Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aluna: Mírian Thaís Bezerra dos Santos Disciplina: Psicofarmacologia Relato de Caso: Tratamento Farmacológico de Transtorno de Personalidade Borderline Identificação e descrição geral do paciente Maria José, 27 anos, negra, brasileira, solteiro, cursa o terceiro período de nutrição, era cozinheira, de origem evangélica. A paciente tinha estatura e peso médios e, geralmente, vestia- se com simplicidade. Motivo da consulta e sintomas apresentados Maria José apresentava as seguintes queixas: sentia-se deprimida, caótica e um "vazio"; auto agredia-se, chegando a machucar-se; mudava de estado de ânimo sem razão aparente; indecisão; falhas de memória e atenção; dificuldade em lidar com as perdas; buscava uma razão para tudo isso. Gostaria de não ser tão distraída e "sem memória", pois tudo isto prejudicava-a em sua vida. Comparou seu funcionamento cognitivo com o de um computador, que, quando tem muita memória ocupada, funciona lentamente ao se apertar o "enter". Disse que, talvez, isto pudesse ter algo a ver com alguma memória antiga, algum trauma, etc. As suas fantasias de cura pareciam estar ligadas à expectativas imediatistas de melhora de seus sintomas: gostaria de se submeter a uma hipnose ou queria ter uma serra para abrir sua cabeça e ver o que a incomodava tanto. Ideações paranóides foram detectadas logo na primeira entrevista, nos momentos em que a paciente relatava ter a impressão de que havia pessoas escutando-a atrás da porta ou olhando pela janela. Hipóteses de trabalho Hipótese Diagnóstica: Transtorno de Personalidade Borderline. Os critérios para esta patologia, de acordo com a quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-IV, 1994/1995). Tratamento Para atender às diversas demandas do paciente com Transtorno Borderline de Personalidade, o qual apresenta alterações em diversas áreas de suas vidas, faz-se necessário estabelecer uma abordagem terapêutica que contemple as diversas dimensões desses sujeitos. Aqui, enfoca-se o conceito de integralidade. Este seria o fundamento epistemológico refletido em uma prática interdisciplinar: psicoterapia individual; grupo terapia; tratamento farmacológico. Nesse relato o foco será o tratamento farmacológico. Os medicamentos não devem ser utilizados como tratamento primário para o Transtorno de Personalidade Borderline, uma vez que os benefícios não são claros. No entanto, em alguns casos, um psiquiatra pode recomendar medicamentos para tratar sintomas específicos, como alterações de humor, depressão ou outros distúrbios que podem ocorrer em conjunto. De acordo com alguns testes realizados com a utilização de fármacos que podem auxiliar o tratamento os Inibidores seletivos da recaptação da serotonina são os fármacos mais eficazes em tratar os sintomas afetivos e impulsivos. Para o tratamento de sintomas cognitivos e perceptuais, antipsicóticos são os agentes de escolha. Estabilizadores do humor, como o divalproato, também são efetivos para o tratamento de sintomas afetivos e impulsivos. Frequentemente, pacientes limítrofes necessitam do uso de duas ou mais drogas concomitantemente para obter alívio sintomático. Contudo, ainda existe variação sobre o tamanho do efeito em cada paciente, mas a utilização de fármacos associados com tratamentos psicoterapêuticos é útil para o tratamento de pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, André F.; STRACKE, Cristiane B.; SOUZA, F. G. D. M. E. Tratamento farmacológico do transtorno de personalidade limítrofe: revisão crítica da literatura e desenvolvimento de algoritmos. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul vol.26 no.2 Porto Alegre May/Aug. 2004. CUNHA, Paulo Jannuzzi; AZEVEDO, M. A. S. B. D. Um Caso de Transtorno de Personalidade Borderline Atendido em Psicoterapia Dinâmica Breve. Psic.: Teor. e Pesq. vol.17 no.1 Brasília Jan./Apr. 2001.
Compartilhar