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Das Obrigações Solidárias

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Das Obrigações Solidárias
Arts. 264 a 285 do CC.
Profª Mayara Moreira Magalhães
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma 
obrigação concorre mais de um credor, ou 
mais de um devedor, cada um com direito, ou 
obrigado, à dívida toda.
● Acontece quando na mesma obrigação concorre mais de um 
credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou 
obrigado, à dívida toda, como se fosse o único credor ou 
devedor.
● Por qualquer ângulo avaliado, a solidariedade é um artifício 
de reforço de vínculo e faz com que a obrigação seja mais 
facilmente cumprida por qualquer uma das partes
● O pagamento realizado por qualquer devedor ou recebido 
por qualquer credor, extingue a obrigação.
Ex: Débito em dinheiro (bem divisível) é assumido 
solidariamente por duas pessoas. O credor poderá cobrar a 
totalidade da dívida de um só dos devedores, porque, 
havendo solidariedade, pode agir como se apenas um dos 
devedores existisse.
No caso da solidariedade ativa (diversos credores), a dívida 
poderá ser exigida por qualquer um deles em sua 
integralidade.
Solidariedade NÃO se presume. Somente a lei ou o contrato 
podem estabelecê-la.
Jurisprudências
CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL. INSCRIÇÃO NO SERASA. AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO 
AO DEVEDOR. CULPA CONFIGURADA. LEGITIMIDADE PASSIVA DO CREDOR E DO SERASA. DANOS 
MORAIS PRESUMIDOS. IMPUGNAÇÃO DE DECISÃO INTERLOCUTÓRIA NA APELAÇÃO SEM 
REFERÊNCIA AO AGRAVO RETIDO. IMPOSSIBILIDADE. SENTENÇA MANTIDA. I - SÃO PARTES 
LEGÍTIMAS, PARA A DEMANDA QUE VISA A REPARAR DANOS MORAIS, TANTO O SERASA S/A 
QUANTO O ESTABELECIMENTO BANCÁRIO, CREDOR DA OBRIGAÇÃO. II - A LEI DISTRITAL Nº 
514/1993 IMPÕE O DEVER DE COMUNICAÇÃO À EMPRESA QUE SOLICITA O REGISTRO E O CÓDIGO 
DE DEFESA DO CONSUMIDOR PREVÊ A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DE TODOS OS QUE 
CONCORREM PARA A OFENSA AO CONSUMIDOR EM SEU ARTIGO 7º, PARÁGRAFO ÚNICO. 
APLICAM-SE OS REFERIDOS PRECEITOS À FALTA DE COMUNICAÇÃO VERIFICADA NOS AUTOS. III - 
A INOBSERVÂNCIA DA NORMA INSERTA NO ART. 43, § 2º, DO CDC, POR PARTE DA ENTIDADE 
RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DE CADASTRO DE INADIMPLENTES, ENSEJA DANOS MORAIS 
AO CONSUMIDOR QUE TEM O NOME INSCRITO EM TAL CIRCUNSTÂNCIA. IV - DEMONSTRADO 
QUE A CONDENAÇÃO EM DANOS MORAIS FOI FIXADA COM RAZOABILIDADE, EM ATENDIMENTO 
AOS CRITÉRIOS LEGAIS, DESCABE A REDUÇÃO DO VALOR DEFINIDO. V - A APELANTE DEVE 
REQUERER AO TRIBUNAL QUE CONHEÇA DO AGRAVO RETIDO, DE FORMA PRELIMINAR, POR 
OCASIÃO DO JULGAMENTO DA APELAÇÃO. DESATENDIDOS OS COMANDOS DO ARTIGO 523 DO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, O RECURSO NÃO SERÁ CONHECIDO. VI - RECURSO DA AUTORA 
NÃO CONHECIDO. RECURSO DOS RÉUS NÃO PROVIDOS. SENTENÇA MANTIDA. (TJ-DF - AC: 
273744620058070001 DF 0027374-46.2005.807.0001, Relator: HUMBERTO ADJUTO ULHÔA, Data de 
Julgamento: 04/10/2006, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: 16/11/2006, DJU Pág. 70 Seção: 3)
EMENTA: DIREITO CIVIL - AÇÃO COMINATÓRIA C/C 
INDENIZAÇÃO - FACEBOOK - CRIAÇÃO DE PERFIL FALSO - 
VEICULAÇÃO DE CONTEÚDO DIFAMATÓRIO - 
RESPONSABILIDADE DA EMPRESA PROPRIETÁRIA DO SÍTIO 
ELETRÔNICO - DANO MORAL - QUANTUM - RAZOABILIDADE.
O prestador do serviço facebook responde de forma objetiva 
pelo conteúdo difamatório de mensagens veiculadas em 
páginas de sua responsabilidade. Em situações tais os danos 
morais devem ser compensados segundo indenização 
arbitrada com razoabilidade e proporcionalidade. Recurso 
provido. (TJMG - Apelação Cível 1.0435.12.000195-1/001, 
Relator(a): Des.(a) Saldanha da Fonseca , 12ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 11/09/2013, publicação da súmula em 20/09/2013)
AGRAVO DE INSTRUMENTO - PAGAMENTO EFETUADO EM CASA LOTÉRICA – 
DESISTÊNCIA DA AÇÃO CONTRA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – LITISCONSÓRCIO PASSIVO FACULTATIVO 
– FACULDADE DO CREDOR DE COBRAR A DÍVIDA DE QUALQUER DOS 
DEVEDORES – DECISÃO MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO. Mesmo 
alegada a responsabilidade solidária da empresa pública federal, é 
faculdade do credor acionar um, alguns, ou todos os devedores solidários. 
Caberá ao devedor que suportou o pagamento exercer direito de regresso 
contra o outro, ou demais.
(TJ-MS - AI: 14110512820148120000 MS 1411051-28.2014.8.12.0000, Relator: Des. 
Amaury da Silva Kuklinski, Data de Julgamento: 23/09/2015, 4ª Câmara Cível, 
Data de Publicação: 24/09/2015)
“Art. 265. A solidariedade não se 
presume; resulta da lei ou da vontade 
das partes”.
Precedente histórico
● Obligatio in solium
● Obrigações distintas com a mesma base fática
● 2 objetos idênticos
● Obrigações substitutas uma da outra
● Exemplo: Camila queima o carro de Sarah que tinha seguro. 
Camila estaria obrigada a indenizar Sarah, assim como o seguro. 
Note, que a partir de uma única base fática (queima do carro) 
surgiram duas obrigações distintas, com 2 objetos, que são 
idênticos. Elas são substitutivas, pois caso Sarah pague a 
indenização o seguro não mais precisará pagar e vice-versa.
● A impossibilidade de presumir a solidariedade não significa que 
ela não possa ser reconhecida a partir dos termos de 
determinado contrato, que deve ser interpretado levando-se em 
conta mais a intenção na declaração do que a sua literalidade.
Jurisprudências
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE ÁGUA – DÉBITO, EXIGIBILIDADE, 
SUSPENSÃO DE FORNECIMENTO E INDÉBITO – O débito relativo ao serviço de 
fornecimento de água ou energia elétrica é de natureza pessoal, não se vinculando à 
titularidade do imóvel (propter rem), o que impõe reconhecer que o atual usuário do 
serviço e o proprietário do imóvel não podem ser responsabilizados por débitos 
pretéritos de responsabilidade do consumidor que efetivamente utilizou o serviço – O 
débito relativo ao serviço de fornecimento de água ou energia elétrica é 
responsabilidade do consumidor que efetivamente utilizou o serviço, ainda que 
exista Decreto Estadual prevendo a solidariedade por contas não quitadas entre o 
proprietário do imóvel e o anterior usuário do mesmo (Decreto Estadual 41.446/1996, 
art. 19, § 2º), visto que é de competência da União legislar sobre direito civil (CF, art. 22, 
I) e não há lei federal vinculando a dívida ao imóvel, sendo certo que a solidariedade 
não se presume, resultando apenas da lei ou da vontade das partes (CC/02, art. 265)– 
(...) (TJ-SP - APL: 10145411020138260020 SP 1014541-10.2013.8.26.0020, Relator: Rebello Pinho, 
Data de Julgamento: 18/02/2019, 20ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 
21/02/2019).
RECURSO ESPECIAL. ART. 535 DO CPC/1973. NÃO VIOLAÇÃO. SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. 
MORTE DO SEGURADO. BENEFICIÁRIOS IRMÃOS DO SEGURADO. INEXISTÊNCIA DE 
SOLIDARIEDADE. INDENIZAÇÃO. DIREITO AO RECEBIMENTO DE QUOTA PARTE. 
SOLIDARIEDADE EXISTENTE ENTRE AS SEGURADORAS. 1. Não há violação ao artigo 535, II, do 
CPC/1973, quando embora rejeitados os embargos de declaração, a matéria em exame foi 
devidamente enfrentada pelo Tribunal de origem, que emitiu pronunciamento de forma 
fundamentada, ainda que em sentido contrário à pretensão da recorrente. 2. A solidariedade 
não se presume, e para que a obrigação seja considerada como solidária é preciso que as 
partes, ou a própria lei, assim a defina, de modo expresso (art. 265 do CC). 3. O art. 4º da Lei n. 
6.194/1974, que indica os herdeiros como legítimos beneficiários da vítima fatal de acidente 
automobilístico acobertado pelo DPVAT, não institui solidariedade entre aqueles credores. 4. 
Os beneficiários do seguro instituído pela Lei n. 6.194/1974, no caso de morte da vítima, são os 
previstos no art. 4º, herdeiros, respeitando-se a ordem da vocação hereditária, locução 
expressamente prevista com a redação dada pela Lei n. 11.482 de 2007. Coexistindo mais de um 
herdeiro, igualmente beneficiário, cada um terá direito ao recebimento de sua quota parte, 
individualmente. 5. Noutro ponto, a jurisprudência deste Tribunal já afirmou que as 
seguradoras integrantes do consórcio do Seguro DPVAT são solidariamente responsáveis 
pelo pagamento das indenizações securitárias, podendo o beneficiário cobrar o que é 
devido de qualqueruma delas (REsp 1.108.715/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA 
TURMA, julgado em 15/5/2012, DJe 28/5/2012). 6. Recurso especial provido.(STJ - REsp: 1366592 
MG 2012/0178389-9, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 09/05/2017, T4 
- QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/05/2017)
“Art. 266. A obrigação solidária pode 
ser pura e simples para um dos 
co-credores ou co-devedores, e 
condicional, ou a prazo, ou pagável 
em lugar diferente, para o outro”.
Embora solidária, a obrigação pode ser pura e simples para alguns dos 
cocredores ou codevedores e sujeita a termo ou condição para outros, sem 
que isso comprometa a própria solidariedade, o que importa é que o 
objeto seja o mesmo.
- Em regra, a nulidade de um não atinge os outros solidários, pois os 
vínculos são distintos.
- Relação interna – entre os solidários
● A relação interna não tem nenhuma relevância até a extinção da 
solidariedade.
● Ex: A deve R$ 100,00 para B, C e D que são credores solidários. Até 
o momento do pagamento dos R$100,00, para qualquer um dos 
credores, é irrelevante a relação interna entre os solidários. Essa 
relação só passa a ter importância, após a extinção da 
solidariedade, ou seja, após o pagamento, momento no qual os 
credores deverão dividir proporcionalmente o crédito recebido.
Solidariedade Ativa (Art.267 a 274)
- Pluralidade de credores solidários entre si
● Concurso de dois ou mais credores na mesma obrigação, 
cada um com direito a exigir a dívida por inteiro
● No Direito Brasileiro, só existe solidariedade ativa contratual
● Não existem possibilidades legais
● Isso porque, para a configuração da solidariedade ativa é 
necessário um alto grau de confiança entre os credores, 
“pelo risco dos co-credores não obterem ressarcimento 
daquele que recebeu o pagamento, seja por incorrer em 
insolvência ou simples desonestidade” e não cabe a lei 
presumir ou impor tal confiança
“Art. 267. Cada um dos credores 
solidários tem direito a exigir do 
devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro”.
Qualquer credor pode exigir o todo e o devedor se libera 
pagando a qualquer credor.
● Salvo se demandado por um dos credores. Equivale dizer, 
se um dos credores entrar em juízo o devedor só se libera 
pagando àquele que demandou (Art.268)
● Sob pena de ter que pagar a prestação integral duas 
vezes caso cumpra perante credor diferente do qual lhe 
acionou ( “quem paga mal paga duas vezes”- depois 
poderá tentar reaver o pagamento extra, mas para se 
liberar terá que pagar duas vezes)
Jurisprudências
AGRAVO DE INSTRUMENTO. POUPANÇA. CORREÇÃO MONETÁRIA. 
CO-TITULARIDADE DA CONTA-CONJUNTA. SOLIDARIEDADE ATIVA. A conta 
poupança conjunta é um contrato de solidariedade ativa, podendo a 
demanda ser proposta por qualquer um dos co-titulares, pois ambos 
podem exigir o crédito na sua totalidade, nos termos do que dispõe o 
artigo 267 do Novo Código Civil.
(TRF-4 - AG: 50291211420154040000 5029121-14.2015.404.0000, Relator: MARGA 
INGE BARTH TESSLER, Data de Julgamento: 02/09/2015, TERCEIRA TURMA)
INDENIZAÇÃO DANO MORAL - CADASTRO EMITENTES CHEQUE SEM 
FUNDOS - CONTA CONJUNTA - SOLIDARIEDADE ATIVA. O co-titular da 
conta conjunta que não emitiu o cheque sem fundos não pode ter seu 
nome inserido no cadastro de emitentes de cheque sem fundos. É ativa a 
solidariedade entre titulares de conta conjunta.
(TJ-MG 2992805 MG 2.0000.00.299280-5/000(1), Relator: PAULO CÉZAR DIAS, 
Data de Julgamento: 16/02/2000, Data de Publicação: 29/02/2000)
“Art. 268. Enquanto alguns dos 
credores solidários não demandarem 
o devedor comum, a qualquer 
daqueles poderá este pagar”.
Isso ocorre para prestigiar a atividade estatal, que uma vez 
envolvida no conflito, deve ser o meio que o soluciona.
“Art. 269. O pagamento feito a um dos 
credores solidários extingue a dívida 
até o montante do que foi pago”.
- Se o credor pode receber a totalidade, não há o que 
impeça de receber parte da dívida; e aquilo que recebeu 
será deduzido do total.
Ex: débito de R$90.000,00 com três credores solidários. Caso 
o devedor pague R$45.000,00 a um dos credores, 
continuará devendo-lhes R$45.000,00, em relação aos quais 
subsiste a solidariedade.
Art. 270. Se um dos credores 
solidários falecer deixando herdeiros, 
cada um destes só terá direito a 
exigir e receber a quota do crédito 
que corresponder ao seu quinhão 
hereditário, salvo se a obrigação for 
indivisível.
-Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá 
direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão 
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
-
- O falecimento afasta a solidariedade quanto aos herdeiros.
-
- Isso porque, a confiança, necessária para a configuração da solidariedade ativa, 
foi manifestada em relação ao falecido e não ao seus herdeiros. Por isso, ocorre 
um afastamento parcial da solidariedade.
“A pessoalidade dos integrantes da relação jurídica é fundamental para a 
preservação da obrigação solidária, pois, sendo ela nitidamente subjetiva, assume 
natureza intuitu personae e não será transmitida aos herdeiros dos credores 
falecidos”.
Os outros credores solidários podem continuar exigindo e recebendo todo o crédito.
● “Salvo se indivisível”
● Pois se a obrigação for indivisível não tem como o herdeiro receber 
apenas seu quinhão.
● “O óbito de um dos cocredores em nada altera uma obrigação 
indivisível, pois os sucessores têm direito ou responsabilizam-se pelo 
objeto, que permanece íntegro, apesar da morte da parte”.
● Exemplo: ” Prestação cujo objeto é um cavalo, o óbito de um dos 
credores não afeta a própria natureza do objeto, o que permitirá que 
qualquer dos credores possa exigir, incluindo-se aí os herdeiros”
● Se a coisa for indivisível, aplica-se as regras das obrigações 
indivisíveis.
“Art. 271. Convertendo-se a prestação 
em perdas e danos, subsiste, para 
todos os efeitos, a solidariedade”.
● Mesmo convertida em perdas e danos, está mantida e solidariedade 
(regra inversa das obrigações indivisíveis)
“Art. 272. O credor que tiver remitido 
a dívida ou recebido o pagamento 
responderá aos outros pela parte 
que lhes caiba”.
● Quem remite (perdoa) ou recebe, deve pagar aos demais 
na relação interna.
● Ex: “Na hipótese de “A”, “B” e “C” figurarem como credores 
solidários de “D”, na quantia de R$ 120,00, nada impede que 
“A” perdoe o débito de “D” em sua integralidade, pois quem 
tem o direito de exigir o pagamento integral pode também 
efetuar a remissão do total do débito. Porém, “B” e “C” 
manterão suas pretensões individuais de R$40,00, não mais 
em face de “D”, pois a obrigação foi extinta, e sim contra o 
cocredor “A”.
“Art. 273. A um dos credores solidários 
não pode o devedor opor as 
exceções pessoais oponíveis aos 
outros”.
● Exceções pessoais não podem ser opostas aos demais
● Exceção = defesa
● As defesas pessoais de um devedor contra um credor 
não pode ser oposta aos demais
● Ex: “O devedor comum A não pode se recusar ao 
pagamento ao credor B sob o pretexto de 
anulabilidade resultante de uma suposta coação 
praticada pelo cocredor C. Mas, perante este, poderá 
agir livremente em razão da exceção pessoal”
● As exceções comuns podem ser opostas a qualquer 
um dos credores
● Ex: prescrição
“Art. 274. O julgamento contrário a um 
dos credores solidários não atinge os 
demais, mas o julgamento favorável 
aproveita-lhes, sem prejuízo de 
exceção pessoal que o devedor tenha 
direito de invocar em relação a 
qualquer deles”. (Redação dada pela 
Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
● Sentença desfavorável não prejudica demais credores, 
mas a favorável os beneficia
● Salvo se ela for favorável em questão pessoal
● “Se a pretensão levada em juízo por um dos credores for 
julgada improcedente no mérito por qualquer motivo, a 
eficácia da sentença não repercutirá sobre os demais 
credores.Ou seja, a imutabilidade, a indiscutibilidade da 
coisa julgada não os alcançará, podendo ajuizarações na 
tutela de seus créditos a posteriori. Nada obstante, sendo 
o julgamento de procedência, os seus efeitos beneficiam 
os demais credores, excetuando-se os casos em que o 
devedor tiver exceção pessoal contra um dos credores que 
não participou do processo”.
“Art. 275. O credor tem direito a exigir e 
receber de um ou de alguns dos devedores, 
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o 
pagamento tiver sido parcial, todos os 
demais devedores continuam obrigados 
solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia 
da solidariedade a propositura de ação 
pelo credor contra um ou alguns dos 
devedores”.
Solidariedade Passiva (Art.275 a 285,CC)
● “Na solidariedade passiva unificam-se os devedores, sendo facultado 
ao credor exigir de qualquer deles o adimplemento integral da 
prestação”
● Pluralidade de devedores
● A totalidade da prestação pode ser exigida de cada devedor 
isoladamente
● Ao contrário das obrigações com solidariedade ativa, que só possui 
hipóteses contratuais, a passiva possui várias hipóteses legais.
● Ex: entre fiadores
Nas solidariedade passiva, é muito comum existir um devedor principal e 
os outros solidários serem seus garantes. 
Por exemplo, em uma relação de fiança, existe o devedor principal, que na 
relação interna é o responsável por 100% do débito, e os solidários existem 
como garantia de recebimento para o credor, não sendo efetivos 
devedores, mas podendo ser exigidos pela integralidade da dívida. Já na 
solidariedade ativa, o comum é que todos os credores solidários sejam 
efetivos credores na relação interna.
● No entanto, tal fato só possui relevância na análise da relação interna 
entre os devedores solidários. Isso porque, o credor, 
independentemente da existência de devedor principal, pode exigir a 
totalidade da prestação de qualquer um dos devedores solidários.
“Art. 276. Se um dos devedores solidários 
falecer deixando herdeiros, nenhum 
destes será obrigado a pagar senão a 
quota que corresponder ao seu quinhão 
hereditário, salvo se a obrigação for 
indivisível; mas todos reunidos serão 
considerados como um devedor solidário 
em relação aos demais devedores”.
Em caso de falecimento de devedor solidário, cada herdeiro responde pelo seu 
quinhão NA SOLIDARIEDADE.
● Independentemente da relação interna
● Discussão da relação externa
● Reunidos são 1 devedor solidário
● Os herdeiros são solidários aos outros devedores com limitação ao 
quinhão hereditário
● Diferentemente da solidariedade ativa, em que o falecimento de um dos 
credores solidários afasta a solidariedade quanto aos herdeiros; na 
passiva o falecimento de um devedor solidário não a afasta. Isso porque, 
em ambas as situações o legislador visou a proteção do crédito. Na ativa, 
os herdeiros não poderiam permanecer solidários e poder exigir a dívida 
toda, pois não foi à eles que os outros credores manifestaram a confiança 
necessária para a configuração desse tipo de relação. Em contrapartida, 
na solidariedade passiva, se a solidariedade fosse afastada dos herdeiros, 
tornaria-se mais difícil a satisfação do crédito, uma vez que existiria uma 
pessoa a menos a quem exigir a integralidade da dívida.
Exemplo: A é credor de B, C e D em R$ 900.000,00 . Se D morrer e deixar 3 herdeiros 
com direitos equivalentes à herança X, Y e Z quanto A poderá exigir de cada um 
deles?
● Como o falecimento de devedor solidário não afasta a solidariedade, X, Y e 
Z continuam solidários à B e C em relação à dívida de R$ 900.000,00, porém 
no limite do quinhão hereditário respectivo de cada um. Como a herança 
foi equivalente para os três, cada um herdará 1/3 da dívida inteira, e não 1/3 
da parte devida por D na relação interna. Então, A poderia exigir de cada 
um dos herdeiros R$ 300.000,00. Note, que é irrelevante saber sobre a 
relação interna entre os devedores. Isso porque, os herdeiros responderão 
pelo seu quinhão NA SOLIDARIEDADE e não na quota de débito de D.
Em comparação, se A, B e C fossem credores solidários de D em R$ 900.000 e C morresse, 
deixando três herdeiros X, Y e Z, com herança na proporção de 25%, 25% e 50%, 
respectivamente. A relação interna entre os credores se dava na proporção A-50%, B-25% e 
C-25%. Quanto Z poderia exigir de D?
● Trata-se de um caso de solidariedade ativa, por isso a morte de um dos credores 
solidários afasta a solidariedade quanto aos herdeiros, que só podem exigir a cota do 
crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário. Então, primeiramente deve-se 
analisar qual era a quota de crédito referente a C dentro da relação interna, que no 
caso era 25% de R$900.000 ,isto é, R$ 225.000. Essa quantia deve ser divida entre os 
herdeiros na proporção do quinhão hereditário de cada um. Então ficaria: 25% do 
crédito para X (R$ 56.250); 25% do crédito para Y (R$ 56.250) e 50 % para Z (R$ 112.500). 
Portanto, Z poderia exigir de D R$ 112.500. Note, que X, Y e Z herdaram apenas a quota 
parte de C, tendo a solidariedade afastada, o que torna necessária a análise da relação 
interna entre os credores solidários. Essa quota de crédito foi dividida entre os 
herdeiros na proporção de seu quinhão de herança e representa o valor que pode ser 
exigido por cada um deles.
“Art. 278. Qualquer cláusula, condição 
ou obrigação adicional, estipulada 
entre um dos devedores solidários e 
o credor, não poderá agravar a 
posição dos outros sem 
consentimento destes”.
Um devedor não pode agravar a situação dos demais
● O fato de um devedor ampliar a situação de seu débito 
não atinge os outros devedores
● “Assim, qualquer cláusula, condição ou obrigação 
adicional estipulada entre um dos devedores solidários e o 
credor possuirá eficácia inter partes e não poderá 
agravar a posição dos outros sem o consentimento destes”
● Exemplo: Se A, B e C são devedores solidários do valor 
referente a locação de um salão de festas e C resolver, sem 
o consentimento dos outros, alugar, também o serviço de 
decoração do salão, A e B não serão devedores do valor 
acrescido pela decoração.
“Art. 279. Impossibilitando-se a 
prestação por culpa de um dos 
devedores solidários, subsiste para 
todos o encargo de pagar o 
equivalente; mas pelas perdas e 
danos só responde o culpado”.
Se a obrigação se extingue por culpa de um devedor:
● Equivalente (valor da própria coisa) : todos
● Perdas e danos ( todos os prejuízo que não o valor da 
própria coisa) : culpado
● Exemplo: A B e C eram devedores solidários de um carro de 
colecionador único que o credor D levaria para uma 
competição. D já havia, inclusive, comprado as passagens 
e pago a inscrição referente ao concurso. Caso C, por 
motivo de embriaguez ao volante, batesse tal carro e 
desse perda total no veículo, A, B e C teriam que pagar à D 
o equivalente ao preço do carro, mas somente C arcaria 
com as perdas e danos (preço das passagens, inscrição 
etc).
“Art. 280. Todos os devedores 
respondem pelos juros da mora, 
ainda que a ação tenha sido 
proposta somente contra um; mas o 
culpado responde aos outros pela 
obrigação acrescida”.
A mora afeta todos, mas na relação interna recai sobre o 
culpado.
“Art. 281. O devedor demandado pode 
opor ao credor as exceções que lhe 
forem pessoais e as comuns a todos; 
não lhe aproveitando as exceções 
pessoais a outro co-devedor.”
● Exceções pessoais não aproveitam codevedores
● Só apresenta exceção quem deve
● Ex: qualquer dos devedores solidários pode alegar uma 
nulidade ou prescrição da pretensão, por ser um exceção 
comum. Porém, um caso de incapacidade ou alegação de 
nulidade do negócio jurídico por coação, por ser uma 
exceção personalíssima, só pode ser alegada por aquele 
que se encontra na situação.
“Art. 282. O credor pode renunciar à 
solidariedade em favor de um, de 
alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor 
exonerar da solidariedade um ou 
mais devedores, subsistirá a dos 
demais”.
● O credor pode liberar o devedor da solidariedade e 
cobrar apenas a sua quota parte referente à relaçãointerna.
● Liberação da solidariedade quanto a um codevedor não 
atinge os demais, que continuam devedores solidários.
● Liberar ≠ Perdoar
● Se o credor perdoa a dívida sem liberar o devedor da 
solidariedade antes, estará perdoando o débito todo , de 
todos os devedores
● O perdão é extensivo
● Se o credor tem a intenção de perdoar apenas a 
dívida de um devedor específico, deverá liberá-lo da 
solidariedade antes e, assim, perdoar apenas sua 
quota parte
“Art. 284. No caso de rateio entre os 
co-devedores, contribuirão também 
os exonerados da solidariedade pelo 
credor, pela parte que na obrigação 
incumbia ao insolvente”.
● Remissão de um codevedor não o retira do rateio pelas 
perdas causadas pelo insolvente.
● O credor não é capaz de interferir na relação interna.

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