assim, microrretenções mecânicas são formadas na 
porção superficial de sua estrutura. 
 além de produzir microporosidades superficiais, o 
condicionamento ácido é responsável pelo aumento da 
energia superficial do esmalte, tornando-o mais receptivo 
ao adesivo e, assim, facilitando a difusão de monômeros 
para o interior desses microporos. 
 
A adesão ao esmalte foi efetivamente obtida em 1955, quando Buonocore 
propôs a técnica do condicionamento ácido,
 
e tem demonstrado bons 
resultados de resistência de união a longo prazo.
 
 
 
 
Esmalte antes (A) e depois (B) do condicionamento ácido de sua superfície. 
 
Adesão à dentina 
 
 a dentina é um tecido conjuntivo avascular e mineralizado 
que forma a parte mais volumosa do dente. É constituída 
por 70% de matéria inorgânica, 20% de compostos 
orgânicos (17% de fibras colágenas e 3% de outros tipos 
de fibras) e 10% de água, embora essas proporções 
possam variar conforme a idade do indivíduo. 
 organizada em pequenos túbulos rodeados por tecido 
orgânico e inorgânico, que compreendem as dentinas 
peritubular e intertubular. Os túbulos dentinários são 
originados ao contornarem os prolongamentos 
odontoblásticos, que se retraem em direção à polpa com o 
passar do tempo, liberando um espaço por onde circula o 
fluido dentinário. O número e o diâmetro dos túbulos 
variam conforme a localização e a idade do indivíduo. 
 recobrindo o interior dos túbulos existe uma camada de 
dentina quase totalmente mineralizada, denominada dentina 
peritubular. Já a intertubular, porção com grande 
quantidade de matéria orgânica,o cupa o restante do corpo 
da dentina, correspondendo à maior parte do volume 
dentinário. 
 
 
Em dentina profunda, a quantidade de dentina intertubular é menor devido ao 
maior diâmetro dos túbulos dentinários. 
 
 o condicionamento ácido expõe uma rede de fibras 
colágenas ao desmineralizar a fase mineral do substrato. 
Assim, é por meio do encapsulamento resinoso dessas 
fibras que a união ao substrato dentinário é obtida. 
 o processo adesivo necessita de um ambiente úmido, pois 
só assim o adesivo é capaz de infiltrar nas fibras em 
expansão e nos microporos criados. 
 
 
Mecanismo de adesão ao esmalte (A) e à dentina (B). No primeiro caso, 
após a secagem total da superfície, uma retenção micromecânica 
entre adesivo e esmalte é formada; no segundo caso, a secagem deve 
ser moderada (com papel absorvente), mantendo as fibras em 
expansão. Assim, as ligações químicas e retenções micromecânicas 
entre adesivo e dentina são estabelecidas. 
 
A inexistência de fibras colágenas no esmalte dentário possibilita 
que ele seja totalmente seco após a lavagem do condicionador 
ácido. Na verdade, o principal mecanismo de união nesse 
substrato é por meio da formação de retenções 
micromecânicas. Já a adesão à dentina ocorre tanto pela união 
química do adesivo com as fibras colágenas como pela retenção 
micromecânica na embocadura nos túbulos e microporos 
formados, embora esta última seja o principal mecanismo. 
 
Antes do procedimento adesivo, o preparo cavitário, seja devido à remoção de 
tecido cariado ou à remoção de uma restauração antiga, encontra-se em 
situação tal que restos teciduais (esmalte e dentina), saliva, bactérias, sangue e 
outras substâncias estão presentes e ligados nas dentinas intertubular e 
peritubular, além de vedarem os túbulos dentinários. Esse conjunto de 
substâncias é conhecido por smear layer, ou lama dentinária, e forma uma 
camada que reduz a permeabilidade da dentina e do esmalte 
 
Classificação 
 
 segundo a interação com a Smear layer 
 Completa remoção: acontece quando se utiliza alguma 
substância ácida como etapa separada, com posterior 
lavagem da superfície. Essa técnica é conhecida como 
convencional ou “condicione e lave” (etch-and-rinse). 
 Remoção parcial ou modificadada smear layer: são 
denominadas autocondicionantes (self-etch), visto que a 
etapa de condicionamento ocorre simultaneamente à de 
infiltração do adesivo. 
 
Integrantes dos SA Substrato de atuação Função principal 
Condicionador 
ácido 
Esmalte/dentina 
Tornar o substrato 
dentário apto a receber 
o adesivo 
Primer Dentina 
Preparar a dentina 
com monômeros 
hidrófilos a fim de 
melhorar a 
penetração adesiva 
Adesivo Esmalte/dentina 
Unir o material 
restaurador ao 
dente 
 
Condicionador ácido 
 
 o primeiro componente de um sistema adesivo. 
 função:tornar a superfície dentária receptiva à infiltração 
adesiva. 
 nos sistemas convencionais, o material geralmente utilizado 
é o gel de ácido fosfórico, com concentração que pode 
variar de 30 a 40%, embora existam outros tipos de 
substâncias para a mesma finalidade. 
 limpa a superfície do dente, removendo impurezas (smear 
layer). Desse modo, ocorre o aumento da aderência do 
substrato, uma das características fundamentais em um 
agente de união. 
 cria microporosidades na superfície, o que favorece a 
formação de retenções micromecânicas que contribuempara aumentar a resistência mecânica de união do adesivo 
ao dente. 
 
Primer 
 
  segundo componente de um sistema adesivo. 
  solução constituída basicamente de monômeros hidrófilos e 
solventes, cuja função é favorecer a penetração do 
adesivo, além de manter as fibras colágenas em expansão. 
  após o condicionamento ácido, a dentina necessita de um 
ambiente úmido (hidrófilo) para ser hibridizada pelo adesivo. 
Em razão de o adesivo ser um material caracteristicamente 
hidrófobo, isto é, incompatível com a dentina condicionada, 
o primer, que é hidrófilo, facilita a infiltração dos 
monômeros, além de promover um bom molhamento do 
adesivo e uma adaptação íntima entre ele e a dentina, 
características necessárias em um procedimento adesivo. 
 
O primer não precisa ser aplicado no esmalte porque não há 
fibras colágenas; ainda, o adesivo hidrófobo consegue penetrar 
adequadamente nas porosidades criadas pelo condicionamento. 
 
Adesivo 
 
  constituído de monômeros hidrófobos, geralmente o 
bisfenol A-glicidil metacrilato (bis-GMA), e algum diluente, 
como o trietilenoglicol dimetacrilato (TEGDMA), que 
apresentam compatibilidade tanto com o primer como com 
a resina composta. 
  pode ser aplicado em dentina e em esmalte; porém, devido 
ao caráter hidrófobo, não é quimicamente compatível com 
a dentina úmida. 
  confere resistência física, química e mecânica, além de 
adequado grau de conversão, complementando as 
características necessárias a um sistema adesivo. 
Sistemas adesivos convencionais
 
  empregam o passo operatório de condicionamento da 
superfície dentária separadamente dos demais passos, 
sendo geralmente realizado com o gel de ácido fosfórico a 
37%, e posterior lavagem com água e secagem. 
  em seguida, a aplicação do sistema adesivo pode ocorrer 
de duas maneiras: (1) sistema adesivo convencional de três 
passos clínicos (condicionamento ácido + aplicação 
do primer + aplicação do adesivo); ou (2) sistema adesivo 
convencional de dois passos, ou sistema convencional 
simplificado (condicionamento ácido + aplicação do adesivo) 
  o tempo de aplicação recomendado em esmalte é de 30 
segundos, enquanto em dentina é de 15 segundos. 
  a lavagem da superfície (spray ar/água), no mínimo, pelo 
mesmo tempo de aplicação do ácido, e com posterior 
secagem do dente. Em esmalte, a secagem deve remover 
qualquer resquício de umidade, e, para isso, um jato de ar 
por 10 segundos ou a utilização de papel absorvente são 
meios eficazes. 
  em dentina, a secagem deve ser moderada, visto que um 
pouco de umidade é necessário para manter as fibras 
colágenas em expansão. Dessa maneira, a secagem com 
jato de ar deve ser evitada, podendo ocasionar facilmente o 
colabamento do colágeno exposto. Portanto, recomenda-se 
a utilização de papel absorvente. 
 
 
 
O sinal clínico de um condicionamento ácido ideal do esmalte, é a 
aparência fosca/branco-opaca obtida com a secagem do 
substrato. Esse aspecto é facilmente alcançado se o gel ácido for 
aplicado pelo tempo correto, exatos 30 segundos. Com a 
lavagem e a posterior secagem, a perda de brilho superficial 
denotando desmineralização do esmalte é a característica visual 
desejável. 
 
 
 
Existem situações em que o esmalte dentário e a própria 
dentina são resistentes à ação de ácidos, o que dificulta sua 
desmineralização. Por exemplo, indivíduos com dentes 
envelhecidos (com alto grau de esclerose ou hipermineralização) 
ou com fluorose apresentam maior concentração de flúor no 
esmalte e, consequentemente, mais resistência ao 
condicionamento da superfície. 
Dentes decíduos, por sua vez, geralmente têm esmalte 
aprismático não desgastado, sendo, portanto, mais insolúveis em 
meio ácido.
 
Nesses casos, para se obter o condicionamento 
adequado, o aumento do tempo e/ou a agitação do ácido 
durante a aplicação são recomendados.
 
Além disso, a 
asperização do esmalte com pontas diamantadas remove o 
esmalte acidorresistente mais superficial, favorecendo a 
formação de microporosidades retentivas. A dentina de dentes 
decíduos apresenta menos rigidez quando comparada à dos 
dentes permanentes. Consequentemente, o tempo de 
 condicionamento deve ser menor (7 segundos).
Clinicamente, em casos de fluorose leve (linhas ou manchas 
opacas discretas), o tempo deve ser igual ao de dentes sem 
fluorose (30 segundos). Em se tratando de fluorose moderada 
(esmalte completamente opaco), o tempo deve ser pelo menos 
dobrado (60 segundos). Em casos de fluorose grave (dentes 
manchados ou com perda de tecido mineral), o esmalte 
hipermineralizado mais superficial tem de ser removido; então, o 
dente deve ser condicionado por pelo menos 60 segundos. 
Independentemente do caso que motive o aumento no 
tempo, um cuidado especial deve ser considerado acerca da 
dentina, pois esse é sensível ao sobrecondicionamento. Em caso 
de o preparo cavitário estender-se até a dentina, a mesma deve 
estar sempre protegida da sobre-exposição ácida e não deve 
ultrapassar 15 segundos em dentes permanentes e 7 segundos 
 em dentes decíduos.
 
DENTIÇAÕ SUBSTRATO TEMPO 
Permente 
Esmalte normal 
Dentina 
Esmalte acidorresistente 
30 
15 
60 
Decídua 
Esmalte normal 
Dentina 
Esmalte acidorresistente 
15 
7 
30 
 
 
 importante aplicar o primer separadamente do adesivo de 
cobertura, já que este último não tem solvente na sua 
composição e, por isso, não é capaz de volatilizar as 
moléculas residuais de água. 
  recomenda-se aplicar o primer (com um pincel Microbrush) 
sobre a dentina por aproximadamente 20 segundos. Em 
seguida, com um jato de ar afastado cerca de 10 cm da 
cavidade, deve-se secá-la, facilitando, assim, a evaporação 
do solvente e da água residual. 
  os sistemas adesivos convencionais de três passos são 
considerados o padrão-ouro da adesão, e vários são os 
trabalhos que demonstram sua superioridade em relação 
aos sistemas de dois passos. 
  Ex: Scotchbond Multi-Purpose, da 3M ESPE. 
 
Protocolo de aplicação de um sistema adesivo convencional de 
três passos. 
1. Preparo cavitário. 
2. Condicionamento ácido do esmalte por 15 segundos. 
3. Condicionamento ácido da dentina por 15 segundos e mais 
15 segundos do esmalte. 
4. Lavagem do ácido por no mínimo 15 segundos. Secagem 
da dentina com papel absorvente e do esmalte com jato 
de ar. Note o aspecto branco/opaco do esmalte. 
5. Aparência levemente úmida da dentina. 
6. Aplicação do primer em esmalte e dentina por 20 seg. 
7. Secagem com jato de ar por 10 segundos. 
8. Aplicação do adesivo de cobertura por 10 segundos. 
9. Fotoativação de acordo com as recomendações do 
fabricante. 
10. Aspecto brilhante da superfície dentária. 
11. Confecção da restauração com resina composta. 
12. Aspecto final do dente. A aplicação de um sistema adesivo 
convencional de dois passos é semelhante; porém, deve-se 
aplicar o adesivo conforme as recomendações do 
fabricante, com secagem depois de cada camada aplicada e 
fotoativação somente após a aplicação da última camada. 
 
 
 
 o adesivo deve ser aplicado em quantidades equivalentes às 
dimensões da cavidade, pois a aplicação em grandes 
volumes pode comprometer a polimerização do material, 
além de facilitar o manchamento das margens da 
restauração. 
 o aumento na concentração de solventes orgânicos nos 
sistemas de dois passos e a consequente redução da 
fração de monômeros resultou na necessidade de aplicar 
várias camadas do adesivo, intercalando com a secagem da 
superfície para evaporação da água e do solvente, a fim de 
se obter um substrato suficientemente saturado de 
monômeros. Assim, em alguns casos, os fabricantes 
recomendam a aplicação de até seis camadas do adesivo 
para uma interface adesiva satisfatória. 
 
Desvantagens: 
 a mistura de componentes hidrófilos e hidrófobos em uma 
mesma solução pode causar o fenômeno de separação de 
fases, devido à imiscibilidade entre compostos polares e 
apolares. 
 os monômeros hidrófilos, por serem quimicamente polares, 
tendema sofrer processos de degradação hidrolítica mais 
rápido que os monômeros hidrófobos. Por conseguinte, eles 
absorvem grande quantidade de moléculas de água, o que 
pode, direta e indiretamente, enfraquecer a resistência 
mecânica da resina adesiva
 
e/ou facilitar o manchamento e 
a pigmentação das margens das restaurações. 
 
Sistemas adesivos autocondicionantes
 
 dispensam o condicionamento prévio da superfície dentária 
com ácido fosfórico, pois apresentam um primer contendo 
monômeros ácidos, que removem ou modificam a smear 
layer, desmineralizando parcialmente a superfície dentária. 
 de modo simultâneo, os monômeros resinosos penetram 
na rede de fibras de colágeno (quando em dentina) e nas 
microporosidades criadas no esmalte, hibridizando 
superficialmente os tecidos dentários. 
 
Vantagem: 
 eliminação da etapa de condicionamento prévio da 
superfície dentária, principalmente quanto aos cuidados de 
remover o excesso de umidade da dentina. 
 são menos sensíveis tecnicamente, o que os torna 
vantajosos em determinadas situações, como no caso de 
uma restauração envolvendo esmalte e dentina, em que a 
ausência e a presença de umidade, respectivamente, não 
são mais necessárias a esses substratos. 
 
Desvantagem: 
 a não lavagem do ácido, junto com a menor agressividade 
do primer autocondicionante, impede a total remoção 
da smear layer, tornando-a constituinte da camada híbrida. 
 a infiltração dos monômeros resinosos ocorre ao mesmo 
tempo que a desmineralização provocada 
pelo primer ácido, e isso é responsável por criar uma 
camada híbrida mais homogênea se comparada com a 
hibridização da técnica convencional. 
 a espessura dessa camada é menor, pois 
os primers autocondicionantes são menos agressivos que o 
ácido fosfórico. 
 diferentes tipos e concentrações de monômeros ácidos 
alteram o pH do primer, que pode ser leve, moderado ou 
de forte acidez. Assim, a capacidade de 
remoção/modificação da smear layer e desmineralização do 
substrato dentário pode ocorrer em diferentes graus e 
padrões. 
 
 
Os sistemas de dois passos incluem a aplicação separada 
do primer ácido e do adesivo de cobertura, enquanto o de passo 
único pode ser aplicado via frasco único (com todos os 
componentes misturados) ou via dois frascos, que devem ser 
misturados previamente à aplicação do adesivo. 
 
 primeiramente aplicação de um primer constituído de: 
monômeros ácidos, cuja função é desmineralizar a 
estrutura dental; monômeros hidrófilos, que atuam na 
infiltração resinosa pelo colágeno exposto; e solventes, 
responsáveis pela remoção das moléculas de água residuais 
do preparo cavitário e por manter os componentes em 
solução homogênea. 
 primer deve ser aplicado com agitação por 
aproximadamente 20 segundos, a fim de promover melhor 
dispersão e infiltração dos monômeros nos microporos 
formados, bem como favorecer a ação dos monômeros 
ácidos na estrutura dentária. 
 após, deve-se secar a superfície por no mínimo 10 
segundos, visando à volatilização dos solventes. 
 em seguida, a aplicação do adesivo aumenta a 
concentração de monômeros hidrófobos, promovendo a 
formação de uma camada híbrida com melhores 
propriedades mecânicas.
 
 
 finalmente, a fotopolimerização do adesivo é realizada pelo 
tempo recomendado pelos fabricantes. 
 Ex: Clearfil SE Bond
®
, da Kuraray Medical Inc. 
 
Estudos clínicos apontam para índices de falha anual e longevidade semelhante 
aos apresentados pelos sistemas convencionais de três passos (padrão-ouro) 
quando o preparo cavitário envolve a dentina. Isso se deve, provavelmente, ao 
fato de o primer ser aplicado previamente ao adesivo de cobertura, o qual 
desempenha um papel diferencial Contudo, os mesmos resultados não são 
observados quando a adesão é realizada exclusivamente em esmalte, pois 
o primer ácido não é capaz de desmineralizar suficientemente a camada 
aprismática superficial ou mesmo os prismas subjacentes.
 
Entretanto, segundo 
Kanemura et al., a asperização superficial do esmalte com pontas diamantadas 
antes da aplicação do sistema autocondicionante de dois passos resulta em 
aumento significativo na resistência de união. 
 
 all-in-one. 
 a mesma solução realizará o condicionamento do substrato 
dental, bem como a infiltração dos monômeros hidrófilos e 
hidrófobos. 
 esses sistemas são apresentados de duas maneiras: frasco 
único e dois frascos, cujas soluções devem ser misturadas 
previamente à aplicação. 
 Vantagem: reduzem significativamente os passos 
operatórios, o que é interessante ao profissional para 
economia de tempo clínico. 
 Desvantagem: os resultados obtidos com esses adesivos 
são bastante variados, pois a mistura de monômeros ácidos 
com solventes e monômeros de diferentes composições 
químicas provoca instabilidade físico-química. 
 Ex: Adper Prompt, da 3M ESPE 
 
Alguns fabricantes lançaram sistemas adesivos mais versáteis que 
permitem escolher qual estratégia de adesão utilizar: 
convencional ou autocondicionante. Essa nova família foi chamada 
de “adesivos universais” ou “multimodo” e representa a mais 
recente geração de adesivos disponíveis no mercado. Foram 
desenvolvidos sob o conceito dos adesivos de passo único 
autocondicionantes, mas possuem a versatilidade de ser 
adaptáveis à situação clínica, podendo ser aplicados de três 
formas principais: com condicionamento ácido prévio em dentina 
e esmalte (condicionamento total); com condicionamento ácido 
prévio apenas em esmalte (condicionamento seletivo); e sem 
condicionamento ácido prévio (autocondicionante). Essa 
versatilidade permite ao cirurgião-dentista decidir qual protocolo 
adesivo é mais adequado para a cavidade que está sendo 
preparada. O primeiro a ser lançado no mercado foi o Single 
Bond Universal (3M ESPE). 
 
Indicações 
 
Sistemas adesivos simplificados (convencionais de dois 
passos e autocondicionantes de passo único), por exemplo, são 
incompatíveis com materiais duais (dupla ativação) ou ativados 
quimicamente que utilizam aminas terciárias como agentes de 
iniciação da polimerização. Isso se deve porque ambos os 
sistemas adesivos são caracteristicamente ácidos, e, dessa 
maneira, a camada mais superficial, que não se polimeriza em 
razão da inibição pelo contato com o oxigênio, reage com a 
amina terciária (base) existente no material resinoso que será 
aplicado logo acima do adesivo. Consequentemente, a interface 
de união entre adesivo e resina é mal estabelecida, e isso é 
prejudicial ao processo adesivo. 
A explicação para esse fenômeno é de que a camada não 
polimerizada do adesivo (superficial) tem grande quantidade de 
íons oriundos dos monômeros ácidos não reagidos, o que torna 
a interface adesiva hipertônica em relação ao tecido dentinário 
subjacente. Essa diferença no gradiente osmótico possibilita a 
movimentação de moléculas de água da dentina para o adesivo, 
resultando em formação de bolhas na interface adesivo/resina, o 
que compromete a qualidade da camada híbrida. 
Assim, em caso de utilização de resinas ou cimentos 
resinosos duais ou de ativação química, os sistemas adesivos 
mais indicados são os convencionais de três passos e os 
autocondicionantes de dois passos, pois fornecem uma camada 
final de adesivo de cobertura que não é caracteristicamente 
ácida, compatível com tais materiais. 
SISTEMA ADESIVO VANTAGENS DESVANTAGENS 
Convencional de 3 passos 
Ótimos resultados de resistência de união ao 
esmalte e à dentina 
Durabilidade da adesão 
Componentes hidrófilos e hidrófobos separados 
Compatibilidade com materiais de presa 
dual/química 
Várias etapas de aplicação 
Técnica operatória sensível 
Convencional de 2 passos 
Dentina 
Esmalte acidorresistente 
Componentes hidrófilos e hidrófobos 
misturados 
Aplicação de múltiplas camadas 
Incompatibilidade com cimentos e resinas duais 
Tendência de pigmentação dos bordos da 
cavidade dentária 
Autocondicionante de 2 passos 
Desmineralização e infiltração monomérica 
simultâneas 
Bonsresultados de resistência de união à 
dentina 
Dispensa a etapa de lavagem da cavidade 
Desmineralização suave 
Resistência de união ao esmalte pouco 
satisfatória 
Poucos estudos clínicos de avaliação do 
desempenho 
Autocondicionante de um passo 
Única aplicação 
Técnica pouco sensível 
Tempo clínico reduzido 
Resistência de união ao longo do tempo 
insatisfatória 
Componentes hidrófilos e hidrófobos 
misturados

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