Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIDADE 2 ECONOMIA Organizadores: Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann Estudos de Mercado Prezado estudante, Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina. Objetivo Geral Entender o funcionamento do mercado. Objetivos Específicos • Contribuir para a compreensão do ambiente de mercado; • Identificar os conceitos de demanda e oferta; • Observar a elasticidade dos bens e serviços; • Diferenciar os tipos de estruturas de mercado; • Conhecer os custos fixo e variáveis. Questões Contextuais • Você é capaz de conhecer a oferta do seu produto/serviço? • Você conhece a função de oferta? • Você sabe o que é mercado? unidade 2 V.1 | 2021 ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 28 2.1 A Demanda Para começar esta Unidade, vamos tratar de um conceito que está muito presente em nosso cotidiano: a demanda. Ela diz respeito à procura, ou ao desejo de consumo, por um serviço ou mercadoria, que os consumidores estão dispostos a retirar do mercado a um conjunto de preços em determinado período de tempo. Desta forma, o consumidor está buscando alcançar um determinado nível de satisfação para atender às suas necessidades ilimitadas. A Lei da Demanda mostra uma relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade demandada. Isto é, quando o preço vai em uma direção, a quantidade demandada caminha em direção oposta pressupondo a condição coeteris paribus. Para ilustrar o conceito, vejamos algo bem prático. Conforme a Tabela 2.1, verificamos que, caso o preço da garrafa de água reduza de R$ 5,00 para R$ 3,00, a quantidade a ser consumida passa de uma para três garrafas de água. Tabela 2.1 – Preço e quantidade demandada de garrafas de água. PREÇO QUANTIDADE (GARRAFA DE ÁGUA) R$ 5,00 1 R$ 4,00 2 R$ 3,00 3 R$ 2,00 4 R$ 1,00 5 Fonte: Elaborada pelo autor (2017). Coeteris Paribus é uma expressão do Latim, que significa tudo o mais constante. Quando estamos estudando o comportamento do consumidor diante de diferentes preços, assumimos que nada mudou, tudo continua o mesmo: a renda do consumidor, a qualidade do produto, a utilidade do produto. Fazemos isso, pois, somente dessa forma, teremos a real dimensão da quantidade demandada diante de diferentes preços. Fonte: https://goo.gl/zMEJHh. Acesso em: 7 dez. 2016. GLOSSÁRIO 29 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 O gráfico 2.1 apresenta a representação da curva de demanda por garrafas de água, conforme apresentado na tabela 2.1. Os preços do produto são apresentados no eixo vertical e a quantidade demandada no eixo horizontal. Figura 2.1 – Curva de Demanda. Fonte: Elaborado pelo autor (2017). A curva de demanda mostra as quantidades máximas que o consumidor está disposto a adquirir nos diversos níveis de preços. Assim, ela é negativamente inclinada e indica que a quantidade demandada aumenta quando o preço reduz. E, de modo igual, a quantidade demandada reduz quando o preço aumenta, sempre na condição coeteris paribus. P 5 5 4 4 3 3 1 10 Q 2 2 ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 30 A função de demanda é a expressão matemática que mostra a relação entre a quantidade demandada de um bem ou serviço e os vários fatores que a afetam. É escrita da seguinte forma: QDA = f(PA,Y,PB,G) Em que: • QDA é a quantidade demandada do bem X; • PA é o preço do bem A; • Y é a renda do consumidor; • PB é o preço do bem complementar B; • G são as preferências (gosto) do consumidor. Como você pode perceber, falamos em quantidade demandada de um bem. Mas, você sabe quais são os tipos de bens? 2.1.1 Tipos de Bens Na Economia, a classificação dos bens é feita de acordo com o seu comportamento frente à variação de preços e renda. Desta forma, os bens podem ser classificados como: bem normal, inferior, substituto, complementar e neutro. No bem normal, a quantidade demandada sempre varia do mesmo modo que a renda. Ou seja, se houver um aumento na renda, haverá um aumento da quantidade demandada do bem. O mesmo acontece quando ocorre uma redução da renda, ou seja, também haverá uma redução do bem normal, por exemplo, veículos automotores e pacotes de turismo. O bem inferior tem sua demanda reduzida quando a renda do consumidor aumenta. Consideramos, geralmente, os bens de baixa qualidade como inferiores, por exemplo, a ‘carne de segunda’, pois é uma carne que apresenta baixa qualidade em relação à chamada ‘carne de primeira’, que é mais macia. 31 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 Os bens substitutos são aqueles que são consumidos concorrentemente, isto é, ou um ou outro será consumido. Um aumento no preço de um bem leva a um aumento na quantidade demandada do outro bem, por exemplo, carne de gado e carne de frango. Figura 2.2 – Bens substitutos. Fonte: Pixabay (2019). ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 32 Os bens complementares são aqueles que são consumidos de forma conjunta. Quando há aumento no preço de um bem, a quantidade demandada do outro bem diminui. Por exemplo, café e açúcar, quando há um aumento do preço do café, a sua quantidade demandada cai e também cai a quantidade demandada de açúcar. Esses dois produtos são consumidos juntos, então, consideramos eles como bens complementares. O bem neutro é aquele que uma alteração da quantidade demandada não impacta na preferência do consumidor. O aumento da renda do consumidor não aumentará a demanda do bem. Por exemplo, alimentos básicos de primeira necessidade, como o arroz, tendem a ter uma participação cada vez menor no orçamento do consumidor à medida que sua renda aumenta. 2.1.2 As Mudanças na Curva e da Curva de Demanda A curva de demanda pode sofrer alterações com dois efeitos: o efeito substituição e o efeito renda. O efeito substituição é o efeito em que há alteração provocada na demanda de um bem quando seu preço modifica-se, supondo que a renda permaneça constante. Irá interferir nos bens substitutos e complementares (SANDRONI, 1999). Já o efeito renda é provocado sobre a renda dos consumidores quando os preços aumentam ou diminuem. Como consequência dessa alteração na renda real, devemos esperar que os consumidores comprarão mais (ou menos) de todos os produtos, inclusive aquele cujo preço alterou-se. Esse efeito irá interferir nos bens do tipo normal e inferior. (SANDRONI, 1999). A alteração em algum dos componentes da demanda, ou seja, nos preços dos bens, renda e no gosto do consumidor, gera um deslocamento na curva da demanda. Fique atento e aprenda sobre esses deslocamentos a seguir. 33 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 2.1.2.1 Deslocamento da Demanda Provocado por Variações na Renda Vamos pegar o exemplo de um bem normal e supor um aumento da renda do consumidor (coeteris paribus). Conforme a figura a seguir, podemos verificar que haverá um deslocamento paralelo e para a direita, ou seja, a curva de demanda se deslocará do D1 para o D2. Dessa forma, observamos o aumento do consumo do bem. Figura 2.3 – Deslocamento da reta dado aumento da renda. Fonte: Elaborado pelo autor (2017). Vamos continuar tratando de um bem normal, e por exemplo, supondo uma redução da renda do consumidor, (coeteris paribus), haverá, conforme figura a seguir, um deslocamento paralelo e para esquerda, ou seja, a curva de demanda desloca-se do D1 para D2. Dessa forma, observamos a redução do consumo do bem. � � � � � � � � �� � �� �� � � ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 34 Figura 2.4 – Deslocamento da reta dada redução da renda. Fonte: Elaborado pelo autor (2017). 2.1.2.2Deslocamento da Demanda Provocado por Variações no Preço A variação na quantidade demandada refere-se ao movimento ao longo da própria curva de demanda, em virtude da variação do preço do próprio bem, mantendo as demais variáveis constantes. Figura 2.5 – Mudança na curva de demanda provocada pela variação no preço. Fonte: Elaborado pelo autor (2017). � � � � � � � � �� � �� �� � � P A B 5 5 4 4 3 3 1 10 Q 2 2 35 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 Conforme você pode observar, no gráfico anterior, quando o preço reduz de R$ 5,00 para R$ 3,00, há um aumento na quantidade demandada de uma unidade desse bem para três unidades do mesmo bem. Assim, podemos perceber que o movimento passa ao longo da curva de demanda devido à variação no preço do bem, ou seja, ele passa do ponto A para o ponto B. 2.2 A Oferta A análise da oferta ocupa-se da relação das quantidades produzidas com a tecnologia e o custo dos fatores de produção. A oferta é definida como as várias quantidades de um bem ou serviço que os vendedores desejam e são capazes de vender, durante dado período de tempo, a todos os possíveis preços alternativos, coeteris paribus. Assim, mostra as quantidades máximas ofertadas no mercado que o vendedor está disposto a vender a diferentes preços. A Lei da Oferta diz que a quantidade ofertada de um produto cresce se o preço aumenta e cai se o preço cai. Existe, portanto, relação direta entre preço e quantidade do lado da oferta. A curva de oferta, assim como a de demanda, é um conceito aplicado que mostra as quantidades máximas que o produtor está disposto a ofertar, a vários níveis de preços, em determinado período de tempo. A Figura 2.6 mostrará a oferta de um produtor individual do produto A. Os preços são representados por P e a quantidade por Q. A tabela TT mostra, como esperado, que o produtor oferte mais produto A quando o preço estiver mais alto, e oferte menos a preços mais baixos. Esse comportamento do produtor é consistente com a lei da oferta. Tabela 2.2 – Preço e quantidade ofertada de café. PREÇO (KG/R$) QUANTIDADE (KG) 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 Fonte: Elaborada pelo autor (2017). ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 36 Conforme a tabela anterior, se o preço do produto A reduz de R$5,00 para R$3,00, a quantidade a ser ofertada passa de 5 para 3 do produto. Na Figura FF, o preço do produto A esta eixo vertical e a quantidade ofertada no eixo horizontal. A representação gráfica da relação entre a quantidade ofertada de um bem e o seu preço é dada pela curva de oferta. Tabela 2.3 – Relação entre Produto e Quantidade. P Q 1 5 2 4 3 3 4 2 5 1 Figura 2.6 – Relação entre Produto e Quantidade. Ela apresenta uma relação diretamente proporcional entre os preços e suas quantidades, ou seja, quanto maior o preço dos produtos, os vendedores tendem ampliar a quantidade ofertada. 2.2.1 As Mudanças na Curva e da Curva de Oferta A curva de oferta representa a relação do custo dos fatores de produção com a tecnologia. Se uma delas muda, ou mesmo se as duas mudam, temos uma alteração desta relação e, por consequência, uma alteração na curva de oferta. 37 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 Já quando o preço do bem se altera, não se alterando o custo dos fatores de produção e/ou a tecnologia temos uma alteração na quantidade ofertada. 2.2.2 O Mercado A interação entre produtores e consumidores, em um determinado mercado e para um determinado produto, em concorrência perfeita (mercados competitivos), leva ao estabelecimento de um preço de mercado. A esse preço, denominamos de preço de equilíbrio. Essa interação também define as quantidades comercializadas e diz que o mercado está em equilíbrio quando as quantidades ofertadas são consumidas, não havendo, portanto, nem excesso de demanda nem tampouco de oferta. Qualquer alteração nos fatores determinantes da oferta ou da demanda levará a alterações no equilíbrio desse mercado, gerando excesso de oferta ou de demanda. 2.2.3 Conceito de Elasticidade Vasconcellos e Garcia (2008, p. 68) afirmam que “a elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações em outra variável, coeteris paribus.”. Esse conceito é muito importante para a administração pública e para as empresas. Nas empresas, por exemplo, é possível medir a reação pós-aumento de preços em relação ao nível do faturamento. 2.2.3.1 Elasticidade-Preço da Demanda A Elasticidade-Preço de Demanda é a variação da quantidade requerida em relação à variação do preço em percentual. Uma demanda pode ser elástica, quando a quantidade demandada superar a variação do preço. Porém, quando a variação no preço promover uma variação menor na quantidade demandada, esta demanda será considerada inelástica. Quando um bem possuir diversos substitutos similares no mercado, a tendência de sua demanda é ser muito elástica. O inverso observa-se caso o bem seja um bem essencial. Nesse caso, a variação no preço influenciará muito pouco ou não influenciará na demanda, tendo assim uma demanda inelástica. Elasticidade-preço da demanda = Variação percentual da quantidade demandada Variação percentual do preço ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 38 Podemos resumir as possíveis elasticidades-preço da demanda, de acordo com o quadro a seguir: Quadro 2.1 – Tipos de elasticidade-preço da demanda. Elasticidade Demanda O que significa? Maior do que 1 Elástica Quantidade demandada varia proporcionalmente mais que o preço. Menor do que 1 Inelástica Quantidade demandada varia proporcionalmente menos que o preço. Igual a 1 Elasticidade unitária A variação da quantidade demandada é proporcional ao preço. Igual a 0 Demanda perfeitamente inelástica A quantidade demandada se mantém a mesma a qualquer preço. Igual a infinito Demanda perfeitamente elástica Mudanças muito pequenas do preço (ou quase inexistentes) levam a grandes variações na quantidade demandada. Fonte: Elaborada pela autora (2019). 2.2.3.2 Elasticidade Renda da Demanda A elasticidade renda da demanda mede a variação da quantidade demandada em relação à variação da renda. Por exemplo, se tivermos a queda de uma demanda em função de uma variação positiva na renda, dizemos que há uma demanda negativa. Da mesma forma, se temos a situação inversa, ocorre o aumento da renda e aumento significativo da demanda, temos a demanda da renda positiva. Podemos observar que a elasticidade renda da demanda é mais positiva quando se tratam de bens supérfluos ou mais sofisticados do que em relação aos bens de consumo e de necessidade básica. Por exemplo, no caso de aumento da renda na classe mais pobre, não haverá um consumo desenfreado de alimentos da cesta básica. Por outro lado, se esse consumidor tem uma elevação da sua renda, ele buscará consumir mais produtos eletrônicos, veículos ou bens supérfluos. 2.2.3.3 Elasticidade-Preço da Oferta No caso da elasticidade-preço da oferta, a elasticidade será proporcional em relação ao preço e à oferta. Em outras palavras, quanto maior o preço, mais produtos ou serviços a empresa estará disposta a colocar à disposição do consumidor. 39 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 2.2.3.4 Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda A elasticidade-preço cruzada da demanda mede a variação da demanda de um bem, em função da variação do preço de outro bem. A tendência é ser positiva, caso seja um bem substituto, e negativa, caso seja um bem complementar. A partir da análise do comportamento dos consumidores, obtivemos a demanda por um bem, quase sempre decrescente no seu preço. Já da análise do comportamento das firmas, obteremos a oferta de um bem, que será crescente em relação ao seu preço. Vamos, na sequência, aprender mais sobre a teoria da produção e dos custos das empresas. 2.3 Estrutura de Mercado As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes de comoos mercados são organizados. Existem três características distintas determinam as várias estruturas de mercado: a primeira afirma que a estrutura de mercado depende do número de empresas desse mercado. Já a segunda diz que o tipo de produto que é fabricado também influencia na estrutura de mercado. Por sua vez, a terceira fala do acesso de novas empresas ao mercado e se existem barreiras para a entrada destas novas empresas. 2.3.1 Concorrência Perfeita Na concorrência perfeita, também conhecida como concorrência pura, existe um grande número de vendedores. Porém, nenhum vendedor afeta o preço de equilíbrio nem tampouco a oferta de mercado. Na concorrência pura, o mercado é atomizado, ou seja, é composto por um grande número de empresas, como um aglomerado de átomos. Os produtos são homogêneos, não existindo diferenciação entre eles e não se observam barreiras. Assim, qualquer empresa pode ingressar, pois o mercado é extremamente transparente. Nesse caso, ainda, todas as informações econômicas são compartilhadas com todos. Outra característica é que não existem lucros extras, somente os chamados lucros normais. No mercado de fatores, a concorrência perfeita dá-se quando a oferta é abundante daquele determinado fator. Os ofertantes, por serem muitos, não conseguem elevar seus preços. Assim, compreende-se que é o mercado que conduz à eficiência econômica e à maximização do bem-estar social, isto é, o conjunto do excedente do consumidor, ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 40 que é a soma para todos os consumidores da sua disposição a pagar menos o preço que efetivamente pagam e, do produtor, que é a diferença entre o custo marginal de produção de cada unidade e o preço que cobram no mercado. 2.3.2 Monopólio O monopólio é exatamente o mercado inverso ao da concorrência pura, pois no mercado monopolista existe uma única empresa que domina a totalidade da oferta frente aos consumidores. No monopólio, não há concorrência, os consumidores são submetidos às regras da empresa monopolizadora ou não consumirão o produto. No monopólio, existe um único dominante da oferta frente aos consumidores. No monopólio, não há concorrência, os consumidores deste mercado devem escolher seguir as regras do monopolista ou não poderão consumir o produto. As principais causas do monopólio dependem de barreiras à entrada de firmas concorrentes, possibilitam a manutenção da estrutura do monopólio: • propriedade exclusiva de matérias-primas ou de técnicas de produção; • patentes sobre produtos ou processos de produção; • licença governamental ou imposição de barreiras comerciais; • monopólio natural - existência de produto único, e a formação de uma nova empresa fica inviabilizada, devido à necessidade de altos investimentos e das condições de oferta do produto. Exemplo: energia elétrica. 2.3.3 Oligopólio No oligopólio, podem participar tanto um pequeno número de empresas ou até mesmo um grande número de empresas, porém as que dominam a oferta de mercado são poucas, fazendo com que os consumidores obriguem-se as suas regras. No Brasil, temos vários exemplos de oligopólios, como no setor automobilístico, de bebidas, no setor farmacêutico e de cosméticos. Já ouvimos falar sobre os oligopólios diversas vezes nos noticiários, porém com outra denominação. A denominação mais utilizada é a de cartéis. Para Vasconcellos e Garcia (2008, p. 114), “cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ela pertencem”. Perceba que cartel, nada mais é, que um monopólio ditado por um conjunto de empresas, com um objetivo em comum de tabelar os preços e buscar maximizar seus lucros. 41 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 Oligopólio é a formação de um pequeno número de empresas, (nada impede que seja um grande número de empresas) em que apenas algumas dominam a oferta de mercado. O oligopólio obriga os consumidores a obedecerem às regras estabelecidas por essas determinadas empresas, uma vez que produzem o que o consumidor necessita, obtendo assim poder sobre ele, principalmente no que se refere à oferta e aos preços. 2.3.4 Concorrência Monopolística A concorrência monopolística é um meio termo entre o monopólio e a concorrência perfeita, diferenciando-se do oligopólio por ser formada por um grande número de empresas com poder de concorrência relativamente alto e com segmentos diferenciados. Outra característica desse tipo de mercado é que as empresas que participam da concorrência monopolística não têm uma margem para alterações de preços, uma vez que os produtos possuem similares no mercado. 2.3.5 Monopsônio O monopsônio é o monopólio na compra de insumos, ou seja, existe somente um comprador para muitos vendedores de serviços e insumos. Por exemplo, uma grande empresa que se instala em uma cidade do interior e barganha a contratação da mão de obra de praticamente toda a população da cidade e de cidades vizinhas. 2.3.6 Oligopsônio No oligopsônio, existem poucos compradores para muitos vendedores de insumos ou serviços. É o caso da indústria de laticínios, que possui muitos fornecedores, mas duas ou três de laticínios no mesmo ramo na região (VASCONCELLOS, GARCIA, 2008). 2.3.7 Monopólio Bilateral O monopólio bilateral é um caso mais complexo, pois a empresa que vende o insumo também é um monopólio. Essa empresa vende o insumo para outra, que é a única compradora daquele mesmo insumo. Em outras palavras, não só os fatores econômicos influenciarão na venda, como também o poder de barganha dos dois, tanto do vendedor quanto do comprador. Isso ocorre porque, tanto os fornecedores quanto os compradores, têm uma exclusividade envolvida com o produto comercializado. ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 42 2.4 Estudo da Produção e dos Custos A Teoria da Produção é fundamental para a análise do preço e do emprego dos fatores de produção. Na prática, essa teoria é responsável pela análise das relações existentes entre a produção e seus custos, a Teoria da Produção tem uma preocupação básica com as quantidades produzidas fisicamente, diferentemente da teoria dos custos de produção, que trata inclusive dos preços desses insumos. 2.4.1 Conceitos da Teoria da Produção Os conceitos de produção englobam os fatores fixos e variáveis de curto e de longo prazo e a função da produção reflete a tecnologia. Visando o melhor entendimento da Teoria da Produção, inicialmente iremos apresentar alguns conceitos básicos (VASCONCELLOS, PINHO, 2011). 2.4.2 Empresa ou Firma A empresa ou firma estudada na teoria microeconômica tem por base a Escola ou Teoria Neoclássica. Assim, compreende a empresa como uma unidade de produção que atua racionalmente, procurando maximizar seus resultados relativos à produção e lucro. Desse modo, podemos defini-la como uma unidade técnica de produção de bens. 2.4.3 Produção Produção é o processo de transformação dos fatores de produção adquiridos em mercadorias. A produção abrange tanto mercadorias quanto os serviços financeiros e de transporte, por exemplo. Esse processo é o resultado da combinação de diferentes fatores. A ordem ou fórmula com que esses fatores são adicionados ao produto é chamada de processo produtivo. A combinação dos fatores de produção pode resultar em um processo de produção simples ou duplo, tudo dependerá do produto resultante. Se for um único bem, será um processo produtivo simples. Já se forem vários produtos, os resultantes serão considerados um processo de produção múltiplo. 43 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 2.4.4 Função Variáveis de Produção A função de produção mede a quantidade física de fatores de produção em dado momento em relação à quantidade produzida. A função de produção considera que a produção é realizada utilizando os fatores de produção da forma mais eficiente possível. Conformese observa no gráfico, temos um insumo X ́ para um produto y’. Assim, a função de produção y = f (x) produzida de modo eficiente, pois situa-se em cima da Curva de Produção, ou seja, com eficiência. Figura 2.7 – Função de produção. Fonte: Elaborado pelo autor (2017). A tecnologia (função de produção) descreve a capacidade de uma firma de produzir bens usando insumos de produção (também chamados de fatores de produção). Portanto, descreve uma limitação da firma, definida por leis da natureza e por avanços tecnológicos. 2.4.5 Fatores Fixos e Variáveis Fatores variáveis são aqueles que se modificam de acordo com a produção realizada, ou seja, quanto maior a produção, maior a demanda da produção. Por exemplo, os insumos de um produto. y’ y = f(x) XX’ insumo Produto ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 44 Os fatores fixos são aqueles que, independentemente do volume de produção, não se alteram. Por exemplo, as máquinas e equipamentos, que são sempre os mesmos, independentemente do número de peças produzidas. Na análise de curto prazo, temos que apenas uma variável sofrerá variação, justamente o fator variável. Já o valor fixo permanece inalterado. A hipótese de que todos os fatores são variáveis, inclusive as instalações e máquinas da empresa, caracteriza a análise de longo prazo. 2.4.6 Custos de Produção Quando uma empresa realiza sua atividade produtiva, seu objetivo é maximizar os resultados, ou seja, maximizar a produção em relação a um custo total ou minimizar o custo para um determinado nível de produção. Quando uma empresa consegue apropriar-se de uma dessas duas formas, ela atinge o que se chama de equilíbrio da firma. O custo total de produção refere-se ao total das despesas realizadas, com base na forma mais econômica de utilização dos fatores de produção em que é determinada a quantidade produzida do produto. O custo marginal representa em quanto aumenta o custo total em decorrência da produção de uma unidade adicional de produto. O custo marginal (CMg) é a variação do custo total dividida (ΔCT) pela variação da quantidade (ΔQ). 2.4.6.1 Custos de Produção na Visão Econômica e Visão Financeiro-Contábil A visão econômica em relação aos custos de produção é mais global e mantém o foco no mercado, enquanto que a ótica contábil-financeiro é bem específica, concentrando-se no detalhamento dos gastos da empresa. Custos de Oportunidade e os Custos Contábeis: Os custos de oportunidade são custos que não geram qualquer desembolso à empresa, ou seja, são custos implícitos, já os custos contábeis envolvem dispêndio monetário. Esse é o gasto explícito das compras ou aluguéis, por exemplo. Custos Privados e Custos Sociais: Os custos privados e custos sociais são conhecidos também como economias externas e podem ser entendidas como as alterações de receitas e custos da empresa por fatores externos. 45 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 Uma economia externa positiva pode ser observada quando uma unidade econômica gera benefícios a outras unidades, sem qualquer tipo de remuneração. Por exemplo, a construção de uma praça que gera movimentação de pessoas que realizam compras no comércio próximo. A mesma métrica invertida pode ser usada para descrevermos uma economia externa negativa, onde a unidade cria custos para outras unidades econômicas sem desembolsar nenhum valor por isso. É o caso, por exemplo, de uma indústria que despeja produtos químicos, sem tratamento, em um rio e prejudica a pesca ou captação de água de um Município, afetando inúmeras pessoas e empresas. 2.4.7 Lucro Normal e Lucro Econômico Para que o empresário utilize todos os fatores de produção de forma eficiente e gere o maior lucro possível (LUCRO = RECEITA TOTAL – CUSTO TOTAL), ele se utiliza do processo de produção. O lucro normal, sinônimo de custo de oportunidade, é o valor que mantém o proprietário de um negócio numa dada atividade. O que exceder do lucro normal é chamado de lucro econômico, ou lucro extraordinário (VASCONCELLOS, GARCIA, 2008). O resultado da oferta e da demanda pode apresentar resultados diferentes em cada mercado, pois cada um tem características específicas de produto, condições tecnológicas, acesso, informação, tributação, regulamentação, participantes, localização no espaço e no tempo. ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 46 Síntese da Unidade Nesta unidade, conhecemos o conceito de demanda, que diz respeito à procura por um bem ou serviço. Para compreender de forma mais aprofundada essa ideia, nos deparamos com a condição coeteris paribus e percebemos situações em que a demanda se altera por questões explicáveis. Conhecemos também o conceito de oferta, que se refere aos produtos e serviços que são colocados à disposição da sociedade - o que se relaciona com o conceito de demanda. Para além dos conceitos, vimos como tudo isso se aplica na prática, como tudo isso constitui a estrutura de mercado, e algumas particularidades que podem ser encontradas em diferentes situações. 47 Estudos de Mercado | UNIDADE 2 Bibliografia SANDRONI, P. Novíssimo Dicionário de Economia. 1. ed. São Paulo: Best Seller, 1999. VASCONCELLOS, M. A. O. S. de; PINHO, D. B. Manual de Economia – equipe de professores da USP. São Paulo: Saraiva, 2011. VASCONCELLOS, M. A. S. de; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Se você encontrar algum problema neste material, entre em contato pelo email eadproducao@unilasalle.edu.br. Descreva o que você encontrou e indique a página. Lembre-se: a boa educação se faz com a contribuição de todos! CONTRIBUA COM A QUALIDADE DO SEU CURSO Av. Victor Barreto, 2288 | Canoas - RS CEP: 92010-000 | 0800 541 8500 eadproducao@unilasalle.edu.br
Compartilhar