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Variações Linguísticas na Língua Portuguesa

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Questões 
Questão 1: CEBRASPE (CESPE) - AssP (PGE PE)/PGE PE/2019 
Assunto: Variações da linguagem (histórica, regional, social, contextual). Neologismos. Estrangeirismos. 
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro 
de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma 
foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para 
cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte. 
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. 
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir. 
 
As formas ‘Xô’ e ‘Vâmu’, na linha 5, são marcas de oralidade e reproduzem a informalidade da fala do condutor do carro de boi. 
Certo Errado 
Questão 2: CEBRASPE (CESPE) - AssP (PGE PE)/PGE PE/2019 
Assunto: Variações da linguagem (histórica, regional, social, contextual). Neologismos. Estrangeirismos. 
A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que morremos. Pouquíssimos entre nós 
são capazes de rescindi-lo ou transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem amamos 
e como morremos. 
À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato extremamente complicado, por isso poucos tentam compreender no que exatamente se inscreveram. É 
como se você tivesse baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa 
imediatamente para a última página, tica em “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato, é um contrato surpreendentemente simples. O 
contrato interno pode ser resumido em uma única frase: humanos concordam em abrir mão de significado em troca de poder. 
Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com adaptações). 
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir. 
 
O termo ‘juridiquês não faz parte do vocabulário oficial da língua portuguesa, contudo seu emprego não compromete a correção gramatical e está adequado ao 
nível de formalidade do texto. 
Certo Errado 
Questão 3: CEBRASPE (CESPE) - Prof (São Cristóvão)/Pref São Cristóvão/Arte/Educação Básica/2019 
Assunto: Variações da linguagem (histórica, regional, social, contextual). Neologismos. Estrangeirismos. 
Quando se educa alguém ou se é educado por alguém, é preciso cautela para não nos contentarmos com as aparências, isto é, com a superficialidade. Vivemos 
hoje em um mundo marcado pela velocidade em várias situações e, em outras, por uma mera pressa. Uma vida apressada nos leva, em vários momentos, a ter 
formações apressadas, reflexões apressadas, ideias apressadas, e isso carrega um nível de superficialidade muito grande. 
Há várias pessoas que se contentam com as aparências: aparência em relação à própria imagem e aparência com relação àquilo que ostentam — a ostentação da 
propriedade, a “consumolatria”, o desespero para ser proprietário de coisas, de exibi-las, de viver algo que se aparenta, mas que, de fato, não se é. 
O pensador do século V, Agostinho — muitos o chamam de Santo Agostinho, um dos maiores filósofos e teólogos da história —, proferiu a seguinte frase: “Não 
sacia a fome quem lambe pão pintado”. Para se matar a fome, não basta lamber a figura de um pão, é preciso ir até ele. 
E quantos hoje não se contentam com um mundo superficial, em que se procura saciedade a partir daquilo que é mera imagem, mera representação, apenas uma 
simulação do que seria a realidade? 
A educação tem que nos tirar dessa superficialidade. 
Mario Sergio Cortella. Pensar bem nos faz bem! 5.ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015, p. 20 (com adaptações). 
A respeito das ideias, dos sentidos e das propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item que se segue. 
 
A palavra ‘consumolatria’ refere-se à idolatria ao consumo, conforme os sentidos do texto. 
Certo Errado 
 
 
Questão 4: CEBRASPE (CESPE) - SM (PM MA)/PM MA/Combatente/2018 
Assunto: Variações da linguagem (histórica, regional, social, contextual). Neologismos. Estrangeirismos. 
 
Texto CG2A1BBB A respeito de aspectos linguísticos do texto CG2A1BBB, julgue o item. 
 
O autor do texto optou pela utilização de um nível de linguagem predominantemente informal como estratégia para atrair o interesse dos leitores. 
Certo Errado 
Questão 5: CEBRASPE (CESPE) - 1º Ten (PM MA)/PM MA/Psicólogo/2018 
Assunto: Variações da linguagem (histórica, regional, social, contextual). Neologismos. Estrangeirismos. 
Texto CG1A1CCC 
 
Internet: <www.leovillanova.net>. 
No que se refere aos aspectos linguísticos do texto CG1A1CCC, julgue o item subsequente. 
O emprego das palavras “doido” e “véi” indica que há uma relação simétrica e informal entre os interlocutores. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 6: CEBRASPE (CESPE) - Con Tec Leg (CL DF)/CL DF/Taquígrafo Especialista/2006 
Assunto: Variações da linguagem (histórica, regional, social, contextual). Neologismos. Estrangeirismos. 
Texto 
Nosotros 
Descobertos por povo marítimo e povo marítimo nós mesmos (sempre tivemos as costas largas), era natural que medida marítima, o nó náutico, nos fosse tão 
importante. Como, daí em diante, foram importantíssimos pra nós os nós da madeira do pau-brasil que exportávamos com nó na garganta (sabendo já que 
exportávamos meio ambiente), ameaçados pelo nó da forca portuguesa. 
Millôr Fernandes. Veja, 30/11/ 2005, p. 30. 
Tendo como base o texto Nosotros, julgue o item abaixo. 
 
A palavra nosotros não pertence ao léxico da língua portuguesa. Ao buscar em outra língua o título do texto, o autor está contribuindo para desnacionalizar a 
língua portuguesa, por meio da infiltração de estrangeirismos ou empréstimos desnecessários. 
Certo Errado 
Questão 7: CEBRASPE (CESPE) - TJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2018 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Texto CB4A1AAA 
Narração é diferente de narrativa, uma vez que mantém algo da ideia de acompanhar os fatos à medida que eles acontecem. A narrativa é uma totalidade de 
acontecimentos encadeados, uma espécie de soma final, e está presente em tudo: na sequência de entrada, prato principal e sobremesa de um jantar; em mitos, 
romances, contos, novelas, peças, poemas; no Curriculum vitae; na história dos nossos corpos; nas notícias; em relatórios médicos; em conversas, desenhos, 
sonhos, filmes, fábulas, fotografias. Está nas óperas, nos videoclipes, videogames e jogos de tabuleiro. A narração, por sua vez, é basicamente aquilo que um 
narrador enuncia. 
Uma contagem de palavras na base de dados do Google mostra uma mudança nos usos de narrativa. A palavra vem sendo cada vez mais empregada nas últimas 
décadas, mas seu sentido vem mudando. 
A expressão disputa de narrativas, que teve um boom dos anos 80 do século XX para cá, não costuma dizer respeito à acepção mais literária do termo, como 
narrativa de um romance. Fala antes sobre trazer a público diferentes formas de narrar o mundo, para que narrativas plurais possam ser elaboradas e disputadas. 
É um uso do termo que talvez aproxime narrativa de narração, porque sugere que toda narrativa histórica e cultural carrega em si um processo e um movimento 
e que dentro dela há sempre sinais deixados pelas escolhas de um narrador. 
Sofia Nestrovski. Narrativa. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações). 
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item a seguir.O texto pode ser considerado informal pela presença dos vocábulos “videoclipes”, “videogames” e da expressão “jogos de tabuleiro” no primeiro parágrafo. 
Certo Errado 
Questão 8: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Texto 6A1AAA 
Está demonstrado, portanto, que o revisor errou, que se não errou confundiu, que se não confundiu imaginou, mas venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que 
não tenha errado,confundido ou imaginado nunca. Errar, disse-o quem sabia, é próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as palavras à letra, que 
não seria verdadeiro homem aquele que não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser utilizada como desculpa universal que a todos nos absolveria de 
juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar deveria tê-la sempre presente o revisor, 
tanto mais que nem sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está trabalhando, pois não faltam aqui os livros que o elucidariam se tivesse tido 
a sageza e prudência de não acreditar cegamente naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores, não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, 
milhares e milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que busca o seu próprio esclarecimento. 
Lancemos, enfim, a crédito do revisor ter reunido, ao longo duma vida, tantas e tão diversas fontes de informação, embora um simples olhar nos revele que estão 
faltando no seu tombo as tecnologias da informática, mas o dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é altura de dizê-lo, inclui-se entre os 
mais mal pagos do orbe. Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de livros terá ao seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado, noite e dia, 
umbilicalmente, ao banco central de dados, não tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do saber total não se tenha insinuado, como o diabo no 
convento, o erro tentador. 
Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras, dentro deles, são outra poeira cósmica flutuando, à 
espera do olhar que as irá fixar num sentido ou nelas procurará o sentido novo, porque assim como vão variando as explicações do universo, também a sentença 
que antes parecera imutável para todo o sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade duma contradição latente, a evidência do seu erro 
 
 
próprio .Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os costumados dicionários da 
língua e vocabulários, os Morais e Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício [...]. 
José Saramago. História do cerco de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 25-6. 
Ainda no que se refere aos aspectos linguísticos do texto 6A1AAA, julgue o item que se segue. 
O emprego das palavras “cara” e “vademeco” confere um caráter informal ao último parágrafo do texto. 
Certo Errado 
Questão 9: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Texto 6A4CCC 
 
No que concerne aos aspectos linguísticos do texto 6A4CCC, julgue o item a seguir. A linguagem do texto apresenta elementos característicos de um nível de 
linguagem mais informal com função comunicativa bem definida: estabelecer uma aproximação com o leitor. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 10: CEBRASPE (CESPE) - PEB (SEDF)/SEDF/Língua Portuguesa/2017 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Meu querido neto Mizael, 
Recebi a sua cartinha. Ver que você se tem adiantado muito me deu muito prazer. 
Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em princípio de maio estarão cá, pois estou com muitas saudades de vocês todos. Vovó te 
manda muitas lembranças. 
A menina de Zulmira está muito engraçadinha. Já tem 2 dentinhos. 
Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga, Bárbara 
Carta de Bárbara ao neto Mizael (carta de 1883). Corpus Compartilhado Diacrônico: cartas pessoais brasileiras. 
Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras. Internet: <www.tycho.iel.unicamp.br> (com adaptações). 
Julgue o item seguinte, a respeito do texto precedente. 
 
A linguagem da carta classifica-se como informal em decorrência do emprego da forma verbal “tem”, em “Já tem 2 dentinhos” . 
Certo Errado 
Questão 11: CEBRASPE (CESPE) - AG (TCE-PE) /TCE-PE/Julgamento/2017 
Assunto: Linguagem formal e informal 
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais importantes alertas contra o 
risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde 
substância e energia vital toda vez que o ser humano se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do 
repouso e imobilizando-se na acomodação. 
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, 
para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. 
“Nascer sabendo” é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais nasce pronto, mais refém alguém se 
torna do que já sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não 
saberíamos enfrentar. 
Um bom livro não é aquele que, quando encerramos sua leitura, deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não queríamos que 
terminasse? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue? 
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo 
mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. 
Diante dessa realidade, deve-se questionar a ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho 
ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando... 
Isso não ocorre com gente, e, sim, com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não pronta, e vai se fazendo. Eu, no 
ano em que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada.); o mais velho de mim (se é o tempo a medida.) está no meu 
passado, e não no presente. 
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é 
claro”... 
Mario Sérgio Cortella. Não nascemos prontos! 
Provocações filosóficas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006, p. 11-13 (com adaptações). 
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item. 
 
A expressão “Ainda bem” contribui para imprimir um tom formal ao parágrafo em que aparece. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 12: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2017 
Assunto: Linguagem formal e informal 
 
Quino. Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 384 
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item. 
 
As expressões “porcarias”, no segundo quadrinho, e “Não tem jeito”, no último quadrinho, são típicas da modalidade oral, e seu emprego é adequado ao nível de 
formalidade do gênero tirinha. 
Certo Errado 
Questão 13: CEBRASPE (CESPE) - Tec GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/Assistente Técnico/2015 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Tirinha I 
 
Tirinha II 
 
Internet: <www.willtirando.com.br>.Com relação às tirinhas I e II apresentadas, julgue o seguinte item. 
 
No título da tirinha II, a expressão “tivesse bombando” é característica da linguagem informal, típica do gênero textual tirinha. 
Certo Errado 
Questão 14: CEBRASPE (CESPE) - Tec Desp (FUB)/FUB/2015 
Assunto: Linguagem formal e informal 
O eixo norteador da gestão estratégica de recursos humanos é a ênfase nas pessoas como variável determinante do sucesso organizacional, visto que a busca 
pela competitividade impõe à organização a necessidade de contar com profissionais altamente qualificados, aptos a fazer frente às ameaças e oportunidades do 
mercado. 
Essa construção competitiva sugere que a gestão estratégica de recursos humanos contribui para gerar vantagem competitiva sustentável por promover o 
desenvolvimento de competências e habilidades, produz e difunde conhecimento, desenvolve as relações sociais na organização. 
A gestão deve ter como objetivo maior a melhoria das performances profissional e organizacional, principalmente por meio do desenvolvimento das pessoas em 
um sentido mais amplo. Dessa forma, o conhecimento e o desempenho representam, ao mesmo tempo, um valor econômico à organização e um valor social ao 
indivíduo. 
Valdec Romero. Aprendizagem organizacional, gestão do conhecimento e universidade corporativa: instrumentos de um mesmo construto. Internet: <www.administradores.com.br> (com adaptações). 
Julgue o item subsequente, relativo às estruturas linguísticas e às ideias do texto. 
 
As expressões “eixo norteador” (l.1) e “fazer frente” (l.3) demonstram que o texto se afasta do nível de formalidade da linguagem, aproximando-se do registro 
coloquial ou oral. 
Certo Errado 
Questão 15: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2015 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Texto para a questão. 
No modesto apartamento em que mora na rua Conde de Bonfim, Graciliano Ramos mostrou-me alguns originais dos seus trabalhos. Via de regra, escreve em 
papel sem pautas, de um só golpe, ao calor da composição. A forma definitiva vem depois. Emenda muito. E até mesmo quando passa a limpo, com sua letra 
explicativa de escrevente de cartório, corta muita coisa, tudo o que depois vai achando ruim. Às vezes risca linhas inteiras. As palavras morrem sob o traço forte 
de tinta de uma igualdade assombrosa, como feito à régua. 
Graciliano guarda os originais dos livros já publicados. Assim pude verificar um curioso detalhe da feitura de Vidas Secas. Os capítulos, datados, indicaram-me a 
ausência de seguimento na elaboração da narrativa. “Baleia”, o nono capítulo, foi o primeiro a ser escrito, em 4 de maio de 1937. Um mês e pouco depois, 
precisamente no dia 18 de 16 junho, escreveu o quarto capítulo, “Sinha Vitória”. E assim todo o livro, que não obedeceu a nenhum plano antecipado. 
— Escrevi a história de um cachorro de meu avô — conta o romancista, cigarro Selma com ponta de cortiça entre os dedos queimados de fumo. — Os episódios 
foram-se amontoando. O livro foi crescendo. E assim arrumei Vidas Secas, que pensei em chamar “O mundo coberto de penas”, título de um dos capítulos do 
livro. A vida de Graciliano Ramos está sempre presente na sua obra, no que ela tem de mais humano e doloroso. — Caetés é uma história de Palmeira dos 
Índios. São Bernardo se passa em Viçosa. Angústia tem um pouco do Rio, um pouco de Maceió e muito de mim mesmo. Vidas Secas são cenas da vida de 
Buíque [Pernambuco]. Todos esses romances exigiram do autor um longo e penoso trabalho de composição. 
— Não sou como José Américo — disse —, que primeiro escreve na cabeça e depois transporta o livro para o papel. A obra de criação, para mim, é quase sempre 
imprevista. E espontânea. Refaço tudo, depois. Escrever dá muito trabalho. A gente muitas vezes não sabe o que vai fazer. Sai tudo diverso do que se imaginou. 
Francisco de Assis Barbosa. Graciliano Ramos, aos cinquenta anos. 
Reportagem biográfica. In: jornal Diretrizes, Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional RJ, 1942. Apud: 
Ieda Lebensztayn e Thiago Mio Salla (Orgs.). 
Conversas – Graciliano Ramos. 3.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 119 - 20. 
A respeito da linguagem e do vocabulário empregados no texto anterior, julgue (C ou E) o item seguinte. 
 
Embora contenha trechos de fala, o texto está isento de coloquialismo. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 16: CEBRASPE (CESPE) - TL (CAM DEP)/CAM DEP/Agente de Polícia Legislativa/2014 
Assunto: Linguagem formal e informal 
A democracia já não se reduz a uma esperança, não é mais uma questão, não é apenas um direito, não é somente o apanágio de uma cidade ilustrada como 
Atenas, ou de um grande povo como o romano: é mais, é tudo nas sociedades modernas. De mera previsão, converteu-se em fato; de opinião controversa, 
transformou-se em realidade viva; deixou de ser puro direito para ser direito e força; passou de simples fenômeno local a lei universal e onipotente. 
Enquanto alguns discutem ainda se ela deve ser, já ela é. Como o crescer silencioso, mas incessante, do fluxo do oceano, sobe e espraia-se calada, mas 
continuamente. Cada onda que se aproxima, e recua depois, estende os limites do poderoso elemento. Os espíritos que não veem muito deixam-se dormir, 
entretanto, recostados indolentemente à margem que as águas não tardarão em invadir, porque a enchente cresce linha a linha sem que a percebam, e, como a 
onda retrocede sempre, parece-lhes que, retrocedendo, perdeu todo o terreno vencido. Embora alguma onda mais impetuosa, como que os advertindo, jogue de 
longe sobre eles a espuma. Riem dela, porque a veem retrair-se logo após; persuadidos de que têm subjugado o oceano quando mandam pelos seus serviçais 
antepor-lhe a cautela de algum quebra-mar que dure pela vida de uma ou duas gerações. Cuidam ter desse modo segurado a sua casa e o futuro dos filhos. Mas 
o frágil anteparo, minado pela ação imperceptível das águas, esboroa-se um bom dia, malogrando-lhes os cálculos, quando não mais que isso. 
A aristocracia teve a sua época e passou. A realeza teve a sua, e extinguiu-se também. Chegou a vez da democracia, e esta permanecerá para sempre. Por quê? 
Porque a aristocracia era a sujeição de todos a poucos, era o privilégio, a hereditariedade, que, na propriedade individual, é legítima, por ser consequência do 
trabalho, mas que, em política, é absurda, porque exclui do governo a vontade dos governados e submete o merecimento à incapacidade. A realeza também era 
o privilégio, ainda mais restrito, mais concentrado, personificado em um indivíduo, circunscrito a uma família. A democracia, essa é a negação das castas, das 
exclusões arbitrárias, e a consagração do direito: por isso, não morre. 
Rui Barbosa. Obras completas de Rui Barbosa. Vol. I (1865-1871), tomo I, p. 19-20. Internet: <www.casaruibarbosa.gov.br> (com adaptações). 
Julgue o item, relativo às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima. 
A linguagem empregada no texto é adequada à correspondência oficial, com exceção da utilizada no segundo parágrafo, em que predomina a conotação. 
Certo Errado 
Questão 17: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2014 
Assunto: Linguagem formal e informal 
A correspondência de Mário de Andrade é uma das fontes sobre os sentimentos que abateram a intelectualidade paulista, sobretudo no trauma de 1932, quando 
São Paulo foi invadido por tropas federais, que ocuparam a capital e se alastraram pelo interior (“Disputam esfomeadamente a presa sublime, e desgraçadamente 
está certo, essa é a lei dos homens. Dos homens selvagens.”, desabafa Mário em carta a Paulo Duarte). As consequências dos expedientes da ditadura abateram 
um estado cujos habitantes eram considerados por Mário como “diferentes mesmo”. O que se fizesse naquele estado, apostava, se irradiaria como política e como 
orientação pelo país, uma reedição, por via da cultura, do velho slogan: “São Paulo, a locomotiva puxando os vagões”. 
“Minha pátria é São Paulo. E isso não me desagrada.”, confessao poeta paulista a Drummond no calor de um conflito que os encontrou em lados opostos. 
Drummond já estava na chefia de gabinete do secretário de Interior e Justiça de Minas Gerais, aliado ao poder central naquele momento, e Mário era partidário 
da causa da Revolução Constitucionalista de 1932. O paulista sabia que estava acometido de um estado extraordinário de mobilização, frustração e abatimento, 
como revela o seguinte trecho de carta a Drummond. 
“Você, Carlos, perdoe um ser descalibrado. Este é o castigo de viver sempre apaixonadamente a toda hora e em qualquer minuto, que é o sentido da minha vida. 
No momento, eu faria tudo, daria tudo pra São Paulo se separar do Brasil. Não meço consequências, não tenho doutrina, apenas continuo entregue à 
unanimidade, apaixonadamente entregue... 
Helena Bomeny. Um poeta na política – Mário de Andrade, paixão e compromisso. 1.ª ed., Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012, p. 71-2 (com adaptações). 
No que concerne a aspectos gramaticais do texto acima, julgue (C ou E) o próximo item. 
 
No excerto entre parênteses, em que predomina a função poética da linguagem, é exemplo de construção sintática típica da linguagem coloquial: ‘e 
desgraçadamente está certo, essa é a lei dos homens.’ 
Certo Errado 
Questão 18: CEBRASPE (CESPE) - TJ STJ/STJ/Apoio Especializado/Telecomunicações/2012 
Assunto: Linguagem formal e informal 
A um coronel que se queixava da vida de quartel, um jornalista disse: 
— E o senhor não sabe como é chato militar na imprensa. 
Sírio Possenti. Os humores da língua. São Paulo: Mercado de Letras, 1998, p. 86. 
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do trecho acima, julgue o item a seguir. 
O emprego do vocábulo “chato”, cujo sentido é pejorativo, é inadequado ao gênero do texto em questão. 
 
 
Certo Errado 
Questão 19: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2012 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Estou tão perdida. Mas é assim mesmo que se vive: perdida no tempo e no espaço. 
Morro de medo de comparecer diante de um Juiz. Emeretíssimo, dá licença de eu fumar? Dou, sim senhora, eu mesmo fumo cachimbo. Obrigada, Vossa 
Eminência. Trato bem o Juiz, Juiz é Brasília. Mas não vou abrir processo contra Brasília. Ela não me ofendeu. (...) 
Eu sei morrer. Morri desde pequena. E dói, mas a gente finge que não dói. Estou com tanta saudade de Deus. 
E agora vou morrer um pouquinho. Estou tão precisada. 
Sim. Aceito, my Lord. Sob protesto. 
Mas Brasília é esplendor. 
Estou assustadíssima. 
Clarice Lispector. Para não esquecer. São Paulo: Círculo do Livro, 1981, p. 106-7. 
No que concerne a aspectos gramaticais do texto acima, julgue (C ou E) o item a seguir. 
Na frase “Dou, sim senhora, eu mesmo fumo cachimbo.” (linha 2), a escolha vocabular e o emprego do advérbio de afirmação seguido, sem pausa, do vocativo 
“senhora” caracterizam a fala formal de um juiz, a qual contrasta com o conteúdo intimista e o coloquialismo, predominantes no texto. 
Certo Errado 
Questão 20: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2011 
Assunto: Linguagem formal e informal 
CARTA PARA ANTONIO CARLOS JOBIM 
Porto do Havre [França], 7 de setembro de 1964 
Tomzinho querido, 
Estou aqui num quarto de hotel que dá para uma praça que dá para toda a solidão do mundo. São dez horas da noite e não se vê viv’alma. Meu navio só sai 
amanhã à tarde, e é impossível alguém estar mais triste do que eu. E, como sempre nestas horas, escrevo para você cartas que nunca mando. 
Deixei Paris para trás com a saudade de um ano de amor, e pela frente tenho o Brasil, que é uma paixão permanente em minha vida de constante exilado. A 
coisa ruim é que hoje é 7 de setembro, a data nacional, e eu sei que em nossa embaixada há uma festa que me cairia muito bem, com o Baden Powell mandando 
brasa no violão. Há pouco telefonei para lá, para cumprimentar o embaixador, e veio todo mundo ao telefone. 
Você já passou um 7 de setembro, Tomzinho, sozinho, num porto estrangeiro, numa noite sem qualquer perspectiva? É fogo, maestro! 
Vinicius de Moraes. Querido poeta. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, organização de Ruy Castro, p. 303-4 (com adaptações). 
Julgue (C ou E) o item seguinte, relativo às ideias do texto acima. 
O emprego, no texto, das expressões coloquiais “cairia muito bem” e “mandando brasa” indica a informalidade com que Vinicius de Moraes escreve a seu 
destinatário. 
Certo Errado 
Questão 21: CEBRASPE (CESPE) - Con Tec Leg (CL DF)/CL DF/Taquígrafo Especialista/2006 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Texto 
O discurso cairuense particulariza-se, do ponto da organização formal e da estratégia teórico-ideológica, na articulação parlamentar. 
Em linhas gerais, pode-se dizer que ele se caracteriza pelo relato simples e objetivo e pela análise dos problemas nacionais mais candentes da época. 
E o faz dentro da melhor técnica, combinando o jogo da eloqüência com o exame meticuloso e realista das proposições que lhe são submetidas. 
Usa a retórica de uma forma que convém ao estilo da casa, sem as palavras alçarem vôos insopitáveis, ao ambiente em que tramitam os projetos da política e da 
administração públicas, voltados para a dialética do concreto, para a gerência das circunstâncias tumultuadas ou desafiantes de problemas que emergem da 
sociedade brasileira: os econômicos, os políticos, os jurídicos, etc., numa complexidade que reclama o estudo detido, a discussão aberta e atualizada, por vezes a 
retrospectiva histórica. Mas sempre a demandar o senso real das coisas. 
João Alfredo de Sousa Montenegro. O discurso autoritário de Cairu. Brasília: Senado Federal, 2000, Coleção Brasil 500 anos, 2.ª ed., p. 235. 
 
 
Considerando os sentidos e as estruturas lingüísticas do texto acima, bem como as noções que cercam o conceito de retórica e argumentação, julgue o item 
subseqüente. 
 
Constituem os argumentos matéria-prima da retórica. Diz-se que um argumento é convincente quando ele é capaz de fazer o destinatário migrar de uma idéia 
para adotar outra defendida pelo seu interlocutor. 
Certo Errado 
Questão 22: CEBRASPE (CESPE) - Con Tec Leg (CL DF)/CL DF/Taquígrafo Especialista/2006 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Texto 
O discurso cairuense particulariza-se, do ponto da organização formal e da estratégia teórico-ideológica, na articulação parlamentar. 
Em linhas gerais, pode-se dizer que ele se caracteriza pelo relato simples e objetivo e pela análise dos problemas nacionais mais candentes da época. 
E o faz dentro da melhor técnica, combinando o jogo da eloqüência com o exame meticuloso e realista das proposições que lhe são submetidas. 
Usa a retórica de uma forma que convém ao estilo da casa, sem as palavras alçarem vôos insopitáveis, ao ambiente em que tramitam os projetos da política e da 
administração públicas, voltados para a dialética do concreto, para a gerência das circunstâncias tumultuadas ou desafiantes de problemas que emergem da 
sociedade brasileira: os econômicos, os políticos, os jurídicos, etc., numa complexidade que reclama o estudo detido, a discussão aberta e atualizada, por vezes a 
retrospectiva histórica. Mas sempre a demandar o senso real das coisas. 
João Alfredo de Sousa Montenegro. O discurso autoritário de Cairu. Brasília: Senado Federal, 2000, Coleção Brasil 500 anos, 2.ª ed., p. 235. 
Considerando os sentidos e as estruturas lingüísticas do texto acima, bem como as noções que cercam o conceito de retórica e argumentação, julgue o item 
subseqüente. 
 
Os traços mencionados no segundo parágrafo, que, segundo o autor, caracterizam o discurso cairuense, constituem a essência da retórica parlamentar. Sem tais 
traços, não se logra produzir esse tipo de discurso. 
Certo Errado 
Questão 23: CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/1997 
Assunto: Linguagem formal e informal 
Polícia. 
É uma função do Estado que se concretiza em uma instituição de administração positiva e visa pôr em ação as limitações que a lei impõe à liberdade dosindivíduos e dos grupos, para salvaguarda e manutenção da ordem pública, em suas várias manifestações: da segurança das pessoas à segurança da 
propriedade, da tranqüilidade dos agregados humanos à proteção de qualquer outro bem; tutelado com disposições penais. Esta definição de Polícia não abrange 
o sentido que o termo teve no decorrer dos séculos: derivando de um primeiro significado diretamente etimológico de conjunto das instituições necessárias ao 
funcionamento e à conservação da cidade-Estado, o termo indicou, na Idade Média, a boa ordem da sociedade civil, da competência das autoridades políticas do 
Estado, em contraposição à boa ordem moral, do cuidado exclusivo da autoridade religiosa. Na Idade Moderna, seu significado chegou a compreender toda a 
atividade da administração pública. Este termo voltou a ter um significado mais restrito, quando, no início do século XIX, passou a ,o identificar-se com a atividade 
tendente a assegurar a defesa da comunidade dos perigos internos. Tais perigos estavam representados nas ações e situações contrárias à ordem pública e à 
segurança pública. A defesa da ordem pública se exprimia na repressão de todas aquelas manifestações que pudessem desembocar em uma mudança das 
relações político-econômicas , entre as classes sociais; enquanto que a segurança pública compreendia a salvaguarda da integridade física da população, nos bens 
e nas pessoas, contra os inimigos naturais e sociais. Estas duas atividades da polícia são apenas parcialmente distinguíveis do ponto de vista político: na sociedade 
atual, caracterizada por uma evidente diferenciação de classes, a defesa dos bens da população, que poderia parecer uma atividade destinada à proteção de todo 
o agregado humano, se reduz à tutela das classes possuidoras de bens que precisam de defesa; quanto à defesa da ordem pública, ela se resume também na 
defesa de grupos ou classes particulares. A orientação classista da atividade de polícia consentiu, além disso, que normas claramente destinadas à salvaguarda da 
integridade física da população contra inimigos naturais tenham sido utilizadas com fins repressivos: pensemos, por exemplo, nas normas sobre a funcionalidade 
dos locais destinados a espetáculos públicos (cinemas, teatros, estádios etc.) e no uso que deles se fez em tempos e países diversos para impedir manifestações 
ou reuniões antigovernamentais. É nesse sentido que se confirma a definição de Polícia acima apresentada, já que a defesa da segurança pública é, na realidade, 
uma atividade orientada a consolidar a ordem pública e, conseqüentemente, o estado das relações de força entre classes e grupos sociais. 
Com respeito ao vocabulário empregado no texto, julgue o item a seguir. 
Predominam na constituição do verbete palavras provenientes do vocabulário técnico, específicas da atividade policial. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 24: CEBRASPE (CESPE) - 1º Ten (PM MA)/PM MA/Psicólogo/2018 
Assunto: Figuras de Linguagem 
Texto CG1A1BBB 
Quando dizemos que uma pessoa é doce, fica bem claro que se trata de um elogio, e de um elogio emocionado, porque parte de remotas e ternas lembranças: o 
primeiro sabor que nos recebe no mundo é o gosto adocicado do leite materno, e dele nos lembraremos pelo resto de nossas vidas. A paixão pelo açúcar é uma 
constante em nossa cultura. O açúcar é fonte de energia, uma substância capaz de proporcionar um instantâneo “barato” que reconforta nervos abalados. É 
paradoxal, portanto, a existência de uma doença em que o açúcar está ali, em nossa corrente sanguínea, mas não pode ser utilizado pelo organismo por falta de 
insulina. As células imploram pelo açúcar que não conseguem receber, e que sai, literalmente, na urina. O diabetes é conhecido desde a Antiguidade, sobretudo 
porque é uma doença de fácil diagnóstico: as formigas se encarregam disso. Há séculos, sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o formigueiro. 
Também não escapou aos médicos de outrora o fato de que a pessoa diabética urina muito e emagrece. “As carnes se dissolvem na urina”, diziam os gregos. 
Moacyr Scliar. Doce problema. In: A face oculta — 
inusitadas e reveladoras histórias da medicina. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001 (com adaptações). 
No que concerne às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CG1A1BBB, julgue o item. 
 
Há uma metáfora no período “Há séculos, sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o formigueiro” 
Certo Errado 
Questão 25: CEBRASPE (CESPE) - Med (FUB)/FUB/Clínica/2016 
Assunto: Figuras de Linguagem 
Texto 
 
Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele 
nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, 
mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente 
ignora você. Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige. Uma tela vazia, muda, nenhuma reação aos nossos comandos 
digitais, tudo bem. Mas quando você o manda fazer alguma coisa, mas manda errado, ele diz “Errado”. Não diz “Burro”, mas está implícito. É pior, muito pior. Às 
vezes, quando a gente erra, ele faz “bip”. Assim, para todo mundo ouvir. Comecei a usar o computador na redação do jornal e volta e meia errava. E lá vinha ele: 
“Bip!” “Olha aqui, pessoal: ele errou”. 
Outra coisa: ele é mais inteligente que você. Sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que sabe. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão 
inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele 
tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que 
você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguentava os humanos por falta de coisa melhor, no momento. E a máquina, 
mesmo nos seus instantes de maior impaciência conosco, jamais faria “bip” em público. 
Quando saí da redação do jornal depois de usar o computador pela primeira vez, cheguei em casa e bati na minha máquina. Sabendo que ela aguentaria sem 
reclamar, como sempre, a pobrezinha. 
Luis Fernando Veríssimo. Tecnologia. In: Pai não entende nada. Porto Alegre: L&PM, 1990, p. 58-60. 
Com relação às ideias do texto, às construções linguísticas nele empregadas e à sua tipologia, julgue o item subsequente. 
 
O computador e a máquina de escrever, instrumentos do cotidiano do trabalho do autor do texto, são descritos com o uso de recursos textuais que remetem a 
características humanas. 
Certo Errado 
Questão 26: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2015 
Assunto: Figuras de Linguagem 
O subúrbio de S. Geraldo, no ano de 192..., já misturava ao cheiro de estrebaria algum progresso. Quanto mais fábricas se abriam nos arredores, mais o subúrbio 
se erguia em vida própria, sem que os habitantes pudessem dizer que transformação os atingia. Os movimentos já se haviam congestionado e não se poderia 
atravessar uma rua sem desviar-se de uma carroça que os cavalos vagarosos puxavam, enquanto um automóvel impaciente buzinava atrás lançando fumaça. 
Mesmo os crepúsculos eram agora enfumaçados e sanguinolentos. De manhã, entre os caminhões que pediam passagem para a nova usina, transportando 
madeira e ferro, as cestas de peixe se espalhavam pela calçada, vindas, através da noite, de centros maiores. Dos sobrados desciam mulheres despenteadas com 
panelas, os peixes eram pesados quase na mão, enquanto os vendedores em mangas de camisa gritavam os preços. E quando, sobre o alegre movimento da 
manhã, soprava o vento fresco e perturbador, dir-se-ia que a população inteira se preparava para um embarque. 
ClariceLispector. A cidade sitiada. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 15-6. 
 
 
Com referência às ideias e às estruturas do texto acima, julgue (C ou E) o item que se segue. 
 
Os segmentos “um automóvel impaciente buzinava” e “entre os caminhões que pediam passagem” expressam a mesma figura de linguagem. 
Certo Errado 
Questão 27: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2014 
Assunto: Figuras de Linguagem 
Texto I: para a questão 
Quanto a mim mesma, sem mentir nem ser verdadeira — como naquele momento em que ontem de manhã estava sentada à mesa do café — quanto a mim 
mesma, sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim. De algum modo “como se não fosse eu” era mais amplo do que se fosse — uma vida 
inexistente me possuía toda e me ocupava como uma invenção. (...) 
Enquanto eu mesma era, mais do que limpa e correta, era uma réplica bonita. Pois tudo isso é o que provavelmente me torna generosa e bonita. Basta o olhar de 
um homem experimentado para que ele avalie que eis uma mulher de generosidade e graça, e que não dá trabalho, e que não rói um homem: mulher que sorri e 
ri. 
Essa imagem de mim entre aspas me satisfazia, e não apenas superficialmente. Eu era a imagem do que não era, e essa imagem do não ser me cumulava toda: 
um dos modos mais fortes é ser negativamente. Como eu não sabia o que era, então “não ser” era a minha maior aproximação da verdade: pelo menos eu tinha 
o lado avesso: eu pelo menos tinha o “não”, tinha o meu oposto. O meu bem eu não sabia qual era, então vivia com algum pré-fervor, o que era o meu “mal”. 
Clarice Lispector. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964, p. 30-1 (com adaptações). 
Em relação ao texto I acima, julgue (C ou E) o item seguinte. 
 
A sentença “Eu era a imagem do que não era” expressa um paradoxo ou oximoro. 
Certo Errado 
Questão 28: CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Área XX/Consultor Legislativo/2014 
Assunto: Figuras de Linguagem 
Eis a razão pela qual acredito estarmos caminhando para a edificação de uma nova ordem mundial, assentada em parâmetros razoavelmente distintos daqueles 
que prevaleceram nas duas últimas décadas. Aprendemos que o fim do sistema bipolar (...) não teve o dom de sepultar interesses divergentes e claros 
antagonismos, sempre presentes na área internacional. Entendemos, ademais, que o mercado, por sua própria natureza, não é a instância adequada para tomar 
decisões políticas, que afetam milhões de pessoas. Por fim, mas não menos significativo, percebemos que o combate a um inimigo difuso, a cuja sanha 
destruidora e ensandecida todos devemos opor tenaz resistência para dela não nos tornarmos reféns, requer esforço conjunto e solidário, somente possível pelo 
acordo que não se impõe, mas que se celebra pela busca de convergência possível. Isso é Política. 
É nesse novo quadro histórico que emerge, renovada e fortalecida, a instituição parlamentar. Dela se espera, agora mais do que nunca, que agregue às suas 
funções tradicionais — debater, legislar e fiscalizar — novos e mais amplos horizontes de atuação, nos quais a política externa e as relações internacionais ocupam 
posição nuclear. Não mais se admite que, ao Parlamento, caibam apenas funções subsidiárias, a homologar decisões do Executivo, quase sempre desempenhando 
um papel que não foge do mero formalismo. Referendar tratados e acordos internacionais, sem a mínima possibilidade de interferir em sua elaboração, deverá 
constituir-se em imagem do passado, página virada de uma História que estimaríamos não mais se repetisse. 
(...) 
Eis porque, Caros Colegas de todas as Américas, nosso maior desafio, nestes tempos de tantas incertezas e permanentes tensões, é prover o Parlamento das mais 
amplas condições, a começar pela excelência técnica, para participar ativamente do processo das grandes decisões, das nacionais àquelas que envolvem as 
relações internacionais. Assumir a parcela que lhe cabe, na construção de uma nova ordem mundial, mais justa e equânime, é missão da qual não pode fugir, sob 
pena de desfigurar-se por completo como voz da cidadania. 
Estou certo de que esse desafio se transforma em nosso compromisso. E, assim, estaremos contribuindo para a construção de um mundo melhor. Com os pés 
fixos em nossa província, zelando pelo bem-estar dos cidadãos que representamos, haveremos de alçar voos maiores lançando nosso atento olhar para todo o 
planeta. 
Ramez Tebet. Discurso proferido na Abertura da III Conferência Parlamentar das Américas. Rio de Janeiro, 19/11/2001. 
Em relação ao texto acima, julgue o item. 
 
No último parágrafo, verifica-se, entre outros aspectos linguísticos, o emprego de clichê e de antítese. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 29: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2013 
Assunto: Figuras de Linguagem 
Cobra Norato 
XXVIII 
A floresta se avoluma 
Movem-se espantalhos monstros 
riscando sombras estranhas pelo chão 
Árvores encapuzadas soltam fantasmas 
com visagens do lá se vai 
O luar amacia o mato sonolento 
Lá adiante 
o silêncio vai marchando com uma banda de música 
Floresta ventríloqua brinca de cidade 
Movem-se arbustos cúbicos 
sob arcadas de samaúma 
Palmeiras aneladas se abanam 
Jaburus de monóculo namoram estrelas míopes 
João Cutuca belisca árvores 
Passa lá embaixo a escolta do Rei de Copas 
Chegam de longe ruídos anônimos 
O mato se acorda 
Cipós fazem intrigas no alto dos galhos 
Desatam-se em gargalhadinhas 
Uma árvore telegrafou para outra: 
psi psi psi 
Desembarcam vozes de contrabando 
Sapos soletram as leis da floresta 
Lá em cima 
um curió toca flauta 
Estira-se o rio 
O mato é um acompanhamento 
Desfiam-se as distâncias 
entre manchas de neblina 
― Lá vai indo um navio, compadre! 
Jaquirana-boia apita 
Uma árvore abana adeus do alto de um galho 
XXIX 
― Escuta, compadre 
O que se vê não é navio É a Cobra Grande 
― Mas o casco de prata? As velas embojadas de vento? 
Aquilo é a Cobra Grande 
Quando começa a lua cheia ela aparece 
Vem buscar moça que ainda não conheceu homem 
A visagem vai se sumindo 
pras bandas de Macapá 
Neste silêncio de águas assustadas 
parece que ainda ouço um soluço quebrando-se na noite 
― Coitadinha da moça 
Como será o nome dela? 
Se eu pudesse ia assistir o casamento 
― Casamento de Cobra Grande chama desgraça, compadre 
 
 
Só se a gente arranjar mandinga de defunto 
Ué! Então vamos 
Lobisomem está de festa no cemitério 
Raul Bopp. Cobra Norato. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009, p. 44-9. 
A respeito das relações semântico-sintáticas no poema Cobra Norato, de Raul Bopp, julgue (C ou E) o item subsequente. 
No verso “Vem buscar moça que ainda não conheceu homem” (v.38), o atributo do núcleo nominal “moça” é expresso por estrutura oracional que corresponde a 
uma perífrase. 
Certo Errado 
Questão 30: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2011 
Assunto: Figuras de Linguagem 
Texto para a questão. 
Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua experiência em Brasília. Para quem conhece apenas 
o arquiteto, o artigo poderá passar por uma defesa em causa própria — o revide normal de um pai que sai de sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho 
em quem querem bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o avesso do causídico, como um dos 
seres mais antiautopromocionais que já conheci em minha vida. 
Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade. Ela não tem nada a ver com o conhecimento realista — que Oscar tem — de seu valor 
profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos criadores verdadeiramente integrados com a vida, dos que sabem que não há tempo a perder, é preciso 
construir a beleza e a felicidade no mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é tudo tão frágil e precário. 
Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicasnas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro 
homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de condições 
urbanas e rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado para viver. 
Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio refletido num depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido amigo, como não me 
emocionar? 
Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações). 
Acerca dos mecanismos de coesão empregados no texto, julgue (C ou E) o item subsequente. 
Na linha 2, o vocábulo “arquiteto” retoma por substituição o nome próprio “Oscar Niemeyer”, empregado na linha 1, mecanismo que corresponde a uma 
variedade de metonímia e por meio do qual se evita a repetição de vocábulo. 
Certo Errado 
Questão 31: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2011 
Assunto: Figuras de Linguagem 
Texto para a questão. 
Deixei os braços pousarem na madeira inchada e úmida, abri um pouco a janela a pensar que isso de olhar a chuva de frente podia abrandar o ritmo dela, ouvi lá 
embaixo, na varanda, os passos da avó Agnette, que se ia sentar na cadeira da varanda a apanhar ar fresco, senti que despedir-me da minha casa era despedir-
me dos meus pais, das minhas irmãs, da avó e era despedir-me de todos os outros: os da minha rua, senti que rua não era um conjunto de casas mas uma 
multidão de abraços, a minha rua, que sempre se chamou Fernão Mendes Pinto, nesse dia ficou espremida numa só palavra que quase me doía na boca se eu 
falasse com palavras de dizer: infância. 
A chuva parou. O mais difícil era saber parar as lágrimas. 
O mundo tinha aquele cheiro da terra depois de chover e também o terrível cheiro das despedidas. Não gosto de despedidas porque elas têm esse cheiro de 
amizades que se transformam em recordações molhadas com bué de lágrimas. Não gosto de despedidas porque elas chegam dentro de mim como se fossem 
fantasmas mujimbeiros* que dizem segredos do futuro que eu nunca pedi a ninguém para vir soprar no meu ouvido de criança. 
Desci. Sentei-me perto, muito perto da avó Agnette. 
Ficamos a olhar o verde do jardim, as gotas a evaporarem, as lesmas a prepararem os corpos para novas caminhadas. O recomeçar das coisas. 
— Não sei onde é que as lesmas sempre vão, avó. 
— Vão pra casa, filho. 
— Tantas vezes de um lado para o outro? 
 
 
— Uma casa está em muitos lugares — ela respirou devagar, me abraçou. — É uma coisa que se encontra. 
 
*Mujimbeiro: fofoqueiro. 
Ondjaki. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007, p. 145-6 (com adaptações). 
A respeito do texto, julgue (C ou E) o item que se segue. 
O fato de o texto ter sido escrito na primeira pessoa do singular justifica o emprego da linguagem sinestésica em trechos como “O mundo tinha aquele cheiro da 
terra depois de chover e também o terrível cheiro das despedidas”, recurso inviável em textos escritos na terceira pessoa. 
Certo Errado 
Questão 32: CEBRASPE (CESPE) - Con Tec Leg (CL DF)/CL DF/Taquígrafo Especialista/2006 
Assunto: Figuras de Linguagem 
Texto 
Juscelino Kubitscheck 
• Informa ao Senado ter tomado conhecimento de sua próxima cassação (3/6/1964). 
O SR. JUSCELINO KUBITSCHEK — (Para explicar, lê o seguinte discurso) — Sr. Presidente, Srs. Senadores, na previsão de que se confirme a cassação dos meus 
direitos políticos, que implicaria na cassação do meu direito de cidadão (ser candidato do Partido Social Democrático ao futuro pleito presidencial) e de 
representante do povo de Goiás, julgo de meu dever dirigir, desta tribuna, algumas palavras à Nação brasileira. Faço-o agora para que, se o ato de violência vier 
a consumar-se, não me veja eu privado do dever de denunciar o atentado que na minha pessoa vão sofrer as instituições livres. Não me é lícito perder uma 
oportunidade que não me pertence, mas pertence a tudo o que represento nesta hora. (...) 
Se me forem retirados os direitos políticos, como se anuncia em toda a parte, não me intimidarei, não deixarei de lutar. Do ponto de vista de minha biografia, só 
terei do que me orgulhar desse ato. Lamento apenas que a Nação, através do Partido que recentemente me indicou para as eleições de 65, sofra essa vil afronta. 
Mas essa mesma afronta terá reparação certa pelas urnas, ao primeiro ensejo, com qualquer outro nome pessedista. 
Por que, então, Sr. Presidente, é o caso de perguntar-me, se me deveria envaidecer de tão grande privilégio — o de ser alvo principal da luta antidemocrática — 
por que me invade neste instante uma tristeza das mais terríveis por que já passei em toda a minha acidentada vida pública? Essa tristeza nasce, sem dúvida de 
que, se por um lado me oferecem uma oportunidade de glória, por outro lado ferem o nosso País, humilhando na minha pessoa a nossa civilização, degradando-
nos no conceito das demais nações livres e fazendo na Revolução algo que merecerá o repúdio de todos os democratas do mundo. É com esse terrível sentimento 
de pesar que espero a consumação da iniqüidade que anunciam para breve. 
Grandes momentos do parlamento brasileiro. Brasília: Senado Federal, Presidência, 1998, vol. I, p. 311-2. 
Considerando aspectos morfossintáticos do discurso de Juscelino Kubitscheck, julgue o item subseqüente. 
 
O último período do primeiro parágrafo é construído sintática e semanticamente com base nas figuras de linguagem denominadas assíndeto e hipérbole. 
Certo Errado 
Questão 33: CEBRASPE (CESPE) - Aud Fisc (Limeira)/Pref Limeira/2006 
Assunto: Figuras de Linguagem 
O lado perverso do consumo excessivo é que ele se restringe a uma minoria concentrada principalmente nos países ricos. Apenas 1,7 bilhão dos atuais 6,3 bilhões 
de pessoas que habitam o planeta têm hoje condições de consumir além das necessidades básicas. Ainda assim, a demanda por matéria-prima e energia cresce, 
precipitando o mundo na direção de um impasse civilizatório: ou a sociedade de consumo enfrenta o desafio da sustentabilidade ou teremos cada vez menos água 
doce e limpa, menos florestas, menos solos férteis, menos espaço para a monumental produção de lixo e outros efeitos colaterais desse modo suicida de 
desenvolvimento. 
André Trigueiro. Mundo sustentável. São Paulo: Globo, 2005, p. 22. 
Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir. 
A repetição da palavra “menos” provoca o efeito de sentido de ênfase. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 34: CEBRASPE (CESPE) - Con Tec Leg (CL DF)/CL DF/Taquígrafo Especialista/2006 
Assunto: Figuras de Linguagem 
Texto 
O discurso cairuense particulariza-se, do ponto da organização formal e da estratégia teórico-ideológica, na articulação parlamentar. 
Em linhas gerais, pode-se dizer que ele se caracteriza pelo relato simples e objetivo e pela análise dos problemas nacionais mais candentes da época. 
E o faz dentro da melhor técnica, combinando o jogo da eloqüência com o exame meticuloso e realista das proposições que lhe são submetidas. 
Usa a retórica de uma forma que convém ao estilo da casa, sem as palavras alçarem vôos insopitáveis, ao ambiente em que tramitam os projetos da política e da 
administração públicas, voltados para a dialética do concreto, para a gerência das circunstâncias tumultuadas ou desafiantes de problemas que emergem da 
sociedade brasileira: os econômicos, os políticos, os jurídicos, etc., numa complexidade que reclama o estudo detido, a discussão aberta e atualizada, por vezes a 
retrospectiva histórica. Mas sempre a demandar o senso real das coisas. 
João Alfredo de Sousa Montenegro. O discurso autoritário de Cairu. Brasília: Senado Federal, 2000, Coleção Brasil 500 anos, 2.ª ed., p. 235. 
Considerando os sentidos e as estruturas lingüísticas do texto acima, bem como as noções que cercam o conceito de retórica e argumentação, julgue o itemsubseqüente. 
 
Quando se atribui às palavras o poder de “alçarem vôos insopitáveis”, está-se lançando mão de uma figura de estilo chamada metonímia. 
Certo Errado 
Questão 35: CEBRASPE (CESPE) - PPF/PF/1997 
Assunto: Figuras de Linguagem 
BRASILEIRO CEM MILHÕES 
Telefonei para a maternidade indagando se havia nascido o bebê n.º 100.000.000. e não souberam informar-me: 
- De zero hora até este momento nasceram oito, mas nenhum foi etiquetado com esse número. 
É uma falha do nosso registro civil: as crianças não recebem números ao nascer. Dão-lhes apenas um nome, às vezes surrealista, que acompanhará por toda a 
vida como pesadelo, quando à numeração pura e simples viria garantir identidade insofismável, poupando ainda o vexame de carregar certos antropônimos. 
Centenas de milhares nascem João ou José, mais o homem ou a mulher 25.786.439 seria uma única pessoa viva, muito mais fácil de cadastrar no Imposto de 
Renda e nos mil outros fichários com que é policiada a nossa existência. 
Passei por baixo do viaduto, onde costumam nascer filhos do vento, e reinava uma paz de latas enferrujadas e grama sem problemas. Ninguém nascera ali depois 
da meia-noite. O dia 21 de agosto, marcado para o advento do brasileiro cem-milhões, transcorria sem que sinal algum, na terra ou no ar, registrasse o 
acontecimento. 
Seria vaidade irrisória proclamar-se ele o 100.000.000.º menbro eufórico da geração dos 100 milhões, e saber-se apenas mais um marginalizado, que só por 
artifício de média ganha sua fatia no bolo do Produto Nacional Bruto. 
Não desejo o herói do monumento nem mártir anônimo. Prefiro vê-lo como um ser capaz de fazer alguma coisa de normal numa sociedade razoavelmente 
suportável, em que a vida não seja obrigação estupida, sem pausa para fruir a graça das coisas naturais e o que lhes acrescentou a imaginação humana. 
Olho para esse brasileiro cem-milhões, nascido ontem ou por nascer daqui a algumas semanas, como se ele fosse meu neto... bisneto, talvez. Pois quando me dei 
conta de mim, isto ai era um país de 20 milhões de pessoas, diluídas num território quase só mistério, que aos poucos se foi desbravando, mantendo ainda 
bolsões de sombra. Vi crescer a terra e lutarem os homens, entre desajustes e sofrimentos. Os maiorais que dirigiam o processo lá se foram todos. Vieram outros 
e outros, e encontro nesta geração um novo rosto de vida que se interroga. Há muita ingenuidade, também muita coragem, e os problemas se multiplicam com o 
crescimento desordenado. Somos mais ricos... e também mais pobres. 
Meu querido e desconhecido irmão n.º 100.000.000, onde quer que estejas nascendo, fica de olho no futuro, presta atenção nas coisas para que não façam de ti 
subproduto de consumo, e boa viagem pelo século XXI a dentro. 
ANDRADE, Carlos Drummond de. De notícias e não-notícias faz-se a crônica. 6. ed. Rio de Janeiro:Record, 1993. pág. 11-3 
Com base nos recursos estilísticos utilizados no texto, julgue o item a seguir. 
Quando se refere ao fato de as crianças, ao nascerem, receberem um nome, "às vezes surrealista, que as acompanhará por toda a vida como pesadelo", o autor 
está carregando sua linguagem de traços exagerados, hiperbólicos. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 36: CEBRASPE (CESPE) - PPF/PF/1997 
Assunto: Figuras de Linguagem 
BRASILEIRO CEM MILHÕES 
Telefonei para a maternidade indagando se havia nascido o bebê n.º 100.000.000. e não souberam informar-me: 
- De zero hora até este momento nasceram oito, mas nenhum foi etiquetado com esse número. 
É uma falha do nosso registro civil: as crianças não recebem números ao nascer. Dão-lhes apenas um nome, às vezes surrealista, que acompanhará por toda a 
vida como pesadelo, quando à numeração pura e simples viria garantir identidade insofismável, poupando ainda o vexame de carregar certos antropônimos. 
Centenas de milhares 
nascem João ou José, mais o homem ou a mulher 25.786.439 seria uma única pessoa viva, muito mais fácil de cadastrar no Imposto de Renda e nos mil outros 
fichários com que é policiada a nossa existência. 
Passei por baixo do viaduto, onde costumam nascer filhos do vento, e reinava uma paz de latas enferrujadas e grama sem problemas. Ninguém nascera ali depois 
da meia-noite. O dia 21 de agosto, marcado para o advento do brasileiro cem-milhões, transcorria sem que sinal algum, na terra ou no ar, registrasse o 
acontecimento. 
Seria vaidade irrisória proclamar-se ele o 100.000.000.º menbro eufórico da geração dos 100 milhões, e saber-se apenas mais um marginalizado, que só por 
artifício de média ganha sua fatia no bolo do Produto Nacional Bruto. 
Não desejo o herói do monumento nem mártir anônimo. Prefiro vê-lo como um ser capaz de fazer alguma coisa de normal numa sociedade razoavelmente 
suportável, em que a vida não seja obrigação estupida, sem pausa para fruir a graça das coisas naturais e o que lhes acrescentou a imaginação humana. 
Olho para esse brasileiro cem-milhões, nascido ontem ou por nascer daqui a algumas semanas, como se ele fosse meu neto... bisneto, talvez. Pois quando me dei 
conta de mim, isto ai era um país de 20 milhões de pessoas, diluídas num território quase só mistério, que aos poucos se foi desbravando, mantendo ainda 
bolsões de sombra. Vi crescer a terra e lutarem os homens, entre desajustes e sofrimentos. Os maiorais que dirigiam o processo lá se foram todos. Vieram outros 
e outros, e encontro nesta geração um novo rosto de vida que se interroga. Há muita ingenuidade, também muita coragem, e os problemas se multiplicam com o 
crescimento desordenado. Somos mais ricos... e também mais pobres. 
Meu querido e desconhecido irmão n.º 100.000.000, onde quer que estejas nascendo, fica de olho no futuro, presta atenção nas coisas para que não façam de ti 
subproduto de consumo, e boa viagem pelo século XXI a dentro. 
ANDRADE, Carlos Drummond de. De notícias e não-notícias faz-se a crônica. 6. ed. Rio de Janeiro:Record, 1993. pág. 11-3 
Com base nos recursos estilísticos utilizados no texto, julgue o item a seguir. 
Há uma situação antítética subjacente em "Não o desejo herói de monumento nem mártir anônimo." 
Certo Errado 
Questão 37: CEBRASPE (CESPE) - PPF/PF/1997 
Assunto: Figuras de Linguagem 
BRASILEIRO CEM MILHÕES 
Telefonei para a maternidade indagando se havia nascido o bebê n.º 100.000.000. e não souberam informar-me: 
- De zero hora até este momento nasceram oito, mas nenhum foi etiquetado com esse número. 
É uma falha do nosso registro civil: as crianças não recebem números ao nascer. Dão-lhes apenas um nome, às vezes surrealista, que acompanhará por toda a 
vida como pesadelo, quando à numeração pura e simples viria garantir identidade insofismável, poupando ainda o vexame de carregar certos antropônimos. 
Centenas de milhares nascem João ou José, mais o homem ou a mulher 25.786.439 seria uma única pessoa viva, muito mais fácil de cadastrar no Imposto de 
Renda e nos mil outros fichários com que é policiada a nossa existência. 
Passei por baixo do viaduto, onde costumam nascer filhos do vento, e reinava uma paz de latas enferrujadas e grama sem problemas. Ninguém nascera ali depois 
da meia-noite. O dia 21 de agosto, marcado para o advento do brasileiro cem-milhões, transcorria sem que sinal algum, na terra ou no ar, registrasse o 
acontecimento. 
Seria vaidade irrisória proclamar-se ele o 100.000.000.º menbro eufórico da geração dos 100 milhões, e saber-se apenas mais um marginalizado, que só por 
artifício de média ganha sua fatia no bolo do Produto Nacional Bruto. 
Não desejo o herói do monumento nem mártir anônimo. Prefiro vê-lo como um ser capaz de fazer alguma coisa de normal numa sociedade razoavelmente 
suportável, em que a vida não seja obrigação estupida, sem pausa para fruir a graça das coisas naturais e o que lhes acrescentou a imaginação humana. 
Olho para esse brasileiro cem-milhões, nascido ontem ou por nascer daqui a algumas semanas, como se ele fosse meu neto... bisneto, talvez. Pois quandome dei 
conta de mim, isto ai era um país de 20 milhões de pessoas, diluídas num território quase só mistério, que aos poucos se foi desbravando, mantendo ainda 
bolsões de sombra. Vi crescer a terra e lutarem os homens, entre desajustes e sofrimentos. Os maiorais que dirigiam o processo lá se foram todos. Vieram outros 
e outros, e encontro nesta geração um novo rosto de vida que se interroga. Há muita ingenuidade, também muita coragem, e os problemas se multiplicam com o 
crescimento desordenado. Somos mais ricos... e também mais pobres. 
Meu querido e desconhecido irmão n.º 100.000.000, onde quer que estejas nascendo, fica de olho no futuro, presta atenção nas coisas para que não façam de ti 
subproduto de consumo, e boa viagem pelo século XXI a dentro. 
 
 
ANDRADE, Carlos Drummond de. De notícias e não-notícias faz-se a crônica. 6. ed. Rio de Janeiro:Record, 1993. pág. 11-3 
Com base nos recursos estilísticos utilizados no texto, julgue o item a seguir. 
No terceiro parágrafo, ao afirmar que "milhares nascem João ou José" e que se números fossem usados seria "mais fácil de cadastrar no Imposto de Renda", o 
autor está se valendo da ironia como recurso estilístico. 
Certo Errado 
Questão 38: CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/1997 
Assunto: Figuras de Linguagem 
COMPRAR REVISTA 
Parou, hesitante; em frente à banca de jornais. Examinou as capas das revistas, uma por uma. Tirou do bolso o recorte, consultou-o. Não, não estava incluída na 
relação de títulos, levantada por ordem alfabética. Mas quem sabe havia relação suplementar, feita na véspera? Na dúvida, achou conveniente estudar a cara do 
jornaleiro. Era a mesma de sempre. Mas a talvez ocultasse alguma coisa, sob a aparência habitual. O jornaleiro olhou para ele, sem transmitir informação especial 
no olhar, além do reconhecimento do freguês. 
Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é melhor sondar a barra? 
− Como vão indo as coisas? 
− Vão indo, meio paradas. 
− Não tem vendido muita revista? 
O jornaleiro fitou-o, sério: 
− Nem todo o dia é dia de vender muita. 
− Eu sei, mais tem revista e revista ? 
− Lá isso é. 
− A lista está completa ? 
− Que lista? − Das revistas proibidas. 
− Ah, sim, o listão. O senhor queria que não estivesse completo? 
− Eu? Perguntei, apenas. Gosto de saber das coisas com certeza. Às vezes a gente pede uma revista que não tem mais, que não pode mais ter à 
venda, e... 
− Por isso que perguntei. Não quero grilo, entende? 
− Entendi. 
− Nem para o senhor nem para mim, é lógico. 
− Tá legal. 
− Além do mais, gosto de cumprir a lei. O senhor também não gosta? 
− Muito. 
− Sou assim. Sempre gostei. Cumpro a lei, cumpro o decreto, cumpro o regulamento, cumpro a portaria, cumpro tudo. 
− Eu também, e daí? 
− Daí, não estou vendo a revista que eu queria, e fico sem saber se posso querer, se a lei me autoriza a querer minha revista. 
− Bem, se não está no listão, eu tenho. 
− E por que não expõe? 
− Não posso expor tudo ao mesmo tempo. Tenho que mostrar as revistas esportivas, as de palavras cruzadas, as de cozinha, os fascículos de bichos e 
viagens, as leis de impacto... Como é que sobra lugar? 
− Compreendo. Mas não achando a revista exposta, receei que ela não pudesse mais circular. 
− Por quê? Tem muita mulher nua, colorida, página dupla? 
− Não. 
− Marmanjo nu, como está na moda? 
− Também não. De vez em quando publica umas fotos pequeninas, de cenas de filmes ou peças de teatro, com barrigas e pernas de fora. Me 
interessa é as notícias, é como vai o mundo, e o que se comenta sobre ele. Quero uma revista de atualidades. 
− Por que não disse logo? 
− Porque tem atualidade e atualidade, então não sei? Pode me vender o Time, ou também ele já foi proibido? Veja bem, não desejo comprometê-lo. E 
muito menos a mim, é evidente. Mas só quero o Time se o senhor garantir que posso levar ele para casa sem infringir a lei. 
Carlos Drummond de Andrade. De noticias & não noticias faz-se a crônica. Rio de Janeiro, José Olympio. p. 158-50. 1975 (com adaptações) 
Carlos Drummond de Andrade, notável escritor da Literatura Brasileira, dá ao seu texto primoroso acabamento estilístico. Com base na estilística dos diálogos, 
julgue o item a seguir. 
 
Sabendo que time é uma palavra inglesa que significa tempo e que Time é o nome de uma revista de grande circulação internacional, percebe-se a utilização da 
ironia e do paradoxo, frente ao cerceamento da liberdade de imprensa, por parte do autor, ao redigir: "Pode me vender o Time, ou também ele já foi 
proibido?". 
Certo Errado 
 
 
Questão 39: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 
Assunto: Vícios de Linguagem (pleonasmo, ambiguidade, cacofonia etc) 
Texto 6A3AAA 
A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, seja nas empresas, seja em cada um de seus departamentos. Ela é essencial em todas as 
funções da administração: o administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar. 
Para os humanistas, a liderança pode ser analisada sob diversos ângulos, entre os quais estão: 
Liderança como um fenômeno de influência interpessoal. Liderança é a influência interpessoal exercida em uma situação e dirigida por meio do processo da 
comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. A liderança ocorre como um fenômeno social e exclusivamente nos grupos sociais. 
Ela decorre dos relacionamentos entre as pessoas em determinada estrutura social. Nada tem a ver com os traços pessoais de personalidade do líder. A influência 
significa uma força psicológica, uma transação interpessoal na qual uma pessoa age de modo a modificar o comportamento de outra de modo intencional. A 
influência envolve conceitos como poder e autoridade, abrangendo maneiras pelas quais se provocam mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos 
sociais. 
Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo. O grau em que um indivíduo demonstra a qualidade de liderança depende não somente de 
suas próprias características pessoais, mas também das características da situação na qual ele se encontra.Liderança é um processo contínuo de escolha que 
permite que a empresa caminhe em direção a sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. O grupo tende a escolher como líder a pessoa que 
lhe pode dar maior assistência e orientação (que defina ou ajude o grupo a escolher os rumos e as melhores soluções para seus problemas) para que alcance 
seus objetivos. A liderança éuma questão de redução da incerteza do grupo, e o comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha, a tomada de 
decisão. Nesse sentido, o líder é um tomador de decisões ou aquele que ajuda o grupo a tomar decisões adequadas. 
Idalberto Chiavenato. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 122 (com adaptações). 
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto 6A3AAA, julgue o item. 
 
Há uma ambiguidade quanto ao antecedente do sujeito elíptico da forma verbal “alcance”, que poderia ser dirimida caso essa forma verbal fosse flexionada no 
plural — alcancem —,estabelecendo-se co ncordância ideológica com a palavra “grupo”. 
Certo Errado 
Questão 40: CEBRASPE (CESPE) - TJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2015 
Assunto: Vícios de Linguagem (pleonasmo, ambiguidade, cacofonia etc) 
Texto para o item. 
A natureza é capaz de produzir materiais preciosos, como o ouro e o cobre — condutor de ENERGIA ELÉTRICA. 
O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso. Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de energia sustentáveis, faça sua parte aqui no 
TJDFT: 
— Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a iluminação natural. 
— Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado. 
— Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do ambiente. 
— Utilize o computador no modo espera. 
Fique ligado! Evite desperdícios.Energia elétrica. 
A natureza cobra o preço do desperdício. 
Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações). 
Tendo como referência os aspectos gramaticais do texto, julgue o próximo item. 
 
A substituição da palavra “energia”, em “novas fontes de energia sustentáveis” por energias prejudicaria a clareza do texto, por resultar em ambiguidade em 
relação ao termo que a palavra “sustentáveis” modifica. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 41: CEBRASPE (CESPE) - AJ (TJ SE)/TJ SE/Apoio Especializado/Serviço Social/2014 
Assunto: Vícios de Linguagem (pleonasmo, ambiguidade, cacofonia etc) 
A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as letras, as 
Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de 
traição. Previa-se um único caso de punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia 
ser condenado a três anos de desterro na África. 
No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o homem era superior à mulher. O Código Civil de 1916 dava às mulheres casadas o status 
de “incapazes”. Elas só podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa se tivessem a autorização expressa do marido. 
Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas Ordenações Filipinas, deixou de valer. O machismo, porém, sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 
1890 livrava da condenação quem matava “em estado de completa privação de sentidos”. O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena dos criminosos que 
agem “sob o domínio de violenta emoção”. Os “crimes passionais” — eufemismo para a covardia — encaixam-se à perfeição nessas situações. Em outra bem-
sucedida tentativa de aliviar a responsabilidade do homem, os advogados inventaram o direito da “legítima defesa da honra”. 
O machismo é uma praga histórica. Não se elimina da noite para o dia. A criação da Lei Maria da Penha, em 2006, em que se previu punição para quem agride e 
mata mulheres, foi um primeiro e audacioso passo. O segundo passo contra o machismo é a educação. 
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: 
Jornal do Senado. Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações). 
Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item. 
 
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, o terceiro período do primeiro parágrafo poderia ser reescrito da seguinte forma: Também era 
possível que o marido matasse a esposa pela mera suspeita de traição da parte dela. 
Certo Errado 
Questão 42: CEBRASPE (CESPE) - ERPDACGN (ANP)/ANP/Área XI/2013 
Assunto: Vícios de Linguagem (pleonasmo, ambiguidade, cacofonia etc) 
Hoje, o petróleo e o carvão são responsáveis pela maior parte da geração de energia no mundo e há poucas perspectivas de mudanças da matriz energética 
mundial, em um futuro próximo. 
Sabe-se que o processo de combustão de combustíveis fósseis atualmente empregado é bastante ineficiente e é perdida boa parte da energia gerada. 
Relativamente ao petróleo, enquanto uma revolução tecnológica na área de energia não chega, busca-se conhecer melhor essa matéria-prima e trabalha-se para 
torná-la mais eficiente. 
No fim do século XIX, o aumento da procura do petróleo decorreu principalmente da necessidade de querosene para iluminação em substituição ao óleo de baleia, 
que se tornava cada vez mais caro. Produtos como a gasolina ou o dísel eram simplesmente descartados. Na época, o querosene de qualidade era aquele que não 
incorporava frações correspondentes a gasolina, pois haveria probabilidade de explosão, ou a dísel, que geraria uma chama fuliginosa. A título de curiosidade, a 
cor azul preponderante em companhias de petróleo derivou da cor das latas de querosene que não explodiam, como representação de seu selo de qualidade. 
No futuro, talvez daqui a 50 ou 100 anos, olhando para trás, perceba-se o desperdício da queima dessa matéria-prima tão rica! 
Cláudio Augusto Oller Nascimento e Lincoln Fernando Lautenschlager Moro. 
Petróleo: energia do presente, matéria-prima do futuro? In: Revista USP, n.° 89, 2011, p. 90-7 (com adaptações). 
Com relação às ideias e às estruturas gramaticais do texto, julgue o item. 
 
Caso a expressão “combustíveis fósseis” (ℓ.3) fosse substituída pela forma no singular combustível fóssil, o período em que essa expressão se insere se tornaria 
ambíguo. 
Certo Errado 
 
 
 
Questão 43: CEBRASPE (CESPE) - PPF/PF/2012 
Assunto: Vícios de Linguagem (pleonasmo, ambiguidade, cacofonia etc) 
Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos 
 
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8. 
Com base no poema acima, julgue o item subsequente. 
Considerando-se as relações entre os termos da oração, verifica-se ambiguidade no emprego do adjetivo "pensativos" (v. 40), visto que ele pode referir-se tanto 
ao termo "vossos mortos" (v.38) quanto ao núcleo nominal "olhos" (v.40). 
Certo Errado 
Questão 44: CEBRASPE (CESPE) - Aux Admin (TJ RR)/TJ RR/2012 
Assunto: Vícios de Linguagem (pleonasmo, ambiguidade, cacofonia etc) 
Os idosos que participam do projeto Cabelos de Prata, mantido pela Prefeitura de Boa Vista, estão sendo estimulados a assistir sessões de cinema. 
O objetivo dessa atividade é fortalecer o vínculo comunitário do idoso, por meio de ações integrativas como a participação em manifestações artísticas e culturais. 
 
 
Segundo o coordenador do projeto, esses eventos são importantes para a valorização da terceira idade no meio social e familiar. O coordenador ressalta, ainda, 
que os principais objetivos desse projeto são, além de proporcionar momentos de lazer e entretenimento aos participantes, fazer que eles exercitem a cidadania e 
contribuir para a elevação da autoestima, autonomia e independência diante da comunidade — o que reverterá em melhoria da qualidade de vida dessa 
população. 
Internet: www.bvnews.com.br (com adaptações). 
Em relação às ideias e às estruturas gramaticais do texto acima, julgue o item a seguir. 
 
A expressão “elevação da autoestima” é redundante, já que a ideia de “elevação” está contida no significado de “autoestima”. 
Certo Errado 
Questão 45: CEBRASPE (CESPE) - AJ TST/TST/Apoio Especializado/Estatística/2008 
Assunto: Vícios de Linguagem (pleonasmo, ambiguidade, cacofonia etc) 
O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer que o trabalho também. 
Só que ele está mudando de cara. Como também está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade, da mesma forma que as exigências da sociedade 
e − por que não? − do mercado, cada vez mais globalizado e competitivo. 
Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro vão requerer a combinação de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos; um coquetel capaz 
de fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e resolver problemas, condições para 
aprender continuamente, conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas e trabalhar em equipe. 
Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações). 
A partir do texto acima, julgue o item subseqüente. 
A interpretação coerente das idéias do texto permite associar "ele" tanto com "trabalho" quanto com "mundo do trabalho". Ambigüidades assim devem ser 
evitadas na redação de textos oficiais. 
Certo Errado 
Questão 46: CEBRASPE (CESPE) - Tec Leg (CL DF)/CL DF/Técnico Legislativo/2006 
Assunto: Vícios de Linguagem (pleonasmo, ambiguidade, cacofonia etc) 
Mais iguais ou mais livres? 
Se, por um lado, não faria sentido algum dizer que, sem liberdade, não há igualdade, por outro, é perfeitamente legítimo dizer que, sem igualdade

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