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GESTÃO DE CUSTOS II A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo, e com polos distribuídos por todo o país. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Alessandra Simão Gestão de Custos II / SIMÃO, A - Multivix, 2022 Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2021 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA QUADROS UNIDADE 1 Quadro 1 – Comparação custeio padrão e custo Kaizen 27 UNIDADE 2 Quadro 1 - Custos indiretos por departamento 40 Quadro 2 - Rateio do custo indireto da gerência 40 Quadro 3 - Rateio do custo indireto da manutenção 41 Quadro 4 - Rateio do custo indireto do Almoxarifado 42 Quadro 5 - Horas trabalhadas na prensa e usinagem 42 Quadro 6 - Rateio do custo indireto aos produtos 43 Quadro 7 - Resumo de custos dos departamentos auxiliares 44 Quadro 8 - Resumo dos custos dos Departamentos de Produção 44 Quadro 9 - Resumo custos dos produtos A e B 44 Quadro 10 - Apropriação de custos indiretos baseado nos custos diretos 49 Quadro 11 - Cálculo dos custos indiretos individualmente 53 UNIDADE 4 Quadro 1 - Comparativo de faturamento 75 Quadro 2 - Exemplo da empresa XYZ 78 Quadro 3 - Margem de contribuição 83 Quadro 4 - Margem de contribuição 84 Quadro 5 - Percentual de vendas 84 Quadro 6 - Margem de contribuição ponderada 85 Quadro 7 - Produção mensal e preço unitário 91 Quadro 8 - Tempo de produção 91 Quadro 9 - Custos diretos 92 Quadro 10 - Custos indiretos 92 Quadro 11 - Atividades relevantes 93 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Quadro 12 - Levantamento dos custos por atividade 94 Quadro 13 - Levantamento dos direcionadores de custos 95 Quadro 14 - Direcionadores de custos das atividades 96 Quadro 15 - Custos unitários por produto 97 Quadro 16 - Quadro resumo 98 UNIDADE 5 Quadro 1 - Exemplo de variação do CIF 107 Quadro 2 - Exemplo de Custo Real unitário. 108 Quadro 3 - Variação entre custo-padrão e custo real 108 Quadro 4 - Exemplos de variações 109 Quadro 5 - Exemplos de variação de quantidade e preço 109 Quadro 6 - Exemplos de cálculo de variação da MOD 110 Quadro 7 - Exemplos de cálculo de variação no CIF 110 Quadro 8 - Exemplos de cálculo de variação no volume 110 Quadro 9 - Exemplos de cálculo de variação de eficiência e custo 111 Quadro 10 - Exemplos de análise de condições mercadológicas 112 Quadro 11 - Exemplos de orçamento de caixa 117 Quadro 12 - Dados para análise de cálculos do total de recebimentos no caixa 119 Quadro 13 - Dados para análise orçamento de caixa 119 UNIDADE 6 Quadro 1 - Características dos custeios. 133 Quadro 2 - Comparação da apuração do resultado. 134 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 Figura 1 – Níveis organizacionais 22 Figura 2 – Processo do custo-metas 30 Figura 3 – Fases para determinação do custo-alvo 32 UNIDADE 2 Figura 1 - Etapas 47 Figura 2 - Passos 48 Figura 3 - Simulação de gastos da Empresa ABC 48 Figura 4 - Contabilização dos custos 50 Figura 5 - Contabilização dos custos conforme quadro 51 Figura 6 - Contabilização dos custos conforme quadro 9 52 UNIDADE 3 Figura 1 - Etapas de implementação da UEP 64 Figura 2 - Etapas de operacionalização da UEP 69 UNIDADE 4 Figura 1 - Estrutura dos gastos fixos 74 Figura 2 - Representação gráfica do ponto de equilíbrio 79 Figura 3 - Estrutura do custeio ABC 89 UNIDADE 6 Figura 1 - Os custos da Qualidade e não Qualidade 137 Figura 2 - Desempenho real aquém da satisfação do cliente. 139 Figura 3 - Itens pertencentes aos custos da qualidade 139 Figura 4 - Mapas de controle 143 Figura 5 - Exemplo de Diagrama de Pareto 144 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 9 1. GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS 11 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 11 1.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS 11 1.2 PRINCIPAIS MODELOS DE GEC 22 2. MÉTODODOS CENTROS DOS CUSTOS 31 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 31 2.1 O ESQUEMA DE DEPARTAMENTALIZAÇÃO 31 2.2 MÉTODO DE CENTRO DE CUSTOS 41 3. MÉTODO DA UEP 53 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 53 3.1 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS DO MÉTODO DA UNIDADE DE ESFORÇO DE PRODUÇÃO (UEP) 54 3.2 MÉTODO UEP 63 4. GESTÃO DE CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÃO 69 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 69 4.1 ANÁLISE DE CUSTO, VOLUME E LUCRO 69 4.2 CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES 81 5. GESTÃO DE CUSTOS PARA CONTROLE E PLANEJAMENTO 98 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 98 5.1 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE CUSTOS 98 5.2 CUSTO-PADRÃO 99 5.3 VARIAÇÕES DE CUSTOS 102 5.4 CUSTO META 107 5.5 CUSTO E CONTROLE 108 5.6 CONTROLE, CUSTOS CONTROLÁVEIS E CUSTOS ESTIMADOS 116 1UNIDADE 2UNIDADE 3UNIDADE 3 4UNIDADE 5UNIDADE 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6. TEORIA DAS RESTRIÇÕES 120 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 120 6.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS: PRINCIPAIS CONCEITOS 120 6.2 FINALIDADES E OBJETIVOS DA TOC 124 6.3 COMPARAÇÃO ENTRE OS CUSTEIOS DE ABSORÇÃO, VARIÁVEL E TOC 127 6.4 QUALIDADE, TEMPO E A TEORIA DAS RESTRIÇÕES 131 6.5 TÉCNICAS UTILIZADAS PARA ANALISAR PROBLEMAS COM QUALIDADE 136 6.6 CUSTOS RELEVANTES, INCERTEZAS E GARGALOS 141 6UNIDADE 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A gestão de custos possui a função de fornecer informações para melhor ges- tão, para auxílio do controle e para tomada de decisão. Como podemos precificar um produto, uma mercadoria ou mesmo um servi- ço se não sabemos quanto custa para produzi-lo? Como podemos tomar de- cisões assertivas na empresa sem um sistema de informação confiável? Com base na gestão de custos, podemos precificar e obter lucro com a atividade de forma a maximizar o lucro e a riqueza da empresa. Com a gestão de custos você vai estudar e aplicar os principais modelos de gestão estratégica de custos, assim como as metodologias contábeis para va- lorar os produtos, as mercadorias, o gasto das atividades, entre outros. UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II > Compreender a importância da Gestão Estratégica de Custos (GEC) na gestão empresarial como fator de criação de valor. > Entender os principais modelos de GEC. 12 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II 1. GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE Esta unidade abordará a Gestão Estratégica de Custos (GEC). A GEC é um método com objetivo de proporcionar melhoria dos processos de aperfeiçoa- mento e criação de valor, com a finalidade de maximizar riqueza, aumentan- do a lucratividade e reduzindo custos gerenciais (PEREZ JÚNIOR, 2011). Conquistar e manter a competitividade de uma empresa é um crescente de- safio dos gestores empresariais na atualidade, sendo a GEC um instrumento que contribui para tal processo. A GEC possui práticas que surgiram como respostas às críticas das ferramentas e metodologias adotadas pela tradicio- nal contabilidade gerencial (PEREZ JÚNIOR, 2011). Um ponto importante que veremos no desenvolver da unidade é que há um ponto em comum nas abordagens, o entendimento de que a gestão de cus- tos passa, também, pela análise dos fatores ambientais externos à empresa. E, assim, nessa perspectiva da GEC, os dados e as informações da contabilida- de gerencial e de custos devem ser mais amplamente considerados. 1.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS A GEC é uma Gestão que une diversas práticas que objetivam tanto o cres- cimento e fortalecimento da empresa, como a busca de melhoria dos pro- cessos e a criação de valor ao cliente, considerando os aumentos nos lucros e redução nos custos. A GEC é essencial para o sucesso de qualquer negócio, independentemente de seu porte, regime tributário ou segmento. É uma ferramenta imprescindí- vel para o processo de tomada de decisões. 1.1.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS E BENEFÍCIOS PARA AS EMPRESAS Inicialmente, conforme Silva e Garbrecht (2016), é necessário compreender a es- sência de cada palavra do termo Gestão Estratégica de Custos. O termo gestão 13 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 estratégica significa assumir uma posição de responsabilidade quanto à elabora- ção, à execução e ao controle de um plano para alcançar uma meta, que envolve o custo empresarial (SILVA; GARBRECHT, 2016). Mas o que é custo? Vale relembrar os conceitos da terminologia de custos antes de nos aprofundarmos na GEC. A contabilidade de custos possui um conjunto de termos que aparentemente podem ser considerados sinônimos, mas na verdade possuem significados distintos. CUSTOS: São todos os gastos relativos à atividade de produção, prestação de serviço e comercialização. Custo é a parte que agrega ao produto, são os gastos efetuados para produzir o produto, prestar o serviço ou comercializar a mercadoria (MARTINS, 2010). Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: A figura representa um gráfico que relaciona custo e lucro. DESPESAS: São os gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas (MARTINS, 2010). Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: A figura representa, com um gráfico e uma caneta, as despesas. 14 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II INVESTIMENTOS: São os gastos com bens ou serviços ativados em razão da sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. Representam a aplicação de recursos em todos os bens e direitos registrados no “ativo” da empresa, que serão baixados pela venda, pelo consumo e pela amortização em futuros períodos (VICECONTI; NEVES, 2013). Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: A figura representa um porco sobre moedas.. PERDAS: • São bens ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária. • As perdas anormais, que independem do processo produtivo, não são previsíveis no processo de fabricação e, por isso, não fazem parte do custo de fabricação. Essas perdas são consideradas despesas do período, afetando diretamente o resultado do exercício (MARTINS, 2010). Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: A figura representa um cifrão afundando na água. De acordo com Martins (2010, p. 217), a GEC designa a integração que deve ocorrer entre os processos de gestão e gestão de custos. Para o autor, essa integração faz-se imprescindível para que as organizações possam sobreviver em um ambiente de negócios crescentemente global e competitivo. Hansen e Mowen (2001, p. 423) entendem que “A gestão estratégica de custos é o uso de dados de custos para desenvolver e identificar estratégias superiores que produzirão uma vantagem competitiva sustentável”. Desde a década de 1990, esse fenômeno vem ocorrendo no Brasil, em consequência principalmente da abertura do mercado. 15 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Uma empresa, para manter-se competitiva e assegurar sua sobrevivência no mercado, precisa de estratégias para redução de custos e maximizar riqueza. É importante que, para alcançar os objetivos e as metas, implante uma GEC, tendo o processo de decisão embasado em recursos estratégicos, auxiliando na diferenciação da empresa quanto aos diversos concorrentes.Com isso, apresenta seu valor e atrai a preferência do consumidor. Junto com a abertura do mercado, verificou-se a utilização de diversas tecno- logias de produção e de gestão empresarial, como just-in-time, total quality control, total quality management, flexible manufacturing system, compu- ter integrated manufacturing, computer aided manufacturing, computer aided design etc., que propiciaram melhorias no âmbito empresarial (MAR- TINS, 2010). Just-in-time: Objetiva atender à demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios. É uma abordagem disciplinada que visa aprimorar a produtividade global e eliminar os desperdícios. Total quality control: Objetiva atender à demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios. É uma abordagem disciplinada que visa aprimorar a produtividade global e eliminar os desperdícios. 16 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II Total quality management: A gestão da qualidade total é uma estratégia usada pela administração, um sistema capaz de integrar diferentes partes de um processo, como desenvolvimento, manutenção e esforços de melhoria da qualidade e dos demais setores. Flexible manufacturing system: Sistema de manufatura com a capacidade de reagir a mudanças inesperadas e relevantes no volume, mistura e data de vencimento dos pedidos. Mas você deve estar se perguntando o motivo disso tudo isso. Pois bem, serve para que a empresa, por meio da GEC, aumente os lucros de forma sustentá- vel no curto, médio e longo prazo, como também alcance e sustente a vanta- gem competitiva. A vantagem competitiva é uma busca constante das empresas porque estar em uma posição privilegiada, apresentando características únicas de serviços e/ou produtos. Michael Porter (1980) esclarece que vantagem competitiva é a capacidade de desempenho de uma empresa em uma ou mais maneiras que os concorrentes não podem ou não pretendem equipara. Um ponto importante que os gestores precisam considerar é que, para sobre- viver nesses mercados cada vez mais competitivos, a empresa deve perseguir e alcançar níveis altos de qualidade, eficiência e produtividade, eliminando desperdícios e reduzindo custos. Dessa forma, faz-se necessário ter informa- ções precisas, tempestivas e atualizadas para um apoio eficaz ao processo decisório. 17 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Para Porter (1980) existem três de estratégias genéricas que possibilitam a vantagem competitiva: Estratégia de Liderança em custos É resultante em permanente e disciplinado controle dos custos, no projeto do produto, sua produção, distribuição e assistência pós-venda. Com essa estratégia obtêm- se a manutenção de preço inferior ao dos concorrentes, sem prejuízo da qualidade e dos serviços ao cliente. Estratégia de Diferenciação Consiste em criar uma singularidade para o produto, visando atender clientes com necessidades específicas. Ou seja, um produto ou serviço com características únicas na percepção de seus clientes, que a possibilite cobrar um preço mais alto sem perder. Estratégia de Foco Consiste na capacidade de atender a um público alvo, de forma mais efetiva do que seus concorrentes que competem em nível amplo e que não tem esse foco de atendimento. Em resumo, para atender as demandas decorrentes da globalização e da adaptação da complexidade das organizações a um ambiente em busca de melhoria contínua da competitividade, desenvolve-se a GEC. Trata-se de uma forma de administrar adotada pelos gestores que assumem a responsabilida- de de elaborar e/ou executar um plano para redução dos dispêndios de um processo produtivo, geralmente desperdício e perdas que ocorrem com os usos dos recursos produtivos. 18 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II 1.1.2 PRINCÍPIOS E PRÁTICAS As principais atribuições da GEC, segundo autores como Martins (2010), é a geração de informações para a tomada de decisões e a mensuração dos im- pactos das estratégias adotadas nos resultados (WERNKE; BORNIA, 2001). Quanto aos princípios, Martins (2010) esclarece que a GEC apresenta uma es- trutura conceitual constituída por uma série de princípios reunidos em três grandes grupos: i. Princípios de custos ii. Princípios de mensuração de desempenho iii. Princípios de investimentos. Sobre os princípios dos custos, Martins (2010, p. 218) destaca […] que os custos relevantes devem ser apropriados, preferencialmente, diretamente aos objetos que se pretende custear; devem ser identificadas bases de alocação que reflitam, adequadamente, as relações de causa e efeito entre os recursos consumidos e as atividades, e entre estas e os objetos que se pretende custear; o custo real deve ser confrontado com o custo-meta; devem ser estabelecidos centros de custos com base em grupos homogêneos de atividades; e a utilização do Custeio Baseado em Atividades deverá melhorar o processo de apropriação. Acerca dos princípios de mensuração de desempenho, Martins (2010, p. 218) aponta como principais: estabelecimento de medidas de desempenho para as atividades relevantes; classificação das medidas de desempenho em fi- nanceiras e não financeiras, tais como medição de produtividade, consumo, vendas, atrasos, grau de satisfação, entre outros; alinhamento das medidas de desempenho com os objetivos da empresa; e, principalmente, utilização das medidas de desempenho para melhorar a visibilidade dos direcionadores de custos. Já sobre os princípios de investimento, Martins (2010, p. 218) destaca como principais: […] a gestão de investimentos deve ser mais do que um processo de orçamento de capital; a gestão de investimentos deve ser consistente com os objetivos da empresa; as decisões de investimentos devem ser tomadas com suporte de múltiplos critérios; a gestão de investimentos deve dar suporte ao processo de redução ou eliminação de atividades que não adicionam valor; a gestão de investimentos deve dar suporte para atingimento do custo-meta; a gestão de investimentos deve considerar os impactos na cadeia de valor em que a empresa atua; a gestão de 19 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 investimentos deve levar em consideração os dados relativos às atividades desempenhadas antes e depois da adoção de novas tecnologias; todos os investimentos devem ter efetivo acompanhamento posterior para que seu desempenho possa ser comparado com o que fora originalmente previsto. Ainda dentro da GEC, é importante entendermos a inter-relação dos níveis organizacionais e a gestão de custos: i. Nível estratégico: trata, em nível de direção, das macrodecisões da organização, tais como a gestão estratégica e o planejamento estratégico. ii. Nível tático: trata do nível gerencial da organização, que dá apoio ao nível estratégico e coordena as atividades operacionais. iii. Nível operacional: trata do nível de execução das atividades-fim da organização, em que são realizadas aquelas tarefas mais rotineiras. FIGURA 1 – NÍVEIS ORGANIZACIONAIS • Planejamento de longo prazo • Foco em estratégias, diretrizes e políticas da companhia • Elaborado pela alta direção • Planejamento de médio prazo • Foco em interface e implementação da estratégia nos níveis operacionais • Organizado por gerentes de área, chefes de departamentos • Planejamento de longo prazo • Foco em estratégias, diretrizes e políticas da companhia • Elaborado pela alta direção Nível estratégico Nível tático Nível operacional Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: A figura representa uma pirâmide com a hierarquização dos níveis da empresa. Nível estratégico: planejamento de longo prazo; foco em estratégias, diretrizes e políticas dacompanhia; elaborado pela alta direção. Nível tático: planejamento de médio prazo; foco em interface e implementação da estratégia nos níveis operacionais; organizado por gerentes de área, chefes de departamentos. Nível operacional: planejamento de curto prazo; foco na execução das tarefas e atividades estabelecidas no nível tático; organizado por supervisores e líderes de equipe. É imprescindível compreender que na GEC ocorre um alinhamento dos re- cursos de uma organização e da estrutura de custos, associados com as estra- tégias de longo, médio e curto prazo (MARTINS, 2010). As principais práticas utilizadas na GEC, de acordo com Martins (2010), consis- tem em sistema de Custeio Baseado em Atividades ou Activity Based Costing 20 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II (ABC), custo-alvo, cadeia de valor, Kaizen, entre outros. • ABC É um método que identifica um conjunto de custos para cada transação ou evento na organização. Desenvolve práticas para o custeio e gerenciamento das atividades que consomem recursos. Possibilita mensuração, identificação, redução ou até eliminação das atividades que não geram valor ao cliente. • Custeio da qualidade Monitora os custos da qualidade de produtos e serviços, inclusive de falhas internas e externas. • Custeio-meta Também chamado de custo-alvo. Determina o custo aceitável, calculado a partir de preço de venda aceitável pelo mercado menos o lucro desejado. • Custeio da cadeia de valor Ocorre o monitoramento das oportunidades existentes nos vínculos internos e externos. Desenvolve um conjunto de atividades que criem valor desde a fonte de suprimentos de matérias-primas, passando por fornecedores até o produto final entregue aos clientes. • Mensuração integrada de desempenho (BSC) Desenvolve uma avaliação integrada de desempenho com medidas financeiras e não financeiras nas perspectivas da Balanced Scorecard (BSC): de aprendizado e crescimento, processos internos, clientes e aspectos financeiros. Com a compreensão dos princípios e das práticas da GEC, associada aos ní- veis de planejamento, percebemos que o objetivo da GEC é permitir que in- 21 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 formações e práticas adotadas possam servir de base para um processo de tomada de decisão, buscando tornar a empresa mais eficiente e lucrativa, de forma a gerir custos, sustentando sua posição de vantagem competitiva. 1.1.3 A GEC COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO A GEC pode ser considerada como uma necessidade para a obtenção da van- tagem competitiva. Esse posicionamento considera não somente as informa- ções de custos, mas também o planejamento estratégico e a gestão de recur- sos, de modo a utilizar os recursos da empresa de forma mais eficaz, tornando possível a busca por uma posição sustentável em relação aos concorrentes. Para a empresa alcançar e sustentar a vantagem competitiva, Wrubel (2009) estabelece que, para atender os seus propósitos, a GEC deve se basear em três temas-chave: análise da cadeia de valor, análise do posicionamento estra- tégico e análise dos direcionadores de custos. Sobre a análise da cadeia de valor, podemos entender a cadeia de valor como um conjunto das atividades tecnológicas e economicamente distintas que a empresa utiliza para realizar seus negócios. A cadeia de valor é constituída de um conjunto de atividades criadoras de valores independentes, que vai da fonte da matéria-prima até o consumidor final. A capacidade de agregar valor a essas atividades em relação ao seu concorrente é o pilar da vantagem competitiva. A estratégia competitiva consiste em buscar uma posição favorável em uma organização, visando estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência nas organizações. Para Wrubel (2009, p. 27), as atividades de valor são física e tecnologicamente distintas, que empregam insumos, recursos humanos e tecnologia para de- senvolver sua função. 22 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II Porter estabelece como as cinco forças competitivas: entrada, ameaças de substituição, poder de compra dos compradores e fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes, que refletem a concorrência em uma organização não limitada aos participantes já estabelecidos. Dessa forma, o ambiente atual em que a empresa atua não é imutável, pois temos a presença de novos participantes, que trarão novas ameaças e preocupações. A análise do posicionamento estratégico consiste na definição da estratégia competitiva genérica com a qual a organização poderá estabelecer uma po- sição competitiva favorável e sustentável contra as forças externas e internas que determinam a concorrência em mercados competitivos. Já na análise dos direcionadores de custos, é necessário compreender o com- portamento dos custos, para assim compreender a influência mútua do con- junto de direcionadores de custos em determinada situação. Assim, após ana- lisar a cadeia de valor, sugere-se que a empresa venha a identificar e analisar os determinantes de custos, ou seja, quais são os fatores que efetivamente provocam os custos. Os direcionadores de custos, conforme Wrubel (2009, p. 32), são: Escala: o tamanho do investimento a ser realizado em produção, pesquisa e desenvolvimento e recursos de marketing; Escopo: grau de integração vertical. A integração horizontal é relacionada a escala; Experiência: quantas vezes a empresa já realizou no passado o que atualmente está fazendo; Tecnologia: tecnologias de processo que são usadas em cada etapa do processo; Complexidade: a amplitude da linha de produção ou serviços a ser oferecida aos clientes. O responsável pela GEC passa a ter um papel mais amplo e relevante. Ele deve conhecer o planejamento estratégico, a fim de ajudar a empresa a alcançar os objetivos previamente definidos. O responsável pela GEC deve prevenir, evitar, reduzir, eliminar ou buscar a 23 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 otimização dos custos e das despesas, proporcionando aos gestores uma ati- tude muito mais proativa do que reativa. Assim, ele necessita acompanhar os dispêndios, conhecer e monitorar as ati- vidades, analisando se elas possuem utilidade e valor, como também deve acompanhar as consequências das mudanças do ambiente com os investi- mentos realizados, monitorando o desempenho de toda a cadeia de valor: desde a origem dos recursos materiais, humanos, financeiros e tecnológicos que utiliza, até o consumidor final. 1.2 PRINCIPAIS MODELOS DE GEC Tão importante quanto saber o que significa e conhecer os custos de uma empresa, é entender como eles são apropriados e a forma como podem im- pactar em seu negócio. A GEC vai além do custo encarado como um número, e sim com a análise de cadeia de valores, o posicionamento estratégico da empresa e para tanto são necessários conhecer os principais modelos de GEC que permitem a empre- sa melhorar seus processos e aumentar a lucratividade, a geração de valor e reduzir os custos. 1.2.1 ANÁLISE DE CUSTOS KAIZEN A priori, conforme Siqueira (2005), analisando o termo Kaizen, “Kai” significa mudança, e “Zen” significa para melhor. Assim, o custo Kaizen traz a ideia de melhoria contínua, e suas técnicas podem ser aplicadas tanto no custo alvo quanto no custo padrão. Conforme Atkinson et al. (2000, p. 684), […] o custo Kaizen é similar ao custo-meta em sua missão de reduzir custo, exceto que ele enfoca a redução dos custos durante a fabricação do ciclo total de vida de um produto. Kaizen é o termo japonês para trazer pequenas melhorias para um processo, por meio de montantes incrementais em vez de grandes inovações. intenção do Kaizen é razoávelporque o produto já está em processo de fabricação. Por este motivo é difícil e caro fazer grandes mudanças para reduzir os custos. Sakurai (1997, p. 279) considera que o custo Kaizen é utilizado no processo de manufatura para inovação e manutenção da inovação, quando ocorrem mudanças drásticas, provocadas pela introdução de novas tecnologias e/ou 24 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II por investimentos em novos equipamentos envolvendo custo de contínuos aperfeiçoamentos, bem como mudanças na estrutura gerencial. Horngren, Sundem e Stratton (2003) comparam o custo padrão com o custo Kaizen, conforme apresentado no quadro a seguir: QUADRO 1 – COMPARAÇÃO CUSTEIO PADRÃO E CUSTO KAIZEN Custeio Padrão Custo Kaizen • Objetivo é atingir os padrões de desempenho do custo. • Assume estabilidade nos processos atuais de manufatura. • Padrões são estabelecidos duas vezes ao ano. • Variações de custo são investigadas quando os padrões não são alcançados. • Gerentes e engenheiros desenvolvem padrões. • Objetivo é atingir padrões de redução de custos. • Assume melhoria contínua na manufatura. • Targets de redução são estabelecidos todo mês. • Investigação ocorre quando os valores de redução estabelecidos não são atingidos. • Trabalhadores estão próximos dos processos e sabem mais. Fonte: Horngren, Sundem e Stratton (2003, p. 86). #PraCegoVer: O quadro representa uma comparação entre custeio padrão e custo Kaizen. Custeio padrão: objetivo é atingir os padrões de desempenho do custo; assume estabilidade nos processos atuais de manufatura; padrões são estabelecidos duas vezes ao ano; variações de custo são investigadas quando os padrões não são alcançados; gerentes e engenheiros desenvolvem padrões. Custo Kaizen: objetivo é atingir padrões de redução de custos; assume melhoria contínua na manufatura; targets de redução são estabelecidos todo mês; investigação ocorre quando os valores de redução estabelecidos não são atingidos; trabalhadores estão próximos dos processos e sabem mais. Para Sakurai (1997), custo Kaizen abrange dois tipos de atividades para a redu- ção de custos: 1º são as atividades relacionadas a cada modelo de produto; e 2º são as atividades direcionadas aos departamentos, a cada período. Siqueira (2005) apresenta sete categorias de desperdícios: de superprodução, de espera, de transporte, de processamento, de movimento, de produção de produtos defeituosos, de estoques. i. Desperdício de superprodução – relacionado a produzir antecipadamente à demanda, esperando a venda futura. ii. Desperdício de espera – relacionado ao material que está esperando para ser processado, formando filas que visam garantir altas taxas de utilização dos equipamentos. iii. Desperdício de transporte – relacionado ao transporte e à movimentação de materiais que não agregam valor ao produto. 25 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 iv. Desperdício de processamento – relacionado ao desperdício inerente a um processo não otimizado, ou seja, à realização de funções ou etapas do processo que não agregam valor ao produto. v. Desperdício de movimento – relacionado ao desperdício presente nas operações do processo produtivo, decorrente da interação entre operador, máquina, ferramenta e material em processo. vi. Desperdício de produzir produtos defeituosos – relacionado aos desperdícios gerados pelos problemas da qualidade. vii. Desperdício de estoques – relacionado ao desperdício de estoque que reflete em todos os outros desperdícios. Resumidamente, o objetivo do custo Kaizen é buscar a redução de custos em todas as etapas da manufatura para ajudar a eliminar qualquer diferença en- tre os lucros-alvo (lucros orçados) e os lucros estimados. 1.2.2 ANÁLISE DE CUSTOS INTANGÍVEIS Os sistemas de custeio tradicionais representam exclusivamente os itens tan- gíveis e corpóreos registrados na obtenção dos custos de produtos. E, dando essa exclusividade aos tangíveis, acaba-se deixando de fora aspectos relevan- tes para a sustentação da vantagem competitiva (WERNKE; BORNIA, 2001). Primeiramente, precisamos esclarecer sobre custos ocultos, também chama- dos de custos invisíveis. Eles também impactam negativamente no desem- penho empresarial, tais como: custos por motivos de retrabalho, quebras não informadas, custos com operações de apoio, custos por baixa qualidade ad- vindos do fornecedor, entre outros (BORNIA, 2010) Embora os custos invisíveis sejam vinculados a perdas por ineficiências do processo, os custos intangíveis são aqueles decorrentes da manutenção ou criação de fatores intangíveis (ABREU, 2009, p. 39). Os custos ocultos fazem parte do dia a dia de todas as empresas, e também são chamados de custos invisíveis. Não fazem parte dos tradicionais sistemas de custeio, isto é, “custo oculto é qualquer custo que não seja aparente na contabilidade padrão, ou, em termos gerais, que não esteja imediatamente aparente, mas que seja importante para o processo de produção”(FREITAS et al, 2006). 26 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II Para Diehl (1997, p. 21 apud WERNKE; BORNIA, 2001): […] o Custo Intangível pode ser definido como a parcela de sacrifício financeiro absorvida na formação e/ou manutenção de um fator intangível, citando-se como exemplos de fatores e custos intangíveis, as patentes e os custos de desenvolvimento, marcas registradas e custos de propaganda e registro, moral de RH (Recursos Humanos) e custos da política de pessoal, entre outros. Resumidamente, podemos entender que há diferenças entre os custos tan- gíveis e os custos intangíveis. Os custos tangíveis são bem conhecidos e po- dem ser estimados de modo bastante preciso, podendo ser exemplificados com: salário de um funcionário ou custo adicional de utilização de espaço. Já os custos intangíveis podem ser denominados como perdas que não podem ser calculadas com precisão (normalmente avaliadas por estimativa). Como exemplos, podemos citar: valor de um cliente perdido, perda de tempo de um funcionário criativo (BORNIA, 2010; PEREZ JÚNIOR, 2011). 1.2.3 ANÁLISE DE CUSTOS-ALVO Inicialmente, é necessário esclarecer que custo-meta não é custo padrão. O custo padrão é um custo estimado, isto é, avaliado antes de iniciado o proces- so de fabricação, fundamentado sempre em custos de produções anterior- mente realizadas (RIBEIRO, 2015). O método de custeio padrão aponta algumas características essenciais, que, conforme destaca Crepaldi (2018), são: i. Valor do custo prefixado com base no histórico ou em metas estabelecidas pela empresa. ii. Uso pela contabilidade, com ajustes periódicos considerando as variações de custo para acompanhar o valor efetivo real (utilizando o método do custeio por absorção). iii. Facilidade de apuração do balancete de verificação (CREPALDI, 2018). Já o custo-alvo, também chamado de custo-meta (target costing), é um pro- cesso de planejamento de lucros, preços e custos que parte do preço de ven- da para chegar ao custo, razão pela qual diz-se que é o custo definido de fora para dentro (MARTINS, 2010). O custo-alvo, ou custo-meta, é um sistema de predeterminação de custos utilizado pelas empresas na fase de planejamento/desenvolvimento de um novo produto, levando em consideração fatores externos. O custo-meta é um instrumento para gerenciamento estratégico de custos, que proporciona re- sultados no longo prazo (BÓRNIA, 2010). 27 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 2 – PROCESSO DO CUSTO-METAS Qualidade/Funcionalidade de meta Preço-meta Mapeamento do mercado Custo projetado Custo-meta Atual estrutura econômica da produção Definição do produto e posicionamento Ajuste de metaEngenharia de valor Expectativas financeiras corporativas Mudanças do projeto: metas de produtividade e lucro Fonte: Hansen e Mowen (2001). #PraCegoVer: A figura representa um fluxograma que ilustra o processo do custo-meta. Mapeamento do mercado. Definição do produto e posicionamento. Atual estrutura econômica da produção. Qualidade/Funcionalidade de meta. Preço-meta. Custo projetado. Ajuste de meta. Engenharia de valor. Custo-meta. Expectativas financeiras corporativas. Mudanças do projeto: metas de produtividade e lucro. O objetivo principal do custo-meta é estabelecer o custo na fase de plane- jamento, considerando meta de lucro (objetivo da empresa), meta de preço (que o mercado está disposto a pagar) e meta de volume (quantidade que será absorvida pelo mercado). Resumindo, é reduzir os custos totais manten- do a qualidade do produto (HANSEN; MOWEN, 2001). De acordo com Sakurai (1997), o custo-meta tem o objetivo principal de redu- zir os custos totais, mantendo a qualidade. Contudo, algumas empresas utili- zam-no para o alinhamento do planejamento estratégico. Conforme o autor, possui os seguintes objetivos: i. Otimizar o custo total do produto, sem perder a qualidade. ii. Alcançar o lucro planejado, tornando a obtenção do custo-alvo uma atividade de administração do lucro por toda empresa. iii. Planejamento de lucros e custos, estabelecendo planos estratégicos com a integração de todos os setores da empresa. Quanto às características do custo-alvo, Sakurai (1997) destaca as sete princi- 28 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II pais: i. Está voltado para a fase de planejamento e desenho do produto. ii. É considerado uma técnica de gestão estratégica de custos. iii. Quando implantado, será voltado para o mercado, verificando a necessidade dos seus consumidores. iv. Pode ser utilizado como um programa de redução de custos direcionado para o lucro programado estrategicamente (lucro-meta). v. Podem ser usadas técnicas de engenharia de gerenciamento, tais como just-in-time ou o programa da qualidade total, para que a empresa atinja o custo-meta desejado. vi. É importante haver harmonia e comunicação entre os setores. vii. É melhor na produção de grande variedade e baixo volume. Para Sakurai (1997), há três maneiras de determinar o custo-meta: 1º Planejamento de lucro de cima para baixo (método de planejamento de lu- cro): determina-se o custo-meta subtraindo o lucro-meta do preço de venda- -meta. 2º Planejamento de baixo para cima (método de engenharia): o custo é deter- minado pela engenharia de operações e não pela diretoria, considerando os fatores internos, tais como recursos e tecnologia. 3º Método combinado: é uma associação dos dois métodos apresentados an- teriormente. A implementação do custo alvo depende do tipo e porte da empresa; contu- do, podemos determinar a implementação do custo alvo em cinco fases: 29 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 3 – FASES PARA DETERMINAÇÃO DO CUSTO-ALVO Planejamento corporativo • Planejamento e ciclo de vida de um novo produto • Planejamento de lucros e plano geral de novos produtos Determinação de plano básico • Plano de desenvolvimento e diretriz • Determinação do preço de venda, estabelecimento do custo meta Desenvolvimento de projeto de um novo produto • Merchandising • Conceituação e Proposta de desenvolvimento Projeto do produto • Projeto do produto • Estimativas de custo Planejamento de transferência do produto para produção • Plano de transferência • Avaliação de desempenho do planejamento de custo Fonte: Elaborada pela autora (2021). #PraCegoVer: A figura representa as fases para determinação do custo-alvo. Planejamento corporativo: Planejamento e ciclo de vida de um novo produto; Planejamento de lucros e plano geral de novos produtos. Desenvolvimento de projeto de um novo produto: merchandising; conceituação e proposta de desenvolvimento. Determinação de plano básico: plano de desenvolvimento e diretriz; determinação do preço de venda, estabelecimento do custo-meta. Projeto do produto: projeto do produto; estimativas de custo. Planejamento de transferência do produto para produção: plano de transferência; avaliação de desempenho do planejamento de custo. Para Horngren, Sundem e Stratton (2003, p. 85) o custo-meta parte de pes- quisa de mercado, especificação do produto, desenho do produto, engenha- ria do produto até o preço-meta. Os autores estabelecem que o custo-meta é a diferença entre o preço-meta e a margem desejada. É importante considerar que, como o custeio por absorção é o único aceito pela legislação brasileira, é o método mais utilizado para determinação do custo-alvo. No entanto, ele pode ser utilizado em outros métodos de custeio, como direto, variável, pleno ou ABC. 30 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II CONCLUSÃO Esta unidade teve como objetivo compreender a importância da GEC na ges- tão empresarial como fator de criação de valor, e entender os principais mo- delos de GEC. Como podemos comprovar, a GEC torna-se uma grande ferramenta na ges- tão de qualquer empresa, auxiliando na tomada de decisões, no desenvolvi- mento de novas estratégias e na busca por vantagem competitiva. Podemos entender a estratégia competitiva como uma busca de uma po- sição favorável no mercado, com a finalidade de estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência nas organizações. Vimos que a vantagem competitiva é alcançada e sustentada por meio de três pontos-chave: a análise da cadeia de valor, a análise do posicionamento estratégico e a análise dos direcionadores de custos. A cadeia de valor é um conjunto de atividades que criam valor desde a fonte da matéria-prima até o consumidor final. Na análise do posicionamento estratégico, a empresa deve definir a estratégia competitiva buscando sua posição no mercado que seja favorável e sustentável. E os determinantes de custos são os fatores que efeti- vamente provocam os custos, como escala, escopo, experiência, tecnologia e complexidade. Quanto aos principais modelos de GEC, vimos que eles são como ferramentas que auxiliam o processo de GEC, possibilitando à organização alcançar e sus- tentar a vantagem competitiva. UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 31 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II > Relacionar a importância do método de centro de custos para tomada de decisão. > Explicar o método de centro de custos, assim como comparar com outros métodos. 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II 2. MÉTODO DOS CENTROS DOS CUSTOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade, abordaremos o esquema de departamentalização e seus efeitos na gestão dos custos de uma organização. Departamentalização é a forma de organização de uma entidade em que ocorre a divisão em áreas distintas de acordo com as atividades desenvolvidas dentro dessas áreas. Assim, cada departamento funciona como a unidade mínima administrativa para apuração dos custos. Ainda, veremos o centro de custos, que por muitos é confundido com o departamento. Entretanto, o centro de custos ou RKW (abreviação do nome de um instituto alemão de pesquisas chamado Reichskuratorium Für Wirtschaftlichkeit) consiste no rateio não somente dos custos de produção, mas também das despesas, inclusive as financeiras, a todos os produtos. 2.1 O ESQUEMA DE DEPARTAMENTALIZAÇÃO A departamentalização consiste na divisão da empresa em áreas distintas, sendo o departamento uma unidade administrativa representada por homens e máquinas que desenvolvem atividades homogêneas.O custeio por departamentalização é um dos diversos sistemas de alocação de custos dos produtos. Pelo custeio departamental, é feita a alocação dos custos indiretos por departamentos, ou centro de custos, para depois alocá- los aos produtos. Na gestão de custos, temos principais princípios de custeio: Custeio variável Considera somente os custos variáveis para custeamento do produto/ serviço e os custos fixos são considerados como despesa, sendo encerrados no resultado do período. 33 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Custeio por absorção integral Consiste na apropriação de todos os custos aos produtos do período. Os custos nesse custeio são classificados em diretos e indiretos, sendo utilizado pela contabilidade financeira e aceito pela legislação fiscal. Custeio por absorção ideal Consiste em considerar todos os custos (fixos e variáveis), contudo os desperdícios (recursos usados de forma não eficiente) não são alocados nos produtos. 2.1.1 DEPARTAMENTO E O CENTRO DE CUSTOS De acordo com Corrêa (2019), a departamentalização é um processo que deixa a distribuição dos custos indiretos de produção mais racional e menos subjetiva, devido ao tratamento mais detalhado a todos os itens. A departamentalização é a divisão da empresa em áreas distintas, de acordo com as atividades desenvolvidas em cada uma dessas áreas. Com a departamentalização, poderá existir um controle mais efetivo nos gastos de determinado departamento (MARTINS, 2010). E por que departamentalizar? Para Martins (2010), a departamentalização é o que chamamos de custos por responsabilidade, e que permite identificar reponsabilidades, autoridades, custos, objetivos e metas. Para o autor, a departamentalização permite uma distribuição racional dos custos indiretos. <FIM CITAÇÃO> Para Martins (2010), o departamento é a unidade mínima representada por pessoas e máquinas (na maioria dos casos), em que se desenvolvem atividades homogêneas. 34 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II Já para Schier (2013, p. 175), departamento é a unidade mínima administrativa para a contabilidade de custos representada por pessoas e máquinas, em que se desenvolvam atividades homogêneas, sendo denominada de unidade mínima administrativa porque sempre há, para cada departamento, um responsável. Primeiramente é necessário identificar quais são os departamentos auxiliares e produtivos e, na sequência, iniciar as distribuições entre os setores, até que todos os departamentos auxiliares tenham valores de custos indiretos direcionados aos departamentos produtivos. A etapa seguinte é a distribuição para os produtos, gerando informação mais confiável e com menor arbitrariedade, além de estar de acordo com as normas fiscais e societárias (CORRÊA, 2019). Os departamentos podem ser classificados em dois grandes grupos: <INÍCIO O.A CÍRCULO> Departamentos de produção: São os departamentos que promovem algum tipo de modificação sobre o produto. Nos departamentos de produção, os produtos são processados fisicamente; com isso seus custos são mais intimamente identificados com esses processos, os quais serão apropriados. • Exemplo: montagem, pintura, embalagem. Montagem Fonte: Plataforma Deduca (2022) #PraCegoVer: A figura representa uma montadora de automóveis automatizada.. 35 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Departamentos de serviços ou auxiliares: São os departamentos por onde não passam os produtos, na maioria dos casos. Suas funções são basicamente prestarem serviços aos demais departamentos produtivos, assim seus custos são transferidos aos departamentos beneficiados com seus serviços. • Exemplo: manutenção, almoxarifado, qualidade. Serviços Fonte: Plataforma Deduca (2022) #PraCegoVer: A figura representa um grupo de pessoas fazendo uma reunião em torno de uma mesa. Os departamentos produtivos têm seus custos apropriados diretamente aos produtos, mas os departamentos de serviços ou auxiliares não podem apropriar seus custos diretamente aos produtos. Devem ter seus custos transferidos para os departamentos que recebem seus serviços, e depois os custos desses departamentos são apropriados aos produtos (MARTINS, 2010). Dessa forma, Corrêa (2019) explica que, com a departamentalização, até as decisões equivocadas também passam a ser menos frequentes, pois a informação é mais confiável, devido à redução de arbitrariedade e subjetividade na distribuição dos valores aos produtos. Na departamentalização, as arbitrariedades são reduzidas, mas não eliminadas, haja vista que todo negócio é único e encara alterações permanentes. São necessárias revisões periódicas para que os bons resultados se mantenham por um período maior. Assim, podemos definir o departamento como a unidade operacional representada por um conjunto de recursos (humanos, máquinas) semelhantes, desenvolvendo atividades homogêneas dentro de uma mesma área responsável. 36 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II Importante destacar que a divisão de departamentos não se restringe somente à área industrial, pode ser aplicada nas áreas de administração, comercial e financeira (SCHIER, 2013). O departamento, na maioria das vezes, é um centro de custos, onde são acumulados os custos indiretos para posterior alocação aos produtos ou a outros departamentos (MARTINS, 2010). O centro de custos é a unidade mínima de custos indiretos, mas não é necessariamente uma unidade administrativa, só ocorrendo quando coincide com o próprio departamento. Entretanto, é comum que algumas empresas adotem um departamento de custos comuns, onde estão incluídos custos indiretos, tais como aluguel e seguro de fábrica (SCHIER, 2013). Para Santos (2013), se um centro de custos é uma unidade de acumulação de custos, o ato de atribuir valores a esses centros não significa que eles sejam atribuídos a um determinado produto. O método utilizado para a alocação de valores de custos aos produtos dependerá exclusivamente das características próprias do processo produtivo. 2.1.2 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E A INFLUÊNCIA NOS CUSTOS A principal vantagem da departamentalização não é apenas o fato de se encontrar um valor distinto para os custos indiretos de produção para cada produto distinto, mas também o fato de que alguns problemas que poderiam ser encontrados na concorrência por um processo inadequado de precificação serão reduzidos com a aplicação da estrutura departamentalizada (CORRÊA, 2019). Conforme Martins (2010), os objetivos da departamentalização são um melhor controle dos custos e uma determinação mais precisa do custo dos produtos. 37 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.1.3 OS CUSTOS NOS DEPARTAMENTOS Suponha que a fábrica esteja dividida da seguinte forma: • Gerência geral. • Departamento de serviço: manutenção e almoxarifado. • Departamento produtivo: prensa e usinagem. Supondo que a empresa PQX produz dois produtos, A e B, com os seguintes custos indiretos de fabricação: QUADRO 1 - CUSTOS INDIRETOS POR DEPARTAMENTO Gerência Manutenção Almoxarifado Prensa Usinagem Total CIF R$ 1.000 R$ 2.400 R$ 800 R$ 5.200 R$ 2.800 R$ 12.200 Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa o total de custos de cada departamento: gerência, manutenção, almoxarifado, prensa e usinagem. O primeiro passo é determinar a ordem de distribuição de custos, na qual o departamento que rateia seus custos não recebe mais nenhum custo. Depois, é necessário determinar o critério de rateio desses custos. Em nosso exemplo, começaremos a ratear os custos da gerência para os outros departamentos de forma igual,ou seja, 25% para cada departamento. QUADRO 2 - RATEIO DO CUSTO INDIRETO DA GERÊNCIA Gerência Manutenção Almoxarifado Prensa Usinagem Total CIF R$ 1.000 R$ 2.400 R$ 800 R$ 5.200 R$ 2.800 R$ 12.200 Gerência R$ 250 R$ 250 R$ 250 R$ 250 R$ 1.000 Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa a distribuição do custo de R$ 1.000 do departamento gerência para os demais departamentos: manutenção R$ 250; almoxarifado R$ 250; prensa R$ 250; e usinagem R$ 250. O próximo departamento a ratear seus custos será o de manutenção, em função das horas trabalhadas em outros departamentos, sendo almoxarifado: 200 horas; prensa: 300 horas; e usinagem: 500 horas. 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II 200 horas + 300 horas + 500 horas = 1.000 horas Almoxarifado = 200/1000 = 0,20 x 100 = 20% R$ 2.640 x 20% = R$ 530 Prensa = 200/1000 = 0,30 x 100 = 30% R$ 2.640 x 30% = R$ 795 Usinagem = 500/1000 = 0,50 x 100 = 50% R$ 2.640 x 50% = R$ 1.325 QUADRO 3 - RATEIO DO CUSTO INDIRETO DA MANUTENÇÃO Gerência Manutenção Almoxarifado Prensa Usinagem Total CIF R$ 1.000 R$ 2.400 R$ 800 R$ 5.200 R$ 2.800 R$ 12.200 Gerência R$ 250 R$ 250 R$ 250 R$ 250 R$ 1.000 Total R$ 2.650 Manutenção R$ 530 R$ 795 R$ 1.325 R$ 2.650 Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa a distribuição dos custos alocados ao departamento de manutenção para os departamentos almoxarifado, prensa e usinagem. Foram distribuídos R$ 2.650 da manutenção, dos quais R$ 530 para almoxarifado; R$ 795 para prensa; R$ 1.325 para usinagem. O próximo departamento a ratear seus custos será o almoxarifado. O almoxarifado rateia seus custos em função do valor da matéria consumida em cada departamento produtivo: Matéria-prima consumida na prensa: R$ 80.000. Matéria-prima consumida na usinagem: R$ 20.000 R$ 80.000 + R$ 20.000 = R$ 100.000 Prensa = R$ 80.000 / R$ 100.000 = 0,80 x 100 = 80% R$ 1.580 x 80% = R$ 1.264 Usinagem = R$ 20.000 / R$ 100.000 = 0,20 x 100 = 20% R$ 1.580 x 20% = R$ 316 39 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 QUADRO 4 - RATEIO DO CUSTO INDIRETO DO ALMOXARIFADO Gerência Manutenção Almoxarifado Prensa Usinagem Total CIF R$ 1.000 R$ 2.400 R$ 800 R$ 5.200 R$ 2.800 R$ 12.200 Gerência R$ 250 R$ 250 R$ 250 R$ 250 R$ 1.000 Total R$ 2.650 Manutenção R$ 530 R$ 795 R$ 1.325 R$ 2.650 Total R$ 1.850 Almoxarifado R$ 1.264 R$ 316 R$ 1.580 Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa a distribuição dos custos alocados ao almoxarifado para os departamentos prensa e usinagem, distribuindo R$ 1.580 do almoxarifado, dos quais R$ 1.264 para prensa e R$ 1.325 para usinagem. O próximo passo será o rateio dos custos dos departamentos produtivos aos produtos em função das horas trabalhadas: QUADRO 5 - HORAS TRABALHADAS NA PRENSA E USINAGEM Prensa Usinagem Produto A 250 horas 100 horas Produto B 500 horas 300 horas Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa o total de horas trabalhadas de acordo com os produtos A e B nos departamentos prensa e usinagem, sendo o produto A na prensa com 250 horas e na unsinagem com 100 horas; o produto B 500 horas na prensa e 300 horas na usinagem. Assim, temos: Produto A • Na prensa: 250 horas / (250 horas +500 horas) = 0,33333 0,33333 x 100 = 33,333% R$ 7.509 x 33,33% = R$ 2.503 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II • Na usinagem: 100 horas / (100 horas + 300 horas) = 0,25 0,25 x 100 = 25% R$ 4.691 x 25% = R$ 1.172,75 Produto B • Na prensa: 500 horas / (250 horas + 500 horas) = 0,66666 0,66666 x 100 = 66,66% R$ 7.509 x 66,66% = R$ 5.006 • Na usinagem: 300 horas / (100 horas + 300 horas) = 0,75 0,75 x 100 = 75% R$ 4.691 x 75% = R$ 3.518,25 QUADRO 6 - RATEIO DO CUSTO INDIRETO AOS PRODUTOS Gerência Manutenção Almoxarifado Prensa Usinagem Total CIF R$ 1.000 R$ 2.400 R$ 800 R$ 5.200 R$ 2.800 R$ 12.200 Gerência R$ 250 R$ 250 R$ 250 R$ 250 R$ 1.000 Total R$ 2.650 Manutenção R$ 530 R$ 795 R$ 1.325 R$ 2.650 Total R$ 1.850 Almoxarifado R$ 1.264 R$ 316 R$ 1.580 Subotal R$ 7.509 R$ 4.691 R$ 12.200 Produto A R$ 2.503 R$ 1.173 R$ 3.676 Produto B R$ 5.006 R$ 3.518 R$ 8.524 Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa a distribuição dos custos da prensa e usinagem aos produtos, sendo produto A na prensa com R$ 2.503 e na usinagem com R$ 1.173; o produto B na prensa com R$ 5.006 e na usinagem com R$ 3.518. 41 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Resumindo: QUADRO 7 - RESUMO DE CUSTOS DOS DEPARTAMENTOS AUXILIARES Total de custos dep. auxiliares Gerência R$ 1.000 Manutenção R$ 2.400 Almoxarifado R$ 800 Subtotal R$ 4.200 Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa o resumo dos custos alocados aos departamentos auxiliares: gerência com R$ 1.000, manutenção com R$ 2.400 e almoxarifado com R$ 800. QUADRO 8 - RESUMO DOS CUSTOS DOS DEPARTAMENTOS DE PRODUÇÃO Total de custos dep. produtivos antes do rateio Total de custos dep. produtivos depois do rateio Prensa R$ 5.200 R$ 7.509 Usinagem R$ 2.800 R$ 4.691 Subtotal R$ 8.000 R$ 12.200 Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa o resumo dos custos aos departamentos de produção: prensa e usinagem, em duas situações antes do rateio e após o rateio. Antes do rateio prensa com R$ 5.200 e usinagem com R$ 2.800; depois do rateio prensa com R$ 7.509 e usinagem com R$ 4.691. QUADRO 9 - RESUMO CUSTOS DOS PRODUTOS A E B Total de custos dos produtos Produto A R$ 3.676 Produto B R$ 8.524 Subtotal R$ 12.200 Fonte: pela autora (2022). ##PraCegoVer: O quadro representa o resumo dos custos alocados aos produtos A e B, sendo produto A com R$ 3.676 e produto B com R$ 8.524. 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II Com o exemplo apresentado, podemos verificar a sistemática da apropriação de custos no sistema de departamentalização, em que os custos dos departamentos auxiliares são distribuídos aos departamentos de produção de acordo com os critérios de rateio estabelecidos. Após esse procedimento, os custos dos departamentos de produção são distribuídos aos produtos de acordo com os critérios estabelecidos pela gerência. 2.2 MÉTODO DE CENTRO DE CUSTOS O Método dos Centros de Custos, também chamado de Método de Custeio Integral, ou a sigla RKW. O RKW consiste no rateio não só dos custos de produção e de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, mas também de todos os produtos produzidos durante o período produtivo. 2.2.1 METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO O agrupamento de centro de custos é uma forma de identificar os custos que apresentam as mesmas funções de um processo produtivo. Para Santos (2013), os agrupamentos podem ser classificados em centros comuns, centros auxiliares e centros produtivos. Centros comuns Diretamente ligados à produção de um item. Sua função é fornecer serviços para outros centros de custos. É uma variável dependente da estrutura da empresa, ou seja, por meio desses centros, são prestados serviços para todas as atividades comuns da organização. Centros auxiliares Não recebem fisicamente os produtos. Têm a função básica de execução de serviços, não atuando diretamente sobre o produto. Os custos devem ser redistribuídos entre os custos produtivos que foram beneficiados por seus préstimos, sendo o critério mais importante para a seleção da base. 43 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Centros produtivos Contribuem diretamente para a produção de um item ou de um serviço e compreendem os setores nos quais ocorrem os processos de transformação.Centro de vendas Setores que são relacionados exclusivamente à realização das vendas dos produtos prontos. Centros independentes Quando a empresa possui vários processos produtivos para fabricação de produtos diferentes. Dessa forma, pode-se empregar centro de custos independentes. Um dos grandes e primeiros modelos de sistema de custo é o de centro de custos surgido no início do século XX na Alemanha. O método consiste em estratificar as diversas áreas da organização em departamentos ou seções, nos quais os custos diretos possam lhes ser atribuídos. Esse método também é conhecido como Reichskuratorium für Wirttshaftlichkeit (RKW), ou método das seções homogêneas, que iremos abordar mais adiante. Conforme Martins (2010), são os centros de custos que utilizam os recursos produtivos, e os produtos absorvem os recursos à medida que utilizam esses centros. O emprego do método do centro de custos requer, primeiramente, que a empresa seja desmembrada em centros de custos, e depois calcular o custo total para cada centro. Logo após, os custos dos centros auxiliares são antes distribuídos aos centros produtivos por meio de bases de rateio e, em seguida, os custos acumulados nos centros de custos produtivos são alocados aos produtos (MARTINS, 2010). Ainda de acordo com Martins (2010), é necessário obedecer a cinco procedimentos, os quais são sintetizados da seguinte maneira: separação dos gastos em itens, divisão da empresa em centros de custos, distribuição primária, distribuição secundária e distribuição final. Assim, os apresentamos em cinco fases ou etapas: 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II FIGURA 1 - ETAPAS 1º ETAPA consiste em separar os custos em itens, não podendo ser tratados de forma única, visto que são de natureza diferentes 2º ETAPA é dividir a empresa em centro de custos. O critério é determinado pela gerência, sendo o mais comum utilizar o organograma da empresa 3º ETAPA é a identificação dos custos com os respectivos centros, considerando as bases ou critérios de distribuição para alocação dos custos aos centros 4º ETAPA ocorre a distribuição secundária, em que ocorre a distribuição dos custos dos centros de apoio para os centros de produção 4º ETAPA consiste na distribuição dos centros de custos para os produtos Fonte: Elaborada pela autora (2021). #PraCegoVer: A figura representa um fluxograma que detalha as etapas. 1ª Etapa: consiste em separar os custos em itens, não podendo ser tratados de forma única, visto que são de natureza diferentes. 2ª Etapa: é dividir a empresa em centro de custos. O critério é determinado pela gerência, sendo o mais comum utilizar o organograma da empresa. 3ª Etapa: é a identificação dos custos com os respectivos centros, considerando as bases ou critérios de distribuição para alocação dos custos aos centros. 4ª Etapa: ocorre a distribuição secundária, em que ocorre a distribuição dos custos dos centros de apoio para os centros de produção. 5ª Etapa: consiste na distribuição dos centros de custos para os produtos. Em resumo, para implementação de um sistema de custos, é necessário de- terminar critérios muito bem claros sobre como classificar o custo e, princi- palmente, definir o centro de custos e a base de relação ou direcionamento. 2.2.2 SINTESE DO ESQUEMA DE CONTABILIZAÇÃO Em contabilidade de custos, há uma sequência conceitual para cálculo do cus- to de produção. Conforme Martins (2010), é formada pelos seguintes passos: 45 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 2 - PASSOS 1º PASSO 2º PASSO 3º PASSO Separação entre custos e despesas Apropriação dos custos diretos aos produtos Rateio e apropriação dos custos indiretos aos produtos Fonte: Elaborada pela autora (2021). #PraCegoVer: A figura representa um fluxograma. 1º passo: separação entre custos e despesas. 2º passo: apropriação dos custos diretos aos produtos. 3º passo: rateio e apropriação dos custos indiretos aos produtos. Vamos exemplificar o esquema de contabilização, baseado em Martins (2010): Supondo que a empresa ABC produza três produtos: X, Y e Z, e que estes se- jam os gastos de determinado período da empresa ABC: FIGURA 3 - SIMULAÇÃO DE GASTOS DA EMPRESA ABC Comissão de vendedores............................................................................................................R$ 35.300,00 Salários da fábrica (diretamente identificados aos produtos)...........................R$ 200.000,00 Matéria-prima consumida......................................................................................................R$ 380.000,00 Salários da administração........................................................................................................R$ 190.000,00 Depreciação da fábrica................................................................................................................R$ 67.000,00 Seguros da fábrica...........................................................................................................................R$ 10.000,00 Despesas financeiras.....................................................................................................................R$ 35.600,00 Honorários da diretoria...............................................................................................................R$ 40.900,00 Materiais diversos – fábrica.........................................................................................................R$ 35.800,00 Energia elétrica – fábrica..............................................................................................................R$ 55.700,00 Manutenção – fábrica....................................................................................................................R$ 90.000,00 Despesas de entrega.....................................................................................................................R$ 23.000,00 Correios....................................................................................................................................................R$ 3.900,00 Material de consumo – escritório.............................................................................................R$ 10.000,00 Total...........................................................................................................................R$ 1.177.200 Fonte: Elaborada pela autora (2021). #PraCegoVer: A figura representa um conjunto de gastos: comissão de vendedores R$ 35.300,00; salários da fábrica (diretamente identificados aos produtos R$ 200.000,00; matéria-prima consumida. R$ 380.000,00; salários da administração R$ 190.000,00; depreciação da fábrica R$ 67.000,00; seguros da fábrica R$ 10.000,00; despesas financeiras R$ 35.600,00; honorários da diretoria R$ 40.900,00; materiais diversos – fábrica R$ 35.800,00; energia elétrica – fábrica R$ 55.700,00; manutenção – fábrica R$ 90.000,00; despesas de entrega R$ 23.000,00; correios R$ 3.900,00. material de consumo – escritório R$ 10.000,00. 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II O método de contabilização dos custos pode ser realizado por meio de di- versos critérios, desde a forma mais simples até a forma mais complexa. Vai depender da decisão do gestor e da forma de controle que este quer exercer sobre a empresa. Os custos diretos e indiretos serão distribuídos diretamente às contas de esto- ques com base no quadro a seguir: QUADRO 10 - APROPRIAÇÃO DE CUSTOS INDIRETOS BASEADO NOS CUSTOS DIRETOS Custos diretos Custos indiretos Total Produto X R$ 104.400 18,98% R$ 54.757,30 18,98% R$ 159.157,30 Produto Y R$ 196.600 35,75% R$ 103.138,75 35,75% R$ 299.738,75 Produto Z R$ 249.000 45,27% R$ 130.603,95 42,27%R$ 379.603,95 Total R$ 550.000 100% R$ 288.500 100% R$ 838.500 Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa a distribuição de custos diretos e indiretos aos produtos: produto X: custo direto R$ 104.400 (18,98%) e custo indireto R$ 54.757,30 (18,98%); `produto Y custo direto R$ 196.600 (35,75%) e custo indireto R$ 103.138,75 (35,75%) e produto custo direto R$ 249.000 (45,27%) e custo indireto R$ 130.603,95 (42,27%). Cabe lembrar que as contas de despesas não fazem parte dos custos e, dessa forma, ficam de fora. i) Critério simples: contabilização dos custos pela contabilidade financeira em contas apropriadas e transferência direta para os estoques à medida que os produtos são acabados, ou então só no fim do período, sem registro das fases de rateio (MARTINS, 2010). 47 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4 - CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS Matéria-prima consumida R$ 380.000 Matéria-prima consumida R$ 380.000 Depreciação R$ 67.000 Materiais diversos R$ 35.800 Mão de obra (salário da fábrica) R$ 200.000 Seguros R$ 10.000 Energia Elétrica R$ 35.700 Manutenção R$ 90.000 Fonte: Adaptado de Martins (2010). #PraCegoVer: A figura representa a contabilização nos razonetes das contas envolvidas: em débito matéria-prima consumida R$ 380.000; mão de obra débito de R$ 200.000; depreciação em débito de R$ 67.000; seguros em débito de R$ 10.000; materiais diversos em débito de R$ 35.800; energia elétrica em débito de R$ 35.700 e manutenção em débito de R$ 90.000. Com o término da produção, os produtos são estocados, e seus custos preci- sam ser repassados para o estoque. Contudo, a alocação dos custos no estoque de cada produto não é detalhado, simplesmente realiza um controle à parte e faz o lançamento do custo total no razonete dos estoques de cada produto específico. 48 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II FIGURA 5 - CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS CONFORME QUADRO Matéria-prima consumida R$ 380.000 Matéria-prima consumida R$ 380.000 R$ 380.000 Depreciação R$ 67.000 R$ 67.000 Materiais diversos R$ 35.800 R$ 35.800 Mão de obra (salário da fábrica) R$ 200.000 R$ 200.000 Seguros R$ 10.000 R$ 10.000 Energia Elétrica R$ 35.700 R$ 35.700 Manutenção R$ 90.000 R$ 90.000 Estoque produto X R$ 159.157,30 Estoque produto Z R$ 379.603,95 Estoque produto Y R$ 299.738,75 Fonte: Martins (2010). #PraCegoVer: A figura representa o encerramento dos razonetes das contas envolvidas a: em crédito matéria-prima consumida R$ 380.000; mão de obra crédito de R$ 200.000; depreciação em crédito de R$ 67.000; seguros em crédito de R$ 10.000; materiais diversos em crédito de R$ 35.800; energia elétrica em crédito de R$ 35.700 e manutenção em crédito de R$ 90.000. ii) Critério complexo: a forma mais complexa para contabilização dos custos seria representada pelo registro contábil no mesmo grau do detalhamento dos mapas e arquivos de custos (MARTINS, 2010). 49 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 6 - CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS CONFORME QUADRO 9 Matéria-prima consumida R$ 380.000 Matéria-prima consumida R$ 380.000 R$ 380.000a Depreciação R$ 67.000 R$ 67.000e Materiais diversos R$ 35.800 R$ 35.800g Mão de obra direto R$ 150.000 R$ 150.000b Mão de obra indireto R$ 50.000 R$ 50.000d Seguros R$ 10.000 R$ 10.000f Energia Elétrica R$ 35.700 R$ 35.700c Manutenção R$ 90.000 R$ 90.000h Estoque produto X R$ 80.000a R$ 20.000b R$ 4.400c R$ 9.490d R$ 12.716,60e R$ 1.898f R$ 6.794,84g R$ 17.082h Estoque produto Z R$ 154.000a R$ 85.000b R$ 10.000c R$ 21.135d R$ 28.320,90e R$ 4.227f R$ 15.132,66g R$ 38.043h Estoque produto Y R$ 146.000a R$ 45.000b R$ 5.600c R$ 17.875d R$ 23.952,50e R$ 3.575f R$ 12.798,50g R$ 32.175h Fonte: Martins (2010). #PraCegoVer: A figura representa o encerramento dos razonetes das contas envolvidas a: em crédito matéria-prima consumida R$ 380.000; mão de obra direta crédito de R$ 150.000; mão de obra indireta R$ 50.000; depreciação em crédito de R$ 67.000; seguros em crédito de R$ 10.000; materiais diversos em crédito de R$ 35.800; energia elétrica em crédito de R$ 35.700 e manutenção em crédito de R$ 90.000 e em contrapartida lançamentos no débito do estoque do produto X . Para o cálculo de cada custo indireto, utilizou-se a base de cálculo das por- centagens do quadro a seguir, que se baseou nos custos diretos da produção. 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DE CUSTOS II QUADRO 11 - CÁLCULO DOS CUSTOS INDIRETOS INDIVIDUALMENTE Custos indiretos Produto X Produto Y Produto Z 18,98% 35,75% 42,27% Mão de obra R$ 50.000 R$ 9.490,00 R$ 17.875,00 R$ 21.135,00 Energia elétrica R$ 35.700 R$ 6.775,86 R$ 12.762,75 R$ 15.090,39 Depreciação R$ 67.000 R$ 12.716,60 R$ 23.952,50 R$ 28.320,90 Seguros R$ 10.000 R$ 1.898,00 R$ 3.575,00 R$ 4.227,00 Materiais diversos R$ 35.800 R$ 6.794,84 R$ 12.798,50 R$ 15.132,66 Manutenção R$ 90.000 R$ 17.082,00 R$ 32.175,00 R$ 38.043,00 Total R$ 288.500 R$ 54.757,30 R$ 103.138,75 R$ 121.948,95 Fonte: pela autora (2022). #PraCegoVer: O quadro representa a segregação dos custos indiretos para os produtos. Produto X: mão de obra R$ 9.490,00; energia elétrica R$ 6.775,86; depreciação R$ 12.716,60; seguros R$ 1.898,00; materiais diversos R$ 6.794,84; e manutenção R$ 17.082,00. Produto Y: mão de obra R$ 17.875,00; energia elétrica R$ 12.762,75; depreciação R$ 23.952,50; seguros R$ 3.575,00; materiais diversos R$ 12.798,50; manutenção R$ 32.175,00. Produto Z: mão de obra R$ 21.135,00; energia elétrica R$ 15.090,39; depreciação R$ 28.320,90; seguros R$ 4.227,00; materiais diversos R$ 15.132,66; manutenção R$ 38.043,00. 2.2.3 MÉTODO DE CENTRO DE CUSTOS OU RKM O termo custeio significa apropriação de custos. E temos diversos métodos de custeio: custeio por absorção, custeio variável, custeio ABC (baseado em atividades), custeio RKW (abreviatura de Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit), entre outros (MARTINS, 2010). Para Martins (2010), o RKW é uma espécie de custeio pleno que atribui todos os gastos – inclusive despesas financeiras – aos produtos; porém, fere os princípios contábeis, só podendo ser utilizado no campo gerencial. Custeio RKW, ao contrário do custeio ABC, que tem origem estadunidense, possui raízes germânicas e significa Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit, em alusão a um órgão da Alemanha responsável pela definição de preços. 51 GESTÃO DE CUSTOS II MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Para Martins (2010), o custeio RKW consiste no rateio não só dos custos de produção, como também de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a todos os produtos. O modelo original do RKW considera o custo de oportunidade, referindo-se à remuneração do capital próprio. Martins (2010) ainda destaca a serventia do método em considerar o rateio dos custos e das despesas totais, expressando que dessa forma é possível chegar ao valor de “produzir e vender”, bastando então acrescentar o lucro desejado para se obter o preço de venda final. Ainda segundo Bornia (2002, p. 88): “A característica principal desse método é a divisão da organização em centros de custos. Os custos são alocados aos centros, por meio de bases de distribuição e, depois, repassados aos produtos por unidades de trabalho”. O centro de custos é uma ferramenta que pode possibilitar reduzir os custos e oferecer um sistema de controle financeiro eficiente, pois com a divisão o gestor pode obter melhor controle, passando a entender despesas e ganhos, como também mensurar o desempenho de um centro de custo isolado para que decisões referentes aos gastos, produtos e/ou serviços possam ser tomadas
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