Prévia do material em texto
Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Economia Empresarial e Matemática Financeira Microeconomia na Economia Empresarial Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Clovis Cabrera Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • A Teoria da Demanda e da Oferta; • Os Mercados Competitivos; • Os Mercados não Competitivos. Fonte: Getty Im ages Objetivos • Avaliar, através dos conceitos de demanda, oferta e equilíbrio, a situação econômica da empresa; • Estudar os mercados competitivos e não competitivos na Economia Empresarial. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Microeconomia na Economia Empresarial UNIDADE Microeconomia na Economia Empresarial Contextualização Nesta unidade, apresentaremos os estudos sobre Microeconomia na Economia Em- presarial de uma maneira simples e amigável. Esperamos que o conteúdo apresentado seja atual e relevante para as empresas. Além disso, apresentaremos vários artigos e publicações que aparecem em vários sites e livros, que procuram apresentar situações de como as empresas utilizam os vários processos da Economia Empresarial. Muitas das empresas que vamos discutir são bem familiares e de várias áreas do mer- cado de negócios. Utilizamos exemplos de empresas do mundo todo. Esperamos que você perceba a importância da Microeconomia na Economia Empre- sarial, se interesse e aprenda bastante sobre o tema desta unidade. 6 7 A Teoria da Demanda e da Oferta A Microeconomia ou Teoria Microeconômica se preocupa com a determinação dos preços e das quantidades em mercados específicos, estudando o comportamento dos con- sumidores, dos produtores e do mercado no qual interagem (VASCONCELLOS, 2015). O objetivo básico da Microeconomia é tentar responder as seguintes questões: O que determina o preço dos diversos tipos de bens e serviços? O que determina a remunera- ção de um trabalhador? O que determina o quanto de cada mercadoria será produzido? O que determina a maneira como um indivíduo gasta sua renda entre os mais diversos tipos de bens e serviços? (OTTO NOGAMI, 2016). Através do estudo da Demanda e da Oferta, podemos entender melhor como as em- presas lidam com os preços e com as quantidades negociadas de produtos e/ou serviços consumidos pelo mercado. Demanda Demanda é a quantidade de um produto ou serviço que uma pessoa deseja adquirir por um preço de mercado, desde que ela tenha condições de comprar, num determinado período de tempo. Podemos entender que a Demanda é um desejo, e não a compra. Se a pessoa não puder pagar por esse produto ou serviço, em um determinado período de tempo, então não temos Demanda. Fatores que Influenciam a Demanda Existem vários fatores que podem influenciar a Demanda, tais como: o preço do bem; a renda ou o salário do consumidor; o gosto e preferência do consumidor; o preço dos bens re- lacionados e as expectativas sobre preços, rendas ou disponibilidade (OTTO NOGAMI, 2016). Análise dos fatores que influenciam a Demanda: 1. Preço do Bem: quanto maior o preço do bem, menor deverá ser a quantidade a ser adquirida desse bem, e quanto menor for o preço do bem, maior deverá ser a quantidade adquirida desse bem. 2. Renda do Consumidor: de um modo geral, uma elevação na renda do consu- midor deverá provocar uma elevação nas quantidades adquiridas. 3. Gosto e Preferência do Consumidor: mudanças envolvendo gosto e preferên- cias do consumidor podem causar uma variação nas quantidades a serem adqui- ridas de um determinado bem. 4. Preço dos Bens Relacionados: a variação no preço de um bem pode causar a variação da quantidade a ser adquirida de um Bem Complementar (por exemplo: pão e manteiga) ou de um Bem Substituto (por exemplo: manteiga e margarina). 5. Expectativas sobre Preços, Rendas ou Disponibilidade: esperança de que no futuro os preços possam aumentar ou diminuir, que a renda pessoal também possa aumentar ou diminuir, e que a disponibilidade de um determinado bem possa também aumentar ou diminuir. 7 UNIDADE Microeconomia na Economia Empresarial Esses fatores podem variar ao mesmo tempo, ficando difícil avaliar o efeito de cada um deles sobre a Demanda. Para simplificar esse problema, vamos considerar só as alte- rações da Demanda em relação às mudanças de preços, mantendo constantes a renda do consumidor, os preços dos bens relacionados, os gostos, as preferências e as expectativas. Vamos supor que um consumidor qualquer não está disposto a adquirir durante o mês 1 kg de carne de filet mignon por R$ 50,00 / kg, pois considera o preço do pro- duto muito elevado. Se diminuirmos o preço para R$ 40,00 / kg, ele pode estar disposto a adquirir 2 kg de filet mignon. Se diminuirmos o preço para R$ 30,00 / kg, ele estará disposto a comprar 4 kg por mês. Se diminuirmos o preço para R$ 20,00 / kg, ele poderá comprar 6 kg por mês. Se diminuirmos o preço para R$ 10,00 / kg, ele comprará 8 kg por mês. Graficamente, essa relação Preço-quantidade demandada pode ser vista na Figura 1. Figura 1 – Preço-quantidade demandada Fonte: Acervo do Conteudista Na Figura 1, a reta que representa graficamente a relação Preço-quantidade deman- dada é desenhada da esquerda para a direita, e sua inclinação de cima para baixo (nega- tiva) mostra que a quantidade adquirida aumenta quando o preço diminui. Nessa Figura 1, podemos notar: 1. preço (P) diminui → quantidade demandada (Qd) aumenta; 2. preço (P) aumenta → quantidade demandada (Qd) diminui. Assim sendo, podemos definir a “Lei Geral da Demanda” como sendo a quantidade demandada de um bem ou serviço, em qualquer período de tempo, que varia inversa- mente ao seu preço, pressupondo-se que tudo o mais que possa afetar a Demanda per- maneça constante, como, por exemplo, a renda, o gosto e preferência do consumidor, o preço dos bens relacionados e as expectativas quanto à renda, preços e disponibilidades (OTTO NOGAMI, 2016). 8 9 Devemos observar: 1. A Demanda pode variar com o tamanho da população. Se a população aumen- tar, o número de consumidores pode aumentar, deslocando, assim, a reta que representa graficamente a relação Preço-quantidade demandada para a direita. Se a população diminuir, o número de consumidores deverá diminuir, deslocan- do essa reta para a esquerda. 2. A reta que representa graficamente a relação Preço-quantidade demandada da Figura 1 poderia ser, na verdade, uma linha qualquer decrescente. Existem duas exceções à Lei Geral da Demanda: 1. Os Bens de Giffen: bens de baixo valor, mas de grande peso no orçamento de pessoas de baixa renda (pão, batata, arroz, carne de segunda). Se os preços desses produtos subirem, não vai sobrar renda para essas pessoas adquirirem outros produtos mais caros, e elas vão consumir maiores quantidades desses produtos porque é o mais barato que podem comprar. 2. Os Bens de Veblen: bens de consumo que dão prestígio social (carros de luxo, obras de arte, joias). Se os preços desses produtos subirem,há uma maior pro- cura devido a ostentação de algumas pessoas da sociedade. Oferta Oferta é a quantidade de um produto ou serviço que um produtor deseja disponibili- zar no mercado, num determinado período de tempo. Assim sendo, podemos entender que a Oferta não é venda, mas um desejo, e deve- mos expressar essa Oferta como uma quantidade de bens e/ou serviços, em um deter- minado período de tempo, que podem ser colocados no mercado. Fatores que Determinam a Oferta Existem vários fatores que podem afetar a Oferta de um determinado bem ou serviço, tais como: o preço do bem; os preços dos fatores de produção; a tecnologia; o preço dos outros bens; as expectativas e as condições climáticas (OTTO NOGAMI, 2016). Análise dos fatores que influenciam a Oferta: 1. Preço do Bem: quanto maior for o preço do bem, maior deverá ser a quantida- de ofertada desse bem, e quanto menor for o preço do bem, menor deverá ser a quantidade ofertada desse bem. 2. Preços dos Fatores de Produção: se os custos de produção diminuírem, po- demos ter um aumento do lucro da empresa, o que poderá aumentar a oferta desse produto no mercado. Caso os custos de produção aumentem, podemos ter uma diminuição do lucro da empresa, o que poderá diminuir a oferta desse produto no mercado. 9 UNIDADE Microeconomia na Economia Empresarial 3. Tecnologia: o desenvolvimento de novas tecnologias pode permitir uma produ- ção maior com custos menores, aumentando o lucro da empresa fornecedora, o que pode aumentar a oferta do produto ou serviço. 4. Preço dos Outros Bens: a variação no preço de um bem pode causar a varia- ção da oferta a ser disponibilizada de um Bem Complementar (pão e manteiga) ou de um Bem Substituto (manteiga e margarina). 5. Expectativas: esperança de que no futuro os preços do produto ou serviço pos- sam aumentar ou diminuir. 6. Condições Climáticas: os produtos agrícolas, dependendo das condições cli- máticas, podem apresentar uma grande variação nas quantidades ofertadas. Esses fatores podem variar ao mesmo tempo, ficando difícil avaliar o efeito de cada um deles sobre a Oferta. Para simplificar esse problema, vamos considerar a variação en- tre a quantidade ofertada e o preço do produto, mantendo constantes os fatores de pro- dução, a tecnologia, o preço dos outros bens, as expectativas e as condições climáticas. Vamos supor que uma Editora de livros está disposta a oferecer no mercado só 1.000 livros por mês se o preço do livro for R$ 20,00, pois considera o preço do livro muito baixo. Caso o preço do livro passe para R$ 30,00 a unidade, então a Editora pode oferecer ao mercado 2.000 livros mensais. Se o preço de cada livro aumentar para R$ 40,00 a unidade, então ela vai oferecer para o mercado 3.000 livros. Se o preço de cada livro aumentar para R$ 50,00 a unidade, então ela vai oferecer para o mercado 4.000 livros. Graficamente, a relação Preço-quantidade ofertada é vista na Figura 2. Figura 2 – Preço-quantidade ofertada Fonte: Acervo do Conteudista Na Figura 2, a reta que representa graficamente a relação Preço-quantidade ofertada é desenhada da esquerda para a direita, e sua inclinação de baixo para cima (positiva) mostra que a quantidade disponibilizada aumenta à medida que o preço aumenta. 10 11 Nessa Figura 2, podemos notar: 1. preço (P) aumenta → quantidade ofertada (Qo) aumenta; 2. preço (P) diminui → quantidade ofertada (Qo) diminui. Assim sendo, podemos definir a “Lei Geral da Oferta” de um produto ou serviço qual- quer, em um determinado período de tempo, como a variação na razão direta da variação de preços desse produto ou serviço, pressupondo-se que tudo o mais que possa afetar a Oferta permaneça constante, como, por exemplo, os preços dos fatores de produção, a tecnologia, o preço dos outros bens, as expectativas e as condições climáticas (OTTO NOGAMI, 2016). Devemos observar: 1. A Oferta pode variar com a quantidade de fornecedores que vão disponibilizar os pro- dutos ou serviços. Se o número de fornecedores aumentar, a reta que representa gra- ficamente a relação Preço-quantidade ofertada poderá se deslocar para a direita. Se o número de fornecedores diminuir, essa reta poderá ser deslocada para a esquerda. 2. A reta que representa graficamente a relação Preço-quantidade ofertada da Figura 2 poderia ser, na verdade, uma linha qualquer crescente. Equilí brio Vamos considerar que existam muitos consumidores e muitos fornecedores de pro- dutos e/ou serviços no mercado, de maneira que nenhum deles consiga influenciar sig- nificativamente os preços e as quantidades ofertadas e demandadas. Se representarmos em um único gráfico a Demanda e a Oferta, vamos verificar que existe apenas um preço para o qual a quantidade demandada é exatamente igual à quan- tidade oferecida. O preço que faz com que a quantidade demandada seja exatamente igual à quantidade ofertada é chamado de Preço de Equilíbrio ou Preço de Mercado, e a quantidade correspondente a esse Preço de Equilíbrio é chamada de Quantidade de Equilíbrio (OTTO NOGAMI, 2016). Graficamente, a relação Preço-quantidade de equilíbrio pode ser vista na Figura 3. Figura 3 – Preço-quantidade de equilíbrio Fonte: Acervo do Conteudista 11 UNIDADE Microeconomia na Economia Empresarial No Ponto de Equilíbrio E (p0, q0), há uma tendência normal ao equilíbrio porque não existem pressões para alterar preços. Os planos dos compradores são consistentes com os planos dos vendedores, e não existem filas e estoques não planejados pelas empresas (VASCONCELLOS, 2015). O mercado, através dos consumidores e fornecedores, procura encontrar um equi- líbrio em relação aos preços dos produtos e/ou serviços, e em relação às quantidades ofertadas e demandadas. Se houver um aumento do preço no mercado, poderá ocorrer um aumento da Ofer- ta, mas esse aumento do preço implicará numa diminuição da Demanda. Então, os fornecedores, para aumentar a quantidade vendida ou demandada, terão que diminuir o preço de seus produtos e/ou serviços, tendendo novamente para uma situação de equilíbrio de mercado. Se houver uma diminuição do preço no mercado, poderá ocorrer um aumento da Demanda, mas essa diminuição do preço implicará numa diminuição da Oferta. Então, os consumidores terão que pagar mais pelos produtos e/ou serviços disponíveis, possibi- litando um novo acréscimo da quantidade ofertada, tendendo, assim, para uma situação de equilíbrio de mercado. Elasticidade Elasticidade é a variação percentual de uma variável em relação à variação percentual de outra variável. Elasticidade da Demanda Como a Demanda é “sensível” ou “responde” às mudanças de preço, podemos dizer que a Elasticidade da Demanda é o resultado da variação no preço de um bem, acompa- nhada da variação na quantidade demandada desse mesmo bem (OTTO NOGAMI, 2016). Em razão de a fórmula utilizada para calcular a elasticidade da demanda ser a varia- ção porcentual na quantidade demandada dividida pela variação porcentual no preço, e que uma mudança em porcentagem no preço pode provocar uma mudança em por- centagem na quantidade demandada, podemos ter a seguinte Classificação da Oferta: 1. Demanda Elástica (Ed > 1): uma mudança em porcentagem no preço provoca uma mudança maior em porcentagem na quantidade demandada. Ed Variação Porcentual na Quantidade Demandada Variação Porcentual do Preço Qd Qd P P 1 Vamos supor, por exemplo, que uma redução de 20% no preço de um produto provoque uma elevação de 50% na quantidade demandada. 12 13 Assim, o coeficiente de elasticidade-preço da demanda será: Ed = =50 20 2 5 % % , 2. Demanda Inelástica (Ed < 1): uma mudança em porcentagem no preço provo- ca uma mudança menor em porcentagem na quantidade demandada. Ed Variação Porcentual na Quantidade Demandada Variação Porcentual do Preço Qd Qd P P 1 Vamos supor, por exemplo, que uma redução de 20% no preço de um produto provoque uma elevação de 10% na quantidade demandada. Assim, o coeficiente de elasticidade-preçoda demanda será: Ed = =10 20 0 5 % % , 3. Demanda com Elasticidade Unitária (Ed = 1): uma mudança em porcen- tagem no preço provoca uma mudança igual em porcentagem na quantida- de demandada. Ed Variação Porcentual na Quantidade Demandada Variação Porcentual do Preço Qd Qd P P 1 Vamos supor, por exemplo, que uma redução de 20% no preço de um produto provoque uma elevação de 20% na quantidade demandada. Assim, o coeficiente de elasticidade-preço da demanda será: Ed = =20 20 1 % % Elasticidade da Oferta Como a Oferta é sensível a mudanças de preço, podemos dizer que a Elasticidade da Oferta é um importante instrumento para analisar mercados (OTTO NOGAMI, 2016). Devido ser a fórmula utilizada para calcular a elasticidade da oferta a variação por- centual na quantidade ofertada dividida pela variação porcentual no preço, e que uma mudança em porcentagem no preço pode provocar uma mudança em porcentagem na quantidade ofertada, na mesma direção, podemos ter a seguinte Classificação da Oferta: 13 UNIDADE Microeconomia na Economia Empresarial 1. Oferta Elástica (Eo > 1): uma mudança em porcentagem no preço provoca uma mudança, na mesma direção, maior em porcentagem na quantidade ofertada. Eo Variação Porcentual na Quantidade Ofertada Variação Porcentual do Preço Qo Qo P P 1 Vamos supor, por exemplo, que um aumento de 20% no preço de um produto provoque uma elevação de 50% na quantidade ofertada. Assim, o coeficiente de elasticidade-preço da oferta será: Eo = =50 20 2 5 % % , 2. Oferta Inelástica (Eo < 1): uma mudança em porcentagem no preço provoca uma mudança, na mesma direção, menor em porcentagem na quantidade ofertada. Eo Variação Porcentual na Quantidade Ofertada Variação Porcentual do Preço Qo Qo P P 1 Vamos supor, por exemplo, que um aumento de 20% no preço de um produto provoque uma elevação de 10% na quantidade ofertada. Assim, o coeficiente de elasticidade-preço da oferta será: Eo = =10 20 0 5 % % , 3. Oferta com Elasticidade Unitária (Eo = 1): uma mudança em porcentagem no preço provoca uma mudança, na mesma direção, igual em porcentagem na quantidade ofertada. Eo Variação Porcentual na Quantidade Ofertada Variação Qo Qo P P 1 Porcentual do Preço Vamos supor, por exemplo, que um aumento de 20% no preço de um produto provoque uma elevação de 20% na quantidade ofertada. Assim, o coeficiente de elasticidade-preço da oferta será: Eo = =20 20 1 % % 14 15 Os Mercados Competitivos Um mercado de concorrência perfeita é chamado de mercado competitivo. Neste mercado, as quantidades ofertadas, as quantidades demandadas e os preços dos produ- tos e/ou serviços encontram suas condições naturais de equilíbrio. Segundo Vasconcellos e Enriquez Garcia: A concorrência perfeita é um tipo de mercado em que há grande número de vendedores (empresas), de tal sorte que uma empresa, iso- ladamente, não afeta a oferta do mercado nem, consequentemente, o preço de equilíbrio. O grande número de empresas nesse mercado faz com que elas sejam apenas tomadoras de preços ou “price-takers”. (2014, p. 110) Assim sendo, acreditamos que, na maioria das vezes, não devemos ter diferenciação entre os produtos ofertados pelas empresas concorrentes, e que não existam barreiras para o ingresso de novas empresas nesse mercado. A Figura que representa a situação de uma empresa operando nesse mercado com- petitivo ou mercado de concorrência perfeita é a Figura 3: Preço-quantidade de equi- líbrio, onde temos a quantidade ofertada, a quantidade demandada e o preço dos pro- dutos e/ou serviços de mercado no seu ponto de Equilíbrio E (Po e Qo). Uma empresa participante desse mercado sempre irá oferecer uma Oferta maior, que arraste o Ponto de Equilíbrio para um valor maior que Qo, mas mantendo Po constante, e procurando vender o máximo que puder, limitada apenas por sua estrutura de custos. Os Mercados não Competitivos Temos várias possibilidades de mercados não competitivos. Monopólio Segundo Vasconcellos e Enriquez Garcia: O mercado monopolista caracteriza-se por apresentar condições diametralmente opostas às da concorrência perfeita. Nele existe um único empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta, de um lado, e todos os consumidores, de outro. Não há , portanto, concor- rência, nem produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o produto. (2014, p. 112) A empresa que tem o monopólio do mercado é que define o preço dos produtos e/ ou serviços, de acordo com sua capacidade de produção, porque não existem bens con- correntes ou substitutos. 15 UNIDADE Microeconomia na Economia Empresarial As novas empresas não conseguem entrar num mercado monopolista porque esse mercado pode ser considerado estratégico ou de segurança nacional pelo governo lo- cal; ou já existam patentes dos produtos e/ou serviços; ou há a necessidade de um alto investimento dessas novas empresas; ou as matérias-primas utilizadas já são controladas pela empresa monopolista. Oligopólio Segundo Vasconcellos e Enriquez Garcia: O oligopólio é um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de merca- do [...] No oligopólio, tanto as quantidades ofertadas como os preços são fixados entre as empresas por meio de conluios ou cartéis [...] há empresas líderes que, via de regra, fixam o preço, respeitando as es- truturas de custos das demais, e há empresas satélites que seguem as regras ditadas pelas líderes. Esse é um modelo chamado de liderança de preços. (2014, p. 113 - 114) Cartel: é uma organização de empresas dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas desse setor. Concorrência Monopolística “A concorrência monopolística é uma estrutura de mercado intermedi- ária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se con- funde com o oligopólio”. (VASCONCELLOS; ENRIQUEZ GARCIA, 2014, p. 115) Na Concorrência Monopolística, a definição de preços é bastante difícil, porque existe uma grande quantidade de empresas concorrentes participando desse mercado, devido à existência de produtos diferenciados ou substitutos, ou devido à prestação de serviços complementares. Assim sendo, podemos dizer que a quantidade ofertada, a quantidade demandada e o preço dos produtos e/ou serviços tendem ao seu ponto de Equilíbrio, e que pra- ticamente não existem barreiras para o ingresso de novas empresas no mercado de Concorrência Monopolística. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Princípios de microeconomia MANKIW, N. G. Princípios de microeconomia – Trad. da 6. Edição Norte-americana. São Paulo: Cengage Learning, 2014. Microeconomia MILTONS, M. M. Microeconomia. São Paulo: Saraiva, 2016 (e-book). Microeconomia e comportamento ROBERT H. F. Microeconomia e comportamento. 8. ed. Porto Alegre: McGRAW- -HILL Bookman, 2013 (e-book). Microeconomia WALL, S. Microeconomia. São Paulo: Saraiva, 2015 (e-book). Vídeos Curva de Demanda - Conceito Econômico https://youtu.be/S2i1JpnL4G0 Curva de Oferta - Conceito Econômico https://youtu.be/mX3vLAOwNzY 17 UNIDADE Microeconomia na Economia Empresarial Referências OTTO NOGAMI, C. R. M. P. Princí pios de economia. 7. ed. Sã o Paulo : Cengage Learning, 2016. (e-book) VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2015. (e-book) VASCONCELLOS, M. A. S; ENRIQUEZ GARCIA, M. Fundamentos de economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 18