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EMPRESARIAL III - VA2 ESTUDO DIRIGIDO

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CAIRO LIEVORE
EMPRESARIAL III - VA2 – ESTUDO DIRIGIDO
Belo Horizonte
2021
1. O que é crédito? Qual a sua função? Explique.
A palavra crédito pode apresentar três sentidos importantes, quais sejam: moral, jurídico e econômico.
Sentido moral da palavra crédito: traduz-se na situação de confiança, ou seja, quando alguém possui crédito com outra.
Sentido jurídico da palavra crédito: Aqui se encontra um sentido importante, ou seja, crédito é o direito que o sujeito ativo tem de exigir a prestação do sujeito passivo.
Sentido econômico da palavra crédito: Crédito é troca de um bem presente (prestação presente) por um bem futuro ausente.
Salienta-se que o sentido moral e, principalmente, o sentido econômico são fáceis de serem assimilados, mesmo para quem nunca teve oportunidade de estudar economia.
2. Explique	as	diferenças	entre	o	direito 	existente num documento comum e o direito existente num título de crédito.
Pode-se dizer que o título de crédito se distingue dos demais documentos em três aspectos. Primeiro é que não se documenta num título de crédito nenhuma outra obrigação, de dar, fazer ou não fazer. A segunda diferença está ligada à facilidade na cobrança do crédito em juízo. E terceiro, é que o título de crédito ostenta o atributo da negociabilidade, ou seja, está sujeito a certa disciplina jurídica, que torna mais fácil a circulação do crédito, a negociação do direito nele mencionado.
3. O que são títulos executivos extrajudiciais? E judiciais?
De acordo com o Art. 784 do CPC, são títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Por outro lado, artigo 515, do CPC dispõe que: São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
4. Economicamente pode-se se afirmar o crédito possui dois elementos fundamentais: confiança e tempo. Explique cada um destes elementos bem como enumere as garantias (admitidas no ordenamento jurídico) que podem existir no elemento confiança. Explique.
Dentro do elemento confiança, pode se destacar a fiança, que é a garantia pessoal dada pelo fiador (quem afiançou) e que se responsabiliza em nome do afiançado (o abonado). Ainda também, podemos destacar o Aval, que é a garantia pessoal de pagamento de um Título de Crédito dada por terceiro (avalista), pessoa física ou jurídica, ao emitente devedor ou endossante (avalizado).
5. O que é cartularidade? Explique.
O princípio da cartularidade informa que os títulos de crédito devem ser materializados em papel, em uma cártula.
Assim, a cartularidade ou incorporação significa que o título é o sinal imprescindível do direito, isto é, a posse do título é a condição mínima para o exercício do direito nele mencionado, só quem possui o documento pode exigir o cumprimento do direito documentado. O documento é, pois, fundamental (necessário) para o exercício dos direitos nele mencionados.
6. O que é autonomia? Explique.
Pelo princípio da autonomia compreende-se que as relações jurídicas que podem existir no título são autônomas entre si. Sendo assim, a partir do momento em que o título é criado, cada relação que surge entre os vários intervenientes é concebida como autônoma em relação às demais. E deve ser assim, pois, um título pode dar margem a diversas relações jurídicas sem que haja qualquer vinculação ou conhecimento por parte dos intervenientes originários.
O princípio da autonomia é mitigado quando se insere na cártula a relação jurídica de base. Assim, todos aqueles que receberem o título, por força da literalidade, terão conhecimento da relação jurídica subjacente e, consequentemente, o título a ela está vinculado.
7. O que é abstração? Explique.
O subprincípio da abstração se refere ao desprendimento do título da causa que lhe deu origem, ou seja, da relação subjacente. Essa característica surge quando o título circula e chega a terceiro que não participou da relação causal originária. Assim, é possível dizer que o título entra em um nível de abstração por não mais se identificar com a relação subjacente. Nesse sentido, surge a ideia de independência, que se refere ao fato de que o título de crédito é o bastante para se exercer o direito nele contido. Portanto, a compreensão é a de que o título de crédito não se integra, não surge e não resulta de outro documento.
8. O que é literalidade? Explique.
O princípio da literalidade prescreve que o direito creditício é exercido nos exatos limites do conteúdo da cártula. Para fins cambiários, apenas o que está descrito na cártula é válido. Nenhum direito a mais é exercido e nenhum interveniente é incluído na relação cambiária, obrigando-se cambiariamente aqueles que no título já figuram ou dele tem posse.
A literalidade pressupõe declarações cambiárias relativas ao crédito existente no título, significando dizer que o teor do título é o que se considera para identificar os requisitos de validade, os intervenientes cambiários, o crédito e os demais direitos e obrigações que devem constar do título. A conclusão é a de que aquilo que não está no título, a ele não se incorpora.
9. Explique o subprincípio da inoponibilidade das exceções pessoais.
A inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé constitui uma garantia ao terceiro que, estranho à relação originária, recebe o título de crédito. Deve o terceiro ser tutelado justamente pelo fato de que a razão de ser do título de crédito é a circulação de riqueza. Assim, para este terceiro ser tutelado ao receber um título, ele deve ter a garantia de que nenhuma exceção pessoal lhe possa ser oposta. A importância da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé eleva essa garantia ao status de princípio para alguns autores.
10. Quais as diferençasentre aval e fiança? Explique.
	
AVAL 
	
FIANÇA 
	Declaração unilateral 
	Pressupõe duas vontades 
	Natureza cambiária 
	Natureza contratual 
	Só pode ser prestado em títulos de crédito 
	Pode ser prestada em qualquer obrigação 
	Pela natureza cambiária – aplicação dos princípios do direito cambiário: literalidade, autonomia, abstração. 
	Não obedece aos princípios do direito cambiário 
	Deve estar escrito no próprio título (literalidade). 
	Pode ser prestada em qualquer documento. 
	Obrigação do avalista é autônoma em relação ao do avalizado (obrigações distintas). 
	Seguirá a sorte da obrigação principal – há uma única obrigação do devedor e do fiador (ex. obrigação nula contamina a fiança). 
	Avalista é devedor solidário – deve cumprir a obrigação ainda 
	Na fiança, em regra, há benefício de ordem (art. 827) – fiador pode indicar os bens do devedor 
11. Qual é a função precípua dos títulos de crédito? Explique 
A função primordial dos títulos de crédito é a de facilitar e agilizar a circulação de riquezas, permitindo o melhor desempenho das atividades econômicas. Os títulos de crédito se destinam “a tornar mais simples, rápida e segura a movimentação de bens e direitos”. (TOMAZETTE, 2017, p. 35).
12. O que é endosso? Qual sua função? Explique.
Disposto no artigo 11 a 20 da LUG, o endosso é a declaração cambial eventual e sucessiva por meio da qual o seu signatário transfere o título e se torna, em regra, devedor indireto do título. É o meio específico de transferência de título de crédito. 
 
13. são os tipos de endosso? Explique.
Existem várias modalidades de endosso, sendo destacáveis, o endosso em branco, endosso em preto.
O endosso em branco é aquele que, para sua caracterização, demanda apenas a assinatura do endossante, sem a indicação do endossatário. Tal modalidade de endosso deve ser feita no verso do título, pois a simples assinatura na face da cártula presume-se aval. Por sua vez, o endosso em preto é aquele em que o endossante, ao endossar, identifica o nome do endossatário. Esse endosso pode ser levado a efeito no verso ou na face do título.
Além das modalidades de endosso em branco e em preto, tem-se uma gama de espécies de endosso, sendo elas o endosso-procuração, endosso-caução, endosso fiduciário, o endosso tardio e o endosso sem garantia.
O endosso-procuração, também chamado de endosso-mandato, consiste na transferência da cártula para que o endossatário possa cobrá-la em nome do endossante. Nesse sentido, o endossatário não se torna proprietário da cártula e tampouco possui a disponibilidade do crédito. Em verdade, ao receber o título por endosso-procuração o endossatário age como mero procurador para receber e dar quitação pelo pagamento do título.
Para caracterizar o endosso procuração, basta ao endossante inserir no título expressão correlata a “endosso por procuração a fulano de tal”, “endosso de valor a cobrar por fulano de tal”, “para cobrança por fulano de tal”, “por procuração a fulano de tal”, etc..
Considerando que o endossatário age por procuração, não exercendo um direito próprio de crédito, os coobrigados só podem invocar contra este mandatário as exceções que eram oponíveis ao endossante, não sendo admitidas eventuais exceções contra o endossatário-mandatário por si.
Vale destacar que o mandato pode ser revogado ou renunciado, sempre por escrito na cártula, restando claro que o pagamento ao endossatário-mandatário com o consequente repasse dos valores para o endossante equivale à liberação endossatário-mandatário de seu mandato.
O endosso-caução, também conhecido como endosso-garantia ou endosso-penhor, consiste na transferência via endosso de um título de crédito como garantia de outra obrigação anteriormente assumida. Veja-se que não se trata de emissão de um título para garantir outra obrigação, mas trata-se aqui de transferir um título, cujo portador e endossante é credor, para terceiro, de modo a garantir perante este, outra obrigação assumida entre estes, endossante e endossatário.
Por certo, o endossatário pode exercer todos os direitos inerentes ao título de crédito, porém, na qualidade de procurador, posto que o título lhe foi passado em garantia.
Por sua vez, o endosso fiduciário equivale a garantia. Considerando que o título de crédito é uma coisa móvel, certamente pode ser objeto de alienação fiduciária em garantia. Nesse caso teremos o endosso fiduciário, por meio do qual o credor fiduciário tem o domínio da coisa alienada até a liquidação da dívida pelo título garantida.
O endosso tardio, também conhecido como endosso póstumo, é aquele feito depois do vencimento do título. Os efeitos desse endosso podem variar. Caso o endosso tardio seja feito antes do protesto, remanescem os mesmos efeitos característicos do endosso. Contudo, o endosso feito posteriormente ao protesto por falta de pagamento ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, seus efeitos serão de uma cessão ordinária de crédito.
Vale destacar que no endosso sem data, deve-se presumir que fora feito antes de expirado o prazo fixado para se efetivar o protesto.
Por fim, o endosso sem garantia consiste no endosso levado a efeito pelo endossante, com a efetiva transferência do título, porém não assumindo a qualidade de devedor de regresso. Para tanto, deve ser inserido no título a expressão, “sem garantia”.
14. Qual a diferença entre cessão e endosso? Explique.
O endosso é a forma própria de transferência dos títulos de crédito. A cessão de créditos objetiva a transferência de qualquer tipo de crédito, inclusive títulos.
O endosso é uma declaração unilateral de vontade, ao passo que a cessão é bilateral, isto é, depende do encontro de duas vontades. Formalmente, o endosso é literal, isto é, deve ser escrito no próprio documento, ao passo que a cessão pode ser efetuada de qualquer modo. Além disso, o endosso independe de qualquer comunicação ao devedor, enquanto a cessão de créditos só produz efeitos quando notificada ao devedor (CC – art. 290).
Além dessas diferenças de forma e procedimento, existem diferenças quanto aos efeitos dos dois institutos. No endosso, o endossante, em regra (LUG – art. 15), responde pela aceitação e pelo pagamento, isto é, caso não haja o aceite ou não haja o pagamento, ele poderá ser compelido a pagar a obrigação. Já na cessão de crédito, o cedente, em regra, responde apenas pela existência do crédito, não assumindo maiores responsabilidades pelo pagamento do crédito (CC – art. 296).
No endosso, o devedor não pode alegar contra o endossatário de boa-fé exceções pessoais referentes ao endossante. O endossatário recebe um direito emergente do título e não o direito do endossante, logo, ele está imune às defesas que seriam oponíveis ao endossante.
Problemas dos credores anteriores não afetam o direito do endossatário, isto é, ele receberá um direito autônomo e abstrato e não o mesmo direito que o endossante possuía. O fato de o endossante não poder receber o título não afeta o endossatário, pois o seu direito de crédito é novo e completamente desvinculado do direito do endossante.
De outro lado, na cessão de créditos, o devedor pode opor ao cessionário as exceções pessoais ligadas a ele, bem como aquelas exceções pessoais atinentes exclusivamente ao cedente, no momento em que tomou conhecimento da cessão (CC – art. 294). Na cessão, a transferência do crédito não pode fazer o cessionário adquirir uma posição jurídica maior ou diferente daquela do cedente. Assim, se o cedente não teria direito de receber o título, o cessionário também não terá direito de receber o crédito. (TOMAZETTE, 2017, p. 156).
15. A Lei Uniforme de Genebra (LUG) consagra que os títulos de crédito possuem o requisito autonomia? Explique citando o artigo da Lei de houver.
Embora a Lei Uniforme de Genebra (LUG) não consagre explicitamente o princípio da autonomia dos títulos de crédito em seu art. 1º, que dispõe acerca dos requisitos das letras de crédito, o Código Civil/02 em seu artigo 887, traz que: “O título de crédito, documento necessário ao exercíciodo direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. É importante ressaltar que a previsão do Código Civil não vai contra a LUG, mas está de acordo com o art. 28 do Tratado Internacional, que versa acerca da obrigatoriedade do pagamento das letras de crédito.
16. Explique a possibilidade de ressalva ao o subprincípio da inoponibilidade das exceções (defesas) pessoais.
Uma possibilidade de ressalva ao subprincípio da da inoponibilidade das exceções (defesas) pessoais se dá em caso do título que não tenha circulado, o devedor poderá se opor a seu pagamento por exceções pessoais, já que, por mais abstrato que o título seja, ele guarda consonância com o mundo real. Por uma opção sistêmica esta consonância com o mundo real não pode ser reclamada em relação a terceiros de boa-fé, mas, em relação às partes originárias, não resta dúvida de que a pessoalidade possa ser alegada.
17. Existe diferença entre o requisito da autonomia antes da circulação e após a circulação do Título de Crédito? Explique.
Sim, pois apesar do título ser autônomo e apontar que os direitos decorrentes do título independem do negócio que deu origem ao seu nascimento essa autonomia não é absoluta pois só é justificada quando o mesmo se encontre circulando, em mãos de possuidor de boa-fé, ou seja quando o título não entrou em circulação ainda pode se exigir a devolução dele propriamente dito no ato da quitação.
18. Quais são teorias sobre a origem dos títulos de crédito? Explique pelo menos uma.
Dentre as várias teorias relativas aos títulos de crédito, destacam-se duas delas, a Teoria da Criação e a Teoria da Emissão.
Pela Teoria da Criação, o direito de crédito surge da criação do título. Por esta teoria o criador do título fica vinculado a sua assinatura e a vontade de dispor do seu patrimônio, obrigando-se para o futuro em face de um credor eventual. Essa teoria é criticada, pois, um título criado, mas não emitido, teria plena validade, o que pode conferir valor ao um título criado, não emitido, mas que eventualmente esteja em mãos erradas. Essa teoria despreza, portanto, a vontade do subscritor, pois bastaria a criação do título para que assuma a obrigação.
Para a Teoria da Emissão, a simples criação do título não pode gerar direito algum, salvo se depois de criado o título for posto em circulação, ou seja, emitido voluntariamente. Neste caso, se o título for posto em circulação de forma fraudulenta, não há que se falar em obrigação por parte do criador do título.
No Brasil, não foi adotada uma teoria, mas sim se fundiram ambas as teorias. As características obtidas a partir da legislação é de que o título constitui uma declaração unilateral de vontade sucedida da emissão voluntária do título.
19. Explique a classificação dos títulos de crédito quanto à circulação.
Os títulos podem ser classificados quanto ao seu modo de circulação. Assim, tem-se títulos que se classificam como títulos ao portador, nominativos ou títulos à ordem.
Os títulos classificados como ao portador são aqueles que não trazem no seu contexto a indicação do beneficiário e que, portanto, podem circular facilmente pela tradição. A titularidade, ou seja, o direito de crédito expresso no título de crédito é presumido daquele que detém sua posse. Esse título circula com agilidade e aquele portador que não figura como interveniente cambiário, embora tenha a posse do título e o transfira para terceiro, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do título, salvo se agir de má-fé e causar danos a terceiros, nos termos da legislação civil. Contudo, cambiariamente não é responsável, pois obrigação cambiária apenas se assume assinando o título.
Outra modalidade de classificação quanto ao modo de circulação se refere aos títulos nominativos. Os títulos assim classificados trazem em seu contexto o nome do beneficiário e circulam de forma cambiária pelo endosso, se houver cláusula à ordem.
Por sua vez, a classificação como título de crédito à ordem revela a inserção da cláusula à ordem na cambial. Esses títulos trazem em seu contexto o nome do beneficiário, mas permitem que este transfira o título para terceiro mediante o endosso. Em regra, ao transferir por endosso, o beneficiário se torna devedor de regresso, o que não ocorre com aquele que tem a posse de um título emitido ao portador. Este não apõe qualquer assinatura no título, ao passo que o beneficiário do título nominativo com cláusula à ordem, para fazê-lo circular, necessita assinar como endossante e, geralmente, assume a posição de devedor indireto do título.
20. Dê o nome e explique todos os possíveis subscritores de uma Letra de Câmbio.
Sacado que é contra quem se emite o título de credito. Endossante ou endossador é o tomador que transfere sua titularidade, tornando-se coobrigado ao devedor. Cedente que é quem transfere a titularidade mediante cessão civil. Avalista que é aquele que se obriga como garantidor ao credito expresso no título em nome de um devedor ou de um coobrigado.
21.Em relação às pessoas que podem existir na Letra de Câmbio identifique as declarações cambiárias, bem como as classifique quanto: à responsabilidade, criação, circulação, obrigatoriedade/necessidade. Explique. 
O sacador, sacado e tomador têm, na letra de câmbio possuem posições definidas e variadas. E, ao participarem do título, assumem direitos e obrigações autônomas (não dependentes dos demais direitos ou obrigações dos que estão vinculados à letra), sacado e tomador podem ser a mesma pessoa física ou jurídica que deu a ordem (sacador). Não regesse o título o princípio da autonomia das obrigações cambiárias,é certo que isso não seria possível; mas, como a figura e a responsabilidade do sacador, do tomador e do sacado divergem, pode, uma mesma pessoa, física ou jurídica, constar na letra como aquele que dá a ordem (sacador), beneficiário da letra (tomador) e o indicado para cumprir a ordem dada (sacado).
22.Qual a diferença entre saque e emissão? Explique.
Saque é a emissão de um título de crédito, o seu ato de criação, e, dessa forma , quem realiza essa emissão é chamado sacador do título. Assim, saque é o ato de emissão da letra de câmbio. Após esse ato, o tomador pode procurar o sacado para receber do mesmo a quantia devida. 
23.O que são declarações cambiais? Explique.
O aceite, o endosso e o aval são declarações cambiárias eventuais ou sucessivas, na medida em que não precisam existir em um título.
Todas essas declarações de vontade que se fazem no título são chamadas de declarações cambiais.
24. Qual a responsabilidade das pessoas que assinam um título de crédito. E do sacado? Explique.
A responsabilidade é uma garantia pessoal dada por um terceiro em título de crédito (a exemplo da nota promissória, letra de câmbio, duplicata e cheque, entre outros), no qual se obriga, ao lado do emitente do título, a satisfazer o crédito, ou seja, a pagar a dívida descrita literalmente na cártula. O sacador assume uma posição de devedor, de forma a garantir o cumprimento da ordem de pagamento que ele próprio formulou.
25. O que é aceite? Explique.
O aceite é a declaração cambial eventual e sucessiva por meio da qual o seu signatário aceita a ordem que lhe foi dada pelo sacador, e se torna devedor direto do título.
O aceite consiste na aposição da assinatura do sacado, contra quem a ordem foi dirigida, aquiescendo com tal ordem com uma expressão equivalente a “aceito”. Portanto, a declaração se denomina de aceite, pois ao aceitar a ordem de pagamento que lhe foi dada, o sacado passa a ser devedor principal do título. A apresentação para o aceite deve ser feita até a data de vencimento.
26. O aceite pode ser recusado? Explique.
O sacado pode recusar o aceite, total ou parcialmente. Uma vez recusado o aceite, ocorre o vencimento antecipado, que pode ser provado pelo protesto por recusa de aceite. Com a recusa do aceite, tácita ou expressa, o sacado não se torna devedor do título e, automaticamente, ocorre o vencimento do título que passa a ser exigível dos codevedores.27. O aceite pode ser cancelado? Explique.
O aceite conferido pelo sacado pode ser cancelado. Para tanto, antes de devolver a letra ao portador, deve o sacado riscar o aceite dado. Havendo o risco no aceite, presume-se que tal risco foi realizado pelo sacado antes da devolução da cártula. Contudo, cabe prova em contrário.
28. O que é aceite por intervenção? Explique.
A lei faz previsão de que um terceiro, estranho à relação cambial, nela intervenha para aceitar em nome de algum obrigado cambiário a ordem de pagamento. Este aceite por intervenção tem a finalidade de honrar o nome de algum interveniente cambiário. O aceitante por intervenção fica obrigado para com o portador e endossantes posteriores ao seu aceite como se fosse a pessoa por quem interveio.
29. O que significa cláusula não aceitável?
O emitente da letra pode inserir no seu contexto a denominada cláusula “não aceitável”. Por esta cláusula, o beneficiário não pode apresentar o título para aceite, mas apenas para o pagamento.
A justificativa de tal cláusula pode repousar na impossibilidade de se ter um título com vencimento antecipado em razão da recusa do aceite por parte do sacado. Assim, considerando que o título não pode ser levado para aceite, também não pode haver sua recusa, logo não há vencimento antecipado por recusa de aceite.
30.Caso Prático: JOSÉ ajuíza Execução por Quantia Certa Contra Devedor Solvente em face de MARCELO. A execução em questão encontra-se arrimada em um boleto de cobrança. Além disso, JOSÉ afirma na petição inicial que o documento aponta um débito no valor de R$100.000,00 (cem mil reais), contudo, a dívida é muito superior, razão pela qual o quantum cobrado monta a quantia de R$200.000,00 (duzentos mil reais). Diante do exposto pergunta-se: Você, na qualidade de advogado de MARCELO, o que alegaria na defesa de seu cliente (RESPONDER COM BASE NOS PRINCÍPIOS CAMBIÁRIOS, EXPLICANDO CADA UM DAQUELES QUE VOCÊ ENTENDER COMO APLICÁVEIS AO CASO DA QUESTÃO).
 
Cabe alegar preliminarmente a inépcia da petição inicial, uma vez que não cabe ação de execução, pois para que haja a distribuição da ação de execução, José deveria ter apresentado uma duplicata com o devido Aceite. 
Além disso, o Art. 887 do Código Civil dispõe que: “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. A execução em questão encontra-se arrimada em um boleto de cobrança. O Art. 784 do CPC, traz a relação dos títulos executivos extrajudiciais, não sendo o boleto um título executivo.
Ademais, cabe citar aqui, os princípios do direito cambial cabíveis ao caso, que saõ: cartularidade, literalidade e autonomia. 
JOSÉ afirma na petição inicial que o documento aponta um débito no valor de R$100.000,00, contudo, a dívida é muito superior, razão pela qual o quantum cobrado monta a quantia de R$200.000,00. O princípio da literalidade prescreve que o direito creditício é exercido nos exatos limites do conteúdo da cártula. Para fins cambiários, apenas o que está descrito na cártula é válido.
De acordo com o princípio da cartularidade, os títulos de crédito devem ser materializados em papel, em uma cártula. Assim, a cartularidade significa que o título é o sinal imprescindível do direito, todavia, como dito, o boleto não é título de crédito.
Por fim, pelo princípio da autonomia, as relações jurídicas que podem existir no título são autônomas entre si. Sendo assim, a partir do momento em que o título é criado, cada relação que surge entre os vários intervenientes é concebida como autônoma em relação às demais. No caso em tela, não existe autonomia por não haver um título de crédito válido.

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