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12/4/2012 1 Origem da vida no contexto Origem da vida no contexto geológico e registros do geológico e registros do ProterozóicoProterozóico e início doe início do FanerozóicoFanerozóico Prof. Dimila Mothé Disciplina de Paleontologia 2012-01 – Aula 05 O tempo geológicoO tempo geológico Hadeano ao Cambriano (4,6 bilhões de anos a 488 milhões de anos atrás). 12/4/2012 2 Pré-Cambriano: o início Engloba o intervalo de tempo entre a formação da Terra (4,6 Ga) e o início do Cambriano (540 Ma). Dividido em três Éons: Hadeano, Arqueano e Proterozóico. ÉonÉon HadeanoHadeano (4,6 a 4 (4,6 a 4 GaGa)) Formação da terra primitiva, atmosfera densa e quente e ocorrência do impacto de um asteróide na Terra, que teria dado origem à Lua. Éon Hadeano (4,6 a 4 Ga) Pré-Cambriano: o início Atmosfera primitiva: rica em CO2 e H2O na forma de vapor, CO, H2, H2S (gás de ácido sulfídrico), NH3 (amônia) e CH4 (metano). Efeito estufa natural. 12/4/2012 3 MAS COMO SE FORMARAM OS PRIMEIROS SERES VIVOS??? Biogênese x Abiogênese Biogênese : vida origina-se na vida. Defendida por Redi, Spallanzani, Louis Pasteur. Abiogênese (ou geração espontânea): vida se origina na matéria não viva. Defendida por Needham, Aristóteles, Isaac Newton. Redi (1626-1697) combateu uma das principais evidências da abiogênese: o aparecimento “espontâneo” de “vermes” em carne podre. Hipótese de Redi: “Os seres vermiformes que surgem na carne em putrefação são larvas. Elas devem surgir de ovos colocados por moscas, e não por geração espontânea a partir da putrefação da carne” 12/4/2012 4 Biogênese x Abiogênese Experimento de Louis Pasteur (séc. XIX) definitivamente encerrou o debate entre biogênese e abiogênese. Os Coacervados Teoria Oparin/Haldane (1930) Para os mares primitivos do Hadeano/Arqueano foram arrastadas, com as chuvas, aminoácidos que permaneciam sobre as rochas. Durante um tempo incalculável, as proteínas acumularam-se nos mares de águas mornas do planeta. As moléculas se combinavam e partiam-se e novamente voltavam a combinar-se com influência de descargas elétricas e calor. E dessa maneira, as proteínas multiplicavam- se quantitativa e qualitativamente. Dissolvidas em água, as proteínas formaram colóides. A combinação dos colóides levou ao aparecimento dos coacervados. 12/4/2012 5 Gás carbônico, gás de ácido sulfídrico, gás hidrogênio, amônia, vapor de água e metano. Miller simulou as condições da Terra primitiva, criando um sistema fechado, onde inseriu os principais gases atmosféricos, tais como gás carbônico, oxigênio e metano, além de água. Através de descargas elétricas, e ciclos de aquecimento e condensação de água, obteve após algum tempo, diversas moléculas orgânicas (aminoácidos). Deste modo, conseguiu demonstrar experimentalmente, que nas condições primitivas da Terra, seria possível aparecerem moléculas orgânicas através de reações químicas na atmosfera (sopa primitiva) O experimento de Miller-Urey 12/4/2012 6 O “Mundo de ARN” O ARN teria sido a primeira molécula com capacidade de autoduplicação. Conforme evoluíram, as moléculas de ARN teriam sintetizado proteínas e lipídios, os quais poderiam formar uma parede ou membrana celular. Finalmente, os “organismos” ARN teriam originado o ADN, o qual serviu como repositório mais confiável de informações genéticas. Pré-Cambriano: o início ÉonÉon Arqueano (4 a 2,5 Arqueano (4 a 2,5 GaGa)) A vida surgiu em condições especiais e únicas, em ambientes altamente instáveis como os lagos termais e possivelmente os primeiros organismos foram procariontes anaeróbicos, que utilizavam fontes de energia química completamente diferentes do oxigênio. 12/4/2012 7 Pré-Cambriano: o início ÉonÉon Arqueano (4 a 2,5 Arqueano (4 a 2,5 GaGa)) • Coacervados • Bactérias heterótrofas/Archaeobacteria: alimentavam-se de outras moléculas (metabolismo diferente) • Primeiros autótrofos: quimiossintetizadores (oxidação) Do mesmo modo que moléculas de lipídios formam “tubos” encurvados numa lâmina, as ondas dos mares teriam misturado a água e os compostos orgânicos semelhantes a lipídios para originar bolhas do tamanho de células nas praias primitivas. Os Reinos Carioteca 12/4/2012 8 Os Reinos Pré-Cambriano: o início Arqueobactérias São extremófilas por viverem em ambientes extremos. Incluem as bactérias metanógenas (formam metano), halófilas (suportam alta salinidade) e termo- acidófilas (suportam altas temperaturas, pH ácido e ambientes ricos em enxofre). ÉonÉon Arqueano (4 a 2,5 Arqueano (4 a 2,5 GaGa)) 12/4/2012 9 Pré-Cambriano: o início ÉonÉon Arqueano (4 a 2,5 Arqueano (4 a 2,5 GaGa)) A evolução da atmosfera e as arqueobactérias metanógenas... 12/4/2012 10 Pré-Cambriano: o início ÉonÉon Arqueano (4 a 2,5 Arqueano (4 a 2,5 GaGa)) Conforme a água evaporava nas lagunas costeiras, a matéria orgânica tornava- se mais concentrada. Esta concentração pode ter auxiliado na evolução de colônias algálicas compostas de organismos muito simples. Os primeiros organismos fotossintetizantes a surgirem foram as cianobactérias (3,7 Ga), nos ambientes costeiros. Na fotossíntese, utilizam CO2 e água para produzirem glicose, água e O2 livre. Com tilacóides, membranas na periferia das células associadas com estruturas esféricas que armazenam pigmentos . Tipos: isoladas ou esféricas e filamentosas. Idade de ouro: de 2,5 Ga. a 600 Ma, com especial representação através dos estromatólitos. ÉonÉon Arqueano (4 a 2,5 Arqueano (4 a 2,5 GaGa)) Pré-Cambriano: o início 12/4/2012 11 Registro mais antigo de cianobactérias: Pilbara, Western Australia, com 3,5 bilhões de anos. ÉonÉon Arqueano (4 a 2,5 Arqueano (4 a 2,5 GaGa)) Pré-Cambriano: o início Reconstituição do ambiente onde se desenvolveram as primeiras cianobactérias e a formação dos primeiros estromatólitos na região de Pilbara, Austrália. Estromatólitos Pré-Cambriano considerado como a Era dos Estromatólitos. Mais antigos pertencem a Austrália e África do Sul, com 3,5 Ga. Há cerca de 2,7 Ga, eles passaram a ter uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrados no Brasil (SP, PR, MG). ÉonÉon Arqueano (4 a 2,5 Arqueano (4 a 2,5 GaGa)) Pré-Cambriano: o início Importância: grande significado evolutivo; importantes no zoneamento bioestratigráfico do Pré-Cambriano e do Paleozóico inferior; estromatólitos são importantes indicadores paleoambientais 12/4/2012 12 As cianobactérias, tanto as formas isoladas como as filamentosas, desenvolvem- se por vezes originando tapetes “algálicos”que aprisionam a “lama” calcária que se precipita sobre suas camadas superiores. Com a sua consolidação, formam-se os estromatólitos, estruturas laminares calcárias consideradas como “estruturas sedimentares de bioestratificação”. 12/4/2012 13 ÉonÉon Arqueano (4 a 2,5 Arqueano (4 a 2,5 GaGa)) Pré-Cambriano: o início Estromatólitos fósseis Estromatólitos atuais Os acritarcos (1,8 Ga) são pequenos cistos orgânicos produzidos por algas quando as condições ambientais não lhes eram favoráveis, e seriam os representantes dos primeiros organismos eucariontes. ÉonÉon ProterozóicoProterozóico (2,5 (2,5 GaGa a 542 Ma)a 542 Ma) Eucariontes, unicelulares, de pequenas dimensões, com parede orgânica resistente a ácidos e de morfologia variada (esporopolenina). São indicadores de ambientes marinhos. Excelentes fósseis guia para o Ordoviciano, Siluriano e Devoniano do Brasil. Ocorrências brasileiras: bacias do Solimões (O), Parnaíba (S,D), Amazonas (D), Paraná (D). Pré-Cambriano: o início Acritarcos 12/4/2012 14 Assembléia diversificada de organismos de corpo mole encontrada em Montes Ediacara, no sul da Austrália, em quartzitos e arenitos com graus variáveis de silicificação. Possível ambiente marinho litorâneo raso, com estratificações cruzadas. A Biota de Ediacara (670 e 540 Ma) Montes Ediacara, Austrália. ÉonÉon ProterozóicoProterozóico (2,5 (2,5 GaGa a 542 Ma)a 542 Ma) Pré-Cambriano: o início Fauna de Ediacara Charniodiscus: Rangea Cyclomedusa Mawsonites Parvancorina Dickinsonia Kimberella Corumbella werneri, forma atribuída a celenterados, em calcários do Grupo Corumbá (MS). Os fósseis são impressões e moldes, desprovidos de partes duras mineralizadas, sugerindo condições de sedimentação rápida. Não ocorrem fósseis com esqueleto. 12/4/2012 15 Fauna de Ediacara Biota de Ediacara: distribuição mundial Fauna de Ediacara 12/4/2012 16 ÉonÉon ProterozóicoProterozóico (2,5 (2,5 GaGa a 542 Ma)a 542 Ma) Glaciações, fragmentação do supercontinente Rodínia e formação de mares rasos. A vida multicelular teria surgido em locais de maior produção primária, mares epicontinentais e maiores áreas de anoxia nos fundos de mares e oceanos (permitindo a fossilização). Pré-Cambriano: o início Limite inferior: passou a ser definido pelo aparecimento dos organismos com esqueletos mineralizados. Possibilitou pela primeira vez a correlação de rochas com base no conteúdo fossilífero. Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) 12/4/2012 17 As primeiras formas com esqueleto eram pequenas e poucas tinham mais do que 1 cm de comprimento (fauna Tommotiana). Estas formas são conhecidas em inglês como “small shelly fossils ou SSFs” e são os mais antigos fósseis com partes duras. Anabarites: tubos calcários com três paredes ou quilhas, por vezes enroladas em espiral, produzidas por organismos desconhecidos. Protohertzina: espinhos curvos de fosfato de cálcio semelhantes às garras de vermes atuais predadores. Seriam os mais antigos predadores do registro fossilífero. Anabarites Protohertzina Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) Arqueociatídeos Grupo exclusivo do Cambriano Inferior e Médio, os arqueociatídeos eram organismos típicos de águas rasas, tendo originado recifes de várias centenas de metros de comprimento, resultando em grandes depósitos calcários. Organismos aquáticos, solitários ou coloniais. Esqueleto em forma de cone ou vaso. Freqüentemente com dois cones (interno e externo), com um espaço entre si e unidos por elementos estruturais verticais. Paredes dos cones e dos elementos parietais com poros, razão pela qual são incluídos entre os poríferos (esponjas). Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) 12/4/2012 18 Braquiópodes Durante o Cambriano predominaram os braquiópodes representantes da Classe Inarticulata, portadores de conchas quitinosas ou calcário-fosfáticas e de pequeno tamanho. Seus representantes atuais, como o Lingula, são conhecidos como verdadeiros fósseis-vivos. Principais elementos da “Fauna Paleozóica típica”. Organismos solitários, com concha dotada de duas valvas. Predominantemente marinhos, bentônicos, suspensívoros, sem locomoção, podendo ser fixos ou não ao substrato. Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) Trilobitas São os fósseis mais importantes do Cambriano, razão pela qual o período é conhecido como a “Idade dos Trilobitas”. Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) Com exoesqueleto calcificado (muda). Exoesqueleto dividido transversalmente em céfalo, tórax e pigídio. Com apêndices não mineralizados e olhos compostos desenvolvidos, localizados dorsalmente. 12/4/2012 19 Cada uma das três divisões do Cambriano tem seus gêneros característicos de trilobitas. Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) Moluscos Os mais primitivos: monoplacóforos e rostroconchas. Seguidos por gastrópodes e cefalópodes, que surgiram no final do Cambriano, sendo alguns dos principais predadores do período. Monoplacophora Rostroconchia Cephalopoda Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) 12/4/2012 20 Equinodermos Os principais equinodermos do Cambriano foram os eocrinóides, ocorrendo também os edrioasteróides, os helicoplacóides, e os holoturóides Eocrinoidea Edrioasteroidea Helicoplacoidea Holothuroidea Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) Fauna do Folhelho Burgess Cambriano Médio, encontrados na Columbia Britanica, Canadá. Diversos organismos com tecidos moles preservados como um “filme” escuro nos folhelhos. Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) 12/4/2012 21 Fauna do Folhelho Burgess Anomalocaris Opabinia Marrela Sidneyia Wiwaxia Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) Hallucigenia Pickaia Aysheaia Fauna do Folhelho Burgess Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) 12/4/2012 22 A Biota de Chengjiang, China A Biota de Chegjiang corresponde ao mais antigo “fossil- lagerstätten” do Cambriano, exposto em afloramentos localizados no sul da China. Seqüência de argilitos depositados originalmente em ambiente de águas rasas e com fósseis representados por partes duras e moles de bradoriídeos, trilobitas, formas medusóides e formas típicas da fauna do Folhelho Burgess. Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) O final do Cambriano foi marcado por uma extinção em massa de quase 75% das famílias de trilobitas, 50% das de esponjas, muitos braquiópodes e gastrópodes. As causas, catastróficas ou não, são ainda desconhecidas (glaciação ou queda no nível de O2 nos oceanos). A extinção do final do A extinção do final do CambrianoCambriano Éon Fanerozóico: a vida Cambriano (542 a 488 Ma)Cambriano (542 a 488 Ma) 12/4/2012 23
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