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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL 
PENAL
Execução Penal
Livro Eletrônico
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Execução Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Danielle Rolim
Sumário
Lei de Execução Penal .................................................................................................................... 6
1. Noções Gerais .............................................................................................................................. 6
2. Princípios da Execução Penal .................................................................................................. 11
2.1. Princípio da Legalidade e da Jurisdicionalidade ............................................................... 11
2.2. Princípio da Personalização da Pena e da Individualização da Execução Penal ......13
2.3. Princípio da Igualdade .......................................................................................................... 14
2.4. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana ..................................................................... 14
3. Do Condenado e do Internado .................................................................................................15
3.1. Da Classificação ......................................................................................................................15
3.2. Do Exame Criminológico .......................................................................................................16
3.3. Identificação do Perfil Genético .......................................................................................... 17
3.4. Da Assistência ao Preso ........................................................................................................19
3.5. Trabalho ................................................................................................................................... 26
4. Remição .......................................................................................................................................31
4.1. Considerações Gerais .............................................................................................................31
4.2. Remição pelo Trabalho ......................................................................................................... 33
4.3. Remição pelo Estudo ............................................................................................................ 35
4.4. Procedimento da Remição .................................................................................................. 36
4.5. Remição pela Leitura ............................................................................................................ 37
4.6. Falta Grave – Consequências na Remição .......................................................................38
5. Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina ........................................................................... 39
5.1. Deveres dos Presos ............................................................................................................... 39
5.2. Direitos do Preso ...................................................................................................................40
5.3. Da Disciplina ...........................................................................................................................42
5.4. Faltas Disciplinares ..............................................................................................................43
5.5. Sanções ....................................................................................................................................48
5.6. Regime Disciplinar Diferenciado .........................................................................................51
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5.7. Recompensas .......................................................................................................................... 54
6. Órgãos da Execução Penal ...................................................................................................... 54
6.1. Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária ................................................ 55
6.2. Juízo da Execução .................................................................................................................. 56
6.3. Ministério Público ................................................................................................................. 59
6.4. Conselho Penitenciário ........................................................................................................60
6.5. Departamento Penitenciário Nacional .............................................................................60
6.6. Departamento Penitenciário Local .....................................................................................61
6.7. Direção e Pessoal dos Estabelecimentos Penais .............................................................61
6.8. Patronato ................................................................................................................................ 62
6.9. Conselho da Comunidade .................................................................................................... 63
6.10. Defensoria Pública ..............................................................................................................64
7. Estabelecimentos Penais ........................................................................................................ 65
8. Cumprimento da Pena – Regimes de Cumprimento da Pena ...........................................71
8.1. Guia de Recolhimento ............................................................................................................71
8.2. Regime de Cumprimento da Pena ...................................................................................... 74
9. Autorizações de Saída ............................................................................................................. 87
9.1. Permissão de Saída ................................................................................................................ 87
9.2. Saída Temporária ...................................................................................................................88
10. Livramento Condicional .........................................................................................................90
10.1. Considerações Iniciais .........................................................................................................90
10.2. Procedimento e Requisitos para a Concessão do Benefício .......................................91
10.3. Procedimento e Condições do Livramento Condicional .............................................. 92
10.4. Revogação do Livramento ................................................................................................. 95
10.5. Extinção do Período de Prova ........................................................................................... 96
11. Da Monitoração Eletrônica .................................................................................................... 97
12. Penas Restritivas de Direitos ............................................................................................... 99
13. Suspensão Condicional da Pena ........................................................................................ 102
14. Pena de Multa ........................................................................................................................105
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15. Execução da Medida de Segurança ................................................................................... 107
16. Anistia e Indulto .................................................................................................................... 109
17. Procedimento Judicial .............................................................................................................111
Questões de Concurso ................................................................................................................ 113
Gabarito ......................................................................................................................................... 146
Jurisprudência em Teses STJ ..................................................................................................... 147
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Olá! Vamos falar sobre Execução Penal? Tratar da Lei de Execução Penal aqui em um PDF 
foi para mim um grande desafio. Por vários motivos. Um deles: a LEP é hoje meu instrumento de 
trabalho direto, por estar em atuação em um juízo de execução penal (aproveito para me apre-
sentar, se você não me conhecia ainda, sou juíza no Tribunal de Justiça do Distrito Federal). Se 
trabalhar com a lei no dia a dia é, por um lado, uma grande vantagem, pois consigo te passar mui-
to da prática, por outro pode configurar também uma “pegadinha”. O trato constante da norma 
pode acabar por trazer a sensação (para mim) de que alguns pontos são “fáceis” e não merecem 
ser explicados em detalhes. Mas o material é feito para você! Por isso sei da necessidade de 
trazer os pontos detalhados com a clareza necessária para que você os compreenda e com a 
profundidade suficiente para o fim aqui proposto – a prova do seu concurso. Então, meu desafio 
é, do começo ao fim, agir como se estivesse explicando para mim, à época em que estudava 
para concursos, pois tinha uma dificuldade imensa em assimilar a LEP. Além de tudo isso, sei 
que é um tema que poucos alunos chegam a ter contato aprofundado durante a graduação e que 
acabam “deixando para lá” nos estudos do dia a dia (isso vem também da minha experiência de 
concurseira). Os desafios não param por aí: a Lei de Execução Penal sofreu alterações relativa-
mente recentes, provocadas pela Lei n. 13.964/2019. Por fim: os tribunais oscilam bastante na 
interpretação e aplicação de alguns dos dispositivos legais. Então, ufa! A boa notícia (finalmen-
te!) que tenho para você é: o que os examinadores mais cobram em suas provas é a letra da lei e 
a jurisprudência consolidada. Além disso, outra informação importante: as questões se repetem 
muito! Por tudo isso você vai reparar uma peculiaridade em nosso material, especialmente se 
você já leu outros PDFs por mim elaborados: esse aqui é mais “enxuto”.
Professora, mas com esse tanto de página e ainda é enxuto? Não quero nem ver os outros 
então!
Calma, ele é mais enxuto no sentido de ser mais ligado à lei (de forma bem direta mes-
mo), e com destaques nos julgados mais relevantes. Vou tentar, o máximo possível, seguir a 
sequência da lei, mas aqui e ali temos que dar alguns superpulos, indo para os dispositivos 
que estão bem à frente, de modo a tornar o estudo didático e sistematizado (e aqui a vivên-
cia da lei conta como ponto muito positivo). Então, aqui teremos: doutrina, jurisprudência (os 
entendimentos mais relevantes, sob a perspectiva de provas de concurso) e muitas questões 
objetivas, resolvidas ao final. Conforme formos avançando no estudo, reproduzirei também a 
lei, para que esse material seja sua fonte de pesquisa única quanto à Lei de Execução Penal, 
combinado? Então, vamos começar?
Em tempo: este parágrafo eu escrevi após terminar todo o material. Ficou lindo! Eu me 
senti segurando na sua mão para enfrentar a LEP de ponta a ponta. Gastou tempo, demandou 
muito cuidado e trabalho. Mas tenho a sensação de dever cumprido. Espero muito, de verdade, 
que você tenha uma experiência bacana com o estudo da LEP. Depois me conta o que achou! 
Bons estudos!
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
1. Noções Gerais
A Lei de Execução Penal tem por fim fazer cumprir o que consta de uma decisão ou de uma 
sentença que imponha uma sanção penal. Vamos voltar lá no começo do processo penal para 
podermos introduzir nosso tema? Cometido um fato criminoso, surge para o Estado o poder/
dever de punir. Só o Estado quem pode punir alguém por ter cometido um crime, impondo pena 
privativa de liberdade ou restritiva de direitos, daí porque falamos em poder. Por outro lado, 
extrai-se daqui também um dever: cometido um crime, não é dado ao Estado deixar de agir, es-
cusando-se de processar e, ao final, se o caso, condenar o autor do crime. Por isso, um dever. 
Perfeito. Mas para que a punição aconteça, precisamos passar por algumas fases.
• De início, o legislador vai escolher os bens jurídicos mais relevantes e que merecem ser 
tutelados pelo direito penal. A partir daí, será elaborada a lei, que vai dispor quais as 
condutas são consideradas criminosas, e cominar pena mínima e máxima, em abstra-
to, a ser imposta caso praticada aquela conduta proibida pela norma.
• Tão logo praticado um fato da vida que se amolde à conduta prevista em lei como sen-
do criminosa, inicia-se a persecução penal, que vai se desenvolver em duas fases: a) 
investigação – fase pré-processual, que visa a colher elementos suficientes de autoria 
e a materialidade delitiva (justa causa); b) ação penal propriamente dita – aqui se inicia 
a fase processual, seguindo o procedimento previsto em lei, obedecendo-se aos princí-
pios constitucionais e processuais penais para, ao final, chegar-se a uma sentença, que 
pode ser absolutória ou condenatória, sem deixar de mencionar a possibilidade de ser 
declarada a extinção da punibilidade.
• Sendo proferida sentença condenatória ou absolutória imprópria (aquela que impõe 
medida de segurança), passamos à última fase: a execução da pena ou da medida de 
segurança que foi imposta. É aqui que estamos: vamos nos ocupar das regras perti-
nentes a esse instante processual.
Já aproveitando o gancho, já vou falar de um tema importante aqui também e já, já volta-
remos a tratar do objeto da execução penal Por que essa pausa? Tudo isso que conversamos 
relaciona-se também com a questão referente à finalidade da pena. A doutrina nos ensina que 
a pena tem múltiplas funções:
• Retributiva – um dos momentos em que se revela a função retributiva da pena é quan-
do da previsão de tipos penais. Isso porque, é descrita a conduta tida por criminosa e 
a ela é cominada uma sanção. E a sanção prevista mostra-se precisamente como uma 
retribuição: se praticar esse fato, por consequência (como retribuição) terá uma pena, 
que vai variar de X a Y (penamínima e pena máxima, fixadas em abstrato). Praticado o 
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crime, condenado o réu, vamos executar aquela pena individualizada que foi aplicada na 
sentença: aqui surge a função retributiva na execução penal, quando então será imposto 
um “mal justo” (o cumprimento da pena) como retribuição ao fato criminoso praticado.
• Preventiva – divide-se em prevenção geral e especial: A prevenção geral dá-se com a 
definição de quais condutas são criminosas, sendo cominada uma pena. O intuito é in-
timidar as pessoas, para que não cometam fatos criminosos. Assim, quando o Código 
Penal diz “matar alguém – pena de 6 a 12 anos”, está dizendo “não mate alguém, caso 
contrário, a você poderá ser imposta uma sanção penal”.
A prevenção especial, por outro lado, se dá quando aplicada e individualizada a pena. Aqui 
está o Estado demonstrando ao indivíduo que praticou a conduta que “o crime não vale a 
pena”. Também se vislumbra a prevenção especial na fase executória.
• Reeducativa – aqui estamos diante de função que apenas se efetiva na execução. É na 
execução da pena imposta que vai ser buscada a ressocialização do sentenciado, com 
o objetivo de que ele esteja pronto para voltar a conviver em sociedade.
Essa função reeducativa é também revelada pelo art. 1º da Lei de Execução Penal, que é 
nosso pontapé inicial para o estudo do tema. Veja o que ele diz:
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal 
e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
Então a lei está ciente de que o indivíduo que tem a pena sendo executada irá, em algum 
momento, voltar à sociedade. Por isso, sabe da necessidade de que ele volte reeducado, de 
modo a se inserir na sociedade de forma harmônica, para que não mais volte a delinquir. Aqui 
está a função reeducativa na nossa Lei de Execução Penal.
E olha que interessante! Esse dispositivo vai também nos permitir voltar ao ponto de onde 
paramos (lembra aquela pausa que fiz acima, para falar das funções da pena, antes de tratar 
do objeto da execução penal? É aqui que estamos agora!).
Pois bem. O art. 1º fala em objetivo de efetivar as disposições de sentença ou deci-
são criminal.
Então vamos lá. O que vamos executar, nos moldes da lei execução penal? Pena imposta 
em sentença penal condenatória, ou medida de segurança decorrente de sentença absolutó-
ria imprópria. Mas há espaço também para execução de prisão que não seja ainda pena! Por 
isso a lei fala também em decisão (decisão que decrete a prisão preventiva de alguém, por 
exemplo). Esse o panorama geral.
Vamos tratar dos pormenores agora. Primeiro falando sobre a sentença penal.
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Quando a lei fala em sentença, podemos levar à execução uma sentença condenatória, 
que imponha pena privativa de liberdade e/ou pena restritiva de direitos (sim, as penas restri-
tivas de direitos também são executadas nos moldes da LEP!). Podemos também ter execu-
tada uma sentença absolutória imprópria – que absolve o réu em razão da inimputabilidade 
(art. 26, CP), por entender que ele não tinha, à época do crime, condições de entender o caráter 
ilícito do fato ou de se comportar de acordo com esse entendimento, e que por isso impõe a 
ele uma medida de segurança. Então, essas as sentenças que serão executadas aqui.
Algumas dúvidas podem surgir.
Professora, e as sentenças que imponham medidas socioeducativas, em decorrência da 
prática de ato infracional?
Elas não estão no âmbito de alcance da LEP, pois não estamos diante de pena, de con-
denação, mas sim de uma reeducação do adolescente que tenha cometido ato infracional, 
análogo a um crime.
Mais uma dúvida: e a sentença homologatória de transação penal? Temos que fazer aqui 
uma análise cuidadosa. Quando a transação penal não é cumprida, o que vai acontecer? O 
Ministério Público oferece denúncia e será iniciada a ação penal. Veja o que diz a Súmula 
Vinculante n. 35 do STF:
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz 
coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, 
possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante 
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
Dessa forma, temos certo que a sentença que homologa transação penal não é objeto de 
execução nos termos da LEP, pois não cuida da imposição de sanção penal.
Apesar disso, lá vem um problema. Poxa professora, estava tão bom até aqui, sem nenhum 
problema. Pois é, eu também acho. E era calmo assim até dia desses, porque o problema é 
relativamente novo: o acordo de não persecução penal (ANPP), previsto no art. 28-A do CPP, 
inserido pela Lei n. 13.964/2019. Muita atenção, que isso vai ser objeto de prova! Aqui tam-
bém não temos sanção penal, mas sim um ajuste de vontade entre o Ministério Público e o 
investigado. Tanto assim que, se o acordo não for cumprido, o caminho também não será a 
execução, convertendo-se em uma prisão a ser executada, mas sim o oferecimento de denún-
cia pelo órgão ministerial, com o subsequente desenrolar da ação penal. E tudo isso mesmo 
que estejamos diante de condições que espelhem sanções que normalmente utilizadas pelo 
direito penal, a exemplo da prestação de serviço à comunidade (prevista no art. 28-A, III como 
uma possível condição). Mas repito: aqui não se cuida de sanção penal, mas sim condição a 
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ser implementada, em decorrência do acordo celebrado com o Ministério Público. Então: não 
cumprido o ANPP, o caminho será o início da ação penal. Apesar de tudo isso, a execução do 
acordo, enquanto vigente, se dará no juízo da execução, e com isso que devemos estar aten-
tos! O § 6º do art. 28-A dispõe que:
Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Minis-
tério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.
Assim, após a homologação do ANPP, a execução se dará perante o juízo de execução penal.
Vamos avançar mais, para tratar da prisão que não é pena. É possível de ser executada 
em conformidade com a LEP? Sim, mas precisamos ficar atentos para saber do que estamos 
falando. Vamos lá. Especificamente com relação à prisão que não é pena, a abrangência da 
LEP será para:
• prisão cautelar – preventiva e temporária. É a prisão que vai ser decretada por decisão 
– por isso o art. 1º fala na execução de prisão fixada em decisão, ou por sentença con-
denatória que determine ou mantenha a prisão cautelar. Mas atenção: vai ser aplicada 
a LEP, no que for cabível, visando a que sejam assegurados direitos, bem como para 
que o preso cumpra os deveres previstos na Lei.
• execução provisória – temos essa hipótese em nosso ordenamentojurídico? Aqui pre-
cisamos pensar no seguinte. Os tribunais superiores definiram que não é possível a 
execução provisória da pena, após várias discussões sobre o tema, passando por de-
cisões divergentes quanto à matéria, inclusive. Lembra disso? O STF firmou o entendi-
mento de que o início do cumprimento da pena só pode se dar após o trânsito em jul-
gado da sentença penal condenatória. Antes disso, o que se pode ter é a prisão cautelar, 
fundamentada nos arts. 312 e 313 do CPP. No entanto, a Lei n. 13.964/2019 trouxe uma 
possibilidade de início do cumprimento da pena antes do trânsito em julgado definitivo: 
condenação no Tribunal do Júri a pena igual ou superior a 15 anos. Assim, salvo quan-
do o juiz presidente, constatadas as hipóteses previstas na lei, deixe expressamente de 
autorizar o início imediato do cumprimento da pena, ou quando o tribunal atribuir efeito 
suspensivo à apelação (que nesse caso, em regra, não é dotada de efeito suspensivo), 
vai se dar a execução provisória da pena imposta. Veja o que diz a lei:
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:
I – no caso de condenação:
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os 
requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quin-
ze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de 
prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos;
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das penas 
de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial cuja reso-
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lução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da conde-
nação.
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 4º 
deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso:
I – não tem propósito meramente protelatório; e
II – levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo 
julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão.
Nesse caso, portanto, aplica-se a LEP, visando a assegurar a esse sentenciado os direitos 
que decorrem da execução da pena, a exemplo da progressão de regime.
Esse ponto (início imediato do cumprimento da pena em razão de condenação a pena 
igual ou superior a 15 anos no Tribunal do Júri) é objeto de severas críticas da doutrina e cer-
tamente será enfrentada pelos Tribunais Superiores. Vamos aguardar. Por enquanto, temos 
que saber da previsão legal.
Atenção ao que direi agora, porque eu preciso que você entenda esse ponto. O preso que 
já está condenado em 1º grau, mas aguardando julgamento de recurso, tem direito à anteci-
pação de benefícios previstos na LEP (está condenado, aguardando julgamento de recurso, 
mas preso cautelarmente). Para ele, há vantagem na aplicação da LEP desde já, pois ele pode, 
por exemplo, progredir de regime. Cuidado aqui para não confundir as coisas: se o réu está 
solto, respondeu ao processo em liberdade em liberdade, não faz sentido decretar a prisão a 
pretexto de ser melhor executar logo a pena, por ser mais vantajoso para ele. Não, isso não se 
admite! Mas se o réu está preso (imagine o réu que respondeu ao processo preso e a sentença 
condenatória manteve a prisão preventiva) ele já pode ter deferidos os benefícios previstos 
na LEP (aqui falamos em execução provisória da pena, mas sob essa perspectiva, da execu-
ção penal).
Sobre isso, temos duas importantes súmulas: 716 e 717 do STF:
Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de 
regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença con-
denatória (Súmula n. 716).
Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não tran-
sitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial (Súmula n. 717).
A prisão especial vale apenas para o preso provisório. Como a Súmula n. 717 se refere à 
prisão especial, está tratando do preso provisório, garantindo a ele a possibilidade de pro-
gressão de regime, se preenchidos os requisitos legais.
Quem vai decidir pedidos relacionados ao cumprimento da pena provisória é o juiz da 
execução penal.
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Aplica-se a LEP ao condenado pela justiça militar ou eleitoral, quando recolhido a esta-
belecimento sujeito à jurisdição ordinária (art. 2º, parágrafo único, LEP). Isso porque, não é 
o juízo sentenciante quem importa para fins de fixação da competência executória, mas sim 
o local em que se dá a execução. Explico. Cuidando-se de sentenciado que está cumprindo 
pena imposta pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, recolhido em estabelecimento sujeito 
à administração estadual, a competência para a execução da pena é do Juízo das Execuções 
do Estado. Nesse sentido:
Súmula n. 192: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas 
impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a 
estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual. (Súmula n. 192, TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 25/06/1997, DJ 01/08/1997)
A partir daí, podemos concluir: é de competência do Juiz da Execução federal, a execução 
de pena cumprida em presídio federal, ainda que se trate de condenado pela Justiça Estadual, 
Militar ou Eleitoral. Por tudo isso, repito o que disse acima, agora de outro modo, para concluir: 
é aferida a competência (do juiz da execução federal ou estadual) a partir da verificação da 
natureza jurídica do estabelecimento prisional em que está se dando a execução da pena, se 
federal ou estadual.
2. PriNcíPios da execução PeNal
2.1. PriNcíPio da leGalidade e da JurisdicioNalidade
A pena deve ser executada de acordo com os parâmetros legais, e demanda a atuação ju-
risdicional: é o juiz competente quem vai fazer cumprir as determinações previstas em lei, no 
que diz respeito à execução da pena, em conformidade também com a decisão e/ou sentença 
que se visa a executar.
Quanto a isso, dispõe o art. 3 da LEP:
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sen-
tença ou pela lei.
Parágrafo único: não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.
Então veja: apenas a lei ou a sentença podem limitar os direitos do preso e essas limita-
ções precisam estar em conformidade com a visão de que estão cumprindo uma pena.
Aqui importa fazer uma consideração importante, que diz respeito à suspensão dos direi-
tos políticos. O art. 15 da CRFB dispõe que “é vedada a cassação de direitos políticos, cuja per-
da ou suspensão só se dará nos casos de: (...) III – condenação criminal transitada em julgado, 
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enquanto durarem seus efeitos”. Assim, condenado o réu definitivamente, fica suspensa a sua 
capacidade eleitoral ativa, o que não se aplica ao preso provisório. Perceba que se trata de uma 
restrição prevista na Constituição Federal. Também importante: o STF definiu que a suspensão 
dos direitos políticos, do art. 15, III, da CRFB, aplica-se mesmo nos casos de substituição da 
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos.
Também o art. 2º trata do princípio em comento:
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacio-
nal, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo 
Penal.
Há que se observar, ainda, o que dispõe o art. 194 da LEP:
Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvol-
vendo-se perante o Juízo da execução.
Aqui está claro o princípio da jurisdicionalidade. Atenção quanto a uma peculiaridade: 
algumas decisões são tomadas pela autoridade administrativa, o diretor do estabelecimento 
prisional tem a possibilidade, dada pela lei, de inclusive impor penalidades ao apenado. Mas 
perceba: apenas e tão somente nas hipóteses em que a lei permitir! Além disso, outro ponto 
extremamente relevante: apesar dessa possibilidade conferida pela lei, não se nega a atuação 
jurisdicional, tendo em vista que o Poder Judiciário poderá rever as penalidades impostas 
pela autoridade administrativa, em uma confirmação da aplicação do princípio da jurisdicio-
nalidade ao processo penal.
Por fim, tamanha é a preocupação da LEP em assegurar o cumprimento da jurisdiciona-
lidade e da legalidade, que traz o incidente de excesso ou desvio de execução. O que é isso?
O art. 185 da LEP dispõe que “haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum 
ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares”. 
E, para resolver esse problema, trata, no art. 186, do incidente do excesso (a execução está 
ultrapassando a quantidade de pena fixada) ou desvio de execução (a execução está fugin-
do da forma fixada, por exemplo, com regime mais gravoso), que pode ser suscitado pelo 
Ministério Público, Conselho Penitenciário, sentenciado ou qualquer dos demais órgãos da 
execução penal.
A legitimidade para suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução é constante-
mente objeto de prova. Veja:
001. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Prescreve a Lei de Execução Penal que podem 
suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução, além do Ministério Público, o Conse-
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lho Penitenciário, o sentenciado e qualquer dos demais órgãos da execução penal, exceto os 
Departamentos Penitenciários e o Conselho da Comunidade.
A alternativa está incorreta, pois não são excluídos os Departamentos Penitenciários e o Con-
selho da Comunidade.
Errado.
2.2. PriNcíPio da PersoNalização da PeNa e da iNdividualização da 
execução PeNal
A personalização da pena se desenvolve em 3 etapas. A primeira delas é quando o le-
gislador escolhe os bens jurídicos mais relevantes que pretende tutelar e determinar quais 
condutas são tidas por criminosa e, em seguida, fixa a pena mínima e máxima em abstrato, 
obedecendo ao que diz a CRFB:
Art. 5º, XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) Privação ou restrição da liberdade;
b) Perda de bens
c) Multa
d) Prestação social alternativa;
e) Suspensão ou interdição de direitos.
Após cometido o fato, sendo o autor da infração processado e condenado, caberá ao juiz 
da causa a fixação da pena em concreto, seguindo os parâmetros previstos em lei.
Por fim, no terceiro momento, segue-se para a execução da pena: também aqui há de se 
individualizar, e é o aspecto que nos interessa diretamente para nosso estudo da LEP. A Cons-
tituição, no inciso XLVIII do art. 5º trata da individualização da execução penal, ao dizer que 
a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a 
idade e o sexo do apenado. Perceba, aqui a Constituição está dando parâmetros mínimos de 
individualização: preciso verificar a natureza do crime cometido, para não “misturar” presos 
que tenham praticado delitos mais graves, com aqueles que estejam condenados por infra-
ções de menor gravidade.
Visando também a essa finalidade, individualizar o cumprimento da pena, a lei de execu-
ção penal previu o exame de classificação. Vamos ao dispositivo legal que a ele se refere. Diz 
o art. 5º da LEP que:
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para 
orientar a individualização da execução penal.
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Então, os antecedentes e a personalidade do sentenciado devem ser utilizados como pa-
râmetro para classificar os condenados, de modo a orientar a individualização da execução 
penal. Não se pode perder de vista também que em vários momentos da execução penal vis-
lumbramos a individualização, a exemplo do que ocorre com a progressão de regime, que de-
pende do preenchimento de requisitos que devem ser demonstrados no caso concreto (caso 
a caso, de forma individualizada).
2.3. PriNcíPio da iGualdade
Nos termos do art. 3º, parágrafo único da LEP, “não haverá qualquer distinção de natureza 
racial, social, religiosa ou política”. Assim, as distinções permitidas pela Lei visam a assegurar 
o cumprimento da pena de maneira individualizada, mas não podem ultrapassar esse limite, 
de forma a constituírem discriminações.
2.4. PriNcíPio da diGNidade da Pessoa HumaNa
Vários dispositivos constitucionais visam a assegurar o princípio da dignidade da pessoa 
humana. Alguns relacionam-se à execução penal. Assim é que a Constituição diz que não são 
admitidas penas: de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; de 
caráter perpétuo; de trabalhos forçados; de banimento; cruéis (Art. 5º, XLVII, CRFB). Também 
dispõe a Constituição, em seu art. 5º, que a pena será cumprida em estabelecimentos dis-
tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado (XLVIII); que é asse-
gurado aos presos o respeito à integridade física e moral (XLIX) e que às presidiárias serão 
asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de 
amamentação (L).
Quanto ao tema, já decidiu o STF: É lícito ao Judiciário impor à Administração Pública 
obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na execução de obras 
emergenciais em estabelecimentos prisionais. II - Supremacia da dignidade da pessoa 
humana que legitima a intervenção judicial. III - Sentença reformada que, de forma cor-
reta, buscava assegurar o respeito à integridade física e moral dos detentos, em obser-
vância ao art. 5º, XLIX, da Constituição Federal. IV - Impossibilidade de opor-se à sen-
tença de primeiro grau o argumento da reserva do possível ou princípio da separação dos 
poderes. V - Recurso conhecido e provido. (RE 592581, Relator(a): Min. RICARDO LEWA-
NDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 13/08/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUS-
SÃO GERAL - MÉRITODJe-018 DIVULG 29-01-2016 PUBLIC 01-02-2016)
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3. do coNdeNado e do iNterNado
3.1. da classificação
Como já falamos acima, a pena deve ser individualizada, o que inclusive deve se dar em 3 
instantes: na seara legislativa, na judicial (aplicação da pena ao caso concreto) e por fim na 
executória. Isso você já sabia, e a professora já repetiu um monte de vezes aqui!
O plano executório é o que mais nos importa agora, quando do estudo da execução penal. 
Quanto a isso, dispõe o art. 5º da LEP que:
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para 
orientar a individualização da execução penal.
Perceba que o objetivo do legislador aqui é assegurar a individualização do cumprimento 
da pena, de modo que haja uma classificação dos presos, conforme seus antecedentes e per-
sonalidade, visando a que a execução penal se dê de forma individualizada.
O que quero destacar aqui quanto à classificação é o seguinte: cuida-se de medida gené-
rica, que visa a orientar a forma de cumprimento da pena. Anota isso aqui, que daqui a pouco 
precisaremos dessa informação para fazer uma diferenciação entre institutos.
Por enquanto, resta saber como será feita a classificação. Os arts. 6º e 7º da LEP 
respondem:
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa 
individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório.
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida 
pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicó-
logo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada 
por fiscais do serviço social.
Então memorize: todo estabelecimento terá uma Comissão Técnica de Classificação. A 
composição da Comissão vai variar conforme o tipo de pena a ser executada:
• Pena – privativa de liberdade: a Comissão será formada por 2 chefes de serviço, 1 psi-
quiatra, 1 psicólogo, 1 assistente social. Será presidida pelo diretor.
• Demais casos – integrada por fiscais do serviço social e atuará junto ao Juízo da Execução.
A composição da Comissão Técnica de Classificação cai direto em prova de concurso. O que 
o examinador vai exigir de você é que perceba, a partir do enunciado da questão, se está tra-
tando de condenado a pena privativa de liberdade ou não, o que vai influenciar diretamente na 
composição da Comissão.
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O art. 9º da Lei fala sobre o exame de personalidade, a ser realizado pela Comissão, visan-
do a obter dados que revelem sobre a personalidade do apenado:
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando 
a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
I – entrevistar pessoas;
II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do 
condenado;
III – realizar outras diligências e exames necessários.
3.2. do exame crimiNolóGico
Questão diversa é a tratada no art. 8º da LEP, que traz a previsão do exame criminológico.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será sub-
metido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada clas-
sificação e com vistas à individualização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumpri-
mento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto.
Presta atenção aqui, porque é importante. Até 2003, o exame criminológico era obrigatório 
quando se tratava de execução da pena no regime fechado, para fins de progressão de regime, 
mas facultativo no caso de regime semiaberto, máxime em caso de crime doloso praticado 
com violência ou grave ameaça. Mas hoje ele é tido como facultativo, qualquer que seja o 
regime de cumprimento de pena, pois o art. 112 da LEP não o traz mais como requisito para 
a progressão de regime! Assim, cuidado, a necessidade de realização do exame, para fins de 
progressão de regime, deve constar de decisão devidamente fundamentada, em conformi-
dade com as peculiaridades do caso concreto. Quanto a isso, entendimento sumulado dos 
tribunais superiores:
Súmula n. 439 do STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, 
desde que em decisão motivada.
Súmula Vinculante n. 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena 
por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstituciona-
lidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o 
condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo 
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
A despeito disso, atente-se para a letra da lei: o art. 8º fala que o condenado ao cumpri-
mento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame crimino-
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lógico, ao passo que o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime 
semiaberto poderá ser a ele submetido. A letra da lei cai em prova, e o examinador vai trocar 
o “será” pelo “poderá” só para te confundir (mas não vai conseguir!).
Dito tudo isso, pergunto: há diferença entre o exame de classificação e o exame crimino-
lógico? Sim. A classificação tem por fim orientar o modo de cumprimento da pena. Por outro 
lado, o exame criminológico tem o objetivo de aferir a periculosidade do preso. Assim, poderá 
ser determinado com vista a embasar decisão sobre concessão de benefícios, a exemplo da 
progressão de regime, quando o julgador verificar a necessidade, o que decorrerá de decisão 
devidamente fundamentada.
002. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Gerson, com vinte e um anos de ida-
de, e Gilson, com dezesseis anos de idade, foram presos em flagrante pela prática de crime. 
Após regular tramitação de processo nos juízos competentes, Gerson foi condenado pela 
prática de extorsão mediante sequestro e Gilson, por cometimento de infração análoga a esse 
crime. Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
Conforme entendimento dos tribunais superiores, tendo sido condenado pela prática de crime 
hediondo, Gerson deverá ser submetido ao exame criminológico para ter direito à progressão 
de regime.
A alternativa está incorreta, pois o exame criminológico pode ser utilizado como instrumento 
para a verificação, pelo julgador, da presença dos requisitos para a progressão de regime, mas 
não se trata de obrigatoriedade.
Errado.
3.3. ideNtificação do Perfil GeNético
Muitaatenção no ponto que trataremos agora. O art. 9º-A da LEP trata da identificação do 
perfil genético. Assim, aqueles condenados por crime doloso, praticado com violência grave 
contra pessoa, ou por crimes hediondos, serão submetidos obrigatoriamente à identificação 
do perfil genético, por meio de extração de DNA, por técnica adequada e indolor. O objetivo 
da norma é a criação de um banco de dados, sigiloso, que será alimentado com informações 
daquele sentenciado que já está na fase de execução da pena!
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave con-
tra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, 
serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA 
- ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.
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§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme re-
gulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de dados genéticos, 
observando as melhores práticas da genética forense.
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de in-
quérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos 
bancos de perfis genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou 
esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa.
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à 
identificação do perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser 
submetido ao procedimento durante o cumprimento da pena.
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identifica-
ção do perfil genético.
Veja, temos aqui alguns requisitos para admitir o procedimento:
• sentenciado condenado
• por crime doloso, cometido com violência de natureza grave contra a pessoa ou por 
crime hediondo.
003. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) De acordo com a Lei de Execução Penal, os 
condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pes-
soa, ou por qualquer dos crimes previstos na Lei dos Crimes Hediondos, incluída a prática 
de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo, serão submetidos, 
prioritariamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA – ácido deso-
xirribonucleico, por técnica adequada e indolor.
A alternativa está incorreta, pois a lei fala que eles serão submetidos OBRIGATORIAMENTE, e 
não prioritariamente. Olha aí o cuidado que devemos ter na hora da leitura da prova!
Atenção ao que dispõe o § 8º: a negativa do condenado em se submeter ao procedimento de 
identificação do perfil genético é falta grave. Chamo a sua atenção, porque é questão recorren-
te em prova de concurso a indagação sobre que atos constituem falta grave.
Também importante alertar que parte da doutrina critica essa previsão, especialmente quanto 
à obrigatoriedade do exame e consequente imposição de falta grave em caso de negativa, 
afirmando cuidar-se de dispositivo inconstitucional. A despeito disso, não há manifestação 
definitiva do STF quanto ao tema, que é objeto de discussão no RE 973.837, com reper-
cussão geral.
Errado.
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O que a LEP trata é da coleta de material genético de presos condenados definitivamente, 
por crime doloso, praticado com violência grave contra a pessoa ou por crime hediondo. A 
identificação se dará por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional e, aqueles que a 
ela não tiverem sido submetidos, deverão fazê-lo durante o cumprimento da pena. Diversa é 
a identificação que se dá durante a fase policial, que tem relação com a identificação criminal 
– é ela regulamentada pela Lei n. 12.037/2009.
3.4. da assistêNcia ao Preso
Antes de começarmos, uma informação: muitas questões de prova retiradas daqui! Nada 
de excepcional, vai ser a letra da lei mesmo! Mas a leitura precisa ser atenta, porque em várias 
questões você vai perceber: parece que a afirmação está correta, porque “faz até sentido”, 
mas não está, porque não traz precisamente o que está disposto na lei. Então, do art. 10 ao 24, 
preciso que você faça uma leitura cuidadosa, para distinguir o que está, por exemplo, incluído 
na assistência material, na jurídica, na religiosa, e por aí vai. Então vamos lá, vou fazer essa 
leitura contigo, destacando os pontos de maior relevância.
Aos presos é assegurada assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e re-
ligiosa. O objetivo aqui é justamente garantir o atendimento dos princípios que conversamos 
acima, relacionados à dignidade da pessoa humana. Além disso, a assistência também se 
relaciona diretamente com a ressocialização do preso. O tratamento especial também abran-
ge o egresso – aquele que foi liberado definitivamente é considerado egresso pelo prazo de 1 
ano, assim como o preso em liberdade condicional, durante o período de prova.
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e 
orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I – material;
II – à saúde;
III – jurídica;
IV – educacional;
V – social;
VI – religiosa.
3.4.1. Assistência Material
Está tratada nos arts. 12 e 13 da LEP, que dispõem que:
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Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, 
vestuário e instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas 
necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não 
fornecidos pela Administração.
Atenção ao que está incluído no art. 12: alimentação, vestuário e instalações higiênicas. 
O examinador vai incluir outros itens, que não estão expressamente previstos na lei, ou estão 
tratados em outros dispositivos, referindo-se a outras assistências prestadas ao preso (como 
atendimento farmacêutico).
Ademais, vale destacar, caso o preso tenha necessidades que lhes sejam próprias, parti-
culares, não previstas expressamente na lei, deve o estabelecimento prisional dispor de ins-
talações e serviços que permitam o atendimento, bem como dispor de locais que comerciali-
zem produtos e objetos permitidos e que não sejam fornecidos pela Administração – o típico 
exemplo aqui é a comercialização de cigarros.
3.4.2. Assistênciaà Saúde
A assistência à saúde tem previsão no art. 14 e parágrafos da LEP:
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreen-
derá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica ne-
cessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-
-parto, extensivo ao recém-nascido.
Perceba: o preso tem o direito a receber tratamento médico farmacêutico e odontológico, 
de caráter preventivo e curativo. Muita questão de prova afastando o caráter preventivo! Caso 
o sistema prisional não tenha condições de oferecer o tratamento necessário, será possível a 
remoção do preso para outro local, um hospital da região por exemplo, mediante autorização 
da direção prisional. Quanto a isso, inclusive, veja o que dispõe o art. 120, II da LEP:
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos pro-
visórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer 
um dos seguintes fatos:
(...)
II – necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
Outra norma constante da LEP e que decorre do direito à assistência à saúde é aquela 
disposta no art. 43, que diz:
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Art. 43. É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do sub-
metido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acom-
panhar o tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da 
execução.
No que diz respeito às presas, a LEP também garante acompanhamento médico, espe-
cialmente no pré-natal e no pós-parto, extensível ao recém-nascido. Inclusive, o § 2º do art. 
83 dispõe que os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, 
onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 
(seis) meses de idade. Há outras regras direcionadas às presas, não relacionadas diretamente 
à saúde, que serão estudadas adiante.
3.4.3. Assistência Jurídica
Tratam da assistência jurídica os arts. 15 e 16 da LEP, nos seguintes termos:
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros 
para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, 
pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
§ 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria 
Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
§ 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo 
Defensor Público.
§ 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defenso-
ria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em 
liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado.
O objetivo da norma aqui é garantir que os presos cumpram a pena na medida em que 
determinada e em conformidade com a lei. Para isso, assegura que os presos sem condições 
de arcar com as despesas de um advogado tenham acesso à assistência jurídica. Isso por-
que, a defesa técnica é um direito constitucional, que não pode ser afastado. O art. 16 da LEP 
é extremamente relevante. Perceba que ele foi inserido em 2010, pela Lei n. 12.313. Com as 
alterações, é certo que a Defensoria Pública assumiu papel de extrema relevância no proces-
so de execução. E para isso, a lei garantiu também que o Estado ofereça à Defensoria Pública 
condições de se instalar e atuar visando à efetiva assistência jurídica. Por isso, devem as Uni-
dades da Federação prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, dentro 
e fora dos estabelecimentos penais. Também assegura a norma que haja local apropriado, 
destinado ao atendimento pelo Defensor Público, em todos os estabelecimentos penais. Fora 
dos estabelecimentos penais, por outro lado, serão implementados Núcleos Especializados 
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da Defensoria Pública justamente para prestar assistência jurídica integral e gratuita aos 
réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para 
constituir advogado.
3.4.4. Assistência Educacional
A assistência educacional está prevista nos arts. 17 a 21 da LEP.
Diz o art. 17 que:
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do 
preso e do internado.
Quando falamos em assistência educacional, estamos abrangendo também a formação 
profissional, ao lado da instrução escolar.
A educação dos presos deve ser integrada ao sistema educacional do país. Quanto a isso, 
veja o que diz o art. 18:
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade 
Federativa.
O objetivo é que o preso tenha condições de continuar os estudos, após ser posto em li-
berdade. Mas perceba. O art. 18 fala em ensino de 1º grau – que hoje é denominado de ensino 
fundamental. Mas a Lei n. 13.163 de 2015 inseriu na LEP o art. 18-A e seus parágrafos e foi 
além, dispondo sobre a implantação do ensino médio, seja regular ou supletivo, tenha forma-
ção geral ou profissional, nos estabelecimentos prisionais. Aqui, deve ser o ensino integrado 
ao sistema estadual e municipal de ensino, mas com o apoio administrativo e financeiro da 
União, valendo-se dos recursos destinados à educação e também ao sistema estadual de 
justiça ou administração penitenciária. Veja o que dizem os dispositivos legais:
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de 
nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua uni-
versalização.
§ 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de en-
sino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recur-
sos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária.
§ 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de 
jovens e adultos.
§ 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de edu-
cação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às 
presas.
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E veja que interessante: a LEP prevê também expressamente o ensino profissionalizante,que é facultativo, e se cuida de importante instrumento de ressocialização:
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.
O art. 20 trata da possibilidade de serem celebrados convênios, visando à instalação de 
escolas nos estabelecimentos penais, para efetivar a assistência educacional dos presos:
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou par-
ticulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
O art. 21 da LEP, por sua vez, traz importante regra que, inclusive, vai ter repercussões 
práticas no cumprimento da pena: instalação de bibliotecas nos estabelecimentos prisionais. 
Essa norma tem por fim garantir o direito de leitura o que, inclusive, possibilita a remição de 
pena, obedecidos certos parâmetros, como analisaremos adiante.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, 
para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Por fim, no que concerne à assistência educacional, o art. 21-A traz a previsão de um 
censo penitenciário, visando a colher dados necessários e suficientes para a efetivação da 
assistência educacional, a partir do conhecimento do nível de formação dos internos, bem 
como da oferta de cursos nos estabelecimentos penais.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:
I – o nível de escolaridade dos presos e das presas;
II – a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas 
atendidos;
III – a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e 
o número de presos e presas atendidos;
IV – a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;
V – outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.
3.4.5. Assistência Social
A LEP também garante ao preso a assistência social, como importante mecanismo que 
visa a prepará-lo para o retorno à convivência social. Para isso, o art. 23 da LEP traça uma 
série de atribuições do serviço de assistência social. Preciso que você faça uma leitura 
atenta desse dispositivo, pois temos várias questões de prova cobrando justamente essas 
atribuições.
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Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o 
retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I – conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II – relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas 
pelo assistido;
III – acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;
IV – promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V – promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de 
modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI – providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por 
acidente no trabalho;
VII – orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.
Quero destacar aqui alguns incisos que são comumente utilizados em provas de concur-
so. O primeiro deles é o que diz respeito à incumbência do serviço de assistência social de 
conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames – o examinador vai dizer que é atribui-
ção do serviço de assistência à saúde, mas não, está bem aqui no nosso art. 23, I. Se você for 
contar com a sorte, com o que “parece estar certo”, há uma chance de errar isso, concorda? E 
tem só mais um que quero destacar, também aqui no nosso “parece, mas não é”. Os exami-
nadores também adoram o inciso III, que diz ser atribuição do serviço de assistência social 
acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias. Mas como vem 
na prova? Dizendo que é atribuição do serviço de assistência jurídica (também há risco de 
confundir, não é?). Então, leia os dispositivos com atenção, especialmente esses dois que 
destaquei.
3.4.6. Assistência Religiosa
Também tem por fim atuar na ressocialização do preso. Assim o preso tem o direito de 
exercer sua liberdade de religião e culto, sendo assegurada a existência de local apropriado 
para culto religioso no estabelecimento prisional. Mas atenção: cuida-se de um direito, que 
pode ser exercido ou não pelo preso, de tal forma que a participação em atividades religiosas 
não pode ser imposta, como uma obrigatoriedade.
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, 
permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como 
a posse de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.
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3.4.7. Assistência ao Egresso
Egresso é o liberado definitivo, pelo prazo de 1 ano a contar da saída do estabelecimento, 
assim como o liberado condicional, durante o período de prova. É o que diz o art. 26 da LEP:
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I – o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento;
II – o liberado condicional, durante o período de prova.
O objetivo da lei aqui é justamente prestar assistência ao egresso, de forma a auxiliar sua 
reinserção na sociedade. O art. 25 elenca em que consiste a assistência ao egresso, enquanto 
o art. 27 trata da assistência social.
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II – na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, 
pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, compro-
vado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.
Art. 27. O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho.
Para sintetizar e memorizar:
• Assistência material – alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Necessidades 
pessoais. Pontos de venda.
• Assistência à saúde – atendimento médico, farmacêutico e odontológico – caráter pre-
ventivo e curativo. Se necessário – fora do estabelecimento funcional – quem autoriza 
é a direção do estabelecimento prisional. Acompanhamento médico à mulher, princi-
palmente pré-natal e pós parto – também ao recém nascido.
• Assistência jurídica – dentro dos estabelecimentos prisionais – preso sem condições 
de pagar advogado. Estado deve assegurar auxílio estrutural, pessoal e material, assim 
como local apropriado para atendimento. Implementação de Núcleos Especializados 
fora do estabelecimento.
• Assistência educacional – obrigatoriedade do ensino de 1º grau (fundamental). Im-
plantação do ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação 
profissional de nível médio. Cursos de supletivo. Ensino profissional. Instalação de 
bibliotecas.
• Assistênciasocial – preparar o preso para o retorno à liberdade. Lembrar das atribui-
ções que estão descritas no art. 23 – são importantes!
• Assistência religiosa – local apropriado para os cultos religiosos no estabelecimento 
prisional. Não pode ser o preso obrigado a participar.
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• Assistência ao egresso – orientação e apoio para a reintegração à vida em liberdade; 
concessão de alojamento e alimentação, se necessário, em estabelecimento adequado, 
pelo prazo de 2 meses.
3.5. trabalHo
O trabalho penitenciário é tratado na Lei de Execução Penal como um misto de dever e de 
direito do preso. Como assim? Fala-se em dever porque quando o preso se recusa a trabalhar 
de maneira injustificada, está cometendo falta grave, descrita no art. 50, VI, da LEP – essa 
regra vale para o preso condenado definitivamente, tendo em vista que o preso provisório tem 
a faculdade de trabalhar. Por outro lado, trata-se também de um direito, tanto por ser fun-
damental no processo de ressocialização, quanto por importar em remuneração – mas sem 
estar sujeito ao regime da CLT. Tudo isso sem deixar de mencionar uma importante consequ-
ência do trabalho, a demonstrar também a perspectiva de se cuidar de um direito do preso: o 
desconto de 1 dia de pena para cada 3 dias trabalhados, em conformidade com o art. 126 da 
LEP, o que vamos estudar daqui a pouco. Assim, na medida da capacidade e aptidões do preso 
definitivo, está ele obrigado ao trabalho, nos termos do art. 31 da LEP.
O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho, conforme dispõe o art. 
200 da LEP.
Temos que estar atentos para não confundir: falar que o trabalho do preso é um dever, 
tanto assim que importa no reconhecimento de falta grave, em caso de recusa injustificada, 
não significa dizer que estamos adotando em nosso ordenamento jurídico a pena de traba-
lho forçado, o que é vedado pela nossa Constituição. A uma em razão da remuneração como 
contraprestação do trabalho prestado, a duas em função de não haver imposição de castigos 
corporais em decorrência da negativa ao trabalho. A imposição de falta grave aparece como 
consequência que repercute na concessão de benefícios no curso da execução e o trabalho 
está aqui como ferramenta de ressocialização. Dessa forma, natural que ganhe o viés de de-
ver, de modo a comprometer o apenado no seu processo de ressocialização.
Não se pode confundir o trabalho do preso com a prestação de serviços à comunidade ou a 
entidades públicas – esta não será remunerada e não cria qualquer tipo de vínculo entre o 
sentenciado e a Administração. Veja: aqui estamos tratando de pena alternativa à prisão, de 
sanção penal.
Visando a que o condenado tenha condições de cumprir com o seu dever de trabalhar, e 
com os olhos voltados para o fato de que o dever de trabalho leva em conta a capacidade e 
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aptidões do preso, prevê a norma que os maiores de 60 anos (presta atenção aqui na idade, 
60, e não 65 ou 70!) poderão solicitar ocupação adequada a sua idade. De igual modo, os do-
entes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
A LEP fala, portanto, que o trabalho do condenado é dever social e condição de dignidade 
humana, com finalidade educativa e produtiva.
Algumas regras importantes aqui sobre o trabalho do preso:
• o trabalho do preso não está sujeito ao regime da CLT;
• a remuneração do trabalho constará de tabela prévia, não podendo ser inferior a ¾ do 
salário mínimo.
• a remuneração tem por fim atender:
− a indenização dos danos causados pelo crime, determinados judicialmente e não 
reparados por outros meios;
− assistência à família;
− pequenas despesas pessoais;
− ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado.
O restante é depositado em caderneta de poupança, a ser disponibilizada ao sentenciado 
quando ele for liberado.
A jornada de trabalho não será inferior a 6 horas e nem superior a 8 horas, com descanso 
nos domingos e feriados, com possibilidade de atribuição de horário especial de trabalho aos 
presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal. 
Quando formos tratar da remição, destacarei algumas peculiaridades quanto a esse ponto.
Perceba: salientei acima que o trabalho é um dever do preso definitivo. Essa afirmação de-
corre do fato de não ser o preso provisório obrigado a trabalhar. Ademais, o trabalho do preso 
provisório apenas poderá ser executado no interior do estabelecimento prisional.
Vamos compilar essa informação porque ela é importante e cai muito em prova: o preso 
provisório tem a faculdade de trabalhar: não está obrigado, mas também não é proibido! E 
caso o preso provisório opte por trabalhar, não poderá ser trabalho externo.
Dispõe também a LEP que, na atribuição do trabalho, deverão ser levadas em conta a 
habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportuni-
dades oferecidas pelo mercado. Com efeito, o objetivo da norma é, também, possibilitar que 
o condenado se envolva em um ofício que possa ser posteriormente utilizado como fonte de 
renda para ele e sua família, quando voltar à liberdade. Por isso, dispõe a norma que deve ser 
limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões 
de turismo.
Apesar da limitação da norma quanto ao trabalho artesanal, se for ele proporcionado pelo 
estabelecimento prisional e efetivamente realizado pelo preso, não pode ser desconsiderado. 
Nesse sentido:
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No caso, o reeducando efetivamente exerceu o trabalho artesanal, tendo sido essa tarefa 
devidamente atestada pelo devido responsável. Por tal motivo, descabe ao intérprete 
opor empecilhos praeter legem à remição pela atividade laboral, prevista pelo citado 
artigo 126 da Lei de Execução Penal, uma vez que a finalidade primordial da pena, em 
fase de execução penal, é a ressocialização do reeducando (RESP 1720785, 5ª Turma)
O gerenciamento do trabalho dos presos em nosso sistema é misto. Por quê? A lei diz que 
o trabalho pode ser gerenciado por fundação ou empresa pública, com autonomia adminis-
trativa, com o objetivo de promover a formação profissional do condenado, conforme dispõe 
o art. 34 da LEP. Nesse caso, a entidade fica encarregada de promover e supervisionar a pro-
dução, valendo-se de critérios e métodos empresariais, além de comercializar os produtos 
e suportar as despesas, inclusive aquelas referentes à remuneração pelo trabalho prestado. 
Também permite a norma que os governos federal, estadual e municipal celebrem convênios 
com a iniciativa privada, para implantar oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos 
presídios.
Preocupada com a destinação dos bens ou produtos advindos do trabalho realizado

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