Buscar

SISTEMA ADESIVO - DENTISTICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 JENNIFER DELGADO FONTES 
SISTEMA ADESIVO 
O mecanismo fundamental da união ao dente é baseado num processo de troca em que minerais removidos são 
substituídos por monômeros resinosos. Assim, para que se estabeleça união entre duas superfícies, é necessário que 
elas se contatem intimamente. 
 SISTEMA ADESIVO: 
 
 PROCESSO DE ADESÃO AO ESMALTE: 
O esmalte é formado quase totalmente por minerais. A adesão ao esmalte é explicada pelo aumento da energia 
superficial do esmalte após o condicionamento ácido, e pela criação de microporosidades que irão aumentar a área 
de superfície e que serão preenchidas pelo adesivo, formando os prolongamentos adesivos (tags). Como o ácido 
remove uma camada superficial de esmalte em torno de 10 micrometros e cria uma camada com porosidades de 5 a 
50 micrometros, a aplicação do adesivo com baixa viscosidade permite que ele escoe e preencha esses microporos 
(por capilaridade- tendência que os líquidos apresentam de subir em tubos capilares ou de fluir através de corpos 
porosos, causada pela tensão superficial), sendo então polimerizado, estabelecendo, desse modo, uma união 
micromecânica. 
OBS: A inexistência de fibras colágenas no esmalte permite que ele seja totalmente seco após a lavagem do 
condicionamento ácido. 
 PROCESSO DE ADESÃO À DENTINA: 
 A dentina apresenta uma composição heterogênea, com maior concentração de água e componentes orgânicos, e 
isso repercute no processo adesivo. Além disso, ela é organizada em pequenos túbulos rodeados por tercido orgânico 
e inorgânico, que compreendem as dentinas intertubular e peritubular. O número e diâmetro dos túbulos variam 
conforme a localização na dentina e idade do indivíduo. Recobrindo o interior dos túbulos existe uma camada de 
dentina quase totalmente mineralizada, denominada peritubular. Já a intertubular, porção de grande quantidade de 
matéria orgânica, ocupa o restante do corpo da dentina, o qual ocupa maior parte do volume dentinário. Os materiais 
adesivos podem agir de formas diferentes – mecanicamente, quimicamente, ou ambas as formas. A adesão a dentina 
conta principalmente com a penetração de monômeros adesivos na rede de fibrilas colágenas expostas pelo 
condicionamento ácido. Porém, essas fibras só se tornam “aptas” à infintração adesiva somente quando uma situação 
de umidade ocorre. Em caso de secagem total dessa dentina, essas fibras colabam, prejudicando a formação da 
camada híbrida. Porém, nos casos dos adesivos autocondicionantes, a união química entre os monômeros e a 
hidroxiapatita tem se apresentado como uma importante parte de mecanismos de união. 
- Próximo a JAC – 1% da área de dentina com água; 
- Próximo à polpa 22% da área de dentina com água– muita água presente, pouca adesividade. 
 
 ÁCIDO FOSFÓRICO 37%: 
 
 O ácido limpa a superfície do dente, removendo impurezas. Desse modo, ocorre o aumento da aderência do 
substrato; 
 Em superfícies altamente mineralizadas, cria microporosidades, favorecendo a formação de retenções 
micromecânicas; 
 Esmalte: limpeza, porosidades, aumento da área e energia de superfície. 
 Dentina: remoção total da smear layer, na dentina intertubular, peritubular, desmineralização superficial, abertura 
de túbulos, exposição das fibrilas colágenas, redução da energia de superfície. 
 
 
2 JENNIFER DELGADO FONTES 
OBS: Dentes envelhecidos (com alto grau de esclerose ou hipermineralização) ou com fluorose, apresentam maior 
quantidade de flúor no esmalte e, consequentemente, mais resistência ao condicionamento da superfície. Nesses 
casos, para se obter o condicionamento adequado, o aumento do tempo e/ou agitação do ácido durante a sua 
aplicação é recomendado. Fluoroses leves devem ser o tempo de 30 s. 
 
DENTIÇÃO SUBSTRATO TEMPO DE 
CONDICIONAMENTO 
(segundos ) 
Permanente Esmalte normal 
Dentina 
Esmalte acidorresistente 
30 
15 
60 
Decíduo Esmalte normal 
Dentina 
Esmalte acidorresistente 
15 
7 
30 
 
 
 PRIMER: 
É constituído basicamente de monômeros hidrófilos e solventes, cuja sua função é favorecer a penetração do adesivo 
e manter as fibras colágenas expostas. Após o condicionamento ácido, a dentina necessita de um ambiente úmido 
para poder ser hibridizada pelo adesivo. Devido ao adesivo ser hidrófobo, o primer vai facilitar a infiltração dos 
monômeros, além de promover um bom molhamento adesivo e uma adaptação íntima entre ele e a dentina. 
OBS: O primer não precisa ser aplicado no esmalte, já que o esmalte não apresenta fibras colágenas. 
 
 ADESIVO: 
É uma resina fluida polimerizável, cuja função é molhar os sibstratos, de modo a atuar como um agente intermediário 
entre a estrutura dental e os materiais restauradores. Ele é composto por monômeros hidrófobos (bis-GMA), e algum 
diluente, como o TEGDMA, que apresentam compatibilidade tanto com o primar tanto com a resina composta. O 
adesivo é um material que confere resistência física, química e mecânica, além de adequado grau de conversão, 
completando as características necessárias a um sistema adesivo. 
Em uma dentina condicionada e tratada pelo primer, o adesivo preenche os espaços de redes de fibras colágenas 
expostas, e é então polimerizado, formando assim a camada híbrida. Nos túbulos dentinários, o adesivo pode penetrar 
em profundidade considerável, formando os tags de resina. 
 
 SMEAR LAYER: 
 Camada de resíduos composta por água, saliva, restos de tecido duro, partículas minerais de esmalte e dentina, 
colágeno fundido, bactérias. Ela diminui a permeabilidade da dentina devido à obliteração dos túbulos dentinários e 
é fracamente aderida ao substrato dentinário. Apresenta 0,4 A 2 nanômeros de espessura. Dentro das lamas, 
apresentam os tampões da lama – dá ao sistema adesivo, a capacidade de dar menos dor ao paciente, esse smear 
plugs (chamadas assim o smear layer que penetra nos túbulos dentinários) reduzem a permeabilidade em até 86%. A 
interação com a smear layer pode ocorrer de duas maneiras: sua remoção total ou parcial, ou da sua modificação. A 
sua completa remoção ocorre quando se utiliza uma técnica no qual se utiliza o ácido fosfórico separadamente – 
técnica convencional. As técnicas que removem parcialmente a smear layer são chamadas de autocondicionantes, 
visto que a etapa de condicionamento ocorre simultaneamente à infiltração do adesivo. 
 
 
 
3 JENNIFER DELGADO FONTES 
 SISTEMAS ADESIVOS CONVENCIONAIS: 
O condicionamento ácido separadamente remove totalmente a smear layer, aumentando a permeabilidade do 
substrado dentário. O tempo recomendado de aplicação em esmalte é 30s e em dentina 15s. 
o Sistemas adesivos multicomponentes: São o de 3 passos, nos quais o ácido, primer e adesivo estão em frascos 
separados. É o padrão ouro. Ao empregar o sistema de 3 passos em situações em que não há dentina exposta, 
pode-se renunciar à aplicação do primer. 
 
o Sistemas adesivos monocomponentes: nesse caso, o primer e o adesivo estão disponibilizados em apenas um 
único frasco. Por isso são conhecidos como sistemas adesivos de 2 passos: condicionamento do ácido + 
primer/adesivo. O aumento na concentração de solventes orgânicos nos sistemas de 2 passos e a consequente 
redução da fração de monômeros resultou na necessidade de aplicar várias camadas do adesivo, intercalando com 
a secagem da superfície para a evaporação da água e do solvente, a fim de obter um substrato suficientemente 
saturado de monômeros. 
 
 
 SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES: 
Dispensam o condicionamento prévio da superfície dentária com ácido fosfórico, pois apresentam um primer ácido. A 
sua vantagem é a eliminação da etapa de condicionamento. 
TODOS devem ser aplicados com esfregaço – para a acidez do primer agir na cavidade. 
o De dois passos: são compostos por um primer ácido e um agente adesivo. Após a aplicação desse primer ácido 
não é realizado a lavagem, então após concluir a aplicação do primer ácido, é aplicado o agente adesivo.Ele não 
remove a lama dentinária, ela é incorporada a camada híbrida. Maior adesão a dentina e menor adesão ao 
esmalte. Em termos de durabilidade de restauração, quando comparado ao sistema convencional, quando é 
realizado em cavidades que envolvem dentina, essa longevidade é semelhante. Porém, quando é um preparo que 
envolve apenas esmalte, não sãos os mesmos resultados, pois o primer ácido não é capaz de desmineralizar 
superficialmente a camada aprismática superficial ou mesmo as primas subjacentes. 
 
o Passo único: todos os componentes são aplicados simultaneamente. A lama dentinária não é removida. Ele é 
apresentado de duas formas: ou em frasco único, ou em dois frascos – cujas soluções devem ser misturadas 
previamente à aplicação. 
OBS: Jogar jatos de ar no adesivo/primer para volatizar o adesivo. Até quando o primer é aplicado separadamente, 
deve-se aplicar leves jatos de ar para evaporar os solventes. 
OBS: Sempre esfregar o primer e o adesivo sobre os dentes (nos adesivos que apresentam água na sua composição). 
Isso irá favorecer a evaporação da água. 
 
 ADESIVOS UNIVERSAIS: 
Devido à instabilidade físico-quimica dos autocondicionantes de passo único, foram criados os adesivos universais. 
Eles permitem escolher qual estratégia de adesão utilizar: convencional ou autocondicionante. Tem um pH menos 
ácido. Você pode, se quiser, usar o ácido fosfórico. Foram desenvolvidos sob o conceito de ser de passo único 
(autocondicionante), mas possuem a versalidade de ser adaptáveis à situação clínica, podendo ser aplicados de 3 
formas: com condicionamento ácido prévio em dentina e esmalte (condicionamento total), com o 
condicionamento seletivo (apenas em esmalte), e sem condicionamento ácido (autocondicionante). Assim, o CD 
pode escolher qual a melhor forma para determinado caso. 
 
 
4 JENNIFER DELGADO FONTES 
 
Sistema adesivo Vantagens Desvantagens 
Convencional de 3 passos Ótimos resultados de resistência de 
união ao esmalte e a dentina 
 
Durabilidade da adesão 
 
Componentes hidrófilos e 
hidrófobos separados 
 
Compatibilidade com materiais de 
presa dual/química 
Várias etapas de aplicação (vários 
frascos) 
 
Técnica operatória sensível 
Convencional de 2 passos Em esmalte normal e 
acidorresistente 
 
Em dentina 
Componentes hidrófilos e 
hidrófobos misturados 
 
Aplicação de múltiplas camadas 
 
Incompatibilidade com cimentos e 
resinas duais 
 
Tendência de pigmentação dos 
bordos da cavidade dentária 
Autocondicionante de 2 passos Desmineralização e infiltração 
monomérica simultâneas 
 
Bons resultados de resistência de 
união à dentina 
 
Dispensa a etapa de lavagem da 
cavidade 
Desmineralização suave 
 
Resistência de união ao esmalte 
pouco satisfatória 
 
Poucos estudos clínicos de 
avaliação do desempenho 
Autocondicionante de 1 passo Única aplicação 
 
Técnica pouco sensível 
 
Tempo clínico reduzido 
Resistência de união ao longo do 
tempo insatisfatória 
 
Componentes hidrófilos e 
hidrófobos misturados. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
1. BARATIERI, Luiz Narciso. Odontologia restauradora: fundamentos &técnicas. São Paulo: Santos, 2010. 
2. Conceição, E.N. Dentística: saúde e estética. Porto Alegre, Artes Médicas Sul, 2000. 
3. HEYMANN, Harald O.; RITTER, Andre V.; SWIFT JR, Edward J. Studervant Arte e Ciência da Dentística 
Operatória. Elsevier Brasil, 2014. 
4. SILVA, AF da; RG, Lund. Dentística restauradora: Do planejamento à execução. Rio de Janeiro: Santos, 
2016.

Outros materiais