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Ortodontia Preventiva - Aula 9 - Recuperação de espaço

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Beatriz Martins - 92
Ortodontia Preventiva
Aula 9 - Recuperação de espaço
Introdução
No Brasil ainda é comum a perda
precoce de dentes decíduos e a
negligência quanto a importância disso.
Portanto, há muitos casos em que ocorre
perda de espaço no arco pela perda
precoce dos dentes.
Quando a perda precoce ainda
não gerou perda de espaço, utiliza-se
como recurso os mantenedores de
espaço.
Mas se o espaço já foi perdido é
importante a recuperação para
favorecer o oclusão correta da dentição
permanente.
O intuito é devolver o dente
permanente em seu local correto,
corrigir a migração.
Como saber se houve perda de
espaço?
-Olhar o espaço na arcada, se está
diminuído (as vezes é nítido, as vezes
não)
-Observar se houve alteração da relação
molar (Pode ocorrer mesialização do
molar inferior que fica em classe III e
consequentemente, perda de espaço)
-Alteração de alinhamento dos dentes
(em dentes posteriores observa-se o
alinhamento do sulco central. Diante de
uma perda de espaço pode haver
giroversão do dente, e portanto perda
no alinhamento dos dentes)
-Inclinações axiais incorretas (inclinação
para mesial ou distal também indicam
que dente ocupou espaço que não era
dele)
-Alterações periodontais (quando o
dente inclina, há alteração no
periodonto, que aumenta um pouco a
profundidade do sulco)
-Previsão de espaço desfavorável (pela
análise da dentição mista, se a previsão
for diminuída na região da perda, indica
que houve perda de espaço)
Outro fator importante para
saber se houve perda ou não, é olhar a
radiografia + exame clínico associado
*Manter o espaço é mais fácil do que
recuperar. Mas se necessário, recuperar
é importantíssimo.
A recuperação de espaço pode
estar relacionada com duas situações: o
dente foi perdido e os vizinhos
migraram, ocupando parte do espaço, ou
não há dente perdido, mas há uma falta
de espaço por arco deficiente.
A segunda situação é comum no
Brasil devido a miscigenação.
Aparelhos recuperadores de espaço
Alguns requisitos são importantes:
1-Deve recuperar o espaço do dente
perdido
2-Evitar contatos prematuros com o
antagonista (durante a movimentação
dos dentes, a verticalização tem
consequente extrusão, portanto é
importante sempre checar a cada
consulta com carbono e fazer ajustes
oclusais necessários)
3-Não interferir na fala
4-Estético
5-Fácil higienização
6-Baixo custo
7-Fácil confecção
O aparelho ideal cumpriria todos
os requisitos. Mas é bastante difícil pois
cada caso é um caso e cada paciente é
único.
Existe uma infinidade de opções
de aparelhos recuperadores de espaço.
A escolha depende da gravidade do caso,
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das características cefalométricas do
paciente.
Aparelhos recuperadores
Fio de latão
Casos de pequena inclinação.
Importante que (preferencialmente) o
dente ainda esteja em processo de
erupção.
Caso de reabsorção de 2o molar
decíduo devido ao processo de erupção
do 1o. molar permanente que está na
distal do decíduo. Se nada é feito o
processo se intensifica há perda de
espaço do pré molar.
Uma possível solução é o uso de
fio de latão 0,6 mm, que é passado
abaixo do ponto de contato dos dentes e
torcido pela oclusal para que fique entre
os dois dentes. É efetivo se ainda
estiver ocorrendo o processo de
erupção, ou seja, ápice ainda não está
totalmente formado. É usado para
pequenas inclinações e o retorno do
paciente deve ser a cada 15 dias.
Resolução entre 2-3 meses.
*Às vezes o fio de latão não é uma opção
e pode ser necessário realizar
exodontia.
Aparelhos com molas em incisivos
Aparelho com mola helicoidal
simples, (para recuperação de espaço
anterior), com a construção passiva e ao
usar precisa ‘ativar’ para que promova a
força necessária.
Para esse tipo de aparelho,
atenção à inclinação axial dos dentes,
pois o aparelho age na coroa (pode
convergir a coroa dos dentes e divergir
as raízes). O ideal é usar em situações
em que as coroas estão para distal e
portanto a raiz está inclinada para
mesial, com o uso do aparelho a
inclinação fica correta. Se os incisivos
estiverem paralelos também pode ser
usado o aparelho com molas, mas com
muito cuidado e acompanhamento, além
de pouca ativação.
É contra indicado quando os
incisivos já estão inclinados para mesial
pois favorece ainda mais a inclinação e
divergência das raízes.
Importante ter arco labial em
aparelhos assim, que funcionam como
guia de posicionamento dos incisivos
Pode ser usado para arco superior e
inferior
Em caso de dentes posteriores
também é possível usar aparelho com
molas. Ativa a mola até o meio do dente
e quando o paciente encaixa o aparelho a
mola tende a voltar para posição de
ativação e empurra o dente.
Importante ter um teto de
acrílico sobre a mola, para que não
escape para oclusal
O efeito rebote acontece, por
isso é importante o uso de grampos com
acrílico nos outros dentes.
Aparelho removível com parafuso
É utilizado um parafuso pequeno,
5-6 m que é colocado no rebordo lingual
e ativo no sentido de abrir (empurra o
acrílico, que empurra o dente).
Ativação de 2 quartos de volta a cada 15
dias (cada ativação = 0,25mm)
Sempre após o espaço recuperado, é
necessário o uso de mantenedor de
espaço (a não ser em casos em que o
dente vai irromper imediatamente)
Mola de fio TMA
Pode ser associado a arco lingual.
Depende menos da colaboração do
paciente, pois é fixo. Ativação de mola
deve ser realizada a cada 21 dias.
Placa lábio ativa (LPA)
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Banda em molares com tubo,
adapta o fio e a força do lábio pressiona
escudo de acrílico, que pressiona os
dentes para trás.
Há efeito rebote, que tira o
contato do lábio sobre os incisivos,
favorecendo ação da língua que promove
uma vestibuloversão dos inferiores.
Aparelho bastante incômodo para
o paciente.
Arco extraoral assimétrico
Força assimétrica para colocar
mais força do lado que precisa de espaço
no arco. Tração feita para trás.
Pode ser usado em superior ou
inferior e necessita muita colaboração
do paciente, que é difícil ter por ser
bastante antiestético.
Cada caso pode exigir ajustes e
modificações de aparelhos.
Mini implantes
Verticalização usando parafusos
e botão ortodôntico com elástico.
Mais indicado para perda de 1o.
molar permanente.
É bastante eficiente.
Criação de espaço
Situações de falta de espaço por
arco pequeno ou discrepância do
tamanho do arco e tamanho dos dentes.
A criação de espaço pode ocorrer
de diversas formas
1-Distalização de molar superior
A distalização pode fornecer
5-6mm e é bastante efetiva. Em caso de
inferior, a distalização é mais difícil pois
o osso é mais compacto. O maior ganho é
de verticalização, não de criação de
espaço.
Uso por exemplo de arco extra
oral, ligado a bandas nos molares e
tracionado por elástico que força o arco
para trás, forçando o dente distalmente.
Indicado para classes II e falta de
espaço.
-Aproveitamento do leeway space e
espaço E
Manutenção da posição do molar,
para que não ocupe o espaço. Pode ser
associado a projeção de incisivos, com o
uso do lip bumper
-Vestibuloversão de incisivos
-Expansão ortopédica maxilar
Através de aparelho disjuntor há ganho
real de tecido ósseo na maxila
-Extrações dentárias

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