Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AFECÇÕES DO SISTEMA LOCOMOTOR CASCOS HEMATOMAS SUBSOLEAR E ABSCESSO SUBSOLEAR CAUSAS Relacionada a situação de trauma, devido a ferraduras mal colocadas (o cravo – parece um prego – deve ser colocado na região da epiderme, pois não tem sensibilidade ou vascularização) Se o local infeccionar pode gerar abscesso em região de sola (abscesso subsolear ou comumente chamado de broca) Broca: infecção bacteriana caracterizada por acumulo de material enegrecido, mal cheiroso e necrótico, causado geralmente pela Fusubacterium necrophorum Relacionada a falta de higiene e piso úmido (quando fica em ambiente úmido amolece o casco o que favorece o aparecimento de feridas e entrada de microrganismos oportunistas) Animais que apresentam doença crônica de casco, como a laminite, faz com que o casco cresce de forma mais lenta o que predispõe a infecções LOCALIZAÇÃO: os traumas causados pro pedregulhos ou piso diferente acometem os talões (parte de trás) e a ranilha (V) e as brocas acomete mais a sola SINTOMAS: claudicação, que é a relutância em apoiar o membro e encurtamento do passo DIAGNÓSTICO: aumento da temperatura do casco, aumento do pulso digital palmar, resposta ao pinçamento do casco que gera dor intensa, regiões enegrecido na sola após a retirar o excesso de casco (casqueamento) e anestésico local não funciona (bloqueio diagnóstico não funciona, pois o local está inflamado) TRATAMENTO Antibiótico (sulfadiazina + trimetoprim), analgésico, antinflamatório não esteroidal (Fenilutazona 2,2 mg/g a 44,4mg/kg ou Fluxinina Meglumina 1,1 mg/kg BID por 5 a 7 dias) Drenagem do abscesso, como conseqüência pode ocorrer edema de toda região de quartela/boleto e canela pelo animal não estar usando o membro Pedilúvio antisséptico com hipoclorito de sódio/permanganato de potássio por 15 a 20 minutos e soro antitetânico (vacina) se não tive o histórico do animal COMPLICAÇÃO: osteíte podal SÍNDROME DO NAVICULAR Doença degenerativa, progressiva e de origem controversa e com fatores predisponentes como má conformação dos cascos, trabalho excessivo ou inadequado e idade Ocorre comumente em animais com mais de 6 a 8 anos, acomete mais os membros anteriores e bilateralmente Estruturas relacionadas: osso sesamóide distal, ligamento colateral do osso navicular, ligamento ímpar, bursa do navicular, tendão flexor digital profundo SINTOMAS: claudicação de leve a moderada, progressiva, mas intermitente, evidente a rejeição ao andamento (cavalo pisa em ovos, poupa os membros) DIAGNÓSTICO: movimento circulares piora o quadro, pinça de casco positivo de forma difusa, teste de flexão positivo na região das articulações interfalangeanas, bloqueio do nervo digital palmar (desensibilização da região do casco) responde positivamente (aumenta a graduação da claudicação), bloqueio anestésico positivo (para de claudicar) EXAME COMPLEMENTAR: radiologia (incidências dorso palmar/plantar e skyline, tentar isolar o osso navicular) e ressonância magnética para saber exatamente qual estrutura está lesada. Radiologia com radiopacidade diminuída devido a lise, osteófito (remodelamento ósseo que forma pontas), irregularidade óssea das bordas. TRATAMENTO Ferrageamento corretivo (pinça rolada, deixando o casco redondo, que evita que sobrecarregue), ferraduras ortopédicas (talonete) Analgésicos e antinflamatório não esteroidal sistêmico (via intravenosa ou intramuscular) ou local (infiltração na articulação intrafalagenana distal (difunde para outros locais) ou na própria bursa do navicular com ácido hialuronico ou corticóide. Agentes vasomuduladores (Isoxsuprine, 0,6 mg/kg, oral, BID e SID) Tildren (ácido tiludrônico) auxilia a deposição de cálcio do osso, tem apenas na Europa. Neurectomia química ou cirúrgica (paleativo) LAMINITE Pododermatite asséptica difusa (conhecida como aguamente) É uma lesão inflamatória nas lâminas dérmicas HISTÓRICO: alteração sistêmica em geral pode desencadear laminite, quando ocorre uma alteração sistêmica acomete os membros anteriores de forma bilateral e quando ocorre por excesso de carga para poupar um membro ocorre no membro contralateral INSPEÇÃO/PALPAÇÃO: atitute patognomônica (joga todo o peso para trás na esperança de aliviar os membros anteriores) e ele podem deitar cascos quentes, aumento do pulso digitar palmar e pinçamento de casco positivo Considerando um processo desencadeado por liberação excessiva de enzimas degradantes (metaloproteinases) ocorre a separação das lâminas dérmicas como conseqüência ocorre o dano vascular Falha na união do tecido conjuntivo da derme ou cório laminar e a camada basal da lâmina epidérmica Várias afecções primárias predisponentes Dano vascular e como conseqüência necrose e separação das lâminas dérmicas (antiga teoria) Não ocorre nos membros posteriores e nem em potros Como consequência pode ocorrer: a rotação e o afundamento da terceira falange, devido a ação do tendão flexor digital profundo (se conecta na face solear da falange) o que pode evoluir para a perfuração de sola Apresenta linhas de crescimento tortuosas no casco devido a rotação da terceira falange, enquanto que o casco novo cresce certo Se o grau de laminite for avançado, para tentar para a rotação do casco é feita a tenotomia digital profundo, que é o corte do tendão profundo CLASSIFICAÇÃO PRÉ-CLÍNICA/LAMINITE: o animal apresenta inflamação no casco, porém não tem descolamento das lâminas dérmicas, o que não causa dor e claudicação, apresenta aumento de temperatura dos cascos e pulso digital CLÍNICA: apresenta separação das lâminas dérmicas causando dor e claudicação, aumento de temperatura dos cascos e pulso digital e pinçamento de cascos positivos PREVENÇÃO Na fase pré laminite se for feito crioterapia de 48 a 72 horas contínuas é possível prevenir a evolução da enfermidade, pois ocorre vasoconstrição local, diminuindo as chances de citocinas inflamatórias evitando a presença de metaloproteinases. TRATAMENTO Radiografar para graduar a laminite e durante o casqueamento e ferrageamento corretivo Acepromazina (0,02 a 0,05/IV ou IM/QID/TID) se estiver na fase clínica, devido a vaso dilatação periférica] Considerando o descolamento das lâminas e consequentemente um dano vascular, pode se usar vasomoduladores: Isoxsuprine ou Pentatoxifilina, onde eles facilitam a entrada das hemácias nos capilares, preservando a perfusão sanguínea Anti inflamatórios (não esteroidais) Fenilbutazona (4,4mg/kg/BID ou SID) ou Cetoproeno (2,2 mg/kg/BID ou SID) Pode se associar anti inflamatório não esteroidal com opioides, porém causa hipomotilidade Para gerar conforto do animal usar botas protetoras (EVA, madeira, isopor) ou ferraduras corretivas, cama alta para amortecer, bandagem para melhor sustentação dos membros, biotina (casqueamento e ferrageamento corretivo para manter ou voltar o paralelismo entre a parede do casco e a parede distal) TENDÕES TENDINITE E DESMITE Inflamação dos tendões e dos ligamentos, sendo os que mais acometidos são: 1. Tendão flexor digital superficial (elástico) 2. Tendão flexor digital profundo (postural) 3. Ligamento suspensório (elástico) Por eles serem exigidos de forma repetitiva e por não terem proteção muscular O tendão flexor digital profundo é o único que se insere na face solar da falange, passa por toda a região palmar e plantar e sua origem é muscular O tendão flexor digital superficial tem dois pontos de inserção e também vai estar na face palmar O ligamento suspensório tem origem no osso da canela (terceiro metacarpo), se bifurca na metade do caminho e se insere nos ossos sesamóide proximal PATOGENIA Causada por esforço repetitivo ou trauma intenso, porém se for um esforço que deixa de ser suportável pode ocorrer ruptura de fibra, porém baixa taxa de regeneração, como resposta de cicatrização faz fibrose, onde a fibra aguenta menosque o original, causando tendinite crônica (mesmo local de lesão constante) Pode causar hemorragia, edema, inflamação, acumulo de transudato e desarranjo das fibras ou ligamentos, causando a substituição das fibras colágenas do tipo I para o tipo III (fibrose) SINTOMAS: aumento de volume e claudicação de diferentes graus, dependendo do local e tamanho da lesão, tende a ser unilateral DIAGNÓSTICO: palpação e inspeção local evidenciam a dor, aumento de temperatura e volume local, o membro vai estar projetado para frente. EXAMES COMPLEMENTARES: ultrassonografia para diagnosticar precisamente o grau da lesão CLASSIFICAÇÃO AGUDA: ruptura da matriz tendínea e hemorragia (inflamação) SUBAGUDA: algumas fibras rompidas, porém sem deposição de tecido fibroso (angiogênese e invasão de fibroblastos cicatrizados) CRÔNICA: remodelamento de tecido e deposição de tecido fibroso, aumento de volume pontual TRATAMENTO O ideal seria repouso, porém causa perda de condicionamento, nos casos de tendinite aguda diminuir o ritmo de treinamento ou diminuição de carga Crioterapia (ação anti inflamatória e analgésica): nos casos de processos agudos menos de 30 minutos e em processos crônicos, mais de 30 minutos, antes e/ou depois do exercício Se o animal estiver claudicando administrar analgésico e anti inflamatório de 3 a 7 dias: Feninbutazona, Cetopofeno e Fluxina Meglunima Pomadas anti inflamatórias com bandagem compressiva (não pode ter anti inflamatório esteroidal, pois pega no doc) Infiltração local com Hyaluronato de sódio Fisioterapia a laser (regenerativa) ultrassom Ferraduras corretivas (aumentando a área de sustentação dos cascos) sustenta melhor o tendão pela base ser maior, porém não é eficaz em todos os animais Tratamento com células tronco ou PRP FASE AGUDA: controle da inflamação com fisioterapia fria e esteroides de curta duração FASE SUBAGUDA: estimulo da organização, diminuição do exercício, anti inflamatório e dependendo do grau fisioterapia regenerativa FASE CRÔNICA: repouso, exercício monitorado, ondas de choque extracorpóreo PREVENÇÃO: palpação periódica e uma vez identificada iniciar tratamento MÚSCULOS MIOPATIAS Miosite dos cavalos atletas, chamada também de RABDOMIÓLISE ou DOENÇA DA SEGUNDA-FEIRA. Comumente encontrada em cavalo mal treinados ou em sobre esforço MIOSITE AGUDA: após depleção das reservas de glicogênio MIOSITE TARDIAS: após depleção das reservas energéticos SINTOMAS: face ansiosa (dor), mialgia, fasciculação muscular, tremores, claudicação de diferentes graus, principalmente nos posteriores, relutância para se movimentar, mioglobinúria (cor de coca) DIAGNÓSTICO Histórico junto com sintomas, pode se solicitar dosagem de enzimas musculares (AST e CK) Aspartato de aminotrasnferase (AST) presente em vários tecidos, pico de alteração em 24 horas, durante até 7 dias Criatinoquinase (CK): específica de tecidos musculares, pico de elevação em 3 e 4 horas, durante poucas horas. A mialgia é detectada na palpação das grandes musculaturas, se estiver alterada vai estar firme e alterada TRATAMENTO O animal vai estar desidratado, por não estar acostumado com tanto exercício Manutenção da temperatura corpórea Repouso prolongado Analgésicos e anti inflamatórios não esteroidais: Fenilbutazona, Flunixina Meglumina e Cetoprofeno Fluidoterapia com soluções poliônicas (se estive a campo fazer com ringer lactato) Reposição de cálcio e eletrólitos Xilazina (alfa 2 agonistas): relaxante muscular (0,2mg/kg) Acepromazina (fenotiazínico) vasodilatação periférica e relaxamento (0,02 a 0,05, IV ou IM, QID ou TID) Fazer xilaniza ou acepromazina em animais hidratados, pois causam hipotensão SISTEMA DIGESTÓRIO Composto por boca (responsável pela digestão mecânica e início da química, usa os dentes incisivos para prender o alimento), faringe, esôfago (dividido em cervical e torácico, fica lateralizado pelo lado esquerdo próximo a calha da jugular), estômago (tem porção glandular a aglandular e tem a margem pregueada), intestino delgado (ceco, cólon maior, cólon transverso, cólon menor, reto e ânus) Do estomago até o intestino delgado ocorre a digestão enzimática e no intestino grosso a fermentativa (tem auxilio de bactérias da microbiota intestinal na quebra da proteína/matéria vegetal/celulose, formando os subprodutos ácidos graxos voláteis que são ricos em energia) Colo é dobrado para caber na cavidade abdominal, sendo as flexuras pélvicas, esternal e diafragmática Boca → Faringe → esôfago → estômago → duodeno → jejuno → íleo → ceco → cólon descendente/ventral direito → flexura esternal → colon descendente/ventral esquerdo → flexura pélvica → cólon ascendente/dorsal esquerdo → flexura diafragmática → cólon ascendente/dorsal direito → cólon transverso → cólon menor → reto → ânus Os capins com maiores digestibilidades (absorção) para os cavalos são os menores, com talos e folhas finas, sendo que uma dieta correta é com 70% volumoso; 30% concentrado PARTICULARIDADES O estômago é pequeno, tendo capacidade volumétrica de 8 a 15 litros Incapacidade de vomitar, devido à cárdia potente e a ausência do centro de vômito do sistema nervoso central, por isso no atendimento de cólica precisa passar sonda para averiguar o que está causando a cólica Longo mesentério e intestino delgado, qualquer alteração de motilidade pode causar problema Diminuição brusca de volume na flexura pélvica, predispõem a obstruções Necessita de microbiota saudável para que consiga fazer a digestão (cuidado com antibiótico, pois altera a microbiota) Algumas raças tem maior predisposição a determinadas doenças, como os pôneis que possuem maior predisposição de cálculo renal Sexo: geralmente se a fêmea estiver grávida ou logo depois de parir ANAMNESE/HISTÓRICO MANEJO E ALIMENTAÇÃO: os animais podem ficar estabulados, onde sua base de alimentação é feno (volumoso) com uma boa porcentagem de concentrado, podem também viver de forma extensiva onde se alimentam de pasto e são suplementados com concentrado e de forma mista Animais que comem muito feno não tem o desgaste adequado dos dentes por não pastarem e precisam de suplementação de água devido a desidratação do feno Animais que vivem a pasto tem maior disposição a reinfecção de parasitas por defecar e comer no mesmo lugar VERMIFUGAÇÃO: animais a pasto são vermifugado a cada 60 dias e os estabulados anualmente INICIO DO PROCESSO: problema crônico ou agudo TRATAMENTOS ANTERIORES: antibióticos e anti inflamatório causam alterações intestinais DEFECAÇÃO E MICÇÃO: frequência e consistência VÍCIOS: aerofagia (engolir ar), síndrome de urso de circo OUTROS: animais estressados apresentam alterações de motilidade EXAME FÍSICO AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS VITAIS: hidratação (coloração de mucosas, TPC, tugor de pele), temperatura retal, frequência respiratória, frequência cardíaca e motilidade intestinal INSPEÇÃO: atitude, comportamento, constituição física, sinais de dor abdominal (cólica é sinal de dor abdominal) apresenta comportamento de escavar o chão, olhar para o flanco, mexer na água, rolar, sentar, sudorese intensa, hiperexcitabilidade ou depressivo AUSCULTAÇÃO ABDOMINAL: são quatro quadrantes que devem ser avaliadas: Vazio do flanco dorsal direito: é o ceco, tem som de descarga, está normal quando tem de 1 a 3 descargas dentro de 3 minutos Vazio do flanco dorsal esquerdo: é avaliado através da classificação do som do borborigmo, o normal é um som presente, constante e organizado Região ventral direito e esquerdo (cólon): Não é possível avaliar o cólon menor, pois ele não tem um posicionamento certo dentro da cavidade abdominal * Hipomotilidade *** Hipermotilidade ** Motilidade normal - atonia intestinal PALPAÇÃO: abdominal externanão é possível em cavalos adultos e dificilmente é feita em potros e a abdominal interna (retal) é possível avaliar o posicionamento e conteúdo das alças, normalmente o intestino delgado só é possível se estiver dilatado ou estendido, presença e avaliação das fezes SONDAGEM NASOGÁSTRICA: avaliação do conteúdo gástrico, manobra de descompressão e considerada via de administração. Feite de silicone, uma das pontas é conectada a bomba de infusão ou com a boca e a outra tem fenestras Conteúdo normal vai ter cor esverdeada, odor de capim recém cortado, volume 2 a 3 litros, não é para vir grandes quantidades de alimento e pH ácido (5,5), porém é avaliado apenas quando não é colocado água. Ocorre sangramento se lesionar a concha etmoidal EXAME COMPLEMENTARES PARACENTESE ABDOMINAL: o líquido peritoneal lubrifica as alças intestinais, ele se altera rapidamente devido a sua proximidade com as alças, pode ser feito análise macro (cor (normalmente vai ter cor amarelo citrino e translucido (diluído), odor e aspecto) e microscópica (total de células e proteínas) A coleta é feita na cicatriz umbilical (prepúcio ou tetos) ou de 4 a 5 cm da cartilagem xifoide na linha média ventral (geralmente o ponto mais baixo do abdômen) Outros exames complementares disponíveis são a ENDOSCOPIA, ULTRASSONOGRAFIA e a LAPAROSCOPIA: AFECÇÕES ORAIS Animais que pastam possuem um desgaste normal dos dentes, tendo que fazer manutenção odontológica 1 vez ao ano, enquanto que os animais estabulados precisam ter a cada 6 meses. No dia a dia é puxada a língua para a parte da boca que não possui dentes, assim o animal fica com a boca aberta para avaliação rápida, se for encontrado alteração chama o veterinário especializado. AFECÇÕES COMUNS: doença periodontal, perda de um ou mais dentes, fratura dentária, polidontia, anormalidade na mastigação, erupções anormais, bragnatismo, prognatismo, desgaste desarmônico dos dentes, inflamações, fibroses bucais e linguais AFECÇÕES DO ESÔFAGO OBSTRUÇÃO ESOFÁGICA Não ocorre com frequência devido a seleção de alimentos que o animal geralmente faz, ocorre em animais adultos SINTOMAS: dificuldade de mastigas e deglutir, disfagia, refluxo de saliva ou alimento pelas carinas, sialorreia (produção de saliva em excesso que sai pela boca e muito pelo nariz), apresenta movimento de ânsia de vômito Olhar o lado esquerdo, pois é onde se encontra a maior parte da maior porção do esôfago (cervical), é possível visualizar a dilatação. TRATAMENTO: se não houver material perfuro cortante, fazer a sondagem nasogástrica até o ponto de obstrução e fazer a lavagem esofágica ou diluir o conteúdo ou se for uma obstrução parcial pode se lubrificar com água morna ou óleo e empurrar o conteúdo até o estômago e deixar a digestão acontecer. Caso o animal apresente comportamento de comer coisas fora comida fazer uma endoscopia e avalia a mucosa quando a obstrução está ocorrendo por vários dias (esofagocospia) Cirúrgico (esofagotomia) indicado quando o esôfago está muito danificado AFECÇÕES GÁSTRICAS GASTRITE E ÚLCERAS Afecção comum em cavalos adultos e em potros jovens ETIOLOGIA: estresse (ambiente, tratador novo, desmame, corridas) e terapias com anti inflamatório não esteroidal (inibem a prostaglandina que auxilia na produção de muco gástrico) As úlceras gástricas ou os pontos mais evidentes de gastrite são mais comuns de serem encontradas na marguem pregueada do estômago (transição entre a parte glandular da aglandular) HISTÓRICO: alteração comportamental, cólica recorrente, diarreias (mais comum em potros), tratamento de outras afecções utilizando AINE, mesmo que o animal não apresente dor abdominal intensa causando alteração comportamental, ele vai apresentar perda de peso progressivo e pelos arrepiados. SINTOMAS: dor recorrente, depressão, pelos feios (sem brilho), sialorreia e bruxismo (principalmente em potros), refluxo gástrico com presença de muco, podendo ser sanguinolento EXAME COMPLEMENTAR: gastroscopia, mas precisa esvaziar o estômago e precisa de um gastrotópico TRATAMENTO: buscar alterar o manejo e diminuir o estresse, caso esteja em tratamento com AINE cessar, podendo alterar para AINE seletivo ou associar com inibidor de bomba (Omeprazol, 0,7 a 1mg/kg, VO, SID). Administrar antiácido (hidróxido de alumínio ou de magnésio) para alcalinizar o suco gástrico SOBRECARGA GÁSTRICA(DILATAÇÃO) Ocorre por dentição rum ou deficiente, alimentação de má qualidade ou excessos, alimento não progrediu e vícios Consequência: se não for atendido rapidamente pode ocorrer ruptura gástrica (devido a fermentação do alimento que causa gases) o que causa choque séptico devido a necrose SINAIS: apresenta sinais de dor abdominal (cólica), cheiro fétido, grande quantidade de conteúdo gástrico, pH alcalino DIAGNÓSTICO: é feito ao encontrar fezes na passagem da sonda nasogástrica TRATAMENTO: descompressão gástrica através da sondagem nasogástrica, administrar laxante, emolientes, regulador de pH e fazer lavagem com água morna repetidas vezes, se for necessário fluidoterapia. AFECÇÕES DO INTESTINO DELGADO: PROCESSOS OBSTRUTIVOS ESTRANGULATIVOS Bloqueio do lúmen intestinal com comprometimento vascular (isquemia) AFECÇÕES COMUNS: vólvulo (alça intestinal gira em torno dela mesma), Torção (alça intestinal gira em torno do próprio eixo), Hérnias, Lipoma Pedunculado (acumulo de gordura que laça a alça intestinal) TRATAMENTO: normalmente a resolução é cirúrgica tendo que remover o tecido comprometido devido a necrose NÃO ESTRANGULATIVOS Bloqueio do lúmen sem isquemia inicialmente AFECÇÕES COMUNS: Compactação do íleo, intussuscepção inicial (causadas geralmente por alteração de motilidade e mais comum em potros), corpo estranho, verminoses, eventração (falha na musculatura (conteúdo extra abdominal preso pela pele) causado por trauma o que altera a motilidade) DUODENO JEJUNITE PROXIMAL Também chamada de enterite anterior, é uma inflamação severa do intestino delgado com transudato inflamatório que causa refluxo enterogástricos (o líquido produzido para a motilidade o que faz com que ele tenha que fazer o caminho contrário desembocando no estômago, causando distensão gástrica e dor). Ela pode ter envolvimento de Clostridium sp, bactéria que faz parte da microbiota e quando desiquilibrada pode causar inflamação. O refluxo tem coloração castanho para esverdeado, em grandes quantidades (8 a 10 litros), gosto e cheiro fétido e pH alcalino HISTÓRICO: cólicas severas com dor incontrolável e após a passagem da sonda causa descompressão e o animal fica apático e sobrecarga gástrica previas SINTOMAS: dor, desidratação pela produção do exsudato e sudorese, presença de refluxo gástrico, febre, taquicardia, taquipnéia, endotexemia, prostação, hipomotilidade intestinal e possível palpação da alça do intestino delgado TRATAMENTO: fluidoterapia para manutenção da desidratação, descompressão estomacal de 4 a 6 horas de intervalo para evitar a sobrecarga por refluxo, administração de Flunexim Meglumine (1,1 mg/kg, BID< IV ou IM ou 0,25 mg/kg, TID ou QID, IV) e DMSO (dimetilsulfóxido, 0,5 a 1 kg, IV a 10%) Se houver envolvimento do Clostridium (mais de 24 horas e/ou presença de febre) administrar antibiótico, sendo primeiramente a Pinicilina (20.000 a 40.000 UI/kg, BID, IM) se não funcionar associar com Gentamicina (6,6 mg/kg, SID, IV) Estimuladores/reguladores de motilidade (procinéticos), pode ser feito com cálcio ou potássio na reposição eletrolítica, mas pode usar Metoclopramoda (0,04 mg/kg, IV, infusão ou a cada 2 horas) ou Lidocaína (20 ml diluídos em 1 frasco de soro a cada 2 horas, ela tem ação analgésica, anti inflamatória e estimuladora de motilidade) Fazer suporte de glicose caso o animal não esteja conseguindose alimentar Prognóstico é bom se a resolução for feita nas primeiras 24 horas, reservado se for em 72 horas, mais que isso é considerado ruim Pode ter como consequência laminite devido as alterações metabólicas intensas (endotoxemia) AFECÇÃO DE INTESTINO DELGADO OU GROSSO CÓLICA ESPASMÓDICA Contração desorganizada da musculatura lisa do intestino, causando alteração de motilidade que gera dor Mais comum em potrancos (animais jovens que ficam entre adultos e potros) não entraram na puberdade ETIOLOGIA: Causado por vermes, alteração brusca de alimentação, capim novo (brotos), estresse, produção excessiva de gás, SINTOMAS: possível auscultação de hipermotilidade intestinal e ataques agudos de dor, podendo causar discreta taquicardia TRATAMENTO: Antiespasmódico (Butilbrometo de Escopalamina: Buscopan 0,3 mg/kg) e tratamento suporte com Analgésicos (Fenilbutazona, FLunexin Meglumine, Cetoprofeno), óleos minerais, laxantes ou tensiolíticos, hidróxido de alumínio PREVENÇÃO: protocolo de vermifugação, esperar o capim chegar a um palmo de altura, fazer a troca de alimentação de forma progressiva INTESTINO GROSSO OBSTRUTIVAS ESTRANGULATIVAS VÓLVULOS e TORÇÕES OBSTRUTIVAS NÃO ESTRANGULATIVAS COMPACTAÇÃO Obstrução do lúmen da flexura pélvica causada por conteúdo intestinal (fezes) ETIOLOGIA: alteração brusca da dieta, diminuição da ingesta de água, estresse, verminose, problemas dentários onde o animal não consegue triturar o alimento direito e fica pedaços grandes de fibras, animais que se alimentam de feno HISTÓRICO: programa antiparasitário inadequado, época de seca o que geralmente causa mudança na alimentação, cólica moderada e apatia, o animal pode parar de defecar SINTOMAS: hipomotilidade, distensão abdominal variável devido a acumulo de gases ou acumulo de fezes, dor leve e pouca alteração dos sinais físicos gerais, sondagem nasogástrica negativa, se demora para atender a atonia do intestino grosso pode se tornar hipomotilidade do intestino delgado e ter produção de refluxo DIAGNÓSTICO: e feito através da palpação retal, a alça vai estar dilatada e com conteúdo firme TRATAMENTO: controle da dor com analgesia (Flunixin meglumine 1,1 mg/kg, BID< IM ou IV) ou Fenulbutazona (4,4 mg/kg, BID, IV) e sondagem para liberação dos gases fazendo infusão de emolientes e laxantes (leite de magnésia, bisacodil), lubrificantes (óleo mineral) e tensiolíticos (ruminol, timpanol), fluidoterapia para manutenção eletrolítica e hiperidratação para fluidez da massa compactada, se não melhorar fazer lavagem intestinal cirúrgica ENTERÓLITO e CORPO ESTRANHO SEMIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO Desafiador pelas anamneses serem duvidosas e informações sem muito sentido, principalmente em animais que vivem de forma extensivas Através da inspeção encontra o local afetado e por tentativa e exclusão encontra o possível diagnóstico O sistema nervoso pode ser dividido entre central (encéfalo (cerebelo, cérebro e tronco encefálico) e medula) e periférico (nervos aferentes e eferentes, também chamados de sensitivos e motores, gânglios) A inspeção vai ser relacionada com comportamento e atitude, nível de consciência, postura e movimentos, pode se fazer provas de avaliação funcional na tentativa de avaliar a resposta daquela região COMPORTAMENTO E ATITUDE: agressividade, reconhecimento do local e pessoas, visão, teste de ameaça, reflexo pupilar, posicionamento de orelha, pálpebras, lábios, língua Normalmente alterações de locomoção está ligado a alterações medulares e alterações de comportamento e atitude está ligado a alterações encefálicas EXAMES COMPLEMENTARES: analise do liquido cefalorraquidiano (normalmente ele é translucido e transparente), radiografias simples ou contrastadas (mielografia), eletroencefalografias, tomografias computadorizadas e ressonância magnética COLETA DO LICOR → Feita entre C1 e C2, sob anestesia geral ou intravenosa, deixa a cabeça do cavalo num ângulo de 90º com ele em decúbito lateral e introduz o cateter até as meninges e o liquido sai de forma espontânea → O animal em posição quadrupedal e faz a introdução de uma agulha longa entre a vertebra sacral e o íleo, sendo que nesse o licor não sai de forma espontânea tendo que fazer aspiração MANIFESTAÇÕES Sinal de Magnus Klein: levantar a cabeça do animal e ele sentar Hipermetria: não tem noção da amplitude do movimento (levanta mais do que deve o membro) MANIFESTAÇÃO DE ACORDO COM O LOCAL DA MEDULA AFECÇÕES TÉTANO Causada pela bactéria Clostridium tetani, eles se proliferam a partir de feridas perfuro cortantes o que causa o tétano e a toxina tetânica que causa tetania (rigidez muscular) HISTÓRICO: ausência de vacinação e presença de feridas prévias SINTOMAS: espasmos musculares (tetania), posição em cavalete, cauda em bandeira, hiperexcitabilidade, protusão da terceira pálpebra TRATAMENTO: soro antitetânico via intratecal (interior das membranas ou meninges que envolvem a medula, dentro do licor), intravenosa ou intra muscular (5.000- 10.000 UI), antibioticoterapia (Penicilina). Evitar excitação deixando o animal sem estimulo de luz e som para evitar convulsões, podendo administrar sedativos (Xilazina, Acepromazina), pode se associar a relaxantes musculares. SÍNDROME CEREBRAIS ETIOLOGIA: alteração traumáticas (concussões, ela precisa ter uma evolução aguda, tratamento assintomático, a manifestação clínica começa a diminuir e as sequelas ela diminui), infecciosa (raiva, encefalite viral) e degenerativas (leucoencefalomalacia) RAIVA Causado pelo vírus Rhabdoviridae, ele é agressivo, porém muito sensível, sendo inativado com facilidade, por isso não sobrevive no ambiente e seu modo de transmissão é a mordida (saliva) Evolução da sintomatologia é rápida (aguda e progressiva) vindo a óbito, sendo que existem três formas de aparecimento da enfermidade: furiosa, obscura ou paralitica A transmissão mais comum é através da mordida de morcegos contaminados que se contaminam quando se alimentam de animais selvagens que são reservatórios do vírus DIAGNÓSTICO: se o animal não for vacina é possível fazer dosagem de anticorpo, mas se ele for vacinado vai apresentar evidencias, mas não é possível confirmar, sendo assim o diagnóstico é feito pós morte realizando a coleta do encéfalo, cerebelo e tronco encefálico, precisa ter a presença de corpúsculos de Negri nas células e inoculam num camundongo. PREVENÇÃO: vacinação anual ou semestral em locais endêmicos ENCEFALITE VIRAL (ENCEFALOMIELITE) Causada pelo vírus Togavírus, existem as cepas leste e oeste no país e outra cepa é venezuelana, considerada zoonose Transmitida por vetores, insetos, sendo mais comuns em locais com climas quentes (sazonal) e tem como reservatório animais selvagens DIAGNÓSTICO: ampla variedade sintomática, sorologia TRATAMENTO: sintomático com DMSO (0,5 a 1 g/kg – 10%, IV), se houver convulsão administrar Benzodiazepínicos (Diazepan 0,05 a 2,2 mg/kg, IV) e terapia de suporte LEUCOENCEFALOMALÁCEA Causada pelo fungo Fusarium moniiforme, libera a micotoxina Fumonisina B1 que acomete a substância branca de um ou dos dois hemisférios cerebrais causando liquefação SINTOMAS: letargia, depressão, incoordenação, hiperexcitabilidade, delírio, convulsões DIAGNÓSTICO: histórico, sintomas, verificar a alimentação (milho) e sua forma de armazenamento, pode fazer teste laboratorial de identificação do fungo (cromatografia) TRATAMENTO: sintomático com DMSO (0,5 a 1 g/kg – 10%, IV), se houver convulsão administrar Benzodiazepínicos (Diazepan 0,05 a 2,2 mg/kg, IV) e terapia de suporte SÍNDROMES CEREBELAR ABIOTROFIA CEREBELAR Comum em cavalos árabes e pôneis Causa a degeneração prematura dos neurônios, acomete os animais de 6 meses a 1 ano de idade,sendo que eles nascem normais e desenvolvem tremor de cabeça, ataxia, dismetria e não existe tratamento PREVENÇÃO: evitar conhecidos cruzamentos genéticos que predispõem ao aparecimento SÍNDROME VESTIBULAR OTITE Relacionada algum tipo de trauma que causa inflamação do conduto auditivo, sendo ipsilateral SINAIS CLÍNICOS: Inclinação do topo da cabeça para o lado acometido, nistagmo, incoordenação, andar em círculos e alteração comportamental (agressividade) TRATAMENTO: sintomático com DMSO (0,5 a 1 g/kg – 10%, IV), se houver convulsão administrar Benzodiazepínicos (Diazepan 0,05 a 2,2 mg/kg, IV), corticoides e terapia de suporte SÍNDROME ESPINHAL MELOENCEFALITE EQUINA CAUSA POR PROTOZOÁRIO (MEPE) Causada pelo protozoário Sarcocystis neurona, acidentalmente o cavalo ingere o esporocisto, sendo que o mesmo tem preferências por células do sistema nervoso, se instalando preferencialmente na medula, causando inflamação Gera lesões multifocais e assimétricas do encéfalo ou da medula Os equinos são hospedeiros aberrantes (acidental), sendo que o hospedeiro definitivo é o gamba SINTOMAS: déficit proprioceptivo, incoordenação e atrofia muscular unilateral DIAGNÓSTICO: desuso do membro unilateral acontece em garupa alta, baixa, espádua, bochecha e peito, deficiência de propriocepção (pode fazer o teste, abrindo as patas e o animal não vai perceber que está sem equilíbrio ou colocar obstáculos para o mesmo desviar) Detecção de anticorpos do protozoário no soro ou no liquido cefalorraquidiano TRATAMENTO: não é curável, sendo que qualquer fator de estresse pode desencadear o aparecimento dos sinais novamente Crise: três aplicações de DMSO a cada 12 horas, pode se associar corticoide A longo prazo pode se administrar Diclazuril (5 mg/kg, VO, SID) ou Piremetamina (0,25 a 1mg/kg, VO, SID) associado a Sulfa com a Trimetoprim (15 a 30 mg/kg, VO, BID), ambos os tratamentos são feito de 60 a 90 dias.
Compartilhar