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C.C. II-AULA 1 CIRURGIA AMBULATORIAL As operações em regime ambulatorial são realizadas sob qualquer tipo de anestesia, não demandam internação hospitalar e a permanência do paciente no serviço não deve exceder 24 horas. É o procedimento cirúrgico que não necessita de um procedimento hospitalar. Não necessariamente é somente as pequenas cirurgias, como a retirada de verruga ou de lipoma, mas, por exemplo, uma herniorrafia, hemorroidectomia, postectomia e colescistectomia podem ser, quando bem indicada, uma cirurgia ambulatorial. Pequenas cirurgias são procedimentos que o paciente faz, mas que vai embora no mesmo dia, não precisa de cuidados especiais. A anestesia para a cirurgia ambulatorial não necessariamente ela tem que ser somente local; por exemplo, quando se faz uma herniorrafia você faz com uma raquianestesia. A anestesia pode ser geral também. MODELOS DE PROCEDIMENTOS: •Dispensação logo após o procedimento- usamos nas pequenas cirurgias. •Permanência por curto período de tempo para recuperação- paciente opera pela manha e a tarde ele vai embora. •Pernoite- não se encaixa muito na cirurgia ambulatorial, pois para ter pernoite precisa de uma sala de recuperação grande, paciente tem que dormir e se alimentar. CLASSIFICAÇÃO •Porte •Nível ♦Cirurgia Ambulatorial de pequeno porte: anestesia local com alta imediata do paciente; realizada no consultório ou no ambulatório. Ex: retirada de lesões tumorais da pele e do subcutâneo, postectomia, vasectomia, hemorroidectomia, polipectomias endoscópicas em casos selecionados. ♦Cirurgia Ambulatorial de grande porte: utiliza qualquer modalidade de anestesia; é necessário um período de monitorização ou recuperação pós operatória; ex: herniorrafias inguinais, safenectomias, papilotomia endoscópica, colecistectomia e hernioplastia hiatais por videolaparoscopia. NÍVEIS: Baseados em- pessoal, anestesia, material e equipamento, sala de cirurgia e hospitalização. ♦Nível 1: feito no ambulatório; não precisa de um pessoal especializado com exceção do cirurgião; anestesia local; paciente permanece no local apenas durante o procedimento; Ex: drenagem de abscesso, exérese de verruga- não é necessário auxiliar, postectomia, cisto sinovial e lipoma- necessita de auxiliar. ♦Nível 2: anestesia peri, geral ou raqui; não necessita de cuidados pós operatório como: ANDRESSA DE OLIVEIRA – 6° PERÍODO Referências: aula Viviane- cor preta. Livro clínica ambulatorial Savassi e artigo USP clínica ambulatorial- cor azul hidratação venosa, sondas ou drenos. Ele não fica internado, mas precisa ter uma sala de recuperação anestésica com uma enfermeira. Ex: hemorroidectomia, postectomia. ♦Nível 3: precisa de internação em leito hospitalar. ♦Nível 4: cirurgias mais complexas, envolvem 2 cirurgiões e as vezes cuidados intensivos. Ex: colectomia- fica mais tempo internado, pode precisar de UTI. TIPOS DE UNIDADES DE CIRURGIA AMBULATORIAL: Unidade ambulatorial tipo I: Consultório médico que mediante adaptação possibilita a realização de procedimentos médico-cirúrgicos de pequeno porte, sob anestesia local. Unidade ambulatorial tipo II: Ambulatórios isolados, centros de saúde e unidades básicas de saúde onde é possível a realização de procedimentos de porte médio, com anestesia local ou loco - regional (com ou sem sedação). Além das salas com as devidas especificações, a Unidade deve contar com sala de recuperação ou de observação do paciente. Unidade ambulatorial do tipo III: O estabelecimento de saúde que, anexo ou não a um hospital geral ou especializado, possibilita a realização de procedimentos em regime ambulatorial ou de internação, em salas cirúrgicas próprias ou do centro cirúrgico do hospital, mediante apoio da sua infraestrutura (Serviço de Nutrição e Dietética, Centro de Esterilização de Material e Lavanderia, Central de Gases, Central de Vácuo, Central de Ar Comprimido, Central de Ar Condicionado, Sistema de Coleta de Lixo, dentre outros). INSTALAÇÃO E EQUIPAMENTO •Sala de espera •Sala de exames •Sala de preparo do paciente •Vestiário •Lavatório •Sala de cirurgia •Sala de recuperação •Sala de curativo e retirada de pontos •Sala de material esterilizado •Rouparia •Almoxarifado •Expurgo. Se você for fazer uma cirurgia ambulatorial nível 1, não precisa de muito equipamento ou instalação. Se a cirurgia for nível 2 já precisa de uma sala de preparo do paciente, vestiário, sala de recuperação. MATERIAIS •Materiais de RCP •Monitor •Desfibrilador •Marcapasso •ECG •Hospital de suporte para complicações REGULAMENTAÇÃO DA PRÁTICA DA CIRURGIA AMBULATORIAL CONDIÇÕES DA UNIDADE a) Condições estruturais e sanitárias do ambiente com estrutura para esterilização e desinfecção dos instrumentos de acordo com as normas vigentes; b) Registro de todos os procedimentos realizados; c) Condições mínimas para a prática da anestesia; d) Garantia de internação, caso haja necessidade; e) Garantia de assistência pós-alta durante 24 horas por dia na unidade ou no sistema de saúde. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO PACIENTE a) Pacientes hígidos ou com distúrbio sistêmico moderado decorrente de doenças crônicas; b) Procedimentos cirúrgicos que não necessitam cuidados especiais no pós-operatório; c) Garantia de acompanhante adulto, lúcido e previamente identificado. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO Para as pequenas cirurgias não existem muitos critérios de seleção, exceto a reação alérgica ao anestésico local, não tem contraindicação para fazer uma exérese de uma verruga ou de um lipoma, a não ser que esse lipoma for grande e precisar de uma sedação. ♦Critérios clínicos: ASA I- paciente hígido ASA II- pacientes com transtornos leves ou moderados, possui comorbidade mas está controlada. Procedimentos cirúrgicos que não necessitam de cuidados especiais no pós operatório. Ex: Diabete e hipertensão controlada. São os pacientes elegíveis, já o paciente que sofreu um IAM, tem uma cardiopatia... ele não é elegível para se fazer uma cirurgia a nível ambulatorial. A maioria dos pacientes incluídos no programa de cirurgia ambulatorial deve pertencer à classe I e II do escore da Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA). Os pacientes classificados como ASA I não apresentam alterações orgânicas, fisiológicas, bioquímicas ou psiquiátricas enquanto os pacientes avaliados como ASA II apresentam alterações de pequena monta facilmente corrigíveis. Os pacientes classificados como ASA III devem ser operados em regime de internação por apresentar alterações sistêmicas graves ou, eventualmente, se reunirem condições de ser tratados em regime ambulatorial, o procedimento deve ser feito em unidades integradas a um hospital. ♦Critérios clínicos mínimos de seleção de pacientes: •Estabilidade clínica e psíquica; •Intervenção de curta duração (cerca de 60 min); •Desconforto do pós-operatório passível de controle com medicação por via oral. O tratamento cirúrgico em regime ambulatorial conta com a cooperação do paciente e do acompanhante no pré e pós- operatório. Assim, faz-se necessário avaliar o estado psicológico dos candidatos. Adultos e crianças com distúrbios mentais, de atitude e de comportamento devem, de preferência, ser submetidos a tratamento cirúrgico, em regime de internação hospitalar. Além das avaliações fisiológica e psicológica, uma avaliação dos suportes familiar e social do candidato à cirurgia ambulatorial é essencial. Não é recomendável que o paciente viaje por mais de uma hora após o procedimento, principalmente, se for por meio de transporte social. A dificuldade de acesso aos serviços de saúde para avaliação de complicações eventuais também limita a indicação. O apoio familiar é fundamental,considerando que parte do pré e do pós- operatório é transferido do hospital para a casa. Assim, a facilidade de comunicação e transporte, bem como de acessibilidade à assistência para avaliação de alguma intercorrência pós-operatória é de extrema relevância e precisa estar assegurada. ♦Critérios sociais: Aceitação; transporte assegurado em veículo automóvel, área de residência a menos de 60 min de distância do hospital; condições adequadas do local da pernoite; acesso a comunicações (telefone); assegurada a companhia de um adulto responsável pelo menos nas primeiras 24 horas (principalmente pelo efeito da anestesia- sedação). CONDIÇÕES DE ALTA DO PACIENTE a) Orientação no tempo e no espaço; b) Estabilidade dos sinais vitais há pelo menos 60 minutos; c) Ausência de náusea e vômitos; d) Ausência de dificuldade respiratória; e) Capacidade de ingerir líquidos; f) Capacidade de locomoção, se não houver contraindicação; g) Sangramento mínimo ou ausente; h) Ausência de dor de grande intensidade; i) Ausência de retenção urinária; j) Conhecimento por parte do paciente e do acompanhante, verbalmente e por escrito, da relação dos cuidados pós-anestésicos e pós- operatórios, bem como a determinação da Unidade para atendimento de eventuais intercorrências. CONTRAINDICAÇÕES • Distúrbios orgânicos: diabetes descompensado, alergias, coagulopatias, infecções, choque, asma mal controlada, prematuridade, obesidade anemia, transtornos mentais. • Procedimentos extensos • Risco de grande perda de sangue • Necessidade de imobilização pós- operatória •Falta de condições do estabelecimento VANTAGENS •Diminuição da ocupação de leitos •Diminuição do risco de infecção hospitalar •Retorno pronto ao domicilio •Diminuição do custo hospitalar •Melhor aceitação do procedimento •Nenhum aumento de morbidade ou mortalidade •Diminuição de lista de espera a) Alteração mínima na rotina do paciente e da família. b) Individualização do cuidado. A avaliação da relação médico-paciente tem o melhor desempenho em comparação com as outras áreas cirúrgicas. c) Redução da incapacidade física com retorno mais rápido ao trabalho. DESVANTAGENS DA CIRURGIA EM REGIME AMBULATORIAL a) Não realização dos cuidados pré- operatórios: a inobservância do tempo de jejum e da realização dos exames específicos e de rotina pode contribuir para o adiamento ou a suspensão da cirurgia. b) Falta de transporte. c) Falta de ajuda no domicílio. Os pacientes que moram sozinhos e não dispõem de familiares e amigos para a ajuda no domicílio para os cuidados gerais e específicos, e, principalmente, para garantir o retorno pós- operatório devem ser tratados em regime de internação. d) Suspensão da cirurgia em regime ambulatorial em detrimento de urgência, sobretudo nas unidades integradas ao hospital. e) Necessidade de permanência hospitalar além do esperado. AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA Etapas da avaliação pré-operatória: História clínica minuciosa- dentro da anamnese você vai ver se o paciente tem alergia medicamentosa ou por alguma outra coisa, se teve história de sangramento estranha, ou que não parou. Exame físico pormenorizado- deve-se fazer um exame físico completo Anamnese bem detalhada e exame físico completo são principalmente para cirurgias nível 2. Para o nível 1 a anamnese é bem sucinta- rápida. Ex: paciente diabético que vai tirar uma verruga e é diabético você não precisa de exames complementares, pois isso não irá interferi. No nível 2 as vezes necessitam de exames complementares. Se necessário: exames complementares, orientados pelos dados clínicos. Principal alteração laboratorial encontrada nos exames pré-operatórios: Anemia. Em mulheres em idade fértil, em programação de cirurgia eletiva, deve ser solicitado Beta HCG. A anamnese é extremamente útil na avaliação cuidadosa da afecção cirúrgica. Muitas lesões de localização superficial estão associadas a outras profundas ou constituem parte de uma síndrome. Ex: neurifibromatose, xeroderma pigmentoso e hemangioma cutâneo. As pesquisas dos hábitos e das condições socioeconômicas do paciente pode favorecer o diagnóstico da afecção lesões pré neoplásicas e neoplásicas de lábio e cavidade oral se associam frequentemente ao tabagismo e etilismo e doenças sexualmente transmissíveis verrucosas vaginais e/ anais são mais comuns em casos de promiscuidade sexual. A história familiar pode sugerir o diagnóstico de doenças associadas a hereditariedade, distúrbios metabólicos e da coagulação sanguínea. Tanto a anamnese quanto o exame físico devem ser feito da forma mais detalhada possível, mesmo em caráter de urgência, ou no pré-operatório de cirurgia de menor porte. No exame clínico deve incluir avaliação do à avaliação do estado nutricional, considerado um dos mais importantes- pois os extremos como obesidade e desnutrição influem negativamente na evolução pós-operatória; a pesquisa do uso de drogas, de sinais de doenças hemorrágicas e de antecedentes alérgicos ao iodo, anestésicos e antibióticos, e o diagnóstico de lesões cutâneas que podem interferir no ato cirúrgico. Processos infecciosos sistêmicos ou focais para os quais não existam indicação de drenagem cirúrgica contraindicam uma cirurgia ambulatorial eletiva. No exame físico a presença de púrpuras ou equimoses sugere coagulopatia. Qual o parâmetro para dizer que o paciente diabético esta com bom controle glicêmico? Hba1c<7%, paciente tem que controlar glicemia antes de submeter-se a uma cirurgia eletiva. Quando deve ser suspenso o uso de metformina? Antidiabético oral: no dia, ultima dose na noite anterior. Como deve ser conduzido o paciente em uso de insulina NPH?. •Noite anterior:2/3 da dose prescrita • Na manha da cirurgia:1/2 da dose Os anti-hipertensivos devem ser suspensos quantos dias antes da cirurgia? Betabloqueador deve ser mantido durante todo o período Peri operatório IECA: última dose na noite anterior a cirurgia (10 horas antes da cirurgia) Warfarina deve ser suspensa quantos dias antes da cirurgia? Qual o valor de INR esta autorizado a realizar procedimento cirúrgico? Warfarin: 4-5 d INR<1.5 Não suspender: Betabloqueador, antiarrítmicos Nebulizador Anticonvulsivantes, drogas psiquiátricas. Suspender: AAS e clopidogrel: 7-10d AINES: 1-3d Estrogênio: 4d → aumenta o risco tromboembólico. TER CUIDADO COM MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS, POIS PODEM INTERFERIR NA AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA E COAGULAÇÃO. Ginseng: 7 dias antes Ginkobiloba: -> Utilizados em pacientes com Alzheimer, suspender 36 horas antes de procedimento cirúrgico -> Interfere na agregação plaquetária. Suspende-se o Warfarin em cirurgia eletiva 4-5 d (INR<1.5). Se prótese cardíaca ou TVP recente: 1. Heparina não fracionada em dose anticoagulante em infusão continua: suspender 6h antes e reiniciar 12h após. 2. Heparina de baixo peso • Enoxaparina 1 mg/kg 12/12h ou 1,5 mg/kg ao dia. • Suspender 24h antes da cirurgia e reiniciada em 12-24h. (1 dia antes ver como está o INR- Se estiver bom pode operar, se tiver ruim esperar mais um pouco). Urgência:plasma fresco 15-20 mg/kg+Vit K. Heparinização plena + cirurgia de emergência: protamina (1 mg para cada 100 unidades de heparina). Rivaroxaban/ dabigratan: suspender 2-3 dias antes. TVP ou embolia arterial: adiar a cirurgia um mês após o episódio Se estiver em anticoagulação há menos de 2 sem por quadro de TEP, considerar filtro de VCI. O preparo do paciente para o procedimento cirúrgico deve incluir um período de jejum de 6-8 h devido ao procedimento anestésico. Geralmente Jejum de 3-4 horas se anestesia local ou de 8 horas se outra anestesia. Isso evitaconvulsões, vômito e aspiração do conteúdo gástrico. Antibioticoprofilaxia Administrar na indução anestésica Não ultrapassar mais de 24h Geralmente dose única Repique de dose: Após 2 meia vida do ATB Sangramento intenso (ATB é perdido no sangramento) Cirurgias abdominais:3/3 horas A maioria são cefalosporinas de primeira geração. O uso de atb não visa evitar infecções em outros sítios, somente de ferida operatória(S.aureus e Staphylococcus coagulase negativo) CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS a) Antibióticoprofilaxia: tem como objetivo prevenir infecções por agentes conhecidos ou suspeitos em pacientes de risco. Os princípios básicos são: 1) empregar em cirurgias que comprovadamente tenham sua taxa de infecção diminuída pelo uso do antibiótico; 2) utilizar agentes de primeira linha com ação efetiva contra germes específicos para cada tipo de cirurgia; 3) os níveis séricos do antibiótico devem ser máximos no momento da exposição do organismo ao agente infectante; 4) o emprego deve ser limitado à duração da cirurgia, ou no máximo 24 horas após. b) Profilaxia da trombo-embolia pulmonar (TEP): O tempo médio de profilaxia para pacientes cirúrgicos é de 7 a 10 dias. A maioria dos pacientes que são submetidos à cirurgia em regime ambulatorial não necessita de profilaxia farmacológica para TEP, pois as operações são de pequeno ou médio porte, o risco, em geral é baixo e a deambulação é precoce. Dessa forma, a profilaxia do TEP deve ser orientada de acordo com o risco calculado para cada paciente: ♦Utilizar apenas métodos mecânicos quando há risco elevado de sangramento; ♦Baixo risco: procedimento cirúrgico de porte pequeno, idade menor que 40 anos e sem fatores de risco adicionais empregar apenas o método mecânico; ♦Risco Moderado: procedimento cirúrgico de porte pequeno e idade entre 40-60 anos ou com algum fator de risco, empregar heparina 5000 unidades no subcutâneo 12/12h ou heparina de baixo peso molecular (HBPM) ≤ 3400 U (20mg enoxaparina). ♦Alto Risco: cirurgias menores e idade maior que 60 anos; cirurgias maiores se idade entre 40-60 anos ou com fatores de risco, utilizar heparina 5000 unidades no subcutâneo 8/8h ou HBPM > 3400 U (40mg enoxaparina). ♦Altíssimo risco: múltiplos fatores de risco (> 40 anos, câncer, TEP prévia), artroplastia de quadril ou joelho, trauma maior, lesão de medula, utilizar medicação do alto risco mais medidas mecânicas. Drogas+ dispositivo pneumático de compressão intermitente Enoxaparina 40 mg sc 1x ao dia Dalteparina 5000UI sc 1x ao dia Fondaparinux 2,5 mg Sc 1x ao dia Heparina não fracionada 5000 UI sc 2- 3x ao dia ♦Cirurgia laparoscópica sem fatores de risco: orienta-se apenas a mobilização precoce. ♦Cirurgia laparoscópica com fatores de risco: recomenda-se o emprego de um ou mais destes métodos: heparina, HBPM e/ou mecânico. A profilaxia medicamentosa, no risco moderado, é recomendada duas horas antes da cirurgia (anestesia geral) ou 12 horas antes da punção em bloqueio espinhal. Já no caso de alto risco deve ser realizada 12 horas antes tanto da anestesia geral, quanto da punção do bloqueio espinhal. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS a) Re-introdução da dieta: a re- alimentação deve ser a mais precoce possível, desde que o paciente esteja bem acordado e ter cuidados com as náuseas e vômitos. b) Dor: sintoma muito frequente no pós operatório e que precisa ser inibido e tratado com rigor. A dor produz diversos efeitos deletérios, tais quais: problemas psicológicos, imunossupressão, diminuição da perfusão tissular, aumento do consumo de oxigênio, alteração respiratória, aumento do catabolismo e diminuição da movimentação com riscos de trombose venosa. Reforça-se a opção por terapias multimodais, que envolvem mais de um princípio analgésico, com medicamentosos anti- inflamatórios não esteroidais, a dipirona, o acetaminofeno e os opióides. c) Náuseas e vômitos: são responsáveis por aumentar a morbidade cirúrgica e prolongar a internação. Os fatores de risco são: ♦Fatores individuais: gênero feminino, história prévia de náusea e vômito pós- operatório, cinetose e ansiedade; ♦Fatores cirúrgicos: procedimento de longa duração, cirurgias abdominais, laparoscopia e cirurgia otorrinolaringológica; ♦Fatores anestésicos: agentes inalatórios, óxido nitroso, etomidato, opióides, neostigmine. Segundo Consenso publicado em 200325, no risco baixo não é necessária a realização de profilaxia. No risco moderado recomenda-se monoterapia, e, eventualmente, com associação medicamentosa. Já no risco elevado, sugere-se o uso de dois ou três medicamentos. Dentre eles pode ser empregado os bloqueadores serotoninérgicos (ondansetrona) no final da cirurgia, a dexametasona antes da indução anestésica e/ou o droperidol, dentre outros. Ainda, recomenda-se: ♦Uso de propofol no intuito de reduzir a náusea das primeiras 6 horas; ♦Anestesia loco-regional, que tem menor incidência de náusea; ♦Doses menores de neostigmine na reversão anestésica; ♦Fluidoterapia adequada para evitar hipotensão; ♦Fornecimento elevado de oxigênio durante a cirurgia; ♦Diminuição do uso de opióides e analgesia adequada. d) Cuidado com curativo e pontos: após 24 a 48 horas, a incisão está vedada em virtude da epitelização e neste momento o curativo pode ser removido. A troca de curativo, caso seja necessária antes deste período, deve ser realizada de forma asséptica. O momento da retirada de pontos depende dos seguintes fatores: fio utilizado, modalidade de ponto, tipo e extensão da incisão, se foram respeitadas as linhas de força da pele e as condições locais e sistêmicas. De forma geral, recomenda-se retirar os pontos no sétimo dia pós-operatório. RISCO ANESTÉSICO: Avaliação pré-operatória Fatores que influenciam no risco anestésico ou cirúrgico PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS REALIZADOS EM REGIME AMBULATORIAL SISTEMA HEPATOBILIAR Hepatite aguda: adiar cirurgia ate normalização das enzimas -> Cirurgia de urgência estão associados a maior morbi/mortalidade Paciente cirrótico: Child ->Risco de mortalidade Cirrose x colelitiase: melhor se vlp -> Menor perda sanguínea e infecção de FO (ferida operatória) CIRROSE CHILD Child A:10%: pode operar Child B: 31%: pode operar se precisar, mas ter muito cuidados intra operatórios, pois a chance dele descompensar é enorme (CI: cardiaca e hepatectomia) Child C: 76%: considerar outras alternativas ou transplante. Não pode operar esse paciente. A encefalopatia em um paciente com cirrose hepática é causada porque o fígado não consegue depurar as toxinas vinda do trato gastrointestinal. Pacientes cirróticos que são candidatos a transplantes hepáticos vão entrar em uma fila, e eles avaliam esses pacientes como prioridade ou não para o transplante através do escore de MELD. O pedido de exames complementares vai depender da idade do paciente, do tipo de cirurgia e das comorbidades relacionada a esse paciente. Ex: paciente 35 anos e vai submeter- se a uma neurocirurgia, ele vai precisar pelo menos de um coagulograma, pois esses pacientes não podem ter nenhum tipo de sangramento. EXAMES PRÉ OPERATÓRIOS ECG Homem >40/50a Mulheres>50-55a Tipo de procedimento: cardiovascular Comorbidades: Doença cardiovascular; HAS; DM. Rx de tórax >60-65a Tipo de cirurgia: torácico Comorbidades: Dç respiratória; Dç cardiovascular; Tabagista. Hemograma (se o paciente tiver anêmico, se é uma cirurgia que vai ter muita perca sanguínea precisa de um hemograma para um parâmetro pré e pós cirurgia de comparação) Tipo de procedimento Estimativa de perda sg >500ml Doença : Dcv; Dç renal; Tumores;Dm; Esplenomegalia; RTP ou QTP recente. > 50 anos Creatinina >50-65ª Uso de drogas com excreção renal Comorbidades: Dç renal; Dcv; HAS; DM; Uso de AINEs. Glicemia >45anos Comorbidades: DM; Doença pancreática Uso de NPT Uso de medicações hiperglicemiantes: Esteroide; Tiazídicos. Urocultura Cirurgia: TGU Uso de SVD DM Coagulograma Uso de anticoagulantes Doença: Hepatopatia; Sd de má absorção; Neoplasia Historia de sangramento anormal Cirurgia: Oftalmológica; Neurocirurgia; Vascular; Circulação extra corpórea. Eletrólitos Uso de diuréticos, corticoide ICC e hepatopatia Nefropatia AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Estado nutricional Desnutrição significativa: Perda de >10% do peso em 6m Perda de 5% do peso em 1m Indicam desnutrição: Má dentição; Ascite; Edema periférico. Avaliação: Albumina: meia vida de 21d (logo, se eu dosar a albumina hoje, por ela ter meia vida longa, ela vai refletir a albumina de 21 dias atrás) Pre albumina: 2-3d Transferrina:8d (meia vida menor) Desnutrição grave: Fazer NPT 7-10d antes da cirurgia para neoplasia TGI Diminui complicações PO em 30-40% Sistema Hematológico Indicações de transfusão: Hb <7 mg/dl 7-10 mg/dl: Doença isquêmica AVC Perda de mais de 30% da volemia Plaquetas <100.000: neurocirurgia ou cirurgia oftalmológica Plaquetas < 50.000: qualquer cirurgia Se for uma paciente jovem com HB de 6,5, bem clinicamente e vai operar de uma histerectomia porque está tendo muito sangramento, assim se o paciente não estiver sintomas de anemia não tem necessidade de transfusão, pois sabemos a origem de o que provoca essa anemia. Se ele estiver entre 7 e 10, e tiver uma cardiopatia isquêmica, AVC ou uma perda sanguínea rápida, como exemplo, pós operatório da paciente acima, que estava com hemoglobina de 8 e não precisou transfundir, mas no pós operatório ela levanta e começa a ter os sintomas de anemia, ai sim precisa transfundir. Além disso, se o paciente tiver pouca hemoglobina, 5 por exemplo, mesmo assintomático deve transfundir. AVALIAÇÃO DE DOENÇAS E SISTEMAS ESPECÍFICOS Estenose pilórica Corrigir hipoK Hidratação SNG por 3 dias AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR Risco cardiovascular IAM e arritmias graves são causa importante de mortalidade. Avalia o risco de: IAM; Fibrilação ventricular; Taquicardia ventricular; Óbito. Não operar se: Cardiopatia ativa; Arritmia grave; Síndrome coronariana aguda; IC descompensada; Valvopatia grave. IAM Esperar de 4-6sem SISTEMA PULMONAR Recomendações São fatores de risco: Cirurgia de emergência >3h de cirurgia Aneurisma de aorta abdominal Cirurgia torácica Neurocirurgia Cirurgia de cabeça e pescoço Anestesia geral Recomendações Pacientes de alto risco devem: Fisioterapia; Uso de SNG se náuseas, vômitos ou distensão 2. Espirometria e RX de tórax: Dpoc; Asma Indicações de avaliação Ressecção pulmonar 2. Ventilação seletiva de apenas um pulmão 3. Cirurgia torácica ou abdominal alta >60a, com doença pulmonar previa ou tabagistas Tipos de testes: Vef 1 Capacidade vital forçada Capacidade de difusão do CO Diminuem as complicações pulmonares no PO: 1. Cessação do tabagismo pelo menos 8 semanas antes- o livro diz pelo menos 1 mês. 2. Uso de broncodilatador e corticoides em asmáticos e DPOC. Estratégias per operatórias: Peridural; Fisioterapia; Broncodilatador continuo. SISTEMA RENAL 5% da população tem algum grau de disfunção renal Exames complementares: ECG; Bioquímica; Hemograma completo; Coagulograma. Cr>2 tem mais risco de doença cardiovascular Insuf. Renal afeta: Sist. Cardiovascular; Circulatório; Hematológico; Metabólico. Anemia Se sintomática, pode necessitar de transfusão pré-operatória e eritropoietina Plaquetas A disfunção é qualitativa Deve ser avaliado pelo tempo de sangramento Tto com DDAVP ou crioprecipitado Manejo pré-operatório Tto de distúrbios HE (hiperk, hipoCa, Hiper fosfatemia) IRC: fazer hemodiálise antes da cirurgia Pacientes renais crônicos que fazem diálise são pacientes difíceis de manejar no intra e no pós-operatório, pois você não pode fazer volume. Geralmente são pacientes que vão fazer cirurgias em UTI. Evitar uso de drogas nefrotóxicas Manter Hidratação. SISTEMA ENDÓCRINO Diabetes Controle da glicemia: 80-150 mg/dl Exames: Glicemia de jejum e pós prandial; Hemograma; Eletrólitos: identificar problemas renais; Urina I: ptnuria; ECG. Glicemia>250: mais risco de deiscência, infecção de FO. Glicemia <40: maior risco de arritmias. CUIDADOS PER OPERATÓRIOS ♦Cuidados com o cabelo- fonte de infecção- colocar toca. ♦Tomar cuidado com bisturi elétrico ♦Antissepsia da equipe e do local ♦Tricotomia e preparo de pele- No momento da cirurgia e sem trauma à pele; somente se interferir no ato cirúrgico (pois a chance de infecção é muito maior); de 1-2 h antes de preferência por máquina. ♦Assepsia: Degermante → solução alcoólica ESPIROMETRIA RECURSOS TÉCNICOS- BISTURI ELÉTRICOS ♦Pacientes não podem usar roupas de nylon ou de material sintético. ♦ Não pode tocar em nenhuma parte metálica da mesa. ♦A placa deve ser posicionada próxima a área a ser operada (adegas oi MMII). O uso do bisturi elétrico serve para diminuir sangramentos- cauterização, estancar sangramentos. ANTISSEPTICOS ♦Preparo do campo operatório: Primeiro faz-se a degermação da pele depois aplica o antisséptico alcoólico da mesma substância. Fazer sempre de 20-30 cm do local da incisão. (quando você faz uma apendicectomia vc faz a antissepsia de todo o abdome, pois pode ser que precisará fazer uma laparotomia mediana). MUCOSAS- aquosa tópica PELE- alcoólica USO DE DRENOS ♦Pode ser profilático ou terapêutico ♦Profilático: grandes deslocamentos, do subcutâneo, com risco de seroma (dreno á vácuo- portovac) ♦Terapêutico: secreção purulenta (dreno de penrose)e para evitar acumulo de sangue coloca-se o dreno no pós cirurgico. Quando se tem uma hérnia incisional à aponeurose se afasta uma da outra, por isso se forma uma hérnia. Como a aponeurose afasta deve-se durante a cirurgia procurar a aponeurose e para isso tem que dissecar o subcutâneo. Nessas dessecções a chance de acumular liquido e fazer seroma é muito grande, por isso que coloca dreno para evitar que forme um seroma. Em cirurgias que você tem risco de sangramento e isso causar uma complicação pós operatória, também coloca o dreno a vácuo. No terapêutico, por exemplo, operou apendicectomia e tinha pus (para usos de dreno as coleções deve ser localizada) na fossa ilíaca direita, vc limpa mas ver que corre o risco de formar um novo abscesso, coloca-se um dreno de penrose para retirar e evitar nova secreção. IMPORTANTE: DESCREVER O ATO CIRUGICO BEM DESCRITO PRINCIPALMENTE NAS CIRURGIAS DE URGÊNCIA- descrever se foi feito transfusão, retirado material para biopsia e cultura (com que finalidade?)ou se houve intercorrência. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS Grau de complexidade dos cuidados a serem tomados no pós-operatório depende: porte da cirurgia; condições clínicas do paciente; comorbidades; faixa etária. Cuidado com a ferida: remoção do curativo após 24-48 h; orientações de repouso a depender da cirurgia(60-90 dias se for cirurgia aberta); alimentação; sinais de complicações- se sente algo diferente, começou a ter febre ou muita dor, deve retornar ao hospital. Retirada de pontos: FACE- 4dias; OUTROS- 7dias; ÁREA SOB TENSÃO- 10-15 dias (abdome, pé e joelho); INFECÇÃO- retirada imediata. COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS ♦Complicações da ferida: •SEROMA: acúmulo de gordura, soro, líquido linfáticono TCSC- tecido celular subcutâneo; ocorre em grandes deslocamentos de pele, mastectomias, dissecções axilares, virilhas e linfonodos, hérnias ventrais incisionais. É caracterizado por um abaulamento localizado e bem circunscrito, geralmente não tem eritema e sensibilidade aumentada quando comparada a infecção, desconforto a pressão com saída de líquido claro, amarelado e viscoso. O paciente não tem dor forte como na infecção. O tratamento: pode pedir para o próprio paciente espremer quando tem pouco volume. Quando o seroma é volumoso, 20-40 ml, é melhor puncionar (com agulha grossa) e fazer curativo compressivo. Drenagem + curativo compressivo e deixar cicatrizar por 2ª intenção. A mama, axila e virilha são mais difíceis de tratar. A prevenção é fazer drenagem de sucção- dreno de portovac. •HEMATOMA: é o acumulo de sangue e coágulo. Tem maior risco de infecções secundárias. Geralmente causado por hemostasia inadequada, distúrbios da coagulação e uso de AAS, cumarínicos e AINES. Coloração azulada ou roxa na pele, com edema, dor e desconforto. Deve-se ter cuidado com hematoma na região cervical, pois o paciente entra em insuficiência respiratória rápida- tireoidectomia. Grandes hematomas devem ser reabordados pelo risco de infecção e retardo no processo de cicatrização. O tratamento: hematoma no pós- operatório deve ser evacuado em condições estéreis. Se o hematoma aparecer após duas semanas da cirurgia pode ser tratada com terapêutica conservadora- compressão de agua morna. •DEISCÊNCIA DA APONEUROSE: eventração (é aguda, a hérnia ela é crônica) (quando a víscera não ultrapassa a pele, continua dentro da barriga) e evisceração (quando a víscera ultrapassa a pele) CAUSAS: pontos muito próximos a borda ou muito distante entre si; tensão na linha de sutura; infecção intra-abdominal; desnutrição; idoso; uso crônico de corticoide; hematoma; infecção; DM; IRC; Tumor; QTP; RTP; Aumento da pressão intra abdominal: tosse, ascite, distenção de alças, esforço durante a evacuação e vômitos. O tratamento: se ocorreu no pós-operatório precoce deve ser reparado. Se for pequeno e ocorrer após o 10º pós operatório pode receber tratamento expectante, uma vez que a chance de evisceração é mínima. pontos totais Infecção de sítio cirúrgico (aula sobre infecção em cirurgia)
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