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Clínica médica de grandes animais II Estudo – Enfermidades respiratórias dos Bovinos ANATOMIA · Mecanismos de defesa: físicos -> o aparelho mucociliar irá impedir a entrada das partículas grandes das unidades pulmonares · Secretórios -> mucos e substancias solúveis (IgA / IgG, peroxidase, lisozima, etc..) – atividade imune sobre o epitélio de todo o trato respiratório (IgA -> imunoglobulina da mucosa) · Celulares -> macrófagos alveolares pulmonares (MAPs) · Particularidades dos bovinos -> as vias aéreas são estreitas; caixa torácica muito rígida; pequeno volume pulmonar; baixos níveis de lisozima e menor quantidade de macrófagos alveolares · Menor capacidade de troca gasosa e baixa tensão de oxigênio bronquiolar ou alveolar -> baixa atividade fagocitária dos macrófagos mucociliares e alveolares; redução do processo de depuração pulmonar · Maior predisposição ao desenvolvimento de enfermidades respiratórias Complexo da doença respiratória bovina · É o conjunto de doenças que podem acometer o trato respiratório superior e/ou inferior · Superior -> sinusites; faringites e laringites · Inferior -> pneumonias e broncopneumonias · Pneumonias -> inflamação do parênquima pulmonar · Intersticiais – quadros mais brandos (sem causa definida ou associada a infecções virais) · Metastáticas – associada a presença de focos sépticos em outros locais (ex: onfalite) · Broncopneumonias -> inflamação dos brônquios, bronquíolos, parênquima pulmonar e pleura · Definição: pode ser chamada de Pneumonia enzootica dos bezerros (PEEB) – leite / febre dos transportes – corte · Associada com diversos patógenos · Compromete as defesas do hospedeiro -> fatores estressantes como: superlotação, calor, frio, bem-estar animal precário, castração e vacinação · Condições ambientais desfavoráveis · Essa doença gera prejuízos econômicos: · Bezerros de corte: redução de ganho de peso; diminuição da qualidade da carcaça; custos com tratamentos e prevenção da doença; gastos com veterinário e mortalidade dos animais acometidos · Bezerras de leite -> menor produção de leite na primeira lactação; menor taxa de prenhes na primeira inseminação artificial e maior taxa de descarte antes de completar a primeira lactação · Fatores de risco: · Idades dos animais -> 2 semanas a 6 meses de vida (+ frequente entre a 4º e 8º semana) · Falha de transferência da imunidade passiva -> bezerro não tem acesso ao colostro · Baixa vitalidade do neonato -> asfixia neonatal e prematuridade · Doenças concomitantes -> anemia (hemoparasitose, Babesia bovis a Anaplasmose) · Condições ambientais -> temperatura, umidade, ausência de renovação de ar, superlotação, bezerros de diferentes faixas etárias · Desmame · Manejo da fazenda -> castração, descorna e mochação · Transporte -> prolongado, superlotação no caminhão e transporte feito em dias muito quentes · Confinamento -> superlotação, animais de diferentes origens, condições ambientais · Etiologia – fatores determinantes · Outros agentes: Pasteurella multocida; Histophilus somni; Ascanobacterium pyogenes · Staphyloccoccus aureus, Staphyloccoccus spidermoides; Ascanobacterium pyogenes · Mycobacterium bovis (forma abscessos no parênquima pulmonar) · Broncopneumonia verminótica causada pelo Dictyocaulos viviparus · Patogenia · Enfermidade multifatorial complexa -> depende do agente de risco e do hospedeiro · Fatores de risco associado a infecção viral gera o comprometimento dos mecanismos de defesa que leva a formação de bactérias e irão colonizar a região e gerar a pneumonia · Início nas áreas crânio-ventral · Pneumonia lombar · Formação de exsudato seroso nos alvéolos -> broncopneumonia -> abscessos -> produção de exsudato seroso nos alvéolos -> infiltração de macrófagos e neutrófilos -> exsudato purulento nos brônquios · Sinais clínicos -> apatia / depressão; diminuição do apetite (se torna seletivo) · Febre: 40 a 41ºC; relutância ao exercício, secreção ocular e nasal bilateral (serosa, mucopurulenta ou sanguinolenta) · Taquicardia; reflexo de tosse positivo; taquipneia · Dispneia -> mista (respiratória ou não) e extensão da cabeça e abertura dos membros anteriores (posição ortopneica e narina dilata) · Desidratação; tosse (não produtiva ou produtiva) · Auscultação -> crepitação (grossa ou fina); sibilos; roce pleural (atrito nas pleuras); silencio auscutatório (sem passagem de ar – o pulmão inflamado gera fibrose – hepatização pulmonar e irá perder a caracterização de pulmão) · Percussão -> consolidação pulmonar e efusão pleural (som mciço); dor (pleuropneumonia) · Palpação -> frêmito torácico (líquido próximo a parede torácica) e frêmito traqueal (acúmulo de liquido na região de traqueia) · Diagnóstico -> anamnese e exame física geral · Escore para avaliação da doença pulmonar · Exames complementares – hemograma (anemia normocitica normocromica, resposta leucocitária -> leucocitose ou leocopenia) + fibrinogênio (proteína que indica que está tendo um processo inflamatório agudo · Parasitológico (Bermann) · US torácico – áreas de consolidação pulmonar e passagem de ar · Sorologia – avaliar a presença de anticorpos no sangue · Cultura e antibiograma; lavado traqueopbronquico e broncoalveolar (via endoscopia) · Exames de cultura e PCR · Biópsia pulmonar · Toracocentese e endoscopia · Escore da doença respiratória · Diagnóstico (pós mortem – necropsia): broncopneumonia fibrinopurulenta; áreas ventrais dos pulmões intumescidas, vermelhas, firmas e pesadas; consolidação pulmonar; pode coletar fragmentos ou conteúdo do exsudato · Diagnóstico diferencial: enfisema pulmonar agudo; pneumonia intersticial; edema pulmonar; verminose pulmonar e condições septicêmicas · Tratamento: · Objetivo do tratamento -> eliminar os patógenos (antimicrobianos); limitação da reação inflamatória (AINEs – diminuir o processo inflamatório para melhorar a respiração); limitação dos transtornos mecânicos (broncodilatadores e mucoliticos); · Tratamento de suporte e cuidados de acompanhamento (fluidoterapia e oxigenioterapia) · Tratar o mais rápido possível e deve-se tratar com antimicrobiano adequado · Principal motivo do insucesso -> lesão que evoluiu tempo demais para ser tratada e detecção precoce · Antimicrobianos · AINEs -> flunixim meglume (2,2mg/kg IV ou IM, SID ou BID por 7 dias) · Mucoliticos – cloridrato de bromexina · Broncodilatadores – clembuterol · Tratamento de suporte – hidratação · Outros: anti-helminticos (Dictiocaulose); antitérmicos (dipirona: 50mg/kg) e oxigenioterapia · Cuidados de acompanhamento -> abrigos livres de correntes de vento; arejados e aquecidos; água fresca e abundante; alimentação nutritiva e leve; nutrição forçada por via oral ou parenteral · Evitar os fatores de risco -> manejo, fornece colostro, ambiente, superlotação; animais de diferentes origens no confinamento; transporte; animais mais novos tem mais predisposição de desenvolver a doença · Prevenção: vacina (aplicação intranasal a partir do primeiro dia de vida – dose única); metaplaxia (uso de antibiótico preventivo – utilizada nos confinamentos) Broncopneumonia verminótica · Também chamada de: verminose pulmonar, bronquite parasitária e Dictiocaulose · Gera prejuízos econômicos: tratamento, veterinário e diminuição do desempenho produtivo · Etiologia -> parasita do gênero Dictyocaulos · Bovino – Dictyocaulos viviparus · Ovinos e caprinos – Dictyocaulos filaria · Ciclo de vida do dictyocaulos · Epidemiologia -> maior frequência em locais de temperatura mais baixa ou meses mais frios, pois as larvas são resistentes as baixas temperaturas e podem ser resistentes ao calor e seca · Maior ocorrência: animais jovens e imunodeprimidos (falha na transferência de imunidade passiva, má nutrição e estresse) · Sinais clínicos -> tosse esporádica ou frequente; taquipneia e taquicardia; secreção nasal, febre de 40 a 41ºC, ruídos pulmonares e anorexia · Diagnóstico -> epidemiologia; sinais clínicos; detecção das larvas de Dictyocaulos nas fezes dos animais (técnica de Baermann) · Necropsia ->presença dos parasitos nos pulmões e áreas de: edema, exsudato purulento e hepatização · Tratamento, controle e profilaxia -> drogas anti-helminticas – levamisol; albendazol; ivermectina; doramectina; moxidectina, abamectina Broncopneumonia dos pequenos ruminantes · SEMELHANTE AO COMPLEXO RESPIRATÓRIO · Multifatorial: ambiente, estresse, agentes infecciosos · Sinais clínicos, diagnóstico e tratamento é igual ao complexo respiratório Estudo – Afecções do sistema respiratório de equinos · Fatores predisponentes (casos clínicos) · Ambiente fechado leva a má circulação do ar · Clima seco piora devido a suspensão da poluição: pó no ar, poeira da cama, serragem, pó de terra, poeira de feno · Umidade: potros recém nascidos entre 4 a 6 meses são mais predispostos por infecção a Rhodococcus; potros perto de 1 ano tem predisposição ao garrotilho; potros de 2 anos são predispostos a influenza · Animais de 3 anos são predispostos a hemorragia pulmonar · Animais mais velhos são predispostos a doenças pulmonares ou DPOC · Higiene; trânsito animal; manejo; superlotação Adenite equina / Garrotilho · Etiologia: Streptococcus equi · Bactéria gram + · Adentra nos animais pelas vias aéreas · Alta taxa de transmissibilidade (alta morbidade e baixa mortalidade) · Epidemiologia: + frequente em animais jovens (animais mais velhos quase não pegam o garrotilho) · Contaminação por secreção nasal mucopurulenta; a secreção pode estar em cochos de água, comida e baias · Precisa ter contato com a secreção · Incubação de 2 a 3 dias · Eventos estressantes podem levar ao aparecimento da doença · Sintomas: linfoadenopaia -> as bactérias são captadas pelos linfonodos e acabam se replicando · Retrofaringeo -> submandibular causa abscesso, resultando na compressão das vias aéreas, levando a uma dispneia e disfagia · Febre (devido a infecção bacteriana), corrimento nasal mucopurulento bilateral · Exame laboratorial -> leucocitose por neutrofilia, alto fibrinogênio · Diagnóstico · Sinais clínicos · SWAB secreção ou linfonodos (não costuma fazer isolamento do agente) · Prevenção: vacinação (não é muito eficaz) · Recomendado: isolar a cepa que está causando o surto na propriedade e fazer uma vacina especifica contra essa cepa · Tratamento · Antibiotico terapia -> penicilina (1º opção), pois as bactérias são gram + e são encontradas nas vias aéreas anteriores (bactérias gram + são mais sensíveis a penicilina) · Problema da penicilina: dói bastante nos animais e ficar injetando nos animais jovens (1 ano) durante 7 dias 2x ao dia, acaba machucando a musculatura, por isso a penicilina intramuscular é a mais indicada · Cefalosporina IV (2º opção) · Maturação dos abscessos, drenagens e curativos · Isolamento dos animais, fechando a cocheira, limpeza dos cochos e evitar a transmissão · Vacina tem pouca eficácia, mesmo que seja contra uma cepa específica Rhodoccocus · Predisposição em potros de 4 a 6 meses de vida (normalmente em potros que estão nascendo no final da estação – dezembro a janeiro) · Pode causar abscessos pulmonares · Tratamento: rifamicina com ectomicina; plasma hiperimune Processos virais – influenza · Etiologia -> influenza é uma doença respiratória viral (comum acontecer em surtos) · Herpevírus (HVE1) causa aborto / mieloencefalite e morte neonatal, levando a perdas econômicas · A influenza e HVE1 são altamente contagioso · Sintomas (inespecíficos) -> febre de 39ºC a 40,5ºC, anorexia, depressão, tosse seca, linfoadenopatia, faringite, traqueite, edema de membros, mialgia, corrimento nasal mucoso (não purulento, pois a tosse é seca), epifora e ceratoconjuntivite · Diagnóstico -> exame laboratorial – leucopenia por neutropenia e fibrinogênio alto · Isolamento viral por meio de SWAB nasofaringe e muco nasal · Sorologia para comprovar que o animal teve contato com o vírus · Fixação do complemento para HVE · DOENÇA DE CARÁTER OBRIGATÓRIO – deve fazer o isolamento do agente · Tratamento (suporte) -> baixo estresse, manter a hidratação e estado nutricional, repouso e AINEs (antipirética) · Prevenção -> vacina é eficaz · Vacina para influenza – é aplicada a cada 4 a 6 meses, porém em locais com alto transito de animais deve-se aplicar a cada 4 meses · Vacina para HVE – vacina anual e 5 / 7 / 9 meses de gestação Pneumonias · Principal complicação do garrotilho e da influenza são as pneumonias por Straptococus e Rhodococcus (diminui a imunidade) · Iatrogênica – pneumonia aspirativa, por passar sonda errada ou garrafada · Etiologia -> bactérias variáveis gram + (Streptococcus e Staphilococcus) · Bactérias variáveis gram – (Pasteurella e Escherichia) · Rhodococcus equi · Patogenia -> eventos estressantes, como por exemplo: transportes, afecções virais, provas e internações · Pneumonia aspirativa, ex: garrafada ou passagem de sonda errada · Sintomas -> febre, corrimento nasal mucopurulento bilateral, tosse produtiva, taquipneia e dispneia, intolerância ao exercício, hiporexia, perda de peso, auscultação de extertoração úmida · Diagnóstico -> sintomas e achados laboratoriais, RX, endoscopia (aspecto macro da secreção, não consegue avaliar o pulmão, apenas a secreção), citologia · Auscultação + USG (parênquima pulmonar) · Exame laboratorial -> leucocitose por neutrofilia, alto fibrinogênio, aspirado traqueobrônquico com soro fisiológico (não é indicado passar sonda pelas narinas, pois pode contaminar) · Punção entre os anéis traqueia (recomendado) por meio de agulha para passar uma canula, cateter ou sonda (DEVE ESTAR TUDO ESTERILIZADO) · Tratamento -> antibioticoterapia especifico para cultura (anaeróbio e aeróbio) · Exemplo: penicilina, aminoglicosideo, cefalosporina e sulfa · Penicilina para ter uma boa resposta e evitar os fatores predisponentes como: poeira e estresse do animal · Expectorantes (bromexina) e mucoliticos (acetilcisteina) · Broncodilatadores · AINEs (anti-inflamatório e antiendotoxemico) · Complicações: abscessos pulmonares e pleuropneumonia Pleuropneumonia ou Pleurisia · Comprometimento secundário do pulmão + espaço pleural · Pneumonia consegue passar a barreira pulmonar (pleura) e chega no espaço da pleura · Função das pleuras: diminuir o atrito entre o pulmão e a caixa torácica, durante o movimento respiratório · Entre as pleuras tem o liquido pleural, porém quando tem a passagem da infecção do pulmão para a pleura, tem a pleuropneumonia / pleurite · Produção excessiva do líquido no espaço da pleura = pulmão deixa de expandir · Líquido fica localizado ventral ao pulmão · Patogenia -> frequência de 65-75% de consequência da pneumonia e abscessos pulmonares · Trauma torácico, ruptura do esôfago, neoplasia (linfossarcoma, linfoma) e pericardite · Sintomas -> febre, dispneia, depressão, corrimento nasal, atrito pleural, pleurodimia (dor), auscultação de silencia torácico · Diagnóstico – USG (PADRÃO OURO – MAIS RECOMENDADO) · USG irá dar as características do líquido: aderências, fibrinas ou necrose · USG irá definir o melhor ponto de drenagem · Permite a toracocentese (citologia e cultura) – técnica asséptica, tricotomia, antissepsia e luva estéril · Toracocentese pode ser usada para tratamento também, pois precisará retirar o líquido para retirar as bactérias que estão se proliferando · Toracoscopia para diagnóstico e tratamento · Resumindo: USG, TORACOCENTESE E TORACOSCOPIA · Tratamento – drenagem do líquido (sonda e cateter) · Antibioticoterapia (cultura) · Suporte – oxigenioterapia · Pleurodese (ablação das pleuras) -> se o líquido voltar Doença pulmonar obstrutiva crônica · Ocorrência de um broncoespasmo e obstrução das vias aéreas · Causa muita dificuldade respiratória · Processo alérgico que causa aumento de secreção para a luz bronqueolar e ao mesmo tempo uma broncoconstrição causada pela musculatura lisa e a luz que deveria ter nos brônquios, fica muito diminuída e o animal não consegue respirar (dispneia) · Processo crônico que tem relação com o ambiente: poeira, polen, feno, pouca ventilação (fatores predisponentes) · Sintomas -> tosse seca, esforço respiratório (aumento da musculaturatorácica) e auscultação com xiado · Diagnóstico -> sintomas clínicos, ventigrafia (broncoespasmo - definitivo) para medir a pressão intrapleural, endoscopia (secreção mucopurelenta da traqueia), lavado traqueobrônquico (aumento de muco e de neutrófilos íntegros), teste cutâneo (raro) · Tratamento -> broncodilatador (clembutarol) para o resto da vida, manejo (mudar o ambiente – abri cocheira, umedecer feno e serragem), mucoliticos (acetilcisteina) e corticoide (quando o paciente estiver em crise) Hemorragia pulmonar induzida pelo exercício · Sangramento do pulmão que acontece no momento do exercício de alta intensidade (ex: corrida) · Manifestação clínica = em poucos animais acontecem o sangramento pelas narinas (baixa taxa de epstaxe) · Sangramento é evidente durante o exercício de alta intensidade -> recomendado fazer endoscopia · A hemorragia pulmonar ocorre porque o cavalo parado tem frequência respiratória e amplitude baixa, dessa forma o sangue fica concentrado na região ventral e quando o cavalo vai dar a largada, ele pega muita velocidade e o sangue vai para o centro, levando ao aumento da pressão · Geralmente essa hemorragia costuma parar depois, a não ser que tenha algum distúrbio de plaqueta / coagulação · Quando tem hemorragia, terá sangue livre na traqueia e esse sangue vira epistaxe se for em alta quantidade · Sintomas: evidencia de sangue livre na traqueia, queda de performance, exteriorização, epistaxe (grau 4 ou 5) · Diagnóstico: endoscopia para ver o sangue livre na traqueia (PADRÃO OURO) · Tratamento: não tem tratamento certo a ser feito, pois não tem a causa definida · Furosemida é muito eficaz nesse quadro -> melhora a redistribuição do sangue pulmonar e equilibra a pressão, porém a furosemida é considerada Dopping · Pode ser indicada antes da corrida para melhorar a dor do animal e evitar a hemorragia (legalizado – mas ainda é dopping) · 4-5 horas antes é aplicado a furosemida por um órgão oficial e não por qualquer veterinário ou funcionário · Animais sinalizado e obrigatório e tem que fazer endoscopia após a corrida · Repouso, cicatrizar e evitar recidivas · O grau 4/5 é suspenso por 30 dias · Se a doença aparecer novamente é suspenso por 90 dias e se aparecer uma terceira vez o animal é banido · ATB -> para evitar infecções secundárias (recomendado) · AINEs -> questão de dor e inflamação · Anti-hemorrágicos – são questionados Estudo – Enfermidades metabólicas · Costumam aparece no período de transição nas vacas leiteiras · Período de transição – a vaca sai da gestação e entra em trabalho de parto (3 semanas antes do parto e 3 semanas após o parto) -> - 21 dias e + 21 dias · Alterações fisiológicas: hormonais e metabolismo energético · Colostrogenese e lactogenese; crescimento fetal; involução uterina e desafio adaptativo · Período crítico: saúde animal; produção de leite e reprodução (doenças uterinas, doenças metabólicas, doença no casco e doenças na glândula mamária) · Decréscimo no consumo de matéria seca – a vaca entra no balanço energético negativo e consome menos no final da gestação, pois o feto está ocupando espaço na cavidade abdominal Acetonemia da vaca leiteira · Desordem no metabolismo dos carboidratos e gorduras (redução na produção de glicose) · Acúmulo de corpos cetonicos nos tecidos e fluidos corporais -> acetona, acetoacetato e beta-hidroxibutirato (acetonemia, cetonúria, hipoglicemia e baixos níveis de glicogênio hepático) · Acúmulo de corpos cetonicos na corrente sanguínea · Cetose -> acontece em animais com alta produção leiteira e com elevado escore corporal · Principalmente nas primeiras semanas de gestação, poucos casos no segundo mês e quase nula no terceiro mês · Fatores de risco: idade (vacas multíparas), manejo alimentar (pouca fibra na dieta), ECC (vacas gordas que perdem muito peso no pós parto), gestação gemelar (maior gasto de energia no final da lactação) · Etiologia: vacas no período do transição – aumento da demanda energética e redução na ingestão de matéria seca · Mobilização de ácidos graxos não esterificados (NEFA) – convertidos no fígado em fonte energética, alta mobilização de NEFA, acúmulo na corrente sanguínea (cetose) · Classificação · Cetose primária – não recebe ou não ingere a quantidade de alimentos suficiente e está relacionada com o balanço energético negativo que acontece no período de transição · Cetose secundária – consequência de outras doenças como: deslocamento de abomaso (DA), mastite, casco.... · Cetose clínica – observação dos sinais clínicos específicos de cetose (prevalência de 3% a 7%) · Cetose subclínica – o produtor não percebe que o animal está desenvolvendo a doença (prevalência de 15% a 35%) · Manifestações clínicas · Inespecíficas – queda da produção leiteira e diminuição do apetite, perda de peso, apatia, letargia, hálito e urina com odor de acetona, fezes secas · Alterações neurológicas em alguns casos – cegueira parcial e ataxia · Forma nervosa – início rápido com episódios curtos (1-2h) e intervalos de 8 a 12h · Delírio: marcha em círculos, afastamento ou cruzamento de membros, hiperestasia, tremores, distraídos, compressão da cabeça, cegueira · Diagnóstico – anamnese (histórico pós parto) + sinais clínicos · Ex. complementares: dosagem de corpos cetonicos (BHB) · Detecção de corpos cetonicos: urina (80mg/dl), leite (10mg/dl) e sangue (30mg/dl) · Detecção de glicose sanguínea (15 a 25mg/dl) -> 40-50mg/dl · Enzimas hepáticas -> AST e SDH elevadas · Teste de Rothera (teste de campo) -> não é mais utilizado · Tratamento · Objetivo – estabelecer os níveis sanguíneos de glicose, melhorar o metabolismo energético, 500ml de glicose a 50% pela via intravenosa, 150g de propilenoglicol (2x ao dia, VO, percursos de glicose) · Glicocorticoides – aumenta o apetite, reduz a produção de leite (diminui a captura de leite pela mama), estimula a gliconeogenese (aumenta a glicemia) · Niacina (6g/dia) – reduz a concentração de corpos cetonicos e aumenta a glicemia · Substitutos de glicose – sorbitol e frutose (metabolismo hepático e vitaminas e minerais (Co, vit B, E e A) · Ionóforos – aumentam a formação de proprionato no rúmen · “Drench” – 20L de água a 37ºC; 150ml de propilenoglicol; 100g de cloreto de potássio; 200g de fosfato de sódio e 100g de bicarbonato de sódio · Prevenção – manter o ECC adequado antes do parto, alimentação balanceada no período de transição e ficar atento ao consumo de matéria seca no período de transição Paresia puerperal hipocalcêmica – febre do leite / febre vitular e paresia puerperal · Relacionada com a deficiência de cálcio (diminuição) e esse cálcio está relacionado com a contração muscular · Definição: distúrbio metabólico agudo que acomete principalmente as vacas de leite de alta produção · Alteração metabólica decorrente da mudança súbita na demanda de Ca – produção de colostro e início da lactação · Mecanismos compensatórios – aumento da absorção intestinal, reabsorção renal e mobilização óssea do cálcio FALHA NO MECANISMO COMPENSATÓRIO – HIPOCALCEMIA · Fatores que afetam a hemostasia do cálcio -> perda excessiva pelo colostro, diminuição da absorção no momento do parto, hipomagnesemia, elevação do nível de estrógenos, reabsorção de cálcio do esqueleto insuficiente · Gera prejuízos econômicos -> custo do tratamento, mortes de 15% a 30% dos animais · Complicações secundárias – atonia ruminal e hiporexia, prolapso uterino, mastite, metrite, distocias, retenção da placenta e deslocamento do abomaso · Hipocalcemia clínica (prevalência de 3 a 15%) – as manifestações clínicas surgem nas primeiras 72h após o parto · + comum a partir da lactação e é incomum em novilhas · Hipocalcemia subclínica (prevalência de 25 a 54%) – menor gravidade, redução na produtividade do rebanho, reduz o consumo de matéria seca · Fatores predisponentes: idade, raça, ordenha, ingestão de fatores anti-nutricionais – dietas ricas em oxalatos (capins) reduz a disponibilidade do cálcio · Balanço cátio-aniônico dietético – diferença da concentração dietérica de cátios (sódioe potássio – carga negativa) e ânions (cloro e enxofre – carga positiva) · Os ions regulam de forma indireta a acidez do sangue (+ cátion = alcalose metabólica; + ânions = acidose metabólica) · Dietas ricas podem inibir a produção de vitamina D3 – regula a produção de proteína carreadora de cálcio a ser absorvido pelos enterócitos · Manifestações clínicas · Fase de excitação (pode durar de 40min a 8h) – agitação, tetania muscular, maneios de cabeça, bruxismo, vaca fica caída, inicia-se a fase de hipocalcemia · Fase de decúbito esternal (primeiras 12h) – depressão nervosa, sonolência, perda das funções musculares, paresia muscular, depressão, posição de auto auscultação (pleurostótomo) e pode desenvolver a síndrome da vaca caída · Fase de decúbito lateral (prognóstico mau) – depressão nervosa, sonolência, perda das funções musculares, paralisia muscular · Diagnóstico – anamnese + manifestações clínica · Dosagem de cálcio – valores normais (8 a 10,4 mg/dl) e valores entre 5 a 8mg/dl (subclínica) · Valores a baixo de 5mg/dl – disfunções neuromusculares · Valores a baixo de 2mg/dl – incompatível com a vida · Diagnóstico diferencial – enfermidades que levam a decúbito pós parto -> mastite e metrites tóxicas, traumatismo pós parto, paralisia do nervo obturador · Tratamento · Administração de cálcio intravenoso – Brorogluconato de cálcio (1 a 2ml/kg – IV – lento) · Animais caídos – cama farta, piso antiderrapante, proteção dos raios solares diretos · Prognóstico – diagnóstico rápido (bom); decúbito prolongado (reservado a mau); decúbito lateral (mau) · Prevenção – dietas aniônicas no pré-parto (30 dias), controlar a ingestão de fósforo (excesso de fósforo irá inibir a síntese de vitamina D), evitar a super ordenha de colostro, controlar a ingestão excessiva de cálcio (reduz a atividade do paratormônio) PEQUENOS RUMINANTES Toxemia da prenhez · Doença metabólica que acomete as cabras e ovelhas no terço final da gestação (2 ou 3 fetos) – determinada por uma nutrição inadequada durante o período gestacional (hipoglicemia, acetonemia e acidose sistêmica) · Etiologia e fatores predisponentes -> aumento do consumo de glicose (fetos múltiplos ou ovelha/cabras nulíperas) · Fatores que interferem na produção de glicose (problemas hepáticos) · Toxemia da prenhez é um caso agudo e de difícil resposta · Tipo I: subnutrição (magro e caquético) + fetos múltiplos -> alimentação de baixa qualidade e doenças concomitantes · Tipo II: superalimentação (muito gordo / obeso – 2/3 gestação) -> estresse e alimentação a vontade · Diagnóstico -> exame clínico (anamnese + inspeção geral) · Anamnese – falhas no manejo nutricional · Inspeção geral – condição nutricional (tipo I ou II), atitude do animal e grande volume abdominal · Sintomas · Apetite presente (fase inicial) – isolamento do rebanho, hiporexia, apatia, indiferença a estímulos ambientais, andar sem rumo, surdez, temperatura normal, dispneia e taquipneia · Apetite ausente – animal em estação, tremores musculares, mimica de mastigação, ranger de dentes · Decúbito esternal – decúbito lateral e coma · Patologia clínica -> urina ácida, prova de rothersa +++/+++, hipoglicemia severa e AST elevado · Necropsia – grandes quantidades de tecido gorduroso na cavidade abdominal, útero com múltiplos fetos, rins esbranquiçados, fígado aumentado / amarelado e friável, ph ruminal ácido (tipo III) · Tratamento -> fluidoterapia com bicarbonato; corrigir a acidose através da hemogasometria · Glicose: 250 a 500ml de 10 a 20% · Precursores de glicose VO e retirada dos fetos (indução do parto ou cesariana) · Prevenção: controle da alimentação, evitar alterações súbitas, evitar estresse no 1/3 final de gestação, manutenção da homeostase orgânica Urolitiase obstrutiva · Desordem metabólica, baixa incidência, acomete principalmente as vacas de corte · Diminuição dos níveis séricos de magnésio, caracterizada por paralisia espástica e alta taxa de mortalidade · Acomete principalmente os machos (uretra mais extensa) · Etiologia · Sedimentação do fósforo na bexiga (hiperfosfatemia – aumento do fósforo na bexiga -> dietas ricas em grãos como: milho, sorgo, farelo de algodão e pobres em fibras) · Dietas típicas – fêmeas no 1/3 final da gestação, em lactação, animais em crescimento e machos em estação de monta · Etiopatogenia – multifatorial (dieta, ambiente e fatores hormonais) · Dieta – consumo excessivo de minerais, dieta rica em fósforo, alto conteúdo de fósforo e baixo em cálcio, rações péletizadas, deficiência de vitamina A · Formação de cálculo – ph alcalino, fosfatos e carbonatos · Dietas ricas em cereais – aumenta a excreção de P e Mg na urina · Sintomas (2 – 5 dias) · Obstrução de uretra – ansiedade, agitação da cauda, dorso arqueado, prolapso retal, dificuldade de andar, necrose do processo uretral, intranquilidade · Ruptura de uretra – região ventral do abdômen edemaciada, urina se acumulo nos tecidos subcutâneos e desidratação · Ruptura da bexiga – alívio inicial, uremia e óbito · Diagnóstico – histórico de disúria em pequenos ruminantes machos, confinados e recebendo dieta rica em concentrados, dor e tensão abdominal · Ex. complementares: urinálise, ureia e creatinina sérica, abdominocentese, RX contrastado (cálculos mucoides radiopacos), US abdominal e necropsia · Tratamento – sintomático (alivio da dor, relaxantes e AINEs) e cirúrgico (uretrostomia, cistostomia e penectomia · Prevenção – adequar a dieta ao animal e adequar a quantidade de minerais para a dieta Estudo – Sistema locomotor de equinos (casco) Laminite · Processo inflamatório das laminas do casco · As laminas são a junção entre o tecido ósseo e o estojo córneo da 3ºfalamge do casco · Epidérmicas – queratinizado (não sensitivo – sem dor); dérmicas – aumento da vascularização (sensitivo) · Nas laminites há perda das interdigitações formando espações entre as laminas (acontece uma isquemia) · Considerações – doença complexa, alto índices de fracassos, pode afetar qualquer indivíduo e não tem padrão · Fatores predisponentes – digestivos, infecções severas, patogenia · Patogenia – multifatorial (endotoxemia, infecção sistêmica, corticosteroides, carboidratos, traumas, alterações metabólicas) · A patogenia multifatorial faz com que tenha a liberação de enzimas vasoativas (aumento da pressão arterial, vasoconstrição digital, microtrombose, edema perivascular, necrose isquêmica e dor) · Secundário – cólicas, diarreias, partos (retenção da placenta), trabalho excessiv o · Vascular – endotoxinas (endotoxemia) -> liberação de endotoxinas no sangue, fazendo com que tenha a liberação de aminas vaso ativas (vasopressina, catecolaminas e serotoninas) – aumenta o fluxo sanguíneo · Hipertensão arterial = aumento da pressão hidrostática, pois começara a extravasar para as vias periféricas (forma edemas) · Estase capilar = aparecimento de microtrombos · Necrose = irá pelos microtrombos e/ou desvio da abertura dos shunt (diminuição de O2) · Edema = a dor levará a uma necrose e rotação da 3º faringe · Primeiro sinal que o animal está tendo uma laminite = aumento da pressão arterial (pulso) e da temperatura · Fase de desenvolvimento · 1º fase: não desenvolve dor (12-36h antes dos sintomas) – aumento da temperatura do casco e do pulso arterial digital · 2º fase (aguda – 1º sinal de dor até a rotação ou 48h): desenvolve a dor (mais frequente nas patas dianteiras) – movimento dificultoso (andar em ovos), relutância ao caminhar, não caminha / decúbito (4 membros), aumento da temperatura do casco e do pulso arterial digital, pinçamento positivo na área da 3º falange (dor) · 3º fase (crônica – após rotação ou 48h): acontece por causa da necrose – depressão da coroa, exposição da 3º falange, deslocamento da coroa, exungulação, escara de decúbito, linhas irregulares de crescimento · Diagnóstico · 1º fase (clínico) – no RX não irá conseguir observar nada · 2º fase aguda (clínico) – no RX não observa nada, circulação está integra · 3º fase crônica (RX) – perda do paralelismo entre a 3º falange e a parede do casco · Venografia(prognóstico) – avalia a circulação do casco através de contraste · Tratamento · Objetivo: eliminar os fatores predisponentes e a causa primária (bloquear as catecolaminas e a liberação de endotoxinas) · Bloquear o ciclo de dor e hipertensão; melhorar a hemodinâmica capilar / laminar; prevenir danos laminares permanentes (evitar necrose e morte celular); prevenir o movimento / rotação da 3º falange · Combater a causa primária – endotoxemia / sepse · Fluidoterapia -> aumenta a diurese, efeito colateral (aumento da pressão hidrostática, fazendo com que aumente o edema · Antidotoxemico – flunixin meglumine (doses baixas – 0,25mg/kg) e DMSO (até 1mg/kg/dia – dose máxima) · Corticoide -> CONTRAINDICADO · Controle da dor – cetoprofeno (melhor anti-inflamatório – aumentar em 50% a dose – 3,3 mg/kg) · Fenilbutazona (melhor analgésico, porém é o mais tóxico – 4,4 mg / kg / BID ou 2,2 / BID) · Opióides – meperidina / morfina · Quetamina – doses baixas · Gabapentina – dor crônica · Melhor hemodinâmina capilar / laminar – vasomodulares (diminui a pressão): acepromazina (vasodilatador – efeito imediato e + eficaz); isoxuprime (vasomodulador – efeito + tardio); nitroglicerina (pouco eficaz); óxido nítrico (laser – relaxa o endotélio vascular) e pentoxifilina (deforma as hemácias) · Anticoagulantes – heparina e aspirina · Prevenir danos laminares -> gelo (prevenção nas primeiras 48h) · Conforto e prevenção da rotação: apoio em todo o casco, distribuindo o peso; tem que dar sustentação ao casco, pois uma ferradura tradicional não sustenta o peso do animal; cama alta e seco; piso de areia; retirar a ferradura antes de começar a dor (confecção de botinas) · Botinas – isopor de alta densidade, EVA (mais utilizado e dura mais – trocar a cada semana), resina (+ utilizado); gesso e Lily pad comercial · Elevação do talão diminui a tração do TFDP (tensão flexor digital profundo) · Casqueamento – retirar apoio da pinça; confecção de sulco coronário; ferradura em forma de coração (apoio a 3º falange); abertura da muralha do casco · Cirurgia – desmotomia da brida cárpica e tenotomia do TFDP (seccionar o TFDP) · Etiogenia · Endotoxemia (AINES) · Aumento da pressão arterial (hipertensão) – vasomoduladores · Microtrombos (anticoagulantes) · Dor (analgésicos) · Rotação da 3º falange (casqueamento e botinhas) · Gelo (ajuda a diminuir os microtrombos, edema, pressão arterial) · Prognóstico · Remissão da fase aguda: bom · Rotação menor que 4º: bom · Rotação 5, menor que 12º: reservado · Exposição da falange: reservado · Rotação maior que 12º: ruim · Exungulação: eutanásia Abscessos / hematoma subsolar · Muito comum em animais com sola fina ou decorrente de ferrageamento ou casqueamento inadequado · Trauma no casco · Causas traumáticas: exercício em piso duro; ferrageamento / casqueamento, trauma por objeto perfurante · Sintomas: claudicação de apoio, aguda e bem evidente · Diagnóstico: aumento da temperatura e pulso digital, ponto de sensibilidade ao pinçamento da sola · Tratamento: retirar a ferradura e fazer drenagem · Descompressão / drenagem · Pedilúvio com soluções antissépticas (cândida) e depois fazer curativo (gaze com pomada antibiótica / antisséptica e atadura protegendo o casco) · AINES caso chegue em camadas profundas / ATB / antitetânica Picadura / encravadura · Ferimentos causados pelo cravo da ferradura · Picadura – quando o cravo é retirado · Encravadura – cravo é fixado em áreas sensitivas · Sintomas: claudicação pós ferrageamento; aumento de temperatura e pulso, sensibilidade ao pinçamento · Tratamento: retirada do cravo – sangue / pus (alivio imediato); limpeza do trajeto; infusão de H2O2; profilaxia tetânica e penso (encravadura) Osteíte séptica · Tratamento: cirúrgico -> abertura da sola, curetagem e antibiose · Prognóstico: reservado Osteíte podal · Processo inflamatório da 3º falange (devido a traumas repetitivos) -> desmineralização da margem · Generalizada = traumática (excesso de peso, sola plana, piso duro) · Focal = infecciosa · Sintomas: claudicação não evidente, diminuição da amplitude do passo e das fases anteriores; sensibilidade ao pinçamento na área correspondente a 3º falange · Diagnóstico: RX – bordo irregular e canais vasculares aumentados de número e tamanho · Tratamento: ferradura fechada (oval ou coração) para melhorar o apoio e distribuir o impacto; palmilhas; AINES na fase aguda (caso tenha dor) e vasomoduladores Rachaduras de parede · Variáveis: local de origem, direcionamento (transversal ou longitudinal), extensão (parcial ou completa) · Predisponentes: conformação / ressecamento do casco, piso, peso, tipo de trabalho, casco e ferraduras inadequadas · Evolução lenta, origem traumática, claudicação variável moderada · Diagnóstico: exame físico + RX · Tratamento: retirar a causa, curetagem e abertura dos bordos; retirada do apoio no local da rachadura, estabilizar a movimentação do casco (ferradura), diminuir as linhas de força atuantes (sentido contrário a rachadura); suplementos para estimular o crescimento (biotina. Lalonina, sebo de carneiro – 1x por semana para hidratar o casco) e reconstrução do casco (sutura + resina) Estudo - Afecções do sistema locomotor dos bovinos · Principalmente nos bovinos de leite e maior parte dos problemas do sistema locomotor, está relacionado com o casco · Características dos bovinos: estrutura de tecido gorduroso (adiposo) chamado de coxim digital · Função: acolchoamento e proteção (amortecimento do impacto) · Classificação da claudicação -> é identificado o grau de claudicação, através do exame de inspeção (parado ou em movimento) e o animal que apresentar algum tipo de claudicação elevada, irá ter cifose · Classificação 1 – Normal: não apresenta claudicação; anda e permanece parado com uma postura normal da coluna vertebral (passos longos e confiantes) · Classificação 2 – claudicação ligeira: coluna vertebral plana quando permanece parada, mas desenvolve cifose com o andamento -> exame de inspeção: a vaca parada deve estar com a coluna retilínea e em movimento tem uma leve curvatura (trauma cifose) · Classificação 3 (lutear) – claudicação moderada: anda e permanece parada com uma cifose da coluna vertebral (andar mais curto) · Classificação 4 – claudicação clara: anda e permanece com uma cifose da coluna vertebral (favorece um ou mais membros, mas ainda coloca algum peso sobre eles) · Classificação 5 – claudicação grave: cifose muito acentuada (resistência ao movimento e quase não tem apoio sobre o membros afetado) · Importância da claudicação: prejuízos na produção leiteira; diminui a produção por dor e o animal não irá se alimentar (baixa produção) · Desconforto nos dígitos – dificuldade em se movimentar – menor tempo em pé – diminuição da ingestão de alimentos (queda da produção de leite, diminuição do ECC, impacto sobre a fertilidade) · Fatores de risco: · Fatores ambientais -> favorece a proliferação de bactérias dos casco; o ambiente é extremamente importante (acúmulo de água que possa causar enfraquecimento nos cascos; presença de lama; tipos de piso) · Fatores nutricionais -> balanceamento da dieta, deficiência ou excesso de nutrientes; fibras e partículas finamente trituradas (excesso de carboidratos pode ocorrer laminite (caso crônico) e está associada com ulcera de sola e doença da linha branca); minerais (cobre e zinco; biotina – previne as rachaduras e claudicação em novilhas pós parto) · Em sistema de alta produção tem alta quantidade de ração concentrada que pode predispor o aparecimento de doenças no casco · Condições ambientais e conforto -> superpopulação do rebanho, camas com substrato insuficiente, baixa qualidade, sujas, úmidas, muito quentes, animais mais tempo em pé (desgasta os cascos), compressão sobre o córium e lesões de sola · Em um local de qualidade a vaca permanece deitada – gado de leite: 10 a 14hrs por dia (deitada e descansando) · Estresse -> favorece o aparecimento de lesões de casco, separar as novilhas das vacas por causa da dominância, o período pós parto sempre será estressante; superpopulação,mudança brusca na alimentação e manejo dos animais (vacinação) · ECC -> vacas com o ECC baixo tem o coxim mais espesso e nas vacas muito pesadas (ECC 4-4,5) o coxim será mais espesso e acaba sendo comprimido · Diagnóstico · Exame físico: inspeção com o animal em movimento e parado; palpação do local; ritmo; tamanho da passada e posicionamento dos membros; distribuição de peso dos membros; alinhamento da coluna do animal e posição da cabeça em relação ao corpo · Contenção e exame: pode ser feita tanto para tratamento, quanto para realização do casqueamento preventivo/corretivo (feito de 6 em 6 meses) · Tronco de contenção próprio para manipular os animais e conseguir erguer os membros posteriores e anteriores · Em propriedades sem contenção pode-se deitar a vaca e inspeciona-la · Animais em decúbito lateral direito com o rúmen para cima ajuda a evitar o timpanismo · Quando vai deitar um animal no chão deve-se fazer um acolchoamento com feno para evitar a compressão dos músculos e nervos dos membros (principalmente os anteriores); as cordas não podem ficar muito apertadas e deve fazer a lavagem e limpeza para conseguir avaliar os membros Hiperplasia interdigital – Gabarro, Tiloma, Calo interdigital e Limax · Reação proliferativa da pele e subcutâneo da região interdigital, com neoformação de um tecido conjuntivo fibroso – crescimento excessivo do tecido subcutâneo · Exame físico: apenas visual (macroscópico) · Esse crescimento excessivo pode ocorrer, porque a vaca está em um local com pedra ou algum tipo de material que penetre no casco e ela excessivamente fica pisando, fazendo com que tenha um crescimento de tecido conjuntivo fibroso no interdigito, formando um calo (associado a traumas e fatores genéticos) · O interdigito está mais suscetível a lesões, pois nele tem o ligamento interdigital do calo · Pode levar ao crescimento do casco de forma irregular e presença de larvas · Tratamento: cirúrgico -> anestesia local no membro e retirada do tecido, depois coloca-se bandagem · Limpeza – retirada do tecido necrosado – casqueamento corretivo – ATB no local se necessário e bandagem Dermatite interdigital · Inflamação superficial da pele e do espaço interdigital associada a presença de bactérias ambientais anaeróbicas (Fusobacterium necrophorum e Dichelobacter nodosus – presente nas fezes) · Normalmente não há uma dor característica (claudicação não é severa e o animal não sente dor) · Está associada a erosão de talão · Pode levar a miíase e processos de infecção ascendente · Tratamento: limpeza do local (debridamento da lesão) – ATB local por pouco tempo – casqueamento corretivo e bandagem Flegmão interdigital · Inflamação necrótica profunda da pele do espaço interdigital com acúmulo de pus e associada ao Fusobacterium necrophorum · O flegmão normalmente acontece quando tem uma lesão (bactéria), levando a uma infecção ascendente e acúmulo de pús (infecção ascendente em decorrência de uma hiperplasia ou dermatite interdigital) · Prognóstico reservado · Tratamento (mais difícil e demorado – proprietários não querem investir) · Debridamento (retirar o pus e o tecido necrótico) – lavagem da articulação com solução iodada (retirada do conteúdo) – casqueamento corretivo e bandagem Erosão de talão · É a destruição irregular do tecido cornificado do talão sob a forma de sulcos ou depressões formando um “V” preto · Processo de necrose e destruição do tecido queratinizado do casco, associada com dermatite interdigital · Causa principal umidade (favorece o enfraquecimento do casco), presença de fezes e bactérias, sujidades do ambiente · Tratamento (fácil): casqueamento preventivo – retirada do tecido necrótico e limpeza do casco · Pode levar ao flegmão interdigital Dermatite digital bovina · Inflamação superficial da pele e da região do bulbo do casco, associada as bactérias espiroquetas do gênero Treponema sp · É uma doença contagiosa · Às vezes é difícil diferenciar a lesão da dermatite interdigital com a lesão da dermatite digital · Lesão dolorosa -> quebra na produção de leite · Fatores de risco: lama, umidade e pouca higiene · Controle da doença: luva, isolar os animais, na hora do casqueamento deve tomar cuidado com os equipamentos a serem utilizados (higienizados antes e depois) · Aspecto: erosivo ou ulcerativo (+ comum - morango) e proliferativa (papilomatosa ou verrucosa) Laminite · Processo inflamatório das lâminas do cório, de etiologia multifatorial, associado a distúrbios da microcirculação e que leva a disrupção da função derme/epiderme e malformação da camada córnea · Forma crônica, associada com a alimentação (excesso de concentrado energético) · Consequências: hemorragia na sola, talão e linha branca, alterações de cor dos apêndices córneos, fissura da muralha, erosões do talão, lesões da linha branca, ulceras de sola e pinça, aparecimento de sola dupla · Sintomas da laminite aguda -> claudicação evidente, alteração de postura, edema da coroa e do casco, pulso e aumento da temperatura · Sintomas da laminite crônica -> crescimento anormal do casco, linhas de stress, sola convexa, sola dupla – fissuras horizontais, áreas de hemorragias na sola e linha branca · Outras enfermidade: ulceras de sola, fissuras horizontais, sola dupla Úlceras de sola ou pododermatite circunscrita · Processo de infecção da linha branca do casco · Associada com laminite crônica · Tratamento: debridamento / limpeza – casqueamento corretivo – adequação da dieta – bandagem e tamanco na unha contralateral para tirar a pressão da unha lesionada Doença da linha branca · Processo de infecção da linha branca do casco · Associada com laminite crônica · Tratamento: debridamento / limpeza – casqueamento corretivo - bandagem · Outras enfermidades: pododermatite séptica Deformidade ungulares · Unha em sacarrolha; casco achinelado · Caso em tesoura e casco em pinça Tratamento geral · Casqueamento corretivo para acertar a anatomia do casco, retirando a sola dupla · ATB local e sistêmico dependendo do caso -> casco de ulcera de sola ou dermatite interdigital (ATB local) · Limpeza da ferida e realização de bandagens para proteger a região · Anti-inflamatório e controle da dor (se necessário) · Bandagens e tamancos (na úngula saudável e contralateral) Profilaxia · Casqueamento preventivo / corretivo -> feito no momento em que irá secar a vaca de leite (após 10 meses de lactação) · Como fazer a secagem da vaca de leite -> retira ela do local de produção e ela deve sofrer algum tipo de estresse (ex: mudança na alimentação) para tirar o estimulo da lactação · Sistemas de alta produção é feito ATB para evitar o aparecimento de mastite e aplicação de antioxidantes para que ela não fique gotejando e evitar a infecção ascendente Prediluvios · Preventivo ou curativo · Feito com substâncias desinfetantes para limpar os cascos · Formalina a 3 e 5% · Sulfato der cobre a 2 e 5% · Sulfato de zinco a 5% · Cal a 5% · Hipoclorito de sódio a 2 e 4%
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