Buscar

Seção 1- Relaxamento de Prisão

Prévia do material em texto

AO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE EXTREMA/MG
NONO NINHO, brasileiro, casado, vendedor, nascido em 01/01/2000, inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, com endereço na Rua XXXXXX, nº XXX, no bairro XXXXXXXXX, na cidade de XXXXXXX, estado XX vem por intermédio de seu advogado inscrito na OAB nº XXXXX abaixo assinado a presença de Vª Exaª requerer:
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
A luz do art. 5º da Constituição Federal e art. 310, I do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito demonstradas a seguir.
I. DOS FATOS:
Nono Ninho, requerente no presente feito, recebeu ordem de prisão em flagrante na cidade de Vargem/SP, por volta das 08:00 do dia 06/01/2020, sob a alegação de que teria praticado o delito de roubo, com emprego de arma de fogo no dia anterior, qual seja, 05/01/2020, ocasião em que, teria, supostamente, subtraído da vítima o relógio que estava portando. 
Ocorre, que a prisão somente se deu, pois o policial responsável pela ordem de prisão avistou o requerente e relatou que este possuía as mesmas características descritas pela vítima, e, ainda, estava utilizando o relógio da mesma marca que foi subtraído da vítima, o que resultou no ato de voz de prisão dado pelo servidor da Polícia Militar.
Assim, o requerente foi conduzido a Delegacia de Policia da cidade de Vargem/SP, onde teve o auto de prisão lavrado pela autoridade policial a luz do art. 302, IV do CPP. 
Vejamos:
“Art. 302.  Considera-se em flagrante delito quem:
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.”
Insta salientar que o inciso IV é chamado de flagrante presumido ou flagrante impróprio. Destarte, resta comprovado a completa ILEGALIDADE da prisão em flagrante, uma vez que não ocorreu o flagrante delito presumido.
Ainda, cumpre ratificar, que nenhuma evidência do crime foi encontrada junto ao requerente, ou sequer próximo a ele, mesmo assim, a autoridade policial, qual seja neste caso o delegado de polícia, realizou a prisão em flagrante do requerente sem que houvesse motivo técnico e justo para tanto. 
Diante de todo o exposto, deve ser relaxado IMEDIATAMENTE por força do disposto do art. 310, I do CPP a prisão do requerente.
II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:
Flagrante delito é aquele cujo está sendo consumado, portanto, é aquele é surpreendido cometendo a infração delituosa. Contudo, a legislação alargou este conceito, estendendo-se a outras situações. Destarte, pode-se dizer que o art. 302 do CPP considera como flagrante delito quem:
“I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.”
Ainda, considera-se que os incisos I e II do artigo acima mencionado são os chamados de flagrante próprio, o inciso III é chamado de flagrante impróprio e, por fim, o inciso IV é conhecido como flagrante presumido. 
Nenhuma das modalidades acima expostas ocorreu no caso em tela conforme observa-se do auto de prisão em flagrante. Assim, não houve nenhum flagrante com relação ao requerente e nem poderia, pois, possuir as mesmas características físicas descritas pela vítima e, ainda, estar utilizando um relógio da mesma marca do que fora subtraído pelo ofendido, não é tipificado como crime, ou seja, não é crime e nunca fora portar um relógio idêntico ao que fora subtraído de alguém, e também, não é crime possuir as mesmas características físicas do suposto autor, coincidentemente. 
Diante de todo o exposto, requer seja decretado o relaxamento de prisão de Nono Ninho, expedindo-se o competente alvará de soltura. 
III. DOS PEDIDOS:
Ante ao exposto, requer:
a) O reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante delito, ou, consequente relaxamento da prisão expedindo-se o competente alvará de soltura em favor do requerente por ser medida da justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
Cidade, dia XXXXX, de mês XXXXXX de ano XXXX.
ADVOGADO
OAB

Continue navegando