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SALÁRIO E REMUNERAÇÃO Salário: pagamento realizado pelo empregador ao empregado. Remuneração: de acordo com o caput do art. 457 da CLT, é possível compreender que a palavra “remuneração” engloba o salário e pagamentos feitos por terceiros, como as gorjetas e as gueltas. Assim, legalmente, “salário” tem uma acepção mais estrita do que “remuneração”. Com isso surge a diferenciação entre salário (prestações devidas e pagas diretamente pelo empregador) e remuneração, que é a soma do salário mais as prestações pagas, espontaneamente ou não, por terceiros por ocasião do trabalho prestado pelo empregado, como são as gorjetas e as gueltas. Súmula 354 TST: As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. Aviso prévio: é o comunicado antecipado e obrigatório que numa relação de emprego uma parte deve fazer à outra de que deseja rescindir sem justa causa o contrato de trabalho. Deve ser feito com prazo mínimo de 30 dias para contratos que tenham até um ano de vigência. * Lei nº 12.506/2011. A nova Lei do Aviso Prévio (Lei nº. 12506/2011) foi sancionada no dia 11 de outubro de 2011 e altera o aviso prévio de 30 (trinta) dias para até 90 (noventa) dias em caso de demissão sem justa causa. * p. 20: atentar que a Reforma Trabalhista (Lei n° 13.467/2017) fez inúmeras alterações no campo trabalhista com nítido caráter flexibilizante e precarizante. Entendo que tais alterações, em grande parte, entram em conflito com a CF/88 (proibição de retrocesso social, princípio da norma mais favorável, “princípio” da proteção salarial – art. 7º, X, - todos previstos na CF/88). Ter em conta aqui, as alterações promovidas nos parágrafos do art. 457, no par. único do art. 444 e nos artigos 611-A e 611-B, todos da CLT; * Antes da Reforma Trabalhista, o §1º do art. 457 da CLT estabelecia que integravam o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagem e abonos pagos pelo empregador, com exceção da ajuda de custo e das diárias para viagem que não excedessem de 50% do salário percebido pelo empregado. Entretanto, a Reforma Trabalhista (RT) trouxe nova redação ao § 1º do art. 457 da CLT, estabelecendo que integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. A artigo 444, em sua forma original, determinava que: “As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha as disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.” A Reforma trabalhista, representada pela Lei nº 13.467/2017, acrescentou um parágrafo único que diz: http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/clt.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/obras/reforma-trabalhista.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/clt.htm https://bytesjuridicos.com.br/contrato-profissional/ “A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611‑A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.” A redação atribuída ao art. 611-A da CLT determina a prevalência das normas coletivas (acordos e convenções coletivas de trabalho) sobre os dispositivos legais, quando dispuserem sobre temas como jornada de trabalho, intervalo intrajornada, modalidade de registro da jornada, entre outros. O objetivo é priorizar o interesse coletivo. As regras de proibição, contidas no art. 611-B da CLT, afastam da ampla negociação questões constitucionalmente asseguradas aos trabalhadores, evitando interpretações distorcidas. INDENIZAÇÕES No vocábulo “indenizar” exprime-se a noção de reparar, compensar, ressarcir, tornar sem dano. Com efeito, é justamente a ideia de reparar mediante compensação que se mostre adequada, o dano sofrido por outrem que se apresenta no vocábulo “indenizar”. CARACTERÍSTICAS DO SALÁRIO Alimentariedade: o salário tem natureza jurídica alimentar. Indisponibilidade/irredutibilidade: A indisponibilidade impede que o salário seja passível de renúncia ou transação restritiva por parte do empregado. O salário é irrenunciável, até como manifestação de seu caráter alimentar. O salário não pode ser alterado para menos. Salvo em convenção de caráter coletivo, como diz o art 7º, inc. VI Forfetariedade: o salário não compartilha os riscos do empreendimento, da atividade econômica, o que pode ser concluído dos termos do art. 2º, caput, da CLT. Cabem aos empregadores os riscos (e também os lucros) da atividade econômica. Pós-retributividade: Salário contraprestacional. Só é exigível pelo empregado após ter sido entregue sua prestação de serviço. Excepcionalmente, verifica-se a prestação antecipada, como nas férias anuais, ainda assim num momento em que é inexigível a prestação do trabalho. Sucessividade: Seguindo o caráter do contrato de emprego que é de duração ou de trato sucessivo, o salário também é exigível em prestações sucessivas, periodicamente, tendo em vista a necessidade de suprir as próprias necessidades básicas que se apresentam de forma periódica. FORÇA ATRATIVA DO SALÁRIO E PARCELAS INOMINADAS O salário tem uma “força atrativa”, sugando para o seu núcleo, outras parcelas que num primeiro momento poderiam não ter natureza salarial. Essa força atrativa busca fundamento no atendimento das expectativas de subsistência do empregado e na manutenção do seu patamar de ganho. A força atrativa do salário consuma, portanto, uma verdadeira transformação da natureza jurídica de outras parcelas retributivas sobre as quais atua, convertendo-as em salariais, a despeito de sua origem inicial. Se, por exemplo, o empregador, por ato próprio, desperta justas expectativas no https://bytesjuridicos.com.br/pagamentos-que-nao-integram-o-salario-de-um-funcionario/ empregado em virtude do pagamento habitual de uma determinada parcela, não pode, posteriormente, frustrar a confiança despertada. Dessa forma, a atração de tal pagamento para o núcleo salarial é uma forma de preservar a confiança legitimamente fundada. REFORMA: o §1º do art. 457 da CLT estabelecia que integravam o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagem e abonos pagos pelo empregador, com exceção da ajuda de custo e das diárias para viagem que não excedessem de 50% do salário percebido pelo empregado. Entretanto, a Reforma Trabalhista (RT) trouxe nova redação ao § 1º do art. 457 da CLT, estabelecendo que integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. SALÁRIO BASE: o salário- -base é núcleo duro do conceito de salário, sobre o qual se erguem as outras parcelas salariais acessórias; é a contraprestação (obrigação) principal do empregador em virtude do contrato de trabalho, estando relacionado às tarefas centrais da ocupação desempenhada pelo empregado. COMPLEMENTOS SALARIAIS: são parcelas que têm natureza salarial, mas que se apresentam, todavia, como complementares, acessórias, justapostas, aditivos que se acrescentam ao salário-base. DIFERIDO: Diferir é adiar, procrastinar, retardar; assim, dizer que algo é diferido significa que está adiado, retardado; o salário diferido está diretamente ligado com o momento do pagamento e da efetiva disposição dos valores salariais pelo empregado. A validadede tal forma de pagamento é vedada tendo em vista o caráter alimentar do salário, pois este tem função de garantir a sobrevivência do empregado, o que torna incompatível esse tipo de pagamento com a proteção devida ao salário. COMPLESSIVO: caracteriza-se naqueles casos em que certo valor serve para cobrir várias parcelas trabalhistas salariais, sem qualquer discriminação, não havendo o apontamento, claro e determinado, de quais parcelas estão sendo efetivamente quitadas. A estipulação do salário complessivo é vedada, tendo em vista que a quitação nos termos do Código Civil (art. 320), deve ser expressa quanto ao valor e à espécie de dívida quitada. ENCARGOS SOCIAIS: a diferença entre salário e encargos sociais está, primeiro, na destinação dos dois tipos de obrigações, porque os encargos sociais são contribuições ou recolhimentos que o empregador está obrigado a fazer para o Estado ou órgãos sociais, e o salário é o pagamento do empregador ao empregado. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DE SALÁRIOS: Classificação: quanto às maneiras de fixação do salário. MODO DE AFERIÇÃO: existem 3 critérios. A) Salário por tempo ou unidade de tempo: É aquele pago em função do tempo no qual o http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/clt.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/obras/reforma-trabalhista.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/clt.htm trabalho foi prestado ou o empregado permaneceu à disposição do empregador, ou seja, hora, dia, semana, quinzena ou mês e, excepcionalmente tempo maior, pouco importando, para este fim específico, a produtividade ou produção do empregado41 . Isso quer dizer que o salário é calculado por tempo e não, necessariamente, que o seu pagamento se fará, por exemplo, por hora. Assim, por exemplo, o horista tem o cálculo de seu salário por hora, mas o pagamento será feito por semana, quinzena ou mês. B) Salário por produção: É aquele calculado com base no número de unidades produzidas pelo empregado. Cada unidade é retribuída com um valor fixado antecipadamente, que é a tarifa. Assim, a quantidade de salário a ser paga tem ligação direta com a quantidade de trabalho prestado. De acordo com a produção realizada pelo empregado será feito o pagamento do salário. REFORMA: “Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: IX: remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; C) Salário por tarefa: É aquele pago com base na produção do empregado, mas pela economia de tempo há uma vantagem. O empregado ganha um acréscimo no preço da tarefa ou é dispensado quando cumpre as tarefas fixadas45 . Os inconvenientes aqui são os já apontados na análise acima. SALÁRIO MÍNIMO O salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador ao empregado por uma jornada normal de trabalho, com um valor nacionalmente unificado, devendo ser capaz de atender às necessidades existenciais do empregado e de sua família. Valor mínimo que pode ser pago por uma jornada normal de trabalho. SALÁRIO PROFISSIONAL: É o mínimo específico de uma determinada profissão. PISO SALARIAL: É o valor mínimo que pode ser pago em uma categoria profissional ou a determinadas profissões numa categoria profissional. O art. 1º da lei complementar autoriza os Estados e o Distrito Federal, nos termos do inc. V do art.7º da CF de 1988, a fixarem por lei, o piso salarial para os empregados que não tenham piso salarial fixado em lei federal, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Prevê, ainda, em seu art. 2º, que o piso salarial poderá ser estendido aos domésticos. SALÁRIO NORMATIVO: Feito em acordo coletivo. Dissídio coletivo: não pode contratar empregado com salário inferior. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art611a POLÍTICA SALARIAL: Medidas protetivas do salário. 1- Até o 5º dia útil do mês subsequente para o pagamento do salário. Primeiro trabalha, depois recebe. 2- Se o pagamento não for feito até o dia previsto, o trabalhador tem direito a Mora (retardamento no cumprimento de uma obrigação) Salarial. Não efetuado o pagamento no tempo aprazado, fica o empregador em mora, constituindo, quando dilatado ou frequente o atraso, justa causa para a rescisão contratual por iniciativa do empregado. PERIDIOCIDADE DO PAGAMENTO Conforme o disposto no art. 459 da CLT, o salário deve ser pago em períodos máximos de um mês, salvo no tocante às comissões, percentagens e gratificações, que poderão ser pagas em intervalos superiores. REFORMA: 611-A MORA SALARIAL O não pagamento do salário no tempo devido constitui a “mora salarial”. Se o empregador não paga o salário no tempo devido (art. 459 da CLT), incide em mora, nos termos do disposto no art. 394 do CCB. A mora salarial consiste quando a empresa não pode distribuir lucros, pagar pro labore (remuneração que um administrador recebe pelo trabalho desempenhado em sua empresa. Participação dos lucros). Ocorrendo a mora salarial, o empregado faz jus à cobrança dos salários monetariamente corrigidos. Quanto à eventual multa pelo atraso no pagamento de salários, o empregado fará jus se houver previsão convencional, geralmente em normas coletivas. Em casos mais graves, a mora salarial pode redundar no rompimento contratual indireto (rescisão indireta) de iniciativa do empregado em razão de ato/omissão imputável ao empregador (art. 483, letra “d”, da CLT). Nesses casos, o empregador faz jus a todas as parcelas rescisórias como se tivesse sido despedido sem justa causa. - O sábado é considerado dia útil para pagamento de salário PAGAMENTO EM AUDIÊNCIA Em caso de rescisão do contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento. O parágrafo único do artigo exclui a disposição frente à União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas entidades fundacionais públicas e autárquicas, MEIO DE PAGAMENTO: 1- pagamento em espécie 2- pagamento em cheque 3- em dólares, porém tem que ser convertido em moeda corrente nacional para ter validade Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo. * Prova de pagamento = recibo. Art. 465. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por depósito em conta bancária, observado o disposto no artigo anterior. - A agência bancária deve ser próxima ao local de trabalho, para o acesso mais rápido ao salário. - Deve ser feito em horário de trabalho ou logo após. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; limite mínimo para intervalo: 30 minutos para jornadas superiores à 06 horas – 611-A, inc lll Art. 444: “As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha as disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.” Art. 468: Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Se for tirado do cargo queestá, o empregador não precisa manter o salário. A súmula 372 veda isso: I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. Súmula 342: Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico- hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativa associativa dos seus trabalhadores, em seu benefício e dos seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. Lei complementar 150/15, art. 18: Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem. INALTERABILIDADE A alteração da forma ou modo de pagamento do salário é regida pelo disposto no art. 468 da CLT. Assim, a alteração só é possível com a anuência do empregado e desde que não o prejudique. IRREDUTIBILIDADE: CF de 1988 prevê no inc. VI do art. 7º que o salário é irredutível, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Art. 444: As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. REFORMA: Art. 611, § 3°, CLT: Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES I – Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. II – Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. os par. do art. 468 da CLT, com redação da reforma trabalhista, afetaram a súmula n° 372 do TST, não se aplicando mais a casos posteriores à nova lei PROGRAMA DE PRESERVAÇÃO DE EMPREGO a) possibilitar a preservação dos empregos em momentos de retração da atividade econômica; b) favorecer a recuperação econômico – financeira das empresas; c) sustentar a demanda agregada durante momentos de adversidade, para facilitar a recuperação da economia; d ) estimular a produtividade do trabalho por meio do aumento da duração do vínculo empregatício e e) fomentar a negociação coletiva e aperfeiçoar as relações de emprego. INTANGIBILIDADE SALARIAL O salário, como já se afirmou, tem caráter alimentar, razão pela qual deve cumprir estritamente o fim a que se destina, qual seja, de garantir, não só a sobrevivência mas também uma vida digna ao empregado, em especial num ordenamento jurídico que reconhece como princípios fundamentais a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho (art. 1º, incs. III e IV, da CF de 1988), bem como o princípio da proteção do salário (inc. X, art. 7º, CF de 1988). IRRENUNCIABILIDADE SALARIAL Os salários, em virtude de seu caráter alimentar, não são passíveis de renúncia por parte do empregado. VEDAÇÃO DE DESCONTO POR PARTE DO EMPREGADOR No tocante aos descontos que podem ser efetuados pelo empregador, o art. 462 da CLT estabelece uma série de medidas protetivas ao salário. O caput deste artigo estabelece que é vedado ao empregador efetuar quaisquer descontos nos salários dos empregados, salvo quando estes resultarem de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho. DESCONTO: EMPRÉSTIMO CONSIGNADO O art. 1º da Lei prevê que os empregados regidos pela CLT, poderão autorizar, de forma irrevogável e irretratável, o desconto em folha de pagamento ou na sua remuneração disponível dos valores referentes ao pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, quando previsto nos respectivos contratos. Cabe ao empregador proceder aos descontos e repassar à instituição consignatória (art. 3º, III, da Lei). VEDAÇÃO DO TRUCK SYSTEM Com o fim de garantir a intangibilidade salarial e o efetivo desfrute dos valores salariais em favor do empregado de forma ampla, esses parágrafos visam coibir práticas abusivas como o truck-system , por meio do qual o empregador força ou induz o empregado a adquirir produtos e serviços em estabelecimento de sua propriedade a preços superiores aos de mercado. Proibição do truck-system: trabalhar em um mercado, receber, mas só poder comprar nesse mesmo mercado. COMPENSAÇÃO DE DÍVIDAS CÍVIS Art 373: não é possível compensar uma dívida civil no salário. Súmula 18 TST: Ocorre compensação quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra. As obrigações extinguem-se até onde se compensarem. IMPENHORABILIDADE Conforme já referido, o salário é impenhorável, o que decorre de seu caráter alimentar. Essa é uma proteção que a doutrina afirma ser contra a própria imprevidência do empregado. Art. 833, inc. 4º, parágrafo 2º, CPC: Do que são impenhoráveis: IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º 2º: § 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art. 529. - Ficar devendo para o empregador. PRIVILÉGIO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS O salário bem como demais parcelas que decorrem da relação de emprego, também são protegidos frente aos credores do empregador. Os créditos dos empregados eram considerados, pacificamente, como tendo um superprivilégio em caso de falência/insolvência do empregador, nos termos do disposto art. 186 do Código Tributário Nacional, estando em patamar acima dos créditos fiscais. Essa posição vinha sendo adotada pela doutrina e jurisprudência. Todavia, a chamada nova Lei de Falências (Lei 11.101, de 09.02.2005) alterou essa situação. Quanto aos créditos resultantes de acidente detrabalho, sua preferência manteve-se totalmente preservada pela nova lei. Já com relação aos créditos em geral derivados da legislação do trabalho, o inc. I, primeira parte, do art. 83 da Lei 11.101/05 determinou que tais créditos têm ordem de preferência limitada a 150 salários mínimos por credor. Caso o crédito seja maior, o restante será considerado crédito quirografário, conforme inc. VI, letra “c”, do art. 83 da Lei 11.101/05. COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO Art. 457, CLT Salário base, gratificações legais. Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagem e abonos pagos pelo empregador. O § 2º dispõe que não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% do salário percebido pelo empregado. Por fim, o § 3º estabelece o que se entende por “gorjeta”, que é tanto aquela dada espontaneamente pelo cliente como a cobrada na conta para distribuição aos empregados. * o parágrafo 2º, do art. 457 da CLT, redação da reforma trabalhista, a reforma retirou o abono como natureza salarial. - ABONOS (não tem mais caráter salarial) Os abonos têm a natureza de adiantamentos salariais que são feitos pelo empregador de forma voluntária, a fim de atender a circunstâncias especiais (corrosão do salário pela inflação, por exemplo) e que são compensados no decorrer do contrato de trabalho com os aumentos negociados e compulsórios. O que é o Abono Salarial Instituído pela Lei n° 7.998/90, o Abono Salarial equivale ao valor de, no máximo, um salário mínimo a ser pago conforme calendário anual estabelecido pelo CODEFAT aos trabalhadores que satisfaçam os requisitos previstos em lei. * o parágrafo 2º, do art. 457 da CLT, redação da reforma trabalhista, a reforma retirou o abono como natureza salarial. - ADICIONAIS Existe uma série de adicionais, os quais são pagos tendo em conta a circunstância especial em que o trabalho é prestado. Os adicionais podem ter sua origem jurídica em fontes normativas compulsórias heterônomas ou em fontes normativas negociadas. Adicionais são dados em condições mais onerosas, insalubres, horas extras noturnas... Ex: adicional noturno, adicional insalubre, adicional periculosidade, adicional por transferência de local de serviço, adicional de hora extra... É passível a previsão voluntária de adicionais, seja por intermédio de negociação coletiva (convenção e acordo coletivo de trabalho) ou por ato bilateral (cláusula contratual prevista no contrato de trabalho) ou unilateral do empregador (regulamento de empresa). *é vedado ganhar o adicional de insalubridade e periculosidade, podendo optar apenas por um. ADICIONAL DE HORA EXTRA Percentual mínimo de 50% sobre o valor da hora normal de trabalho, integrado por parcelas de natureza salarial. Isso significa que adicionais superiores podem ser fixados em negociação coletiva ou individual, e, mesmo, por ato unilateral do empregador. Valores inferiores são vedados, sob pena de ofensa à norma constitucional. Ex: se o indivíduo ganha 10 reais a hora, a hora extra dele é 15. Como é feito o cálculo do ganho por hora 44 horas semanais + 30 dias, dividido por 6 dias da semana= 220 Se o salário do indivíduo for 2.200,00, por exemplo 2.200/220= 10 reais a hora acrescenta 50% do valor da hora, que é 5 A hora extra, logo, será 15 10 – hora normal 5 – adicional de hora extra 15 – hora extra 611-A da CLT dispõe que, caso seja pactuada cláusula que reduza o salário ou jornada, a convenção ou acordo coletivo deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo correspondente. 611-B ADICIONAL NOTURNO Segundo o dispositivo, é considerado trabalho em horário noturno o prestado das 22h de um dia às 5h do dia seguinte. Além disso, a hora noturna (art. 73, § 1º, da CLT) é legalmente fixada (ficção legal) em 52min e 30seg. Para o trabalho rural existe diferença no tratamento do horário noturno. Segundo o disposto no art. 7º da Lei 5.889/73, considera-se trabalho noturno o prestado entre as 21h de um dia às 5h do dia seguinte, na lavoura, e entre 20h de um dia e 4h do dia seguinte, na atividade pecuária. Para o trabalho rural não existe a previsão da ficção legal da hora noturna reduzida. Por outro lado, o parágrafo único do art. 7º, acima referido, fixa o adicional noturno para o trabalho rural em 25% sobre a remuneração normal. A cada 7 horas de trabalho noturno, são computadas 8 horas de serviço, Sendo assim, as horas que forem trabalhadas a mais são automaticamente consideradas horas extras, que devem ser pagas normalmente, dentro das normas da CLT. Cálculo com um salário de 2.200,00 + 220 horas mensais = 10 reais a hora No caso: 10 (hora) + 1,2= 12 Ou 10 + 20%= 12 12 reais da hora noturna + 220 horas trabalhadas= 2.640,00 Hora extra noturna: O adicional de hora extra tem o percentual mínimo de 50%, que depende da convenção coletiva adotada pela empresa. Assim, é necessário somar esse percentual aos 20% referentes às horas noturnas. 10 a hora +20% das horas noturnas+50% da hora extra 18 reais a hora https://tangerino.com.br/blog/hora-extra/ https://tangerino.com.br/blog/pequeno-guia-para-calcular-salario-com-horas-extras/ ADICIONAL DE INSALUBRIDADE Este adicional é devido ao empregado que presta trabalhos em condições insalubres, consideradas como tais as que, pela sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham o empregado a agentes nocivos à sua saúde além dos limites de tolerância, fixados em normas regulamentares expedidas pelo Ministério do Trabalho. Eliminação da insalubridade: adoção de medidas que conserve o ambiente e dentro dos limites de tolerância. Utilização de EPI’s que diminui a intensividade do agente agressivo. 10% para grau mínimo 20% médio 40% máximo Art. 611-A Xll da CLT agora permite alteração do grau por negociação. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Atividades de operações perigosas: inflamável, explosivo, energia elétrica Roubos ou outras espécies de violência física: vale para, por exemplo, vigilante. 30% sobre o salário base Súmula 191: I - O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. 1500 salário 450 periculosidade (30%) 250 gratificação ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA O adicional de transferência é devido em caso de transferência provisória do empregado em razão de necessidade do serviço, para localidade diversa da que resultar do contrato. Deve-se ganhar 25% sob o salário. Há a possibilidade de negociação, conforme os termos do art. 611-A COMISSÕES/PERCENTAGENS As comissões e as percentagens são espécies salariais fixadas por produção. O conceito de comissão é mais amplo do que o de percentagens, englobando-as, pois aquelas podem ser estipuladas em valor fixo sobre cada transação ou em percentuais sobre a transação. *São parcelas salariais *Vendas à vista: comissão integral *Vendas à prazo: ganha a comissão parcelada, conforme for o modo da venda (a comissão se dá sob a parcela). *Caso o comprador não pague, a comissão será devida. GRATIFICAÇÕES As gratificações ajustadas compõem o salário, ou seja, têm caráter salarial e repercutindo, portanto, no cálculo de outras parcelas devidas . DÉCIMO TERCEIRO/GRATIFICAÇÃO DE NATAL O 13º salário é devido no valor de uma remuneração mensal (observada a remuneração devida em dezembro), por ano de trabalho para o trabalhador que trabalha o ano todo (13º salário integral); para o trabalhador que não trabalha o ano todo, é devido na proporção de 1/12 por mês, observado o salário do mês de dezembro ou da eventual rescisão, considerando-se a fração de dias igual ou superior a 15, como um mês inteiro (13º salário proporcional). O valordo 13º salário é pago em duas parcelas. A primeira parcela é chamada de adiantamento e corresponde à metade da remuneração do mês anterior ao mês de recebimento. É importante ressaltar que ela não sofre descontos. A segunda parcela, por sua vez, equivale ao salário bruto do mês de dezembro. Somam-se os descontos do adiantamento da primeira parcela, o INSS e o Imposto de Renda. Cálculo: divida seu salário integral por 12 e multiplica o resultado pelos meses trabalhados no ano. *não tem direito ao décimo quem for demitido por justa causa PRÊMIOS Os prêmios, também chamados “bônus”, caracterizam-se como parcelas salariais fixadas com base em critérios relacionados à conduta profissional de um empregado ou de um grupo de empregados que o empregador quer estimular. São, assim, estímulos salariais pagos pelo empregador aos empregados que demonstrem, por exemplo, maior produtividade, assiduidade, pontualidade, etc. São previamente fixados em negociações coletivas, contrato individual, regulamentos de empresa ou outras fontes normativas, nas quais devem estar regradas as condições para o seu pagamento. DIÁRIAS DE VIAGEM E AJUDA DE CUSTO Segundo o § 1º do art. 457 da CLT, as diárias de viagens integram o salário do emprego. Já o § 2º do mesmo dispositivo dispõe que não se incluem no salário as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% do salário percebido pelo empregado SALÁRIO UTILIDADE O art. 458 da CLT dispõe que, além do pagamento em dinheiro, compreendem-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, vestuário, habitação ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou costume, fornecer habitualmente ao empregado. Pode-se perceber, portanto, que o rol de prestações in natura não é fechado, mas meramente exemplificativo. É vedado o pagamento em bebidas alcoólicas e drogas ilícitas PARCELAS REMUNERATÓRIAS Todas essas parcelas remuneratórias, não salariais, são “oportunidades de ganho” que os empregados obtêm em razão da existência do contrato de trabalho. Além do salário pago diretamente pelo empregador, a existência do contrato e a prestação dos serviços, em certas circunstâncias, abrem ao empregado a possibilidade de auferir valores de terceiros. A importância teórica e prática da distinção entre parcelas estritamente salariais e parcelas remuneratórias está centrada na questão do efeito irradiador e multiplicador que tais parcelas têm em outras parcelas devidas em razão do contrato. Com efeito, existem parcelas que são calculadas estritamente sobre os valores salariais, e outras sofrem a repercussão e integração também das parcelas remuneratórias. Assim, pela sua média, estas parcelas remuneratórias deverão ser contabilizadas e repercutir/integrar em outras parcelas devidas como, por exemplo, FGTS, o que, certamente, pressupõe o conhecimento do empregador sobre o seu pagamento e o montante do mesmo. PARCELAS NÃO SALARIAIS Após se ter estudado várias parcelas com natureza jurídica salarial e remuneratória, cabe fazer uma análise de parcelas pagas ou fornecidas em razão do contrato de trabalho que, seja pela sua natureza jurídica (em razão da causa e finalidade do pagamento/fornecimento) ou por força de lei, não têm natureza jurídica salarial ou remuneratória. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS/RESULTADOS A CF de 1988, em seu art. 7º, inc. XI, prevê como um dos direitos fundamentais dos trabalhadores a participação nos lucros ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei. SALÁRIO FAMÍLIA Apesar da denominação “salário-família”, esta parcela não tem caráter salarial, mas, sim, de benefício com caráter previdenciário. Dispõe o inc. XII do art. 7º da CF de 1988 (com a redação dada pela EC 20/98) que os trabalhadores urbanos, rurais e avulsos terão direito ao salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei. VALE TRANSPORTE Não tem caráter salarial. VALE REFEIÇÃO Embora a alimentação fornecida pelo empregador ao empregado possa se caracterizar como salário utilidade (ver, por exemplo, nesse sentido a Súmula 241 do TST), o caráter salarial dessa parcela não se configura se a alimentação é fornecida de acordo com o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Art. 457, p 2º: § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio- alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. STOCK OPTIONS Se caracteriza como “um regime pelo qual uma empresa outorga ao seu empregado o direito de comprar, em uma data futura, ações da empresa por um preço especificado ao tempo em que a opção lhe é conferida, e não ao tempo em que as ações são adquiridas”. PIS-PASEP O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) foram instituídos, respectivamente, pelas Leis Complementares 7 e 8, ambas de 1970, posteriormente sendo regulados pelo art. 239 da CF de 1988 e pela Lei 7.998/90 *Não tem natureza salarial *PIS-PASEP foi extinto, mas o abono do pis continua vigente. ISONOMIA/IGUALDADE SALARIAL Isonomia Salarial, trata-se da lei que protege os trabalhadores de injustiças ligadas a distinções salariais, as quais podem acontecer no pagamento dos salários recebidos por colaboradores que exercem a mesma função trabalhista, mas são remunerados de forma diferente por seus empregados. EQUIPARAÇÃO SALARIAL Equiparação salarial é a equivalência de salários pagos numa mesma função, ou seja, trata- se de um modelo de remuneração a ser seguido, no qual o salário de um profissional com o mesmo cargo serve de comparação para uma vaga na função similar ou área idêntica da empresa. Analisando as várias hipóteses de aplicação do princípio da isonomia/igualdade salarial, cabe começar o estudo pela chamada “equiparação salarial”, na qual um empregado (equiparando) postula receber salários iguais ao de outro empregado (paradigma), ambos empregados do mesmo empregador, pelo fato de exercerem as mesmas atividades e o paradigma receber maior salário do que o equiparando. Fatos que impossibilitam a equiparação salarial – impeditivos, modificativos ou extintivos a) Tempo de trabalho na função não pode ser superior a dois anos b) Trabalhadores readaptados não podem servir como paradigma ACUMULO DE FUNÇÕES Acúmulo de função ocorre quando um trabalhador exerce, além da sua função, atividades de um cargo diferente. Já o desvio de função ocorre quando o empregado é obrigado a exercer função distinta daquela para a qual foi contratado, afeta a outro cargo. COMPOSIÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO – TRABALHO EFETIVO, TEMPO À DISPOSIÇÃO E HORÁRIO IN ITINERE Entende-se, assim, que se compreende na jornada de trabalho o período de tempo em que o empregado se encontra à disposição do empregador, cumprindo ou aguardando ordens, não se computando como jornada as variações no registro de ponto que não excedam cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários (art. 4º c.c. o §1º do art. 58, ambos da CLT). Compõe, ainda, a jornada de trabalho o período despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno quando o empregador fornecer condução e o local de trabalho seja de difícil acesso ou não servido por transporte público regular (§ 2º do art. 58 da CLT). Assim, a jornada de trabalho não se restringe apenas no tempo em que o empregado está efetivamente trabalhando, mas também engloba o período de tempo em que está aguardando ordens, pois se encontra nesse período à disposição do empregador e limitado em sua liberdade de tempo.TRABALHO EM JORNADA NORMAL – SITUAÇÃO GERAL Medida em função de tempo de trabalho. 6 horas de trabalho para trabalhos ininterruptos (art. 7º. XIX) 6 horas x 30 dias= 180 horas Jornada 12x36 – Sumula 444 TST: É válida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. TRABALHO EM JORNADA EXTRAORDINÁRIA (HORAS EXTRAS) – SITUAÇÃO GERAL Trabalho extraordinário ou com horas extras é aquele prestado além dos limites previstos no ordenamento jurídico para a jornada de trabalho. Para os trabalhadores em geral, que não tenham jornada especialmente prevista em lei ou outro instrumento normativo, levando em conta o limite geral de 8h diárias e 44h semanais, as horas trabalhadas além desses limites serão consideradas como trabalho extraordinário (horas extras), que deverão ser acrescidas com, no mínimo, 50% sobre a hora normal de trabalho (art. 7º, XVI, da CF de 1988), salvo se for previsto adicional mais vantajoso. mo horas extras de todas aquelas que ultrapassarem os dois limites, ou seja, são horas extras as que ultrapassarem 8h diárias, como também são horas extras as que ultrapassarem 44h semanais REGIME DE TRABALHO 12X36 Neste caso, a CF autoriza a ultra passagem de 44h semanais. Em 12x36, hora extra é somente após as 12 horas de trabalho. Feriados e prorrogações noturnas já estão incluídas no salário. REGIMES DE SOBREAVISO E PRONTIDÃO Entende-se que, mesmo quando o empregado não precise ficar em sua casa, mas está obrigado a utilizar os referidos equipamentos para fins de chamada ao trabalho, mas não recebe por isso. COMPENSAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO Existem dois regimes de compensação, o “semanal ou simples” e o “banco de horas”. O primeiro permite a flexibilização do limite diário de trabalho, desde que observado o limite semanal; o segundo, permite que sejam ultrapassados tanto o limite diário como o semanal, possibilitando que as horas trabalhadas a mais sejam compensadas num prazo superior ao semanal. COMPENSAÇÃO POR MEIO DE BANCO DE HORAS O “banco de horas” é uma espécie de “conta-corrente de horas de trabalho”, havendo créditos quando o trabalhador trabalha além da jornada normal e débitos quando trabalha menos do que a jornada normal. Conforme o § 2º do art. 59 da CLT, o prazo máximo para o acerto entre créditos e débitos das horas é de um ano. Evidentemente, prazos menores são possíveis, tudo dependendo da negociação coletiva entabulada. *compensação: ocorre dentro da semana ou do mês *banco de horas: dentro de 6 meses REGISTRO DA JORNADA DE TRABALHO E ÔNUS DA PROVA O caput do art. 74 da CLT determina que o horário do trabalho dos empregados deve constar em quadro organizado segundo modelo expedido pelo Ministério do Trabalho, o qual deve ser afixado em local visível. É obrigatório o registro de entrada e saída. *empregada doméstica precisa, também, registrar o ponto. JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO Bancários (exceto gerente geral): duração normal do trabalho será de 6h diárias contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados (considerado, salvo acordo em contrário, como dia útil não trabalhado294), perfazendo um total de 30h de trabalho semanais. Acima do limite de 6h diárias, as horas trabalhadas serão consideradas extraordinárias, devendo ser pagas acrescidas do respectivo adicional. Trabalhadores em Serviços de Telefonia e Telegrafia: 6h diárias e 36h semanais. Assim, as horas laboradas além desses limites serão consideradas horas extras, devendo ser acrescidas com o respectivo adicional Músicos Profissionais: 5h diárias, salvo os casos expressamente previstos em lei, computando-se nessa jornada o tempo destinado aos ensaios. Acima deste, serão horas extraordinárias, devendo ser pagas com, pelo menos, 50% de adicional sobre a hora normal de trabalho. Operadores Cinematográficos: operadores cinematográficos têm jornada diária máxima de 6h, assim distribuídas: a) 5h consecutivas de trabalho em cabina, durante o funcionamento cinematográfico; b) 1h para os trabalhos técnicos. Jornalistas Profissionais: não deverá exceder de 5h diárias, tanto de dia como à noite. Por sua vez, o art. 304 da CLT dispõe que a duração normal do trabalho poderá ser elevada a 7h diárias, mediante acordo escrito, em que se estipule aumento de ordenado, correspondente ao excesso do tempo de trabalho, observado um intervalo para repouso e alimentação Professores: O art. 318 da CLT prevê a vedação a que os professores laborem, para um mesmo empregador, mais do que quatro horas-aula consecutivas, nem mais do que seis horas-aula, intercaladas. Ultrapassados esses limites, os excedentes são considerados como horas extras, devendo ser pagas com o acréscimo de, no mínimo, 50% sobre a hora normal de trabalho. Advogado empregado: a jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não poderá exceder de 4h diárias contínuas e de 20h semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva. Motorista Profissional: Empregado doméstico: 8h diária. INTERVALOS INTRAJORNADA E INTERJORNADAS Intervalos Voluntários: O Tribunal caracteriza tais intervalos como computáveis na jornada de trabalho, caracterizando-se como períodos de interrupção contratual. Dessa forma, se o tempo de intervalo concedido for acrescido ao final da jornada de trabalho, deverá ser remunerado como serviço extraordinário (horas extras). INTERVALOS IMPERATIVOS Intervalo interjornadas: entre dois dias de trabalho Intervalo intrajornadas: dentro do mesmo dia de trabalho Intervalo intrajornada para repouso e alimentação: qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de 6h, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso e alimentação. Intervalos intrajornada especiais: previsto no art. 72 da CLT que prescreve que nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90min de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10min não deduzidos da duração normal do trabalho. EMPREGADOS EXCLUÍDOS DO REGIME DE DURAÇÃO DO TRABALHO – O ART. 62 DA CLT TRABALHO NOTURNO O inc. IX do art. 7º da CF de 1988 prevê que o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno. Reconhece, assim, expressamente, que o trabalho noturno, por esta única condição, exige maior esforço em sua prestação, importando em maior desgaste físico e mental para os empregados. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO E OS FERIADOS O inc. XV do art. 7º da CF de 1988 prevê que os trabalhadores têm direito ao repouso semanal remunerado, preferentemente aos domingos. O mesmo se aplica aos empregados domésticos, conforme o parágrafo único do art. 7º da CF. A CF de 1988, portanto, elevou o direito ao repouso semanal remunerado, em nosso ordenamento jurídico, ao patamar de direito fundamental, estabelecendo que, preferencialmente, este dia de descanso remunerado deverá dar-se nos domingos. FÉRIAS ANUAIS REMUNERADAS As férias são um direito fundamental dos trabalhadores, estando previstas no instrumento básico relativo aos direitos humanos, que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, cujo art. 24 estabelece que toda pessoa tem direito a férias periódicas remuneradas. Por seu turno, o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), ratificado pelo Brasil, estabelece em seu art. 7º, letra “d”: CONCEITO E DIRETRIZES BÁSICAS DO DIREITO ÀS FÉRIAS – a anualidade para adquirir o direito, pois só após 12 meses de vigência do contrato de trabalho é que o empregado adquire o direito de gozar as férias em período subsequente; – a remunerabilidade, pois durante as férias é assegurada a remuneração integral aoempregado, como se de tempo de serviço efetivo fosse (cabendo mencionar, ainda, o acréscimo de 1/3 previsto constitucionalmente); – a continuidade, pois o fracionamento da duração das férias sofre limitações, até para poder alcançar efetivamente os seus objetivos; – a irrenunciabilidade, pois as férias são um direito irrenunciável, fazendo parte das normas de ordem pública; – a proporcionalidade, pois as férias são adquiridas em observância à vigência do contrato de trabalho, havendo redução em casos de faltas injustificadas ao trabalho, bem como devendo ser pagas em dinheiro na extinção do contrato proporcionalmente aos meses trabalhados. PERÍODO AQUISITIVO E DURAÇÃO DAS FÉRIAS A CF de 1988, conforme já afirmado, garante aos trabalhadores o direito a férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. Assim, o art. 129 da CLT, que preceitua o direito de férias anuais sem prejuízo da remuneração, deve ser interpretado no sentido de que essa remuneração será acrescida de pelo menos um terço a mais do que o salário normal PERÍODO CONCESSIVO Se o período aquisitivo é aquele no qual o empregado adquire o direito de férias, o período concessivo de férias, por seu turno, é o período de tempo no qual o empregado faz jus a gozar o direito de férias, ou seja, o período fixado pelo ordenamento jurídico para que o empregador cumpra com sua obrigação de possibilitar ao empregado gozar as férias. Nos termos do disposto no art. 134 da CLT, as férias são concedidas por ato do empregador num só período, nos 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito355 . Portanto, após o empregado trabalhar durante o período aquisitivo do direito, haverá o período para que goze do direito adquirido, que é o período concessivo, ou seja, os 12 meses subsequentes à aquisição do direito. REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS O inc. XVII do art. 7º da CF de 1988 prevê que a remuneração das férias deve ser igual à remuneração normal do empregado, acrescida de um terço. Assim, a remuneração do empregado durante as férias deve ser a mesma de quando está em serviço, observada a remuneração do dia da concessão das férias, e sobre a remuneração normal deve ainda haver o acréscimo de um terço. EFEITOS DA CESSAÇÃO DO CONTRATO As “férias vencidas” são as que dizem respeito a período aquisitivo completo de férias, de tempo de vigência do contrato de trabalho suficiente para incorporar o direito de férias ao patrimônio jurídico do empregado (direito adquirido), mas que ainda não foram concedidas pelo empregador (não foram gozadas). Neste caso, a regra geral é que o empregado, pouco importando o motivo da cessação do contrato de trabalho, tem o direito ao pagamento do valor correspondente às férias, em dobro ou simples – em dobro, quando já decorrido o período concessivo, sem que lhe tenha sido concedido o direito; simples, quando não decorrido o período concessivo. PRESCRIÇÃO O art. 149 da CLT dispõe que a prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remuneração é contada do término do prazo mencionado no art. 134 (período concessivo) ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho. FÉRIAS COLETIVAS As férias coletivas podem ser utilizadas como um instrumento para o enfrentamento de transtornos (crises) de produção/circulação, cabendo ao empregador o seu gerenciamento. As férias coletivas estão reguladas no art. 139 e ss. da CLT. Férias coletivas são as que podem ser concedidas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. Neste tipo de férias também é possibilitado o fracionamento em até dois períodos, desde que nenhum deles seja menor do que dez dias. FÉRIAS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS A Lei Complementar 150/2015 regulou o direito de férias dos empregados domésticos. Com efeito, o art. 17 da Lei Complementar prevê que o empregado doméstico terá direito a férias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias, salvo no caso do contrato de regime de tempo parcial (previsto do art. 3º da Lei), com acréscimo de, pelo menos, um terço do salário normal, após cada período de 12 (doze) meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família. Como se vê, não existe previsão de diminuição dos dias de férias em razão de faltas injustificadas ao trabalho.
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