Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Me. Marcelo Almeida UNIDADE III Sociologia e Educação Os temas da sociedade contemporânea As teorias clássicas e as matrizes básicas da Sociologia da Educação A Sociologia da Educação no Brasil Globalização e Educação Pós-modernidade e Educação Assuntos da Unidade III Os temas da sociedade contemporânea elencados a seguir foram levantados pelo professor Pedro Demo* e têm como foco a exploração de temas atuais de significativa relevância para o estudo sociológico da escola, de forma a contribuir para a reflexão crítica de professores e estudantes sobre a realidade escolar. *DEMO, Pedro. Sociologia da Educação: sociedade e suas oportunidades (2004). Temas sociais contemporâneos Ciberespaço ou espaço cibernético é o universo virtual dos computadores que está entrando de modo definitivo na vida de todos, inclusive dos estudantes. Quais as implicações e reflexões que podemos fazer da relação entre educação e ciberespaço? Educação e ciberespaço Nossos alunos, inseridos na sociedade da informação, através da tecnologia, facilmente obtêm a “informação” em qualquer lugar e situação; É preciso que compreendam a diferença entre obter a “informação”, disponível 24 horas por dia no mundo virtual, e construir o conhecimento, algo complexo, que envolve a interatividade entre pessoas (virtual ou presencial). A informação é a matéria-prima do pensamento (valioso), a qual deve ser transformada em conhecimento. Educação e ciberespaço: implicações e reflexões Aulas expositivas, atualmente, não fazem mais sentido para os alunos, pois eles têm acesso direto a qualquer tipo de informação. Em função desta nova realidade social, o professor deve ser o articulador de ideias, dados, textos, pesquisas em um grupo de discussão, além de buscar contextualizar as informações, dando a elas um significado para a vida. No universo educacional, a internet deixará de ser estigmatizada (mundo da cópia e das facilidades) quando os recursos tecnológicos passarem a ser usados como ferramentas pedagógicas. Educação e ciberespaço: implicações e reflexões Demo (2004) lembra que a sociedade humana sempre foi muito violenta e destaca a interpretação de Edgar Morin: somos naturalmente sapiens e demiens, ou seja, dotados de racionalidade, gregários e solidários, mas, por outro lado, irracionais e violentos. Para refletirmos: Toda relação de poder faz uso de algum tipo de violência! Educação, violência e direitos humanos Há, além da violência física, outras formas menos visíveis de violência que corroem a espécie humana por dentro: Violência na relação pedagógica: argumento de autoridade, relação de poder e hierarquia, violência simbólica; Luxo às custas da miséria da maioria; pobreza; O planeta Terra sendo degradado; Educação, violência e direitos humanos Há, além da violência física, outras formas menos visíveis de violência que corroem a espécie humana por dentro: Crianças na rua lutando por sua sobrevivência; Prostituição de crianças e adolescentes; Impedimento da emancipação de mulheres, negros e pessoas com deficiência PcD; Milhares de pessoas passando fome em um país que produz alimentos com fartura. Educação, violência e direitos humanos Demo (2004) ressalta que a indisciplina é um problema mundial entre crianças e jovens e levanta a hipótese de que poderia ser o resultado de leis mais incisivas de proteção à infância. Obviamente que outro fator é a nova dinâmica social, de constantes mudanças na sociedade, colocando uma distância cada vez maior entre as gerações. Indisciplina e novas gerações A Educação (educadores e alunos) precisa discutir a questão da indisciplina nas escolas e buscar, também por meio de análises sociológicas, compreender suas causas e, a partir de uma reflexão crítica, procurar resolver ou mitigar o problema. Quais as causas da desmotivação dos alunos e por que há uma enorme dificuldade de envolver os alunos no processo educacional? Os professores e os próprios alunos têm compreendido esta realidade “social”? Indisciplina e novas gerações Exemplo de uma análise sociológica: Porque vivemos em uma sociedade que valoriza o hedonismo (prazer acima de todas as coisas), os alunos não atribuem valor ao esforço e à disciplina nos estudos e o professor, por sua vez, se transforma numa espécie de animador de auditório. Indisciplina e novas gerações Segundo Demo (2004), a educação deve ser considerada como estratégia da cultura da paz, à medida que cultiva procedimentos de convivência pacífica e solidária: Por convivência pacífica não se entende a passividade de gente sem iniciativa própria, ou comodismo de aceitar a história atual; paz ativa, não parasitária! A solidariedade não deve ser construída a partir da acomodação e da subserviência dos mais necessitados, mas promover sua autonomia para que articulem e viabilizem os seus próprios projetos de inclusão; Solidariedade deve implicar não somente em mudar a relação entre as pessoas, mas também tocar na questão da concentração de renda e poder. Educação, paz e solidariedade Segundo Demo (2004), a educação pode contribuir para a preservação ambiental: Procurando construir contextos preocupados com o futuro do planeta; Procurando construir contextos preocupados com as condições de qualidade ambiental de cada pessoa; “Procurando construir o contexto do questionamento face às oportunidades de desenvolvimento, em particular da polêmica em torno do desenvolvimento sustentável” (DEMO, 2004, p. 155); Repensando os valores sociais correntes (ex. visão utilitarista da natureza), e trabalhando os conceitos de consumo e sustentabilidade (pensando nas próximas gerações). Educação ambiental Qual a principal tarefa da Sociologia da Educação? a) Refletir sobre políticas públicas que atendam aos interesses dos alunos. b) Estimular o pensamento crítico. c) Estudar as metodologias que atenuem os problemas de aprendizado. d) Ampliar técnicas de ensino conforme expectativas dos jovens. e) Retomar a discussão sobre quais são os valores sociais que vão contribuir para elevar a dignidade humana e cidadania. Interatividade Qual a principal tarefa da Sociologia da Educação? a) Refletir sobre políticas públicas que atendam aos interesses dos alunos. b) Estimular o pensamento crítico. c) Estudar as metodologias que atenuem os problemas de aprendizado. d) Ampliar técnicas de ensino conforme expectativas dos jovens. e) Retomar a discussão sobre quais são os valores sociais que vão contribuir para elevar a dignidade humana e cidadania. Resposta Apesar do conceito de educação continuada ser um importante aliado da conquista da cidadania para os trabalhadores na sociedade atual, Demo (2004) adverte sobre as contradições que emergem dessa política educacional: Há a separação entre qualidade formal e qualidade política: se desenvolve a habilidade de inovar de forma independente da de questionar; Houve recuo quanto à organização sindical ou quanto ao associativo em geral. Educação profissional Vale lembrar que: A LDB expressa esse potencial da educação profissional voltada para a cidadania do trabalhador (aprendizagem reconstrutiva política e crítica – ensino e não mero treinamento de mão de obra); A educação é um fenômeno dialético, pois ao mesmo tempo em que tem uma dimensão conservadora, gera transformação. Educação profissional Segundo o professor Semprini (apud Demo, 2004, p. 160), multiculturalidade significa a “biodiversidade” da sociedade humana. Se, segundo Demo (2004, p.127), “cabe à educação construir modos inteligentes de convivência que não impliquem a destruição do sujeito capaz de história própria”, precisamos, através dela, a educação, trabalhar as questões que comprometem o respeito a esta biodiversidade, um conjunto complexo e não linear de sociedades. A polarização entre sociedades civilizadas e“primitivas” (hierarquização). A polarização entre sociedades desenvolvidas e subdesenvolvidas. As culturas etnocêntricas consideram que as demais culturas demonstram menos riqueza humana e resquícios de atraso. Multiculturalismo e educação O multiculturalismo é um fenômeno da vida contemporânea que gera para a educação novas reflexões e discussões, tais como: Todos os povos têm direito à educação nas suas culturas e línguas próprias (etnias); Para o indígena, é importante participar da sociedade moderna, mas também poder lutar em igualdade com o branco pelos seus direitos; Os linguajares e dialetos dos grupos sociais menos privilegiados socialmente, que devem ser respeitados – porém ensinando a norma culta, porque é nesta que o confronto e a competição se dão; A necessidade de relativizar os valores universais, destacando as contribuições dos diferentes povos para a produção do conhecimento socialmente acumulado; Destacar a diversidade linguística dentro de um mesmo idioma, superando a visão de “língua correta”; Valorização das culturas locais sem desconsiderar as culturas transnacionais. Multiculturalismo e educação O multiculturalismo é um fenômeno da vida contemporânea que gera para a educação novas reflexões e discussões, tais como: Aprender inglês, não para estabelecer subserviência irrevogável, mas para saber usar as mesmas armas de combate. Usar o inglês para preservar nossa própria identidade! Multiculturalismo e educação É fundamental que, no processo formativo, os alunos atinjam a autonomia intelectual e a autonomia moral. Isso implica que os alunos precisam desenvolver as habilidades e competências requeridas pela vida social, mas, também, que compreendam que saber argumentar, convencer e intervir não é simplesmente vencer, ou seja, deve-se chegar ao consenso pela ética, pelo uso do debate aberto e do entendimento. Educação e ética Só podemos falar em globalização após a queda do Muro de Berlim em 1989. As implicações econômicas e políticas da globalização da economia têm gerado impacto em todos os aspectos da vida – valores e cultura dos povos, modo de vida. Do ponto de vista cultural, a sociedade global gerou uma “crise de identidade”, em que “as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado” (HALL, 2005, p. 7). Com a globalização se instaura uma cultura virtual, de massa, de valores e regras globais. Globalização e suas consequências Segundo Hall (2005), a ideia de “pertencimento” a um grupo étnico, religioso, cultural e sobretudo nacional dava um “sentido em si” à vida dos indivíduos e ao lugar que ocupavam na sociedade, fato que hoje não ocorre, pois essa identidade se constrói em função de valores que estão o tempo todo se deslocando e se fragmentando, tornando as identidades “descentradas”; A investigação da identidade para a Sociologia está diretamente ligada à concepção de sujeito expressa nas diferentes épocas históricas. Globalização e suas consequências Para se entender como se chegou a essa crise do sujeito contemporâneo, basta observar as concepções de sujeito desde o advento do Estado Moderno: o sujeito do Iluminismo; o sujeito sociológico; o sujeito pós-moderno. Globalização e suas consequências: do sujeito iluminista ao pós-moderno O sujeito iluminista era um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades da razão, que emergem com o nascimento da ideia de sujeito, bastante individualista e cartesiana, baseada em uma ciência e um estado “machocêntricos”. O sujeito sociológico já é uma abordagem que admite a multiplicidade gerada pela complexidade crescente do mundo moderno. Segundo essa concepção, a identidade é gerada a partir da interação do eu com o outro. O sujeito pós-moderno se caracteriza como não tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente, pois as transformações sociais são muito rápidas. Globalização e suas consequências: do sujeito iluminista ao pós-moderno Qual dos processos abaixo apontados está associado ao processo de descentramento do sujeito? a) Fortalecimento da confiança na racionalidade do sujeito. b) Expansão globalizada do capitalismo industrial de caráter tecnológico. c) Fortalecimento das identidades nacionais e individuais. d) Fortalecimento da crença no indivíduo como agente político. e) Fortalecimento da explicação religiosa para a vida social. Interatividade Qual dos processos abaixo apontados está associado ao processo de descentramento do sujeito? a) Fortalecimento da confiança na racionalidade do sujeito. b) Expansão globalizada do capitalismo industrial de caráter tecnológico. c) Fortalecimento das identidades nacionais e individuais. d) Fortalecimento da crença no indivíduo como agente político. e) Fortalecimento da explicação religiosa para a vida social. Resposta Stuart Hall adverte para o fato de que esse descentramento do sujeito é um processo bastante complexo que leva à discussão acerca da “morte do sujeito” na sociedade contemporânea; Hall lembra que a identidade era fixa e unificada nas sociedades tradicionais pelo fato de serem organizadas a partir de sistemas religiosos, ou seja, cada indivíduo estava na Terra para cumprir o seu papel divinamente predeterminado; não havia possibilidade de mudança de papel social e, consequentemente, de identidade. Globalização e suas consequências: o descentramento do sujeito Com a emergência do Humanismo renascentista que colocou o homem no centro do universo e a Reforma e o Protestantismo que liberaram a consciência individual das instituições religiosas da igreja, o homem pôde desenvolver a capacidade de investigar, inquirir e decifrar a natureza e, por meio do conhecimento e da ciência, dominá-la; É nesse contexto que surge o sujeito iluminista: o cidadão da democracia representativa, surgido a partir dos lemas da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Globalização e suas consequências: o descentramento do sujeito Toda promessa de liberdade e de emancipação do ser humano esbarra em um sistema capitalista industrial extremamente burocratizado, que enreda o homem em sua maquinaria produtiva, e produção de lucro. Nas grandes cidades modernas do sistema de produção urbano-industrial, o homem se torna uma engrenagem da multidão. Ao longo do século XX, alguns teóricos demonstram os elementos que contribuem com o descentramento do sujeito (morte do sujeito), revelando a fragilidade da suposta racionalidade e sensação de controle do homem sobre a realidade e a natureza. Globalização e suas consequências: o descentramento do sujeito A primeira teoria de descentramento do sujeito é a de Karl Marx (XIX), que é reinterpretada (XX) sob a ótica de que o homem está condicionado às condições objetivas da sociedade em que vive. Em outras palavras, um ser que faz a história, mas apenas sob as condições que lhe são dadas. Não podemos esquecer do que já estudamos: a ideologia e a alienação! A primeira teoria de descentramento do sujeito: Marx A segunda teoria, que representa um choque para a noção de sujeito e identidade unificada, é a descoberta do inconsciente por Freud; Segundo ele, nossas identidades, nossa sexualidade e a estrutura de nossos desejos são formadas com base em processos psíquicos e simbólicos do inconsciente; O inconsciente funciona de acordo com uma lógica muito diferente daquela da razão iluminista. A segunda teoria de descentramento do sujeito: Freud O terceiro descentramento examinado por Stuart Hall está relacionado aos estudos de linguística estrutural de Ferdinand de Saussure. Para Saussure, não somos os “autores” das afirmações que fazemos ou dos significados que expressamos na língua, pois esta é um sistemasocial e não individual. Além disso, o significado das palavras não é fixo, as palavras mudam ao longo do tempo e por meio do espaço, adquirindo outros significados. A terceira teoria de descentramento do sujeito: Saussure O quarto descentramento é produto do pensamento do filósofo francês Michel Foucault. Ele produziu uma série de estudos sobre um novo tipo de poder que emerge nas sociedades modernas: o “poder disciplinar”, que consiste em uma entidade de controle invisível, representada pela vigilância das instituições disciplinares clássicas, como oficinas, quartéis, escolas, prisões, hospitais, manicômios etc. A quarta teoria de descentramento do sujeito: Foucault O objetivo do “poder disciplinar” é manter as vidas, as atividades, o trabalho e as práticas sexuais e familiares sob estrito controle e disciplina, com base no poder dos regimes administrativos e do conhecimento especializado dos profissionais. Segundo Foucault, para criar o indivíduo “ajustado” ao sistema, existem pedagogos, sociólogos, psicólogos e administradores, que criariam um corpo e uma mente dóceis e produtivos, que contribuiriam para um bom funcionamento do sistema social. A quarta teoria de descentramento do sujeito: Foucault O quinto e último descentramento é o impacto do feminismo, tanto como uma crítica teórica quanto como um movimento social. O feminismo faz parte daquele grupo de “novos movimentos sociais”, que emergiram durante os anos sessenta, juntamente com outros movimentos sociais. Cada movimento apelava para a identidade social de seus sustentadores. Assim o feminismo apelava às mulheres, política sexual aos gays e lésbicas, lutas raciais aos negros e assim por diante. Assim nasceu o que veio a ser conhecido como a política de identidade – uma identidade para cada movimento. A quinta teoria de descentramento do sujeito: Simone de Beauvoir Esses movimentos criaram arenas inteiramente novas de contestação social como os modelos familiares, sexuais, o trabalho doméstico, a divisão doméstica do trabalho, o cuidado e a responsabilidade da educação dos filhos e, sobretudo, o questionamento de uma civilização que se produziu a partir da dicotomia homem/mulher. Todas essas transformações interferiram na relação professor-aluno, pois a escola faz parte da sociedade, não é um mundo à parte. A quinta teoria de descentramento do sujeito: Simone de Beauvoir Reflexões sobre a pós-modernidade: É a frustração com este projeto de modernidade e a negação do mundo moderno. Desaparece a segurança que era oferecida pela modernidade como caminho definitivo para a felicidade humana. Ninguém mais acredita no progresso: não há mais a confiança na certeza do progresso, não há mais a convicção de que o progresso científico e o progresso moral estão estreitamente ligados. A pós-modernidade trata-se de um tempo de desconstituição, de negação do que está posto. Pós-modernidade e educação Jair Ferreira dos Santos, em seu livro “O que é pós-moderno?” (1991), fala em dessubstancialização do sujeito pós-moderno, dizendo que a condição pós-moderna contém vários “des”, e passa a enumerá-los: 1) Desreferencialização do real: com as sofisticadas técnicas de reprodução, perdemos a referência do que é original e do que é cópia; 2) Desmaterialização da economia: a economia pós-industrial globalizada não se baseia mais na produção e sim na especulação de um mercado financeiro virtual; Pós-modernidade e educação, segundo Santos (1991) 3) Desestetização da arte: fim de parâmetros e de um conjunto de valores norteadores da produção artística; 4) Desconstrução da Filosofia: fim dos grandes modelos explicativos, todas as ideias e todos os conceitos são relativos; 5) Despolitização da sociedade: sujeitos se tornam individualistas, alheios às causas e aos interesses coletivos; 6) Dessubstancialização do sujeito: a identidade dos sujeitos não é fixa, está sempre mudando. Pós-modernidade e educação, segundo Santos (1991) Algumas tendências contribuíram para o “nascimento” do sujeito “pós-moderno”, mas qual das alternativas abaixo indicadas está errada? a) Abandono do pensamento marxista, inadequado para a nova realidade do capitalismo. b) A descoberta do inconsciente de Freud. c) A teoria de Saussure, sobre a relação entre pensamento e linguagem. d) A teoria sobre o poder disciplinador de Foucault. e) O pensamento de Simone de Beauvoir sobre o feminismo. Interatividade Algumas tendências contribuíram para o “nascimento” do sujeito “pós-moderno”, mas qual das alternativas abaixo indicadas está errada? a) Abandono do pensamento marxista, inadequado para a nova realidade do capitalismo. b) A descoberta do inconsciente de Freud. c) A teoria de Saussure, sobre a relação entre pensamento e linguagem. d) A teoria sobre o poder disciplinador de Foucault. e) O pensamento de Simone de Beauvoir sobre o feminismo. Resposta As teorias clássicas e a educação no século XXI: que resumo se pode fazer? A questão da escolha de perspectiva. Qual pressuposto seguir: O de que a escola deve servir para conformar o indivíduo à ordem, conforme Durkheim; a educação moral? O de que deve servir para a emancipação humana, conforme Marx? O de que deve se conformar em formar o especialista, conforme Weber? Tópicos para uma sociologia educacional contemporânea Para os que veem a organização social pelo viés do “caos apocalíptico”, a perspectiva de Durkheim parece ser a mais interessante. Embora a escolha pela socialização e preservação da ordem social pareça sensata, há questões a pensar: As teorias clássicas e a educação no século XXI, a escolha de perspectiva: Durkheim A questão é preparar para a vida em sociedade sem formar seres autômatos. Além disso, socializar o indivíduo é sempre algo complexo, que envolve questões de imposições de um grupo sobre outro; Portanto, cerceamento da liberdade e da autonomia, assim como perpetuação da dominação de um grupo sobre outro. Implicações da escolha pela perspectiva de Durkheim Para quem se indigna com a exploração e as injustiças sociais que permeiam a sociedade e se manifestam na e pela escola, a perspectiva marxista apresenta boas respostas e motivação, mas é preciso reconhecer a consolidação do capitalismo na sociedade contemporânea. As teorias clássicas e a educação no século XXI, a escolha de perspectiva: Marx A consolidação do capitalismo na sociedade contemporânea não significa “triunfo”, mas a relativa coerência entre as mudanças internas à própria lógica do sistema econômico e a complexificação da sociedade. Essa complexidade exige pensamento sóbrio e igualmente complexo. A questão é não formar pessoas adeptas da revolta pela revolta, mas que entendam o real sentido do senso crítico. Implicações da escolha por Marx Para quem se conformou com as coisas como elas são e vê a educação apenas como meio para a conquista de um bom emprego e de um bom espaço na sociedade, a perspectiva de Weber é interessante, pois induz a pensar que o importante é qualificar-se bem para se dar bem na vida; mas onde fica a humanização? As teorias clássicas e a educação no século XXI, a escolha de perspectiva: Weber Há que cuidar para não se render à lógica da tecnocracia e da máxima “os fins justificam os meios”, sob o risco de formar indivíduos cultuadores da competitividade e da meritocracia, desprovidos de solidariedade. Implicações da escolha por Weber As matrizes clássicas continuam atuais. Todas apresentam potencialidades, mas também limitações. Portanto elas devem ser tratadas como complementares, até mesmo porque uma realidade complexa exige respostas complexas, conforme Edgar Morin. As teorias clássicas e a educação no século XXI: Resumo Antonio Gramsci: o papel da hegemonia e dos intelectuais orgânicos; Karl Mannheim: otimismo pedagógico e esperança na democracia; Os reprodutivistas– Althusser; Bourdieu e Passeron; Baudelot e Establet (FR); Bowles e Gints (EUA): a escola como domínio dos poderosos; A Nova Sociologia da Educação (Michael Young; Georges Snyders) e a crítica aos reprodutivistas: o potencial do interacionismo na escola; Resumo: sinalizam a escola como um campo de conflitos aberto! Das teorias clássicas às contemporâneas: quais foram os reais avanços? A Geração de 30 (Caio Prado Júnior; Gilberto Freyre; Sérgio Buarque de Holanda) e a busca pelo entendimento do que é o Brasil; Fernando de Azevedo (1894-1974) e a educação como prioridade nacional; Anísio Teixeira (1900-1971): pelo ensino público, laico, gratuito e obrigatório; Florestan Fernandes (1920-1995): pela democratização do ensino; Paulo Freire (1921-1997): educação e superação das injustiças sociais. O pensamento sociológico no Brasil: origens e perspectivas De um lado, os liberais da Escola Nova lutaram pela ampliação da escolarização como instrumento de formação de mão de obra para a indústria e para a modernização do país; De outro, pensadores progressistas, como Florestan Fernandes, ou mais libertários, como Paulo Freire, denunciaram o padrão elitista da escola e o fracasso do sistema, como parte de uma estratégia dos grupos dominantes que não queriam dar esclarecimento ao povo como fruto de uma política conservadora. O pensamento sociológico no Brasil: perspectivas e interpretação Dilemas persistem, a escola brasileira de massa ainda não forma suficientemente para a sustentação de uma estrutura moderna e nem para a superação das injustiças; Persiste o sistema dual, com escolas de alto padrão (para formar os que vão assumir os cargos de comando) de um lado, e escolas medianas e/ou com péssimas condições de outro (para formar a massa de mão de obra); A luta continua sendo pela democratização, devendo-se avançar no seu entendimento para além do acesso. O pensamento sociológico no Brasil: perspectivas Formar para a cidadania ou para a competição? Como formar para a solidariedade diante do acirramento do individualismo? Como garantir formação humanista diante do crescente imperativo tecnológico? Como educar com base em princípios sólidos em uma era de incertezas e transitoriedade? A Sociologia e o conhecimento devem estar a serviço da transformação, dos interesses pessoais ou da manutenção da ordem? Alguns dilemas contemporâneos Durkheim, Marx e Weber admitiram um papel central para a escola, conforme abaixo citado, mas qual alternativa está errada? a) Para Durkheim, a escola deve servir para socialização e preservação da ordem. b) Para Marx, a escola deve servir para a emancipação humana. c) Para Weber, o papel principal da escola é formar líderes para o ambiente corporativo. d) Para Marx, a escola deve formar o senso crítico e pensamento complexo dos alunos. e) Para Durkheim, uma função da escola é combater a anomia na sociedade atual. Interatividade Durkheim, Marx e Weber admitiram um papel central para a escola, conforme abaixo citado, mas qual alternativa está errada? a) Para Durkheim, a escola deve servir para socialização e preservação da ordem. b) Para Marx, a escola deve servir para a emancipação humana. c) Para Weber, o papel principal da escola é formar líderes para o ambiente corporativo. d) Para Marx, a escola deve formar o senso crítico e pensamento complexo dos alunos. e) Para Durkheim, uma função da escola é combater a anomia na sociedade atual. Resposta DEMO, P. Sociologia da educação: sociedade e suas oportunidades. Brasília: Plano Editora, 2004. HALL, S. Identidade cultural na pós-modernidade. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. SANTOS, J. F. O que e pós-moderno? 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar