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Sistema Digestório de Equinos

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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
SISTEMA DIGESTÓRIO DE EQUINOS
SEMIOLOGIA
Anatomia: Formação do estômago e o duodeno, que é o início do ID, começam o jejuno (que é
bem longo no cavalo) que é fixado apenas através do mesentério, então é solto na cavidade
abdominal.
Formação do íleo que é última porção do ID e começa IG formado pelo ceco que fica do lado
direito - grande bomba de fermentação onde acontece a digestão de fibras mais grosseiras a
partir da fermentação com a ajuda de microrganismos. Logo depois do ceco, é iniciada a porção
de cólon ventral direito (que vai para o lado cranial do animal) e faz a primeira flexura, que é a
flexura esternal, vai para o lado esquerdo como colón ventral esquerdo e logo depois faz uma
outra flexura que é a flexura pélvica com a formação de colón dorsal esquerdo fazendo a
ultima flexura que é a flexura diafragmática, volta para o lado direito como colón dorsal direito
e da origem ao colón transverso seguido pelo colón menor e reto.
Não consegue auscultar todas as porções, mas existem quadrantes que são possíveis de
auscultar: Tem o colón ventral do lado esquerdo que consegue auscultar alguma porção,
ausculta porções de ID e colón menor ainda no lado esquerdo (fossa paralombar e mais
ventral).
No lado direito é mais fácil de auscultar o ceco por conta do tamanho que ele ocupa, mas bem
ventral ausculta colón ventral direito.
Lado direito: Grande parte do ceco e descarga da válvula ílio cecal - final do ID é composto pelo
íleo e para o alimento chegar no ceco para continuar a digestão tem essa válvula (parece trovão)
e ainda o colón ventral direito.
Lado esquerdo: Borborígmas por toda a região e quanto mais perto do ID mais som refletindo
água pode ter.
O estômago é muito pequeno e tem capacidade fisiológica de 18 litros, na natureza o animal
pasta o dia todo e tem secreção de ácido clorídrico continua, predispondo a cólica (uma das
particularidades que predispõe o animal a cólica – pequeno volume de estômago).
Tem muito ID fixo apenas pelo mesentério e solto na cavidade abdominal também
predispõe a cólicas.
A flexura também predispõe a cólica, por que diminui o lúmen do intestino – no momento da
flexura, principalmente, a pélvica, diminui bastante a luz.
Etapas do atendimento:
Identificação: proprietário, idade – animais mais jovens são predispostos a estresse/gastrite –
neonatos: predisposição a retenção de mecônio, raça – qual esporte que ele faz - sexo - machos
são mais predispostos a hérnias, enquanto as fêmeas podem desenvolver dores abdominais que
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
podem parecer de cólicas, mas na verdade são de útero – gestação/torção uterina/dor visceral/
animal gestando/cólica renal.
ANAMNESE
É importante saber o sistema de criação (animal estabulado tem mais problemas com cólicas:
pensando em estresse e diminuição do peristaltismo - andar ajuda no peristaltismo).
Dieta: qualidade, quantidade – saber disponibilidade do alimento, quantas vezes come por dia,
animal em criação extensiva come o dia todo em pequenas porções e animal estabulado come 3
vezes/dia), disponibilidade, quanto está comendo, como foi colocada a ração, alterações e
ingestão hídrica (quantidade e se tem qualidade – cheiro).
Estado reprodutivo, histórico de trabalho, programa de vermifugação, histórico de enfermidades,
quais foram as medicações administradas: muitas vezes ele já foi medicado e pode ter evolução
do quadro ou pode ter o início de mascaramento de problema, características dessa dor (como é,
se é intermitente – pode ser gastrite), defecação e micção: cavalos com cólica não defecam e a
micção é importante: se está tão desidratado a ponto de não urinar, se está com dificuldade de
micção e cavalo vai ficar em posição mais confortável diante da dor que está sentindo, fica mais
deprimido e contraído (parece que vai urinar).
EXAME FÍSICO
Parâmetros vitais (estado geral, FC, FR, TºC, TPC, mucosas e turgor de pele) e exame do
sistema digestório.
FC dor leve de 40-60/ dor moderada 60-80/ dor severa acima de 80
FR dor leve 20-40/ dor moderada 30-50/ dor severa 40-60
Desidratação: antes dos 5% dificilmente consegue enxergar (TPC e mucosa)
- 6 a 8% TPC de 1 a 2 seg (classificado normal) + turgor de pele de 2-4 seg,
- 8 a 10% TPC de 2 a 4 seg + turgor de 6 a 10 segundos
- 10 a 12 % TPC acima de 4 + turgor acima de 10 seg (mucosa ressecada e enoftalmia – olho
fundo).
PROCEDIMENTOS AUXILIARES:
Controle da dor (pode mascarar o diagnóstico)
Terapia de suporte (em alguns casos precisa fazer antes do diagnóstico definitivo para decidir a
conduta)
Decisão de conduta – quanto mais cedo saber para onde correr com cólica, melhor é o resultado
final.
Sinais de dor abdominal: cavalo olhando para o flanco (“olha para o lado que está doendo”),
cavalo apático, cabisbaixo, pateamento (cava no chão), bate com a pata no chão, cavalo rolando,
brinca com a água, torções uterinas também podem dar dor que pensa em síndrome cólica
(histórico, ciclo reprodutivo, auscultação, etc), morder o flanco, bater forte pata no chão, escoicear
o abdome, sentar (posição de tentar um conforto, problema neurológico ou cólica), sudorese
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
intensa, hiperexcitabilidade (muita dor, tentando se jogar) seguido por um processo de depressão,
machos: auto-masturba (expõe o pênis e começa a bater na cavidade abdominal).
AUSCULTAÇÃO INTESTINAL:
Temos 4 pontos de auscutação: 2 do lado direito e 2 do lado esquerdo - ID, ceco, colón ventral
direito e colón ventral esquerdo. O normal é de 2 descargas íleo cecal inteiras na região da
fossa parolombar direita em 5 minutos. Pode ter atonia (silêncio) e demonstra isso com um
traçado (cavalo normal com ++), hipomotilidade (+) e hipermotilidade (+++).
Sondagem nasogástrica (diagnóstica e terapêutica): A PRIMEIRA coisa que temos que fazer
quando o cavalo está apresentando síndrome cólica é a sondagem nasogástrica - Passa uma
sonda na narina, vai atingir o esôfago e descer para o estômago.
Temos que lembrar que na região existe o esôfago e traquéia – quando passamos a sonda via
nariz, ela tem que ter uma curvatura para chegar um pouco mais dorsal e entrar no esôfago
(alguns animais deglutem quando está perto da região oro-faríngea) e quando fizerem a
sondagem pode assoprar pensando na musculatura do esôfago, pois ele tende a estar mais
colabado.
Se bater a sonda e ela foi para a traquéia: ela passa mais fácil, não tem muita resistência.
Se está no esôfago além do animal deglutir ou não, vai ter uma resistência um pouco maior
(cuidado para não machucar a mucosa) e percebemos a fermentação - sente um cheiro
diferenciado.
Ter baldes graduados para saber a quantidade de liquido que está saindo e se precisar lavar o
estômago, conseguimos saber o quanto está colocando e tirando.
O cavalo não vomita e se romper o estômago ele vai a óbito – colocar a sonda! Serve de modo
diagnóstico e terapêutico, gera grande alívio (até mais que analgésico).
Classificamos o líquido de acordo com o volume, cor, aspecto, odor e ph - Quando está no
estômago ele tem fibras maiores com líquido verde e quantidade bem menor (menos que 5
litros) e ph ácido e o líquido está vindo de fato do estômago, não é refluxo entero-gástrico.
Se passou a sonda e chegou ao ID - líquido está acima de 5 litros, é cor de castanho –
preto com partículas finas, cheiro de fezes e ph alcalino.
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
No IG não é capaz de voltar o líquido, porém sempre tem que sondar.
Palpação retal: Uma limitação é o tamanho de braço e cavalo onde só consegue palpar terço
distal, mas consegue palpar.
Quando estamos realizando a palpação retal estamos diante de uma mucosa fragilizada.
Logo que coloca a mão no reto - percebe as sibalas de colón menor, junto com isso tem o maior
órgão digestório do lado direito – ceco (sente as tênias do ceco), mais na região mais dorsal tem
baço/rim/ligamentonefroesplênico - muitas vezes não chega ao lado esquerdo e palpar o rim,
mas pode ter o encarceramento do ligamento nefroesplênico e consegue palpar o RE, consegue
sentir a aorta na região dorsal - e na região mais ventral a flexura pélvica e colón ventral.
Normalmente não consegue palpar ID, a menos que as alças estejam distendidas.
Este exame pode ajudar no auxílio para decisão se o caso é clínico ou cirúrgico.
Abdominocentese: Também ajudar, a saber, se a cólica é clínica ou cirúrgica, remete condição
de alça intestinal (isquemia) - Pode fazer com uma tricotomia, antissepsia, botão anestésico,
incisão com bisturi, coloca uma cânula de ruminantes e tende a passar a muscular na linha Alba e
chegar na cavidade abdominal para retirar o lubrificante – liquido peritoneal.
Geralmente se faz com agulhas hipodérmicas estéreis e do mesmo jeito faremos tricotomia,
antissepsia - e vai agulhar o animal na região mais baixa da barriga, coleta as células e o liquido
peritoneal - manda para análise (esse líquido vai remeter qual foi o sofrimento da alça intestinal
até agora).
Vamos avaliar coloração e aspecto (tem que ser amarelo claro e translúcido), coagulação,
proteínas/lactato (junto com a sorologia) e citologia.
Uma vez que esse liquido está turvo (células inflamatórias e microrganismos) pode ser indicativo
de uma alteração.
US: Mede parede intestinal, mucosa (quanto tem de sofrimento e espessura), consegue ver
obstrução.
DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO
CÓLICA
É definida como a manifestação dolorosa de dor visceral.
Sinais clínicos relacionados a dor abdominal: deita e levanta, rola no solo, olha para o flanco,
sapatear e coicear o abdome, cavar com os membros anteriores, brincar com a água,
hiper-hidrose, posições anômalas, dilatação abdominal, taquicardia/taquipnéia, menor
elasticidade cutânea, maior TPC e congestão das mucosas.
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
Inspeção:
Dor leve: olhar o flanco, posição de micção, brincar com a água, anorexia, flêmen (reflexo com
boca ao ver égua no cio, pode ser também manifestação de dor) e tenta se morder.
Dor moderada: cavar, deitar, taquipnéia, escoicear abdome, está em sudorese, hiperexcitado e
cavando a baia, mas em situações de chatice também pode cavar a baia.
Dor severa: rolar, sudorese, atirar-se no chão e morder o abdome na tentativa de morder o
próprio flanco.
Clínica X Cirurgia: Rápida piora no quadro, evolução muito ruim, dor refratária a analgésicos
(animal não melhora nem com a sondagem e nem com analgésicos), não responde ao tratamento
(perturbações na alça intestinal que pode ser irreversível – tanto na alça que está seqüestrando
muito volume líquido, muito líquido para essa alça e pensando no circulatório de uma forma
geral), distensão abdominal severa (cavalo vira um balão), anormalidades na palpação retal (ex:
deslocamento de colón, encarceramento de ligamento nefroesplênico, ceco dilatado) e alterações
no liquido peritoneal. A indicação cirúrgica é saber qual o tamanho do comprometimento das
alças intestinais, quanto tem de isquemia, está compactado ou não, deslocado ou não.
DILATAÇÃO GÁSTRICA
Tem o estômago com os 18 litros ocupados e por uma situação de ingestão excessiva de
carboidratos, volumoso e grãos – fermentação - começa a dilatar. Muitas vezes, o animal tem
privação de água (água ajuda a manter salivação, o peristaltismo segmentar e propulsivo e
mandar o conteúdo de ingesta para o ID) - quando ele ingere muito carboidrato o alimento se
acumula no estômago e não há digestão.
Quando tem muito alimento no estômago, já começa o sequestro de fluido da circulação para
dentro dele, existe formação de gás e esse gás vai continuar dilatando esse estomago – se não
fizermos nada, ele vai romper porque o cavalo não vomita, se tem um quadro de ingestão
excessiva tende a formar muito gás (fermentação), dilatar o estômago e romper.
O que fazer nesse caso? Sondagem nasogástrica (diagnóstico – líquido ácido, partículas
grosseiras, fermentação e vai ser menos que 5 litros, mas como tem fermentação, precisamos
tirar esse gás). Vai começar a ter sinais de dor e o simples fato de sondar esse animal tira o medo
da ruptura e acaba tratando esse animal. O estômago fica repleto e dilatado – acima de 18 litros é
um quadro de indigestão.
Necropsia: quando tiver cólica, se colocar a sonda algumas vezes não vai ter refluxo mesmo (no
refluxo bate a sonda e o liquido volta), nesse caso tem que lavar o estômago (mangueira com
água corrente e faz um cifonamento para bater na parede e voltar aos poucos) – será clavado até
sair todo material, mas dificilmente zeramos esse estômago.
Lavagem: Pegamos balde graduado – água corrente, abre a torneira e pode colocar de 3 em 3
litros dentro do estômago do cavalo - conta em quantos segundos vai adquirir os 3 litros, por que
se sabe que em 5 segundos tem 5 litros de água, quando colocarmos a mangueira naquela sonda
vamos esperar 5 segundos para descer essa sonda e a tendência é esse material começar a vir. -
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
- Tem que puxar com a boca e quanto mais rápido no ato de tirar a mangueira e deixar no balde
melhor é.
Parâmetros/diagnóstico: Auscultação abdominal, sondagem nasogástrica, alterações
cardiovasculares e respiratórias: inicialmente não tem alteração de volemia - dor: altera a FC e
FR.
Resposta à terapia: Terapia inicial de sondagem nasogástrica – em um quadro de
hiperexcitabilidade e fazemos essa sondagem, ele tem alivio imediato e em alguns casos até
depressão.
Abdominocentese, palpação retal: não vai sentir o estômago e achados laboratoriais: sem
grandes achados.
Tratamento: descompressão gástrica, lavagem, ruminol (anti-eructação, anti-fermentativo) VO
por sonda nasogástrica (depois que já lavou) e reavaliar necessidade de analgésicos (espera um
tempo com o animal e reavalia o quadro).
GASTRITE/ ÚLCERA GÁSTRICA
Tem alguns fatores predisponentes como: AINEs, estresse, exercício atuam no mesmo centro,
mas em menor quantidade, pode ter condição de microrganismos e parasitas na mucosa.
A gastrite é uma condição menos severa que a úlcera, muitas vezes, não consegue ver os sinais
clínicos e os cavalos são assintomáticos. Os AINEs entram no ciclo da Coxi do ácido aracdonico
e PGE que libera a produção de muco que protege a mucosa, se não tem ocorre a liberação de
HCL e junto com a gastrina tende a traumatizar a mucosa do estômago, visto que ele não tem
substâncias para quebrar esse liquido e proteger a mucosa.
Sinais clínicos: cólica leve a moderada, emagrecimento (come menos e isso vira bola de neve
com mais produção de ácido clorídrico), sialorreia (condições neurológicas e medicamentos
podem fazer salivar), bruxismo, hiporexia e queda no rendimento esportivo. Pode apresentar
úlceras nas mucosas.
Localização das úlceras: porção glandular e aglandular separadas por uma linha. A grande
maioria das ulceras e gastrite encontra no epitélio escamoso da região aglandular e às vezes bem
próximo da região de Margo plicatus (linha que separa as duas regiões).
Diagnóstico: auscultação abdominal, sondagem nasogástrica, alterações cardiovasculares e
respiratórias, dor, resposta a terapia, abdominocentese, palpação retal e achados laboratoriais
(nada alterado nesse caso, inclusive o peristaltismo está ok).
O que vai fechar o diagnóstico é a terapêutica que funcionou ou a gastroscopia – com um
endoscópio de qualidade de tamanho adequado que chegue até o estomago + preparação do
paciente (quanto mais lavar, mais mucosa tem acesso e mais limpo está o estômago) – se está
fazendo já significa que passou a sonda, lavou e viu o ph do liquido (quando lavou o estomago
sem o refluxo perdeu o parâmetro de ph, mas quando começa com liquido com fibras já tem
parâmetro de ph).
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
As lesões são: emaciação e irregularidade da superfície gástrica, erosão escamosa (solução de
continuidade e rupturas namucosa do estomago) que fecha o diagnóstico de úlcera gástrica.
Tratamento: os objetivos são alivio dos sinais clínicos e da dor, cicatrização das úlceras (se não
cicatrizar tende a voltar), manutenção da cicatrização das úlceras (evita fazer AINEs no animal,
mas pode fazer AINEs + protetor).
Via sonda nasogástrica - Antiácidos: hidróxido de alumínio e de magnésio Mylanta
Antagonistas dos receptores de H2 de histamina: cimetidina (VO BID) ou ranitidina (VO BID) de
2-6 semanas para cicatrização das úlceras.
Inibidor da bomba de prótons: omeprazol (IV SID) de 14 a 28 dias para cicatrização das úlceras (é
o melhor a se fazer, mas é caro).
Protetores de mucosa: salicilato de bsimuto e sucrafalto (BID) – só não utiliza caso esteja em uso
a ranitidina.
Fazer um critério de avaliação se faz só a cicatrização das úlceras por 30 dias, necessidade de
manter a sonda nasogástrica (geralmente não), fluidoterapia (dosar grau de desidratação),
analgésicos (se fez o tratamento adequado não necessariamente faz) e antiespasmódicos
(dependendo do peristaltismo) = Sempre avaliar antes de fazer, pois o tratamento com gastrozol
vai bem, mas claro que precisa fazer a sondagem.
Metoclopramida: movimento do estômago para o intestino (esvazia mais rápido o estômago,
ajuda no peristaltismo) VO.
AFECÇÕES EM INTESTINO DELGADO
CÓLICA ESPASMÓDICA
É a contração de musculatura lisa do ID. Tem como principal etiologia o tratamento a base de
imizol, por mais que tenha o estresse, alimentos deteriorados, excitação e pré-disposição
individual, é principalmente por conta da alimentação e dos medicamentos que vai ocorrer a
cólica.
O imizol é usado para tratar babesiose, nem sempre vai acontecer a cólica (varia da
predisposição de cada um), sabendo que o cavalo pode ter cólica e começar a apresentar uma
dor súbita – o animal apresenta o sinal clinico e precisa saber o que acontecer: comeu alguma
coisa deteriorada? Está sendo tratado para alguma coisa e começou a acontecer outra coisa?
Avaliar na internação o comportamento do animal principalmente.
Sinais clínicos: aumento de flatulência e defecação (aumenta o peristaltismo), angústia,
patear o solo, dificil manejo (dependendo do grau de dor do animal, vai ter um animal difícil de
manejar), dependendo da dor apresenta rolamento, TPC/CONJUNTIVAS/FC/FR discretamente
alterados frente a dor espasmódica e com o tempo tende a alterar (na auscultação se depara com
+++ principalmente a nível de ID, se for auscultar pode ser que no inicio não tenha grandes
alterações no lado direito e sim hipermotilidade no lado esquerdo). Conforme tem aumento de
flatulência e defecação começa a alterar o conjunto inteiro.
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
Auscultação: hipermotilidade (pode ter o inicio de formação de gases) e ruído hipersonoro e
metálico (percussão auscultatória).
Discreta acidose metabólica, sem alterações na sondagem e liquido peritoneal (discreta elevação
nos níveis de proteína).
Tratamento: sondagem nasogástrica (SEMPRE colocar! – é a principal forma de tratamento) e o
principal agente que diminui os espasmos e a contração + formação de gases é a escopolamina
(buscopan) - IM ou IV.
O sulfato de atropina pode reverter o quadro de hipermotilidade para atonia (usar buscopan,
avaliar a reação do animal, auscutar de novo e depois pensa se faz o sulfato de atropina ou não).
DUODENOJEJUNITE PROXIMAL
É um problema de alça de ID no duodeno e jejuno - É uma doença que tem uma condição
circulatória hipovolêmica e perda de liquido importante característica da doença.
Inicialmente é uma inflamação, é muito liquido que passa para o lúmen intestinal, nessas
condições tem sequestro absurdo de liquido para dentro da luz do intestino causando perda
de eletrólitos e da volemia (perda do volume de líquidos) causando uma desidratação
severa.
Não se sabe se vem de infecção causada por Clostridium e Salmonella ou se cavalos bem
tratados associados a mudanças alimentares bruscas pode causar sofrimento de alça intestinal.
Não tem causa comprovada, pode acontecer em qualquer – refluxo ocorre pela parada na
motilidade intestinal. Daí ocorre a descompensação do animal devido ao sequestro de líquido
para o lúmen intestinal.
Uma vez que o cavalo está apresentando dor severa de abdômen vai ter endotoxemia
severa (grande quantidade de microrganismos na região) e perda de liquido para dentro do
lúmen (desidratação severa). A coloração da alça pode mudar bastante.
Sinais clínicos: quando o cavalo chega tem que colocar a sonda, no caso ela mais uma vez é
diagnóstica, volta uma grande quantidade de líquidos do estômago (mais de 48 litros nas
primeiras 24 hs – se vem muito refluxo, é muito característico da doença – coloração castanho
alaranjada com odor fétido e ph alcalino indica que o problema é intestino), no ID o refluxo volta
para o estômago e se não sondar vai ter ruptura de estômago.
Pode-se também bem pensar que é uma doença associada ao íleo paralítico, que faz com que a
digesta pare, assim como situações de jejum prolongado que se tem diminuição do peristaltismo
que também pode gerar um íleo paralitico fisiológico – como parou de funcionar a última porção
do ID, volta tudo para o estômago.
Tem dor continua e severa, depressão após a descompressão gástrica (animal antes estava
hiperexcitado, se jogando ao chão e quando passamos a sonda isso passa, ocorre uma
descompressão e animal tende a uma apatia) – animal tende a ficar sondado e sonda é fixada na
região do cabresto, animal começa a apresentar sinais de cólica quando existir refluxo
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
novamente, que então colocamos sonda para baixo para eliminação do conteúdo – apresenta dor
intermitente (se o estômago volta a ser sobrecarregado).
É uma grande causa de morte nos eqüídeos – desidratação super importante,
endotoxemia, todo volume de corpo indo para o intestino – tem descompensação grande.
Outros sinais: Taquicardia, desidratação, TPC aumentado, mucosas congestas (pode ficar em
cor de tijolo dependendo do quadro de endotoxemia), dor abdominal ou prostação/excitação,
hipertemia (concentração de endotoxemia indo para a circulação devido a liberação de
bactérias), ID distendido à palpação.
O curso da doença é de 7 a 14 dias e quanto mais curto melhor o prognóstico.
Diagnóstico: SONDAGEM (mantida no animal até ter refluxo – mas não fica de 7 a 14 dias tendo
refluxo, mas ficamos mais de 24 hrs com o animal sondado), grande quantidade de refluxo (10-20
litros) de coloração laranja-marrom à vermelho-marrom, odor fétido e palpação transretal: ID
distendido.
Exames complementares: aumento de proteína plasmática total, aumenta hematócrito (animal
desidratado – volemia baixa), acidose metabólica, perda de eletrólitos (sódio/cloro/cálcio) – o
líquido peritoneal da sinais de isquemia e comprometimento de alça, pode estar mais
serosanguinolento/amarelo a âmbar – aumento significativo na concentração de proteínas que o
animal está perdendo pela permeabilidade vascular e não tem grande aumento de células na
cavidade abdominal (pode ser que encontre).
Tem mucosa comprometida e na palpação sente coisas que não devia sentir, pois a alça intestinal
distende.
Se tem uma situação de desidratação e descompensação:
Tratamento: descompressão gástrica (retirar o liquido através da sondagem e mantém animal
sondado), fluidoterapia (combater desidratação, acidose metabólica e repor eletrólitos - voltar a
volemia, tem hipoproteinemia, então tem que repor plasma também com a fluidoterapia), AINEs
(flunixin meglumine BID – dose antiendotoxêmica 0,25mg/kg), analgesia (butorfanol IV), ATB
(penicilina ou aminoglicosídeos: gentamicina, amicacina; e cetiofour SID IV) e tratar endotoxemia
(FM). Também pode usar pró-cinéticos: ajuda no peristaltismo, por que o animal está em atonia e
faz isso através da lidocaína e metoclopramida, quando o animal estiver sem refluxo depois da
descompressão gástrica continua sondado e com a fluido podelançar mão de caminhadas
pensando em ajudar no peristaltismo, suporte nutricional (não adianta fazer pela sonda
nasogástrica, enquanto ele tiver com refluxo não vai comer e sim nutrição parenteral – via
endovenosa).
Complicações: faringite, esofagite (em raros casos pode ter a volta de algum conteúdo, não é
vomito, mas pode ter algum conteúdo passando pela região, mas não é característico), flebite e
laminite. O melhor acesso para hidratação é a jugular.
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
COLITES/ DIARRÉIA
Tem alguns fatores que predispõe as diarréias: defecação mais constante com fezes amolecidas
ou aquosas (jatos) - causa um esgotamento do animal, por que perde muito eletrólitos e grande
perdas de líquidos e isso pode levar a óbito principalmente em potros por conta da desidratação.
Pode acontecer por ingestão de alimentos de baixa qualidade e ação de microrganismos -
desbalanço na flora intestinal pode ocasionar a diarréia e tem protozoários que podem estar
alterados na concentração final e bactérias – de acordo com o microrganismo o quadro pode ser
agudo ou crônico).
Outras coisas favorecem o crescimento das bactérias e desequilibrio na flora como os ATB que
podem matar as bactérias da flora intestinal causando desequilíbrio (Salmonella e E. coli).
Alguns ATB predispõe a diarréias agudas - tetracilcina, colite X – pode ir a óbito nas primeiras 48
hrs e acredita que é um quadro de clostridiose (clostridium perfringes) e como diarréia crônica -
salmonelose, Rodococcus equi (fase que pode ir para o digestório do neném, mas é de
preferência de respiratório), rotavírus, neoplasias, migração larvária de estrongilóides, diarréia
pelo uso de ATB em altas doses e por longo período de AINES.
Sinais clínicos: consistência das fezes (geralmente é líquida, pode ter caldo com fibras não
digeridas (síndrome da má absorção ou ser totalmente líquida com coloração esverdeada ou
escura), emagrecimento progressivo, depressão e inanição.
Evolução do quadro: depleção hidroeletrolítica (hiponatremia, hipocalemia, hipocloremia,
hipocalcemia, azotemia e acidose metabólica) e perda da integridade da mucosa
(hipoproteinemia – permeabilidade vai embora principal proteína que se vai é a albumina). Se não
tratar o cavalo morre.
Diagnóstico: sinais clínicos, cultura de fezes 3 a 5 amostras, sorologia pareada (ELISA) e
biópsia de reto (se faz muito em cavalos adultos velhos que começam a apresentar
emagrecimento progressivo e má absorção – fezes amolecidas com fibras maiores, faz-se
pensando na síndrome de má absorção).
Tratamento geral das diarréias: a maioria das vezes o cavalo tem perdas e tem condições
favoráveis para uma pessoa inexperiente lançar mão de ATB - É importante ter certeza do ATB
que está usando porque desequilibra mais ainda a flora intestinal.
- Pode dar uma pasta de eletrólitos e associa isso com probiótico, se dar um ATB mata tudo que
acabou de fazer.
- Nunca aplique um arsenal terapêutico
EXAMES – hemograma, coprocultura (vermífugo ou não), bioquímicos e coleta-se líquido
peritoneal (se tem sofrimento de alça e peritonite).
- Análise de Na, Cl, K e Ca (é o que mais perde no processo de diarréia) – na maioria das vezes
tem repleção desses eletrólitos.
- Hemogasometria para saber se temos que usar bicarbonato de sódio devido ao quadro de
acidose metabólica.
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
- Manter a volemia, então hidratar o animal.
- Infusão IV de soluções eletrolíticas por conta de perda de eletrólitos
- Equilíbrio ácido – base: normalmente está em acidose - bicarbonato de sódio.
- Administração IV de plasma - potros 500 ml a 1,5 l - se não tem a quantidade adequada
aguarda, faz uma bolsa e vai fazendo uma bolsa por dia até estabilizar o quadro do animal - vai
elevar pressão oncótica, fornece imunoglobulinas, fibronectina e antitrombina III.
- Substâncias antidiarrêicas: protetor de mucosa – caulim, pectina ou carvão ativado.
- Reposição da flora intestinal: lactobacilos e probióticos.
- Evitar ATB: quando não houver indicação laboratorial de infecção entérica e só dar em último
caso.
- Drogas antiespamódicas: escopolamina (tem gases, flatulência - na auscultação vai ter
hipermotilidade: +++.
- Endotoxemia: flunixin 0,25 mg/kg
- Suspeita de migração larvária: exame parasitológico + vermífugos VO – dose 5x maior que a
dose terapêutica (ivermectina).
- Quadros de toxi-infecção: ATBs devem ser utilizados – Ceftiofur IV, gentamicina IV,
metronidazol IV.
- Forragem verde, boa qualidade de água, suspender ração (esperar melhorar).
- Baias arejadas
- Higienização da baia - pelo menos 1 a 2 x/semana.
- Higienização do paciente: enfaixar a cauda ou usar luvas de palpação retal para não sujar a
região da cauda de fezes.
AFECÇÕES DO CECO
No ceco tem alterações de gravidade do quadro clinico moderado, severo e de comprometimento
metabólico. Ceco é uma cuba de fermentação que terminar de digerir as fibras como se fosse um
tipo de rúmen.
TIMPANISMO
Tem hiperfermentação por excesso de carboidratos ou excesso de grãos. junto com a
interferência dos ATB de uso prolongado - o ATB mata MO do ceco, então vai ter uma flora de
fermentação ineficiente e com isso vai ter atonia digestiva (não tem os MO para fermentar as
fibras). Um cavalo deitado por muito tempo predispõe a atonia e timpanismo do ceco.
Sinais clínicos: som timpânico na percussão por conta da formação de gases de fermentação,
abaulamento na fossa paralombar direita, desconforto abdominal e dificuldade respiratória (só
tem ceco na cavidade, quando ele dilata acaba comprimindo diafragma – primeiro sinal clinico
diferenciado). O ceco não da espaço para nada e não consegue palpar nada fora ele.
Tratamento: tratamento geral do desconforto - punção na fossa paralombar DIREITA -
tifolocentese - com um trocarter ou agulha na região pensando na evacuação dos gases, é
segura, mas não é muito usada e evita o agravamento das manifestações clínicas. Na maioria
das vezes já vai para o centro cirúrgico.
TIMPANISMO COLÓN MAIOR
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CLÍNICA MÉDICA ESPECIAL DE GRANDES ANIMAIS - EQUINOS
Distensão abdominal tanto na distensão ventral do lado esquerdo como do lado direito, tem
distensão pelo acúmulo de gás por excesso de fermentação - carboidratos, grãos. O que
diferenciar é onde parou (geralmente tem no ceco e no colón – se está parado em atonia,
podendo gerar atonia nos segmentos seguintes) – teremos abaulamento, distensão das alças e o
cavalo não vai estar defecando.
Sinais clínicos: pode ter descompensação do colón e vê isso no liquido peritoneal ( aumento de
permeabilidade intestinal - aumento de hemácias, leucócitos e proteínas e casos mais graves
aumento de fibrinogênio), palpar, sondar, auscultação: hipotonia/atonia, taquipnéia, taquicardia,
TPC 3 segundos e conjuntiva.
Tratamento: o animal não está defecando, então podemos tentar ajuda-lo - se conseguir palpar o
cólon pode ter a distensão por gás e automaticamente pode ser voltado para impactação. O
animal precisa soltar os gases (flatulências e tirar do intestino as fezes que estão paradas).
Gluconato de cálcio: estimulação dos movimentos intestinais.
Enemas com água morna
Movimentação do animal: passear pelo hospital para voltar o peristaltismo
Laxantes: (cuidado para que não ocorra mais nenhum dano as alças intestinais)
dioctil-sulfo-succinato de sódio – humectol / VO - quando tem uma massa impactada, eles levam
água na luz e penetram na massa e com isso pode ser com que consiga fazer com que o animal
defeque novamente ou óleo mineral: lubrifica externamente e tende a mandar o bolo fecal embora
– fazer com cuidado.
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