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Causas de lesão celular

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Daniely Rabelo
Causas de lesão celular
Os mecanismos gerais da lesão incluem depleção de ATP (frequentemente causado por hipóxia), lesão de membrana (como resultado de inúmeras causas, incluindo radicais livres derivados de oxigênio), distúrbios do metabolismo celular e lesões genéticas.
As células podem ser lesadas por um grande número de causas (agentes etiológicos).
As respostas às lesões dependem de muitos fatores, como tipo de agente, extensão e duração da lesão, e o tipo celular afetado.
A perda prolongada de suprimento sanguíneo adequado (isquemia) pode levar à morte celular. Uma redução subletal do suprimento sanguíneo pode resultar em adaptações na célula através da diminuição de suas taxas metabólicas, podendo levar à recuperação ou, se a adaptação for inadequada, eventualmente à morte.
A lesão celular acontece quando a célula não consegue manter um estado estável.
Nem toda lesão celular resulta em morte da célula
Em suma, as células e tecidos respondem às lesões (estresse) de três formas: (1) adaptação, (2) degeneração ou acúmulos intra e extracelulares e (3) morte.
Sob o ponto de vista patológico, a lesão celular reversível ocorre quando a célula consegue se adaptar ou se recuperar e, então, retornar à função normal ou próxima do normal. A lesão celular irreversível resulta na morte celular.
As alterações citomorfológicas características da lesão celular irreversível incluem: 
• Lesão da membrana plasmática;
• Influxo de cálcio na célula;
• Tumefação e vacuolização mitocondrial;
• Densidades amorfas (possivelmente cálcio) nas mitocôndrias;
• Tumefação lisossomal;
Deficiência de oxigênio
Hipóxia é a redução parcial nas concentrações de O2 fornecidas às células e tecidos; a redução completa denomina-se anóxia.
O oxigênio é criticamente importante para a fosforilação oxidativa, principalmente nas células altamente especializadas, como neurônios, hepatócitos, miócitos cardíacos e células dos túbulos renais;
A hipóxia pode ser consequência de uma oxigenação inadequada do sangue como resultado de insuficiência cardíaca ou respiratória, perda ou redução da perfusão sanguínea (isquemia), redução no transporte de O2 no sangue (p. ex., anemia ou intoxicação por monóxido de carbono) e bloqueio das enzimas respiratórias celulares (intoxicação por cianeto).
Agentes físicos
Os traumas podem causar ruptura direta e morte de um grande número de células, ou podem prejudicar o suprimento sanguíneo às células.
O frio extremo prejudica o fluxo sanguíneo, e os cristais de gelo intracelulares levam à ruptura de membranas celulares. 
O calor extremo desnatura enzimas celulares essenciais e outras proteínas. Calor excessivo pode aumentar a velocidade das reações metabólicas de tal forma que substratos, água e pH alcancem níveis letais. 
A eletricidade gera calor intenso assim que passa pelo tecido. Também altera a condução de nervos e músculos.
A radiação ionizante causa ionização da água celular com produção de “radicais livres” altamente reativos que lesionam os componentes celulares. Muitas formas de radiação podem danificar o material genético, resultando na morte de células reprodutivas por apoptose, defeitos genéticos e neoplasias.
Agentes infecciosos
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios que redirecionam sistemas enzimáticos nas células hospedeiras para a síntese de proteínas virais e materiais genéticos, em detrimento das células hospedeiras. 
As alterações celulares induzidas por agentes virais variam de danos pequenos à morte celular ou transformação neoplásica. 
As lesões devidas a infecções bacterianas são variadas e podem resultar da ação de toxinas potentes em células hospedeiras específicas (infecções clostridianas, infecção enterotoxigênica por Escherichia coli) ou de uma resposta inflamatória exuberante ou inefetiva frente a uma replicação bacteriana tecidual descontrolada. 
Algumas bactérias, como a Lawsonia intracellularis, podem resultar em excessiva replicação das células epiteliais intestinais
Os agentes micóticos resistem à destruição por parte do organismo, podendo conduzir a uma doença inflamatória crônica e progressiva, associada à perda de tecidos normais do hospedeiro. Os protozoários replicam-se em células hospedeiras específicas, resultando, na maioria das vezes, em destruição das células infectadas. Os parasitas metazoários causam inflamação, destruição tecidual e usam os nutrientes do hospedeiro.
Desequilíbrios e deficiências nutricionais 
As deficiências dietéticas de proteínas e calorias são observadas esporadicamente em animais e humanos (conhecidas como kwashiorkor). Essas deficiências exigem adaptação metabólica por grandes populações de células. 
A lipólise, o catabolismo de proteína muscular e a glicogenólise possibilitam um período curto de sobrevivência. 
O excesso de calorias, visto em muitos animais de estimação e pessoas de classe social rica, implica doença cardiovascular e outras doenças graves. 
O desequilíbrio vitamínico e mineral é comum devido aos erros de formulação de rações e à hipersuplementação por proprietários bem intencionados.
Anormalidades genéticas 
Um aparato genético normal é essencial para a homeostase celular. Independentemente de suas origens, as mutações podem não causar doenças, podem privar a célula de proteínas (enzimas) importantes para a função normal, podem resultar em neoplasias ou podem ser incompatíveis com a sobrevivência celular.
Alguns exemplos de doenças genéticas são os defeitos nos fatores de coagulação (hemofilia), as doenças de acúmulo lisossomal (manosidoses), a imunodeficiência combinada de potros árabes e os defeitos da síntese de colágeno (dermatosparaxis). 
Além de causar doenças evidentes, alguns genótipos levam o hospedeiro a ser mais propenso a certos tipos de doença extrínseca ou intrínseca, uma condição frequentemente denominada predisposição genética.
Desequilíbrio da carga de trabalho 
As células que trabalham excessivamente podem se adaptar à demanda ou eventualmente entrar em exaustão e morrer. 
De modo inverso, as células que não são estimuladas ao trabalho podem diminuir de tamanho e definhar. Um exemplo é a forma como os tecidos endócrinos reagem à presença ou ausência de hormônios tróficos específicos. 
As fibras musculares privadas de atividade ou de suprimento nervoso atrofiam-se e, por fim, desaparecem, deixando um estroma fibroso.
Substâncias químicas, drogas e toxinas 
As substâncias químicas, drogas e toxinas influenciam as células através de vários mecanismos. 
As drogas produzem seus efeitos terapêuticos pela modificação da função (e morfologia) de populações celulares específicas. A maioria das drogas faz com que as células se adaptem dentro de limites toleráveis de homeostasia.
Substâncias químicas, incluindo drogas e toxinas, podem bloquear ou estimular os receptores de membrana celular, alterar os sistemas enzimáticos específicos, produzir radicais livres tóxicos, alterar a permeabilidade celular, danificar cromossomos, modificar vias metabólicas e destruir componentes celulares estruturais. 
Disfunção imunológica 
O sistema imune pode falhar na resposta a agentes infecciosos e a outros antígenos como resultado de defeitos congênitos ou adquiridos do tecido linfoide e seus produtos.
 Exemplos de defeitos congênitos incluem a aplasia do timo de camundongos nude e a imunodeficiência combinada dos potros árabes. 
Os animais afetados podem morrer ainda jovens, em decorrência de infecção por microorganismos oportunistas. A doença da imunodeficiência adquirida pode ser transitória e resultar de lesão de tecido linfoide por infecção viral, substâncias químicas e drogas.
A resposta imune dirigida a antígenos exógenos (organismos patogênicos) é normalmente benéfica ao hospedeiro, mas, às vezes, a resposta é direcionada de forma errada, indo contra os antígenos das células hospedeiras. 
Esse grande grupo de doenças é denominado doenças autoimunes. Uma resposta inapropriada ou exacerbada a certos antígenos resulta em doença imunológica denominada hipersensibilidade (alergia). 
Algunsexemplos são a anafilaxia, a asma felina e a dermatite alérgica à picada de pulga. A atividade do sistema imune é muito amplificada por seus efeitos no complemento sérico e na inflamação. Essas reações frequentemente causam lesões graves nos rins, pele e articulações.
Envelhecimento 
A capacidade diminuída das células e tecidos senescentes em desempenhar suas funções normais não pode ser contestada. Alguns podem argumentar que o envelhecimento é simplesmente o somatório das lesões ao longo da vida, impostas por substâncias químicas, agentes infecciosos, desequilíbrio de trabalho ou má nutrição. 
Usamos a categoria envelhecimento para aquelas lesões comumente encontradas em animais idosos, lesões para as quais não temos outra explicação justificável. 
Algumas das lesões encontradas com maior frequência em animais mais velhos incluem hiperplasia das células parenquimatosas do fígado, pâncreas, adrenais, baço e tireoide. 
Parece haver defeitos no controle de crescimento dessas populações celulares, mas a causa disso ainda não está clara. As células senescentes podem estar sujeitas a lesões de seu DNA acumuladas ao longo da vida ou podem sofrer acúmulo de debris celulares que interferem com a função celular normal. 
Outros poderiam argumentar que muitos cânceres são causados por idade avançada, em vez da exposição a substâncias químicas, alimentos, vírus ou outras agressões.

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