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EDUCAÇÃO NA PERIFERIA 
 
 
 
 
Suelem Cintia Borges Pantoja1 
 
Prof. Luiz Carlos de Sá Campos2 
 
 
 
RESUMO 
A educação na periferia não é só questão de ordem pública ou organização social. Trata-se de 
como é desenvolvido a aprendizagem dos alunos das classes mais pobres que ali moram e não 
tem acesso ao mínimo de qualidade de vida estabelecida pelos órgãos internacionais dos 
direitos humanos. Podemos entender a educação na periferia como uso de estampas nos 
programas de governos que a cada quatro anos aparecem prometendo resolver todos os 
problemas dos moradores, caso forem eleitos e nisso estamos a mais de décadas com as 
pessoas passando pelos mesmos desafios e famílias vendo seus filhos explorados pelo tráfico 
de drogas, muitos não concluindo o ensino médio completo, nem se quer chegam ao ensino 
superior, muito menos às universidades públicas. É necessário políticas públicas sérias para 
fazer com que o filho do morador da periferia tenha direito à escola de qualidade e possa 
concorrer a espaços, hoje ocupados por filhos de quem detém a riqueza no país e moram nos 
grandes centros ou condomínios fechados sem se preocupar se amanhecerão vivos pela fome 
ou por uma bala perdida. 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 O presente trabalho quer mostrar que a educação na periferia não é apenas por ser uma 
questão de separação geográfica entre o centro e os lugares mais afastados, até porque hoje 
 
1 Aluno concluinte do curso de Letras 
2 Professor orientador do artigo da Universidade Estácio de Sá. 
 
 
 
 
 
nas grandes cidades temos favelas dentro dos centros urbanos, mas historicamente trazem 
problemas não solucionados pelos poderes públicos. 
 A realidade da periferia é bastante complexa de se explicar, isto porque quando 
falamos em periferias nas escolas ou centros de estudos, muitos pensam que ali na periferia 
moram só os que não prestam, envolvidos com o crime, com as drogas, coisas ruins, o que 
não é verdade, pois na periferia moram os trabalhadores das indústrias, babás dos filhos dos 
ricos que de dia estão nas casas dos seus patrões e à noite voltam para os seus lares, muitas 
com filhos pequenos que ficam sob a guarda de irmãos ou em creches públicas. 
 Aqui os desafios são muitos, no que tange à educação, não podemos esquecer de dizer 
que não vemos escolas particulares presentes nas periferias, sempre me questionei o por que 
de não existir. Mas hoje, consigo entender o motivo, donos de escolas particulares tem seus 
ideais claros, obter lucros e quem melhoram a qualidade de ensino de uma escola particular 
são os filhos dos patrões das babás, dos metalúrgicos das indústrias, aí não podem ter a 
concorrência o proletariado. 
 Assim nascem as desigualdades sociais, sabemos que apenas um pequeno número de 
pessoas vindas da periferia conseguem vencer os obstáculos das diferenças sociais e concluir 
uma graduação, se formar numa área que apenas os ricos conseguem. Não é de estranhar as 
filas enormes em épocas de matrícula nas escolas públicas para garantir vagas dos filhos, uma 
vez que o direito garantido pela Constituição Federal não é cumprido no Brasil. Falta 
planejamento econômico financeiro claro para investimento em educação de qualidade e de 
acesso para todos. 
 Como que uma criança ou adolescente aprende nas mesmas condições de um filho de 
um rico, se este vai para a escola sem ao menos fazer uma refeição, quanto mais falar em 
alimentação de qualidade. No Brasil demorou mais de 5 décadas para que a merenda escolar 
pudesse oferecer um cardápio variado com as vitaminas e proteínas necessárias para o bom 
aprendizado do aluno. Ainda assim, não é cumprido em todas as escolas. 
 Aí temos os efeitos da corrupção presentes nas periferias, não precisa andar muito para 
perceber que falta saneamento básico, saúde pública para todos, água potável, bens 
necessários para a dignidade humana. Nossos representantes, todos tiram votos na época de 
eleições da periferia, mas só voltam lá no fim dos seus mandatos para pedir voto e prometer 
fazer o que não fez em quatro anos de governo. 
 
 
 
 
 
 São muitas as tentativas de modelos de educação que existem hoje no meio dos 
teóricos ou nas gavetas do legislativo brasileiro, mas que não mostram uma clareza de 
investimento financeiro, humano para melhorar a qualidade da educação pública, pior, o que 
vemos hoje, é retirada de recursos dos orçamentos da educação para investimento em áreas de 
interesse do governo, como por exemplo, investimento na segurança nacional, o que parece 
ser até um disparato para com a realidade vivida. 
 Acreditamos que os próprios moradores da periferia são capazes de mudar a realidade 
e transformar isso aí que temos, para uma sociedade capaz de poder enxergar na periferia não 
apenas os defeitos, mas acima de tudo, sua capacidade de produzir educação de qualidade, 
voltada não apenas para os que ali moram, como para todos os entornos. Desde que sejam 
cobrados das autoridades como um todo o cumprimento do seu papel perante os cargos que 
ocupam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 DESENVOLVIMENTO REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 REALIDADE PERIFERICA 
 
“Segundo o dicionário Aurélio, centro pode ser a parte mais ativa da 
cidade, onde estão os setores comerciais e financeiros ou lugar onde se 
desenvolvem certas atividades com objetivo determinado” já o 
conceito de periferia, no mesmo, pode alcançar o seguinte significado: 
“Numa cidade, a região mais afastada do centro urbano(FERREIRA, 
2006)”. Epígrafe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este cenário sofreu mudanças significativas no Brasil. A definição do conceito de 
“Centro e Periferia”, vista dessa forma, é apenas representação geográfica, que não condiz 
com a localização das comunidades periféricas, que na realidade estão as margens da nobreza. 
“A divisão entre centro e periferia, de acordo com Luchiari, não é mais tão rígida. Até 
os anos 70, a área central das cidades brasileiras eram caracterizadas por serem melhores 
equipadas, enquanto a periferia era associada aos pobres. Hoje não se sustenta mais esse 
modelo centro-periferia, nem na escala das relações internacionais, nem na estrutura urbana 
das cidades. A periferia hoje está no centro e vice-versa, afirma”. 3 
A periferia está inserida em varias áreas, até mesmo em meio às áreas nobres. Ainda 
assim, vistas como local inadequado e inacessível, exceto para os que são pertencentes 
daquela realidade. Há um abismo social na educação, entre a pista e a favela, onde a educação 
torna-se desafiadora, que acaba ficando em segundo plano, dando a vez para a pressa em 
sobreviver. 
 A periferia é local de diversidades, onde não só as drogas e a criminalidade habitam, 
mas também, pessoas de bem, trabalhadores, grandes artistas que vivem no anonimato por 
falta de oportunidade. Vemos pessoas nas comunidades que sonham grande e levam esse 
entusiasmo para as crianças, jovens e adultos. O desejo de reconhecimento do potencial que 
ali habita, é imenso. A periferia com a sua busca incessante por valorização do ser humano, 
tem provado através de grupos e projetos sociais, de que a educação é a peça fundamental 
para alcançar a revolução educacional tão almejada. 
A vida periférica no interior tem uma diferença muito grande, comparada as demais 
realidades, o índice de pobreza atinge fortemente a educação e estrutura familiar. Os que têm 
o poder aquisitivo melhor e se preocupam, se preparam para a educação dos filhos, 
economizam para pagar os cursos, põe em escola particular. E assim, essa estrutura vai se 
construindo ate o filho ter idade pra sair da cidade pequena, em busca de uma graduação. 
Em uma conversa com a Professora de geografia, Domingas Lima (Minga), ela relata 
a sua experiência desde a infância na periferia: sou negra, filha de pais praticamente 
analfabetos, o pai era analfabeto, mas um analfabeto muito sábio, que não se deixava enrolar 
na matemática, ele sabiade cabeça. Minha mãe estudou até a 3ª série do ensino fundamental, 
 
3 https://www.comciencia.br/dossies-1-72/reportagens/cidades/cid08.htm 
https://www.comciencia.br/dossies-1-72/reportagens/cidades/cid08.htm
 
 
 
 
 
ainda assim, tinha mais dificuldades do que meu pai, que nunca foi a escola. A maneira da 
educação familiar, como foi dada para nós, é um modelo que eu coloco como experiência para 
as pessoas. Não vejo a preocupação dos pais na sua maioria, de estar se organizando 
financeiramente, como dizia meu pai: eu não estudei, mas quero que meus filhos estudem! Eu 
não tive formação nenhuma, fui pra roça, fui pescar, mas quero que meus filhos frequentem a 
escola. 
 E ainda afirma: a questão da desestruturação familiar é muito séria! Os jovens da 
atualidade estão construindo famílias muito cedo, sem conhecimento nenhum, sem preparação 
física, econômica e estrutural. E aí vão gerando filhos, que vão crescendo sem também uma 
mãe e um pai prontos para fazer essa educação da base, que é em casa. Como parte da 
desestruturação, estão as drogas nas famílias, que gera um problema social muito grave. 
Torna-se comum a venda, até mesmo por conta da questão econômica, a praticidade em ter a 
droga como produto que não precisa investimento para ter a pronta entrega. Isto tem 
contribuído para que o índice de evasão nas escolas seja muito grande. É onde o jovem se 
depara com a falta de incentivo mesmo dos pais, a própria escola sem estrutura, a deficiência 
da formação em muitos dos profissionais, contribuem de forma negativa. 
 
 
 
2.2 DESAFIOS DA EDUCAÇÃO PERIFERICA 
 
A escola reproduz muito o que está na sociedade, como os estereótipos e os grupos 
vulneráveis na educação (negros, mulheres, pobres...). Em relação a vulnerabilidade desses 
grupos, como o Estado pode atuar nesse sentido? É de extrema importância, que atuem de 
forma a tentar eliminar o preconceito dentro da escola. Das dificuldades da criança, parte de 
que a escola não é um espaço acolhedor. Tendo em vista as dificuldades, o estudante vai se 
desestimulando ao longo dos anos, prejudicando na sua aprendizagem. 
“Os professores dão depoimentos de falta de estrutura na escola, falta de projeto 
pedagógico e até da figura do diretor nem sempre presente. Mas a gente sabe que existem 
exceções muito importantes, em todas as questões abordadas”, relata Haroldo.4 
 
4 https://novaescola.org.br/conteudo/2767/centro-e-periferia-desigualdades-educacionais 
https://novaescola.org.br/conteudo/2767/centro-e-periferia-desigualdades-educacionais
 
 
 
 
 
A má administração dos recursos escolares desmotiva os professores. A escola como 
um todo, acaba sendo afetada por ser administrada por pessoas despreparadas, que ocupa o 
lugar por indicação politica. 
 A Educação Pública na periferia, em geral os professores são mal remunerados. O 
professor acaba trabalhando em varias escolas, assumindo varias turmas para compensar o 
baixo salário. Afetando a qualidade do ensino, onde baixo nível de instrução da sociedade 
media brasileira, torna-se preocupante, pelo fato de que o brasileiro estuda pouco. Mas o 
problema não reside somente no nível de instrução, reside também no modelo de educação 
que nós temos. Segundo Darcy Ribeiro, a educação é sustentada em 3 pilares: educação 
intelectual, que forma a capacidade critica e analítica do individuo; Educação profissional, 
que dota o individuo da capacidade de entrar no mercado de trabalho, estando qualificado e 
educação cidadã, que consegue viver de maneira salutar dentro de um ambiente democrático, 
reconhecendo seus direitos e deveres. 
Estes três pilares estão longe de fazer parte da nossa realidade educacional. Mesmo 
com tantos avanços, ainda temos uma educação voltada para a formação intelectual 
academicista, que somente os privilegiados sociais têm acesso na formação básica. E na 
educação profissional, que também é um modelo mal estruturado no Brasil, tem como 
finalidade, apenas a formação de mão de obra para o mercado de trabalho, no qual não 
consegue ser eficaz. Este nosso modelo é dual: forma o intelectual das camadas sociais 
privilegiadas ou forma o trabalhador (apertador de parafuso), nas classes marginalizadas. E 
quando muito, em um modelo um pouco melhor, dá pra se fazer uma conjunção, entre a 
formação intelectual e a formação profissional. Já o modelo de formação cidadã, é deficiente, 
não temos no Brasil. É aquele modelo que tem que aprender a conviver em sociedade, 
reconhecer a importância da economia doméstica, do meio ambiente, noções de cidadania em 
tratar as pessoas com respeito, saber até onde vai seu limite para começar o limite do outro, 
ser alguém que não ultrapasse as barreiras do bom senso no convívio social. Às vezes é um 
bom profissional, tem noções técnicas, mas faltam noções basilares de bom senso, civilidade. 
Tem que ser a tríade, formando um único cidadão. 
 
 
 
 
 
 
 
 A Professora Minga, fala sobre sua experiência em escolas periféricas: Eu trabalhei 
muito em escola com “meninos problemas”. Na escola periférica a regra e radicalmente clara: 
menino com problema expulsa, vai embora da escola. Não há menor tentativa de recuperação 
desses meninos, a única alternativa da escola é: expulsa! Com essa expulsão o que acontece? 
Os meninos saem e tem um mundo lá fora que está para abraçar, o mundo das drogas, as 
gangues, tem todo esse aparato de coisa negativas. Por fim, quando não morrem, acabaram 
parando em um presídio, porque a escola que deveria ser o espaço para recupera-los, acabou 
expulsando. A escola por sua vez, não investigar a causa da rebeldia e outros problemas 
apresentados pelo aluno, como reflexo de uma desestruturação familiar. A desorganização 
parte das administrações municipais, por não ter uma politica voltada para essa problemática. 
Há uma preocupação de chegar ao poder, e muito pouco a preocupação em ter a educação 
como base. Se essa base falha ocorre à desestruturação da sociedade, e isso é gravíssimo. 
Houve uma evolução muito grande na questão da formação, tem cursos para em 
diversas áreas, que naquela época não tinham, o regime era mais rígido, tinha que aprender 
tabuada na palmatória, e a gente não queria pegar o bolo na mão, o medo acabava sendo a 
motivação. Mas ainda assim se aprendia, esse método foi ruim? Sim, ninguém gosta de pegar 
tacada, mas agente aprendeu. O que aconteceu, com tantos métodos avançados, e a educação 
parece que piorou, como que se tirou o método rígido e não souberam como substituir para se 
manter o aprendizado? Hoje, vemos aluno que a escola diz: tem que mudar para o 6º ano, 7º 
ano, é o chamado programa de aceleração. Antes tinha que saber ler e escrever para mudar de 
etapa, hoje não, se você mal desenha as letras, já está alfabetizado. Acho que precisa ser 
revisto o método de ensino aprendizagem. 
O aluno hoje, dependendo da idade que está, tem que ser acompanhado por um 
especialista, caso esteja na idade da série, é avaliado pela idade, não pelo grau de 
aprendizagem, assim, ocorre as chamadas acelerações de etapas, fazendo com que o aluno 
passe para outra série, mesmo que este não consiga fazer a leitura crítica da sua 
aprendizagem. Mas lá na frente será cobrado, porque vai precisar fazer um concurso,vai ter 
que fazer uma prova, vai ter que saber, se ele não sabe, como vai ser aprovado num concurso 
ou vestibular? Nunca. Algo muito sério que se percebe na educação, critérios, leis para ser 
cumpridas, não porque precisa melhorar o índice de analfabetismo, mas para mostrar ou 
maquiar uma imagem falsa da verdadeira face da nossa educação. 
 
 
 
 
 
Uma mãe, diz: meu filho vai desistir da escola, porque ele não tem computador, nós 
não temos internet em casa. Eu boto 20 reais de credito, o menino vai ter que ler um livro 
todinho, no outro dia já não tem mais, como? Ele vai desistir! Isso é um ponto que agora só 
favorece quem tem uma situação econômica melhor.Aí o aluno da periferia tem evasão em 
massa, porque não consegue acompanhar, isso é geral. 
Precisa voltar esses trabalhos de prevenção, de conscientização, pra ver se a gente 
ameniza, consegue salvar os pequenininhos. Eu digo os pequenininhos, porque os grandes, já 
estão com uma formação “deformada”. As drogas estão em todos os lugares. Dificilmente 
você ver uma família que não haja um usuário dentro de casa. Isso acaba sendo um 
esfacelamento da sociedade. É necessário com a demagogia do faz de conta de que a 
educação está muito obrigada. Não é isso que acompanhamos no dia a dia dos nossos alunos, 
estruturas teóricas que não levam em conta os diversos fatores da realidade familiar e escolar 
que influenciam e muito do processo de aprendizagem. 
Temos uma estrutura de politicagem que é muito triste. As pessoas veem a política 
como uma questão suja, nojenta, mas vejo que é por ai que tem que se começar a mudar, a 
forma de participar do processo político, desde as tomadas de decisão no âmbito escolar, 
social e nas escolhas de representantes das esferas de governo. E hoje temos uma estrutura 
nacional, que muito preocupa a valorização da educação, parece até que estamos voltando a 
era do “descobrimento do Brasil”. Outro dia via em uma live, onde a coordenadora dizia que: 
o mapa da fome no Brasil está voltando. A politica precisa passar por uma reforma radical 
para poder fazer essa diferença em todos os setores da sociedade, é o que penso. E vejo que 
falta um comprometimento por parte das denominações religiosas firme de sua prática da fé e 
vida com seu povo. Antes a igreja católica tinha suas escolas, tinha uma formação muito 
ampla, e isso está se perdendo. Então, penso que a igreja tem de voltar a essa formação, 
exercer seu papel missionário. 
Um dos mecanismos muito usados pelas instituições de ensino superior já usados, o 
ensino remoto, adaptado para a educação infantil, fundamental e ensino médio, deixa muito a 
desejar, isto porque nas escolas não tem estrutura física preparadas para lidar com esse 
sistema. 
Como exemplo, podemos citar os desafios enfrentados por professores e alunos nesta 
pandemia, tem matéria que mesmo tendo um bom celular, não consegue acesso a não ser por 
 
 
 
 
 
computador. Uma casa com 10 crianças, como faz para ter esse acesso, ainda que se tenha um 
único computador? Nesse sistema de escassez de suporte, é uma forma de boicotar o 
proletariado. Quem tem interesse de formar a pessoa lá da periferia? Na verdade, ninguém 
quer ser empregado de ninguém. Tanto é que no período em que as universidades estiveram 
mais acessíveis, a mão de obra se tornou escassa. 
 
 
 
 2.3 DAS DESIGUALDADES 
 
“Por todo o país e mesmo dentro de uma única cidade, se multiplicam as diferenças 
entre as escolas, inclusive da mesma rede. Pode ser que umas apresentem melhor 
infraestrutura e mais acesso a serviços do que outras. O projeto político-pedagógico e o corpo 
docente podem ser diferenciados. Mas, mesmo que algumas diferenças sejam naturais, o 
problema é quando se tem, na verdade, desigualdades que afetam o desempenho dos 
alunos”.(Amanda Polato) 5 
“Para Anna Maria Chiesa, especialista em desenvolvimento infantil, a pandemia 
“escancarou a desigualdade e as fragilidades sociais” do país. Ela disse que as políticas 
públicas na educação dos últimos anos, assim como as elaboradas emergencialmente durante 
a crise do coronavírus, miram na igualdade, mas deixam de lado a equidade. ”6 
A educação sempre foi pensada como o elemento que reproduz a desigualdade, ao 
invés de eliminar. Essa desigualdade no contexto educacional se refere muito as 
oportunidades educacionais, ou seja, marcada pela característica da escola dos indivíduos: 
mulher, pobre, negra, etc. Onde tem as chances de realização educacional, afetada. 
A maioria da população vive na condição de pobreza. Isso permeia toda a nossa vida. 
Quem tem acesso a cultura, melhores livros, são os mais ricos. Em meio à pandemia, as 
atividades remotas ampliam essa desigualdade educacional. 
 
5 https://novaescola.org.br/conteudo/2767/centro-e-periferia-desigualdades-educacionais 
 
6 https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/05/na-periferia-faltam-internet-computador-e-ate-mesmo-papel-
e-lapis-para-aulas-a-distancia.shtml 
https://novaescola.org.br/conteudo/2767/centro-e-periferia-desigualdades-educacionais
 
 
 
 
 
O aluno da periferia que não teve essa condição de estar na escola particular, acaba 
tendo essa dificuldade de entrar é porque as vagas são limitadas. Como já foi dito antes, quem 
tem um capital melhor, se organiza, se prepara para investir no filho, paga escola particular 
dependendo da condição que ele tem. E o da periferia não tem esse privilegio, acaba sendo 
refém das migalhas do poder público. 
Quando um aluno de escola pública da periferia aprovado no ENEM, para se manter, 
chegar no curso mais além, sofre consequências de uma sociedade excludente, primeiro, ele 
vai ter que estudar, trabalhar para se manter. Porque nem sempre a família tem essa condição 
para oferecer. Ele vai ter que sair para outro lugar diferente que não conhece, às vezes, 
estados nada a ver com o seu, por exemplo, alunos do nordeste são chamados para estudar 
pela aprovação do Enem nos estados do Sul, onde estes tem de se adaptar, sacrifício que ele 
vai ter de fazer, se quiser alcançar seu objetivo de conquistar o sonho da formatura na área 
escolhida. 
Quando eu estudei: trabalhava de manhã e estudava a noite, um esgotamento físico, 
mental muito grande, quero dizer com isso, que a pessoas da periferia quando consegue 
chegar ao nível superior é porque realmente são heróis, porque não é fácil, principalmente 
quando é pobre, negro. Isso ainda influencia na vida do povo da periferia. Principalmente de 
quem vem do interior para a cidade. Sofre buling na escola, falo isso como experiência 
própria, vivi essa realidade de migração do interior para a cidade, sofri muito com buling. 
Hoje a questão das drogas, está dentro das escolas. Eu vi grupos, gangues que se 
formam dentro e fora das escolas, meninos que pedem para ir ao banheiro não para fazer 
necessidade biológica, mas outras necessidades dos desejos pelo uso de entorpecentes, 
presentes na escola. Hoje a nossa juventude está se perdendo. Carutapera uma cidade bem 
pequena, vemos 80% dos jovens estão com a vida comprometida para as drogas, nós estamos 
perdendo a educação, as escolas estão perdendo seus alunos para o mundo que não tem volta. 
São meninos muito jovens que tem um futuro pela frente, jogados pelos becos, vielas. Como 
eles dizem: estão internados! Ficar na casa do boqueiro, usando droga durante uma semana. 
Uma das causas da evasão escolar são exatamente as drogas. As drogas não estão atingindo 
apenas a classe pobre, mas também a classe alta. Atinge, não só a juventude como as crianças, 
antes do sexo masculino, agora também do sexo feminino. Isso compromete a vida e toda a 
sociedade. 
 
 
 
 
 
Com a questão das drogas, surge o questionamento no meio da juventude: para que 
estudar, se eu vendendo droga eu ganho mais que isso? Fulano não estudou, olha o que ele 
tem. Carro, moto, sua casa é boa. Ele não precisou ir para escola. 
Eu, há dois anos, trabalhava com jovens e adultos, então, nós dialogavamos muito, fazia, 
debates na escola. Eu gosto disso, você escuta depois, vem um individualmente eu quero 
conversar, eles se abrem para você, e nessa abertura você consegue colocar, mostrar uma luz 
para eles, um caminho que não é assim. 
 Fizemos uma pesquisa em um bairro, que conseguimos entrar na casa do boqueiro, na 
casa de famílias que tem usuários, com questionários. Como elas convivem com usuário 
dentro da casa? As respostas sempre das mães ou familiares são sempre os mesmos, muito 
sofrimento e dor, saber que este usuário só tem um caminho, a morte, muito triste. 
Hoje não se ver mais campanhas contra as drogas, conscientização,um trabalho de 
prevenção, dentro da própria escola. Até porque com a questão da pandemia as coisas 
pararam, mas bem antes da pandemia já não se via esse trabalho de prevenção nas escolas e 
nem nas próprias igrejas, não víamos esse trabalho. Com a pandemia toda essa situação 
piorou, quer dizer: a escola não funciona, mas para os boqueiros, houve um espaço muito 
amplo para trabalhar durante esse período de isolamento social. Eles são livres, tem um 
campo amplo que estão atuando em todos os lugares, eles não pararam, isso favoreceu muito 
os “empresários das drogas” a sobreviverem. 
 
2.3.1 A FOME 
 
 Hoje, o intuito da educação é para ser uma educação de mercado. Apenas para formar 
o básico daquelas pessoas que trabalham como mão de obra barata, uma forma de 
sobrevivência do sistema é ter as pessoas morrendo de fome. O Governo visa formar 
maquinas que aceitam 8h dia de trabalho por 6 dias semanais, de fato mulas de carga. O 
governo não quer o periférico em cargos de impacto. Em meio a pandemia ficou mais 
evidente de que as vidas nas periferias não está valendo, e como são numerosas, é vista como 
quem sempre estará sujeito a substituição por um outro necessitado. 
 A fome afeta o desempenho escolar dos filhos dos periféricos, Emília Ferreiro já 
identificava a fome, como uma das causa de dificuldade no aprendizado na alfabetização. 
 
 
 
 
 
É muito sofrida a educação da periferia, além da questão econômica da família, o 
pobre tem uma alimentação bem diferente, sua única refeição muitas vezes, é a merenda da 
escola quando tem. Quase sempre é o único incentivo para ele ir para escola. Então tudo isso 
pesa no povo da periferia, a desestruturação econômica. 
Muito triste quando você recebe em sua casa uma pessoa que diz, está há dois dias 
sem comer, está com filho no hospital, não tem renda nenhuma, sobrevive de doações, isso é 
muito triste. Com a Pandemia essa realidade só aumentou. 
O uso das drogas acaba sendo em muitos casos, refúgio para jovens esconderem seus 
problemas reais de uma elite social hipócrita, presentes em todos os meios, principalmente nas 
igrejas que deveriam acolher estas pessoas com alimento (pão material) Palavra (alimento 
espiritual), mas não é o que vemos. 
. O meu pai bebia cachaça para ter coragem de comprar fiado. Assim são as mães que 
fazem o uso das drogas, às vezes para ter coragem em pedir, aí onde elas se viciam. Acaba 
criando um problema bem maior. Não se cria alternativa para a mãe, naquele momento em 
que precisa se encorajar. Para muitos é mais fácil dar um copo de cachaça do que oferecer 
uma alternativa de trabalho para este pai ou mãe sustentar seus filhos. 
 
2.3.2 EFEITO DA CORRUPÇÃO NA PEREFIRIA 
 
 A corrupção está enraizada na cultura brasileira ha séculos, desde os tempos de 
colonização. Historiadores afirmam que, a corrupção, já nasceu com a chegada dos 
portugueses, que vieram explorar as riquezas naturais do país. E os primeiros a serem 
corrompidos, foram os índios, que habitavam as terras brasileiras. Os portugueses 
subordinavam os nativos, para conseguir tesouros valiosos do país, depois escravizavam e até 
roubavam. 
“Minha luta como político é contra a desigualdade social em meu país, a enfermidade 
dos ricos brasileiros, que é a sua indiferença diante do sofrimento do povo. Tenho tão nítido o 
que o Brasil pode ser, e há de ser, que me dói demais o Brasil que é” (Darcy Ribeiro) 7 
Darcy Ribeiro, não enxergava a educação como uma politica de governo, mas sim 
como uma politica de estado, como uma clausura pétrea, autentica. É no que concerne a 
 
7 Ecoa, publicado em 12 de dezembro de 2020, reportagem: Marcos Candido – Ed. Fernanda Schimidt. 
 
 
 
 
 
educação sendo encarada como politica de estado. É que a educação tem que ser considerada 
o pilar fundamental de qualquer estado. O desenvolvimento econômico, as politicas de saúde 
publica, de trabalho, emprego, etc. perpassam pela politica de educação. Por isso ela é uma 
politica de estado. 
Este sucateamento é um projeto da classe dominante para sucatear as escolas. Para que 
os filhos dos trabalhadores fossem preparados para serem explorados. Este projeto tem dado 
certo. Visto que os investimentos são feitos em armas, mas não investem na melhoria da 
educação. O Governo Federal dá mais prioridade às armas, a violência contra a juventude 
pobre. 
 A população carente paga mais impostos e lucros do que as super-ricas. Porque os 
ricos criam subterfúgios para não pagar. 
 Temos que aprender a exigir os nossos direitos adquiridos. Criticam o bolsa família, 
quando se tem filhas de militar com pensão vitalícia. 
”A educação é o grande diferencial de qualquer país. Através dela é possível promover 
melhor condição social e o desenvolvimento econômico das nações. Mas, não apenas isso. O 
acesso amplo à educação de qualidade é um antídoto contra a corrupção. Essa afirmação vem 
respaldada por uma pesquisa, publicada no ano passado, sobre a percepção de desvios e a 
evolução da escolaridade em 78 países desde 1870, elaborada pelo cientista político sueco Bo 
Rosthstein. De acordo com Rosthtein, a raiz da corrupção está no descuido histórico com a 
educação. Isso explicaria porque nações que foram pioneiras em valorizar o ensino público 
são mais transparentes com a sociedade. Além disso, os países menos corruptos do mundo, 
como a Alemanha, investiram desde muito cedo na educação de qualidade. É triste afirmar 
que o baixo nível de educação resulta em corrupção. Entretanto, o Brasil é nosso exemplo. O 
país nunca passou por uma reforma para universalizar o acesso à educação e as crianças de 
baixa renda são reféns de um ensino público que está, em sua maior parte, precário e 
sucateado.” 8 
 
 
 
8 https://www.leiaja.com/politica/2018/06/18/falta-de-educacao-gera-corrupcao/ 
 
https://www.leiaja.com/politica/2018/06/18/falta-de-educacao-gera-corrupcao/
 
 
 
 
 
3. MODELO DE EDUCAÇÃO 
 
 
3.1 DO IDEAL 
 “O antropólogo Darcy Ribeiro, foi um dos maiores defensores do ensino universal e 
criticava a ausência de planos a longo prazo para a educação. Era crítico, por exemplo, do 
analfabetismo e da demora para criar grandes universidades no país. Para ele, a falta de um 
projeto nacional para educar os brasileiros era uma forma de perpetuar nossa extrema 
desigualdade social.” 9 Esta ausência de plano claro para a educação faz alimentar uma 
sociedade cada vez excludente e carregada de pequenos projetos “tapa buracos” que nada 
contribuem a não ser aumentar a corrupção. 
 
 
3.2 DA ESCOLA TRANSFORMADA 
A escola é o meio para alcançar a transformação. Uma educação de qualidade te 
permite fazer escolhas, pode mudar a realidade da periferia, com a capacidade de 
transformação, que possui. Tanto do espaço físico como a reestruturação da educação em si. 
A escola precisa ser reinventada constantemente, acompanhar o processo de mudança 
das gerações e a evolução das tecnologias, assim podendo contar com uma infraestrutura 
adequada, acompanhada de estratégias criativas, prazerosas e educativas, contribui no 
desempenho do educando e torna a escola um espaço atrativo e o ensino passa a fluir 
naturalmente. Favorecer consciência critica ao educando através dos debates, rodas de 
conversas, abrir dialogo sobre diversos assuntos. 
É de grande valia, que a escola interaja ativamente com a comunidade, que seja 
motivada por simples eventos compartilhados com a comunidade de forma organizada, como: 
esporte, apresentações de dança, teatro, quermesse, entre outros. A participação da população 
(comunidade) é fundamental na participação de estratégia coletiva. Nos unir, é tomar conta 
dos espaços e exigir nossos direitos. 
“Esta busca de soluções, tendo em vista a modificação da realidade educacional dos 
países da América Latina, em relação ao fracasso na alfabetização, principalmente das 
 
9 Ecoa, publicado em 12 de dezembro de 2020, reportagem: Marcos Candido– Ed. Fernanda Schimidt. 
 
 
 
 
 
crianças das classes sociais menos favorecidas, levou Ferreiro a propor, por meio, 
especialmente, dos resultados da pesquisa contidos no livro Psicogênese da língua escrita, 
uma nova maneira de se pensar a alfabetização, já que, para a pesquisadora, o fracasso na 
alfabetização está relacionado à maneira pela qual esse processo vinha sendo proposto e 
praticado até então.”10 
A psicolinguística que foi aluna de Piaget em Genebra, Emília Ferreiro, tinha um foco 
nas questões politicas sociais. Inquieta com dificuldade no aprendizado das crianças pobres, 
se questionava: O que falta para quem não consegue? Com base nas pesquisas, ela mostra que 
existe um processo de aquisição da escrita, pelo qual as crianças vão pensando sobre a escrita 
e se tiverem informação, vão aprendendo a ler. 
 Uma das observações feita por Emília era o “por que” do fracasso das crianças pobres 
na escola. Em meio a tantas pesquisas opostas daquilo que o mundo inteiro estava fazendo, 
ela dá seguimento a sua pesquisa com hipótese piagetiana, tendo como objeto de estudo as 
crianças em fase de alfabetização. Com base na técnica Piagetiana, interrogava as crianças e 
observava em qual momento as crianças se davam conta do que a escrita representava p elas? 
No Brasil, a escrita é alfabética, ou seja, não é acessível imediatamente e nem 
diariamente para nenhuma criança. Exemplo: uma criança de classe média, em que vai para a 
pre escola e que os pais leem a noite, as chances de ser alfabetizada até mesmo antes dos 5 
anos de idade, é bem maior, comparada as que não tem o mesmo acesso. 
 “Na República e nas Leis, para além de desenhar o seu estado ideal, Platão também 
define o sistema educacional que o manterá, apresentando assim as suas ideias sobre a 
educação, o valor da poesia e da música, a utilidade das ciências, da filosofia e do filósofo. 
Platão começa por defender uma sólida formação básica que evolui até elevados 
estudos filosóficos, considerando que só indivíduos especialmente dotados poderiam chegar à 
filosofia. 
Para se chegar a este nível de educação é necessário passar por um nível de formação 
básica, à qual terá dado o nome de educação preparatória. Esta terá por função desenvolver de 
forma harmoniosa o espírito e o corpo.”11 Acredito que na educação mesclada de valores 
sejam eles poéticos, musicais, das ciências, é possível chegar a uma aprendizagem voltada 
 
10 Revista Eletrônica Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua Portuguesa” Sítio Oficial: 
www.acoalfaplp.net 
11 http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/academia/academia4.htm 
 
 
 
 
 
para a valorização do ser humano como pessoa, não podemos deixar que nosso corpo seja 
máquinas apenas para a produção mecanizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Durante o estudo, conversamos com diversas pessoas, moradoras da periferia, 
educadores atuantes em sala de aula nas escolas de periferia e cidadãos comuns que mesmo 
semi alfabetizados conseguem fazer uma leitura, onde demonstram que a educação de 
qualidade pode ser também obtida na periferia. 
Das conversas que conseguir aproveitar não só para a construção deste artigo, como 
para a minha vida, foi com a professora Domingas Lima, onde a mesma não apenas tem um 
conhecimento profundo do tema, como coloca a mão na massa e faz acontecer aquilo que os 
órgãos públicos não fazem. A professora sai da sua casa para atender crianças sem comida e 
sem material escolar, onde não só levam a comida e os materiais escolar para as crianças da 
periferia, mas que cobram dos pais quando seus filhos não vão à escola. 
Sabemos que só isto não basta, mas também não desvalorizamos o seu trabalho em 
prol de uma sociedade justa e que seja pelo menos vista como parte de um habitat onde 
moram pessoas que pedem socorro. 
 
 
 
 
 
Os desafios são muitos para os moradores das periferias, vistos sua capacidade de 
driblar os problemas hoje fortes como a pandemia há mais de um ano presente e que mesmo 
assim, vemos famílias com seus filhos usando o que tem para estudar, cadernos já quase todo 
usado, pais sem letramento para ensinar as lições aos filhos, mesmo assim, cobram para que 
as atividades não fiquem sem fazer. Talvez aqui está a resistência de quem mora na periferia, 
não desanimar mesmo que a vida lhes dê uma “rasteira”, é o sonho do futuro dos filhos não 
ser apagados pela dura realidade vivida. 
Acreditamos na força propulsora de quem mora na periferia, cobramos dos 
governantes alternativas capazes de poder retirar jovens das drogas, trazer lazer para as 
crianças da periferia, aumentar a capacidade das creches onde as mães possam deixar seus 
filhos enquanto trabalham, políticas públicas capazes de gerar trabalho e renda para os 
autônomos. 
Só assim teremos condições de melhorar a qualidade das escolas públicas da periferia, 
com menos corrupção na política, na religião, nas famílias, nos espaços de convivência, 
vamos ter infraestrutura de qualidade com saneamento, lazer, saúde, educação e respeito pelo 
outro, não custa sonhar. Seguimos firmes na prática do bem estar de todos, mas de modo 
especial, das crianças, adolescentes e jovens que ainda estão fora da escola por vários motivos 
aqui desnecessários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Referencias bibliográficas 
 https://www.comciencia.br/dossies-1-72/reportagens/cidades/cid08.htm 
https://novaescola.org.br/conteudo/2767/centro-e-periferia-desigualdades-educacionais 
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/05/na-periferia-faltam-internet-computador-e-
ate-mesmo-papel-e-lapis-para-aulas-a-distancia.shtml 
Ecoa, publicado em 12 de dezembro de 2020, reportagem: Marcos Candido – Ed. Fernanda 
Schimidt. 
https://www.leiaja.com/politica/2018/06/18/falta-de-educacao-gera-corrupcao/ 
Ecoa, publicado em 12 de dezembro de 2020, reportagem: Marcos Candido – Ed. Fernanda 
Schimidt. 
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Revista Eletrônica Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua Portuguesa” Sítio Oficial: 
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http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/academia/academia4.htm 
CARVALHO, Marília Pinto de. Diferenças e Desigualdades na Escola. 1° edição. Campinas: 
Papirus, 2012 
FERREIRO, Emília. Reflexões Sobre Alfabetização. 26° edição. Cortez, 2018. 
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. 1° edição. Global 
Editora, 1995. 
http://www.acoalfaplp.net/

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