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TCC - FINAL - Janaína

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3
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE ITAITUBA - LTDA
FACULDADE DE ITAITUBA - FAI
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS
JANAINA ARAÚJO DE OLANDA
LITERATURA JUVENIL E INCENTIVO À LEITURA: Aplicação Metodológica no Ensino Fundamental II
Itaituba 
2016
 JANAINA ARAÚJO DE OLANDA
LITERATURA JUVENIL E INCENTIVO À LEITURA: Aplicação Metodológica no Ensino Fundamental II 
 (
Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao curso de Letras Vernáculas da Faculdade de Itaituba para obtenção do título de Licenciatura Plena em Letras.
Orientador (a): Prof.ª Esp. 
Railane
 Esmeralda Cruz Figueira.
)
	
Itaituba 
2016
JANAINA ARAÚJO DE OLANDA
LITERATURA JUVENIL E INCENTIVO À LEITURA: Aplicação Metodológica no Ensino Fundamental II
	
 (
Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao curso de Letras Vernáculas da Faculdade de Itaituba para obtenção do título de Licenciatura Plena em Letras.
Orientador (a): Prof.ª Esp. 
Railane
 Esmeralda Cruz Figueira.
)
	
 
	
BANCA EXAMINADORA	
Presidente: _______________________________________ Nota: _________
Prof.ª Djalmira de Sá Almeida, doutora.
Orientadora: ______________________________________ Nota: _________
Prof.ª Railane Esmeralda Cruz Figueira, especialista.
Avaliador: ________________________________________ Nota: _________
Prof.ª Esp. Maria Danielle Lobato Paes, especialista.
 
Resultado: ______________________________________ Média: _________
Data: 06 de agosto de 2016
A Deus, minha família, em especial minha mãe Maria, meu pai Antônio, meu irmão Jairo, meu padrasto Celinaldo, meus filhos Davi e Daniel, pela força, paciência e incentivo. Dedico-lhes esta conquista como gratidão.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, pelo dom da vida, por permitir que eu vivesse esse momento, abençoando-me com uma bolsa de estudos na Faculdade de Itaituba- FAI, pela minha saúde e da minha família. Agradeço a minha família, em especial minha mãe Maria e meu padrasto Celinaldo, pelo apoio, por cuidarem dos meus filhos Davi e Daniel nos momentos em que precisei ao meu irmão Jairo pelos incentivos e orientações e meu amigo Robert por ter feito minha inscrição no PROUNI (Programa Universidade para Todos).
A esta faculdade, todo seu corpo docente, direção, administração, enfim todos os funcionários, as quais me receberam muito bem, e sempre que precisei de algo relacionado ao curso eles supriam com as minhas necessidades. Em especial agradeço às professoras Railane Esmeralda Figueira, Maria Danielle Lobato Paes, Mara Nascimento, Regina Figueira, Benildete Duarte, Raimunda Bentes, Lúcia Maria Cruz, cada uma com suas particularidades e metodologias que marcaram positivamente minha vida, aprendi muito com elas.
A minha orientadora Professora Railane Figueira, pelo suporte, pelas explicações e correções, pelos incentivos, força, enfim por acreditar em mim. Aos meus colegas do curso de Letras, pela troca de conhecimentos, por me ajudarem quando precisei. E a todos que contribuíram direta ou indiretamente com a minha formação, o meu muito obrigado.
Incentivar a leitura é a forma mais eficaz de disseminar cultura e valores, incitar a imaginação e despertar a criatividade.
“Elaine Sekimura
RESUMO
Atualmente, o tema de propostas e incentivo à leitura tem sido objeto de estudos em livros, seminários e projetos, devido à dificuldade de alguns jovens em apreciar a leitura. Observa-se que os principais fatores são a falta de incentivo em algumas salas de aula, e até mesmo no seio familiar, falta de estrutura de algumas escolas como biblioteca, acervo de livros. Além disso, as redes sociais também são fatores que prendem à atenção dos alunos, por ser novidade que surge e passa a ser algo essencial na vida deles que acabam trocando momentos de leituras em livros, computadores, tablets e celulares, para ficarem diversas horas acessando as redes sociais, brincando em jogos que não tem nada a acrescentar em seu conhecimento. Existem diversos meios que transmitem informações, como: rádio, televisão, computadores, mas, nenhum deles se compara com os conhecimentos adquiridos através da leitura, como: autonomia intelectual, vocabulário rico, sucesso escolar, entre outras vantagens. A adolescência é uma nova fase, é o começo do processo de mudanças de comportamentos, que necessita de atenção, principalmente quando se relaciona à educação e leitura, por isso é necessário que se lance um olhar para o Ensino Fundamental II, como a leitura é trabalhada nessa fase, cabendo aos professores propor a leitura de obras literárias que chamem a atenção desse público. Dessa maneira, uma leitura de acordo com essa faixa etária que permite falar as vozes do adolescente, com temas que retratem a realidade, abordando relacionamentos amorosos, primeiro emprego, violência, bullying, boas atitudes, e que tenham personagens com as quais eles se identifiquem são estratégias que podem mudar essa realidade. Diante disso, para que o docente alcance seus objetivos, é necessário oferecer possibilidades que chamem atenção desses jovens, pesquisando obras, metodologias que incentivem à prática de leitura. 
Palavras-chave: Leitura. Educação. Jovens. Conhecimento.
ABSTRACT
Currently the subject of proposals and encourage reading has been studied in books, seminars and projects, due to the difficulty of some young people enjoy reading. It is observed that the main factors are the lack of incentives in some classrooms, and even in the family, lack of some schools as a library structure, book collection. Moreover, social networks are also factors that hold the attention of students, being new that comes up and becomes something essential in their lives that end up changing moments of reading books, computers, tablets and mobile phones, to stay several hours visiting social networking, playing games that have nothing to add to his knowledge. There are several ways to transmit information, such as radio, television, computers, but none of them compare to the knowledge acquired through reading, as intellectual autonomy, rich vocabulary, school success, among other advantages. Adolescence is a new phase is the beginning of the process of behavior change that needs attention, especially when it relates to education and reading, so it is necessary to throw a glance at the Elementary School II, as reading is worked at this stage, leaving teachers propose the reading of literary works that draw the attention of this audience. Thus, a reading according to this age group that allows you to speak the adolescent voices, with themes that portray the reality, addressing romantic relationships, first job, violence, bullying, good attitudes, and have characters with whom they identify are strategies that can change this reality. Thus, for the teacher reach your goals, you need to offer possibilities that draw attention of these young people, researching works, methodologies that encourage the practice of reading.
Keywords: Reading. Education. Young. Knowledge.
 (
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57
) (
1
 INTRODUÇÃO
....................................................................................................
.
...
.........
2
 FORMAÇÃO DE LEITORES: LIMITES E POSSIBILIDADES
............................
.
..
.........
2.1 A LEITURA COMO PRIMEIRO PASSO PARA O CONHECIMENTO
................
..........
2.2.1 A leitura segundo os 
PCN
s
.......................................
..
............................
..
......
........
2.2 CRISE VIVENCIADA NA PRÁTICA DE 
LEITURA ...
..........................................
.........
2.3 LEITURAS NA ESCOLA E NECESSIDADE DE UMA NOVA METODOLÓGIA
.................................................................................................................
2
.4 A LEITURA LITERÁRIA NA SALA DE AULA
.................................................
.
.
.
...
........
3
 PANORAMA DALEITURA NA EDUCAÇÃO JUVENIL
................................
...
.......
.......
3.1 CARACTERÍSTICAS PECULIARES DA LITERATURA JUVENIL
...............
..
......
........
3.2 CONTEXTO
 HISTÓRICO DA LITERATURA JUVENIL NO BRASIL..........
.
.....
..
...
.......
3.3 LIT
ERATURA
 JUVENIL COMO INCENTIVO À
 LEITURA.........................
.
.........
........
3.4 PLANEJAMENTO
 METODOLÓGICO PARA O ENSINO DA LEITURA.............
.........
4
 LITERATURA JUVENIL: APLICAÇÃO METODOLÓGICA NA ESCOLA MAGALHÃES BARATA
.....................................................................................................
4.1 CARACTERIZAÇÃO
 DO AMBIENTE DE TRABALHO......................................
.........
.
4.2 PROCEDIMENTOS DA APLICAÇÃO DO PROJETO
......................................
..........
..
4.3 PERFIL
 DOS PARTICIPANTES......................................................................
..........
...
4.4 ATIV
IDADES
 DESENVOLVIDAS
................................................
.......
.
...
...
4.5 ANÁLISE
 DOS RESULTADOS......................................................................
..
.
........
.
5
 CONCLUSÃO
.....................................................................................................
..........
...
REFERÊNCIAS ...
................................................................................................
.........
.....
ANEXO
.
..............................................................................................................................
...............................................................................................................
.........
......
)SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
A leitura é uma atividade importante para o desenvolvimento pessoal, educacional e profissional de um individuo, pois através do ato de ler uma pessoa adquire autonomia intelectual, vocabulário rico, conhecimento da sociedade na qual ele está inserido, entre outros benefícios. 
Atualmente, o tema de propostas de incentivo à leitura, tem sido objetos de estudo em livros, seminários e projetos, devido à dificuldade de alguns jovens em apreciar a leitura, pois existem diversos fatores que contribuem com essa situação como: a falta dessa prática dentro e fora da sala de aula, aulas do ensino da língua portuguesa voltado somente para o ensino de normas da gramática, aulas de Literatura voltada para a leitura de escolas literárias, com metodologias que fazem da aula chata e cansativa. Além disso, o avanço das tecnologias e o surgimento de diversas redes sociais, como o facebook, whatsapp, e outros, que atrai esse público e tira a maioria do tempo desses jovens.
Observa-se que a maioria dos adolescentes vem se afastando da prática de leitura, e uma das causas para esse acontecimento, é a falta de incentivo em algumas salas de aulas, e até mesmo no seio familiar. Através disso, observa-se também outro fator importante, que são as aulas de língua portuguesa, ministradas por alguns professores, que reféns da ideia de que a gramática normativa constitui o objeto principal do estudo da língua, pouco pratica a leitura dentro da sala de aula, utilizando somente a metodologia de decorar conteúdos, que pouco se aprende e logo se esquece, com atividades que não utilizam textos e que não influenciam o interesse pela leitura.
Somando-se a isso, temos outra situação que contribui com a desmotivação dos jovens em relação à leitura, que são as aulas de Literatura, onde alguns professores não aproveitam a oportunidade de incentivar o gosto pela leitura em seus discentes através dessa disciplina que é de fundamental importância, pois esta sendo ensinada com metodologias incentivadoras pode contribuir despertando neles o interesse pela leitura. Ademais o que se vê são alguns docentes utilizando somente o método de decorar, através de leituras cansativas das escolas literárias, obras e autores, que nada contribuem com a formação de leitores, pois uma leitura feita por obrigação, somente para ser avaliado em uma atividade, não tem um resultado satisfatório na formação do leitor, porque o mesmo logo vai esquecer tudo o que leu.
Entende-se que é somente através da leitura que se aprende mais sobre o mundo em que se vive, como: acontecimentos do passado, do presente e as novidades que ainda vão surgir, despertando nas pessoas o seu lado crítico através do aprendizado adquirido nos momentos de leituras.
Nesse sentido, tem-se o objetivo de conscientizar os professores, principalmente os de língua portuguesa e de literatura a buscar a cada dia metodologias de ensino que incentivem seus alunos a essa prática, evidenciando os benefícios que a leitura causa na vida de um leitor, identificando os fatores que estão prejudicando a aprendizagem dos discentes, e em seguida utilizando propostas que incentivam essa prática.
Dessa forma, para concluir essa monografia, foi necessário fazer um trabalho de pesquisa bibliográfica, através de leituras de obras de vários autores e sites relacionados ao tema, e a busca de propostas metodológicas de incentivo à leitura para jovens, sendo necessário elaborar um projeto de leitura e aplicá-lo na Escola Magalhães Barata para alunos de sétimo ano do ensino fundamental.
Diante disso, esta monografia está organizada em cinco capítulos: o primeiro apresenta uma introdução, o segundo trata da relevância da leitura, crise da leitura e leitura literária na sala de aula. O terceiro mostra a Literatura Juvenil, seu contexto histórico da literatura juvenil, e da literatura juvenil como incentivo à leitura para adolescentes, o quarto apresenta uma aplicação de Projeto de Ensino da Leitura no Ensino Fundamental II, e o quinto, apresenta aspectos conclusivos.
Espera-se que os estudos e ferramentas aqui desenvolvidas possam contribuir com a escola e professores, e interessados no assunto, servindo de instrumento de pesquisa a todos os que precisarem saber mais a respeito do assunto.
2 FORMAÇÃO DE LEITORES: LIMITES E POSSIBILIDADES
	
2.1 A LEITURA COMO PRIMEIRO PASSO PARA O CONHECIMENTO
A leitura é uma atividade que tem um fator social importante na vida de uma pessoa, pois através do ato de ler, o indivíduo adquire conhecimento. Além De ser, uma atividade que contribui com a escrita e a apreensão de vocabulário. Por essa razão, ela é essencial na formação social do indivíduo, por está relacionada diretamente com a capacidade de ler para conhecer e aprender. 
Segundo Antunes (2010), a leitura tem um fator importante para dá autonomia intelectual na vida de uma pessoa que ler e mesmo diante de tantos meios tecnológicos que existem e que vem surgindo a cada dia, como: televisão, rádio, cinema, internet e outros, ela continua sendo um dos melhores meios de aquisição de conhecimento e de colher ideias.
Diante dos fatos mencionados, para que se tenha um resultado satisfatório, conforme Antunes (2010), não basta saber o que está escrito no papel, é necessário saber compreender, interpretar o que está escrito a partir das relações estabelecidas entre as informações do texto e dos conhecimentos de vida que a pessoa possui, sendo capaz de refletir, tornando-se um cidadão crítico dentro da sociedade.
Para se falar em leitura, deve-se primeiro, entender e saber qual a origem desta palavra. Portanto, a palavra ler vem do latim legere, que significa ao mesmo tempo ler e colher, ou seja, a arte de colher ideias, no entanto, para colher ideias de uma forma eficiente é preciso não saber apenas o que está escrito no papel, é necessário saber compreender, interpretar e ter cuidados ao realizar uma leitura. (ANTUNES, 2010:02)
Ainda a autora supracitada, a leitura provoca a necessidade da compreensão e da interação com o mundo, além disso, o individuo que lê contribui para o seu enriquecimento pessoal, para a realização do conhecimento intelectual que é tão importante, necessário e desejado pelo ser humano da atualidade. Percebendo o valor social que a leitura tem, ela deveria ser adotada nas escolas como principal atividade a ser desenvolvida para uma melhor formação dos alunos,pois ela tem a capacidade de transformar pessoas, faz com que elas adquiram conhecimentos, sejam críticos e pesquisadores perante a sociedade.
Conforme Lins (2012), atualmente, o “gosto pela leitura” é uma função que deve ser despertada e incentivada nas crianças, jovens e adultos, pelas escolas e principalmente pelos pais, onde os mesmos devem mostrar aos seus filhos e os professores aos seus alunos o valor social da leitura e os benefícios que ela transmite nas pessoas que têm o hábito de ler, tudo isso deve ser feito através de bons exemplos, de metodologias que façam com que eles percebam a importância dessa prática em suas vidas.
De uma forma geral, há uma expectativa social que os pais cumpram a função de transmissão cultural do “gosto pela leitura. (...) a leitura é sempre uma prática encarnada por gestos, espaços e hábitos”. Aprender essas dimensões foi um longo exercício de percepção de sutilezas. Aqui e ali as crianças iam deixando pequenos rastros. (LINS, 2012:25)
Segundo ainda a autora, um indivíduo pode sim ser influenciado a ler, através do convívio com pessoas que praticam a leitura, pois há gestos que convidam e anuncia pela palavra, acionada pela descoberta de algo muito bom, despertando o interesse entre as pessoas em querer conhecer o que de bom existe por traz daquela leitura, onde as mesmas acabam contribuindo diretamente no trabalho de produção do valor da leitura e do livro, através do ato de anunciar uma obra que leu e gostou.
2.1.1 A leitura segundo os PCNs
		
A leitura é de fundamental importância na vida de uma pessoa, o aluno que desenvolve a prática de leitura tem bom desempenho em todas as disciplinas, pois se observa que não somente a matéria de língua portuguesa exige leitura dos alunos, mas todas, até mesmo matemática, pois há atividade que exige muita leitura e interpretação, para a resolução de alguns problemas propostos pelo professor. 
A partir de uma prerrogativa da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação, lei 9394/96, os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados procurando de um lado, respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país, com objetivo de criar condições nas escolas que permitam aos jovens a ter acesso ao conjunto de conhecimentos que é de direito deles. 
Diante disso, conforme os PCNs, a leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, pois não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra, mas ler com entendimento, compreendendo de fato o que o autor está querendo repassar para o leitor, concordando ou não, buscando ir mais além através de pesquisas e esclarecimentos, identificando o que está explícito e implícito nos textos.
Um leitor competente sabe selecionar, dentre os textos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a suas necessidades, conseguindo estabelecer as estratégias adequadas para abordar tais textos. O leitor competente é capaz de ler as entrelinhas, identificando, a partir do que está escrito, elementos implícitos, estabelecendo relações entre o texto e seus conhecimentos prévios ou entre o texto e outros textos já lidos. (BRASIL, 1998:69).
		
Segundo os PCNs, o terceiro e quarto ciclos têm papel decisivo na formação de leitores, mas esse interesse pode ser perdido no ensino fundamental maior, pois são vários os concorrentes que desestimulam essa prática, como a falta de incentivo em algumas escolas, bibliotecas indisponíveis, falta de incentivo no seio familiar, livros caros, diversas tecnologias, como jogos em vídeo games, brincadeiras, etc. 
Diante disso, é necessário que a escola tenha suporte suficiente para estimular essa prática, como: bibliotecas, acervos de livros para cada faixa etária e professores que façam a diferença, que reconheçam o valor que a leitura tem e busquem metodologias que incentivem seus alunos em relação a essa prática.
Ainda de acordo com os PCNs, as atividades organizadas pelo professor com a finalidade de formar leitores devem se diferenciar de acordo com o gênero textual, pois existem uma diversidade deles, e uma metodologia utilizada em um deles que deu certo, pode ser que não dê certo em outro. 
(...) Produzir esquemas e resumos pode ajudar a apreensão dos tópicos mais importantes quando se trata de textos de divulgação científica; no entanto, aplicar tal procedimento a um texto literário é desastroso, pois apagaria o essencial, o tratamento estilístico que o tema recebeu do autor. (...) (BRASIL, 1998:70).
Diante disso, observa-se que essas metodologias, planos de aulas com essa finalidade de formar leitores, não devem ser consideradas como receitas prontas, o docente tem autonomia de fazer mudanças de acordo com as suas necessidades, a da escola e até mesmo de seus alunos.
Para os PCNs, não são da noite para o dia que se forma um leitor, por isso é necessário que pais, escola, educadores, se dediquem mais em relação ao assunto, buscando meios para solucionar essa problemática através de projetos, buscando metodologias que incentivem essa prática e mesmo que eles não alcancem seus objetivos logo de imediato, o certo é insistir, pois a leitura só tem a favorecer no desenvolvimento do aluno, principalmente no campo educacional.
 2.2 CRISE VIVENCIADA NA PRÁTICA DE LEITURA
Conforme Maia (2007) alguns professores de Língua Portuguesa e de Literatura se preocupam com a situação de alguns alunos que não se interessam por quaisquer atividades que envolva leitura de textos ou de livros, principalmente de textos de obras literárias, essa situação assume contornos mais sombrios e angustiantes, desafiando os docentes a buscarem metodologias que contornem essa situação.
 Além disso, segundo Maia (2007), existe outra problemática, que é a falta de biblioteca e de livros em algumas escolas. O que o professor deve fazer nessa situação? Que caminho ele deve seguir? Aceitar todas as justificativas para o problema, se acomodar e fingir que não está acontecendo nada? Ou estudar mais o assunto e buscar solucionar o problema?
Desse modo, os momentos de satisfação no cotidiano da sala de aula são tão ínfimos, que só restam dois caminhos ao professor: aceitar todas as justificativas para o problema (falta de livros, desinteresse dos jovens, a formação deficiente) ou estudar, com mais profundidade, a questão. A opção pelo segundo caminho remeteu-me à pesquisa sobre a relação leitura/escola. (MAIA, 2007:59)
Diante dos fatos mencionados, conforme o autor supracitado observa-se que as principais causas dessa crise, é o distanciamento e a falta de hábito da população com a Literatura. Além disso, a relação do educando com a leitura ainda é precária em algumas instituições de ensino, devido à concepção de não priorizar a formação do indivíduo leitor, crítico e autônomo.
Para Oliveira (2005) ainda é baixo o número de leitores que praticam a leitura no seu dia a dia como um hábito de vida. Os fatores que contribuem com essa situação é a falta de biblioteca em muitas escolas, sendo que ela é considerada como o principal mediador de ensino, e infelizmente, temos no Brasil poucas bibliotecas, poucas livrarias e livros caros, que nem todo mundo pode ter acesso devido os padrões de renda da maioria da população.
Oliveira (2005) afirma que, como no Brasil a escola é considerada como o grande e mais importante espaço mediador da leitura e da formação de leitores, convém discutir como ela vem tratando os livros de literatura, pois infelizmente, não poucas vezes, como sabemos, são utilizados como simulacros livros didáticos. É preciso ser claro: didatizar, utilizar textos literários com fins meramente utilitários, dá sentindo no texto para que a literatura não perca sua essência.
Conforme Schutz et al (2009) é comum os professores atribuírem a “crise de leitura” ao método de alfabetização, pois muitos acham e dizem que se o aluno foi bem alfabetizado ele será um bom leitor, sendo que na verdade não é, pois o incentivo à leitura despertada nas crianças pode ser perdido na faixa etária juvenilse eles não tiverem um bom acompanhamento da família e também de professores dispostos a fazer um bom trabalho, que saibam trabalhar com metodologias que contribuem em relação a esse assunto, pois não basta utilizar métodos inovadores, se não forem bem explorados e usados de forma correta, o seu objetivo não será alcançado.
Muito se discute acerca dos problemas de leitura e da enorme dificuldade de fazer com que essa prática se torne cada vez mais presente no cotidiano da população, fato esse que, de acordo com Kleiman (2008), vem se agravando, devido à formação precária do professor e o seu desconhecimento dos resultados de pesquisas na sua área. (SCHUTZ et al 2009:06)
Não basta o professor ter conhecimento de diversos tipos de metodologias de ensino, se na prática ele não saber utilizar de maneira correta, não fazer planejamentos, analisar pontos estratégicos, o que a escola tem de disponível para que ele possa utilizar em seus trabalhos e o que ele pode conseguir fora da escola, preparar seus alunos antes de cada atividade, para que ele consiga alcançar o seu propósito que é formar leitores.
Conforme Marucci (2007) existe uma distância entre o Brasileiro e a leitura, pois pesquisas feitas pelo programa Internacional de Avaliação do Estudante (PISA – 2003) colocavam o Brasil nos últimos lugares dentre quarenta países em relação à leitura. Pois segundo a autora, o problema da educação no país é estrutural e cultural. Não temos nem a desculpa da pobreza, pois países mais pobres têm rendimento melhor.
O problema econômico sem dúvida é um agravante, mas não parece ser um fator que determina a pouca intimidade do nosso povo com as letras. Mesmo na camada com renda acima de 10 salários-mínimos, 32% dos entrevistados revelaram que não costumam ler. Na mesma pesquisa, apenas 10% afirmou frequentar as bibliotecas com assiduidade.” (MARUCCI, 2007: 2).
Nesse sentido, segundo Marucci (2007), observa-se que no Brasil o problema econômico sem dúvida é um agravante, mas não podemos culpar a pobreza, pois o brasileiro não ler, seja ele de qualquer classe social, pois a maioria quando leem é só por necessidade, porque precisam passar por uma avaliação, ou porque estão participando de algum processo seletivo.
Diante dessa situação, conforme Marucci (2007), para combater essa crise do ensino-aprendizado, cabe ao docente saber usar as estratégias, para que ele alcance seus objetivos, buscando aprofundamentos acerca da leitura, para que se possa, efetivamente, construir leitores conscientes de seu papel na sociedade, construindo em suas aulas de leitura, independentemente da disciplina uma contextualização do texto para a vida do aluno, pois somente quando a leitura faz sentido para o indivíduo é que se aprendem os significados dos signos.
Para Marucci (2007), a distância entre o Brasileiro e o livro, não se origina unicamente nos problemas relacionados com métodos educativos, e sim pela má formação cultural, devido à constituição histórica de nossa identidade, pois desde a descoberta do Brasil, a leitura já era considerada uma cultura do povo civilizado que eram os europeus, que ao adentrarem em nosso país se depararam com a população indígena que era considerada “pessoas aculturadas”, e foram deles as marcas que recebemos na formação da nossa identidade.
(...) o brasileiro quase não lê. A expressão adverbial “por má formação cultural” é que se encarrega de atrelar a leitura à cultura letrada, como já se fazia desde o Brasil colônia, sendo essa posição ideológica originada historicamente da visão do colonizador, do olhar do outro, europeu, “civilizado”, ao se deparar com a população indígena. (...) MARUCCI (2007: 05)
Segundo Marucci (2007), como a falta de leitura é considerado um traço da identidade do povo brasileiro, devido à forma como o Brasil foi colonizado, cada indivíduo deve se incluir dentre os letrados. Para que isso ocorra, tal processo começa no período da alfabetização, na qual ela constitui uma condição necessária à formação do leitor, sendo que as construções dos sentidos sobre a leitura como prática variam de acordo com as condições de cada indivíduo, pois devido o modelo econômico que se apóia na concentração de renda, que não fornece igualdade de oportunidade e acesso à cultura, deixando grande parte da população sem condições de sobreviver, imagine comprar livros.
Diante dos fatos mencionados, conforme Marucci (2007) pode-se concluir que existem diversos fatores que prejudicam esse ensino aprendizado em relação do indivíduo com a leitura, pois atualmente temos uma gama de recursos tecnológicos a disposição dos estudantes, desviando ainda mais a atenção dos livros, a falta de bibliotecas públicas e nas escolas, que acabam dificultando o acesso aos livros pelas camadas mais desfavorecidas da população. Além disso, as metodologias utilizadas por alguns professores que utilizam a leitura apenas com pretexto para o desenvolvimento dos conteúdos gramaticais.
2.3 LEITURAS NA ESCOLA E NECESSIDADE DE UMA NOVA METODOLOGIA
O ato de ler é considerado como uma das formas mais eficazes de desenvolvimento do ser humano, pois a leitura é uma atividade que dá acesso ao conhecimento, causando no individuo momentos de prazer e ao mesmo tempo contribui com a escrita e o vocabulário da pessoa. E são tantos os benefícios que ela transmite na vida das pessoas, que esse assunto deveria ser praticado mais na sala de aula, e que os professores focassem mais nela durante o ensino-aprendizado, utilizando métodos de ensino que incentivam os alunos a ver a leitura como algo essencial, fazendo dela prática do dia a dia. Além disso, todas as disciplinas exigem leituras, e para que os discentes alcancem o sucesso em suas avaliações é necessário que se busque entendimento através de leituras obrigatórias exigidas pelas disciplinas.
Conforme Maia (2007), muitos já falaram e escreveram sobre a importância da leitura na vida do homem, as dificuldades e consequências da ausência dela na vida de uma pessoa. A cada dia que passa a sociedade está exigindo mais pessoas letradas, pois ela é vista como um instrumento para o processo de reconstrução da sociedade brasileira, porque através dela, tem-se o conhecimento de diversas situações que estão acontecendo ou que já aconteceram no mundo em que vivemos.
(...) a leitura é uma atividade necessária não só ao projeto educacional do indivíduo, mas também ao projeto existencial, e que, além de ser um ato que se realiza no âmbito da cognição, apresenta caráter social, histórico e político. (MAIA, 2007:29)
Dessa maneira, conforme Maia (2007) observa-se a importância da leitura na vida das pessoas, e é por esse e outros motivos que seria necessário que a escola criasse um vínculo com a leitura, tendo um espaço privilegiado, principalmente nas aulas de língua portuguesa, pois o que se ver na maioria das vezes são atividades com frases retiradas de textos, voltado somente para a gramática normativa, ou trabalho envolvendo resumos dos livros lidos em casa, sendo que a maioria dos alunos só faz por obrigação. Tal atitude de alguns professores faz com que alunos não se sintam motivados, e através disso, não percebam o valor social que a leitura tem para a sua vida.
Como a leitura tem um poder considerável e de grande importância na vida das pessoas, o que se deve perguntar é como é a prática de leitura dentro das escolas, o que os professores e a escola tem de disponível para oferecer aos seus alunos. Será que professores estão agindo de acordo com as teorias vistas no processo de formação profissional? (MAIA, 2007:29)
Observa-se que na maioria das vezes na teoria é uma situação e na prática é outra, pois se ouve com frequência comentários que falam sobre a dificuldade dos alunos em relação à leitura, e dos problemas que tem influenciados essa tal desmotivação. (...) “Que é de se perguntar objetivamente como anda a prática de leitura e como deveria ser essa prática em nossas escolas”. (MAIA, 2007:29)
Diante disso, para Maia (2007) é necessário que a escola procure se aprofundar mais noassunto, colocando em prática elementos que o professor aprendeu durante a sua capacitação, fazendo análises de trabalhos já existentes, para mudar essa questão da falta de interesse pela leitura de seus alunos, e ajudando os alunos que não podem ter acesso aos livros por questões financeiras, a ter contatos de leituras de textos, obras, livros, etc.
Para Vinhais (2009), torna-se um desafio para os professores fazerem com que a leitura ganhe sentido para o aluno, principalmente o ensino da literatura, seus contextos históricos, obras e autores de determinado período, até porque são textos que existem muitas palavras desconhecidas pelos jovens, o que acaba os desmotivando, pois quando vão fazer a leitura, fazem somente por obrigação, porque vão participar de um processo avaliativo, deixando de atuar como sujeito-leitor e apreciar aquele momento sem compreender o verdadeiro sentido da leitura, entende-se que uma leitura feita por obrigação é uma das situações mais angustiantes, e a tendência é que eles se afastem a cada dia dessa prática.
(...) pode se avaliar o impacto no aluno de um ensino que pretende reproduzir sentidos pela leitura obrigatória de textos escritos em séculos passados, assumindo como prática da literatura apenas o saber sobre as obras, sem considerar, portanto, que o aluno está se constituindo como sujeito em diferente espaço e tempo. Conflitos podem ser percebidos no jogo de sentidos situado na palavra “pesadelo”. Pesadelo é ler sem entender e ser obrigado a ler; (...) (VINHAIS, 2009:62).
Conforme Coelho (2000), desde os anos 70/80, as experiências, debates e propostas para reformas educacionais vêm-se multiplicando de maneira significativa, principalmente no âmbito da Língua e da Literatura, até porque atualmente existe um fantasma que circula entre as pessoas que desviam a atenção em relação à leitura, que são os vídeos games, momentos de laser, diversões em festas e tecnologias eletrônicas.
A cada dia surge algo novo que chama a atenção delas, essas situações ameaçam encarnar no estilo de vida e de filosofia dos adultos, adolescentes e crianças. “É esse o belo/horrível contexto cultural que, atualmente, através de mil meios de comunicação, se oferece como brilhante e equívoco caminho de vida aos adultos, adolescentes e crianças”. (COELHO 2000:14). 
De acordo com o autor supracitado, essa realidade é concreta e desafiante, pois todos os fatores citados são fortes concorrentes em desviar a atenção das pessoas diante da leitura, e é por esse motivo que se torna cada vez mais urgente uma nova reflexão sobre a Educação e o Ensino, pois a verdadeira evolução de um povo se faz ao nível da mente, da consciência de mundo que cada um vai assimilando desde a infância, e a Literatura tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação, servindo como agente de informação e formação.
Segundo Coelho (2000) é ao livro, a palavra escrita, que se atribui a maior responsabilidade na formação da consciência de mundo das crianças e jovens, pois por meio da leitura oral ou escrita, compreende-se o espaço em que se vive, obtêm-se informações de acontecimentos do passado e recebe-se a herança da tradição que cabe a sociedade transformar. Realizado por outras gerações, são valores herdados e que podem ser renovados.
Diante desse processo de transformação, com o surgimento da informática que nos invadiu com força total, para Coelho (2000), a literatura juvenil é o agente ideal para a formação da nova mentalidade, que até então se faz urgente, devido ao avanço dessas tecnologias. 
A leitura voltada para o público juvenil serve como agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto estimulado pela escola, mostrando os caminhos que devem ser seguidos ou evitados para a realização de uma vida mais plena e justa. 
É ao livro, a palavra escrita, que atribuímos à maior responsabilidade na formação da consciência de mundo das crianças e jovens. Apesar de todos os prognósticos pessimistas, e até apocalípticos, acerca do futuro do livro (ou melhor, da literatura), nesta nossa era da imagem e da comunicação instantânea, a verdade é que a palavra literária escrita está mais viva do que nunca. (COELHO, 2000:15)
Defendendo a literatura juvenil como a abertura para a formação de uma nova mentalidade, conclui-se que o professor precisa estar atento a essas transformações, buscando a cada dia melhorar o seu conhecimento, pesquisando, lendo obras destinadas a esse público, apresentando-as a eles, e já que as novas tecnologias, redes sociais, chamam tanta atenção desse público, cabe ao professor buscar meios de usar essas novidades a favor desse propósito.
Conforme Coelho (2010), a prática de leitura de livros relacionados à literatura, faz com que os alunos aos poucos vão se familiarizando com as propostas de ler os clássicos, e com isso adquiram conhecimentos e percebam a importância da leitura em sua vida.
Diante disso, cabe à escola explorar formas diferenciadas de ensino, criando estratégias que façam com que seus alunos percebam o valor que a leitura tem o que ela tem de bom para oferecer na vida de uma pessoa, usando as tecnologias como forma de incentivo, pois nelas têm diversos programas, sites apropriados para leitura, livro em pdf que podem ser instalados nesses aparelhos, que podem ser indicados pelo professor, e este seja exemplo na sala de aula, sendo um leitor atento da realidade social e um profissional competente.
2.4 A LEITURA LITERÁRIA NA SALA DE AULA
Conforme Abreu (2006), nem todo texto literário faz um uso artístico da linguagem, ou seja, não seguem as regras exigidas pela gramática normativa, por definições de gêneros, utilização de figuras de linguagem, ou seja, não existem regras na escrita para que uma obra seja considerada Literatura. Um exemplo é o romance que é considerado um gênero literário, mas nem todo romance é considerado Literatura, assim como a rima é um procedimento literário, mas nem tudo que rima é considerado Literatura, e que o uso artístico da linguagem também não garante que o texto seja considerado como Literatura.
(...) na maior parte das vezes, não são critérios linguísticos, textuais ou estéticos que norteiam essa seleção de escritos e autores. Dois textos podem fazer um uso semelhante da linguagem, podem contar histórias parecidas e, mesmo assim, um pode ser considerado literário e outro não. (ABREU, 2006:39)
Segundo Abreu (2006), os elementos que fazem de um texto qualquer uma obra literária são internos a ele e dele inseparáveis, como o prestígio do autor ou da editora, além disso, ela precisa ser declarada pelas chamadas “instâncias” de legitimação que são as universidades, jornais, as revistas especializadas no assunto, os livros didáticos, as histórias literárias, etc., ou seja, não existem regras a se obedecer, basta ser reconhecida.
Uma obra fará parte do seleto grupo da Literatura quando for declarada literária por uma (ou, de preferência, várias) dessas instâncias de legitimação. Assim, o que torna um texto literário não são suas características internas, e sim o espaço que lhe é destinado pela crítica e, sobretudo, pela escola no conjunto dos bens simbólicos. ABREU (2006:40)
Nesse contexto, observa-se que o prestígio social dos intelectuais encarregados de definir Literatura, faz com que suas ideias e seus gostos sejam aceitos não como uma opinião, mas como a única verdade, como um padrão a ser seguido. Diante disso, conforme Abreu (2006), na maioria das vezes não é o modo de organizar o texto, sua linguagem, que faz com que ele seja considerado literário, pois a literariedade vem também de elementos externos ao texto, como nome do autor, mercado editorial, grupo cultural, critérios críticos em vigor.
De acordo com o autor supracitado, diante da importância da leitura no desenvolvimento do ser humano e da função da escola em promover, incentivar e formar leitores observa-se a leitura literária como de fundamental importância na formação de leitores, pois o texto literário é um excelente meiopara transmitir conhecimentos diversos em relação à língua e fatos da nossa sociedade de diferentes épocas.
Abreu (2006) afirma que a Literatura é um meio de aprimoramento dos seres humanos, pois a leitura de textos literários transforma a vida das pessoas, porque através dela as mesmas adquirem conhecimentos, se tornando um indivíduo crítico dentro da sociedade. Além disso, mais experientes, mais sensatos, mais justos, pois ela desenvolve a capacidade de admitir a existência de outros pontos de vista além do nosso.
Desse ponto de vista, a Literatura promove o aprimoramento da intelectualidade, o desenvolvimento de um sentido ético e um olhar mais aguçado sobre a realidade, seja a que cerca o leitor, seja a conhecida por meios de livros. (ABREU, 2006:82)
A leitura de textos literários traz inúmeros benefícios para uma pessoa que ler, segundo Abreu (2006) um indivíduo que tem o hábito de leitura, adquire conhecimento de mundo, de situações que aconteceram no passado, conhece a opinião de vários autores, podendo ou não aceitá-la, e é nesse momento que o leitor se torna uma pessoa crítica. Além disso, esse ato também contribui com a escrita e com a oralidade, e te faz viajar a lugares que você jamais pensou em ir.
Maia (2007) tem uma expectativa positiva, em relação da leitura literária no contexto escolar, e no seio familiar como hábito de vida, por ser um meio de superação da dependência e da carência, pois possibilita a reformulação de conceitos e autonomia do pensamento, pelo fato de ser considerado um instrumento de difusão de valores, como: bons exemplos de sentimentos, bom comportamento, civismo, são alguns elementos constantes na obra literária, que além de transmitir conhecimento ao individuo, em relação a algo que se passou, ou que está acontecendo, serve de modelo quanto aos hábitos linguísticos, diante dessa importância, quanto mais cedo for iniciado o processo de formação do leitor, maior a possibilidade de sucesso.
Reconhecendo ou não o caráter pedagógico da literatura para crianças e jovens, a verdade é que estudiosos depositam-lhe uma expectativa muito positiva, além de destacarem, insistentemente, sua importância no contexto escolar. (MAIA ,2007:49)
Segundo Maia (2007), a leitura de textos literários faz com que o individuo aprenda mais sobre a sociedade em que está inserido, faz com que ele tenha um bom caráter, pois são obras que trazem sempre uma lição de moral que faz o leitor refletir sobre sua vida, trazendo para si o conhecimento que adquiriu, além disso, desperta o lado crítico, contribui com a escrita e com a oralidade.
Oliveira (2014) afirma que a Literatura é um elemento indispensável à humanização dos sujeitos, pois ela é capaz de promover o exercício da reflexão, a aquisição do saber, da boa convivência com o próximo, por isso é necessário que esse ensino seja estimulado dentro das salas de aulas. 
Segundo a autora supracitada, as ações para o desenvolvimento do incentivo a leitura é um dos principais objetivos da Língua Portuguesa no ensino fundamental, mas o que se observa é que não tem sido feito de maneira correta, pois as maiorias dos professores, escolas, pecam ao não dar atenção suficiente à leitura literária, com aulas de Língua Portuguesa voltadas somente para o estudo das regras gramaticais, aulas de Literatura com o único objetivo de ensinar escolas literárias, contexto histórico, obras, autores. Como já foi discorrido, dessa maneira não tem como o aluno gostar, pois antes de tudo ele precisa ser preparado, compreender o porquê de está estudando aquele assunto, através desse entendimento ele pode ver o conteúdo com outra visão, desejar conhecer e fazer uma leitura prazerosa.
(...) Ultrapassando a noção inicial de letramento – aquele responsável pelas atividades diretamente ligadas à leitura e a escrita, preocupando-se mais com a diminuição do nível de analfabetismo do que com outras habilidades possíveis de serem desenvolvidas (...), a noção de letramento literário pode ser tomada para se compreender o como a literatura é capaz de desenvolver no leitor a sua crititicidade, pois se constitui como processo de apropriação da literatura enquanto construção literária de sentidos. (OLIVEIRA, 2014:4)
De acordo com a autora supracitada, entende-se que a leitura de textos literários atrai diversos benefícios para quem ler, e muitos professores sabem disso, porém não é muito usado dentro das salas de aula, principalmente nas aulas de língua portuguesa, que é uma disciplina ótima para se trabalhar a leitura, utilizando metodologias que incentivem essa prática, claro sem menosprezar o ensino das regras gramaticais, pois se compreende sua importância e dos momentos que uma pessoa precisa dela, como em concursos públicos, provas, vestibulares, etc. 
Dessa maneira, Oliveira (2014) diz que cabe ao docente buscar maneiras de melhorar essa situação, fazer com que o aluno compreenda os assuntos abordados, o que realmente é fazer uma leitura, criando sentidos através dela, com isso, o adolescente veja a importância da leitura em sua vida.
Ao trabalhar com a Literatura dentro da sala de aula, utilizando obras literárias, Vinhais (2009) diz que o professor precisa reconhecer a posição do adolescente, seus gostos, e isso pode variar, porque cada pessoa tem um pensamento, história de vida diferente, buscando envolvê-lo, de modo que o auxilie a se constituir um leitor capaz de produzir sentidos próprios sobre o texto lido. 
Para que o aluno consiga entender o sentido do texto, segundo Vinhais (2009) é necessário que o docente o auxilie, principalmente nos significados das palavras com o uso do dicionário, pois em um texto literário pode-se encontrar diversas palavras que os adolescentes não conheçam, e entende-se que esse também é um dos motivos que causa a falta de interesse dos jovens em relação à leitura de obras literárias, pois muitos deixam de ler um texto que têm palavras desconhecidas que fazem com que não compreendam o sentido da obra.
Portanto, para que o aluno atribua sentido ao texto lido, além do dicionário, é necessário, na prática de leitura, que o professor (ou mesmo o livro didático) discuta com o aluno, antes da leitura, o significado de algumas palavras ou expressões do texto, para facilitar que o aluno produza sentidos. (VINHAIS, 2009:18)
Diante disso, Vinhais (2009), afirma que uma boa leitura é feita quando o aluno consegue atribuir sentido ao texto lido, compreendendo fatos de determinadas épocas e o seu processo de transformação, sendo capaz de reconhecer palavras de outras origens, e consequentemente saber seus significados, o seu sentido no texto, outro fator importante é quando o mesmo consegue se inserir dentro daquela história, como se ele estivesse lá, e isso faz com que a pessoa conheça os costumes, cultura, política e até mesmo as vestimentas daquela época em que foi publicada tal obra.
3 PANORAMA DA LEITURA NA EDUCAÇÃO JUVENIL
3.1 CARACTERÍSTICAS PECULIARES DA LITERATURA JUVENIL
Há muito tempo se fala sobre a formação de leitores e literatura voltada para o público juvenil, da importância dessa prática na vida de uma pessoa, e as dificuldades encontradas que impedem o incentivo do mesmo. Conforme Filho (2011), em 13 de julho de 1990, foi promulgada o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069) que considera criança a pessoa com até doze anos e adolescente a pessoa entre doze e dezoito anos, e tem como objetivo nortear o tratamento para com eles, a competência, os direitos e os deveres de cada faixa etária.
Segundo Gregorin Filho (2011), a adolescência é uma nova fase, é o começo do processo de mudanças de comportamentos, de gostos, deixando de lado gostos da época em que era criança, passando a ter uma postura mais crítica, querendo ser na maioria das vezes donos da sua vida, deixando de aceitar opiniões e conselhos de adultos e professores. 
Diante disso, Gregorin Filho (2011) afirma que é nessa fase que pais e professores precisam estar mais atentos em relação aos comportamentos desses jovens e também em relação à leitura, a escolhade livros que chamem a atenção desse público. Mas, a realidade é que existe uma necessidade de produção de obras literárias destinadas especificamente para esse público, pois o que mais se encontram são obras destinadas ao público infantil, até no passado as obras que eram destinadas ao público infantil era considerada infantojuvenil.
Na contemporaneidade, procura-se a leitura de uma literatura juvenil mais plural no que se refere à construção de seus enunciadores e mais enriquecida no que tange a seus diálogos com a realidade sociocultural do povo brasileiro, uma literatura que busque as manifestações artísticas de nosso povo e que demonstre o imaginário de nossa sociedade, não uma literatura que tenha como único objetivo veicular padrões estéticos e de conduta impostos por outras culturas e com valores exclusivamente moralizantes. (GREGORIN FILHO, 2011:42)
Dessa maneira, Gregorin Filho (2011) afirma que a Literatura infantil não deve ser a mesma para o público juvenil, pois os comportamentos do adolescente ocupam espaço cada vez mais abrangente na mídia, que fazem coisas que somente um adulto poderia fazer, deixando de lado o gosto por temas ou assuntos infantilizados no uso das palavras ou nas situações.
A juventude na contemporaneidade é uma geração como uma nova forma de pensar e agir, com gostos e atitudes de uma pessoa adulta, conforme Vinhais (2009) o acesso às tecnologias acabou incentivando-os a fazer certas coisas que não estão de acordo com a sua idade, principalmente a internet que é tudo liberado e são inúmeras as opções de acesso, que a cada dia distancia esses jovens de uma leitura prazerosa, que o estimule a uma pesquisa, que os façam refletir no momento e depois que leu um livro, pois se os adolescentes não tiverem acompanhamentos de algum adulto, a tendência é irem pelo caminho que chama mais atenção, como: jogos e bate papos nas redes sociais, entre outros.
A velocidade do estar jovem no mundo formou uma geração com novas formas de sensibilidade e inteligibilidade, cujo pensar parece menos reflexivo, consequentemente, com menos disposição para a solução de problemas, pois quer tudo ao mesmo tempo, sem, portanto, dar atenção aos detalhes. (VINHAIS, 2009:51)
Para Vinhais (2009), entende-se que a leitura é a base de tudo, se o aluno não de gosta de ler, é claro que ele vai se sair mal em todas as disciplinas, pois até mesmo a matemática exige leitura para resolver alguns problemas. A cada dia que passa os jovens vêm se afastando dessa prática e não se interessam por quaisquer atividades que necessitam de reflexão, pois querem que os textos e atividades venham resumidos para facilitar mais suas vidas. Essa situação vem causando sérias consequências na vida desses adolescentes, como: falta de interesse na sala de aula e insucesso escolar. O resultado é que muitos acabam não se preocupando com a sua formação profissional.
Para Gregorin Filho (2011), não é de hoje que se discute sobre a dificuldade de o jovem apreciar a leitura, observa-se que existem vários estudos sobre a formação de leitores e literatura voltada para crianças, porém, em relação ao adolescente, pouco se fala. Além disso, o acervo literário para esse tipo de público ainda é carente, porque poucos escritores surgiram na Literatura juvenil brasileira, pois a Literatura infantil era voltada também para os jovens, sendo que na realidade eles têm gostos diferentes, pois a adolescência é uma fase de grandes mudanças, o corpo muda, os pensamentos mudam, os hormônios ficam a mil, gerando uma grande mudança de humor. Além disso, temos também as mudanças de gostos, e um deles é deixar de gostar de coisas voltadas para o público infantil. 
Diante disso, conforme Gregorin Filho (2011), observa-se que os mesmos precisam de livros especificamente para eles, que retratem as vozes de diferentes contextos sociais e culturais na formação do povo brasileiro, além disso, vozes e sentimentos do próprio adolescente.
Nesse cenário de repressão e de propostas utilitaristas para a leitura literária, poucos escritores surgiram na literatura juvenil brasileira, fato não observado em outras formas artísticas, como a música, a dança e o teatro. (GREGORIN FILHO, 2011:38)
Segundo Gregorin Filho (2011), é necessário que se lance um olhar para o ensino fundamental II, como a leitura está sendo trabalhado durante essa fase de ensino, o que pais, escolas, professores estão fazendo para despertar esse interesse em seus alunos. Considera-se que a adolescência é uma fase difícil, que necessita de muita atenção, tanto da família quanto da escola, por ser um momento decisivo na vida deles, muitos podem tomar decisões erradas e irem para um mau caminho. Também temos outro forte concorrente que são as tecnologias, pois a cada dia surge algo novo que chama bastante a atenção deles e que desvia totalmente o olhar dos adolescentes em relação à leitura.
 Diante disso, Gregorin Filho (2011) diz que cabe aos professores, principalmente os de Língua Portuguesa e Literatura a buscarem meios de contornar essa situação, mesmo essa não sendo somente a função deles, os docentes tem-se apresentados como de fundamental importância na tarefa de formar leitores. (...) “No que se refere às práticas de leitura e mesmo às publicações literárias, é preciso que se lance um olhar para o ensino fundamental II, pois ele tem se apresentado como grande hiato na tarefa de formação de leitores”. (GREGORIN FILHO, 2011:11)
Segundo o autor supracitado, a adolescência é considerada uma fase que precisa de total atenção de pais e professores, principalmente em relação à leitura literária, pois a maioria deles não compreende a importância e os benefícios que ela transmite na vida de uma pessoa e acabam trocando os livros, por jogos, brincadeiras, momentos navegando nas redes sociais, ou qualquer outra coisa que não seja livros e leituras. 
Além disso, conforme Gregorin Filho (2011) existe outro fator que contribui com a dificuldade do jovem em apreciar a leitura, como o acervo de livros destinado ao público juvenil, pois o mesmo afirma que são poucas as opções, porque surgiram poucos autores destinados a escrever obras para os adolescentes, e são os professores que sentem na pele a dificuldade em escolher livros para essa faixa etária, que chamem a atenção deles, para poder dar continuidade em um trabalho que já foi feito durante a educação fundamental menor, para que eles não percam a essência e continuem lendo.
(...) os profissionais da educação vivem às voltas com a difícil tarefa de escolher livros para continuar um trabalho em que não se perca um leitor muitas vezes motivado que deixou o primeiro ciclo de ensino e, (...) talvez a falta de interesse do jovem por um texto incapaz de motivá-lo, com temática adequada a seu universo, mas na maioria das vezes infantilizado no uso das palavras ou nas situações. (GREGORIN FILHO, 2011:12)
Diante disso, segundo Gregorin Filho (2011) é necessário que se compreenda o adolescente, seus gostos, suas dificuldades, os mesmos precisam de atenção, até porque o mundo está aí para oferecer diversas situações, boas ou ruins, e a ruim sabe-se que prejudica a vida de uma pessoa levando-a para um mau caminho, correndo o risco de perder oportunidades ou até mesmo uma vida inteira, se os mesmos seguirem por um caminho sem volta. 
Atualmente vem surgindo diversas redes sociais, que desviam a atenção desses jovens em relação à leitura. Segundo Gregorin Filho (2011), assumindo na maioria das vezes um papel de igual ao da fase adulta, em relação à utilização dos jogos, redes sociais, fazendo tudo o que um adulto faz, pois a internet é uma terra sem dono, se o adolescente não tiver o controle dos pais ou de algum responsável que possam indicar o que é certo ou errado, eles fazem tudo e acessam o quiser, e o que a maioria quer é fazer tudo aquilo que não é apropriado para a idade deles.
Hoje, no entanto, com o acesso globalizado à informação por meio das novas tecnologias, o que se percebe é a juventude assumindo um padrão mais igualitário na maioria das sociedades.Vestem-se quase de maneira igual, utilizam-se dos mesmos recursos de comunicação, convivem em grupos (ou tribos) equivalentes e se confrontam com a sociedade de modo parecido, olhando para o mundo e interagindo com as pessoas quase do mesmo jeito. (GREGORIN FILHO, 2011:16)
Diante disso, conforme Gregorin Filho (2011) são necessários que a família e professores tenham mais atenção em relação aos jovens, que os pais adotem uma postura mais atenta para as amizades, jogos, redes sociais, pois tudo o que é usado de forma exagerada e incorreta pode trazer elementos negativos para a formação de um indivíduo, e em relação aos educadores, cabe a eles saber pesquisar, buscar atividades de leituras, obras apropriadas para essa fase, utilizando metodologias que incentivem seus alunos a prática de leitura.
(...) As mulheres conquistaram o mercado de trabalho e alcançaram certa liberdade sexual. (...) Como consequência, vê-se o aumento da quantidade de jovens que passam grande parte do tempo sem a supervisão de um adulto, que poderia orientá-los nas escolhas de livros, sites e outros, assim como controlar o tempo que eles passam diante da televisão ou do computador. (GREGORIN FILHO, 2011:23)
Ainda de acordo com o autor supracitado, observa-se que alguns docentes e pais de alunos reclamam o quanto é difícil à convivência com o adolescente, a preocupação deles em fazer com que o jovem seja mais responsável, estude, leia, adquira conhecimento. Mas, o que ver-se são jovens que passam grande parte do seu tempo sem a supervisão de um adulto, pois depois que as mulheres conquistaram o mercado de trabalho em nosso país, não somente os homens saem para trabalhar, mas elas também, deixando seus filhos em casa só, com irmãos ou outros parentes.
Diante dos fatos mencionados, segundo Gregorin Filho (2011), o que esperar desses jovens que passam a maioria do seu tempo só? Que conduta esperar deles? Já se observa das dificuldades dos mesmos em apreciar a leitura e principalmente a leitura de obras literárias, e ficando sós em casa, tomando suas próprias decisões, é claro que eles vão preferir jogar conversa fora, passar a maioria do seu tempo acessando as redes sociais, jogando em vídeo games, ou fazendo qualquer outra coisa que nada tem a contribuir com o seu conhecimento.
3.2 CONTEXTO HISTÓRICO DA LITERATURA JUVENIL NO BRASIL
Conforme Coelho (2010), para falar de Literatura destinada ao público juvenil, que antes era considerada infantojuvenil, é necessário fazer um percurso histórico da Literatura no Brasil, analisando as heranças recebidas da Europa e norte-americanas. O momento em que o Brasil era descoberto em 1500 pelos portugueses, Portugal abria um novo ciclo em sua história no reinado de D. Manuel, com a viagem de Vasco da Gama em 1498, nessa época estava acontecendo o avanço das grandes navegações, descobrimentos de terras, a busca de crescimento no setor econômico, ampliação de seus postos de comércio com a Índia e com o resto da Europa e com América do Sul.
Para completar este breve panorama do Renascimento (naquilo que nos parece importante conhecer do período que precederia a formação e o surgimento da Literatura para crianças), veremos a situação cultural portuguesa no momento em que o Brasil era descoberto. (COELHO, 2010:58)
Conforme Coelho (2010) foi nesse período de internacionalização das relações econômicas, na busca de produtos importados, que simultaneamente a isso, ocorreu à internacionalização das relações culturais, pois os portugueses também adquiriram para si a cultura dos outros países, e uma delas foi à maneira de escrever obras literárias. 
Por essa longa transcrição, pode-se facilmente compreender a heterogeneidade dos fatores que atuavam simultaneamente na realidade portuguesa da época: impregnação de sua cultura por elementos estrangeiros (Oriente Humanismo italiano e Reforma luterana); crescente interesse da corte pela cultura; consequente qualidade aristocrata desta última preocupação com a educação dos jovens nobres; e o distanciamento que vai acentuar entre as classes privilegiadas e o povo. (COELHO, 2010:60)
Diante disso, segundo Coelho (2010), no século XVI, Portugal havia introduzido a ideia de que a cultura nasce lá fora, os professores que eram contratados para ensinar os príncipes, reis, e filhos de reis, eram vindos de fora, de outros países, por isso, pode-se facilmente compreender a heterogeneidade dos fatores que atuavam simultaneamente na realidade portuguesa da época, o estrangeirismo estava presente em praticamente tudo, e na literatura de recepção infantil também não foi diferente, pois os mesmos traziam obras literárias de outros países e traduziam para a linguagem de seu país.
Para Coelho (2010), a Literatura de Portugal, destinada ao público juvenil, ainda misturando-se à infantil, que também era trazida de outros países era feita por adultos para adultos, que traduzida e adaptada pelos portugueses tinha o objetivo de veiculares padrões estéticos e valores exclusivamente moralizantes e ensinar desde criança os valores da vida, e como o Brasil foi descoberta pelos Europeus, foi essa maneira de escrever obras que eles trouxeram na bagagem quando adentraram em nosso país.
Para Gregorin Filho (2011), a instituição escolar brasileira durante o quinhentismo, teve de se fundamentar nos padrões europeus, porque antes do Brasil ser colonizado, o que havia eram somente índios e os mesmos eram considerados pelos portugueses como selvagens e não alfabetizados, os portugueses tiveram logo a missão e o interesse de alfabetizar esses índios de acordo com as suas maneiras e interesses.
A instituição escolar brasileira, com a vinda da família real para o Brasil, teve de se fundamentar nos padrões europeus, porque neste lado do Atlântico não havia outra concepção de educação que não fosse adotada pelos governantes. (GREGORIN FILHO, 2011:27)
Conforme o autor supracitado, foram os jesuítas que iniciaram o processo de alfabetização dos indígenas, através do evangelismo, com o objetivo de catequizar os índios que eram considerados analfabetos, todos os livros e práticas pedagógicas adotados no Brasil nesse período, seguiam os padrões literários utilizados pelos europeus. Diante disso, essa é a verdadeira importância de entender Portugal e sua relação com o Brasil no que se refere à literatura de recepção juvenil, suas principais influências, e a importância de promover novos olhares para os jovens e seus universos de leitura e representação de arte e trazendo nossa identidade cultural.
Para Zilberman (2005) os primeiros livros brasileiros escritos para crianças e jovens apareceram ao final do século XIX, esse público liam os grandes clássicos, lendas, contos, e como foi discorrido, eram escritos por adultos para o público adulto, que eram trazidos de outros países e depois transformados e traduzidos para a língua portuguesa de acordo com a situação social daquele período, passando a ser considerada literatura para o público infantojuvenil, era uma literatura que tinha como principal objetivo impor valores moralizantes. “Os primeiros livros brasileiros escritos para crianças apareceram ao final do século XIX, de modo que a literatura infantil nacional contabiliza mais de cem anos de história”. (ZILBERMAN, 2005:11)
Segundo Zilberman (2005), nessa época ainda não se escrevia livros para crianças com ideologias brasileiras, todas as ideias eram vindas de fora, e a única solução era traduzir essas obras estrangeiras, adaptando-as para os pequenos leitores, apelando para as tradições populares, pois as crianças gostavam de encontrar nos livros histórias parecidas com as que eles ouviam por algum adulto, as histórias que as amas de leite contavam para eles quando eram bem novos.
Conforme Gregorin Filho (2011), a partir do século XIX, a Literatura para jovens, ainda misturando-se à infantil começou a ganhar espaço dentro das escolas brasileiras, obras e textos com padrões europeus, pois como já foi citado os portugueses trazia para seu país diversas obras literárias feitos por franceses,ingleses, europeus e depois traduziam para a língua portuguesa, e como o Brasil foi colônia de Portugal, foram deles as influências recebidas em diversos aspectos, e uma delas foi à maneira de produzir obras literárias.
Quando se discute a hegemonia européia na escola e a Literatura de recepção juvenil no país, deve-se destacar outra dominação ideológica: a que Portugal sofreu das diversas correntes de pensamento que se instauravam no continente e, por consequência, eram levadas por traduções da metrópole para suas colônias espalhadas em vários pontos do globo. (GREGORIN FILHO, 2011:28)
Para Gregorin Filho (2011), quando se fala das influências da Literatura vinda da Europa para Portugal e logo em seguida trazida para o Brasil, são contribuições impositivas no que se refere ao processo escolar e ao contato com a Literatura para jovens e crianças, porque para ele, o que era para ser um exemplo de dominação colonial, com suas próprias ideias, costumes e cultura, configurou-se como divulgação de uma dominação cultural já sofrida por Portugal por ideologias e nações poderosas, onde na verdade os mesmos poderiam criar sua própria nacionalidade, brasilidade, suas próprias ideias, e se libertar das amarras e costumes de outros países, promovendo novos olhares para a infância e seus universos de leitura e representação de arte.
Em vez de encontrar um colonizador impondo seus ideais de civilização, depara-se com os mesmos problemas quando se investiga a história desse gênero textual em terras portuguesas, ou seja, as tentativas de libertar a literatura de recepção infantil dos padrões franceses e ingleses, principalmente também um processo de colonização. (GREGORIN FILHO, 2011:29)
Dessa forma, conforme Gregorin Filho (2011), o estilo de produzir Literatura que foi trazida para o Brasil, considerada ideal para o público infantil e juvenil, é apropriado para as crianças, pois são eles que as aceitam e gostam, na realidade era pra ser um tipo de literatura para cada público, porque os jovens não apreciam esse estilo de obras, por ser texto que são geralmente infantilizados no uso das palavras, e pela sua temática que não são adequadas ao universo deles, essa tal situação causa aos adolescentes desmotivações e falta de interesse pela leitura. São ideologias que precisam ser libertas, aceitando contribuições de outras culturas, promovendo novos olhares para a literatura de recepção juvenil.
Segundo o autor supracitado, com o passar dos anos, algumas mudanças foram sendo trazido para a Literatura juvenil, como a diversidade de valores do mundo contemporâneo, o questionamento do papel do homem dentro da sociedade, as vozes de diferentes contextos sociais e culturais na formação do povo brasileiro, e o mais importante, as vozes e sentimentos do adolescente nas páginas dos livros.
Pode-se perceber que os textos destinados ao público juvenil no Brasil partem de uma configuração monológica, uma vez que falam de lugares que nada mais são do que aparelhos ideológicos do Estado, para uma proposta de dialogismo e polifonia, em razão de fazerem emergir a voz questionadora do próprio jovem, voz essa que tende a questionar toda espécie de autoritarismo e de instituições. (GREGORIN FILHO, 2011:33)
Conforme Gregorin Filho (2011), um dos principais autores que contribuiu com essa mudança foi Monteiro Lobato, ele deu uma nova dimensão à Literatura brasileira, foi o escritor mais crítico da época por ter rompido com ideologias repetitivas, com cunho objetivo de moralizar a sociedade em geral, ele tinha uma grande facilidade de criar personagens, em suas obras cheias de fantasias destacava sempre a nacionalidade. 
Diante disso, ele foi considerado como o introdutor da literatura infantil no Brasil e suas obras foram e ainda são bem aceitos pelo público infantil, juvenil e adulto. (...) “Um marco para essa mudança de postura de narrador é a obra lobatina, construída para a infância e hoje seguida por todos aqueles que se dedicaram a construir literatura para jovens.” (GREGORIN FILHO, 2011:33).
Para o autor supracitado, o surgimento dos livros de Monteiro Lobato, suscitou reações bem acaloradas, numa sociedade que buscava novos modos de se relacionar diante das destruições ocasionadas pelo confronto armado, nas décadas de 1920 e 1930, uma voz se levantava contra os padrões de moralidade e civismo ainda na educação.
De acordo com Coelho (2010), Monteiro Lobato foi um marco na literatura infantil e juvenil brasileira, por ter rompido com as ideologias trazidas pelos europeus, abrindo portas para novas ideias, apesar de passar por diversos conflitos, rejeições da igreja católica que pregavam padrões morais, não concordava com a sua maneira de pensar e produzir obras, pois Lobato se preocupava com os livros que eram destinados para as crianças, e com a renovação da Literatura Brasileira, lutou com todas as garras para conquistar a nacionalidade na área da Literatura, seja para crianças, jovens e adultos. “A Monteiro Lobato coube à fortuna de ser, na área da Literatura Infantil e Juvenil, o divisor de águas que separa o Brasil de ontem e o Brasil de hoje. Fazendo a herança de o passado imergir no presente”. (...) (COELHO 2010:247).
Diante disso, conforme Coelho (2010), os problemas enfrentados por Lobato foram à relação da sua maneira de se posicionar contra os padrões moralistas da igreja, em relação aos ensinamentos das crianças e adolescentes. Pois ela tinha grande influência na educação, e as escolas cediam lugar às ideologias dela, por julgarem ser didático, e a representação do fantástico da obra lobatiana era substituída pelo que se concebia como realidade. Mas ele não desistiu e com isso foi um dos que lutou pela descoberta e pela conquista da nacionalidade na Literatura brasileira.
Conforme Gregorin Filho (2011), nos anos de 1950, o Brasil vivia a crise da leitura, vivia-se, então, um descompasso, com a literatura em quadrinhos. Nos anos de 1960, estatísticas governamentais revelavam para a população que o principal responsável pela crise da leitura era a televisão, que naquela época estava garantindo o papel principal como forma de entretenimento, contribuindo ainda mais pra falta de interesse das pessoas pela leitura.
Algumas características marcantes da Literatura para jovens na época são: o tradicional maniqueísmo certo e errado; a divulgação da literatura como entretenimento e não somente como suporte pedagógico (isso para fazer frente aos quadrinhos); a fabulação com travessuras na cidade e no campo; e o descompasso entre as vanguardas literárias e a renovação para crianças e jovens. Evidentemente, a literatura em quadrinhos se expandia com força total! (GREGORIN FILHO, 2011:36)
Para Gregorin Filho (2011), foi nesse período que ocorreram o lançamento de diversas obras, como: As aventuras de Xisto (Lúcia Machado de Almeida, 1957), a introdução de Pato Donald no Brasil (1950) e outros. Logo em seguida, no Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 4.024, de 20 de novembro de 1961), previa a “democratização do ensino”, com direitos e deveres, dentre eles, estava previsto nesta lei, a leitura que passou a ser vista como apoio para atividades de aprendizagem, passando a ser considerada de suma importância na vida das pessoas por promover o enriquecimento do vocabulário e a compreensão do significado das palavras.
Essa época foi um período de repressão e de influências das posições religiosas e políticas nas ideologias dominantes na educação de crianças e jovens, segundo Gregorin Filho (2011) , eles eram contra as todas as ideias que não condiziam com as delas, e se recusavam a aceitar os novos padrões estéticos e os temas atuais de uma literatura em constante transformação, uma literatura que permite falar as vozes do adolescente, com ideologias brasileiras, pois para igreja o certo era impor valores moralizantes.
Diante disso, poucos escritores surgiram na literatura juvenil, conforme Gregorin Filho (2011), autores como José Mauro de Vasconcelos, Luís Puntel, Pedro Bandeira, Lygia Bojunga, Roseana Murraye Marina Colasanti, entre outros, colocaram no papel a voz do adolescente, para serem lidos, vistos, sentidos e evidenciados, como uma proposta de diálogo, e não de imposição de valores, por intermédio de uma literatura que busca a arte, a liberdade de expressão.
Conforme o autor supracitado, com o passar dos anos, novas temáticas foram surgindo no âmbito da literatura juvenil, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais, como a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena, visando resgatar as contribuições desses povos nos campos social, econômico e político, com o objetivo que os mesmos sejam revelados no universo literário juvenil de maneira mais rápida e sem preconceitos, para que eles pudessem perceber a diversidade do povo brasileiro.
(...) Nota-se que muitos desses elementos se revelam no universo literário juvenil de maneira mais rápida e sem preconceitos, e sem dúvidas estão bastante adiantadas algumas discussões sobre os olhares para questão multiculturais e a aceitação da diversidade social em seus vários setores. (...) (GREGORIN FILHO, 2011:40)
Para Gregorin Filho (2011), na literatura juvenil deve haver vozes do próprio adolescente que levam a juventude a questionar o porquê de diversas situações, refletir sobre os conflitos existentes dentro da sociedade, como: problemas sociais, sexualidade, drogas, violência, relacionamentos amorosos, entre outros, pois somente assim eles terão interesse real pela leitura, pois estarão lendo algo de seu interesse.
Atualmente, procura-se a leitura de uma Literatura juvenil mais plural, que busque as manifestações artísticas do povo brasileiro, que seja mais próxima da realidade cotidiana, não uma Literatura com ideologias moralizantes trazidas de outros países. Conforme ainda o autor, a escola ainda não conseguiu olhar para a literatura sem despi-la de traços utilitaristas e voltados para situações de cunho didático-pedagógico. A Literatura para jovens de hoje pode trazer para sala de aula discussões de temas como violência, a diversidade cultural do povo brasileiro, violência, política, uso de drogas, primeiro emprego, entre outros.
3.3 LITERATURA JUVENIL COMO INCENTIVO À LEITURA
Segundo Gregorin Filho (2011) as obras classificadas como Literatura juvenil, devem ser observadas como textos que interessem aos leitores desse público alvo, com temas apropriados à experiência de vida, que falam de relacionamentos amorosos, violência, drogas, livros que abordem valores e boas atitudes, ou até mesmo para divertir, e geralmente com personagens da mesma faixa etária dos leitores, que retratem a realidade da sociedade, e que os façam refletirem sobre a obra que foi lida.
As obras classificadas como Literatura juvenil devem ser observadas como textos cujo objetivo principal é expressas experiências humanas de cunho existencial/social/cultural, numa construção estética (literária) apropriada à experiência de vida e a um tipo de linguagem específico de seu público-alvo. (GREGORIN FILHO, 2011:65)
Portanto, quando se analisa a Literatura juvenil, conforme Gregorin Filho (2011) é preciso tomar a mesma postura utilizada para a análise crítica de uma obra de arte, assim, estar diante de um olhar do homem perante uma experiência social e cultural, nesse caso o escritor deve investigar o olhar do jovem para essa sociedade, pois o destinador já é experiente, não é mais um adolescente e sim uma pessoa que passou por essa fase em outra época, com diferente contexto sócio-histórico e cultural e busca uma interação com o jovem num outro momento.
Para Gregorin Filho (2011), a Literatura voltada para jovens está estritamente vinculada às etapas de percepção do mundo e de reconhecimento das relações sociais e afetivos, com já foi discorrido, temas que retratem a realidade, que abordam bullyng, depressão, drogas, primeiro emprego, obras engraçadas, entre outras. Além disso, a percepção das imagens é bastante utilizada na adolescência em razão do crescente aumento do uso das tecnologias, que tem o poder de estimular a sociedade, esses são meios de motivar esses jovens através do uso de atividades que chamem a atenção para os elementos culturais do meio em que eles estão inseridos.
Entende-se como imagem a representação mental que se constrói de objetos sensíveis, a repetição, no universo mental, de sensações e percepções motivadas pelo mundo exterior, ou seja, quando uma pessoa cria uma imagem, esta pode ter sido sugerida por seu inconsciente ou pelo inconsciente de seu grupo manifestando-se no seu. (GREGORIN FILHO, 2011:69)
Analisando a questão da imagem sob essa perspectiva, segundo Gregorin Filho (2011), as imagens contribuem com o aprendizado dos alunos, mediante a memorização das imagens, pois a leitura não é possível sem o funcionamento do cérebro e, na maioria dos casos, sem a utilização do aparelho visual, e as imagens só tem a contribuir em relação esse assunto. Observa-se que nas atividades de leituras estão presentes diversos processos, como o cognitivo, um ato concreto e observável, que corre a certas faculdades do ser humano.
Conforme Gregorin Filho (2011), pelo fato de o texto ser um conjunto de ideias, imagina-se um empenho do leitor em compreender, aceitar ou recusar o discurso veiculado e verificar de qual lugar ideológico se fala, aprofundar-se mais em relação ao tema lido.
 A leitura de obras literárias contribui com a escrita, com a competência argumentativa dos jovens, com autonomia intelectual se forem bem exploradas, diante de uma situação como esta cabe ao professor dar oportunidade aos seus alunos de leitura e o direito de voz, de comentar sua opinião em relação ao texto lido. 
O período da adolescência é o momento em que o indivíduo está vivendo diversas transformações, mudanças e conflitos, como o processo de transição da fase infantil para a fase adulta, onde mesmos deixam de lado o gosto por temas infantilizados, seus pensamentos mudam, muitos acabam se afastando da família por não ter mais o mesmo relacionamento de antes, e é o que acaba muitas vezes causando depressão nesses jovens.
A afetividade, no período da adolescência, talvez seja o aspecto mais importante para que o jovem adquira segurança em todas as dimensões de sua vida, pois, diferentemente da criança, que é protegida e amparada pela sociedade, o adolescente muitas vezes parece navegar num mar de abandono. (...) um livro que traga vivências próximas às suas e questionamentos semelhantes aos seus será para ele, quase um companheiro de confidências. (GREGORIN FILHO, 2011:72)
Diante disso, segundo Gregorin Filho (2011) livros com temas relacionados aos sentimentos, a realidade desses jovens, seria de fato ideal para o incentivo da leitura, pois muitos acabam se excluindo de atividades em grupos, da família e acredita-se que ler uma obra com características parecidas seria como se o livro fosse um amigo confidente.
Conforme Gregorin Filho (2011), outro fator importante para que se crie uma obra motivadora para jovens, deve-se haver uma união criativa dos planos de expressão (visual e verbal) e dos planos de conteúdo (visual e verbal), cabe ao professor ficar atento em relação à escolha de livros e principalmente a essas características para que o aluno possa não apenas se sentir atraído para o ato de ler, mas também ver na leitura uma opção de lazer e de diversão.
(...) Torna-se um auxílio muito interessante para explicar o texto verbal de modo criativo e motivador para o leitor adolescente, sobretudo em livros cuja visualidade se apresenta como hipertexto, já bastante conhecida do jovem. (GREGORIN FILHO, 2011:74)
Considera-se, a importância do educador em ter atenção em relação à escolha dos livros, o que ele está oferecendo aos seus alunos nessa fase do ensino fundamental maior, segundo Gregorin Filho (2011) o jovem gosta muito das histórias em quadrinhos e tem muita habilidade com essa modalidade, que às vezes é desprezada pela escola nessa fase, valorizando apenas a linguagem verbal. Alguns textos produzidos para o jovem deve haver uma união

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