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LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE VIDRARIAS: RELATO DE AULA PRÁTICA. SILVA, Lara dos Santos1; LOPES, Sebastião da Cunha.1 RESUMO Durante a realização de atividade laboratoriais, as vidrarias a serem utilizadas devem estar rigorosamente limpas e esterilizadas. Em alguns casos, a limpeza com água e sabão não é o suficiente para limpar alguns resíduos ou os mesmos não são acessíveis, assim como a esterilização é demasiadamente importante para obter bons resultados nos trabalhos produzidos, principalmente quando estes envolvem microrganismos. Portanto, este trabalho apresenta a solução sulfocrômica para limpeza profunda em vidrarias, e a esterilização por calor úmido. Palavras-chave: vidarias, limpeza, trabalhos. ABSTRACT When performing laboratory activities, the glassware to be used must be thoroughly cleaned and sterilized. In some cases, cleaning with soap and water is not enough to clean some residues or they are not accessible, and sterilization is too important to obtain good results in the work produced, especially when these involve microorganisms. Therefore, this paper presents the sulfochromic solution for deep cleaning in glassware, and sterilization by moist heat. Keywords: glassware, cleaning, works. 1 Graduanda em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Pará. 2 Doutor em Ciências Agrárias pela Universidade Federal Rural da Amazônia, professor da Universidade do Estado do Pará. 1. INTRODUÇÃO Todo trabalho a ser produzido em um laboratório exige planejamento e organização. Quando se trata de trabalhos que envolvam microrganismos, um bom resultado só pode ser alcançado se o processo de construção tenha sido rigoroso no que diz respeito a limpeza e esterilização. (MENEZES E ASSIS) Além disso, todo laboratório de pesquisa e ensino expõe riscos a quem o utiliza, tendo em vista que nesse ambiente frequentam professores, alunos pesquisadores, estagiários, entre outros, e há uma diversidade atividades (com microrganismos e parasitas, por exemplo). Os principais riscos são os físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Estes devem ser evitados à medida do possível, seguindo os fundamentos básicos de biossegurança e boas práticas laboratoriais. Contudo, dando ênfase nos riscos biológicos, onde destaca-se a exposição à microrganismos. (HIRATA E FILHO, 2008). Há diversas técnicas de esterilização – esterilização por calor úmido, onde utiliza-se a autoclave para meios e cultura e outros líquidos; esterilização por calor seco, sendo a vidraria diretamente exposta à chamas; esterilização por filtração, onde se esteriliza substâncias que não podem ser expostas à esterilização por calor, tendo em vista que o mesmo modificará seus resultados, como vitaminas e glucose; esterilização por substâncias gasosas; esterilização por radiação ultravioleta, utilizando lâmpadas UV. (MENEZES E ASSIS) Portanto, observa-se que muitas vidrarias apresentam resíduos orgânicos não removíveis através de uma limpeza comum. Ademais, a esterilização é demasiadamente importante para produzir bons resultados no trabalho de pesquisa. Portanto, esse trabalho tem como objetivo relatar o processo de limpeza e esterilização de vidrarias, bem como analisar a eficiência dos mesmos, produzidos no Laboratório de Qualidade Ambiental (LQA) da Universidade do Estado do Pará, no município de Paragominas. 2. MATERIAIS • 1 Funil; • 1 proveta de 1000ml; • 1 Vasilha; • 10 Tubos de ensaio com tampa; • 2 alças de platina; • 2 béquers de 100 ml; • 2 béquers de 200 ml • 2 cabos para alça; • 2 espátulas; • 2 Provetas de 500 ml; • 3 Béquers de 50 ml; • 4 Bastões de vidro • 400 ml de Ácido sulfúrico; • 5 béquers de 1000 ml; • 6 chumaços de algodão; • 6 Placas de petri; • 60g de bicromato de potássio; • 8 béquers de 500 ml; • 8 Tubos de ensaio sem tampa; • Agitador magnético; • Água destilada; • Água sanitária; • Algodão; • Autoclave; • Balança analítica; • Balão de fundo chato; • Balão volumétrico de 1000 ml; • Barbante; • Bastão de vidro; • Capela de exaustão; • Imãs; • Manta aquecedora; • Papel alumínio; • Papel branco para embalar as vidrarias; • Papel filtro; • Pinças; • Tesoura; • Pisseta; • Bacia; 3. METODOLOGIA 3.1 No primeiro momento, foram separadas as vidrarias que iriam ser esterilizadas e as que precisariam de uma limpeza mais intensa (ficariam imersas em solução). Para a esterilização, foram separadas as placas de Petri, os chumaços de algodão, papel filtro, os tubos de ensaio, alças de platina, cabos para alça, pinças e bastão de vidro, estando todos limpos. Para a limpeza, foram separadas as placas de Petri, lâminas e pipetas com restante de resíduos que não foram retirados anteriormente e acabaram se fixando nos materiais. 3.2 No segundo momento, foi feito 1l da solução sulfocrômica (bicromato de K + Ácido sulfúrico); Na balança analítica com o auxílio de uma espátula, foi pesado 60g de bicromato de potássio. Em um béquer, foi dissolvido o material em 300 ml de água e colocado na manta aquecedora por cerca de 10 minutos. Imagem 1: Bicromato de potássio diluído na manta aquecedora. Fonte: Autor, 2022. Após o resfriamento do bicromato de potássio, o material foi transferido para um balão volumétrico, o qual ficou imerso em uma vasilha com água dentro da capela de exaustão. Imagem 2: bicromato de potássio já diluído dentro de uma vasilha com água. Fonte: Autor, 2022. Na capela de exaustão, com uma proveta de 500 ml em mãos, mediu-se 400 ml de ácido sulfúrico. Com o auxílio de um bastão de vidro e um funil, o ácido sulfúrico foi despejado, cuidadosamente, no balão volumétrico contendo bicromato de potássio. Imagem 3: despejando ácido sulfúrico no balão volumétrico contendo bicromato de potássio. Fonte: Autor, 2022. Foi adicionado 300 ml de água destilada para completar o recipiente de 1000 ml. 750 ml da solução foi diluída em 2500 ml de água, a qual têm proporção de 1:3. Imagem 4: solução sulfocrômica pronta com um intervalo de tempo para descanso. Fonte: Autor, 2022. As vidrarias separadas para limpeza profunda foram imersas em uma bacia contendo a solução, e para seu manuseio foi utilizado uma pinça, afim de evitar contato com algum resquício do produto. Imagem 5: vidrarias imersas na solução. Fonte: Autor, 2022. 3.1 No terceiro momento, foi feita a esterilização das vidrarias na autoclave; Todas as vidrarias separadas para a autoclavagem foram empacotadas corretamente antes de serem postas na autoclave. Nas placas de Petri foi adicionado um pingo de água destilada, depois foram empacotadas com papel branco e lacradas com barbante, estando sempre sua base para baixo e sua tampa para cima. O algodão foi distribuído em chumaços dentro de dois béquers de 100 ml, o papel filtro foi colocado em um béquer de 200 ml, onde adicionou-se um pouco de água em cada recipiente; depois foi fechado com papel alumínio e lacrado com barbante. Dentro dos tubos de ensaio com tampas foi colocado um pouco de água, e suas tampas foram fechadas levemente apertadas. Nos tubos sem tampa foi adicionado água, posteriormente, foram lacrados com um pedaço de algodão em sua extremidade, papel alumínio e barbante. As alças de platina foram postas dentro de um béquer de 50 ml, lacrados com papel alumínio e barbante. Os cabos para alça e os bastões de vidro foram enrolados em papel alumínio. As pinças foram amarradas para evitar a abertura das mesmas, e conseguinte, foram enroladas também em papel alumínio. Imagem 6: vidrarias embaladas corretamente. Fonte: Autor, 2022. Após o fim deste, os materiais foram levados para a autoclave digital, antes de utilizá-la, os manipuladores do equipamentoleram o manual de instruções e configuram a mesma de acordo com as necessidades do procedimento. Foi retirada a cesta metálica para verificar se a água estava em uma quantidade que cobria as resistências do equipamento, não podendo atingir um nível que infiltrasse água dentro da cesta metálica. A cesta foi recolocada já com as vidrarias dentro. Colocou-se a pressão em 1.1 – unidade de medida referente à 121 ºC – e o tempo em 16 minutos. Concluindo o processo, foi aberta a roscas e retirado todo o material da autoclave. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quanto as vidrarias esterilizadas, foi possível observar a eficiência do processo durante a utilização das mesmas em atividades posteriores a esta, que envolviam produção de meios de cultura para fungos. Sementes de Parkia multijuga (faveira) e Khaya ivorensis (mogno africano) foram isoladas em placas de Petri para observar os fungos que se desenvolveriam, havendo pouco desenvolvimento dos mesmos. Concluiu-se então que os fungos desenvolvidos eram das sementes e não houve o desenvolvimento de microrganismos contidos nas placas, ou seja, a esterilização foi eficiente para tal. Imagem 7: sementes de faveira (à esquerda) e mogno africano (à direita) foram isoladas. Fonte: Autor, 2022. Quanto a limpeza das vidrarias com a solução sulfocrômica, observou-se que todas as vidrarias ficaram totalmente limpas, não apresentando nenhum resíduo que tinha anteriormente. Imagem 8: antes e depois de Placa de Petri que ficou imersa em solução. Fonte: Autor, 2022. Imagem 9: Resultado das vidrarias que ficaram imersas na solução. Fonte: Autor, 2022. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através deste, pode-se concluir que a qualidade da limpeza e esterilização do matérias que serão utilizados no laboratório, é demasiadamente importante para o processo metodológico e para a qualidade dos resultados que serão obtidos. 6. REFERÊNCIAS MENEZES, Maria; ASSIS, Sayonara M. P. Guia Prático para fungos fitopatogênicos. HIRATA, Mario Hiroyuki; FILHO, Jorge Mancini. Manual de biossegurança. Editora Manole LTDA. São Paulo, 2008.
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