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Resumo - 07. Obrigações Solidárias

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Direito Civil – Obrigações 
Obrigações Solidárias 
 
Caracteriza-se a obrigação solidária pela multiplicidade de 
credores e/ou devedores, tendo cada credor direito à 
totalidade da prestação, como se fosse credor único, ou 
estando cada devedor obrigado pela dívida toda, como se 
fosse o único devedor. 
Desse modo, o credor poderá exigir de qualquer codevedor 
o cumprimento por inteiro da obrigação. Cumprida por este a 
exigência, liberados estarão todos os demais devedores ante o 
credor comum (CC, art. 275). 
Se algum dos devedores for ou se tornar insolvente, quem 
sofre o prejuízo de tal fato não é o credor, como sucede na 
obrigação conjunta, mas o outro devedor, que pode ser 
chamado para solver a dívida por inteiro. 
Na solidariedade se tem não só uma única obrigação, mas 
tantas obrigações quantos forem os titulares. Cada devedor 
passará a responder não só pela sua quota como também 
pelas dos demais; e, se vier a cumprir por inteiro a prestação, 
poderá recobrar dos outros as respectivas partes. 
 
● CARACTERÍSTICAS: 
Quatro são os caracteres da obrigação solidária: 
→ Pluralidade de sujeitos, ativos ou passivos; 
→ Multiplicidade de vínculos, sendo distinto ou independente 
o que une o credor a cada um dos codevedores solidários e 
vice-versa; 
→ Unidade de prestação, visto que cada devedor responde 
pelo débito todo e cada credor pode exigi-lo por inteiro. A 
unidade de prestação não permite que esta se realize por 
mais de uma vez; se isto ocorrer, ter-se-á a repetição (CC, 
art. 876); 
→ Corresponsabilidade dos interessados, já que o 
pagamento da prestação efetuado por um dos devedores 
extingue a obrigação dos demais, embora o que tenha pago 
possa reaver dos outros as quotas de cada um. 
 
 
 
 
 
 
 
● PRINCÍPIOS COMUNS À SOLIDARIEDADE: 
Os artigos 265 e 266 do Código Civil cuidam de dois 
princípios comuns à solidariedade: o da inexistência de 
solidariedade presumida e o da possibilidade de ser de 
modalidade diferente para um ou alguns codevedores ou 
cocredores. 
 
→ Inexistência de solidariedade presumida: 
Não se admite solidariedade fora da lei ou do contrato. Como 
exceção ao princípio de que cada devedor responde somente 
por sua quota e por importar, consequentemente, 
agravamento da responsabilidade dos devedores, que passarão 
a ser obrigadores ao pagamento total, deve ser expressa. 
Desse modo, se não houver menção explicita no título 
constitutivo da obrigação ou em algum artigo de lei, ela não 
será solidária, porque a solidariedade não se presume. Será 
então, divisível ou indivisível, dependendo da natureza do 
objeto. 
Embora a principal fonte de obrigações solidárias seja o 
contrato, podem elas resultar também, eventualmente, do 
testamento. Nada obsta a que o testador, por exemplo, ao 
instituir um legado, estabeleça solidariedade entre os herdeiros 
responsáveis pelo pagamento. 
→ Possibilidade de a solidariedade não ser igual para a 
pluralidade de sujeitos: 
 
O codevedor condicional não pode ser demandado senão 
depois da ocorrência do evento futuro e incerto, e o devedor 
solidário puro e simples somente poderá reclamar o 
reembolso do codevedor condicional se ocorrer a condição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 264: Há solidariedade, quando na mesma obrigação 
concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, 
cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
Art. 265: A solidariedade não se presume; resulta da lei 
ou da vontade das partes. 
Art. 266: A obrigação solidária pode ser pura e simples 
para um dos co-credores ou co-devedores, e 
condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, 
para o outro. 
Como se vê, não há prejuízo algum à solidariedade, visto 
que o credor pode cobrar a dívida do devedor cuja a 
prestação contenha número menor de óbices, ou seja, 
reclamar o débito todo do devedor não atingido pelas cláusulas 
apostas na obrigação. Igualmente, a obrigação poderá ser 
válida para um e nula para outro. Um dos obrigados poderá 
responder pela evicção e o outro não. Ainda, o prazo 
prescricional pode variar para diferentes coobrigados. 
O lugar e o tempo do pagamento podem ser idênticos para 
todos os interessados. Todavia, se forem diferentes, essa 
circunstância não infringirá a teoria da solidariedade. Até 
mesmo quanto à causa, pode a solidariedade ser distinta para 
os coobrigados. 
 
Por exemplo: 
Para um pode advir a culpa contratual e para outro, de 
culpa extracontratual. Pode ocorrer, na colisão de um 
ônibus com outro veículo, o ferimento de um dos 
passageiros, que poderá demandar, por esse fato, 
solidariamente, a empresa transportadora, por 
inadimplemento contratual (contrato de adesão), e o dono 
do veículo que abalroou o coletivo, com fundamento na 
responsabilidade extracontratual. 
 
Quando várias pessoas contraem uma dívida solidariamente, 
é perante o credor que são devedoras, respondendo cada 
uma pela integralidade. Entre elas a dívida se divide, tornando-
se cada uma devedora somente quanto à parte que lhe 
coube, na repartição do empréstimo. 
Se dividiram entre si a quantia ou a coisa emprestada, ainda 
que cada uma seja devedora do total para com o credor, cada 
uma só será devedora, para com as outras, de sua quota-
parte, seja a divisão feita por igual ou desigualmente. Assim, 
pode uma delas ter ficado com metade e o restante ser 
dividido entre as codevedoras. 
Enquanto pendente condição suspensiva estipulada para um 
dos devedores, o credor não pode acioná-lo. No entanto, 
sendo titular de um direito eventual (CC, art. 130), poderá 
praticar atos conservatórios, como constituir garantias de 
acordo com o devedor. Havendo implemento da condição, 
nasce o direito do credor, retroativamente. Iguala-se, então, a 
situação do devedor ou do credor à dos outros corréus. Se a 
condição se frustrar, o devedor será totalmente excluído da 
obrigação solidária, reputando-se nunca ter havido obrigação 
em relação a esse corréu (CC, art. 125). 
 
 
 
 
 
 
● ESPÉCIES DE OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Solidariedade ativa ou de credores: há multiplicidade de 
credores, com direito a uma quota da prestação. Todavia, em 
razão da solidariedade, cada qual pode reclamá-la por inteiro do 
devedor comum. Este, no entanto, pagará somente a um 
deles. O credor que receberá o pagamento entregará aos 
demais as quotas de cada um. O devedor se libera do vínculo 
pagando a qualquer cocredor, enquanto nenhum deles 
demanda-lo diretamente (CC, art. 268). 
 
→ Solidariedade passiva ou de devedores: há vários 
devedores solidários, o credor pode cobrar a dívida inteira de 
qualquer um deles, de alguns ou de todos conjuntamente. 
Qualquer devedor pode ser compelido pelo credor a pagar a 
dívida inteira, embora, na sua relação com os demais, responda 
apenas pela sua quota-parte. Nessa modalidade, o credor tem 
maiores probabilidades de receber o seu crédito, pois pode 
escolher o devedor de maior capacidade financeira e maior 
patrimônio para ser acionado, bem como demandar todos eles, 
se preferir. 
→ Solidariedade recíproca ou mista: multiplicidade simultânea 
de credores e de devedores, o código civil não estabeleceu 
regras sobre a solidariedade mista ou recíproca. Na vida 
prática, raramente se encontra um caso de solidariedade 
recíproca. Aplicam-se lhe as normas expressamente previstas 
para a solidariedade ativa e a solidariedade passiva, de cuja 
combinação é resultante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 130: Ao titular do direito eventual, nos casos de 
condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar 
os atos destinados a conservá-lo. 
Art. 125: Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico 
à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, 
não se terá adquirido o direito, a que ele visa. 
Espécies de 
 Solidariedade 
Ativa ou de credores
 
 
Passiva ou de devedores 
 
Recíproca ou mista 
Solidariedade ativa é a relação jurídica entre credores de 
uma só obrigação e o devedor comum, em virtudeda qual 
cada um tem o direito de exigir deste o cumprimento da 
prestação por inteiro. Pagando o débito a qualquer um dos 
cocredores, o devedor se exonera da obrigação. 
Na solidariedade ativa, concorrem dois ou mais credores, 
podendo qualquer deles receber integralmente a prestação 
devida. O devedor libera-se pagando a qualquer dos credores 
que, por sua vez, pagará aos demais a quota de cada um. 
 
→ Inconveniente da solidariedade ativa: é raro encontra-se 
hoje um caso de solidariedade ativa no mundo dos negócios, 
por oferecer alguns inconvenientes: o credor que recebe 
pode tornar-se insolvente; pode, ainda, não pagar aos 
consortes as quotas de cada um. 
 
→ Aspectos positivos da solidariedade ativa: apesar das 
desvantagens que traz aos credores, oferece ao devedor a 
comodidade de poder pagar a qualquer um dos credores, à 
sua escolha, sem necessidade de procurar os demais. Porém, 
qualquer dos credores solidários pode reclamar o 
cumprimento integral da prestação, sem que o devedor possa 
arguir o caráter parcial do direito pleiteado pelo requerente. 
 O devedor conserva-se estranho à partilha, não podendo 
pretender pagar ao postulante apenas uma parte, a pretexto 
de que teria de ser rateada entre todos a importância paga. 
 
Na conta bancária conjunta, encontra-se exemplo dessa 
espécie, por permitir que cada correntista saque todo o 
dinheiro depositado. Todos podem movimentar livremente a 
referida conta, conjunta ou separadamente. Cada correntista 
credor, pode, individualmente, sacar todo o numerário 
depositado, sem que o banco possa recusar-se a permitir o 
levantamento, exigindo a participação de todos. 
 
 
● CARACTERÍSTICAS DA SOLIDARIEDADE ATIVA: 
→ Cada credor pode, individualmente, cobrar a dívida toda: 
 
 Isso não significa que o devedor tenha de pagar a mesma 
dívida mais de uma vez. Efetuado o pagamento integral a um 
dos credores, o devedor se exonera, devendo o credor 
contemplado prestar contas aos demais. O devedor não pode 
pretender pagar ao credor demandante apenas quantia 
equivalente à sua quota-parte, mas terá de pagar-lhe a dívida 
inteira. 
 
 
 
 
 
 
 
→ O devedor comum pode pagar a qualquer credor: 
 Enquanto não houver cobrança judicial, o devedor poderá 
pagar a qualquer um dos credores a sua escolha. Cessará esse 
direito de escolha na hipótese de um ou alguns deles 
ajuizarem ação de cobrança. 
O devedor só se libera pagando ao próprio credor que 
tomou a iniciativa. Não se exonerará, porém, se vier a pagar a 
qualquer outro cocredor, arriscando-se a pagar duas vezes. 
Caso haja o litisconsórcio ativo previsto no art. 113 e incisos do 
CPC, o pagamento deverá ser efetuado em juízo a todos os 
litisconsortes, em conjunto. 
 
 
● DISCIPLINA LEGAL: 
→ Falecimento de um dos credores solidários, deixando 
herdeiros: 
 
 O dispositivo trata da denominada refração do crédito, 
tradicional critério que serve para distinguir a solidariedade da 
indivisibilidade. 
Os herdeiros do credor falecido não podem exigir a 
totalidade do crédito, e sim apenas o respectivo quinhão 
hereditário, isto é, a própria quota no crédito solidário de que o 
de cujus era titular juntamente com outros credores. 
Assim não acontecerá, todavia, nas hipóteses seguintes: 
↳ Se o credor falecido só deixou um herdeiro; 
↳ Se todos os herdeiros agem conjuntamente; ou 
↳ Se indivisível a prestação. 
Em qualquer um desses casos, pode ser reclamada a 
prestação por inteiro. Para os demais credores, não acarreta 
para eles, nenhuma inovação com o óbito do consorte, 
permanece intacto em toda a plenitude e em qualquer 
hipótese, o vínculo da solidariedade, com todos os seus 
consectários. 
Ao herdeiro, isoladamente considerado, os direitos do falecido 
se transmitem pro parte. A regra não vai até a obrigação 
indivisível, a indivisibilidade é qualidade real da obrigação, por 
não ser esta suscetível de partilha, passando aos herdeiros a 
relação obrigacional com essa qualidade, fazendo com que 
cada um destes seja credor do total. 
 
 
 
 
 
Art. 267: Cada um dos credores solidários tem direito 
a exigir do devedor o cumprimento da prestação por 
inteiro. 
Art. 268: Enquanto alguns dos credores solidários não 
demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles 
poderá este pagar. 
Art. 270: Se um dos credores solidários falecer 
deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a 
exigir e receber a quota do crédito que corresponder 
ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for 
indivisível. 
→ Conversão da prestação em perdas e danos: 
 Mesmo com a conversão em perdas e danos, a unidade da 
prestação não é comprometida. Liquidada a obrigação e fixado 
seu valor pecuniário, continua cada credor com direito de 
exigir o quantum total, tendo em vista que a solidariedade 
permanece, pois emana da vontade contratual ou da lei, que 
não foram alteradas, e não da natureza do objeto. 
 
→ Oposição de exceções pessoais: 
Isto é, exceções pessoais que prejudicariam outros credores. 
Assim, por exemplo, se o devedor está sendo cobrado em 
juízo por um credor plenamente capaz, não pode alegar, em 
seu benefício e em detrimento daquele, defeito na 
representação ou assistência de outro credor solidário, pois tal 
exceção, sendo pessoal, só a este pode ser oposta. 
 
→ Julgamento contrário a um dos credores solidários: 
 A obrigação pode ter características diferentes para cada um 
dos cocredores, podendo, inclusive, vir a ser considerada 
inválida apenas em relação a um deles, sem prejuízo aos 
direitos dos demais. 
O julgamento contrário a um deles não impede que os demais 
acionem o devedor e cobrem dele o valor integral da dívida. 
 
● EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA: 
 
 É da essência da solidariedade ativa que o pagamento, por 
modo direto ou pelos modos indiretos equivalentes, feito a um 
dos credores produz a extinção do crédito para todos, e não 
simplesmente para aquele cujo respeito se houver realizado o 
fato liberatório. 
Do contrário, se os demais credores conservassem contra o 
devedor direito de crédito, apesar do pagamento feito a um 
deles, haveria mais de um pagamento integral da dívida, 
contrariando a própria definição da solidariedade, segundo a 
qual o devedor deve a muito, mas só deve uma vez, e os 
credores só têm a prestação por inteiro uma vez, não mais. 
O art. 269 deixa claro que não todo e qualquer pagamento 
feito a um dos credores, senão o integral, que produz a 
extinção total da dívida. O parcial a extingue somente “até o 
montante do que foi pago”. 
O mesmo pode-se dizer da novação e da remissão. Se o 
credor tem o direito de exonerar o devedor quando 
realmente recebe o pagamento, deve tê-lo também quando 
perdoa, inova ou compensa 
 
Quanto à confusão, operada na pessoa do credor ou 
devedor solidário (p. ex., caso o devedor se torne o herdeiro 
do credor). O que no crédito se extingue não é a totalidade, 
senão a quota-parte do credor, cuja pessoa veio a se 
confundir com a do devedor. Seria, com efeito, contrário ao 
escopo da solidariedade, que é a vantagem dos credores, 
permitir que o devedor pudesse opor em confusão, contra 
todos os credores solidários, um crédito que tem somente 
contra um deles. O que cabe ao devedor fazer é descontar do 
débito a parte devida àquele credor solidário que se tornou 
devedor. Quanto ao mais, a solidariedade subsiste. 
A dação em pagamento, validamente celebrada entre um 
dos credores solidários e o devedor, libera este para com 
aquele e para com os outros credores solidários, até o valor 
da coisa recebida. Dação em pagamento é o ato pelo qual o 
credor consente em receber coisa, que não seja dinheiro, em 
substituição da prestação que era devida. Conseguintemente, 
consentindo o accipiens (quem recebe) na datio in solutum 
(dação em pagamento), pago ficou, e a obrigação está extinta 
para os outros credores solidários. 
 
● DIREITO DE REGRESSO: 
 
 A prestação paga por inteiro pelo devedor comum, deve 
ser partilhada entre todos os credores, por aquele que a tiver 
recebido.Extinta a obrigação, quer pelo meio direto de 
pagamento, quer pelos meios indiretos, como novação, 
compensação, transação e remissão, responde o credor 
favorecido, perante os demais, pelas quotas que lhes 
couberem. 
Os cocredores podem tornar efetiva a divisão do benefício 
pelo exercício do direito de regresso, direto e imediato, contra 
o resgatante do crédito solidário, sendo tal direito uma das 
características fundamentais das obrigações solidárias. Se outra 
coisa não constar do título da obrigação, far-se-á a partilha em 
partes iguais. Nada impede, porém, que se convencione a 
diversidade de quinhões. 
A divisão deverá ser realizada ainda que o credor 
contemplado só tenha recebido parte do crédito, e não todo, 
impondo-se, em qualquer hipótese, o rateio. Se a obrigação for 
nula quanto a um dos cocredores, sua parte será deduzida do 
todo, ficando tal credor excluído do rateio. 
 
Art. 271: Convertendo-se a prestação em perdas e 
danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 
Art. 273: A um dos credores solidários não pode o 
devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos 
outros. 
Art. 274: O julgamento contrário a um dos credores 
solidários não atinge os demais, mas o julgamento 
favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção 
pessoal que o devedor tenha direito de invocar em 
relação a qualquer deles. 
Art. 269: O pagamento feito a um dos credores 
solidários extingue a dívida até o montante do que foi 
pago. 
Art. 383: A confusão operada na pessoa do credor ou 
devedor solidário só extingue a obrigação até a 
concorrência da respectiva parte no crédito, ou na 
dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. 
Art. 272: O credor que tiver remitido a dívida ou 
recebido o pagamento responderá aos outros pela 
parte que lhes caiba. 
A solidariedade passiva consiste na concorrência de dois ou 
mais devedores, cada um com dever de prestar a dívida toda, 
qualquer dos devedores que nela concorrem, pode o credor 
exigir a totalidade da dívida. 
Na obrigação solidária passiva, cada devedor está obrigado à 
prestação na sua integralidade, como se tivesse contraído 
sozinho o débito. 
 
 
● CARACTERÍSTICAS: 
 Se quiser, poderá o credor exigir parte do débito de cada 
um dos devedores separadamente. 
 
→ Principal característica: pode ser encontrada na 
manutenção da autonomia, a despeito da solidariedade. Para 
melhor compreensão, a solidariedade passiva deve ser 
analisada: 
↪ Nas relações dos devedores com o credor (lado 
externo); 
↪ Nas dos devedores entre si (lado interno). 
 
→ Relações dos devedores com o credor: o conjunto de 
devedores se apresenta como se fosse um devedor único, 
pois dele pode o credor exigir a totalidade do crédito. Desse 
princípio, decorre: 
↪ Que o credor pode dirigir-se à sua vontade contra 
qualquer um dos devedores e pedir-lhes toda a prestação 
(CC, art. 275); 
↪ Que o devedor escolhido, estando obrigado 
pessoalmente pela totalidade, não pode invocar o 
beneficium divisionis (benefício da divisão) e, assim, 
pretende pagar só a sua quota ou pedir que sejam 
convencidos os coobrigados; 
↪ Que uma vez, conseguida de um só toda a prestação, 
todos os outros ficam livres (CC, art. 277). 
 
→ Relações dos devedores entre si: se encararmos a questão 
sob o aspecto interno, encontraremos vários devedores, uns 
responsáveis para com os outros. As obrigações de cada um 
são individuais e autônomas, mas se encontram entrelaçadas 
numa relação unitária, em virtude da solidariedade. 
Oferece ao credor a vantagem de desobriga-lo de uma ação 
coletiva e o põe a saldo de eventual insolvência de um dos 
devedores. A este facilita o crédito, dada a forte garantia que 
represente para o credor. 
A obrigação alimentar não é solidaria, mas divisível, porque a 
solidariedade não se presume. Não havendo texto legal 
impondo a solidariedade, ela é divisível, isto é, conjunta. Cada 
devedor responde por sua quota-parte. Havendo quatro filhos 
em condições de pensionar o ascendente, não poderá este 
exigir de um só deles o cumprimento da obrigação por inteiro. 
Se o fizer, sujeitar-se-á às consequências de sua omissão, por 
inexistir a hipótese litisconsórcio necessário, mas sim facultativo 
impróprio, isto é, obterá apenas ¼ do valor da pensão. 
 
 
 
 
● DIREITOS DO CREDOR: 
 
→ Principal efeito da solidariedade passiva: 
O principal efeito da solidariedade passiva consiste no direito 
que confere ao credor de exigir de qualquer um dos 
devedores o cumprimento integral da prestação. Trata-se de 
uma faculdade, e não de um deve ou de um ônus, pois pode 
o credor não usá-la ou usar dela apenas em parte, exigir o 
cumprimento de todos os devedores ou só de alguns deles 
uma parte apenas da dívida comum. 
Se o pagamento for integral, operar-se-á a extinção da 
relação obrigacional, exonerando-se todos os codevedores. Se, 
porém, for parcial e efetuado por um dos devedores, os 
outros ficarão liberados até a concorrência da importância 
paga, permanecendo solidariamente devedores do 
remanescente. 
 
→ Chamamento dos demais devedores ao processo: 
O devedor demandado pela prestação integral pode chamar 
os outros ao processo, com fundamento nos arts. 130 e s. do 
CPC, não só para que o auxiliem na defesa, mas também para 
que a eventual sentença condenatória valha como coisa julgada 
por ocasião do exercício do direito de regresso contra os 
codevedores. 
Mesmo se forem vários os codevedores condenados, 
poderá o credor mover a execução contra apenas um deles, 
conforme o seu interesse, penhorando-lhe os bens. 
Sendo solidária a obrigação, os direitos de crédito aproveitam 
tanto ao credor originário como ao seu cessionário ou ao 
terceiro sub-rogado na sua posição, o fiador, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 275: O credor tem direito a exigir e receber de 
um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, 
a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, 
todos os demais devedores continuam obrigados 
solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da 
solidariedade a propositura de ação pelo credor contra 
um ou alguns dos devedores. 
 
CPC, art. 130: É admissível o chamamento ao 
processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um 
ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor 
exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida 
comum. 
 
 
 
● EFEITOS DA MORTE DE UM DOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS: 
 
A morte de um dos devedores solidários não rompe a 
solidariedade, que continua a onerar os demais codevedores. 
Na solidariedade passiva morto o devedor solidário, também 
com herdeiros, divide-se o débito e cada um só responde pela 
quota respectiva, salvo se a obrigação for igualmente indivisível. 
Mas, neste último caso, por ficção legal, os herdeiros reunidos 
são considerados como um só devedor solidário, em relação 
aos demais devedores. 
Se a obrigação for indivisível, cessa a regra que prevê o 
fracionamento, entre os herdeiros, da quota do devedor 
solidário falecido. Cada um será obrigado pela dívida toda. A 
exceção, imposta pela natureza do objeto da obrigação, que 
não pode ser prestado por partes, está em conformidade 
com os preceitos dos arts. 259 e 270 do Código Civil. 
 
 
● RELAÇÕES ENTRE OS CODEVEDORES SOLIDÁRIOS E O 
CREDOR: 
 
→ Consequências do pagamento parcial e da remissão: 
 
↳ O pagamento parcial naturalmente reduz o crédito. Sendo 
assim, o credor só pode cobrar do que pagou ou dos outros 
devedores o saldo remanescente. 
Essa redução afeta a relação jurídica externa entre credor e 
devedores. Se ainda lhe fosse permitido cobrar a dívida inteira, 
haveria um enriquecimento indevido do credor. 
Há mudança também na relação jurídica interna entre os 
vários devedores, visto que o solvens se liberou e continua 
responsável pela quota do eventual insolvente. 
 
↳ A remissão ou perdão pessoal dado pelo credor a um dos 
devedores solidários não extingue asolidariedade em relação 
aos codevedores, acarretando tão somente a redução da 
dívida, em proporção ao valor remitido. 
Dessa forma, o credor só estará legitimando a exigir dos 
demais devedores o seu crédito se fizer a dedução da parte 
daquele a quem beneficiou, ou seja: os codevedores não 
contemplados pelo perdão só poderão ser demandados com 
abatimento da quota relativa ao devedor perdoado, e não pela 
totalidade da dívida. Perderia o benefício se o credor pudesse 
exigir de outro devedor o total da dívida, porque o solvens 
ficaria com regresso contra o favorecido, pela parte a este 
correspondente nesse total cobrado. 
 
→ Cláusula, condição ou obrigação adicional: 
 
Estabelece a ineficácia da estipulação adicional gravosa aos 
codevedores solidários que não participaram da avença. A ideia 
é a de que ninguém pode ser obrigado a mais do que 
consentiu ou desejou. 
Nas relações do credor com os devedores, segundo a 
doutrina, presume-se que estes, uns aos outros, deram 
mandato reciproco para se representar, cada codevedor é 
representante de todos e de cada um. 
Esse poder de representação não é ilimitado, os 
codevedores se representam em todos os atos tendentes à 
extinção ou conservação da dívida, à melhoria de condição 
em face do credor e não mais. Como resultado, nenhum dos 
devedores está autorizado a estipular, com o credor, cláusula, 
condição ou obrigação adicional que agrave a obrigação e 
piore a posição dos representados sem o consentimento 
destes. 
Consequentemente, se um dos devedores estipula com o 
credor, à revelia dos demais, cláusula penal, taxa de juros mais 
elevada ou outra vantagem, claro que semelhante estipulação 
será pessoal, restrita exclusivamente ao próprio estipulante, 
não podendo afetar, destarte, a situação dos demais 
devedores. 
 
→ Renúncia da solidariedade: 
 
Como a solidariedade constitui benefício instituído em favor 
do credor, pode este dele abrir mão, ainda que se trate de 
vínculo resultante de lei. 
 
↳ Renúncia absoluta – quando a renúncia é efetivada em 
prol de todos os coobrigados, denomina-se absoluta. Neste 
caso, não haverá mais solidariedade passiva, pois, cada 
coobrigado passará a dever pro rata, isto é, a responder 
somente por sua quota. Os devedores que eram solidários, 
passam a condição de devedores de obrigações únicas, 
distintas e separadas, sujeitos às regras comuns. 
 
 
 
Art. 276: Se um dos devedores solidários falecer 
deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a 
pagar senão a quota que corresponder ao seu 
quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; 
mas todos reunidos serão considerados como um 
devedor solidário em relação aos demais devedores. 
Art. 277: O pagamento parcial feito por um dos 
devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam 
aos outros devedores, senão até à concorrência da 
quantia paga ou relevada. 
Art. 388: A remissão concedida a um dos codevedores 
extingue a dívida na parte a ele correspondente; de 
modo que, ainda reservando o credor a solidariedade 
contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito 
sem dedução da parte remitida. 
Art. 278: Qualquer cláusula, condição ou obrigação 
adicional, estipulada entre um dos devedores solidários 
e o credor, não poderá agravar a posição dos outros 
sem consentimento destes. 
Art. 282: O credor pode renunciar à solidariedade em 
favor de um, de alguns ou de todos os devedores. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade 
um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. 
 
↳ Renúncia relativa – a renúncia operada em proveito de 
um ou de alguns devedores apenas intitula-se relativa. Ocorre 
quando o credor dispensa da solidariedade somente um ou 
outro devedor, conservando-a quanto aos demais. Assim 
procedendo, o credor divide a obrigação em duas partes: uma 
pela qual responde o devedor favorecido somente à sua 
quota, e outra a que se acham solidariamente sujeito aos 
outros. 
A renúncia relativa da solidariedade acarreta os seguintes 
efeitos em relação aos devedores 
a) Os contemplados continuam devedores, porém não 
mais da totalidade, senão de sua quota-parte no débito. 
b) Suportam sua parte na insolvência de seus ex- 
codevedores (CC, art. 283) 
Os não exonerados permanecem na mesma situação de 
devedores solidários. Contudo, o credor não poderá acioná-los 
senão abatendo no débito a parte correspondente aos 
devedores cuja obrigação deixou de ser solidária. 
 
 
A renúncia pode ser ainda expressa ou tácita. 
↳ Renúncia expressa – resulta de declaração verbal ou 
escrita, posto não solene, em que o credor abre mão do 
benefício. 
↳ Renúncia tácita– decorre de circunstâncias explícitas que 
revelem de modo inequívoco a intenção de arredar a 
solidariedade, como quando permite o credor que o solvens 
pague apenas sua quota, dando-lhe quitação, sem ressalva de 
exigir-lhe o restante. 
 
→ Distinção entre renúncia da solidariedade e remissão da 
dívida: 
A renúncia ao benefício da solidariedade distingue-se da 
remissão da dívida. Com efeito, o credor que apenas renuncia 
a solidariedade continua sendo credor, embora, sem a 
vantagem de poder reclamar de um dos devedores a 
prestação por inteiro. Ao passo que o credor que remite o 
débito abre a mão de seu crédito, liberando o devedor da 
obrigação. 
 
 
● IMPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO: 
Quando a prestação se torna impossível, faz-se mister 
apurar se a impossibilidade decorreu ou não de culpa do 
devedor. Em princípio, todo inadimplemento se presume 
culposo. Cabe ao inadimplente provar, para se exonerar, a 
impossibilidade da prestação decorrente do fortuito ou da 
força maior. Ambos constituem excludente responsabilidade 
civil. 
A hipótese tratada no art. 279 do Código Civil é da 
impossibilidade da prestação por culpa de apenas um dos 
devedores solidários ou quando a impossibilidade ocorreu 
durante a mora de um ou de alguns dos codevedores 
solidários. A solução legal é a de que todos os codevedores 
são responsáveis perante o credor pelo equivalente em 
dinheiro do animal. O culpado, porém, e só ele, responde pelas 
perdas e danos. 
 
 
● RESPONSABILIDADE PELOS JUROS 
 
A ideia de que a responsabilidade decorrente da prática de 
atos eivados de culpa é pessoal e exclusiva. O devedor culpado 
responde aos codevedores solidários pela obrigação acrescida. 
Malgrado o retardamento culposo imputável somente a um 
devedor, respondem todos perante o credor pelas 
consequências da inexecução da obrigação, ressaltando-se, 
dentre elas, os juros da mora (CC, art. 407). 
 
 
● MEIOS DE DEFESA DOS DEVEDORES 
 
Meios de defesa são os fundamentos pelos quais o 
demandado pode repelir a pretensão do credor, alegando que 
o direito que este invoca nunca existiu validamente ou, tendo 
existido, já se extinguiu ou ainda não existe. 
O artigo transcrito acima distingue a propósito, entre as 
exceções comuns (que aproveitam a todos os devedores) e 
as exceções pessoais (que apenas podem ser opostas a cada 
um deles). 
Exceções, no sentido legal, são as defesas propriamente 
ditas que o devedor solidário, acionado, pode alegar em 
contrário a pretensão do credor. Qualquer devedor 
demandado pode opor a defesa que tiver contra a própria 
obrigação, pode ataca-la alegando, por exemplo, prescrição, 
nulidade, extinção etc. Essas defesas ou exceções são 
chamadas de comuns, reais ou gerais. 
As exceções pessoais, que não atingem nem contaminam o 
vínculo dos demais devedores. Assim, um devedor que se 
tenha obrigado por erro só poderá alegar esse vício de 
vontade em sua defesa. Os outros devedores, que se 
obrigaram sem qualquer vício, não podem alegar em sua 
defesa a anulabilidade da obrigação porque o outro coobrigado 
laborou em erro. 
 
 
Art. 283: O devedor que satisfez a dívida por inteiro 
tem direito a exigir de cada um dos codevedores a 
sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do 
insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no 
débito, as partes de todos os codevedores. 
Art. 279: Impossibilitando-se a prestaçãopor culpa de 
um dos devedores solidários, subsiste para todos o 
encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e 
danos só responde o culpado. 
Art. 280: Todos os devedores respondem pelos juros 
da mora, ainda que a ação tenha sido proposta 
somente contra um; mas o culpado responde aos 
outros pela obrigação acrescida. 
Art. 281: O devedor demandado pode opor ao credor 
as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a 
todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a 
outro codevedor. 
● RELAÇÃO DOS CODEVEDORES ENTRE ELES: 
 
A solidariedade existe apenas nas relações entre devedores 
e credor. Extinta a dívida, o que surge é um complexo de 
relações entre os próprios codevedores. Nessa nova fase, tudo 
o que importa é a apuração ou o rateio da responsabilidade 
entre os próprios codevedores, pois entre eles a obrigação é 
divisível. Resta tão somente partilhar entre todos a quota 
atribuída a cada um no débito extinto 
Os efeitos da solidariedade passiva decorrem de dois 
princípios: 
a) Unidade da dívida. 
b) Pluralidade de vínculos. 
Perante os credores, todos os devedores respondem pela 
dívida inteira. Entretanto, em face de seus consortes e da 
pluralidade de vínculos existentes, a obrigação já não é uma. O 
débito se divide e cada devedor responde apenas pela sua 
quota na dívida comum. 
Desse modo, a obrigação é solidária apenas na relação 
externa entre os devedores e o credor. Quem paga toda a 
dívida ao credor solve a sua parte e adianta a rata de seus 
consortes. Por essa razão, faz jus ao reembolso pela via 
regressiva. 
 
● DIREITO DE REGRESSO: 
O legislador brasileiro optou pela corrente que vislumbra a 
hipótese de sub-rogação legal. Dispõe, com efeito, o art. 346, III 
do Código Civil que se opera a sub-rogação, de pleno direito, 
em favor do terceiro interessado que paga a dívida pela qual 
era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. 
As quotas dos codevedores presumem-se iguais. Nada 
impede, contudo, que sejam desiguais, pois a referida 
presunção é apenas relativa. Incumbe ao devedor, que 
pretende receber mais, o ônus da prova da desigualdade nas 
quotas, da mesma forma que compete tal encargo ao devedor 
acionado, que pretende pagar menos (CPC, art. 373, II). 
 
 
→ Ação regressiva: O acerto entre os codevedores se faz 
por meio da ação regressiva. São pressupostos da referida 
ação: 
↪ Que o devedor tenha satisfeito a dívida, o pagamento 
direito ou indireto, extingue a dívida e libera todos os 
devedores para com o credor. A simples exibição do título 
pelo devedor autoriza o regresso. 
↪ Que o devedor tenha satisfeito a dívida por inteiro, 
admite-se, nas obrigações de trato sucessivo, o direito de 
regresso ao devedor que pagou as partes vencidas, pois 
satisfez toda a dívida cujo pagamento podia ser reclamado. 
Admite-se o mesmo direito a quem fez o pagamento parcial, 
estando a dívida vencida. 
 
→ Insolvência de um dos codevedores: se um dos 
codevedores for insolvente, a parte da dívida correspondente 
será rateada entre todos os codevedores, inclusive os 
exonerados da solidariedade pelo credor (CC, art. 284). 
 
→ Dívida solidária de interesse exclusivo de um dos 
devedores: Pode haver desigualdade das quotas de todos os 
coobrigados, mesmo que a dívida interesse exclusivamente a 
um dos devedores, ou seja, que o negócio jurídico que deu 
origem ao débito só diga respeito a um dos devedores. 
Por exemplo, A tem necessidade de obter um empréstimo. 
O banco exige a garantia de dois avalistas. O referido mutuário 
obtém o aval lançado a favor no título, dos amigos B e C, que 
se tornam devedores solidários, sendo o devedor A como 
embolsador da importância emprestada e único interessado. 
Se o único interessado paga a dívida inteira, nenhuma ação 
tem contra os codevedores não interessados, pois nada mais 
fez do que solver a sua obrigação. Se estes efetuam o 
pagamento, ficam sub-rogados no direito de credor e têm 
direito a se ressarcir, nos termos dos arts. 831 e 833 do Código 
Civil. 
 
● INSOLVÊNCIA DE UM DOS CODEVEDORES SOLIDÁRIOS: 
 
A insolvência civil ocorre quando o valor das dívidas é 
superior ao valor dos bens e direitos do devedor. Ou seja, 
ocorre quando todos os bens e direitos do devedor, somados, 
são insuficientes para quitar as suas dívidas. 
O estado de insolvência de um dos credores solidários 
impede o procedimento do rateio de forma igualitária, 
determinando o acréscimo da responsabilidade dos 
codevedores para cobrir o desfalque daí resultante. 
A insolvência pode ser anterior, contemporânea ou posterior 
ao pagamento. Extinta a insolvência pela recuperação 
patrimonial do devedor que nela incidiu, cada um dos outros 
codevedores que arcaram com o prejuízo, pode repetir 
quanto pagou além da sua quota. Se todos os outros 
codevedores caírem em insolvência, pode o credor exigir do 
beneficiário da remissão o total da dívida. 
Art. 283: O devedor que satisfez a dívida por inteiro 
tem direito a exigir de cada um dos codevedores a 
sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do 
insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no 
débito, as partes de todos os codevedores. 
Art. 346: A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em 
favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a 
credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva 
o pagamento para não ser privado de direito sobre 
imóvel; 
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual 
era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. 
 
Art. 284: No caso de rateio entre os codevedores, 
contribuirão também os exonerados da solidariedade 
pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao 
insolvente..

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