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Rio de Janeiro, 17 de abril de 2022. Lucas Barreto Rodrigues1 MOREIRA, William de Sousa. Estudos Estratégicos - Epistemologia, crítica e novas abordagens. IV Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa; Brasília: 2010. INTROITUS O objetivo do paper do Capitão-de-Mar-e-Guerra William de Sousa Moreira é realizar uma ampla discussão sobre Estudos Estratégicos, o que é, seu objetivo como corrente, e se há uma abordagem epistemológica capaz de segregar a área de estudos (2010, p. 01). O autor conceitua Estudos Estratégicos como “uma forma especializada, sistemática e pragmática de estudo científico do uso da força como fenômeno bélico”, tendo este como objeto central, “a segurança e a defesa do Estado”. (2010, p. 11) DA CLASSIFICAÇÃO DA ÁREA O autor se baseia nos estudos sobre epistemologia específica de JAPIASSU (1992); em debates sobre conceitos Clausewitzianos sobre estratégia discutidos por GRAY (1984); e HUGHES (2000) para pensar a origem dos Estudos Estratégicos (2010, pp. 02 e 03). Por sua vez, baseado em Strategy as a Science de Bernard Brodie (1949) e nas revisões de Domício Proença Jr; Eugenio Diniz e Salvador Raza (1999 e 2003), o autor discute os enquadramentos disciplinares dos Estudos Estratégicos. Atribuindo à disciplina acadêmica ou área do conhecimento Estudos Estratégicos, a função de “analisar e explicar os conflitos, suas causas, motivações, instrumentos e meios” (2010, p. 04). Em função de seus objetivos, isto é, da natureza do objeto, os Estudos Estratégicos podem ser considerados um campo ou área tipicamente interdisciplinar. (2010, p. 05) DA INTERRELAÇÃO DO CAMPO DE ESTUDOS O autor destaca a relação entre os Estudos Estratégicos e os Estudos de Segurança das Relações Internacionais. Partindo do debate existente acerca dos vieses que os termos “segurança” e “estratégia” possuem para com o Realismo e o idealismo respectivamente. (2010, p. 06 e 07) Por conclusão, o autor estabelece que os Estudos Estratégicos como sendo parte dos Estudos de Segurança que não se restringem ao âmbito acadêmico; ambos sendo parte das Relações Internacionais e este, por fim, estão inseridos no campo da Ciência Política dentro da perspectiva ‘anglo-saxã’. (2010, p. 07) 1 Graduado em Defesa e Gestão Estratégica Internacional - UFRJ; Mestre e Doutorando em Ciências Militares pelo Instituto Meira Mattos - Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. No Brasil, os Estudos Estratégicos são uma área que engloba os estudos de defesa que, assim como está, não está plenamente inserida, isto é, limitada às áreas às quais é enquadrada como subordinada, que são: os Estudos de Segurança das Relações Internacionais que, por sua vez, são parte da Ciência Política. Tal fato se justifica, de acordo com o autor, em função de sua natureza interdisciplinar. (2010, p. 08) O autor destaca ainda a contribuição de Robert Ayson (2008), que afirmou que os Estudos Estratégicos merecem estar ao lado de Relações Internacionais como subcampo da Ciência Política em função de complementaridade entre os subcampos destacados. (2010, p. 08)
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