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Fisioterapia no paciente queimado

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Prévia do material em texto

Criado por: @taylatlima 
FISIOTERAPIA NO PACIENTE QUEIMADO 
Sumário 
1. Anatomia e fisiologia da pele 
2. Queimadura 
3. Classificação da queimadura 
4. Complicações da queimadura 
5. Tratamentos: balneoterapia e pele de tilápia 
6. Atuação fisioterapêutica 
Anatomia e Fisiologia da pele 
 
Epiderme: é a camada mais externa, não possui 
vasos sanguíneos. Sua espessura varia de acordo 
com a região do corpo, sendo impermeável à água 
e funciona como uma barreira protetora contra o 
meio ambiente. 
Derme: é a camada intermediária. Possui vasos 
sanguíneos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e 
terminações nervosas especializadas. 
Hipoderme: situada logo abaixo da derme. É a 
combinação de tecido fibroso, elástico e 
gorduroso. Sua espessura varia de acordo com a 
região do corpo e de indivíduo para indivíduo. 
Funções da pele 
✓ Barreira física e mecânica; 
✓ Isolante térmico (termorregulação); 
✓ Proteção contra microrganismos; 
✓ Controle de entrada e saída de líquidos e 
eletrólitos; 
✓ Percepção de informações do meio 
ambiente; 
✓ Receptora de raios solares para a formação 
de vitamina D. 
 
Queimadura 
 
A queimadura é toda e qualquer lesão produzida 
pela ação de substâncias químicas, físicas ou 
biológicas no tecido de revestimento (pele), 
podendo atingir mucosas, músculos, vasos 
sanguíneos, nervos e ossos. 
As queimaduras são lesões frequentes e a quarta 
causa de morte por trauma. 
Geram grande sofrimento físico e o tratamento 
dura meses, até anos. Sequelas físicas e 
psicológicas são comuns. 
Fisiopatologia da queimadura 
Gera formação de edema, perda de líquidos e 
aumento da permeabilidade capilar. 
Esse quadro pode evoluir para choque 
hipovolêmico e perda de eletrólitos 
A gravidade depende da: 
 Profundidade; 
 Extensão; 
 Envolvimento de áreas críticas; 
 Idade (> 55 anos; < 10 anos); 
 Presença de lesões – pulmonar, órgãos, 
fraturas, etc; 
 Doenças de base – DM, HAS, ICC, etc. 
Classificação da queimadura 
Causa 
Térmicas: causadas pelo calor > gases, líquidos ou 
sólidos quentes. 
Químicas: causadas por ácidos, álcalis e 
compostos orgânicos – são responsáveis pela 
maioria das queimaduras químicas. Pode provocar 
morte tecidual. 
Criado por: @taylatlima 
Elétricas: corrente elétrica, a gravidade da lesão 
depende do tipo da corrente (direta ou alternada), 
da voltagem, da área do corpo exposta e da 
duração do contato. 
Radioativas: causadas por raios ultravioletas, 
pelos raios X ou por radiações 
Obs.: Nesta situação, é importante saber que a 
segurança da equipe pode estar em risco se houver 
exposição a substâncias radioativas presentes no 
ambiente ou na vítima. Essa situação demanda 
orientação adequada e a devida proteção. 
 
Profundidade 
 
Primeiro grau (superficiais): atingem apenas a 
epiderme. A pele fica avermelhada (eritema) e 
quente, pode haver edema discreto. Causam dor 
leve a moderada. Ex: queimaduras solares. A cura 
ocorre sem cicatriz, em geral dentro de uma 
semana. 
 
Segundo grau (espessura parcial): destroem a 
epiderme e parte da derme, sendo caracterizada 
pela presença de bolhas, exsudação, edema. 
Classificação: 
- Superficiais > a superfície abaixo das bolhas é 
molhada, brilhante, avermelhada, com 
sensibilidade exagerada ao toque. 
Reepitelizam espontaneamente em 7 a 14 
dias. 
- Profundas > superfície de um branco céreo, 
mas macia e elástica, sensível a pressão e 
insensível ao toque leve ou agulhadas suaves. 
Cicatrização em 4 a 6 semanas 
 
Obs.: As bolhas intactas formam uma proteção estéril 
à prova d’água. Quando a bolha se rompe forma uma 
ferida com secreção, o que aumenta o risco de 
infecção. 
Terceiro grau: destrói completamente destruída. 
A superfície é dura, seca, de cor amarelada e 
depois ressecada, com vasos dérmicos vistos por 
transparência. 
São queimaduras graves que penetram todas as 
camadas da pele, gordura e músculos subjacentes. 
A pele adquire um aspecto coriáceo, ceroso. 
Geralmente não são dolorosas (destruição das 
terminações nervosas). Por outro lado, as bordas 
da lesão de 3° pode apresentar outros graus de 
profundidade e, portanto, ser dolorosa. 
 
Extensão 
Refere-se a tamanho de área da superfície 
corporal (SC) queimada – extensão/porcentagem. 
Essa informação determina a gravidade da lesão e 
o tratamento a ser instituído. 
“Regra dos nove” > cálculo aproximado para 
mensurar a área atingida 
- Baixa: menos de 15% da SC 
- Média: 15-40% 
- Alta: mais de 40% 
Obs.: São consideradas grandes queimaduras: aquelas 
que atingem mais que 50% no adulto e mais de 10% 
no caso de crianças até 10 anos 
Criado por: @taylatlima 
 
 
EXTENSÃO DA QUEIMADURA 
Parte do corpo Adulto Crianças 
Cabeça 9% 18% 
Braço 18% 18% 
Tronco (frente) 18% 18% 
Tronco (costas) 18% 18% 
Genitália 1% 1% 
Pernas 36% 27% 
Total 100% 100% 
 
Localização 
Área crítica > face, mão, vias aéreas (!!), genitais; 
Semicrítica > todas as demais áreas corpóreas. 
Queimaduras críticas 
▪ Primeiro grau maiores que 75% da superfície 
corporal; 
▪ Segundo grau maiores que 25% da superfície 
corporal; 
▪ Terceiro grau maiores que 10% da superfície 
corporal; 
▪ Terceiro grau envolvendo face, mãos, pés ou 
genitais; 
▪ Queimaduras associadas a fraturas ou 
outras lesões de partes moles; 
▪ Queimaduras das vias aéreas ou lesão 
respiratória por inalação; 
▪ Queimaduras elétricas; 
▪ Vítimas idosas ou com doenças graves 
preexistentes 
Complicações da queimadura 
A complicação imediata de uma queimadura 
grave é o estado de choque e a parada 
cardiovascular causados pela: 
 Dor 
 Perda de plasma 
 Substâncias liberadas pelos tecidos 
lesionados. 
Complicações tardias: infecção da queimadura e 
cicatrização insuficiente que requer um enxerto 
cutâneo. 
Tratamentos: balneoterapia e pele 
de tilápia 
Balneoterapia 
 
Limpeza mecânica com fricção manual sobre as 
áreas lesionadas pela queimadura utilizando 
antisséptico. 
É realizada diariamente ou com frequência de 3x 
semana, com duração de 40 min. 
Objetivos: 
✓ Higiene > evitar infecções, removendo 
impurezas e mantendo a pele limpa 
✓ Terapêutico > facilita a cicatrização ao 
melhorar a circulação sanguínea 
✓ Preventivo > previne retração cicatricial, 
através de exercícios ativos; paciente livre 
de ataduras e imerso em solução 
Possíveis efeitos secundários que devem ser 
evitados, principalmente em paciente com área 
cruenta extensa ou no primeiro banho: 
- Lipotimia 
Criado por: @taylatlima 
- Hemorragia capilar 
- Maceração e aprofundamento das lesões 
por excesso de banho 
- Contaminação de área não infectada 
Pele da tilápia 
A pele de tilápia estimula fatores de crescimento 
de fibroblastos e liberam fator de crescimento de 
queratinócitos (KGF) > fechamento das feridas e 
cicatrização 
Eficiente, custo acessível e baixa frequência de 
troca 
- Estabilidade prolongada, o que propicia seu 
fácil armazenamento; 
- Fácil obtenção e manipulação; 
- Não apresenta agentes patógenos; 
- Possui boa aderência ao leito da ferida; 
- Necessita de única aplicação e garante 
facilitação dos movimentos articulares do 
indivíduo. 
- Possui características morfológicas 
semelhantes à pele humana 
 
 
Atuação Fisioterapêutica 
De forma complementar às cirurgias, 
principalmente as enxertias. Todas as ações do 
fisioterapeuta são muito amplas, apresentando 
condutas importantes em todas as fases, da 
internação ao acompanhamento ambulatorial. 
Sequelas comuns em pacientes queimados 
- Cicatrizes hipertróficas 
- Rigidez articular 
- Contraturas de tecidos moles ou articulares 
- Queloides 
Reabilitação: ↓ sequelas físicas, funcionais e 
psicológicas 
Objetivos da fisioterapia 
▪ ↓ edema e quadro álgico; 
▪ Manter ADM; 
▪ Melhorar da recuperação da pele e dos 
tecidos moles; 
▪ Prevenir complicações ou reduzir as 
contraturas cicatriciais; 
▪Evitar complicações pulmonares; 
▪ Promover total independência na 
deambulação e nas AVDs; 
▪ Melhorar a resistência cardiovascular. 
Fase de imobilização 
 
Programa de posicionamento para minimizar o 
edema, prevenir destruição do tecido e mante os 
tecidos moles alongados. 
Tipos de suporte 
 Suportes estáticos: usados quando é 
essencial manter uma determinada posição 
articular até que o movimento possa ser 
iniciado ou manter uma posição de repouso 
satisfatória entre os exercícios. 
 Suportes dinâmicos: podem permitir o 
movimento controlado de várias 
articulações. 
Criado por: @taylatlima 
Observações importantes 
- A posição precisa ser eficaz, porém não 
necessariamente à posição da função; 
- As articulações não devem estar incluídas 
desnecessariamente nos suportes. 
- Deve ser evitado o enfaixamento firme. 
- Os suportes devem ser enfaixados 
uniformemente. 
- Os enxertos e os retalhos não devem estar 
sujeitos à pressão do material do suporte. 
- As proeminências ósseas devem ser evitadas 
quando possível ou necessitam de 
acolchoamento dentro do suporte. 
- A compressão do nervo deve ser evitada. 
- A correção e prevenção de deformidade são 
essenciais, como também é a atividade 
muscular. Portanto, a imobilização dinâmica 
e intermitente deve ser utilizada quando 
possível. 
Fisioterapia respiratória 
As queimaduras podem gerar deformidades 
torácicas e doenças restritivas, nestes casos a 
espirometria é utilizada para diminuir o VRE, 
melhorando a expansão pulmonar e reduzindo o 
risco de complicações secundárias. 
Os exercícios proprioceptivos e reeducação do 
diafragma proporcionam melhora na elasticidade 
da área comprometida e maior mobilidade da 
caixa torácica. 
Outros recursos: higiene brônquica, reexpansão 
pulmonar e suporte ventilatório (VNI, VM, 
oxigenioterapia). 
Cinesioterapia 
Exercícios articulares e funcionais são 
recomentados desde a fase crítica até a alta 
fisioterapêutica, com programas de exercícios 
modificados periodicamente. 
Objetivos: ↓ edema e rigidez articular resultante 
▪ Movimentos passivos > paciente sedado e 
incapaz de realizar exercícios; realizado em 
intervalos regulares 
▪ Os exercícios ativos assistidos ou 
movimentos passivos > membros lesados; 
▪ Exercícios ativos livres > áreas não lesadas; 
Durante o banho, o paciente é imerso em água e, 
quando possível, a fisioterapia deve ser 
incorporada. 
Alongamentos 
 
A quantidade de força aplicada será controlada 
pela tolerância do paciente à dor, pela capacidade 
de os tecidos cederem ao alongamento e à 
circulação à área. 
Observar cuidadosamente as mudanças de cor da 
cicatriz; quando em alongamento total, ela ficará 
descorada e isto pode ser usado como diretriz à 
efetividade do tratamento. 
Quando o tecido cicatricial não responder aos 
tratamentos repetidos ou aos aumentos de 
contração, os tecidos necessitarão de liberação 
cirúrgica para recuperação da amplitude de 
movimento. 
Fortalecimento muscular 
Fortalecimento muscular para cada articulação 
através da amplitude total; 2x p/dia. Exemplo: 
cicloergômetros de pedalar ou remar 
Os músculos que trabalham sobre as articulações 
que estão fixadas, podem ser trabalhados 
isometricamente. Isometria ideal em regiões 
enxertadas do 5º ao 8º dia de pós cirúrgico. 
Instrumentos: pequenos pesos, faixas e 
therabands® graduadas de borracha 
Eletroterapia 
Melhora a cicatrização e a recuperação da função 
motora perdida ou diminuída. 
A estimulação elétrica aumenta a atividade 
muscular, resultando no aumento da força 
Criado por: @taylatlima 
muscular ou na recuperação do músculo 
hipotrofiado pelo desuso. 
Crioterapia 
Ajuda a reduzir a severidade da queimadura (1° e 
2° graus). 
Minimiza a formação de edemas e bolhas, 
promove analgesia, auxilia o processo de 
cicatrização e alongamento de tecido conjuntivo. 
Deambulação 
A sedestação e a deambulação deverão ser 
iniciadas o mais cedo possível, devendo ser 
interrompidas somente quando presença de 
enxertos de pele 
Deve ser iniciada mesmo que o paciente esteja 
com cateter urinário ou sonda nasogástrica. A 
atividade física pode ser dolorosa para o 
queimado, mas auxilia na autoestima. 
O ortostatismo, deambulação e treino de marcha 
são essenciais para a recuperação funcional 
motora do paciente, respeitando suas limitações e 
evolução. 
Fisioterapia em paciente não hospitalizado 
Avaliação fisioterapêutica: ADM, o processo 
cicatricial e a formação da cicatriz. 
Prevenção de contraturas > alongamento passivo 
regular e mobilidade do tecido cicatricial 
Quando todas as feridas estiverem cicatrizadas 
por completo e os enxertos estiverem estáveis, o 
paciente é avaliado e medido para usar as roupas 
de pressão. 
Fisioterapia Dermatofuncional após cirurgia 
plástica 
As complicações que surgem são: 
 Aderência do enxerto aos tecidos vizinhos 
 Contratura do tecido cicatricial 
 ADM diminuída 
 Tecidos imóveis duros 
 Áreas avermelhadas elevadas 
 Desconforto da pele esticada. 
 
Os princípios dermatofuncionais básicos são: 
✓ Correção das alterações pigmentares (hiper 
e hipopgmentações); 
✓ Redução dos processos cicatriciais; 
✓ Esfoliação, bioestimulação; 
✓ Reversão da atrofia dérmica; 
✓ Imunoestimulação; 
✓ Hidratação e emoliênica; 
✓ Aumento da elasticidade; 
✓ Redução das aderências e melhoria da 
textura da pele. 
Recursos terapêuticos utilizados: 
▪ Massagens: clássica, drenagem linfática, 
massagem transversa profunda; massagem 
reflexa, massagem respiratória. Ainda, a 
vacuoterapia ou depressoterapia poderá 
complementar a massoterapia, por sua ação 
desfibrosante de grande interesse em 
cicatrizes aderentes, promovendo seu 
remodelamento. 
▪ Eletroterapia: O ultrassom estimula a 
regeneração. A estimulação elétrica produz 
um aumento na atividade muscular, por 
influenciar as propriedades morfológicas, 
fisiológicas e bioquímicas. As correntes 
excitomotoras eleitas para o pós-queimado 
são as correntes de média frequência, por 
serem mais confortáveis. 
▪ Micropigmentação em cicatrizes: é uma 
técnica que utiliza um aparelho de corrente 
galvânica com agulha acoplada a uma caneta 
ou ponteira, com o pigmento escolhido, vai 
desenhando e dando contornos desejados. 
▪ Cosmética de tratamento e proteção 
▪ Maquiagem de camuflagem em discromias: 
a maquiagem corretiva poderá ser utilizada 
para cicatrizes da face, pescoço e mãos. 
Pode ser útil quando uma pessoa tem 
hiperpigmentação ou hipopigmentaação da 
pele devido a queimadura. 
▪ Terapia compressiva: pode-se usar ataduras 
elásticas para prover suporte vascular aos 
enxertos da pele e áreas doadoras e mesmo 
controlar a formação de cicatrizes e edemas. 
São aplicadas em forma de 8 (oito) nos 
membros inferiores, espiral em membros 
superiores e circular no tronco. 
Criado por: @taylatlima

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