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Antifúngicos: Classes, Mecanismos e Efeitos Adversos

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FARMACOLOGIA 
APLICADA A 
FARMÁCIA
Mariana Colombo
Antifúngicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Listar as diferentes classes de fármacos antifúngicos.
  Descrever o mecanismo de ação e as indicações clínicas de antifúngicos.
  Explicar os efeitos adversos dos antifúngicos.
Introdução
Os fungos são células eucarióticas sem mobilidade. As características dos 
fungos são tão singulares e diversas que eles podem ser classificados em 
seu próprio reino. Diferentemente das bactérias, os fungos apresentam 
paredes celulares rígidas compostas de quitina em vez de peptidoglicano 
(um componente característico da maioria das paredes celulares bacte-
rianas). Já as membranas celulares dos fungos, contêm ergosterol em vez 
de colesterol, que é encontrado nas membranas de mamíferos. As micoses 
são as doenças infecciosas causadas por fungos, e com frequência, são de 
natureza crônica. Essas infecções podem ser superficiais e envolver apenas 
a pele (micoses cutâneas que se limitam até a epiderme), mas outras 
podem penetrar a pele, causando infecções subcutâneas ou sistêmicas 
(RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
Aproximadamente 50 tipos de fungos são patogênicos aos seres 
humanos. Esses organismos estão presentes no meio ambiente ou podem 
coexistir com os seres humanos como comensais, sem causar algum risco 
à saúde. A partir dos anos de 1970, está ocorrendo aumento na incidência 
das infecções fúngicas sistêmicas secundárias graves. Um dos fatores 
contribuintes foi o uso generalizado de antibióticos de amplo espectro, 
que erradicam as populações bacterianas não patogênicas, as quais, 
em geral, competem com os fungos pelos recursos nutricionais. Outras 
razões incluem o aumento do número de pacientes com supressão imune 
crônica por causa de transplante de órgãos, de quimioterapia anticâncer 
ou de infecção por vírus da imunodeficiência humana (HIV) (RANG; DALE, 
2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
Fármacos antifúngicos
As características estruturais dos fungos são úteis no direcionamento dos 
fármacos antifúngicos contra as infecções fúngicas. Os agentes disponíveis 
apresentam efeitos sobre a síntese de componentes da parede e da membrana 
celular, sobre a permeabilidade da membrana, sobre a síntese de ácidos nu-
cleicos e sobre o funcionamento do fuso de microtúbulos/mitótico (Figura 1) 
(HILAL-DANDAN; BRUNTON, 2015).
Figura 1. Locais de ação dos fármacos antifúngicos.
Fonte: Whalen, Finkel e Panavelli (2016, p. 536).
As infecções fúngicas superficiais podem ser classificadas em derma-
tomicoses e em candidíase. As dermatomicoses incluem as infecções de 
pele, de cabelo e de unhas (onicomicose). São mais comumente causadas por 
Trichophyton, Microsporum ou Epidermophyton, e dão origem a vários tipos 
de "tinhas" ou tíneas:
Antifúngicos2
  Tinea capitis — afeta o couro cabeludo; 
  Tinea cruris —atinge a virilha; 
  Tinea pedis — acomete os pés ("pé de atleta"); 
  Tinea corporis — afeta o corpo. 
Na candidíase superficial, o organismo semelhante à levedura pode in-
fectar as membranas mucosas da boca (sapinho), da vagina, ou, ainda, a pele. 
Doenças fúngicas sistêmicas, também chamadas de disseminadas, são muito 
mais graves do que as infecções superficiais. Outras situações graves são:
  meningite criptocócica;
  endocardite;
  aspergilose pulmonar;
  mucormicose rinocerebral (RANG; DALE, 2016).
A eficácia dos fármacos varia entre os diferentes grupos fúngicos. Os 
agentes antifúngicos são compostos pelos antibióticos antifúngicos naturais, 
como os polienos e as equinocandinas, e, pelos fármacos sintéticos, incluindo 
os azóis e as pirimidinas fluoradas. Muitas infecções são superficiais, por isso 
existem várias preparações para uso tópico (RANG; DALE, 2016).
 Os agentes antifúngicos descritos neste capítulo são discutidos em dois 
grupos principais, os que atuam contra micoses subcutâneas e sistêmicas e 
contra micoses cutâneas (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PA-
NAVELLI, 2016):
  Fármacos usados contra micoses subcutâneas e sistêmicas incluem:
 ■ anfotericina B;
 ■ anidulafungina;
 ■ caspofungina;
 ■ cetoconazol;
 ■ flucitosina (5-FC);
 ■ fluconazol;
 ■ itraconazol;
 ■ micafungina;
 ■ posaconazol;
 ■ voriconazol.
  Fármacos que atuam contra micoses cutâneas incluem:
 ■ butenafina;
 ■ butoconazol;
3Antifúngicos
 ■ ciclopirox;
 ■ clotrimazol;
 ■ econazol;
 ■ griseofulvina;
 ■ miconazol;
 ■ naftifina;
 ■ nistatina;
 ■ oxiconazol;
 ■ sertaconazol;
 ■ sulconazol;
 ■ terbinafina;
 ■ terconazol;
 ■ tioconazol;
 ■ tolnaftato.
Mecanismo de ação e as indicações clínicas de 
antifúngicos
Fármacos usados contra micoses subcutâneas e 
sistêmicas
Anfotericina B
A anfotericina B é um antifúngico poliênico natural produzido pelo Strep-
tomyces nodosus. Apesar de seu potencial tóxico, a anfotericina B é o fármaco 
de escolha no tratamento de micoses sistêmicas que ameaçam a vida. É uma 
molécula com estrutura muito grande que pertence ao grupo poliênico dos 
agentes antifúngicos. O local de ação da anfotericina B é a membrana celular 
fúngica, onde se liga ao ergosterol nas membranas plasmáticas das células dos 
fungos sensíveis. Ela interfere na permeabilidade e nas funções de transporte 
ao formar grandes poros na membrana. O centro hidrofílico da molécula cria 
um canal iônico transmembrana, causando graves alterações no equilíbrio 
iônico, incluindo perda de K+ intracelular. O poro desorganiza a função da 
membrana, permitindo o vazamento de eletrólitos (particularmente potássio) 
e pequenas moléculas, resultando na morte da célula. 
A anfotericina B é fungicida ou fungistática, dependendo do microrga-
nismo e da sua concentração. Ela é eficaz contra uma ampla variedade de 
fungos, incluindo Candida albicans, Histoplasma capsulatum, Cryptococcus 
Antifúngicos4
neoformans, Coccidioides immitis, Blastomyces dermatitidis e várias cepas 
de Aspergillus (WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
Essa substância é ativa contra a maioria dos fungos e das leveduras e 
representa o padrão-ouro no tratamento das infecções disseminadas causadas 
por microrganismos, incluindo Aspergillus e Candida. A anfotericina também 
reforça o efeito antifúngico da 5-FC, oferecendo combinação sinérgica útil e é 
usada no tratamento de uma infecção por protozoário, a leishmaniose (RANG; 
DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
Existem quatro preparações disponíveis com anfotericina:
1. anfotericina B convencional (C-AMB) — anfotericina B é insolúvel em água, mas é 
formulada para infusão intravenosa por meio da formação de um complexo do 
fármaco com o sal biliar desoxicolato. O complexo é comercializado como um pó 
liofilizado para injeção. A C-AMB forma um coloide na água, com partículas cujo 
diâmetro é, em grande parte, inferior a 0,4 μm. O uso de filtros no equipamento 
de infusão intravenosa que retém as partículas superiores a 0,22 μm de diâmetro, 
removerá quantidades significativas do fármaco. A adição de eletrólitos às soluções 
de infusão provoca agregação do coloide.
2. anfotericina B complexo de sulfato de colesteril (ABCD) — a dispersão coloidal 
de anfotericina B contém quantidades equimolares de anfotericina B e de sulfato 
de colesteril formuladas para injeção. A exemplo da C-AMB, a ABCD forma uma 
solução coloidal quando dispersada em solução aquosa.
3. anfotericina B lipossomal (L-AMB) — é uma formulação de pequenas vesículas 
unilamelares. É fornecida na forma de pó liofilizado, que é reconstituído com água 
estéril para injeção.
4. complexo lipídico de anfotericina B (ABLC) — é um complexo de anfotericina B 
com lipídeos (dimiristoilfosfatidilcolina e dimiristoilfosfatidilglicerol) (HILAL-DANDAN; 
BRUNTON, 2015).
Antifúngicos antimetabólitos
A 5-FC é um antimetabólito pirimidinasintético que, com frequência, é usado 
em associação com a anfotericina B, que aumenta a permeabilidade celular, 
permitindo que mais 5-FC entre na célula e gere efeitos sinérgicos. É um 
agente antifúngico sintético ativo por via oral que se mostra efetivo contra certa 
faixa limitada (principalmente leveduras) de infecções fúngicas sistêmicas. É 
5Antifúngicos
convertida no antimetabólito 5-fl uorouracila nas células fúngicas, porém não 
nas humanas. Esse fármaco inibe a timidilato sintetase e, portanto, a síntese 
de DNA. É usualmente administrado por infusão intravenosa (porque tais 
pacientes estão, com frequência, muito doentes para tomar os medicamentos 
por via oral); porém também pode ser usada de forma oral. 
A 5-FC é fungistática, associada ao itraconazol, é eficaz no tratamento da 
cromoblastomicose (que causa infecções cutâneas e subcutâneas) e, associada 
à anfotericina B, é eficaz no tratamento da candidíase e da criptococose. Tam-
bém pode ser usada contra infecções por Candida no trato urinário, quando 
o fluconazol não é apropriado (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; 
PANAVELLI, 2016).
Antifúngicos azóis
Os azóis são um grupo de agentes fungistáticos sintéticos, com um amplo 
espectro de atividade antifúngica. Esses antifúngicos são feitos de duas clas-
ses diferentes de fármacos: imidazóis e triazóis. Ainda que esses fármacos 
tenham mecanismos de ação e espectros similares, sua farmacocinética e seus 
usos terapêuticos variam de forma signifi cativa. Em geral, os imidazóis são 
administrados de maneira tópica contra infecções cutâneas, ao passo que os 
triazóis são usados por via sistêmica para o tratamento ou para a profi laxia 
de infecções fúngicas cutâneas ou sistêmicas.
Os azóis inibem a enzima fúngica 3A do citocromo P450, lanosina 
14α-desmetilase, que é responsável pela conversão do lanosterol em ergoste-
rol, o principal esterol na membrana celular fúngica. A depleção resultante de 
ergosterol altera a fluidez da membrana e isso interfere na ação das enzimas 
associadas à membrana. O efeito final é a inibição da replicação. Os azóis 
também inibem a transformação das células de levedura de Candida em 
hifas — a forma invasiva e patogênica do parasita. A depleção do ergosterol 
da membrana reduz os locais de ligação da anfotericina (RANG; DALE, 2016; 
WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
  Fluconazol — foi o primeiro membro da classe dos antifúngicos triazóis. 
Ele é altamente ativo contra Cryptococcus neoformans e certas espécies 
de Candida, incluindo C. albicans e C. parapsilosis. O fluconazol 
é eficaz contra a maioria das formas mucocutâneas de candidíase. 
Ele é usado comumente como tratamento oral de dose simples contra 
vulvovaginite por candidíase e é usado na profilaxia contra infecções 
fúngicas invasivas em receptores de transplantes de medula. Está dis-
Antifúngicos6
ponível em formulações de uso oral ou intravenosa (RANG; DALE, 
2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
  Itraconazol — é ativo contra uma série de dermatófitos. É o fármaco 
de escolha para o tratamento de blastomicose, esporotricose, para-
coccidioidomicose e histoplasmose. Está disponível em duas formas 
farmacêuticas de uso oral: cápsula e solução oral. Há uma formulação 
na qual o fármaco está complexado com β-ciclodextrina. Nessa forma, o 
itraconazol pode ser administrado por via intravenosa, superando, assim, 
o problema da absorção variável pelo trato gastrintestinal (RANG; 
DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
  Posaconazol — é um triazol sintético antifúngico de amplo espectro 
estruturalmente similar ao itraconazol. Está disponível como suspensão 
e comprimidos orais e como formulação intravenosa. O posaconazol é 
usado comumente para tratamento e profilaxia de infecções invasivas 
por Candida e Aspergillus em pacientes gravemente imunocompro-
metidos. Devido ao amplo espectro de atividade, é usado também no 
tratamento de infecções fúngicas invasivas causadas por Scedosporium 
e Zygomyceoos (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANA-
VELLI, 2016).
  Voriconazol — é um triazol sintético relacionado com o fluconazol, 
apresenta amplo espectro antifúngico disponível em formas de dosagem 
oral e intravenosa. O voriconazol substituiu a anfotericina B como o 
fármaco de escolha contra aspergilose invasiva. Está aprovado para 
o tratamento de candidíase invasiva, bem como de infecções graves 
causadas por espécies de Scedosporium e Fusarium (RANG; DALE, 
2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
Equinocandinas
As equinocandinas são compostas por um anel de seis aminoácidos ligados 
a uma cadeia lateral lipofílica. Todos os fármacos desse grupo são modifi -
cações sintéticas da equinocandina B, que é encontrada de forma natural no 
Aspergillus nidulans. As equinocandinas interferem com a síntese da parede 
fúngica. Esses fármacos inibem a síntese do β-(1,3)-D-glicano, um polímero 
de glicose necessário à manutenção da estrutura da parede celular fúngica. Na 
ausência desse polímero, as células fúngicas perdem a integridade, ocorrendo, 
então, a lise celular. 
Caspofungina, micafungina e anidulafungina estão disponíveis para admi-
nistração intravenosa, uma vez ao dia. As equinocandinas têm atividade potente 
7Antifúngicos
contra Aspergillus e contra a maioria das espécies de Candida, incluindo 
aquelas espécies resistentes aos azóis. A caspofungina é efetiva no tratamento 
da candidíase e de formas da aspergilose invasiva que se revelam refratárias 
à anfotericina. A anidulafungina é utilizada principalmente no tratamento de 
candidíase invasiva. A micafungina também é principal fármaco utilizado no 
tratamento da candidíase invasiva (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; 
PANAVELLI, 2016).
Fármacos usados contra micoses cutâneas
Inibidores da esqualeno epoxidase
Essa classe atua na inibição da esqualeno epoxidase, bloqueando a biossíntese 
do ergosterol, um componente essencial da membrana celular dos fungos. O 
acúmulo de quantidades tóxicas de esqualeno resulta em aumento da perme-
abilidade da membrana e morte da célula.
A terbinafina é um composto fungicida queratinofílico, altamente lipofílico, 
ativo em uma ampla gama de patógenos da pele. É o fármaco de escolha para 
o tratamento da dermatófito-onicomicose (infeção fúngica das unhas). Ela é 
mais bem tolerada, requer menor duração de tratamento e é mais eficaz do 
que itraconazol ou griseofulvina. É ativa contra Trichophyton (RANG; DALE, 
2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
Griseofulvina
A griseofulvina causa ruptura do fuso mitótico e inibição da mitose do fungo. 
Ela foi amplamente substituída pela terbinafi na oral para o tratamento de 
onicomicose, embora continue em uso contra dermatofi toses do escalpo e dos 
cabelos. A griseofulvina é fungistática e requer longa duração do tratamento 
(RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
Nistatina
A nistatina (também chamada de fungicidina) é um antifúngico poliênico, 
e sua estrutura, química, mecanismo de ação e perfi l de resistência se asse-
melham aos da anfotericina B. Ela é usada para o tratamento de infecções 
cutâneas e orais por Candida (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; 
PANAVELLI, 2016). 
Antifúngicos8
Imidazóis
Os imidazóis são derivados azóis e atualmente incluem butoconazol, clotrima-
zol, econazol, cetoconazol, miconazol, oxiconazol, sertaconazol, sulconazol, 
terconazol e tioconazol. Como classe de fármacos tópicos, eles têm ampla faixa 
de atividade contra Epidermophyton, Microsporum, Trichophyton, Candida 
e Malassezia, dependendo do fármaco. Os imidazóis tópicos têm uma varie-
dade de usos, incluindo Tinea corporis, Tinea cruris, Tinea pedis e candíase 
orofaríngea e vulvovaginal (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; 
PANAVELLI, 2016).
Ciclopirox
Inibe o transporte de elementos essenciais na célula fúngica, interrompendo a 
síntese de DNA, RNA e proteínas. Ele éefi caz contra Trichophyton, Epidermo-
phyton, Microsporum, Candida e Malassezia. Está disponível em formulação 
injetável. Xampu com ciclopirox a 1% é usado contra dermatite seborreica. 
Tinea pedis, Tinea corporis, Tinea cruris, candidiase cutânea e Tinea versi-
color podem ser combatidas com pomada, gel ou suspensão a 0,77% (RANG; 
DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
Tolnaftato
O tolnaftato distorce as hifas e interrompe o crescimento micelial dos fungos 
suscetíveis. Ele é ativo contra Epidermophyton, Microsporum e Malassezia 
furfur. É usado para tratar Tinea pedis, Tinea cruris e Tinea corporis. Está 
disponível como pó, creme e solução a 1% (RANG; DALE, 2016; WHALEN; 
FINKEL; PANAVELLI, 2016).
9Antifúngicos
De forma habitual, as formulações preferidas para aplicação cutânea consistem em 
cremes ou em soluções, pois as pomadas são incômodas e muito oclusivas. O uso de 
pós limita-se, em grande parte, aos pés e às lesões úmidas das virilhas e de outras áreas 
intertriginosas. A administração tópica de agentes antifúngicos não tem sucesso para 
as micoses das unhas (onicomicose) e dos cabelos (tinha do couro cabeludo) e não tem 
nenhuma aplicação no tratamento das micoses subcutâneas, como a esporotricose e 
a cromoblastomicose. Independentemente da formulação, a penetração dos agentes 
tópicos nas lesões hiperceratóticas é, com frequência, precária. A remoção da queratina 
infectada e espessa é algumas vezes útil na terapia (HILAL-DANDAN; BRUNTON, 2015).
Efeitos adversos dos antifúngicos
Fármacos usados contra micoses subcutâneas e 
sistêmicas
Anfotericina B
A anfotericina B apresenta baixo índice terapêutico. A dose total diária para 
adultos, da formulação convencional, não deve exceder 1,5 mg/kg/dia, ao passo 
que as formulações lipídicas podem ser administradas com segurança em 
dosagens de até 10 mg/ kg/dia. As preparações encapsuladas em lipossomos 
e complexadas em lipídeos, apesar de apresentarem custo mais elevado, não 
apresentam efi cácia superior ao fármaco nativo, mas provocam reações de 
infusão com muito menos frequência e com menos severidade.
Os efeitos adversos mais comuns da anfotericina B são calafrios, febre, 
tremores e cefaleias que ocorrem durante a infusão do fármaco; reações de 
hipotensão e de anafilaxia ocorrem nos indivíduos mais severamente afetados; 
porém o efeito adverso mais grave da anfotericina B é a toxicidade renal. Em 
mais de 80% dos pacientes que recebem esse fármaco, ocorre algum grau de 
redução da função renal; embora isso, em geral, melhore com a interrupção 
do tratamento, pode permanecer algum comprometimento da filtração glo-
merular. A hipocalemia ocorre em 25% dos pacientes devido à ação primária 
do fármaco, no derrame fúngico, sobre as células tubulares renais, o que 
leva à perda de potássio e, com frequência, requer suplementação com clo-
Antifúngicos10
reto de potássio. A hipomagnesemia também ocorre pelo mesmo motivo. Os 
distúrbios acidobásicos e a anemia podem ser problemas adicionais. Outros 
efeitos adversos incluem alteração da função hepática e trombocitopenia. O 
fármaco é irritante para o endotélio das veias e pode causar tromboflebite 
local. As injeções intratecais podem provocar neurotoxicidade, e as aplicações 
tópicas causam erupção cutânea (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; 
PANAVELLI, 2016).
Antifúngicos antimetabólitos
A 5-FC causa neutropenia, trombocitopenia reversível e depressão dose-
-dependente da medula óssea. Deve-se ter cuidado em pacientes submetidos 
à radiação ou à quimioterapia com fármacos que deprimem a medula óssea. 
Pode ocorrer disfunção hepática reversível com elevação das transaminases 
e fosfatase alcalina sérica. Distúrbios gastrintestinais, como náuseas, êmese 
e diarreia, são comuns, e enterocolite grave pode se manifestar. Alopecia 
também é um efeito adverso (possivelmente devido à formação de fl uorouracila 
pela ação das bactérias intestinais sobre a 5-FC), mas, em geral, é controlável 
(RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
Antifúngicos azóis
  Fluconazol — os efeitos adversos, que, em geral, são brandos, incluem 
náusea, cefaleia e dor abdominal. Lesões esfoliativas da pele (incluindo 
ocasionalmente a síndrome de Stevens-Johnson) foram observadas em 
alguns indivíduos — de forma inicial, nos pacientes com aids que foram 
tratados com múltiplos fármacos. Foi relatada hepatite, embora seja rara. 
  Itraconazol — náuseas, êmese, reações alérgicas da pele (especialmente 
nos pacientes imunocomprometidos), hipopotassemia, hipertensão, 
edema e cefaleia. Os efeitos mais graves são hepatoxicidade (espe-
cialmente quando é administrado com outros fármacos que afetam o 
fígado) e síndrome de Stevens-Johnson. 
  Posaconazol — náuseas, êmese, diarreia e cefaleia. Pode causar elevação 
nas transaminases hepáticas séricas. 
  Voriconazol — os efeitos adversos são similares aos dos outros azóis. 
Entretanto, concentrações elevadas e constantes são associadas com 
alucinações visuais e auditivas e aumento da incidência de hepatotoxici-
dade (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
11Antifúngicos
  Equinocandinas — os três fármacos dessa classe (caspofungina, mi-
cafungina e anidulafungina) são bem tolerados, mas podem apresentar 
como efeitos adversos: febre, urticária, náuseas e flebite no local da in-
jeção. Eles também causam reação tipo histamina (ruborização) quando 
infundidos de forma muito rápida (RANG; DALE, 2016; WHALEN; 
FINKEL; PANAVELLI, 2016). 
Fármacos usados contra micoses cutâneas
  Inibidores da esqualeno epoxidase — os efeitos adversos da terbina-
frina ocorrem em cerca de 10% dos indivíduos e, em geral, são brandos 
e autolimitados. Os mais comuns incluem alterações gastrintestinais, 
erupções cutâneas, prurido, cefaleia e tonturas. Foram relatadas dores 
articulares e musculares, distúrbios de paladar e visão, bem como 
elevação temporária das transaminases hepáticas no soro (RANG; 
DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
  Griseofulvina — os efeitos adversos com o uso de griseofulvina não 
são frequentes; porém o fármaco pode causar alterações gastrintestinais, 
cefaleia e fotossensibilidade. Reações alérgicas como erupções cutâneas, 
também podem ocorrer. O fármaco não deve ser administrado em ges-
tantes (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
  Nistatina — os efeitos adversos são raros após administração oral, 
mas podem incluir náusea, vômito e diarreia. Formas tópicas e vaginais 
podem causar irritação cutânea (RANG; DALE, 2016; WHALEN; 
FINKEL; PANAVELLI, 2016).
  Imidazois — o uso tópico está associado à dermatite de contato, à 
irritação vulvar e ao edema (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; 
PANAVELLI, 2016).
  Ciclopirox — não foi observada nenhuma toxicidade tópica (RANG; 
DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016).
  Tolnaftato — não foram registradas reações tóxicas ou alérgicas ao 
tolnaftato (RANG; DALE, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 
2016).
Antifúngicos12
HILAL-DANDAN, R.; BRUNTON, L, L. Manual de farmacologia e terapêutica de Goodman 
& Gilman. 2. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2015.
RANG, H. P. et al. Rang & Dale: farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELLI, T. A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2016.
Leitura recomendada
LÜLLMANN, H.; MOHR, K.; HEIN, L. Farmacologia: texto e atlas. 7. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017.
13Antifúngicos
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