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Mariana Franco / Giulia Borges Codogno CLÍNICA E DOENÇAS DE EQUÍNOS Fluidoterapia em Grandes Animais - Distribuição da água corpórea e eletrólitos No adulto a água corresponde a 60% do peso corpóreo e no neonato corresponde a 80% do peso corpóreo. Regulação do equilíbrio: Osmolaridade – Na+, Cl-, K+ e PO4- é possível realizar por via intravenosa soluções de água, eletrólitos, glicose, entre outros. E pela via parenteral proteína (colóide), vitaminas. Entre outros. - Quando instituir a fluidoterapia? * Quando houver necessidade de restaurar a volemia * Quando houver necessidade de hidratação * Em caso de choque * Em necessidade de alimentação parenteral * Quando houver necessidade de estimulação de órgãos internos (rins, intestino, coração) * Associado a administração de medicamentos - Choque Estado de perfusão reduzido e generalizado nos tecidos, levando a uma hipóxia celular generalizada e lesão vital dos órgãos. - Choque hipovolêmico Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Grau de desidratação *Leve: 6-7% depressão leve, mucosas pouco úmidas, apatia, enoftalmia discreta ou ausente *Moderada: 8-10% depressão, pulso fraco, pequena distensão da jugular, taquicardia e alteração do turgor da pele, enoftalmia notável, mucosas pegajosas/ressecadas, apatia moderada. *Severa: Extremidades frias, preenchimento capilar > 5s, animal deitado, torpor, pele permanece na mesma posição quando puxada, enoftalmia muito evidente, hipotermia, reflexos diminuídos ou ausentes. Choque. Grau de Desidratação Como mensurar o grau de desidratação: Clinico: no animal se faz turgor de pele, se o tempo for superior a 4 segundos indica caso grave de desidratação. Normal é até 2 segundos. Laboratorial: hematócrito e proteína. Exemplo 1: animal de 500 kg, com 35% de matéria seca e 65% de água, sendo que ele perdeu 10% dessa água.(desidratação com mais de 4 segundos) 500 x 65% x 10% = 32,5 litros de soro/ após essa “dose” faz-se a manutenção em 24 horas Em um cavalo nunca passar menos que 15 litros de soro Manutenção: 50 a 100 ml/kg (peso vivo) - totalizando 82 litros de soro por dia Qual o motivo? Muito intenso? 100 ml; pouco intenso? 50 ml. 32 + 50 = 82 L em 24hrs. 25L + 32 = 57 L em 24hrs. *Severidade alta em neonatos com desidratação, pois possuem 80% de água. Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Soluções Ringer com Lactato de Sódio: - Melhor solução para iniciar a fluidoterapia - Acidose metabólica moderada Cloreto de Sódio ou Ringer: - Desidratação após exercícios físicos - Alcalose metabólica Glicose: - Alimentação parenteral - Neonatos em jejum Bicarbonato de Sódio: - Acidose metabólica com pH inferior a 7,2 Hipertônica: - Choque hipovolêmico - deve-se utilizar cerca de 4 ml/kg de peso de solução hipertônica de cloreto de sódio a 7,5%, infundindo-se em fluxo livre em cerca de 10 a 15 min. Plasma Equino: - Deficiência de imunidade e hipoproteinemia pós fluidoterapia prolongada. - Quantidade de Fluidos: - Volume a ser infundido em 24 horas - Vol Total = % Desidratação x P (kg) + Manutenção - Manutenção – 50 a 100mL/kg - Vol total = 8x400/32 + 50x400/20 = 52L Neonato: * 1º - 10kg – 1L de fluido * 2º – 0,5 L * 3º – 25 mL para cada kg adicional Exemplo: animal de 50 kg = 80% de água Nos primeiros 10 kg – 1 litro de soro Nos outros 10 kg – 0,5 litro de soro Mariana Franco / Giulia Borges Codogno No que sobrou, 25 ml por quilo = 750 ml Total: 2,290 litros Alimentação Parenteral: - Dextrose – 4 a 8 mg/kg min - Glicose - 10g/kg (1Kcal/mL) - Aminoácidos – 2g/kg (1Kcal/mL) - Gordura – 1g/kg (1Kcal/mL) - Vitaminas lipossolúveis, cálcio... - Vias de administração * Oral: Absorção intestinal normal (isotônicos e hipotônicos) Vantagens: É uma via fisiológica (mucosa atua como barreira seletiva natural), evita complicações (flebite), aumenta a hidratação das fezes, estimula a motilidade além de ter um baixo custo (1 a 2,5%) Desvantagens: Aletra o trânsito e a absorção intestinal, possível falsa via e em casa do desidratação severa * Parenteral Veias: jugular, torácica lateral, cefálica e safena *Outras Intra óssea (potros), enteral, intraperitoneal e retal - Cateter – 14 ou 16G: - Fixado (Sutura ou Superbonder®) - Heparinização (10 UI/ml) - Velocidade de Infusão: - 10 a 20ml/kg/h ou 4 a 8l/h (400kg) - Hipertônica – 4 a 6ml/kg – 15 minutos - Glicose – 2 a 3ml/kg – adulto / 3 a 5ml/kg – neonato - Potássio – 20 a 40mEq/l – 0,5mEq/l/h caso não esteja ingerindo fibra - Transfusão de sangue Realizar quando hematócrito está por volta de 12. Aproximadamente 2,2 ml/kg de um sangue com 40 de Ht irá aumentar em 1% este hematócrito 15 ml/kg para um cavalo adulto = 6 a 8 litros - Cálculo para transfusão Mariana Franco / Giulia Borges Codogno Abordagem diagnóstica das claudicações Claudicação: transtorno estrutural ou funcional em um ou mais membros, na qual se manifesta na locomoção ou na estação, também conhecida como manqueira. Membro Torácico Sesamóide distal = Osso navicular O cavalo se apoia na falange 3ª falange medial. 75% das claudicações são em membro torácico, 90% em estruturas distais do carpo, 80% ligadas ao casco Cavalos da raça margalarga forçam muito a articulação metacarpo-falangeana (boleto) pois possuem maciez no galope afim de amortecer o impacto causando comumente uma osteoartrite ou sinovite dessa articulação (observada por “duas bolinhas” na articulação causadas pela efusão sinovial) PROVA: Como examinar manqueira de apoio? R: Examinar apenas a mão. No membro pélvico os principais locais de dor e lesão são nas articulações do joelho (soldra) e do tarso (articulação tíbio-társica – jarrete/curvilhão). Para saber se o grau de dor está o mesmo dos dois lados, ou saber se há diferença entre as estruturas dos dois lados, basta palpá-las e compará-las. O principal exame para diagnosticar problemas no membro é a radiografia, no entanto podemos confundir um achado radiográfico com a causa da claudicação. Mariana Franco / Giulia Borges Codogno MEMBRO PÉLVICO: 80% das claudicações são de origem da articulação tíbio-társica, inter-társica e tarso- metatársica (jarrete: composição desses pequenos ossos). Mariana Franco / Giulia Borges Codogno Para se descobrir a origem de uma claudicação nem sempre é necessário realizar exames complementares como radiografias ou ultrassom, pode-se fazer bloqueios em nervos detectando que quando bloquearmos aquele nervo a dor cessará (começando da parte distal e subindo o bloqueio). Etiologia das claudicações - Congênitas: contraturas - Adquiridas: contraturas - Infecções: artrites sépticas (agulhas contaminadas ou em potros por não curar o umbigo, a bactéria tem acesso ao interior do organismo e atinge a articulação) - Metabólicas: rabdomiólise - Circulatórios: trombose - Nervoso: paralisia do nervo radial (veterinários inexperientes ao anestesiar um cavalo não colocam um apoio sobre o nervo radial e pela compressão deste contra o chão acabam lesando o nervo) - Iatrogênicas: medicamentos Causas predisponentes - Idade (epifisite em animais jovens que tem a epífise aberta, ou outras complicações causadas ao exigir muito do potro) - Tipo de trabalho (animal de apartação tem problemas de entorses, animal de enduro por ter sempre contato com piso muito duro tem problemas de músculo e articulação devido ao impacto, animal de salto recebe todo o peso do corpo sobre o salto levando a lesões de membro anterior)- Terreno (animal sempre em contato com piso mole tem problemas de tendão e músculo, contato com piso muito duro tem problemas de músculo, articulação e osso devido ao impacto) - Nutrição (altas concentrações de proteína na dieta causam problemas articulares, o organismo transforma a proteína em ácido úrico e esse se acumula nas articulações causando dor) - Manejo Tendão liga músculo a osso, ligamento liga osso a osso. Causas determinantes - Processos inflamatórios - Causas mecânicas - Processos nervosos - Processos metabólicos Classificação das claudicações Intensidade - Grave, intensa ou acentuada (animal não anda, fica deitado, tem relutância) - Moderada - Leve Duração - Aguda (“começou hoje”) - Crônica (“faz tempo”) Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Redicivante (“vai e volta”) (repouso ajuda a melhorar) Manifestação - Frio (animal já sai mancando) - Quente (começa a andar e manca) - Contínua (começou mancando a frio e continua mancando a quente) Natureza do transtorno - Apoio - Elevação - Mista Tipos de solo - Firmes ou duros (exacerba articulação e músculo) - Moles (exacerba osso e músculo) Para localizar o membro de origem da claudicação é necessário observar o cavalo em andamento, tanto em linha reta quanto fazendo círculos. O melhor andamento para ver claudicação é o trote porque ele deve isolar o membro exigindo mais deste e facilitando a observação do membro de origem da claudicação, já que a grande dificuldade é localizar qual membro dói. Para exacerbar músculo e tendão o principal piso que devemos colocar o cavalo para observação é o piso mole. Uma outra maneira de observar qual é o membro de origem da claudicação é identificar para qual membro o animal pende a cabeça, eles geralmente pendem a cabeça pro membro sadio afim de retirar o peso do membro de origem da dor. Casco Após identificar o membro de origem da dor partir para o exame de manipulação, afim de identificar o local exato da dor. Iniciar a palpação sempre da base, porque a maioria de claudicações tem sua origem nesse local e o bloqueio para esse caso deverá ser aqui. Após examinar o casco, pegar o pulso da artéria interdigital, palpar o tendão flexor digital profundo e então manipular as articulações da quartela (interfalangianas proximal, média e distal), caso há suspeita de lesão nessas articulações, a mão deve ir também o casco, pois a articulação metacárpica será flexionada com as outras, dificultando a Mariana Franco / Giulia Borges Codogno identificação do local da dor. Então examinar na sequência: casco, quartela, boleto, metacarpo, ligamentos e tendões flexores, carpo, ombro, cotovelo, escápula (observar sensibilidade dolorosa, atrofia dos músculos supra e infra espinhoso, flexão, abdução e adução). Nos membros posteriores: casco, quartela, boleto, metatarso, ligamentos e tendões flexores, tarso, Inflamação do tendão: tendinite, articulação femuro-patelar, anca e coluna vertebral Inflamação do ligamento: desmite Utilização da pinça de casco Necessário conhecer a anatomia para fazer o teste da pinça e saber onde é a lesão do animal. Aumento de temperatura é característica de inflamação. Exames complementares Principais bloqueios neuromusculares - Digital palmar distal - Digital palmar abaxial - Digital palmar metacarpiano (lateral e medial) - Ulnar - Radial Radiografia Termografia Localiza locais de inflamação, no entanto, não podemos deixar o animal no sol ou em locais quentes antes do exame Afecções dos locomotores dos equídeos Laminite - Popularmente conhecida como aguamento Etiologia: quem causa Mariana Franco / Giulia Borges Codogno Etiopatogenia: como causa (bactéria, etc.) - Processo inflamatório (não infeccioso) que atinge o tecido laminar dos cascos (tecido esse que se assemelha a unha do ser humano, a unha precisa crescer e a lâmina dá o deslizamento para o casco sofrer esse crescimento), sendo isto uma simplificação de eventos que resulta em graus variáveis de patologias no casco. - Toda vez que um cavalo estiver com febre devemos colocar a mão do casco para sentir a temperatura e verificar o pulso interdigital - Qualquer infecção sistêmica no equino pode levar a laminite - Cavalo pós cólica deve ficar em bacia de gelo pois a cólica diminui a motilidade intestinal Etiologia Teoria Vascular – Crise isquêmica – vasoespasmo, hipovolemia, constrição da circulação digital mediada por peptídeos vasoativos (serotonina, endotelina, tromboxanos entre outras), pressão intersticial elevada – resposta inflamatória, dano na reperfusão e morte celular. - Pesquisas recentes sugerem que a laminite é uma doença vascular periférica, que manifesta por uma diminuição na perfusão capilar no interior do casco (diminuição do calibre do vaso mediados por peptideovasoativos – tromboxanas, seronotina, etc. – que causam um aumento da pressão intersticial levando a uma resposta inflamatória, diminuindo o dano de reperfusão e causando morte celular), aumento de desvios artério-venosos (shunting), necrose isquêmica das lâminas e dor. Teoria Alimentar - Endometrite ou infecções sistêmicas graves Formação de desvios artério-venosos - A principal causa de laminite em equinos é alimentar: cavalos não podem comer amido em grande quantidade de uma vez só devido a fermentação que esse alimento causa, levando a formação de ácido lático que causa diminuição do pH causando uma morte de bactérias que normalmente habitam o ceco degradando fibras. A morte de bactérias leva a formação de LPS’s que param na irrigação do casco. Nunca devemos misturar fibra (volumoso) com ração (concetrado) para cavalos, pois nesses animais essas fibras passam muito rápido pelo intestino delgado, impedindo por questão de tempo que as enzimas degradem o concentrado causando uma acidose a nível de ceco liberando toxinas que causam a laminite Mariana Franco / Giulia Borges Codogno Teoria enzimática/metabólica – fatores não bem identificados (metaloproteinases) oriundas da circulação, causando o descolamento da derme- epiderme, impedir que essas substâncias cheguem ao caso com crioterapia - Toxinas bacterianas de Bact Gram + (Streptococcus ssp) são capazes de ativar as metaloproteinases, devemos impedir que elas cheguem ao casco com crioterapia no casco (o gelo retardada o metabolismo das bactérias) - Alimentar - Endometrite ou infecções sistêmicas graves Em processo crônico o gelo não tem resultado pois a infecção já chegou ao casco, tratar então com antibióticos e vasodilatadores. Traumática – causada pela resposta inflamatória, que no caso do casco (compartimento fechado) resultaria em hipoperfusão ou até isquemia, dano de reperfusão, ativação das metaloproteinases e descolamento da derme/epiderme Ex.: Transportes longos, trabalhos Forçados, caminhadas longas em terrenos duros, impotência funcional de apoio (a laminite geralmente ocorre nos dois membros anteriores ou dos quatro membros, em alguns casos ela aparece como unilateral como no caso de impotência funcional de apoio que pode gerar trombos no membro são, para evitar essa formação de trombos usar ácido acetilsalisílico que é um anti agregador plaquetário) Animais Predispostos Obesidade: Síndrome Metabólica (hiperinsulinismo e hiperglicemia) Mariana Franco / Giulia Borges Codogno Resistência Insulínica: diminuição da utilização de glicose pelos tecidos – aumento da glicemia/endotoxinas interferem no metabolismo de glicose Síndrome de Cushing: Aumento na secreção de cortisol Pôneis Síndrome Metabólica Animais obesos com pelagem normal, redistribuição de gordura (pescoço, paleta,base da cauda e região supra orbital) Resistência a insulina - hiperglicemia e hiperinsulinemia Classificação e Sinais Clínicos Quanto a evolução: - Fase de desenvolvimento: * Fase Aguda: membros torácicos principalmente, deslocando seu centro de gravidade para aliviar a dor. Pulso interdigital, aumento da temperatura dos cascos. Cascos doloridos e apoio sobre os talões. * Fase Crônica: evolução de uma laminite não tratada, tratada tardiamente ou que o tratamento não foi eficiente, podendo se tornar crônico após 48 h. Causa deformação do casco, convexidade da sola, formação de linhas de crescimento irregular, crescimento dos talões, concavidade da muralha Diagnóstico Raio x: deve incidir exatamente no meio do casco. Elevar o pé do animal e colocar um objeto radiopaco no meio do casco. Prognóstico Grau I - 5,5o ou menos - favorável para uso atlético Grau II - 6,8 a 11,5o - reservado para uso atlético Grau III - superior a 11,5o - desfavorável para uso atlético Mariana Franco / Giulia Borges Codogno Tratamento - Sangria - Crioterapia: vasoconstrição diminui o acesso do “fator disparador” e ou a diminuição da ativação das metaloproteinases - Hipotensores: * Acepromazina – 40 mg * Isoxisuprime – 0,4 a 1,2 mg BID até a remissão dos sintomas * Pentoxifilina – 4,4mg/kg TID - AINES: * Fenilbutazona * Flunexin Meglumine * AAS * Cetoprofeno - Anticoagulantes: * Heparina – 40 a 80UI/Kg SC ou IV a cada 8 ou 12 horas principalmente em equinos com laminite alimentar e Doudeno-jejunite – 2 dias - DMSO – 100g/Kg, 2 x dia – 2 ou 3 dias * Cimetidine – 1mg/Kg TID * Omeprazol – 2mg/kg/24hs - Nitroglicerina 2% - Tópico na quartela com 60mg 2 dias, 40mg 2 dias e 20mg por mais 2 dias - Óleo Mineral – 2 a 4 l - Antibióticos (origem séptica) - Plasma e Antitoxinas - Carvão ativado – adsorvente de toxinas (não usar remédio VO com carvão) - Procedimentos Físicos: Como o vilão é o flexor digital profundo, colocamos um “salto” no cavalo * Cunha com 18° * Gessamento do casco * Palmilha * Ferrageamento * Cama de areia (15,2cm) – cessa a pressão * Duchas e Pedilúvio *Água quente e fria * Exercício Cirúrgico - Casqueamento Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Ressecção de muralha - Tenotomia do flexor digital profundo - Fresamento da sola - Alimentar - Biotina - Metionina - Zinco Prevenção - Controle na ingestão de grãos RABDOMIÓLISE - Também conhecida como Doença da manhã de segunda-feira. - Doença comum em animais muito sanguíneos, com manga-larga paulista. - Ocorre a lise das fibras musculares estriadas, devido ao esforço excessivo. Por que acontece? Duas causas: Falta de condicionamento físico ligado a ingestão de alta concentração de carboidratos. - Alguns animais acometidos não conseguem andar tamanha é a rigidez dos músculos pélvicos (na maioria das vezes). - Acontece porque nem sempre os cavaleiros tem noção de quando o cavalo está chegando perto da fadiga e continua forçando, até que o animal não consegue mais andar. - Ao palpar os músculos dos membros pélvicos nota-se uma dureza acentuada. - Durante um tempo foi chamada de mioglobinúria (liberação de mioglobina, proteína do músculo, na urina). - Não confundir mioglobinúria com hemoglobinúria. Na mioglobinúria a mucosa se apresenta de normal a congesta. Já na hemoglobinúria, ela está ictérica. - Quando o animal libera mioglobina na urina é esperado problema renal. Como diminuir o dano renal na eliminação da mioglobina? Hidratando o animal, forçando o rim a trabalhar, eliminando a mioglobina em menor concentração. SINAIS CLÍNICOS: - Contratura muscular –enrijecidos a duros –dos membros pélvicos - Ansiedade, sudorese, taquicardia e mioglobinúria. FATORES PREDISPONENTES: - Dieta rica em carboidratos (acumula muito glicogênio e quando ele vai usá- lo, converte em ácido láctico + H+, que vai fazer com que ocorra a destruição das células). - Regime de treinamento e condicionamento físico (quando o animal não for treinar, baixar a quantidade de alimento a base de carboidrato fornecido ao mesmo). - Intensidade de exercício. Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Toda conversão de energia vem do ATP ou da CK. - Lactato não é o culpado pela acidose. Ao quebrar o glicogênio é liberado uma molécula de lactato e 2H+, e este último será o responsável pela acidose. Como saber se está em processo de acidose? Dosagem de lactato. Dosa a enzima lactato desidrogenase (converte rapidamente, dura pouco, devido ao treinamento, que acelera a reciclagem), e a quantidade de H+ será o dobro (não é possível dosar H+). - Cavalo Quarto de Milha é o mais predisposto a rabdomiólise, pois ele tem um armazenamento de polissacarídeos, que leva a um armazenamento anormal de glicogênio no músculo. Inclusive em potros. - Não relacionada ao exercício: anestesia prolongada, déficit de vitamina E e Selênio (Quarto de Milha jovens – doença do músculo branco). DIAGNÓSTICO: - Biópsia (lise muscular). - Clinicamente (palpação muscular com muita dor e rigidez). - Dosagem de CK e AST. Nunca dosar apenas AST, pois esta pode indicar apenas lesão hepática. Se for dosar apenas uma, dosar CK, mas é recomendado as duas. Se for rápido pode ser dosado a lactato desidrogenase (LDH), mas ela some em 24h após o processo. TRATAMENTO: - Tratar acidose usando Ringer com lactato. - Relaxantes musculares: Coltrax (metacarbamol) e Acepromazina (benzodiazepínico- causa miorelaxamento, podendo causar priapismo, onde o animal expõe e pênis e não consegue retrair). - Analgésico: fenilbutazona, pois agride menos o rim, que já foi lesado pela mioglobina. Sempre associar com Fluidoterapia. - DMSO (dimetilsulfóxido): poder antioxidante e anti-inflamatório. Tópico ou injetável. (Nunca colocar na receita DMSO, colocar Dimesol, pois o proprietário pode injetar na carótida e não na jugular, matando o animal e processando o médico veterinário. DMSO é registrado como reagente laboratorial e não fármaco veterinário, como o Dimesol, mas são a mesma coisa). Usar intravenoso com diluição 10%, com efeito anti-inflamatório. PREVENÇÃO: - Ração com as necessidades energéticas adequadas – trocar amido por óleo. - Bicarbonato de sódio na dieta - Vitamina E e Selênio (Antioxidante. Quanto mais exercício, mais oxidação). - Creatina (potencializa o uso e facilita a reciclagem). - Vitaminas do complexo B (gliconeogenese) - Eletrólitos - Condicionamento físico (aumento no № de mitocôndrias, aumentando atividade oxidativa e fibras musculares de contração rápida). Mariana Franco / Giulia Borges Codogno SÍNDROME DO NAVICULAR - Causa mais comum de claudicação intermitente no membro anterior. (Dá anti-inflamatório e repouso o animal melhora. Proprietário faz isso constantemente). - Intimamente ligado a todas estruturas ao seu redor (nervo, tendão...). - Cavalos de conformação extremamente vertical (tendão flexor digital profundo muito esticado, traumatizando o osso navicular). CONCUSSÃO. - Degeneração senil (animais velhos tem comprometimento na irrigação do navicular, que vai desmineralizando. No raio-x aparece bem radiopaco). - Como diminuir a concussão? Se cortar o tendão flexor digital profundo o cavalo nunca mais será um atleta. É necessário diminuir a tração, colocando uma palmilha na ferradura, deixando mais alto. Se a dor continuar, é necessário a imobilização do casco. HIPOTESES PARA A POTOGENIA: - Teoria da bursite-concussão entre navicular e TFDP, associado a má conformação. Tratamento com os mesmos medicamentospara laminite. - Trombose e isquemia - trombose das artérias digitais e posterior necrose isquêmica. Diminuem a irrigação do osso. DEGENERAÇÃO SENIL. Tratar com AAS ou drogas potencializadoras para diminuir coagulação. Qual o papel do Flexor digital profundo nas claudicações como laminite e doença do navicular? (PROVA). SINTOMAS: - No início o repouso melhora (usam anti-inflamatório: Banamine, cetoprofeno, fenilbutazona – efeito analgésico). - Claudicação intermitente, piorando no dia após o trabalho. - Apoia na pinça depois no talão, para evitar a concussão do navicular. - Terrenos irregulares pioram a claudicação. DIAGNÓSTICO: - Sintomas de claudicação razoavelmente característicos (intermitente, pisando em pinça, ranilha fechada. Pode ser unilateral ou bilateral). - Radiografias. - Bloqueio anestésico do nervo digital palmar (bilateral). - Ressonância magnética. Mariana Franco / Giulia Borges Codogno BLOQUEIO ANESTÉSICO: RAIO-X PROJEÇÃO SKY LINE: TRATAMENTO: - Repouso e drogas anti-inflamatórias na fase inicial. - Ferrageamento corretivo - elevar talões com solas, ferraduras fechadas e borracha para amortecimento. (Diminui concussão no TFDP) *não por desse jeito na prova (?) Ferradura ovo: imobiliza o casco. Bom pra terrenos irregulares. - Esteróides intrabursais -alívio temporário (pouco valor de cura) - Vasodilatador – isoxsuprime 0,6 a 1,2mg/kg BID (anticoagulantes –warfarina 0,2mg/kg SID). - Neurolítico – Injeta Sarapim no nervo, matando-o. O animal tem a doença mas não tem o aviso do sistema nervoso central, não sentindo dor (mesmo efeito da anestesia, mas de forma definitiva). - Procedimentos cirúrgicos - neurectomia do digital palmar distal (baixa). Proibido fazer a alta, pois o animal deixa de sentir o pé inteiro. Fazendo a baixa ele sente a pinça. Mariana Franco / Giulia Borges Codogno DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Feridas perfurantes. - Fraturas do navicular. - Laminite. - Talões gastos. - Osteíte podal. OSSIFICAÇÃO DAS CARTILAGENS ALARES - Encontrada mais comumente nos membros anteriores, em animais de má conformação. - Quando não há distribuição de peso adequada no casco todo, a tendência é ter problema na cartilagem alar (medial ou lateral). ETIOLOGIA: - Concussão dos quartos da pata causando trauma na cartilagem. - Ferrageamento desnivelado. SINTOMAS: - Claudicação pode haver ou não, sendo mais evidente nas curvas (força a cartilagem, causando dor). - Pode vir associada a outras patologias (ligadas ao navicular). DIAGNÓSTICO: - Pinça de casco, com confirmação de radiografia. - Confirmação que a ossificação é a causa da claudicação - bloqueio anestésico – unilateral. TRATAMENTO: - Ferradura de pinça rolada (menos impacto e menos dor). - Cirúrgico quando apresentar pequenos fragmentos. Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Ferradura deve ser fechada com guarda-casco lateral, para que ele não expanda. OSTEÍTE PODAL: - Achado mais comum em radiografia de casco. - Falta de aprumos ou desnivelamento do casco . - Desmineralização da falange distal resultante de uma inflamação. Definida radiograficamente como enrugamento das bordas solares da falange distal. - Bloqueia navicular e cartilagem alar e não funciona. Bloqueia casco e ele para de claudicar e você não acha mais nada compatível com os sintomas. Tenta minimizar a dor da sola. - Exame clínico + exame complementar. ETIOLOGIA: Inflamação persistente na sola, causando rarefação óssea advindas de lesão crônica da sola, laminite, contusões persistentes, lesões perfurantes e processos inflamatórios persistentes. SINTOMAS: - Claudicação evidente em qualquer andadura (pisa e dói). - Dor difusa ou localizada. - Radiografias com desmineralização óssea. - Raio-x e bloqueio são muito significativos nesses casos. TRATAMENTO: - Ferrageamento para manter a sola protegida e longe do solo. (Tirar o menos possível da sola, somente a parte morta) - Terapia anti-inflamatória e repouso. - Cascos com sola amolecida (esfarela) – iodo formalina e terebentina. Baia úmida. HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO NUTRICIONAL: - Também conhecida como Osteodistrofia Fibrosa, Doença do farelo ou Cara inchada. - Aumento dos ossos nasais e da mandíbula, pois está perdendo densidade óssea, que hipertrofia para que os dentes chatos e a barra da mandíbula não quebrem com facilidade. - Controle dos níveis de cálcio e fósforo no organismo: Osteoblasto e osteoclasto, através dos hormônios calcitonina e paratormônio. Alta concentração de cálcio: paratormônio inativo. - Por que doença do farelo? Milho e farelo de trigo são os principais ingrediente usado em fazendas que não visam o comércio dos animais, e são riquíssimos em fósforo, que prejudica o equilíbrio Ca:P que deveria ser de 2Ca:1P. Paratormônio fica ativo e vai retirando cálcio do osso para tentar equilibrar o cálcio sérico. Se retirar sangue do animal para fazer exame não dará desequilíbrio na porcentagem sérica. - Doença generalizada (incham os dois lados). Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - É comum o cavalo com HSN ter fratura espontânea. - Dietas com alto teor de fósforo ou baixo teor de cálcio. - Gramíneas do tipo: Brachiaria humidícola, Panicum – grupo do Colonião, e outras ricas em oxalato. O oxalato se une ao cálcio, formando oxalato de cálcio, ou quelato (união estável, que não se separa), passando pelo trato digestório sem ser absorvido. O fósforo sobe secundariamente (está sendo ingerido, mas o oxalato não libera o cálcio, que será tirado do osso). Fósforo sobe primariamente quando é ingerido forrageiras ricas em fósforo. DIAGNÓSTICO: - Baseado nos sintomas clínicos. - Análise da dieta. TRATAMENTO: - Suplementação de cálcio (2:1) SÍNDROME CÓLICA: - Síndrome: série de sintomas que demonstram uma patologia sem especificar o local. - Cólica: dor abdominal, geralmente por espasmo. Há uma contração, tentando empurrar algum ‘’conteúdo’’ causando dor intensa. - 99,99% das cólicas são de origem gastrointestinal. Dificilmente cavalo tem cólica renal. Égua não menstrua, portanto não tem cólica menstrual. A grande maioria é de estômago até reto. - SINTOMAS: Dor de origem abdominal, o animal apresenta-se deitado, você o força a levantar e ele deita novamente depois, cava o chão, rola, fica mexendo na água com o focinho, olha para o flanco, posição antiálgica (com os membros para frente), o macho expõe o pênis, desconforto evidente e sudorese intensa. - Equinos possuem estômago pequeno e intestino delgado extremamente longo, mesentério com “buracos” que podem “encarcerar” alças intestinais. Intestino cheio de saculações, que no processo de digestão fermentativa o alimento fica “rodando” ali dentro promovendo um antiperistaltismo para retardar a ingesta para que haja tempo das bactérias degradarem a fibra. - A maioria das cólicas leva a depressão da motilidade. Causa fermentação, libera gás e causa timpanismo (grande maioria no ceco). - Dor de origem abdominal: descobrir se ela está no esôfago, no estômago, no ID, no cólon maior, cólon menor ou reto. - Soro é muito importante. Cuidado para não causar problema renal. - COMO EXAMINAR ATRAVÉS DAS TÉNICAS SEMIOLÓGICAS? Auscultação: Lado direito: auscultar parte alta e parte baixa. No flanco direito, parte dorsal, encontramos a prega (válvula) íleocecocólica (onde desemboca o íleo), onde ouviremos um barulho de descarga. Na parte ventral do ceco o barulho é de bolhas, ar e água rolando lá Mariana Franco / Giulia Borges Codogno dentro. Há também o cólon dorsal direito e cólon ventral direito. Auscultar timpanismo (pode usar martelo/plexímetro). Lado esquerdo: flexura pélvica, cólon dorsal esquerdoe cólon ventral esquerdo. É possível auscultar aumento ou diminuição da motilidade. A cada um minuto e meio a 5 minutos é necessário ouvir de duas a três “descargas” completas. Intestino não pode parar, pois causa impactação. Palpação retal: ao passar a pelve encontraremos a flexura pélvica, que podemos observar se há impactação (palpa pedra). À direita encontraremos o ceco, e à esquerda o intestino delgado. Mais a frente e ao centro palpa-se o cólon menor (fabrica síbalas, que são bolinhas de fezes). Um pouco mais a frente tem o bordo caudal do rim direito, que se houver intestino pendurado é indicativo de encarceramento nefroesplênico. O que fazer se não encontrar o ceco no lugar? Mandar para cirurgia, para colocar no lugar, pois quando está fora ocorre o comprometimento da irrigação dele, podendo causar o óbito do animal. É possível observar dilatação, compactação, torção, deslocamento e enterólitos. Abdominocentese/paracentese abdominal: introduz agulha e colhe o líquido intestinal. É esperado encontrar líquido levemente amarelado, de consistência bem aquosa. Amarelo palha: normal. Marrom escuro/preto: necrose intestinal (óbito do animal). Esverdeado com presença de fibras: ruptura de alça intestinal (óbito. Peritonite). Amarelo escuro: presença de bactérias e pus (administração de ATB). Vermelho: hemorragia. Sonda nasoesofágica: analisa o conteúdo através do cheiro, vê presença de ar (material fermentado, aerofagia em animais estressados), lavagem gástrica (tratamento). Cheiro podre e líquido acastanhado indicam problema de intestino delgado (pH alcalino devido ao bicarbonato secretado pelo pâncreas). Mostra alterações de odor, consistência e pH. - Quando tem compactação e o uso de medicamentos não surte resultado, é necessário cirurgia, pois o animal está obstruído, como por exemplo, enterólitos. - Animal com problema de mastigação ingere fibras grandes, causando impactação. - Equino em baia é predisposto à cólica, pois come muita ração. É necessário dar água de qualidade para o animal, limpar sempre o cocho, para não deixar ração na água. Ração fermenta muito. - Inspeção da cavidade oral para que problemas dentários não atrapalhem na mastigação e trituração das fibras. - Cavalo não pode comer volumoso com concentrado, pois passa muito rápido pelo intestino e a ração vai cair no ceco. Cavalo pode comer gordura, 700ml/dia, diminui disfunção de laminite e gastrointestinal. - Babésia pode causar cólica em equinos, pois a hemoglobina liberada na destruição do parasita causa aderência na serosa intestinal e na hora da motilidade dói muito. Animal com mucosa amarela (dar analgésico). Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Imizol aumenta a motilidade. Ciosin em éguas causa sudorese e muita dor, pois é espasmolítico, aumenta a motilidade intestinal. Cloridrato de escopolamina (buscopam) para diminuir cólica espasmódica. - Amitraz/triatox, atropina, Imidocarb, prostaglandina, deprimem o sistema funcional. Não há prescrição para equino de Amitraz. - Antibiótico por via oral pode causar enterite. Se as fezes amolecerem após uso de ATB via oral, pode indicar morte bacteriana (flora intestinal). Oxitetraciclina também pode causar. - Diurético piora cólica, pois desidrata o intestino. MANEJO: - Ingestão de muito alimento de uma vez causa cólica pois o estômago dos equinos é pequeno. - Cavalos que não possuem água na baia, ao saírem ingerem grande quantidade de uma vez só, causando dilatação. - Quando muda subitamente a alimentação pode causar diarreia. - Água fria causa vaso constrição e diminuição de motilidade. Ingerir areia causa depósito no intestino, podendo obstruir. - Animal muito tempo preso defeca menos, causando impactação. Mariana Franco / Giulia Borges Codogno EXAME CLÍNICO: Distensão abdominal, taquicardia e taquipnéia, hipo e hipermotilidade, desidratação, mucosas congestas a cianóticas. - Processos não estrangulativos: compactação. PROCESSOS NÃO OBSTRUTIVOS: cólicas simples, dilatação por ingestão de água, ingestão de ar, fermentação, cólica devido à presença de úlceras. PROCESSOS ESTRANGULATIVOS: tratamento cirúrgico. PROCESSOS NÃO OBSTRUTIVOS:Enterite anterior, peritonite, Íleo adinâmico, infartação não estrangulativa, timpanismo cecal, úlceras gástricas, aderências de alças, abscessos mesentéricos, hemoparasitose. PROCESSOS OBSTRUTIVO ESTRANGULATIVO: Vólvulo, torções, intussuscepção, lipomas pedunculados, hérnias, encarceramento de alças, deslocamento de alças PROCESSO OBSTRUTIVO NÃO ESTRANGULATIVO: Enterolitíase, impactação/Ascarídeos, obstrução por C. E, impactação gástrica, impactação de íleo, impactação de ceco, impactação de cólon maior, idiopáticas, neoplasia ANAMNESE: Tempo (inicio e evolução), comportamento, grau da dor, crises anteriores, manejo da criação, alimentação (fornecimento de água), defecação (quantidade, odor, cor, frequência, consistência), tratamentos já realizados (vermífugo). - Fezes secas: transito lento. ÚLCERA GÁSTRICA: - Maioria dos animais necropsiados de baia apresentam úlcera gástrica, devido ao estresse. - Cavalo atleta contrai e manda suco gástrico da região glandular pra medular. - Até 90% dos cavalos terão úlcera. - Diminuir estresse do animal: cama limpa, alimentação boa, água, passeio. - Abuso de anti-inflamatórios não esteroidais podem causar (flunexin meglumine e fenilbutazona). TRATAMENTO: - Inibir a secreção ácida gástrica • aderentes de mucosa (10-20 mg/Kg TID); • antagonista de receptor H2 para histamina (6,6 mg/Kg TID); Ranitidina, cimetidina. • inibidores da bomba de prótons (4 mg/Kg SID); Omeprazol. • antiácidos (≥ 240ml, 4 a 6 vezes ao dia). Sucralfato. - Aliar à terapia farmacológica • boa alimentação; • melhor manejo; • socialização dos animais. Mariana Franco / Giulia Borges Codogno IMPACTAÇÃO GÁSTRICA: - Acúmulo de material sólido no estômago, deixando-o dilatado e ressecado, impedindo o trânsito intestinal. ETIOLOGIA: - Qualidade da fibra - Estenose na região do piloro - abscesso, inflamação e parasitas - Mastigação - Palatite - Abscessos dentários - Fratura de mandíbula - Pontas dentárias - Ficar atento a qualidade do capim. DIAGNÓSTICO: - Sondagem nasogástrica. - Acúmulo de material grosseiro. - Palpação transretal - baço e ligamento nefroesplênico empurrados para trás. - Paracentese abdominal. TRATAMENTO: - Eliminar causa base. - Sondagem nasogástrica - lavagem com posterior sifonagem (dissolver e retirar do estômago. Se sair sangue, administrar antiácido). Em caso de sofrimento da mucosa: • Al (OH)3 • Cimetidina, Ranitidina, e Omeprazol. - Caso necessário - analgésico (Flunexin meglumine, carprofeno ou fenilbutazona*) *preferível pois dura 12h. DILATAÇÃO GÁSTRICA: - Distensão do estômago por líquido (vem do intestino ou ingeriu muita água) ou gás (produzido no estômago ou ingerido). ETIOLOGIA: Primária - o estômago é sede do problema. Estômago é sede do problema, pH ácido. Causas: ingestão excessiva de líquido, ingestão de carboidrato (fermentação) e aerofagia. Secundária - outro órgão é sede do problema. Intestino é o problema, pH alcalino. DIAGNÓSTICO: - Sondagem nasogástrica. - pH ácido. - Paracentese abdominal. Mariana Franco / Giulia Borges Codogno TRATAMENTO: - Eliminar causa base. - Sondagem nasogástrica - lavagem com posterior sifonagem (dissolver e retirar do estômago. Se sair sangue, administrar antiácido). Em caso de sofrimento da mucosa: • Cimetidina, Ranitidina, e Omeprazol.- Caso necessário - analgésico (Flunexin meglumine, carprofeno ou fenilbutazona) DUODENO JEJUNITE – ENTERITE ANTERIOR Colite causada por diarreia severa (vírus ou bactéria) que acomete duodeno e jejuno, como resposta astoxinas e micotoxinas produzidas por esses agentes há uma grande quantidade de secreção (levando eletrólitos e causando desidratação), essa secreção será drenada para o estômago (refluxo enterogástrico por antiperistaltismo). O animal acometido com essa enfermidade, apresenta na sondagem grande quantidade de secreção no estômago e refluxo. ETIOLOGIA: - Salmonella - Clostridium perfringes - Clostridium difficile - Micotoxinas: fuminisina - Atonia com posterior secreção de líquidos (causado por Amitraz) - Não se pode usar medicamentos que cessem a diarreia pois podemos causar uma toxemia no animal. - É um animal que deverá ser mantido com sonda constantemente e essa secreção deverá ser drenada a cada 2 horas pois é um candidato a ter ruptura gástrica - Concomitante a essa doença pode surgir uma laminite, por se tratar de uma enfermidade séptica (verificar temperatura e pulso interdigital desse animal) FATOR PREDISPONENTE: - Aumento recente na quantidade de concentrado - Alta condição corporal - Inatividade física (muito tempo com a ingesta em seu interior – quando mais ele anda mais ele defeca) ACHADOS LABORATORIAIS: - Febre sutil: 39 a 39,5 - Sem alteração em hemograma - Na paracentese abdominal haverá grande quantidade de neutrófilos - Ficar atento ao fibrinogênio - Proteína plasmática (>3,5 g/Dl) - Se suspeitar de sangue usar água oxigenada no conteúdo drenado para ter certeza SINTOMAS: - Dor moderada a severa (dependendo do grau da enfermidade) Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Distensão moderada de intestino delgado (porque está inflamado, conseguimos identificar na palpação do lado esquerdo) (cuidado com compactação de cólon) - Desidratação - Mucosas congestas - Início agudo - Grande volume de refluxo enterogástrico, estômago dilatado – 20L) coloração castanha alaranjado com odor fétido - Borborigmos deprimidos - TPC prolongados TRATAMENTO: - Animal sempre sondado para drenar a secreção - Antibiótico de amplo espectro associado a penicilina (combatendo os microorganismos anaeróbios) Agrovet Potássica 30’ – 6hrs – 1,5 x 10 a 6 Procaína 24hrs – 1,5 x 10 a 6 Benzatina 6 hrs – 72hrs – 3 x 10 a 6 Soma do frasco: 6 x 10 a 6 A diferença entre elas é que quando injetamos a potássica, ela tem nível sérico que acaba em 6hrs, a procaína começa com 1hrs, e a benzatina começa com 6hrs, então quando o efeito de uma está começando, do outro está acabando, então aplicando essa associação uma está “cobrindo” o efeito da outra. Essa associação deve ser usada a cada 24hrs. Esse raciocínio é adotado sempre que houver benzatina na formulação. Associar a penicilina com sulfa, gentamicina, amicacina, cefalosporina ou metronidazol - Sempre que for usar antibiótico em cavalo avisar o proprietários: se as ezes amolecerem suspender o tratamento pois podem causar colite (então cuidar da flora intestinal) - Carvão ativado pode ser utilizado para absorver as toxinas (nunca utilizar com antibiótico via oral), o problema é que como o cavalo será drenado a cada 2 horas, o carvão será drenado junto, então em caso de enterite anterior fazer uso do Flunixin Meglumine porque além da ação anti-inflamatória citada na laminite ele também tem ação antitóxica (1/4 da dose para essa finalidade), o óleo mineral também é um bom antitóxico, mas só deve ser utilizado quando o animal não tem diarreia - Nunca fazer injeções em glúteos de cavalos (compromete locomotor e corre risco de dar coice) - SEMPRE USAR AGULHA E SERINGA ESTÉRIL - Esse animal deve passar por fluidoterapia (como o animal está em acidose utilizar ringer lactato) - Para tratar o antiperistaltismo: drogas que estimulam a acetilcolina: Neostignina (Prostignina) - Posso usar plasma hiperimune nesse animal como uma maneira de aumentar a quantidade de anticorpos ajudando a combater a doença - Se o animal estiver em choque hipovolêmico utilizar corticoides Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Cuidado com suplementação de cálcio e magnésio (contração da musculatura lisa) - Alimentação parenteral: glicose, aminoácidos e vitaminas - Quando não houver sucesso: cirurgia (determinar extensão das lesões) - Cuidado com a laminite: Heparina e DMSO IMPACTAÇÃO OU OBSTRUÇÃO DO ÍLEO - Causado por parasitos, ingestão de fibra de má qualidade ou de dentição que não consegue mastigar bem a fibra - Também causa refluxo enterogástrico porém não tem processo toxemico e o conteúdo é menor, o processo é obstrutivo (dilata vagarosamente levando a dor mais lenta) - pH alcalino - Na paracentese não tenho bactérias - Fácil palpação TRATAMENTO: - Óleo para lubrificar o intestino e auxiliar na passagem do conteúdo - Se for causado por capim mal mastigado administrar laxante osmótico - Fluidoterapia - Analgésico - Se o tratamento não for suficiente levar para cirurgia e realizar uma enterotomia (dieta para pós operatório: capim hidratado). Checar a motilidade CÓLICA TROMBOEMBÓLICA - Causada pelo parasito Strongylus vulgaris, parastito que entra pelo intestino e migra para a raiz da artéria mesentérica causando um trombo e necrose - Animal tem do incontrolável - Animal candidato a cirurgia - Paracentese abdominal com líquido escuro (quase preto) indicando necrose de alça - Foi raro durante muito tempo pois a ivermectina “dava conta”, hoje em dia já há resistência (usar vermífugos compostos de ivermectina uma vez ao ano como forma de prevenção) - Na anamnese haverá relatos de que o animal não toma vermífugo ou não tomou recentemente TRATAMENTO: - Butorfanol (derivado da morfina) – dura apenas 2hrs - Se desconfiar levar para mesa de cirurgia imediatamente COLITE X - Síndrome caracterizada por colite, toxemia superaguda, rapidamente fatal e de causa desconhecida - Semelhante a diarreia associada à antibióticos (tetraciclina e principalmente aqueles adiminstrados por via oral), salmonelose e clostridiose (difficile e perfringens) Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Animais tem diarreia severa, pode causar até defecação de mucosa intestinal SINTOMAS: - Diarreia muito mal cheirosa - Aumento FC e FR - Borborigmos ausentes - Choque endotoxêmico - Mucosas congestas - TPC - alto - Pulso fraco - Taquicardia ACHADOS LABORATORIAIS: - Na+, K+ e CL- baixos - Acidose grave - Uréia e creatinina podem estar altas (desidratação) - Leucopenia e trombocitopenia (evoluindo para morte) TRATAMENTO: - Antitoxemicos - Grandes volumes de soro intravenoso associado a Cálcio - K+ - Bicarbonato - Heparina (20 a 80 UI/PV TID) - Solução hipertônica - Plasma hiperimune 2 a 4l - Corticóides em caso de choque - Analgésicos adicionais - butorfanol, xilazina ou associação e barbitúricos (clorpormazina, tramal) - Óleo mineral e carvão ativado - Antibióticos de amplo espectro (amicacina, gentamicina, cefalosporina) IMPACTAÇÃO DE CÓLON - Ocorre no cólon, na flexura pélvica, podendo ocorrer em outros segmentos - Causado por parasitos (Strongylus) ou alto teor de fibras - Pode ser induzida por Amitraz - Comum em cavalos que comem napiê picado e capim gordura (alto teor de fibras) e não mastigam direito levando a impactação, animais que não se movimentam muito, desidratação ou drogas que afetem a mobilidade intestinal - Sempre pergar na anamnese sobre uso de vermífugos - Se tiver resistente a pressão digital ir direto para cirurgia, onde se tira o cólon, faz-se uma incisão e lava o cólon até desimpactar, se não estiver tão duro podemos dissolver com soro (muito soro) via oral (tem motilidade e não tem refluxo) ou enteral (revezar) - Animal tem diarreia pós tratamento, então devemos hidrata-lo Mariana Franco / Giulia Borges Codogno SINTOMAS: - Dor abdominal intermitente(dá analgésico, anti-inflamatório melhora, passa o efeito, a dor volta) - Producão fecal reduzida - Frequência cardíaca aumentada - Borborigmos diminuídos - Sinais de desidratação após longo período de anorexia TRATAMENTO: - Se persistir por 48 horas: cirúrgico - Analgésicos - Laxativos e catárticos - Óleo mineral 2 l, BID - Sulfato de magnésio 0,1 mg/Kg 2 a4l - Docussato de sódio - 6 a 12 g/500 Kg diluídos em 4l de água - Hidratação para decompor a impactação - Parenteral - 15 a 20% PV/24h 118l/dia de média 16ml/kg/h/12h - Enteral – 8ml/kg/h – fluxo contínuo – sonda de 6mm - Xilazina - penetrar na impactação IMPACTAÇO ARENOSA: CÓLICA POR SABLOSE - Perguntar na anamnese: onde cavalo come e onde bebe água (se tomar água no rio tem risco de ingerir areia junto, se come em cochos móveis também pois batem a pata, comida cai no chão e então comem ali) - Areia acumula no fundo do intestino levando a diminuição do lúmen intestinal e consequente diminuição na produção de fezes - Para fechar diagnóstico misturar fezes com água, chacoalhar e procurar por areia SINTOMAS: - Dor abdominal intermitente - Produção fecal reduzida - Freqüência cardíaca aumentada - Borborigmos diminuídos - Sinais de desidratação após longos períodos de anorexia - Fezes com areia - Palpação não elucidativa - Baixa motilidade TRATAMENTO: - Metamucil (forma uma espécie de cola e causa aderência da areia facilitando a retirada) - Analgésicos - Laxantes e catárticos - De escolha Metamucil – mucilóide hidrofílico, associar com óleo - Misturar a 2L de óleo mineral - depois 4L de água - Estimula a motilidade e aglutina a areia - Não resolveu – cirúrgico Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Mudar manejo TIMPANISMO FECAL - Primário: aumento da produção de gás (pausa na motilidade) - Muita ração ou ração junto com feno - Secundário a obstrução PATOGENIA: - Dietas com grande quantidade de carboidratos altamente solúveis - Falta de exercício - Parasitas depressores de motilidade TRATAMENTO: - Analgésicos - Laxantes - Óleo mineral - Antifiséticos – Dimeticona ou Silicone - Caminhar - Uso de trocáter (lado direito – ceco) risco de peritonite - Mudar manejo ÍLEO ADINÂMICO - Diminuição na motilidade propulsora, aumento no tempo de transito de líquidos e de substâncias particuladas e distensão do intestino, geralmente complicação após cirurgia abdominal (pós cirurgia abdominal de encarceramento de íleo no anel inguinoescrotal) - Semore que se ratar de um garanhão olhar o testículo, se um estiver maior que o outro, palpar e estiver gelado e duro mandar para cirurgia para desencarcerar, então olhar a vitalidade da alça, se estiver norlmal coloca na posição correta e fecha - Causa refluxo TRATAMENTO: - Intubação nasogástrica e sifonagem - Terapia líquida intravenosa - AINE – alívio da dor e antitoxêmico - Estimulação farmacológica da motilidade intestinal - Aplicação de Cálcio, Magnésio - Ácido d-pantotênico - Antagonistas narcóticos (Butorfanol) - Agonistas colinérgicos - Betanecol (via oral) - Inibidores da colinesterase - Neostigmina (intra venoso) - Antagonistas a-adrenergicos - Ioimbina - Benzamidas - Metaclorpramida (intravenoso e lento) - Cisaprida Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Agonistas da motilina - Eritromicina - Parassimpatomiméticos: Lidocaína - Lubrificantes e Laxantes: Ducusato de sódio diluídos em 4l de água, Carboximetilcelulose, Sulfato de magnésio e óleo mineral - Enemas - Esfregar sabão de coco no ânus para estimular a defecação ENFERMIDADES DA PELE PIOLHOS - Damalinia equi - Haematopinus asini Esse tipo de afecção em equinocultura não é tão frequente, como Poços é uma cidade de temperatura baixa, para se protegerem do frio eles possuem uma pelagem mais longa, comprida, os piolhos encontram assim um clima favorável para perpetuar. O escaricida mais comumente usado em grandes e pequenos animais é a IVERMECTINA, usado para matar tanto endoparasitas, quanto ectoparasitas. DIAGNÓSTICO: - Presença de piolhos nos pêlos ou no pente. - Um intenso prurido, podendo se auto mutilar por tanto se coçar em função dos piolhos TRATAMENTO: - Ivermectina - 200 mg/Kg - 2/2 semanas - 3 repetições - Banhos – piretróides (butox) e organofosforados (neguvon) - 1 vez / semana - 8 repetições Amitraz ( Triatox ) não pode usar em cavalos, e se usar, ter cuidados adequados, usar na dose correta, 1ml para cada litro de água, e passar no animal em horário fresco, quanto mais quente, maior a absorção. Pois quero apenas para agir na pele, quanto menos absorver melhor. Algumas estratégias são usadas para ser menos absorvido como aplicar a favor do pelo, concentração adequada, vai absorver mais ao sol do meio dia, vasodilatação e maior absorção, pulverizar apenas aquele local necessário. SARNA - Sarcoptes scabei var equi - sarna da cabeça - Chorioptes equi - sarna dos membros - Psoroptes equi - sarna do corpo DIAGNÓSTICO: Exame mais adequado: Raspado de pele que é um exame superficial- presença de ovos e ácaros: raspado de pele até sangrar, coloca uma substância clarificadora na lâmina, chamado potassa a 10%, para melhor visualização. - Biopsia : quando é mais profundo- dermatite eosinofílica Mariana Franco / Giulia Borges Codogno TRATAMENTO: - Ivermectina - 200 mg/Kg - 2/2 semanas - 3 repetições - Piretróides - banhos - Amitraz - CUIDADO efeitos colaterais: cólica por atonia intestinal. - Drogas que estimulam a motilidade: ioimbina, eritromicina, lidocaína. - Prostaglandina em fêmeas: causa cólica por excesso de motilidade, elas vão ter uma sudorese intensa, uma taquicardia, pode ser usada como abortiva. ONCOCERCOSE - Não é muito comum. Onchocerca cervicalis: cervicalis, pois ela se manifesta comumente na região cervical, no pescoço e na cabeça. Seu aspecto é parecido com fungo pois é circunscrita, é circular e não coça. Nessa situação o raspado de pele não é efetivo então é preciso observar sinais sintomatologia e sinais clinicos como o lugar (cervical), porém o tratamento é o mesmo, caso tiver um prurido intenso pode administrar um corticoide como o meticortem que é de baixo poder antiiflamatório, mas tem um poder imunossupressor igual os outros corticoides. Trata com a ivermectina juntamente como principio ativo. Sempre que tem parasito na pele, vem junto com alergia, a célula do sistema imune mandada para parar com essa resposta é o eosinófilo, nas biopsias se encontrar muito eosinófilo pode pensar em parasita. Pode então fazer uma biopsia dermatite eosinofilica. Localização - região cervical - espalha-se pelo corpo e é transmitida por moscas (pernilongos) - Culicóides (HI) - maior incidência primavera e verão. Lesões - rarefação pilosa - cabeça e pescoço, parte ventral do tórax e abdômen. Lesões circulares pode confundir com fungos, mais ele é raro em cabeça e pescoço, e se da por contato direto, mais por equipamentos que passam de um animal pro outro, como boleteira, caneleira, barrigueira, etc. DIAGNÓSTICO: - Raspado de pele não efetivo TRATAMENTO: - Ivermectina - 200 mg/Kg - única dose costuma resolver - 3 repetições - Caso necessário - evitar prurido - 0,5 mg de prednisona via oral: Meticorten. - Tentar diminuir as moscas, com manejo de dejetos adequado, controle de fezes. Pode fazer o uso de besouros rola-bosta que vão enterrar as fezes. DERMATITE À PICADA DE INSETOS Muita mosca no verão, para prevenir a melhor forma é fundamental ter um bom manejo dos dejetos do cavalo, já que são nas fezes que as moscas se reproduzem, o besouro “ rola bosta “ é uma boa forma de controle frente a essa situação. O uso de armadilhas, coloca-se fezes de suínoem cima de um balde e uma tela, e a mosca entra lá para se reproduzir, logo depois quando for sair, ela cai em produtos que vão matar essas moscas, são ótimas formas de matar esses insetos indesejáveis. Culicóides - moscas, mosquito pólvora - Stomoxis calcitrans - Haematobia irritans Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Abelhas - Outras TRATAMENTO: - Controle de insetos - Eliminar área de reprodução de moscas - Janelas de baias protegidas - Animais pulverizados com inseticidas residuais (piretróides) Quando o controle não funciona: - Corticoides - 1 mg/Kg de predinosona e predinisolona, - Antialérgico para processo agudo: antihistaminico - Inseticida residual muito usado: fipronil ( top line ) - Citronela, planta parecida com erva cidreira junto com álcool, age em período muito curto. HABRONEMÍASE É a afecção do verme chamado habronema na pele, porem o local em que normalmente parasita é no estomago ( habronemose ), seu ciclo depende da mosca, a mosca vai nas fezes ingere a larva e a larva chega numa lesão cutânea e deposita a larva, assim a larva pensa que está indo pro estomago e fica caminhando lá dentro causando uma irritação e esse tecido cresce cada vez mais como tecido de granulação. TRATAMENTO: Tratar a larva no estomago com vermífugo. Mas a larva está na ferida. Os locais mais comuns: a mosca deposita a larva nos olhos, cheio de lagrimas, na canela em função de pasto sujo. Em garanhões com o pênis lotado com esmegma, a mosca começa a depositar e as ulceras começam a aparecer, por isso a necessidade da higiene diária com garanhões. Em alguns animais essas ulceras podem desaparecer após o verão. O tratamento tópico pode ser significativo, somente se a larva não estiver muito profunda. Se tiver uma lesão muito profunda, usa-se macrófago usando o carvão ativado, o neguvon joga na ferida, o macrófago pega e leva o produto na ferida profunda, O diagnóstico diferencial são as várias doenças como a pitiose, sarcóide ( tumor), tecido de granulação exuberante, não se diferencia na clinica uma da outra. Importante fazer biopsia que vai servir de diagnostico para todas elas. Toda ferida (corte em cerca de arame farpado por exemplo) de membro em equino pode virar tecido de granulação exuberante. Ferida de verão: Habronemose cutânea Etiologia -Habronema muscae - Draschia megastoma - Habronema majus – Stomoxis É um parasita intestinal que dá no estômago, a larva é liberada nas fezes, a mosca ingere a L1, senta na ferida e deposita a L3 lá dentro, a larva começa a ‘passear’ na ferida pensando que é o estômago, provocando uma reação alérgica e passa a crescer demais. Normalmente o equino já tem por si só nos Mariana Franco / Giulia Borges Codogno membros, uma ferida que cresce muito, e se for contaminada pela larva do habronema a tendência é crescer ainda mais. Para diferenciar do que está sendo o crescimento (se tem larva ou não) fazer BIÓPSIA e não raspado. Tira um fragmento geralmente no corte de transição para pegar um área sadia e com lesão. Características e sazonalidade - Remissão no outono e inverno - Ressurgimento anual - verão - Penetra através de lesões prévias na pele ou mucosas SINAIS CLÍNICOS: - H. Oftálmica - Grânulos caseosos conjuntivais - Úlcera granulomatosa - Epífora - Secundária a outras lesões H. CUTÂNEA - Lesões granulomatosas nas áreas de epífora - Espessamento cutâneo de crescimento rápido e contínuo - Tecido de granulação exuberante - Prurido (+ ou -) - Forma peniana (ulceração na glande) DIAGNÓSTICO: - Características das lesões - Estação do ano - Histórico - Biopsia - dermatite eosinofílica modular à difusa, presença de larvas DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL * - PITIOSE: fungo, geralmente da em áreas alagadas, mais no Pantanal (epidemia), pra gente é esporádico e como não é comum, demora a diagnosticar, faz-se curativo convencial e não resolve, quando descobre entrar com medicação adequada. Geralmente em partes baixas, que tem contato com o solo, umidade. Clinicamente a ferida tem muita secreção, diferente das feridas de habronema, tecido de granulação. Biópsia. Se desconfiar, avisar os patologistas, pois ele usaram colorações específicas para fungo TRATAMENTO: - iodeto de sódio ou potássio, de 32 a 64mg/kg (cuidado, tóxico) V.O. - --- - Antifúngicos convencionais não funcionam. Quando estÁ em local que tem alta frequência de pitiose quando percebe a lesão, vacinar. Pitium Vac. SARCÓIDE EQUINO - Geralmente perto do olho Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Tem que fazer cirurgia, ou inocular BCG intralesional, tem uma boa resposta em termos de melhora. - É um tumor viral, parecido com papiloma. - Carcinoma das Células Escamosas - Tecido de granulação - Botriomicose TRATAMENTO: - Resolução espontânea - Ivermectina - 200 mg/kg - a cada 2 semanas - Pomadas: DMSO Corticóides Organofosforado: para matar a larva. - Exceção cirúrgica e curetagem - Criocirurgia Para diminuir tecido de cicatrização exacerbado, debrida (tira com faca), e faz enxerto. Para que não forme novamente a ferida usar corticóide tópico: ONCILON-A M (triacinolona). Passa, põe gaze, algodão e enfaixa. PROFILAXIA: - Controle de moscas - Limpeza de pasto - Controle de feridas: melhor sistema: curar a ferida de manhã. ENFERMIDADES FÚNGICAS Dermatofitose Dermatomicose Definição: Micose cutânea superficial. Mais comum por equipamentos passados de um animal para outra, como caneleiras, boleteiras, etc. Geralmente alopecia circular, não pruriginosa, fica descamando, ligado na maioria das vezes a fatores que abaixam a imunidade. Microsporum ssp Tricophyton ssp SINAIS CLÍNICOS: - Alopecia (geralmente circular) - Base acinzentada - Não pruriginosa - Crostas e descamação - Fatores predisponentes - má nutrição, superlotação, baixa imunidade e ambiente estressante. DIAGNÓSTICO: - Sinais clínicos e histórico - Raspado e potassa 10 % - Cultura - Agar Sabouraoud (especifico) e gotas de complexo B Mariana Franco / Giulia Borges Codogno DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - DERMATOFILOSE: muito parecido com fungo, mais é BACTERIANA, conhecida como doença da chuva. - Sarcóide Equino (forma oculta/plana) - Alergia TRATAMENTO: - Auto limitante - 1 a 6 meses – Linfogex, Infervax: droga que estimulam a imunidade - Fungicidas cutâneos - Clorexidine, PVP digermâni a base de iodo (sabão) , Miconazole e Cetoconazole - Esporicida no ambiente e utensílios - Fungicidas: são hepatotóxicos, cuidado. Curar por mais 30 dias após a desaparecimento dos sintomas. PROFILAXIA: Esporicida no ambiente e utensílios - escovas, arreios, principalmente caneleiras, cloches e barrigueiras. DERMATOFILOSE Doença da chuva Definição: Dermatite causada pelo Dermatophilus congolensis, apresentando crostas, exsudação, queda de pêlos em tufos com pouco ou sem nenhum prurido. Típico em épocas de umidade e cavalo de baia, ele libera seborreia (um pó), quando ele sai na chuva esse pó retém umidade e favorece o crescimento da bactéria. Geralmente potro sai pelos de tufo, tem que lavar, passar solução antisséptica e não deixar tomar sol, pois pode causar dermatite solar ou se ele tem o fígado ruim e ingere toxinas fúngicas e podem causar fotossensibilização. Deixar em baia. SINAIS CLÍNICOS: - Alopecia, exsudação - Queda de pêlos em tufos - Crostas DIAGNÓSTICO: - Aparência clínica - História - Cultura - ágar sangue DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Dermatofitose - Sarna Sarcóptica - Fotosensibilização - Dermatite Bacteriana TRATAMENTO: - Limpeza com xampu antiseborréico - Lavar com Clorexidine/PVP Iodo - Pomadas com Antibióticos Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Permanganato de Potássio a 5% - Bloqueador solar/baiaPROFILAXIA: - Limpeza de fômites - Limpeza de baias e estábulos LINFANGITE ULCERATIVA Definição - Infecção dos vasos linfáticos cutâneos causada mais comumente pelo C. pseudotuberculosis. Supõe-se que a contaminação comece por uma ferida. Uma pequena lesão de pele pode fazer isso, não tem drenagem linfática, começa a acumular líquido e os vasos que estão em volta param de drenar. Na maioria das vezes é em membro pélvico. Pelo Corynebacterium pseudotuberculosis. Drenagem: tira a linfa que fica parada no local, diminuindo a pressão, os vasos vão irrigar e para de ulcerar. Pode fazer uma massagem com agua fria, com alta pressão de baixo para cima. Desconfiou: antibiótico. SINTOMAS: - Geralmente afeta membros posteriores -Afetam cadeias de linfonodos que abscedam, drenam e ulceram - Membro tumefeito e dolorido, dificuldades para andar - Vasos linfáticos apresentam-se em forma de cordões, podendo haver espessamento dos tecidos adjacentes DIAGNÓSTICO: - Baseado no aspecto da lesão - Identificação do microorganismo - Esfregaço direto corados por Gram ou Giemsa - Antibiograma TRATAMENTO: - Antiinflamatório não esteróides (fenilbutazona, banamine, meloxican, etc) - Antimicrobiano - Hidroterapia: sem com pressão, de baixo para cima. - Exercício - Ultrassonografia: para ver onde tem líquido (preto) e fazer uma: Drenagem Cirúrgica PAPILOMATOSE É um vírus, não tem droga certa, então tem que retirar. Vê-se mais em lábios e orelhas. A melhor coisa a se fazer é pegar esses papilomas, lavar bem, inativar esse vírus em formalina e injetar uma vez por semana, no cavalo pode gerar abscesso. Semear em ágar sg primeiro para ver se não cresce nada. Vacina uma vez por semana. Tem 5 tipos de papiloma; Sinonímia Mariana Franco / Giulia Borges Codogno - Verruga Agente Etiológico - Papilomavírus Localização - Equinos - lábios, focinho e orelhas TRANSMISSÃO - Contato direto – lesões de pele - Fômites DIAGNÓSTICO - Clínico - Raro biopsia - tumores TRATAMENTO - Vacinas autógenas - Inativada com formalina - Ligadura do pedúnculo - Imunoestimulantes – levamisole - Autohemoterapia - Clorbutanol – Verrugado, Verruclin - Remoção cirúrgica PLACA AURAL - Imiquimode (pomada: Aldara). - Faz a tricotomia e passa ela.
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