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Aula6PrincipaisIntercorrnciasnaGestao_20220411173300

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Profa. Raquel Senna
2022.1
Aula 6 – Principais 
Intercorrências na 
Gestação
NUTRIÇÃO 
MATERNA 
INFANTIL
Objetivos
✓ Identificar as principais intercorrências clínicas e alimentares relacionadas à gestação e
a sua relação com o manejo nutricional;
✓ Aplicar a conduta nutricional adequada de acordo com a intercorrência gestacional
diagnosticada.
• Diabetes gestacional;
• Síndromes hipertensivas;
• Gestação na adolescência;
• Gestação múltipla;
Condições de Risco na Gestação
Diabetes Gestacional
Diabetes Gestacional
• Repercussões maternas:
(Krause, Accioly, MS 2019)
✓Infecções urinárias
✓Hiperglicemia
✓Cetoacidose
✓Necessidade de parto cirúrgico
✓Risco do desenvolvimento de
DM tipo 2 ao longo da vida.
• Repercussões fetais:
(Krause, Chemin, Dan e Accioly)
✓Macrossomia
✓Sofrimento fetal durante o
parto
✓Hipoglicemia neonatal
✓Má formação congênita
✓Morte fetal ou perinatal
✓Prematuridade
✓Traumas no nascimento por
desproporção céfalo-pélvica
Diabetes Gestacional
Diabetes Gestacional
SBD, 2019
Fisiopatologia
Diabetes Gestacional
✓ A gestação se caracteriza um estado resistência a insulina.
✓ Alguns hormônios produzidos pela placenta e outros
aumentados pela gestação, tais como lactogênio
placentário (HPL), cortisol e prolactina, podem promover
redução da atuação da insulina em seus receptores e,
consequentemente, um aumento da produção de insulina
nas gestantes saudáveis.
✓ Esse mecanismo, entretanto, pode não ser observado em
gestantes que já estejam com sua capacidade de
produção de insulina no limite.
✓ Essas mulheres tem insuficiente aumento
de produção de insulina e, assim, podem
desenvolver diabetes durante a gestação.
Efeito para o feto: a insulina materna 
não atravessa a placenta.
* Diabetes descontrolado ocorre 
transferência exagerada de glicose para 
o feto - hipertrofia das células β fetal -
hiperinsulinismo -  tecido adiposo 
fetal. 

Macrossomia.
TERAPIA NUTRICIONAL
Objetivos: de atingir as metas glicêmicas, ganho de peso materno adequado e para prevenir a ocorrência de
desfechos fetais e neonatais desfavoráveis.
*Avaliação Antropométrica:
❑ Seguir a mesma recomendação do
MS para gestantes não diabéticas,
ganho de peso de acordo com a
avaliação nutricional. (MS, 2017).
*Energia
❑ A dieta deve permitir o ganho de peso
adequado, seguindo as mesmas
recomendações de gestante sadia. A
perda de peso não é recomendada.
(MS, 2017).
Diabetes Gestacional
(MS, 2019)
Edulcorantes:
❖ Podem ser usados como alternativa para a substituição da sacarose (açúcar), entretanto, seu uso deve
ser feito de forma moderada, não ultrapassando as quantidades máximas de 6 sachês ou 15 gotas/dia.
(MS, 2019)
* Deve-se orientar a leitura dos rótulos de alimentos para identificar os edulcorantes contidos nos alimentos.
Diabetes Gestacional
Síndromes Hipertensivas na Gestação (SHG)
• ↑ morbimortalidade materna e fetal;
• 20 a 25% dos óbitos maternos;
• Obesidade e DM aumentam risco para SHG;
• Complicações fetais: Redução do suprimento de oxigênio e nutrientes; Baixo peso ao nascer;
• Prevenção com adequado GPG, alimentação adequada em macro e micronutrientes, prática de
atividades físicas quando não há contraindicações.
Classificação das síndromes hipertensivas da gravidez
❑ Hipertensão gestacional (sem proteinúria):
*Aparecimento após a 20ª SG - acomete mulheres
normotensas;
*Hipertensão: PAS > 140mmHg / PAD > 90mmHg
(Krause).
*Geralmente há normalização da PA no pós parto
(após a 6a semana), mas pode evoluir para PE
quando a hipertensão associa-se à proteinúria.
Síndromes Hipertensivas na Gestação (SHG)
❑ HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA NA GESTAÇÃO
*Diagnosticada antes da 20a SG ou antes da
gestação;
*Causas: vascular; endócrina; induzida por droga ou
de origem renal, obesidade, etc.
Classificação PAS 
(mmHg)
PAD 
(mmHg)
Normal < 120 < 80
Pré-
hipertenso
120 - 139 80 – 89
Hipertensão
Estágio 1 140 - 159 90 – 99
Estágio 2 > 160 > 100
❑ PRÉ-ECLÂMPSIA (PE)
Hipertensão arterial: PA > 140mmHg / 90mmHg
ou aumento de 15mmHg na PAD previamente
conhecida + proteinúria significativa:
valores > 300 mg na urina de 24h;
Geralmente após 20a SG;
Pode haver ou não edema;
Pode acometer mulheres previamente
normotensas e sem proteinúria;
Geralmente há remissão dos sinais da PE no
puerpério.
Síndromes Hipertensivas na Gestação (SHG)
❑ ECLÂMPSIA
Presença de convulsões generalizadas em gestantes
com qualquer dos quadros hipertensivos, não
causadas por epilepsia ou qualquer outra patologia
convulsiva, podendo ocorrer na gravidez ou parto ou
até 10 dias de puerpério.
❑ SÍNDROME HELLP
Em inglês, a sigla significa: H: hemólise; EL: elevação
das enzimas hepáticas; LP: baixa contagem de
plaquetas.
Quadro clínico – hemólise, elevação enzimas
hepáticas e plaquetopenia.
Síndromes Hipertensivas na Gestação (SHG)
Ajuste Fisiológico na Gestação
Fisiopatologia
TERAPIA NUTRICIONAL
Síndromes Hipertensivas na Gestação (SHG)
Estágio 1
PA = 140-159 x 90-99 mmHg
❑ Sódio
Nutriente essencial para o controle do
compartimento fluido extracelular. Sua restrição
aumenta o edema nas SHG. Dieta normossódica
- até 6g/ dia.
❑ Proteína
Visa correção de hipoproteinemia e adequação
do desenvolvimento fetal. Dieta hiperproteica:
2g/ kg/ dia.
Conclusão: dieta normocalórica, normossódica e
hiperproteica.
Estágio 2
PA > 160 x 100 mmHg
Internação obrigatória!
❑ Dieta Normossódia (6g/ dia de NaCl)
❑ Em caso de HAS persistente ou crônica, pode-se
adotar a dieta hipossódica, com no máximo 2 a
3g/ dia de NaCl.
Conclusão: dieta normocalórica, hipo ou
normossódica e hiperprotéica.
CÁLCIO
✓ Relação inversa com o desenvolvimento de PE.
Autores recomendam suplementação com
2g/dia a partir do 2o trim para gestantes de risco
com histórico de SHG.
✓ Na gestação ocorre expansão do volume
extracelular, aumento da filtração glomerular, o
que aumenta a excreção do Ca (calciúria) e
aumento da sua demanda para atender as
necessidades fetais.
✓ Acredita-se que a  ingestão resulta em  do
hormônio paratireoidiano (PTH),  contração da
musculatura lisa vascular, a PA.
Síndromes Hipertensivas na Gestação (SHG)
ÔMEGA 3
✓ Possui efeito inibitório na produção de
tromoboxano e  da prostaciclina, com  da
agregação plaquetária e da vasodilatação.
✓ Usar 2 a 3 porções de peixe/ semana.
Vitaminas
✓ Ênfase em Vitaminas A, C e E. Antioxidante,
controlam a peroxidação lipídica, evitando a
lesão endotelial e a ação vasoconstrictora do
tromboxano.
Gestação na Adolescência
• Condições comportamentais e socioeconômicas desfavoráveis;
• Estruturas biológicas imaturas;
• Maior prevalência de baixo peso e anemia;
• Período de crescimento e desenvolvimento da adolescente.
Início tardio do Pré-natal –
aumento do risco de 
resultado obstétrico 
desfavorável 
Avaliação e acompanhamento nutricionais requerem 
maior atenção. 
 50% das adolescentes mantêm seu crescimento durante a gestação, embora seja
mais lento do que as não grávidas, promovendo uma competição pelos nutrientes
ou imaturidade em transferi-los para o feto, gerando conceptos de menor peso.
Outras 50% interrompem seu crescimento linear comprometendo sua estatura
final (Dan).
 Para avaliação do EN pré-gestacional recomenda-se a classificação pela curva da
OMS de IMC/idade.
Gestação na Adolescência
Gestação na Adolescência
* Aferir altura em todas as consultas.
Tabelas de avaliação de IMC da OMS (2007): http://origin.who.int/growthref/who2007_bmi_for_age/en/
IOM – avaliação nutricional através do IMC – peso pré-gestacional ou até 14ª semana gestacional.
http://origin.who.int/growthref/who2007_bmi_for_age/en/
Avaliação Antropométrica
Classificação do EN de adolescentes, sexo feminino, segundo IMC pré-gestacional (MS, 2008):
Após classificação do estado nutricional pelo IMC, programar GPG e plano alimentar da mesma forma que
para gestante adulta, utilizando fórmulas de VET específicas para idade.
Gestação na Adolescência* Cálculo do VET
VET = (TMB x FA) + AEG
FAO/OMS
Cálculo da taxa metabólica basal (TMB):
10 a 18 anos – TMB = 13,384 x P(kg) + 692,6
18 a 30 anos – TMB = 14,818 x P(kg) + 486,6
Adicional energético da 
gestação (AEG) 
1° trimestre = 85 kcal/dia
2° trimestre = 285 kcal/dia
3° trimestre = 475 kcal/dia
Gestação na Adolescência
* Cálculo do VET
VET = EER + AEG
Adolescentes < 19 anos, IMC < 25 kg/m²
EER = 135,3 - (30,8 x idade[anos]) + FA x [(10 x peso[kg]) + (934 x altura[m])] + 25
Adolescentes < 19 anos, IMC ≥ 25 kg/m²
EER = 389 – (41,2 x idade[anos]) + FA x [(15 x peso[kg]) + (701,6 x Altura[m])]
Adicional energético da gestação 
(AEG) 
1° trimestre = 0 
2° trimestre = 340 kcal/dia
3° trimestre = 452 kcal/dia
Gestação na Adolescência
Institute of Medicine (IOM)
* Cálculo do peso desejável para gestantes adolescentes:
Peso (kg) = IMC x Estatura2
Percentil 50 IMC para idade de meninas adolescentes (OMS):
Gestação na Adolescência
https://ods.od.nih.gov/HealthInformation/Dietary_Reference_Intakes.aspx
Gestação na Adolescência
https://ods.od.nih.gov/HealthInformation/Dietary_Reference_Intakes.aspx
Gestação Gemelar
• Principais riscos maternos: hiperêmese, DMG, SHG, anemia, hemorragia, parto cesária.
• Maior chance de gestação múltipla: idade materna avançada e reprodução assistida.
Programa Nutricional – estabelecer as adequadas
taxas de ganho ponderal para alcançar bons
resultados de peso ao nascer ( 2500g) e tempo
gestacional maior ( 36 semanas).
Gestação Gemelar
Cálculo do VET
*Seguir as mesmas orientações para gestantes de feto único em relação ao cálculo do VET.
* Adicional de energia – adicionar 450 kcal a partir do 2º semestre ou realizar o cálculo
individualizado.
Goodnight W et al. Obstet Gynecol 2009;114:1121–34.
Ferro – 30 mg
Ácido Fólico – 1000 mcg
Vitamina D – 25 mcg
EPA/DHA – 300 – 500 mg
Cálcio – 1.500 mg
Gestação Gemelar
❑ ACCIOLY, E., SAUNDERS, C. e LACERDA, E.M.A. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. 2ª Edição, Rio
de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 2012.
❑ VITOLO, M.R. Nutrição - Da Gestação ao Envelhecimento. 2ª Edição, Ed. Rubio, 2014.
❑ MAHAN, L.K., ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª Edição, São
Paulo: Elsevier, 2013.
❑ MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica. Manual de Pré-natal de Baixo Risco. Brasília.
2012.
Referências Bibliográficas
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