Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
06/03/18 EXAMES EM GASTROENTEROLOGIA 1. MANOMETRIA ❖ Cateter esofágico que consegue medir a pressão de diversos pontos específicos, avaliando o estado motor tanto do esfíncter inferior quanto do corpo do esôfago através da medição das pressões intraluminais produzidas pela contração muscular • Avaliação precisa da motilidade esofágica quanto à força das contrações, sua velocidade de propagação, coordenação, pressão basal e funcionamento dos esfińcteres superior e inferior do esôfago ❖ Indicações: padrão ouro para avaliar função motora do corpo esofágico e do EEI • DRGE: investigar a eficiência da peristalse esofágica e indicação de tratamento cirúrgico; determinar a localização precisa do EEI; investigar apropriadamente a presença de distúrbio esofágico associado (dismotilidade) ▪ Nessa indicação, o padrão ouro é a pHmetria • Acalasia: padrão-ouro para diagnostico ❖ Anormalidades: • Ausência do peristaltismo no corpo esofágico (aperistalse em 100% das deglutições úmidas); • Relaxamento ausente (acalasia) ou incompleto do EEI (pressão residual do EEI > 8 mmHg); • Tônus pressórico basal do EEI elevado (> 45 mmHg) ou normal; • Pressão intraesofágica maior do que a pressão intragástrica. ❖ Classificação dos distúrbios motores: OBS: Fenômenos primários – isolados Fenômenos secundários – associados e oenas generalizadas • Subclassificação ▪ Hipercontrateis – esôfago em quebra-nozes, EEI hipertenso ▪ Hipocontrateis – motilidade esofágica ineficaz, EEI hipotônico ▪ Motilidade descoordenada – espasmo esofágico difuso 2. PHMETRIA A. PHMETRIA COMUM ❖ Método: equipamento constituído por cateter, solução de calibração e aparelho portátil • Cateter com um eletrodo interno (borda proximal no EEI) e outro coberto com gel especifico e fixado na pele da região torácica • O gravador portátil registra o pH • Período que observação de 18-24h. ❖ Necessário suspender medicações • IBP: 7 dias antes • Bloqueadores H2: 3 dias antes • Procinéticos: 48h antes • Antiácidos: na véspera do exame Gastroenterologia | Mariana Gurgel 2 ❖ Deve-se acionar o botão de sintomas e registra-los no diário; bem como horários de ingestão alimentar, inclusive ácida, para não serem erroneamente interpretados como refluxo; além de horários de sono e de despertar ❖ Valores normais ❖ Indicações: • Pacientes com sintomas sugestivos de RGE que não apresentem esofagite ao estudo endoscópico, principalmente nos que não respondem ao tratamento medicamentoso. • Caracterização da posição preferencial de refluxo, para auxiliar na orientação terapêutica a ser empregada. • Pacientes que apresentam muitos sintomas e poucas alterações endoscópicas, ou manifestações atípicas ou extraesofágicas da DRGE (tosse, rouquidão, dor torácica). • Juntamente com a manometria, é indicado no pré-operatório. • Avaliação da eficiência de tratamento clínico ou cirúrgico do refluxo (principalmente no estudo de recidiva dos sintomas após tratamento cirúrgico). Caso 1: diagnóstico do DRGE clínico tratamento com IBP em dose plena permanência ou piora dos sintomas investigação por EDA EDA alterada iniciar IBP dose dupla não houve melhora pHmetria (com uso do IBP) caso o exame seja normal impedâncio Caso 2: paciente com sintomas DRGE IBP dose plena 1x EDA normal IBP duplo pHmetria sem uso de IBP: A: normal avaliar refluxo não ácido (realizar impedâncio) B: alterada diagnóstico do RGE B. IMPEDÂNCIO PHMETRIA ESOFÁGICA ❖ Monitora entre 22-24 h ❖ Há seis campos de medida de impedância, que caracterizam a ascenção do refluxo, e um sensor distal de ph, que aponta se o material refluído é ácido ou não-ácido Difere do anterior porque também avalia o pH não acido ❖ Indicações: • Esclarecimento diagnóstico em pacientes com sintomas sugestivos da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) que não apresentam esofagite à Endoscopia e que tenham pHmetria Esofágica normal; • Esclarecimento diagnóstico em pacientes com sintomas atípicos e/ou supra-esofágicos (dor torácica, tosse crônica, pigarro persistente, rouquidão, sensação de bola parada na garganta e asma); • Esclarecimento diagnóstico em pacientes com sintomas sugestivos de RGE, com suspeita de participação de refluxo “não-ácido”: ▪ Sintomas pós-prandiais; ▪ Pacientes em uso medicamentos Bloqueadores H2; ▪ Pacientes em uso de medicamentos Inibidores de Bomba de Prótons; ▪ Pacientes submetidos a Gastrectomias • Avaliação da eficácia do tratamento clínico ou cirúrgico da DRGE Gastroenterologia | Mariana Gurgel 3 3. EDA: ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA ❖ Método: • Deitar-se de lado (usualmente do lado esquerdo) em uma maca • Garganta do paciente é borrifada com um spray anestésico, para evitar o reflexo de vômito e é aplicado um sedativo de curta duração por via endovenosa. • Bocal (protetor) será colocado entre os dentes para manter a boca aberta durante o exame. • O tubo flexível (fibroendoscópio ou videoendoscópio) é introduzido pela boca e direcionado através do vídeo para o esôfago, estômago e duodeno, respectivamente. Normalmente uma certa quantidade de ar é introduzida através do tubo, de modo a facilitar a visualização. ❖ Indicações: • Dispepsia; odinofagia e ou disfagia; • Sintomas de refluxo gastroesofágico • Sangramentos de origem obscura • Vômitos persistentes de causa desconhecida • Síndrome da má absorção intestinal • Sintomas respiratórios que possam ser consequência do RGE • Hemorragias digestivas • Seguimento periódico de lesões pré malignas ou pós gastrectomia por lesão maligna ❖ Contraindicações: suspeita ou confirmação de perfuração de vísceras, cardiomiopatia descompensada ou doenças pulmonares graves, gestação (principalmente no primeiro trimestre devido ao risco de abortamento e não tolerância à sedação) ❖ Complicações • Odinofagia cervical • Dor esternal ou epigástrica • Hipersensibilidade e tontura • Complicações cardiorrespiratórias • Perfurações • Hemorragias • Infecções ❖ Procedimentos endoscópicos terapêuticos: • Esclerose endoscópica de varizes de esôfago, úlceras sangrantes, lesões vasculares; • Ligadura elástica de varizes de esôfago; • Mucosectomia; • Dilatações de lesões benignas e malignas; • Locação de sondas para alimentação; • Gastrostomia endoscópica; • Retirada de corpos estranhos; • Colocação e retirada de balões intragástricos para obesidade 4. COLONOSCOPIA ❖ Investigação de sintomas intesntinais e diagnostico de câncer colorretal ❖ Método: • Inicia-se com a sedação, paciente deitado em decúbito lateral esquerdo em uma maca, introdução do colonoscópio pelo ânus. • Esse colonoscópio possui uma câmera na ponta, que mostra o interior do órgão em uma TV, onde o médico pode examinar o estado das paredes intestinais. Gastroenterologia | Mariana Gurgel 4 • O aparelho passa pelo reto e pelo intestino grosso, até chegar na porção distal do íleo. • O aparelho injeta gás carbônico para insuflar as alças intestinais e abrir passagem para o colonoscópio até o final do intestino delgado. ❖ Procedimento • Caso o médico encontre pólipos ou lesões suspeitas no caminho, ele pode fazer a retirada dos mesmos, além de coletar material para biópsia. • Em geral, esse processo dura entre 20 minutos e 1 hora. • O efeito da sedação pode demorar bastante para passar, de modo que pode haver sonolência durante o resto dia. Assim, quando o exame acabar, o paciente não deve dirigir, trabalhar ou operar máquinas. Por isso, ele só deve ser liberado do hospital ou clínica na presença de um acompanhante. ❖ Indicações: • É um exame indicado na prevenção do câncer do intestino grosso (colorretal), cuja incidência é crescente em ambos os sexos, a partir dos 50 anos de idade. Também é adequado para a investigação de sinais e sintomas que podemsugerir doença neste segmento. • Sangramento pelo ânus; Alteração da freqüência das evacuações ou consistência das fezes • Confirmar hipótese diagnóstica de colite • Prevenção do câncer do intestino grosso • Seguimento de pacientes já submetidos a remoção de pólipos do intestino grosso. ❖ Contraindicações: • absolutas: abdome agudo perfurativo, diverticulite aguda ou megacolon toxico • relativas: gestantes, esplenomegalia, IAM, embolia pulmonar recente ❖ Complicações: (Aumentam na remoção de pólipos e biópsia): sangramentos, perfuração do cólon, efeitos colaterais da sedação Obs: Contatar o médico no caso de distensão abdominal, dor abdominal intensa, febre, vômito, sangramento persistente ou em grande quantidade ❖ Procedimentos terapêuticos: • Exame de rastreio para o câncer de colorretal; • Acompanhamento de pessoas com pólipos intestinais; • Investigação de sangramento intestinal; • Investigação de alterações nos hábitos intestinais, como diarreia persistente; • Investigação de anemia por carência de ferro; • Investigação de dor abdominal crônica e sem causa aparente; • Confirmação de resultados anormais em exames não invasivos, como radiografias, tomografia computadorizada ou ultrassonografia. Referências 1. Apresentação do seminário de Gastroenterologia: Exames Complementares (06/03/18) 2. DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo Friche. Gastroenterologia essencial. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 1006 p. 3. MARTINEZ, Júlio César et al . Aspectos clínicos, manométricos e endoscópicos dos distúrbios motores primários do esôfago . ABCD, arq. bras. cir. dig., São Paulo , v. 28, n. 1, p. 32-35, 2015 . Disponível em . acessos em 04 mar. 2018. 4. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 7.ed. Guanabara Koogan, 2014. 5. ZATERKA, Schlioma; EISIG, Jaime. Tratado de gastroenterologia : da graduação à pós- graduação. 2. ed., São Paulo : Editora Atheneu, 2016
Compartilhar