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Medicina Unigranrio • Lucas Albernaz CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E ENVELHECIMENTO AULA 4 Distúrbio da Linguagem Distúrbios da Aquisição da Aprendizagem: A linguagem tem uma representação na clínica pediátria. Sabemos que quando falamos de linguagem temos que entender que é uma coisa muito complexa, é a comunicação. A linguagem pode ser: • Corporal • Gestual A aprendizagem é uma via de mão dupla com a linguagem. A linguagem é subdividida em 2 grandes porções: Recepção (tudo que percebemos e recebemos do outros) e a Expressão (tudo que transmitimos para o outro). Tanto a recepção quanto a expressão possuem 2 formas de serem realizadas: através da verbalidade ou através da escrita. Quando temos problemas de linguagem, há prejuízo na aprendizagem. Ou seja, se começar com problemas na linguagem vai crescer a bola de neve e pior é a aprendizagem O IMPORTANTE DISSO TUDO É A IDENTIFICAÇAO PRECOCE, OU SEJA, QUANTO MAIS CEDO IDENTIFICAR O PROBLEMA MELHOR SÃO AS CHANCES DE TRATAR OU MELHORAR AQUELA SITUAÇÃO Identificação precoce é o ponto chave para podermos tratar antes que se torne uma bola de neve. A aprendizagem da linguagem precisa de: • Genética: vai fazer com que seja mais rápido ou mais lento • Anatomofuncional: cérebro funcionando adequadamente • Ambiente: onde nos primeiros 5 anos o ambiente é importantíssimo para a criança, mais ainda que o genético, onde há estimulação da criança • Estímulo verbal: conversar estimula e muito a rapidez com que começa a comunicação Linguagem: É um sistema convencional de símbolos arbitrários que são combinados de modo sistemático e orientado para armazenar e trocar informações. Ou seja, convencionamos os símbolos com um sentido que será transmitido pela linguagem. Exemplo: o símbolo do facebook. Os primeiros passos da linguagem começa no: 1. Olhar 2. Expressões da fisionomia 3. Gestos Medicina Unigranrio • Lucas Albernaz Fases da Linguagem • pré-linguística (até 11-12m) = fonemas; • linguística = palavras Envolve 4 sistemas interdependentes • Pragmatismo: comunicação num contexto social • Fonológico: percepção e produção de sons (palavras) • Semântico: significado da palavra • Gramatical: regras sintáticas e morfológicas Medicina Unigranrio • Lucas Albernaz Um som quando chega até o ouvido, temos todo um processo de captação, decodificação e envio para o cérebro: O som chega ao ouvido, é um sinal auditivo que é decodificado e transformado em impulso elétrico passando pelas células nervosas até a área auditiva córtex cerebral que é o lobo temporal) que processa esses impulsos = ÁREA DE WERNICKE. Reprocessamento de impulsos = ÁREA DE WERNICKE “toda vez que chega um som no meu ouvido ele vai para área de wernicke, onde uma parte disso ele manda buscar no lobo parietal, o conceito do som e outra parte vai para a porção inferior do lobo temporal vai procurar a imagem: • Lobo parietal: conceitos • Porção inferior do lobo temporal: imagem WENICKE está relacionado ao que está chegando para a pessoa, e logo associa com alguma coisa já vista. Recebe e tenta entender o contexto e busca da imagem relacionada. Depois disso a informação é jogada para a BROCA para tentar responder o que foi recebido: WERNICKE CHEGA A PALAVRA OUVIDA BROCA SAI A RESPOSTA VERBAL BROCA: o processo inverso que leva a resposta através das estruturas que lapidam a informação que será falada. Representação interna > Área de Broca na porção inferior do lobo frontal > é convertida em padrões de ativação neural onde os neurônios vão fazer com que haja a resposta dentro do contexto. Mas para isso precisa de Memória e controle motor (anatomia e função). A memória e o controle motor são muito importantes no momento da resposta. O HEMISFÉRIO ESQUERDO É DOMINANTE PARA LINGUAGEM EM ATÉ 90% DA POPULAÇÃO. O HEMISFÉRIO DIREITO PARTICIPA NA PRAGMÁTICA Etiologia dos distúrbios da linguagem oral e escrita: • Fala: é preciso da articulação, ressonância, voz, fluência, ritmo e prosódia. 3 a 15% das crianças estão entre os mais frequentes problemas de desenvolvimento – distúrbio da linguagem e cognitiva. Isso é influenciado por fatores orgânicos, intelectuais/cognitivos e emocionais. Também condições desfavoráveis (retardo mental) ou influências externas (instrução). CLASSIFICAÇÃO: • Atraso: sequência correta, em ritmo mais lento Medicina Unigranrio • Lucas Albernaz • Dissociação: diferença significativa entre evolução da linguagem e das outras áreas do desenvolvimento • Desvio: aquisição qualitativamente anômala da linguagem. Padrão mais alterado: AUTISMO ECOLALIA: repetição do final de uma palavra ou uma frase, ou até mesmo a repetição da uma palavra. PERSEVERAÇÃO: persistência inapropriada no mesmo tema. No autismo: distúrbio na comunicação e atraso na linguagem MUITO CUIDADO: as vezes temos epilepsia que compromete a área da linguagem e podemos achar que a criança está com TEA – Transtorno do espectro autista Distúrbios mais relacionados a linguagem: • Disfasia: má coordenação da palavra • Afasia: dificuldade de nomear e associar pessoa e objetos. Defeito na comunicação do wernicke para broca. Linguagem e Autismo: • Palavras pouco usuais • Inversão pronominal • Ecolalia: repetição das palavras • Discurso incoerente: perseverando em um assunto sem sentido • Crianças não responsivas a questionamentos: a mãe se sente totalmente mal amada porque a criança não olha. Os pais pensam logo em déficit auditivo. • Prosódia aberrante: principalmente com acentuação • Falta de comunicação • Perseverarão Perturbações da comunicação não verbal Comportamento estereotipado e perseverante Interesse restrito Alterações da capacidade social Intervenção na criança com distúrbio de linguagem: É necessário levar em consideração: levar ao psicólogo, fonoaudiólogo. Trabalhar de acordo com a idade da criança, com o que ela permite. De acordo com o cognitivo e emocional do desenvolvimento da criança Não é apenas neuro, mas sim multidisciplinar Princípios Básicos: • Avaliação do desenvolvimento da linguagem em todos os níveis. Até onde há o comprometimento • Orientação da família e à escola Medicina Unigranrio • Lucas Albernaz • Terapia: da fala, da voz, da motricidade oral, da linguagem oral e linguagem escrita. Tudo de forma lúdica para trabalhar sem perceber. Aprendizagem: Quando temos problemas na linguagem (que vem antes), vamos ter problemas na aprendizagem Conceito: Construção, ação e tomada de consciência da coordenação das ações. A aprendizagem precisa muito da leitura e escrita. Então precisamos ter o domínio da linguagem e uma capacidade de simbolização, ou seja, observar imagens e identificar/construir um sentido, conceito e contexto. Habilidade de leitura: ligada a decodificação, fluências e compreensão. Análise visual através do processamento visuo-perceptivo do estímulo gráfico, ou seja, as letras e números observadas são processados através da leitura. Grafema: sílaba ou palavra escrita Fonema: sílaba ou palavra falada -> via não lexical Via não-lexical: leitura mais primitiva, grafema + fonema, ou seja, ler a palavra juntando as sílabas de forma muito rápida Via lexical é a via mais curta, onde o cérebro procura dar sentido as palavras, dando contexto e significado. Leitura global que vem depois com o tempo Análise visual através do processamento visuo-perceptivo do estímulo gráfico. Em seguida, ocorre o processamento linguístico da leitura, onde através da via não-lexical é feita a conversão grafema-fonema e, pela via lexical, é feita a leitura global da palavra com acesso ao significado. Lexical é quando têm a leitura via significado. O HEMISFERIO ESQUERDO TA LIGADO A LINGUAGEM, ENTÃO TENTA LER. E O HEMISFÉRIO DIREITO TENTA DIZER A COR. GERANDO CONFUSÃO MENTAL.Quando falamos de aprendizagem começamos a entender que utilizamos muito mais áreas que a linguagem: • Região occipital: córtex visual primário, leitura, processamento dos símbolos gráficos • Lobo parietal: questões visuo-espaciais da grafia • Na aprendizagem ainda temos a utilização da área de wernicke com a compreensão da linguagem – lobo temporal • Também temos o córtex primário motor (área de broca) que é a expressão da linguagem escrita ou falada. – Lobo frontal Dificuldade da aprendizagem na linguagem escrita: Alteração na aprendizagem da leitura, escrita e raciocínio lógico-matemático. Esses fatores estão diretamente relacionados a uma dificuldade na linguagem oral. Lembrar que: o disléxico pode ter disgrafia, disortografia e discalculia, mas não é obrigatório! Medicina Unigranrio • Lucas Albernaz Dislexia Dificuldade específica na realização da leitura e da escrita 2 tipos: 1. dislexia de desenvolvimento – ambiental 2. dislexia adquirida – lesão cerebral. Características: • Déficit de atenção e hiperatividade pode ser concomitante • Baixo peso ao nascer (PIG) • Influências genéticas • Pode haver associação com disgrafia e disortografia • Alterações auditivas e visuais referentes à orientação espacial • TDAH x Dislexia (pode haver concomitância) • Diferença na utilização cortical durante a leitura em crianças com baixo peso ao nascer • Estudos do projeto genoma humano evidenciaram 4 genes de suscetibilidade à dislexia • Disgrafia e disortografia Intervenções do profissional: • Estimular percepção visuo-espacial: esquerda-direita, em cima em baixo, dentro fora, bola, espaçamento entre as letras. • Estimular habilidades psicomotoras • Estimular habilidade de leitura através de histórias infantis, jogos de rima, jogos com letras e desenhos. Referências Bibliográficas: RODRIGUES T.R. E RODRIGUES P.P.B. Semiologia Pediátrica. 3a edição. Rio de Janeiro ISBN-10: 85277715783. Guanabara Koogan, 2009. Medicina Unigranrio • Lucas Albernaz
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