Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Micropaleontologia Prof. Dimila Mothé Aula 08 – 2012/01 ACRITARCHA (grego: akritos = incerto; arche = origem) Pré-Cambriano Superior - Recente Microfósseis unicelulares, eucariontes; carapaça de substância orgânica (esporopolenina, como pólens e esporos) envolvendo a cavidade central; apresentam uma abertura (arqueopilo); Maioria mede entre 20-150µm; Carapaça: esférica, elipsoidal, discoidal, alongada ou poligonal; Superfície da carapaça: lisa, granulada, pontilhada ou perfurada; Espinhos, cristas, rebordos e abas podem estar presentes. TIPOS MORFOLÓGICOS ACRITARCHA Maioria dos acritarcos com afinidades desconhecidas; muitos defendem sua vinculação às algas verdes (com base em estudos sobre seus ciclos de vida). Os outros grupos possuem afinidades não conclusivas com dinoflagelados. GRAUS DE PARENTESCO Prasinófita, Paleoceno Superior, Formação Calumbi, Bacia de Sergipe Quimicamente, possuem esporopolenina, semelhante aos esporos das plantas vasculares, de algas e cistos. Grupo Tasmanites Grupo Cymatiosphaera Grupo Baltisphaeridium Grupo Leiosphaeridia Grupo Micrhystridium semelhantes a cistos e células de prasinófitas atuais semelhante a esporos de algasGrupo Micrhystridium Grupo Leiofusa Grupo Acanthodiacrodium Grupo Visbysphaera esporos de algas multicelulares afinidades com os dinoflagelados DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA Ponto alto de diversidade: Paleozóico; Após Jurássico Inferior: acritarcos espinhosos são raros; Não desempenham um papel importante no fitoplâncton atual; No Brasil: excelentes guias para Ordoviciano, Siluriano e Acritarcha No Brasil: excelentes guias para Ordoviciano, Siluriano e Devoniano; Bacias do Solimões, Parnaíba, Amazonas e Paraná. • importantes na correlação estratigráfica regional assim como os dinoflagelados, mas com menor valor paleoambiental; • correlação bioestratigráfica principalmente do final do Pré-Cambriano e base do Paleozóico; • abundância e grau de abrasão dos acritarcos, bem como a morfologia APLICAÇÕES • abundância e grau de abrasão dos acritarcos, bem como a morfologia do organismo, podem auxiliar na distinção de áreas de inshore e offshore; • auxiliam na reconstrução de oceanos antigos e nos cinturões climáticos, especialmente em conjunto com outras evidências. DINOFLAGELADOS (grego: dinos = pião; flagellates = flagelados) • unicelulares, eucariontes • células individuais ou coloniais • planctônicos ou bentônicos • autotróficos ou heterotróficos • aparecimento remonta ao Pré-Cambriano, se forem aparentados aos acritarcos • fases de vida: teca celulósica não fossilizável; alguns produzem cistos fossilizáveis (= dinocistos) • dinoflagelados fósseis� dimensões de 5 a 200µm • composição variável: calcária, silicosa, orgânica • carapaça orgânica é dominante (dinosporina); constituição semelhante à esporopolenina • parede organizada em placas (tabulação) que refletem a organização das placas celulósicasorganização das placas celulósicas • diferenças com acritarcos: tabulação, morfologia assimétrica MORFOLOGIA teca cisto CLASSIFICAÇÃO Características animais (locomoção) e vegetais (parede celulósica e pigmentos fotossintetizantes). Atualmente: Reino Protista Divisão Dinoflagellata Subdivisão Dinokaryota Classe Dinophyceae – interessa à paleontologia Classe Blastodiniphyceae Classe Noctiluciphyceae Classe indeterminada Subdivisão Syndinea Aspectos considerados na classificação: • tamanho • forma do cisto • tipo e forma de arqueopilo • tipo e tamanho dos processos (projeções a partir da parede do cisto, que alcançam a teca celulósica envolvente) • ornamentação da parede DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA Dinoflagelados ECOLOGIA • abundantes em águas tropicais e mornas • vivem em vários ambientes (marinhos, água doce, neve); fazem parte, principalmente, do plâncton marinho • fatores reguladores do desenvolvimento: nutrientes, oxigenação, luminosidade, temperatura, salinidade • temperatura das águas superficiais é fator fundamental na distribuição das formas • vivem em profundidades entre 20 e 70 m, em águas claras, e nos primeiros 10 m em condições de águas turvas • dependentes da quantidade de nitratos e fosfatos dissolvidos • “marés vermelhas” � aumento populacional � toxinas secretadas�mortandade de fauna • formas de parede espessa indicam ambientes litorâneos; cistos com paredes finas caracterizam ambientes marinhos abertos, neríticos a oceânicosneríticos a oceânicos APLICAÇÕES • estudos bioestratigráficos • interpretação paleoambiental DIATOMÁCEAS (Cretáceo médio – Recente) - algas unicelulares solitárias ou coloniais; 10 a 100 µm - bentônicas ou planctônicas - marinhos e de água doce - autotróficos fotossintetizantes - habitam zona fótica de oceanos, mares, lagos, rios - encontrados em mangues hiper e hiposalinos, e em solos úmidos - comuns em regiões de ressurgência (correntes marinhas ascendem Pinnularia 1 µm = 0,001 mm - comuns em regiões de ressurgência (correntes marinhas ascendem trazendo sedimentos de fundo) e em regiões costeiras (nutrientes provêm do continente) presença de nutrientes essenciais ao crescimento: sílica, nitratos, fósforo e ferro MORFOLOGIA Revestimento celular silicoso (SiO2 - frústula) formado por 2 valvas: epivalva (maior) e hipovalva (menor), que se articulam. Frústula epivalva hipovalva Zona conectiva: composta por várias camadas; conecta as valvas. Rafe: ocorre em diatomáceas penadas; utilizada para movimento; importante na identificação rafe ORNAMENTAÇÃO - valvas cobertas por estrias, poros, espinhos, puntuações CLASSIFICAÇÃO Características analisadas: - morfologia das frústulas; - ornamentações; - presença de espinhos e filamentos. Reino Protista Divisão Chrysophyta Classe Bacillariophyceae Ordem Centrales (formato circular) Ordem Pennales (formato elíptico) Centrales Correspondem às mais antigas diatomáceas conhecidas (Coscinodiscus) Coscinodiscus: mais antigas diatomáceas Centrales diatomáceas conhecidas. Pennales Pennales Diatomáceas cêntricas – fazem parte do plâncton em ambientesmarinhos, especialmente em latitudes subpolares e temperadas Diatomáceas penadas – dominam ambientes de água doce e solo, mas também em ambientesmarinhos bentônicos A evolução dessa relação numa seqüência sedimentar mostra as tendências gerais: - eventos de regressão/transgressão marinha - fase seca/fase úmida em ambiente continental DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA - diatomáceas mais antigas = Cretáceo (cêntricas) - limite K/T � extinção de muitas formas cêntricas - surgimento de novas espécies cêntricas no Paleógeno e radiação adaptativaPaleógeno e radiação adaptativa - Paleoceno: aparecimento das formas penadas, que hoje existem em maior número. APLICAÇÕES • Estudos paleoambientais graças à grande proporção de gêneros e espécies fósseis e atuais, e suas semelhanças. - Paleobatimetria: são algas fotossintéticas; vivem em profundidades inferiores a 100 m. - Relação entre planctônicas e bentônicas ocorre em função da variação do nível das águas. - Reconhecimento de paleoressurgências: relacionado ao tamanho da- Reconhecimento de paleoressurgências: relacionado ao tamanho da diatomácea. Coscinodiscus • Cerca de 20 a 25% da fixação do carbono é realizado pelas diatomáceas, por meio da fotossíntese • Parâmetros ambientais: paleotemperatura, paleosalinidade, paleocorrentes, elementos químicos e concentração de paleonutrientes • Áreas com mudanças sazonais (lagos e oceanos) = diatomáceas depositadas em camadas que refletem ciclosdiatomáceas depositadasem camadas que refletem ciclos anuais� auxílio na reconstrução de paleoclimas • Diatomáceas de água doce como indicadoras de poluição humana. • Diatomáceas planctônicas são usadas na bioestratigrafia devido à sua alta capacidade de dispersão RADIOLARIA (Cambriano Médio – Recente) - unicelulares, exclusivamente marinhos - planctônicos, solitários ou coloniais - endoesqueleto de sílica amorfa hidratada (opala) extraída- endoesqueleto de sílica amorfa hidratada (opala) extraída diretamente da água do mar. Dimensões: 0,05 a 0,25mm - habitam desde a superfície até profundidades abissais - encontrados na região equatorial, até regiões polares MORFOLOGIA - carapaça de sílica, com espinhos anastomosados, esferas perfuradas, várias esferas concêntricas, estruturas cônicas multiloculares com vários tipos de apêndices (asas, pés, tubos) - elemento esqueletal mais simples: espícula (diferente das espículas das esponjas por não possuir um canal central) - parede do esqueleto de 3 tipos básicos: treliçada, esponjosa,- parede do esqueleto de 3 tipos básicos: treliçada, esponjosa, placa perfurada treliçada esponjosa perfurada ECOLOGIA - população aumenta em resposta a mudanças no conteúdo de sílica e mudanças no conteúdo de sílica e alimento disponíveis, correntes e massas de água. APLICAÇÕES - indicadores de ambiente marinho - excelentes indicadores ecológicos e hidrológicos, principalmente de temperatura, salinidade, profundidade e fertilidade dos oceanos - fósseis-guia para todos os períodos geológicos - importantes nas reconstituições paleogeográficas do Atlântico Sul - reconstituição da gênese, subsidência e evolução das margens continentais antigas - comparações entre a história evolutiva dos radiolários e mudanças no campo magnético terrestre nos últimos 3 M.a. mostram uma correlação entre eventos de reversão magnética e taxas na evolução de certas linhagens - Geologia do Petróleo: correlações de depósitos de águas profundas, onde os microfósseis carbonáticos não sãoprofundas, onde os microfósseis carbonáticos não são preservados DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA - mais antigos radiolários: Cambriano Médio - Paleozóico: aumento de diversidade (com representantes de todas as 6 ordens de Polycystina) - redução no limite Permiano/Triássico: fechamento de bacias- redução no limite Permiano/Triássico: fechamento de bacias -Mesozóico: Era mais importante de radiação adaptativa dos radiolários � relacionado à separação continental e formação de novos oceanos - Cenozóico: redução da diversidade; radiação adaptativa das diatomáceas (pressão competitiva pela sílica) TINTINÍDEOS • protistas ciliados planctônicos • carapaça orgânica (proteína e polissacarídeos) que pode ser reforçada por partículas de cocolitos ou frústulas dereforçada por partículas de cocolitos ou frústulas de diatomáceas • tamanho: 120 a 200 µm • ambiente: zona fótica de regiões polares (raros em oceanos tropicais e temperados); estuários e lagos (poucos de água doce) • podem encistar (período de anulação dos processos vitais) MORFOLOGIA - carapaça = lórica - formato globular, cônico, em forma de sino, em forma de garrafa, mas todas possuem região oralpossuem região oral com abertura e aboral fechada - presença de espinhos, costelas, sulcos, espirais, padrões reticulados e fenestrados CLASSIFICAÇÃO - baseada na forma, composição, estrutura da parede e escultura da lórica - tamanho e forma da carapaça podem variar com alterações ambientais� carapaça maior em temperaturas mais baixas DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA E PALEOBIOGEOGRÁFICA • registro fóssil escasso • raros em rochas paleozóicas e terciárias • atualmente: cerca de 840 espécies viventes, sendo pouquíssimas de água doce. • Holoceno: ocorrem em abundância na Antártida (superados apenas pelas diatomáceas) APLICAÇÕES • sensíveis a mudanças de temperatura e salinidade • associações típicas nos mares ártico, antártico, temperado, subtropical e tropical CALPIONELÍDEOS • formato de sino • tamanho: 40 a 150µm • únicos fósseis que permitem zoneamento biocronológico tão preciso quanto o dos amonites, pois estão presentes em rochas do cinturão tetianocinturão tetiano • grupo exclusivamente fóssil • posição sistemática incerta; alguns os relacionam com os tintinídeos • carapaça: orgânica sendo substituída por calcita OU originalmente calcárias com capacidade de aglutinar partículas MORFOLOGIA - carapaça = lórica ou testa - formato de sino, com um colar, sem esculturas - são estudados em lâminas delgadas; morfologia é reconstruída a partir de reconstituições de partes da carapaça vistas em seções CLASSIFICAÇÃO • são considerados tintinídeos fósseis (Brasier, 1980) • carapaça mineralizada de natureza primária que estava em contato direto com a célula viva na maior parte da sua superfície� diferente dos tintinídeos • dessa forma, mineralização não seria decorrente de processo de• dessa forma, mineralização não seria decorrente de processo de fossilização • Remane (1978) os classifica como incertae sedis Superfamília Calpionellidea Família Calpionellidae Família Colomiellidae DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA E PALEOBIOGEOGRÁFICA • encontrados em sedimentos pelágicos finos (mar profundo) • Jurássico Superior e Cretáceo Inferior - abundantes • declínio de diversidade de formas no final do Cretáceo, fato• declínio de diversidade de formas no final do Cretáceo, fato não observado em outros grupos planctônicos � provável competição com foraminíferos planctônicos, radiolários e dinoflagelados • distribuição paleogeográfica ampla e curta distribuição temporal. Jurássico Eocretáceo APLICAÇÕES • bons indicadores biocronoestratigráficos (curta distribuição temporal e grande distribuição geográfica) • inferência de paleoambiente; ocorrem associados a• inferência de paleoambiente; ocorrem associados a radiolários, cocolitos e foraminíferos planctônicos � indica serem marinhos e planctônicos COCOLITOFORÍDEOS (Triássico – Recente) Nanofósseis calcários - unicelulales, flagelados, fotossintetizantes, principalmente marinhos - placas calcárias pertencentes a protistas - importantes constituintes do fitoplâncton - tamanho: 0,25 a 50µm - esqueleto = cocosfera (placas unidas por substância orgânica) - placas que formam a cocosfera = cocolitos - formam depósitos de giz • condições ambientais propícias para os atuais: - águas claras - ricas em oxigênio - pH superior a 8 (básico) - salinidade a 35% - distribuídos na zona fótica de oceanos, estuários e lagunas - grande diversidade em zonas tropicais Célula de cocolito atual margeada pelas placas (J. Young, NHM) Nanofósseis calcários Cocolitos do Jurássico Inferior: 1-2 Crepidolithus crassus, 3-4 Tubirhabdus patulus, 5-6 Parhabdolithus robustus, 7-8 Parhabdolithus liasicus (Bown, 1987) Emiliania huxleyi Reticulofenestra sessilis Gephyrocapsa oceanic Alguns cocolitos recentes (The Natural History Museum, Londres) CLASSIFICAÇÃO Reino Protista Divisão Chrysophyta (diatomáceas, cocolitoforídeos e algas douradas) DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA E PALEOBIOGEOGRÁFICAPALEOBIOGEOGRÁFICA • registros do Pré-Cambriano e do Paleozóico são duvidosos • surgiram certamente no Triássico Superior • abundantes no Cretáceo e Terciário; abertura do Atlântico • Cretáceo: cosmopolitas e diversificados • apenas 17 gêneros sobreviveram à extinção K/T • após K/T: predominam em águas oceânicas temperadas e tropicais • cocolitos do Oceano Atlântico separados em 5 associações de diferentes latitudes: tropical, subtropical, transicional, subártica e subantártica DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA CocolitosCocolitos: laminação branca Óleo: laminação escura APLICAÇÕES • estudos evolutivos, bioestratigráficos, paleoecológicos, paleoceanográficos • facilidade no preparo das amostras para estudo• facilidade no preparo das amostras para estudo • eficiência dos nanofósseis na exploração petrolífera • alguns são característicos de determinadas faixas de temperatura (análise de isótopos estáveis de O) Foraminifera Filo Protozoa Subfilo Sarcodina Classe Rhizopoda Ordem Foraminiferida Foraminifera são organismos unicelulares envoltos em uma concha que pode ser de carbonato de cálcio, aglutinada de por partícula de sedimento, orgânica ou silicosa. A teca é formada por uma ou várias câmaras que se intercomunicam através de forâmens.forâmens. Seu tamanho vai de 63 μm até 10 cm, sendo mais comum os de até 1 mm. Hábito bentônico (sésseis ou móveis)ou planctônico (podem se deslocar na coluna d’água). Se locomovem através de prolongamentos citoplasmáticos ou pseudópodes, chamados de reticulópodes (ectoplasma). Ectoplasma pode ser de 2-3 até 20 vezes o comprimento da concha. Pseudópodos Carapaça Distribuição Temporal Ocorrência: ambientes transicionais e marinhos, desde as áreas de estuários e intermarés até as fossas oceânicas, assim como em todas as latitudes, desde o equador até os pólos. Funções dos Reticulópodes: Tato: identificação de objetos, mudanças químicas no ambiente. Alimentação: captura de Alimentação: captura de partículas alimentares, com formação de uma rede de reticulópodes. Excreção: transporte de resíduos metabólicos para fora da carapaça. Rede de pseudópodes: são mais densas é presentes próximas à abertura da carapaça. Funções dos Reticulópodes: Fixação/locomoção: Foraminíferos bentônicos utilizam pseudópodes para locomoção ou fixação no substrato. Crescimento: projeção de parte do citoplasma para fora da última câmara, pela abertura, e age como molde da última câmara, pela abertura, e age como molde para adição de minerais na formação de uma nova câmara. Modo de vida Bentônicos: vivem no ou sobre o sedimento do fundo oceânico Planctônicos: flutuam livremente na coluna d’água e ocupam diferentes ocupam diferentes profundidades, chegando a 700 metros. Os foraminíferos planctônicos migram sem a ação dos pseudópodes, eles migram somente com o efeito de correntes e variação do volume de gás dentro da carapaça Bentônicos: Epifaunal: (inclui formas em ramos) de 0.0 a 1cm de profundidade nos sedimentos (vivem sobre a superfície do sedimento). Infaunal Rasos: de 1 a 2cm de profundidade nos sedimentos . Infaunal Intermediário: de 2 a 4cm de profundidade nos sedimentos. Infaunal Profundo: de 4 a 15cm de profundidade nos sedimentos. Alimentação: São heterotróficos, sendo a maioria onívoros, alimentando-se de bactérias, cocolitoforídeos, diatomáceas, dinoflagelados, diatomáceas, dinoflagelados, radiolários, algas, partes vegetais e até outros foraminíferos. O alimento geralmente é digerido no endocitoplasma. As câmaras apresentam diversos tipos de arranjos e aberturas. Arranjos podem ser: 1 – Câmara única. 2 – Unisserial. 3 – Bisserial. 4 - Trisserial; Câmaras 3 – Bisserial. 4 - Trisserial; 5. Trisserial a bisserial a unisserial. 6 - Planoespiral a bisserial; 7 – Miliolina. 8 - Planoespiral evoluta. 9 - Planoespiral involuta. 10 – Estreptoespiral. 11-13 - Trocoespiral Indicações ambientais de foraminíferos bentônicos Profundidade: matéria orgânica (alimento dos foraminíferos) decresce com aumento de profundidade. Temperatura: aumendo de temperatura permite aumento de salinidade, gerando mais estratificação na coluna d’água. Luminosidade: importante para zooxantelas Correntes d’água: diretamente inibem foraminíferos bentônicos de Correntes d’água: diretamente inibem foraminíferos bentônicos de construírem suas carapaças no sedimento. Salinidade (‰ = partes por mil): foraminíferos podem viver em todos os ambientes aquáticos, como água doce, lagunas, oceano e águas hipersalinas, variando os grupos de foraminíferos de acordo com o nível de salinidade do corpo d’água. Quanto mais baixa a salinidade de um ambiente, menor a diversidade de foraminíferos bentônicos. Nutrientes: Quanto maior a quantidade de nutrientes, maior o número de foraminíferos bentônicos (muito alto é prejudicial). Alta densidade e diversidade de foraminíferos bentônicos ocorrem em áreas de aporte de grandes quantidades de nutrientes e oxigênio dissolvido. Oxigênio dissolvido: depende da circulação oceânica e fluxo de Oxigênio dissolvido: depende da circulação oceânica e fluxo de m.o. para o fundo oceânico. Altas taxas de oxigênio indicam boa circulação e nenhum excesso de m.o. Já baixas taxas de oxigênio indicam águas estagnadas com maior fluxo de m.o. (anoxia) e menor densidade e diversidade de foraminíferos bentônicos. Temperatura: Formas espinhosas indicam temperaturas mais quentes (0 - 75m). Formas não espinhosas vivem em zonas mais frias e profundas, até 700m. Nutrientes: são abundantes e diversos em áreas com alta concentração de nutrientes. Indicações ambientais de foraminíferos planctônicos concentração de nutrientes. �Espinhosos preferem áreas oligotróficas (poucos nutrientes). �Não-espinhosos preferem áreas eutróficas (ricas em nutrientes). São geograficamente distribuídos e controlados principalmente pela temperatura, circulação da água e a disponibilidade de alimento. Aplicações dos foraminíferos: • Geologia: estudos de tectônicas de placas, paleoecologia, paleogeografia, sedimentologia, estratigrafia, paleoceanografia, geologia econômica e geoquímica • Biologia: marinha, molecular, celular, evolução, monitoramento de áreas sujeitas à poluição • Datações precisas, bem como determinações paleoambientais – úteis no reconhecimento de rochas geradoras e armazenadoras de petróleo. Vantagens Do Estudo Com Foraminíferos Vasta distribuição Diversidade taxonômica Testa resistente Fácil coleta e identificação Bioindicador ambiental Baixo custo • são artrópodes crustáceos • carapaça de carbonato de cálcio e quitina, com duas valvas • carapaças transparentes, translúcidas ou de coloração opaca • tamanho: de 0.3 a 30 mm (normalmente 1 mm de comprimento). OSTRACODA (Cambriano – Recente) • alto potencial de preservação • grandes concentrações em rochas sedimentares� ostracoditos • preservação: com ou sem alteração da estrutura calcítica, podendo estar recristalizada ou substituída por sílica; moldes • carapaça sem linhas de crescimento (crescimento descontínuo) � diferença com bivalves (tem crescimento contínuo) • fundamentais em estudos bioestratigráficos Cypris MORFOLOGIA DO ORGANISMO -corpo dividido em região cefálica e tóraxica -cinco a sete pares de apêndices -planctônicos alimentam-se de diatomáceas e partículas orgânicas -bentônicos são detritívoros; um grupo é filtrador MORFOLOGIA DA CARAPAÇA - carapaça quitinosa (raramente fossilizada) e calcária (fóssil) - forma: ovalada ou em forma de feijão - duas valvas (direita/esquerda) - valvas podem ser iguais ou de tamanhos distintos, sendo que uma pode se sobrepor à outra - cicatrizes musculares � tendência à redução do número de cicatrizes ao longo do tempo - existem arranjos típicos de cicatrizes para diferentes famílias de ostracodes • atuais: encontrados em todos os tipos de ambientes aquáticos - plataforma continental - planícies abissais - reservatórios de águas em bromélias - águas subterrâneas AMBIENTES E HÁBITOS DE VIDA • fósseis: maioria bentônica (preserva melhor); também existem planctônicos (poucoCaCO3), nectônicos e em húmus de florestas • diferentes hábitos de vida, variações morfológicas da carapaça e diferentes apêndices� refletem adaptações ao substrato, recursos alimentares e estratégias reprodutivas - águas frias, profundas (≥ 500 m), temperatura cerca de 4 a 6° C - grandes (> 1 mm); tubérculos oculares ausentes - densa ornamentação da carapaça Ostracodes bentônicos divididos em 2 grandes grupos: Ostracodes termosféricos Ostracodes psicrosféricos (regiões batial e abissal) - águas rasas, pouco densas, quentes ( > 10° C) - pequenos; olhos presentes - densa ornamentação da carapaça - mais diversificados Cyprideis torosaLegitimocythere 1. Tipo de substrato: - nadadores possuem carapaça lisa, fina, em forma de feijão. - habitantes de sedimentos finos (lama) possuem carapaça achatada ventralmente, em forma de asa. - habitantes de sedimentos grossos (areia) possuem carapaça espessa com ornamentação rústica. VARIAÇÕES ECOLÓGICAS 2. Salinidade - morfologia da carapaça tende a variar de acordo com a salinidade. - ocorrem em água doce (0.0-0.5‰) de rios e estuários, água salobra (0.5-30‰) de lagoas e pântanos, água marinha (35-45‰) e águas hipersalinas (acima de 57‰) de mares fechados, lagos, lagunas e baías marginais. 3. Profundidade: - aumento das populações plactônicas atuais conforme aumenta a profundidade; formas bentônicas mostram grande diversidade próximo de águas rasas. - formas psicrosféricas ocorrem a cerca de 500m de profundidade - formas termosféricas são restritas à zona fótica (0.0-150 m) 4. Temperatura: - temperatura latitudinal controla as formas de águas rasas - faunas são mais abundantes e diversificadas nas regiões tropicais DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA ASPECTOS EVOLUTIVOS - aparecimento: Cambriano; diversificação: Ordoviciano - apogeu: entre o Devoniano e o Carbonífero - colonização de habitats não-marinhos: entre o Devoniano e o Carbonífero - Cretáceo: expansão da Subordem Podocopina (vários ambientes) - Eocretáceo: abundância e diversidade de ostracodes de água doce - eventos de extinção em massa afetaram a diversidade do grupo APLICAÇÕES - indicadores paleoambientais (baseado na morfologia da carapaça e estrutura populacional) - indicadores principalmente de temperatura e salinidade, pois estes parâmetros influenciam na fisiologia dos organismosestes parâmetros influenciam na fisiologia dos organismos - indicadores de linhas de costa antigas - curta amplitude temporal de espécies� bioestratigrafia - formas bentônicas (são as que fossilizam) ocorrem em quase todos tipos de fácies, o que diminui um pouco seu valor bioestratigráfico devido ao controle de fácies PALINOLOGIA E PALEOPALINOLOGIA Palinologia � estudo dos grãos de pólen (angiospermas e gimnospermas), esporos (pteridófitas e briófitas) e microfósseis constituídos principalmente por esporopolenina, quitina e pseudoquitina (palinomorfos, como acritarcos e quitinozoários). Paleopalinologia � estudo dos grãos de pólen, esporos ePaleopalinologia � estudo dos grãos de pólen, esporos e palinomorfos fósseis. Tamanho: 5 a 500 µm Proterozóico - Recente PALINOMORFOS • PALINOMORFOS (Tschudy 1969) é o termo usado em geologia para descrever partículas achadas em rochas sedimentares e compostas por parede orgânica altamente resistente, assim como esporopolenina e quitina. • Incluem estruturas de animais, plantas, protistas e fungos que possuem tamanho microscópico (5 µm a 500 µm), e são composta de parede orgânica altamente resistente. PORQUE ESTUDAR OS PALINOMORFOS? AMBIENTES SEDIMENTARES � Encontrados em todos os ambientes sedimentares: continental, aquáticos, marinhos, manguezais, pântanos,etc. ALTA PRESERVAÇÃOALTA PRESERVAÇÃO �Parede orgânica contendo extremamente resistente PORQUE ESTUDAR OS PALINOMORFOS? REINOS �Palinomorfos estão presentes em todos os Reinos, exceto Monera. CLASSIFICAÇÃOCLASSIFICAÇÃO � Facilidade para estudo por possuírem inúmeras variações de forma, tamanho e ornamentações. INDICADORES AMBIENTAIS � Reconstrução paleoecológica e paleoambiental ESPOROPOLENINA (COMPOSIÇÃO QUÍMICA) � Em 1931, Zetsche e Vicari determinaram sua composição aproximada: 90 átomos de carbono, 142 de hidrogênio e 27 oxigênio. �Esporopolenina é um componente muito antigo. E observado em acritarcos de 1.2-1.4 bilhões de anos. Também é observado em algas verdes, que podem ter sido fonte de esporopolenina para as plantas vasculares. �Componente orgânico mais inerte conhecido � Estrutura química similar a quitina � Estrutura química similar a quitina � Presente nos dinoflagelados, acritarcos, esporos e grãos de pólen. QUITINA (COMPOSIÇÃO QUÍMICA) � Estruturalmente similar à celulose (vegetal) � Mais resistente à carbonização do que a esporopolenina � Presente: esporos de fungos, escolecodontes, palinoforaminífero. PALINOMORFOS Digite o título aqui ESPOROMORFOS ZOOMORFOS FITOPLÂNCTONESPOROMORFOS ZOOMORFOS FITOPLÂNCTON ESPOROS GRÃOS DE PÓLEN ESPOROS DE FUNGOS PALINOFORAMINÍFEROS ESCOLECODONTES OUTROS DINOFLAGELADOS ALGAS CLOROCOCCALES PRASINÓFITAS ESPOROMORFOS - ESPOROS Estrutura reprodutiva de plantas sem sementes, responsáveis pela disseminação das plantas criptógamas (briófitas e pteridófitas). CARACTERÍSTICAS: Palinomorfo continental Verrucatosporites sp. Indicador de clima úmido Tendência de deposição: proximal Dispersão ocorre através da água, vento. Range Siluriano-Recente Psilatriletes sp. ESPOROMORFOS - ESPORO DE FUNGOS � Esporo é o termo genérico usado para uma célula ou grupo de células de cuja germinação se origina o talo (SILVEIRA, 1981). � Classificados tanto a nível genérico como em específico com base nas características morfológicas, uma vez que os esporos encontram-se dispersos e isolados do tecido do micélio. � A morfologia dos restos de fungos fósseis é muito diversificada, sendo o esporo um dos elementos básicos para a classificação. � Segundo KALGUTKAR & JANSONIUS (2000), os fungos fósseis são posicionados nas classes Deuteromycetes (ou Fungi Imperfecti) e Ascomycetes (ou Fungi Perfecti) da Divisão Eumycota. A primeira classe compreende um grande grupo de fungos onde está ausente a fase sexual, e na segunda, os fungos com as duas fases reprodutivas. AMEROSPORAEAMEROSPORAE Inapertisporites Monoporisporites ESPOROMORFOS - ESPORO DE FUNGOS Hypoxylonites Lacrimasporonites Polyadosporites Foveosporonites Multicellaesporites Diporicellaesporites PÓLEN TIPOS MORFOLÓGICOS Tipos de abertura de grãos de pólen aberturas (colpo, poro, forâmen) = zonas da exina onde emerge o tubo polínicopolínico Porados: aberturas em forma de poros Colpados: abertura alongada Colporados: abertura composta Poro-colpados: arranjo no qual os colpos alternam com poros, em torno do equador CLASSIFICAÇÃO • classificados em gêneros e espécies com base na morfologia da exina • tentativa de relacionar aos grupos vegetais que lhes deram origem DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA esporos triletes DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA megásporos DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA primeiras sementes DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA Polens dissacados e monossulcados de gimnospermas são comuns DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA Esporos e polens de cicadáceas e gimnospermas DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA angiospermas; pólen de dicotiledôneas (Aptiano) DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA domínio das angiospermas APLICAÇÕES • preservação da planta completa� evento raro • esporos e polens� disseminados pelo vento, água, insetos • transporte: distância depende das dimensões, peso, ornamentação, condições atmosféricas - 99% dos grãos de pólentendem a cair a 1 Km da fonte- 99% dos grãos de pólen tendem a cair a 1 Km da fonte - poucos alcançam os oceanos por dispersão aérea • retrabalhamento e redeposição - dificultam datações geocronológicas - observar diferenças na cor, corrosão e fraturamento • datação de sedimentos continentais, lacustres, fluviais e deltaicos • correlação de estratos marinhos e continentais • paleoambiente, mudanças climáticas, sucessões ecológicas • utilização na exploração de hidrocarbonetos e análise de palinofácies (Armstrong & Brasier, 2005). APLICAÇÕES palinofácies (Armstrong & Brasier, 2005). ANNELIDA (Pré-Cambriano? – R) latim annelus = pequeno anel Fósseis: • alguns elementos mastigatórios de alguns grupos • cavidades, pistas, coprólitos, tubos = pouco informativos CLASSE POLYCHAETA (Pré-Cambriano? – R) Escolecodontes (gr. skolex = verme; odous = dente) - desde o Ordoviciano; peças mandibulares compostas por quitina e sílica; - existem atualmente em ambientes marinhos rasos; - peças bucais encontradas desarticuladas. Usados em estudos bioestratigráficos do Ordoviciano e bioestratigráficos do Ordoviciano e Devoniano Encontrados na Fm. Ponta Grossa, Devoniano da Bacia do Paraná CONODONTA (gr. kônos = cone; odontos = dente) Cambriano Superior – Triássico Superior - animais marinhos, vermiformes - livre natantes, predadores - porções fossilizadas: elementos conodontes -peças que formam o aparelho alimentar do animal conodonte - tamanho: entre 0,25 e 6 mm - composição: 83% corresponde a fosfato de cálcio cristalizado sob forma de francolita, dentro de matriz orgânica ANIMAL CONODONTE - impressões fósseis foram obtidas no Carbonífero inferior da Escócia, Siluriano dos EUA e Ordoviciano superior da África do Sul - estrutura histológica e morfologia dos elementos sugerem que estes animais deveriam ser predadores, ao invés de filtradores Conodonta DISTRIBUIÇÃO E PALEOECOLOGIA - todos marinhos - nectônicos OU bentônicos OU necto-bentônicos - ocorrem associados a graptólitos, radiolários, restos de peixes, braquiópodes, cefalópodes, trilobitas e ostracodes paleocopídeos - raros em fácies de planície de maré extremamente rasas - regra geral: quanto menor a taxa de sedimentação, maior a abundância dos conodontes - temperatura, salinidade, profundidade e substrato são controladores na distribuição dos conodontes - foram mais abundantes nas baixas latitudes - assembléias encontradas em sedimentos profundos são menos diversificadas que aquelas encontradas próximas da costa GRAUS DE PARENTESCO - já foram considerados como pertencentes a cnidários, braquiópodes, anelídeos, moluscos, artrópodes e também considerados espinhos de plantas - a descoberta do animal conodonte permitiu classificá-lo como pertencente ao Filo Chordata (notocorda, miômeros, simetria bilateral, encefalização, tronco e nadadeira caudal) cordado hipotético DISTRIBUIÇÃO ESTRATIGRÁFICA Conodontes APLICAÇÕES - bioestratigrafia do Paleozóico, especialmente do Ordoviciano ao Permo- Triássico - tamanho pequeno, abundância, distribuição geográfica ampla, modificações morfológicas ao longo do tempo - estabelecer índice de maturação da matéria orgânica por meio do índice- estabelecer índice de maturação da matéria orgânica por meio do índice de alteração de cor (IAC) = indicadores geotermais - peças submetidas a 50ºC = cor pálida - peças submetidas a 500ºC = cor preta - portanto, importantes na pesquisa de hidrocarbonetos por meio do estudo da alteração provocada pela profundidade e duração do soterramento Conodontes da Fm. Itaituba Nascimento et al. (2005)
Compartilhar