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Vitória Zilda de Alencar Ribeiro Fundamentos de enfermagem 1 Papel do sorriso e dos dentes Quando pensamos em cavidade bucal, a primeira coisa que nos chama a atenção no nosso relacionamento com outras pessoas, são os dentes, a capacidade do sorriso e a observação dos dentes. Os dentes podem ser desde um artifício de vínculo social, pode ser algo que gera uma determinada piada ou até mesmo espanto, recusa. A gente observa uma pessoa que tem uma dentição incompleta, dentes sujos. De maneira bem prática, nós visualizamos o papel do sorriso e dos dentes em todas as áreas, os dentes têm um potencial para transmitir um sentimento de positivo de alegria, também pode ser um objeto que transmite dor por meio de uma mordida por exemplo. Saúde pública e a saúde bucal Pensando no ponto de vista de saúde pública, nós temos uma evolução das nossas políticas aqui no Brasil, nós passamos de um modelo de odontologia social e preventiva para um aspecto de saúde bucal coletiva, saúde coletiva. Isso é interessante porque até então, quando se pensava em saúde bucal, antigamente nós tínhamos o seguinte cenário: um determinado município contratava um dentista, fazia uma inspeção dos dentes das crianças em uma escola e ensinava as crianças a escovar os dentes, a fazer o uso do fio dental, a utilizar o antisséptico bucal; já os indivíduos adultos que apresentavam um problema de cárie, tinha o dente extraído tendo em vista minimizar a dor e inibir a disseminação de bactérias pela corrente sanguínea. Quando falamos do aspecto social é importante estar ressaltando que em determinado momento da história, principalmente dos nossos pais ou dos nossos avós, quando foi introduzida a utilização de próteses dentárias, porque o indivíduo tinha que utilizar de recursos para fazer a aquisição daquela prótese isso teve um determinado status social, então não era comum em cidades do interior, principalmente, de pessoas que possuíam toda a dentição completa realizarem a extração de todos os dentes para utilizarem prótese dentária, colocar dentes de ouro, etc., existia um determinado valor social naquela prótese. Hoje nós evoluímos para um modelo de saúde bucal coletiva e isso se faz importante porque aquela história que o dentista, o técnico de odontologia ia na escola ensinar a criança a utilizar pasta de dente e fio dental, apesar de ser importante não era o suficiente devido as mazelas, as feridas que nós temos na nossa sociedade, dentre elas a pobreza. Atacar a pobreza também influencia em outros aspectos, inclusive no aspecto de saúde, nós observamos que embora se tenha uma devida importância de mandar o profissional para fazer toda essa avaliação da saúde bucal de uma criança, nós ainda temos essa ferida, esse buraco social que se caracteriza por famílias não possuírem recursos para comprar insumos para a saúde, e aí nós precisamos modificar toda essa política, compreendendo a importância da gestão em saúde, do economista, do professor ensinando dentro da sala de aula, do técnico especialista que é o dentista ou enfermeiro, médico e etc., e por aí vai, do nutricionista em relação ao alimento, acesso da população à alimentação saudável. Evoluímos para um modelo em que vai desde o aspecto de saúde geral, habitação, saneamento básico, aumento de renda, e o ambiente como um todo. Esse atendimento tem uma hierarquia, indo da assistência primária que consiste na prevenção, educação, práticas curativas indispensáveis, grupos prioritários sociais e epidemiológicos (qual o público precisa ter uma atenção, como cáries em crianças) e tem a assistência especializada, serviços de especialistas especialmente necessários, como o próprio dentista contratado pela rede pública ou então em países que temos sistema de voucher onde o estado dá o dinheiro para você e você escolhe em qual especialista que ir da rede privada. Dependendo da gravidade da situação, o dentista pode encaminhar para uma assistência mais complexa. Quando olhamos para o aspecto tema saúde bucal, temos que pensar em todas as estruturas que compõem esse sistema, não somente a parte interna, como os dentes, língua, glândulas mandibulares, mas a minha avaliação com profissional deve-se começar na inspeção da parte externa, analisando a simetria do sorriso, verificando se não existe desvio de rima, observar o filtro do lábio, coloração dos lábios, hidratação, asa do nariz por causa da inervação do trigêmeo. Vitória Zilda de Alencar Ribeiro Lembrando que o céu da boca se divide em palato duro e mole (tecido conjuntivo confere maior resistência do osso), artérias e nervos que fazem projeções e ramificações principalmente na região do palato duro, glândulas palatinas, retromolares que ajudam a fazer a lubrificação da cavidade e músculos que estão relacionados não somente com a deglutição, mas também com o processo de fala e de articulação. O ser humano não nasce com os dentes e o ser humano na fase adulta possui 32 dentes. Há pessoas que não possuem o dente do siso, podendo estar relacionado com uma variação anatômica do tipo de alimento que é consumido em uma determinada região. O apêndice possui importante papel na regulação da microbiota intestinal; após um quadro de diarreia, todas as bactérias que ficam alojadas no apêndice passam a proliferar e reconstituir a microbiota intestinal. Anatomia e microbiota bucal O indivíduo na infância possui a primeira dentição de leite que começa a surgir com 6 meses e com 48 meses possui a dentição de leite completa. Entre os 6 e 12 anos a dentição é mista. O dente é o tecido mais duro do nosso corpo, cerca de 92% de sua composição é de hidroxiapatita de cálcio. O esmalte tem aproximadamente 2,5mm, e o flúor adicionado a hidroxiapatita de cálcio torna o esmalte mais resistente a desmineralização que vai acontecer com o passar do tempo. Nossa boca possui um microbioma próprio, com uma série de relações entre microrganismos e o nosso organismo na produção de defesa ou de doenças de acordo com a comunidade de microrganismos que estão residentes na nossa cavidade bucal. Quando escovamos os dentes, acabamos reduzindo o microbioma e com o passar do tempo nossa boca acaba sendo repovoada, começando pela interação de estreptococos com actinomices; essas primeiras bactérias que vão repovoando os dentes vão servir de base para a ligação de outras bactérias. Com o tempo, vai chegar em um ponto que dependendo da condição de saúde do indivíduo, pode-se ter treponemas e até mesmo fungos fazendo parte da composição da microbiota bucal. A placa bacteriana a interação da saliva com a presença de enzimas e aminoácidos, que vai enrijecendo e recebe o nome de placa bacteriana. Essa interação entre as bactérias pode ser um mecanismo cooperativo, agregação e dependendo do estado de saúde ou a falta de higiene bucal pode levar esse tipo de bactéria a substituição, passando a ter uma agregação maior por bactérias que são nocivas. Quando realizamos a higiene bucal, estamos reduzindo a possibilidade da ligação de bactérias, reduzindo a possibilidade dalas terem um metabolismo e com isso eu tenho a manutenção do estado de saúde. Quando o indivíduo é imunocomprometido, se tem um risco de infecção por fungos na cavidade bucal, e conforme esses micróbios vão interagindo com a saliva, vai ter presença de enzimas, aminoácidos e etc., enrijecendo e formando a placa bacteriana. Com o passar do tempo e com o envelhecimento, ocorre mudanças fisiológicas que vão levando a alteração na saliva, na composição da nossa boca, no microbioma e por aí vai. Um estudo mostrou que existe uma diferença entre os grupos raciais, observando que no grupo controle (grupo de mulheres na menopausa) houve uma alteração maior na quantidade de saliva (diminuiu a saliva) equando se faz a reposição hormonal, há melhora nos sintomas de boca seca ocasionados pela menopausa. Quando modificamos a dieta de um indivíduo, pode haver o aumento do risco de doenças periodontais. Quando modificamos e aumentamos as doenças periodontais, há o aumento dos partos prematuros. As chances de um evento ocorrer na presença de parto prematuro e doenças periodontais apresenta um maior risco do que álcool, características raciais, idade, número de partos anteriores. Mulheres com periodontite tem um risco maior de desenvolver e ter um parto prematuro. Cárie não é transmissível; é um desgaste do esmalte do dente provocado pelo metabolismo das bactérias. Fatores epidemiológicos das doenças periodontais Alguns países apresentam 6% da população com gengivite e outros apresentam 94% da população com gengivite; muitos casos não são notificados devido à falta de investimento. Há países muito pobres com dificuldade de acesso aos profissionais da área da saúde; quando migramos para um país grande, assim como o nosso, vemos que não possuímos uma realidade uniforme e sim heterogênea. Dentro do Brasil temos diversos Brasis. Vitória Zilda de Alencar Ribeiro Isso impacta muito quando estamos falando de políticas públicas de saúde; quando você adota uma política nacional, há dificuldade de implementação dela a nível local. Para que haja implementação desse sistema de serviço, precisa ter aporte de recursos no local, no município; como vai funcionar esse repasse de verbas? Vem da união, governo federal, para o governo estadual e municipal; e esse é o problema, porque a política é feita em nível federal e existe a dificuldade de implementação aqui na região. A coordenação de serviço: ao se deparar com um problema de saúde bucal, como uma criança que está na pré-escola foi identificada com uma doença na gengiva e eu como enfermeiro encaminho essa criança ao dentista; no dentista, descobre que a criança tem câncer, só que nessa idade não tem condições de tratar o câncer, então é encaminhada para o serviço de referência, como um hospital regional até a criança ter a resolução do caso; isso é importante, o nível de coordenação, porém, precisamos saber a realidade do nosso município, da nossa cidade e o que queremos alcançar. Se não há profissionais adequados, não há notificação adequada; não existe investimento adequado, do ponto de vista para prevenção e tratamento de doenças bucais, porém, se faz necessário, principalmente o trabalho de prevenção, quando não há tantos recursos. Fatores de risco para doenças periodontais Idade: conforme a mulher chega na menopausa, diminui a quantidade de produção de saliva, e isso faz com que haja uma configuração do microbioma local; com o avançar da idade há uma atrofia das glândulas salivares e isso faz com que a boca do idoso fique mais seca; há uma diminuição da sensibilidade de osmorreceptores, o idoso não tem o mesmo gatilho de sede que nós temos, o idoso não percebe que está com sede, que precisa tomar água. Sexo: os homens não sentem tanto o impacto hormonal quanto as mulheres. Raça/etnia: em mulheres na menopausa (brancas, hispânicas e afroamericanas), as afroamericanas eram mais suscetíveis a doenças periodontais. Microbiota específica: está relacionada com os hábitos alimentares; quando se tem um alto consumo de açúcar e poucas fibras e grãos, você passa a ter um número maior de bactérias que são deletérias, que podem provocar algumas doenças em relação as bactérias comensais. Etilismo e tabagismo: o cigarro além da nicotina possui mais de 5 mil substâncias, sendo a maioria cancerígenas. O hábito de fumar acaba gerando uma resposta inflamatória no organismo, maior na boca, pois é a 1ª via de contato e também em outros sistemas, modificando o microbioma e propiciando para doenças periodontais. Diabetes: como a taxa de açúcar no sangue está elevada, eu estou modificando o microbioma também e caso haja ferimento na boca, como a cicatrização é mais lenta, pode ser uma porta de entrada para as bactérias ganharem a corrente sanguínea e promover uma endocardite (inflamação na membrana que reveste a parede interna do coração e as válvulas cardíacas). Quimioterápicos: a quimioterapia possui um quadro de inflamação química do organismo que propicia a modificação do microbioma e o surgimento de lesões. Dispositivos médicos, como sondas e cateteres. Traumas ou cirurgias orais: dependendo do trauma facial, pode haver comprometimento da região. Retração gengival: acontece bastante no dente canino e pode estar relacionada com fatores genéticos, processos inflamatórios pelo tabagismo ou doenças periodontais e pode estar relacionada com traumas mecânicos repetidos (escovação de dentes feita de forma errada ou com escova dental com cerdas mais rígidas). O processo para se fazer a higiene oral Na higiene oral, o ideal é que o enfermeiro não faça pelo paciente; antes de termos a atitude, para a atividade de realizar o procedimento, é importante que o enfermeiro avalie o paciente e veja as condições que ele tem para realizar aquela tarefa. Teoria de Dorothea Orem: só faça pelo paciente aquilo que ele não consegue fazer – teoria do autocuidado. Se o paciente tem condições de fazer por ele mesmo, eu propicio o material e o ambiente para que ele realize a higiene bucal. Quando o indivíduo está realizado sua higiene oral, podemos obter uma série de dados relacionados ao estado de saúde do mesmo, posso observar inflamações que ele apresenta, como hipersensibilidade a temperatura, neuralgia do trigêmeo, trauma de face, hipersensibilidade durante a escovação; tudo isso pode me dizer também do sistema nervoso desse paciente ou como ele está evoluindo após um trauma. Força muscular: interfere, pois, o paciente que sofreu insuficiência cardíaca, AVE, movimentos não coordenados com histórico de meningite, perda de grau de profundidade de movimento não consegue realizar a própria higiene bucal na maioria das vezes. Padrão respiratório: o paciente com um coração fraco, enquanto realiza a higiene bucal fica cansado, perde o folego, fica dispneico, podendo evoluir para um quadro de cianose. Vitória Zilda de Alencar Ribeiro Paralisia facial: as vezes ele pode não conseguir cuspir a água, devido a metade da face paralisada. Se o paciente está internado acamado, compete a enfermagem reunir o material e o preparar o ambiente para que o paciente realize o cuidado; o enfermeiro coloca uma mesa de refeição, pode ser uma compressa não esterilizada (o pessoal costuma utilizar papel toalha mesmo), uma toalha para que ele não se molhe, um copo com água, uma cubarrim para cuspir, e uma toalha para o paciente se secar. Se a unidade não tem cubarrim, o erro é seu; porém, se você solicitou para a sua unidade e não chegou, o erro é da instituição. Quando não há material adequado para trabalhar, a qualidade da assistência cai, aumentando o número de infecções, entre outros. No ambiente hospital quem tem que prestar o cuidado são os profissionais e não os familiares, porém, o enfermeiro pode prescrever a orientação para que a família também possa aprender para quando esse paciente tiver alta. A saúde do paciente e seu conforto não pode ser prejudicado em detrimento de normas e rotinas; elas servem para adequar nosso atendimento ao paciente, não é o paciente que deve se adequar as normas e rotinas da instituição. Higiene oral conforme a idade De acordo com a idade existem procedimentos adequados. Crianças até 6 meses, geralmente se utiliza gaze não estéril com água destilada, se passa na gengiva, no canto da boca, bochecha, língua; o ideal é que seja realiza a cada mamada ou 3X ao dia no mínimo. Orientamos a mãe a fazer e acompanhamos o procedimento nas primeiras vezes,afim de estimular o autocuidado; a chupeta no máximo até dois anos de idade para não provocar falhas no desenvolvimento e crescimento dos dentes; os dentes da maxila devem sobrepor os dentes da mandíbula e sobrar para fora. A criança que fica muito tempo na mamadeira além de ter um desenvolvimento inadequado da dentição, desenvolve cárie; orientar os pais sobre a importância da higienização do bico da mamadeira, higiene bucal, etc. Dos 6 meses aos 2 anos e meio não deve se usar creme dental (contém substâncias que são muito abrasivas e podem gerar um estresse químico na mucosa da boca), só água e uma escova dental com cerdas adequadas (dedeira) para a idade. Dos 2 anos e meio aos 5 anos e meio usar a técnica circular/horizontal, creme dental e a escova correta para a idade com auxílio dos pais; o creme dental deve ser sem flúor. Dos 5 anos em meio em diante deve se usar a escova correta, creme dental com flúor, técnica de bass (fazer movimentos com a escova partindo da gengiva para baixo), encostar as cerdas da escova próxima e fazer um movimento de “tirar o pó”, um movimento único 10 vezes. Evitar a ingestão do creme dental e consumo de água 30min após a escovação. Por mais que o paciente esteja entubado, ainda se tem a necessidade de ter sua higiene bucal sendo realizada pela equipe de enfermagem; de acordo com o código de ética do paciente, todo paciente crítico deve ter assistência direta do enfermeiro. Quando o paciente está entubado, por ficar com a boca aberta, em 48h já há modificação do microbioma, além do ar- condicionado ligado, que deixa o ambiente seco e provoca o ressecamento da mucosa bucal e tem uma proliferação de bactérias, e com isso, as bactérias da cavidade bucal podem acabar migrando para as vias aéreas inferiores provocando pneumonia. Mesmo o paciente em coma, ele pode ter reflexo de náusea e apresentar êmese com o conteúdo gástrico; dependendo do quadro clínico do paciente, se ele estiver com o íleo paralítico, até mesmo as fezes podem retornar pela boca do paciente no quadro de êmese, e como não tem a epiglote formando uma barreira, esse conteúdo ficará na parte superior do balonete e com isso as bactérias vão migrar para o pulmão, provocando uma pneumonia. A higiene bucal também serve para prevenir infecções respiratórias e outros agravos na área da saúde. Os principais obstáculos são o tempo escasso por lotação da enfermaria e outras atribuições, fazendo com que o enfermeiro acabe priorizando alguns cuidados, e vemos hoje em dia a negligência com a higiene bucal. É necessário ter o material adequado para fazer a higienização bucal em pacientes acamados; se eu invisto em produtos adequados para fazer a higienização bucal, e quando implemento uma rotina nos setores críticos para que os profissionais realizem o procedimento e saibam porque estão realizando, a taxa de infecção hospitalar cai. Com a queda da taxa de infecção, ele vai de alta mais cedo, aumentando a rotatividade, entrando mais dinheiro no caixa da instituição e diminuindo os gastos; quanto maior o tempo que o paciente fica dentro de um hospital, mais gasto ele gera. Somente na ação de escovar os dentes do cliente, há uma enorme repercussão na instituição, a nível de gestão, administrativo e o estado de saúde do paciente, pois vai ficar bem cuidado, satisfeito com o tratamento que lhe foi oferecido, os familiares ficam satisfeitos, ele não terá problema de saúde, irá de alta mais cedo, o que implica em menos riscos e menos acidentes durante o período de internação. Pacientes desacordados: quando o paciente tiver dentes, não coloque o dedo na boca, para garantir nossa segurança. Muitos hospitais adaptam uma espátula para fazer a higiene bucal com uma gaze, ou enrola a gaze na espátula, ou prende com fita crepe, adesiva, ou pega outra gaze e dá um nó e usa como Vitória Zilda de Alencar Ribeiro se fosse um swab, molha na solução de água com pasta e higieniza a cavidade bucal do paciente. Existem swabs próprios para fazer a higienização, a vantagem deles é que são flexíveis e possuem uma ponta macia. Para pacientes entubados existe uma escova de dente própria aspirativa, conectando uma extensão na ponta da escova e liga na rede de gases, geralmente liga-se no vácuo, coloca creme dental na escova e a medida em que escovamos os dentes do paciente, já ocorre aspiração para um frasco por meio de vácuo e isso faz com que haja um processo mecânico da higienização de maneira mais efetiva. Paciente em coma sempre tenho que elevar o decúbito a 45° ou 90°, dependendo da patologia do paciente. Na hora de fazer a escovação, devo tomar cuidado pois na hora de jogar água com um copinho na boca do paciente, esse paciente pode deglutir ou um pouco de água pode escorrer e ficar encima do cuff e isso provoca pneumonia também, porque estou trazendo água suja direto para as vias aéreas do paciente. EPI’s para um paciente entubado: luva de procedimento, escova aspirativa, compressa não estéril (gazes), swab (ou escova aspirativa), creme dental, cadarço/fixação do TOT, toalha, cubarrim para desprezar, copo com água, toalha ou papel toalha, fixação do TOT, fio dental e antisséptico bucal. Todo material de higiene pessoa é obrigação da instituição fornecer, como escova de dente, shampoo, pasta, sabonete, toalha). Não é antiético explicar a rotina da instituição e nossa técnica não deve quebrar nenhum princípio científico. Pode-se usar água bicabornatada quando não se tem creme dental, porém é necessário ter uma concentração adequada de bicarbonato, pois pouco não é efetivo para a higienização e muito promove um elemento agressivo para a mucosa, chegando a provocar queimaduras químicas. A clorexidina é um produto interessante para a higienização da cavidade bucal, tanto para pacientes hospitalizados quanto para pacientes que realizaram algum procedimento odontológico e estão em domicílio (a clorexidina aquosa é a mesma utilizada para fazer curativos, porém em menor concentração); o seu poder de limpeza é maior que o antisséptico e possui uma ação residual muito superior ao antisséptico convencional, com 12h ou mais, portanto, protege a boca do paciente contra a proliferação de bactérias e não precisa ser diluída. Em pacientes entubados, o ideal é que a escovação seja feita no mínimo 3 vezes, a higienização bucal deve ser feita antes e depois da retirado do tubo; antes para diminuir a quantidade de microrganismos e reduzir uma translocação e depois para poder limpar a boca de maneira adequada. Utilizar mesinha de apoio, o decúbito deve estar sempre elevado. Os óculos de proteção e máscara cirúrgica só são utilizadas se o paciente estiver entubado. LAVAR AS MAOS ANTES E DEPOIS. Não utilizar soro fisiológico, pois tem cloreto de sódio que vai puxar a água do tecido. VÍDEO: o que chamou atenção no vídeo era a escova que não era aspirativa, o decúbito estava muito baixo para essa escova, para a hidratação dos lábios deve-se usar água ou dersani, mexeram na grade com a luva. Comece limpando do mais limpo para o mais sujo, recolher o material, organizar a unidade, lavar as mãos e registrar! Cuidados Prótese dentária: existem diferentes tipos, podem ser fabricados de resina, acrílico ou porcelana, de acordo com o material existe um determinado cuidado. A prótese pode ser completa ou parcial, tudo de acordo com a quantidade de dentes comprometidos; há próteses completas. As próteses podem ser removíveis ou fixas, parcial flexível ou com ganchos, e próteses buco maxilo facial. A autoimagem, a alimentação, a adaptação, fala e falta de dentes, o uso de dentaduras influencia no fator saúde bucal, pois não é somente o sistema digestivo que importa, a imagem do paciente perante a ele próprio e perante a sociedade também importa muito;a percepção da imagem é muito importante. Devemos lembrar que a prótese é um material e tem o seu desgaste, então são necessárias consultas para a manutenção com o dentista, após refeições realizar enxague em água corrente. Na prótese parcial não usamos creme dental, porque é abrasivo e pode desgastar o material. Use água e sabão/detergente neutro. Realizar a escovação da gengiva e da língua. A noite, deixar a prótese num copo com água filtrada. Com a prótese fixa, jato d’água que limpe entre os dentes. Material para a realização da técnica Leito que propicie elevação do decúbito. Toalha. Mesinha para o apoio. Cubarrim. Copo. Água. Escova dental. Fonte de vácuo. Óculos de proteção. Máscara cirúrgica. Luva de procedimento. Compressa de gaze não estéril ou swab flexível.
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