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Neoplasia Epidemiologia - O câncer faz parte de um grupo conhecido como DANT (Doenças e Agravos Não Transmissíveis). - Responsável por 9,6 milhões de mortes em 2018 em todo mundo. ● Os tipos de câncer mais comuns são: Pulmão (2,09 milhões de casos) Mama (2,09 milhões de casos) Colorretal (1,8 milhão de casos) Próstata (1,28 milhão de casos) Câncer de pele Não-melanoma (1,04 milhão de casos) Estômago (1,03 milhão de casos) - Estima-se, para o Brasil, biênio 2018-2019, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, sendo para cada ano, 420 mil casos novos. - Câncer de pele não melanoma será o mais incidente (cerca de 170 mil casos novos). ● Frequência por sexo Próstata no homem (68 mil) Mama nas mulheres (60 mil) ● Conceitos Neoplasma: Significa um novo crescimento. Neoplasia: Significa novo crescimento, proliferação celular descontrolada. Tumor: Originalmente aplicado ao edema causado pelo processo inflamatório, com isso o uso não neoplásico de tumor praticamente desapareceu. ● Definição Uma neoplasia pode ser definida como um distúrbio do crescimento celular que é desencadeado por uma série de mutações adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie clonal. ● Vantagens Sobrevivência Crescimento ● Apresentam dois componentes básicos 1 – células neoplásicas clonais que constituem o parênquima tumoral; 2 – estroma reativo, formado por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e números variáveis de células do sistema imune inato e adaptativo. Carcinoma Tubular Carcinoma Ductal Invasivo ● Atenção! A classificação dos tumores e seu comportamento biológico são baseados principalmente no componente parenquimatoso, mas seu crescimento e disseminação são criticamente dependente do seu estroma. - Existem alguns casos que fogem a regra da composição dos tecidos. Em alguns tumores, o tecido conjuntivo é escasso, predominando os componentes parenquimatosos, dando origem a uma neoplasia macia e carnosa. Ex.: Oncocitoma Renal. - Casos em que as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso abundante, referido com desmoplasia (crescimento de tecido conjuntivo ou fibroso em volta de uma neoplasia maligna, causando fibrose densa em volta do tumor). Alguns tumores desmoplásicos são duros como pedras ou cirróticos. Ex.: câncer de mama feminina. ● Tumores Benignos Aspectos micro e macroscópicos são considerados relativamente inocentes. Permanece localizado, não se dissemina para outras áreas e geralmente pode ser removido por local, sendo compreensível que o paciente sobreviva. Podem causar morbidade significativa e às vezes serem até fatais. ● Nomenclatura Designados ligando o sufixo oma ao nome do tipo de célula a partir do qual se origina o tumor. Os tumores de células mesenquimais geralmente seguem essa regra. ● Exemplos Tumor benigno que surge nos tecidos fibrosos é denominado fibroma; Tumor cartilaginoso benigno é denominado condroma. - Nomenclatura de tumores epiteliais benignos é mais complexa. - Alguns são classificados com base em suas células de origem. - Outros no padrão microscópico, e ainda outros em sua arquitetura macroscópica. ● Exemplo Adenoma é aplicado a uma neoplasia epitelial benigna derivada de glândulas, apesar de poderem, ou não, formar estruturas glandulares. - Neoplasia epitelial benigna que surge de células dos túbulos renais que crescem na forma de numerosas glândulas pequenas agrupadas é denominada adenoma. - Massa heterogênea de células do córtex das suprarrenais crescendo como lençóis sólidos, também. - Neoplasias epiteliais benignas que produzem micro e macroscopicamente projeções visíveis, semelhantes a dedos ou verrucosas, que surgem a partir de suas superfícies epiteliais, são referidas como papilomas. - Tumores que formam grandes massas císticas, tais como no ovário, são referidas como cistadenomas. - Alguns tumores produzem padrões papilares que se projetam nos espaços císticos e são denominados cistadenomas papilares. Cistadenoma de Warthin Cistadenoma de Warthin - Quando uma neoplasia, benigna ou maligna, produz uma projeção macroscopicamente visível acima da superfície mucosa e se projeta, por exemplo, na luz gástrica ou colônica, denomina-se pólipo. - Se o pólipo possuir tecido glandular, ele é chamado de um pólipo adenomatoso. ● Tumores malignos Os tumores malignos são referidos coletivamente como cânceres. Nome derivado da palavra latina caranguejo, por aderirem a qualquer região em que estejam, de maneira obstinada, similar a um caranguejo. - O termo maligno, quando aplicado a uma neoplasia, significa que a lesão pode invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para sítios distantes (metástase), levando à morte. - Nem todos os cânceres seguem um curso tão mortífero. - Alguns são descobertos precocemente e são tratados com sucesso, mas a designação maligno sempre levanta uma bandeira vermelha. - A nomenclatura dos tumores malignos segue essencialmente o mesmo esquema usado para as neoplasias benignas, com adição de algumas expressões. - Os tumores malignos que surgem do tecido mesenquimal geralmente são denominados de sarcomas (do grego sar = feito de carne), pois eles apresentam pouco estroma de tecido conjuntivo e, portanto, são carnosos (p. ex., fibrossarcoma, condrossarcoma, leiomiossarcoma). Condrossarcoma Osteossarcoma - Os neoplasmas malignos de origem nas células epiteliais, derivados de qualquer uma das três camadas germinativas, são denominados carcinomas. - Portanto, o câncer que surge na epiderme de origem ectodérmica é um carcinoma, assim como o câncer que se origina nas células dos túbulos renais derivados da mesoderme e nas células do revestimento do trato gastrointestinal derivados da endoderme. - Os carcinomas podem ser ainda mais qualificados. O termo carcinoma de células escamosas denota um câncer em que as células tumorais lembram o epitélio escamoso estratificado. - Adenocarcinoma denota uma lesão em que as células epiteliais neoplásicas crescem em padrões glandulares. Carcinoma de Célula Escamosa Adenocarcinoma de Intestino ● Tumores mistos. Diferenciação divergente de um único clone neoplásico com duas linhagens cria os denominados tumores mistos. O melhor exemplo é o tumor misto com origem em glândula salivar. - Esses tumores contêm componentes epiteliais esparsos dentro de um estroma mixoide que algumas vezes contém ilhas de cartilagem ou osso. - Acredita-se que todos esses elementos surjam de um único clone capaz de originar tanto células epiteliais quanto mioepiteliais; portanto, a designação de preferência para tais neoplasmas é adenoma pleomórfico. ● Teratomas Os tumores mistos multifacetados não devem ser confundidos com o teratoma, que contém células maduras ou imaturas reconhecíveis ou tecidos representativos de mais de uma camada germinativa, algumas vezes de todas as três. - Os teratomas se originam de células totipotentes, como as células normalmente presentes nos ovários e nos testículos, e, algumas vezes, anormalmente presentes em restos embrionários. - Essas células possuem a capacidade de se diferenciar em qualquer um dos tipos celulares encontrados no corpo adulto e, portanto,não surpreendentemente, podem originar neoplasmas que mimetizam, de maneira desordenada, pedaços de osso, epitélio, músculo, gordura, nervo e outros tecidos. Teratoma Imaturo Maligno ● Teratomas. Um padrão particularmente comum é observado no teratoma cístico ovariano (cisto dermoide), que se diferencia principalmente em linhagens ectodérmicas para criar um tumor cístico revestido de pele e repleto de pelos, glândulas sebáceas e estruturas dentárias. ● Diferenciação e anaplasia O termo diferenciação refere-se à extensão com que as células do parênquima neoplásico lembram as células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica quanto funcionalmente. Falta de diferenciação é denominada anaplasia. - Geralmente, o tumores benignos são bem diferenciados, ao contrário dos malignos. - Em tumores bem diferenciados benignos, as mitoses são extremamente reduzidas em número e apresentam configuração normal. - Em tumores bem diferenciados, as células-filhas derivadas dessas “células-tronco cancerosas” retêm a capacidade de diferenciação, enquanto em tumores pouco diferenciados tal capacidade se perde. Biologia do Tumor - A falta de diferenciação, ou anaplasia, frequentemente está associada a algumas alterações morfológicas. ● Pleomorfismo Variação no tamanho e na forma tanto da célula quanto do núcleo. As células dentro do mesmo tumor não são uniformes, mas variam desde grandes células, muitas vezes maiores do que suas vizinhas, até células extremamente pequenas e de aspecto primitivo. Pleomorfismo Nuclear ● Mitose Quando comparados a tumores benignos e a alguns neoplasmas malignos bem diferenciados, os tumores indiferenciados (anaplásicos) usualmente possuem grande número de mitoses, refletindo a maior atividade proliferativa das células parenquimatosas. Mais importante como característica morfológica de malignidade são as figuras mitóticas atípicas, e, algumas vezes, produzindo fusos tripolares, quadripolares ou multipolares.] Mitose Multipolar Mitose Atípica - Tumor Maligno ● Perda da Polaridade Além das anormalidades citológicas, a orientação das células anaplásicas é marcantemente alterada (elas perdem a polaridade normal). Lençóis ou grandes massas de células tumorais crescem de maneira anárquica e desorganizada. ● Células Tumorais Outra característica da anaplasia é a formação de células gigantes tumorais, algumas possuindo somente um único núcleo gigante e polimórfico, enquanto outras apresentam dois ou mais grandes núcleos hipercromáticos. ● Morfologia Nuclear Anormal Caracteristicamente, o núcleo contém cromatina abundante e se cora fortemente. Os núcleos são desproporcionalmente grandes em comparação com a célula, e a razão núcleo-citoplasma pode chegar a 1:1, em vez da relação normal de 1:4 ou 1:6. Carcinoma Indiferenciado de Pulmão ● Taxas de crescimento A taxa de crescimento de um tumor é determinada por três fatores principais: tempo de duplicação das células tumorais fração das células tumorais que se encontram no grupo replicativo taxa com que as células são perdidas ou morrem. - Quando um tumor sólido puder ser detectado clinicamente, significa que ele já completou a maior parte de seu ciclo de vida. - Esse é um dos grandes impedimentos no tratamento do câncer e enfatiza a necessidade de desenvolver marcadores diagnósticos para detectar tumores malignos precoces. ● Metástase As metástases são implantes tumorais descontínuos com o tumor primário. As metástases assinalam de forma inequívoca um tumor como maligno porque os neoplasmas benignos não metastatizam. ● Metastáse = mudança de lugar Formação de nova lesão tumoral a partir de uma primeira sem continuidade entre as duas. ● Propagação e disseminação de neoplasias Processos: 1) Destacamento das células da massa tumoral 2) Deslocamento pela matriz extra celular 3) Invasão de vasos linfáticos ou sanguíneo 4) Adesão ao endotélio do vaso no órgão alvo 5) Angiogênese 6) Saída do vaso 7) Proliferação no tecido alvo - Migração da metástase para o tecido hóspede não é aleatória. - Alguns tecidos são mais preparados para receber a metástase. - Constituem o chamado nicho metastático. ● Teoria da Semente e do Terreno. Câncer de mama/próstata = metástase de osso. ● Nicho pré mestatático. Células tumorais pouco diferenciadas migram para nichos (medula óssea) de onde se alojam e depois migram para os tecidos definitivos. Ex.:carcinoma colorretal→tecido hepático. ● Processo de metástase pode iniciar precocemente. - Podem continuar a sofrer diferenciação no foco secundário. - Pode originar uma colônia com características diferentes. ● Destacamento de células tumorais do tumor primitivo. Células normais estão aderidas umas as outras. Principal molécula de adesão - β-catenina. ● Deslocamento de células isoladas É feito por movimentos amebóides orientados por agentes quimiotáticos. De origem na própria célula e no estroma. Exemplo - Carcinoma de próstata Expressão de receptores para quimiocinas CXCR 4 e 6 relacionados com a progressão tumoral. Colonização facilitada em tecidos que possuem agonistas destes receptores. Receptores CXCL 12 e 16. Presente no tecido ósseo ● Deslocamento em bloco Células migram em conjunto. Depende da expressão de MMP (Metaloprotease de matriz) e moléculas de adesão específicas. Moléculas TIMP (inibidores teciduais metaloprotease) inibem expressão de MMP. Quanto mais TIMP menor a capacidade de invasão de células tumorais. Células conseguem deslocar-se entre as fibras do MEC sem destruí-las. ● Invasão de vasos sanguíneos e linfáticos. Migração para os vasos se dá por atração em quimiocinas produzida sem células endoteliais – CCL19 e 21. Principalmente em capilares e vênulas de parede fina. Macrófagos associados as células tumorais auxiliam a penetração das células nos vasos – secretam MMPs e fatores de crescimento. ● Sobrevivência de células tumorais na circulação Na circulação células tumorais são destruídas. Anticorpos, células citotóxicas. Células tumorais estimulam coagulação Formação de capa de fibrina e plaquetas protegem as células do ataque. 99% das células tumorais na circulação morrem. Trombocitopenia ou tratamento com heparina reduz o número de metástases. ● Vias de disseminação metastática Via linfática Principal via de disseminação. 1º sítio - linfonodo sentinela. Linfonodos acometidos aumentados de volume. Nem todo aumento de volume significa metástase. ● Via sanguínea As que penetram podem ir a qualquer parte do corpo. 99% das células tumorais na circulação morrem. Células tumorais podem ser detectadas na circulação. Grande número na fase de progressão do tumor.
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