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gestao_de_custos_e_riscos_operacionais_2020

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Código Logístico
59662
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6708-4
9 7 8 8 5 3 8 7 6 7 0 8 4
Gestão de custos e 
riscos operacionais 
Andréia Ribeiro da Luz
IESDE BRASIL
2020
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Juliann/Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
L994g
Luz, Andréia Ribeiro da
Gestão de custos e riscos operacionais / Andréia Ribeiro da Luz. - 
1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2020. 
104 p. : il.
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-387-6708-4
 1. Controle de custos. 2. Contabilidade de custos. 3. Preços - Deter-
minação. I. Título.
20-67935 CDD: 657.42
CDU: 657.4
Andréia Ribeiro 
da Luz 
Doutora em Administração pela Pontifícia Universidade 
Católica do Paraná (PUCPR). Mestre em Administração 
pela Universidade Positivo (UP). MBA em Marketing e 
graduada em Administração de Empresas pela Faculdade 
Opet. Tem sólida experiência em finanças corporativas 
no segmento da construção civil, desenvolvendo 
atividades de planejamento financeiro, budget e 
forecast, elaboração e análise de projetos de viabilidade 
econômico-financeira, conferência dos processos 
e participação em licitações públicas. Atuou como 
assessora financeira para empresas. É consultora e 
professora universitária da graduação, pós-graduação 
e de cursos in company para indústrias, associações 
e cooperativas. Tem artigos publicados em revistas 
nacionais e internacionais. É escritora e conteudista de 
materiais acadêmicos.
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
1 Conceitos e classificações 9
1.1 Introdução à gestão de custos 9
1.2 Definições e terminologias básicas 14
1.3 Classificação de custos 21
2 Modelo decisório de custos 30
2.1 Fundamentos e principais métodos de custeio 30
2.2 Custeio por absorção ou integral 33
2.3 Custeio direto ou variável 36
2.4 Custeio padrão 39
2.5 Custeio baseado em atividades (ABC) 43
2.6 O melhor método de custeio 46
3 Método dos centros de custos 49
3.1 Centros de custos, de lucro e de investimentos 49
3.2 O processo do target costing (custo-alvo) e o custeio kaizen 58
3.3 Redução de custos com a gestão de riscos operacionais 65
4 Análise de custo-volume-lucro 72
4.1 Margem de contribuição 72
4.2 Ponto de equilíbrio operacional, econômico e financeiro 76
4.3 Margem de segurança 83
5 Formação do preço de venda 86
5.1 Modelos de decisões de preços 86
5.2 Fundamentos para formação de preços 94
5.3 Aspectos adicionais na gestão de preços de venda 100
Este livro traz um enfoque prático sobre gestão de 
custos, formação de preços e instrumentos para tomada 
de decisão. Voltado a profissionais de custos e precificação, 
trata-se de uma leitura complementar para as áreas de 
administração de empresas, marketing, logística, ciências 
contábeis e engenharia. 
A obra é dividida em cinco capítulos. No Capítulo 1 tratamos 
dos conceitos e das classificações da gestão de custos, base 
para a compreensão do conteúdo dos demais capítulos, bem 
como do desenvolvimento da teoria ao longo dos anos. 
No Capítulo 2 abordamos os modelos decisórios para 
compreensão da relevância da gestão de custos, por meio 
dos métodos de custeio, para o planejamento, o controle e 
a tomada de decisão. 
No Capítulo 3 elencamos métodos dos centros de custos, 
com o objetivo de compreender o que é e para que serve um 
centro de custos, de lucros e de investimentos. Discutimos 
também os riscos operacionais que podem exercer impacto 
nos custos empresariais.
No Capítulo 4 apresentamos o conceito de margem de 
contribuição e sua aplicação, assim como os pressupostos 
existentes na execução do ponto de equilíbrio. Em seguida, 
discorremos sobre a margem de segurança e sua importância 
no processo decisório.
Por fim, no Capítulo 5, considerando a competição e a 
dinâmica do ambiente econômico, no qual os conceitos de 
valor relativo de bens e serviços e de utilidade determinam 
o que o mercado está disposto a pagar, elucidamos os 
motivos e os objetivos da decisão de preços. Além disso, 
esclarecemos como identificar os principais elementos a 
serem considerados no cálculo do mark-up.
Cada um dos capítulos contém dicas e questões para 
reflexão e fixação do aprendizado.
Bons estudos!
APRESENTAÇÃOVídeo
Conceitos e classificações 9
1
Conceitos e classificações
A temática deste capítulo está focada na introdução à gestão 
de custos. Conheceremos como evoluíram os controles de in-
ventários, antes primitivos, até o que temos hoje, a denominada 
contabilidade de custos.
Na primeira seção, veremos esse histórico e compreenderemos 
como a industrialização exigiu novas técnicas e novos controles de 
custos adaptados da era mercantilista. Abordaremos também os 
princípios da contabilidade de custos e as ramificações da conta-
bilidade financeira para a contabilidade gerencial e de custos, bem 
como as características de cada uma.
Na segunda seção, explicaremos os diferentes conceitos e ter-
minologias e como ocorrem as variações na forma como são apro-
priados os valores e seus componentes nos diferentes setores 
econômicos. Apresentaremos a função da contabilidade de custos 
e algumas exigências legais.
Na terceira seção, entenderemos a classificação de custos, a 
diferença de custos e despesas e como se dá o fluxo dos custos 
direto e indireto para formar o custo da mercadoria vendida (CMV) 
ou o custo do serviço prestado (CSP).
Assim, este capítulo nos dará o alicerce para aplicarmos os con-
ceitos e a prática que serão abordados adiante.
1.1 Introdução à gestão de custos 
Vídeo O foco deste livro está na análise do processo de gestão de custos e 
preços ao utilizar as informações contábeis, financeiras e de vendas como 
instrumentos de apoio ao processo de decisão. Contudo, antes de definir-
mos contabilidade de custos, vamos navegar em um breve histórico para 
entendermos a trajetória que nos levou até o termo.
10 Gestão de custos e riscos operacionais
O ser humano sempre demonstrou necessidade de registrar seus 
eventos. Segundo Iudícibus, Marion e Faria (2002), existem registros de 
inventários desde o término da Era da Pedra Polida, representados por 
desenhos e gravações. Após, os sumérios (babilônios e assírios) regis-
travam seus inventários em peças de argila, as quais ficaram famosas 
como as pequenas tábuas de Uruk. Na Caldeia, cidade de Ur onde viveu 
Abraão, personagem bíblico, foram encontradas escavações com docu-
mentos contábeis bem como tabelas de escrita cuneiforme, nos quais 
eram registradas contas referentes à mão de obra e aos materiais, ou 
seja, custos diretos. Isso demonstra que os humanos já consideravam 
necessário registrar seus gastos há pelo menos 5.000 a.C. (SÁ, 1995).
Os egípcios, em 6.000 a.C., também deixaram um riquíssimo acervo 
de inventário. A escrita egípcia era fiscalizada pelo fisco real e o inventá-
rio era considerado tão importante que a contagem do boi – divindade 
adorada por esse povo – marcava o início do calendário. Bens e imó-
veis já eram registrados e, primitivamente, controles administrativos e 
financeiros eram estabelecidos (ZANLUCA, J. C.; ZANLUCA, J. S., 2020). 
Outros registros, como pagamentos de escravos, vendas diárias e pa-
gamento de tributos, tambémeram controlados.
Até o início da Revolução Industrial (1720-1860), a produção era 
basicamente artesanal. Para Martins (2018, p. 6), “[n]a Revolução 
Industrial (século XVIII), quase só existia a Contabilidade Financeira (ou 
Geral), que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estrutura-
da para servir as empresas comerciais”. Com o mercado em expansão, 
as empresas foram forçadas a substituírem a produção artesanal pela 
mecanizada e junto veio a complexidade em estimar os fatores de pro-
dução, como matéria-prima direta, mão de obra direta, depreciação, 
manutenção etc., e a dificuldade de levantar dados para elaborar o ba-
lanço patrimonial e o demonstrativo de resultado do exercício (DRE).
Após a Revolução surgiu a necessidade de informações mais pre-
cisas, que permitissem uma tomada de decisão eficaz. Em contrapar-
tida, a oferta de produtos começou a superar a demanda e a lógica 
da produção capitalista se modificou, os produtos que eram padro-
nizados com linhas de produção rígida foram sendo substituídos por 
linhas de produção mais rápida e com diversidade de modelos. A com-
petição crescente exigia uma redução contínua dos preços e, para isso, 
know-how, inovação, gerenciamento e controle se faziam essenciais.
Conceitos e classificações 11
Com a industrialização, foi necessário repassar para o produto todo 
o custo necessário para a fabricação. Para tanto, houve adaptações na 
formação dos critérios de avaliação de estoques da empresa mercan-
tilista para a empresa industrial. Desse modo, nasceu a contabilidade 
de custos no processo de levar em conta o valor dos insumos mais os 
custos do processo de fabricação.
Quer conhecer mais sobre a história da contabilidade de custos? Acesse o 
artigo Evolução Histórica da Contabilidade de Custos, publicado na Contabili-
dade Vista & Revista. O artigo de autoria de Beuren apresenta um histórico 
sobre as origens da contabilidade de custos, sua evolução no tempo e o 
desenvolvimento dos métodos de custeio.
Acesso em: 9 nov. 2020.
https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/52
Artigo
1.1.1 Contabilidade versus gestão de custos
A contabilidade financeira tem o intuito de sistematizar e orde-
nar os registros e as alterações ocorridos no patrimônio de uma 
entidade (BRUNI; FAMÁ, 2004). A depender do tipo de informação neces-
sário para a tomada de decisão, foram surgindo as “ramificações” da con-
tabilidade financeira, sendo elas: contabilidade gerencial e contabilidade 
de custos. Suas características podem ser observadas no quadro a seguir.
Quadro 1
Características das contabilidades financeira, gerencial e de custos.
Contabilidade
Financeira Gerencial Custos
Público-alvo
Externo: acionistas, credo-
res e autoridades fiscais
Interno: funcionários, gerentes e 
executivos
Interno: gerentes e executivos
Objetivo
Reportar o desempenho 
passado
Informar para tomada de decisões 
internas; feedback e controle do 
desempenho das operações
Usar os princípios da contabi-
lidade financeira para registrar 
os custos das operações de 
uma empresa.
Temporalidade Histórica; passada Corrente; orientada para o futuro.
Corrente; orientada para o pre-
sente e o futuro.
Restrições
Reguladas: condicionadas 
às imposições legais e aos 
requisitos fiscais
Sem regras estabelecidas: siste-
mas e informações determinados 
pelos gestores para as necessida-
des estratégicas e operacionais
Sem regras estabelecidas: sis-
temas e informações determi-
nados pelos gestores
(Continua)
https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/52
12 Gestão de custos e riscos operacionais
Contabilidade
Financeira Gerencial Custos
Tipo de 
informações
Financeiras
Financeiras mais medidas opera-
cionais e físicas sobre processos, 
tecnologias, fornecedores, clientes 
e competidores
Determinação de lucro, contro-
le das operações e tomada de 
decisões
Natureza da 
informação
Objetiva; aditável; confiável; 
consistente; precisa
Mais subjetiva Mais subjetiva
Escopo
Altamente agregado; rela-
tórios sobre a organização 
inteira
Desagregado, de informação a 
ações e decisões locais
Fonte: Elaborado com base em Crepaldi, 2012, p. 9.
Podemos ver no Quadro 1 que a contabilidade financeira tem como 
objetivo o registro dos compromissos já assumidos. Ela se preocupa 
com as questões legais e é obrigatória para as entidades legalmente 
estabelecidas.
A contabilidade gerencial, por ser um relatório interno, é mais flexí-
vel, possibilita ao gestor estruturar os dados da melhor forma possível 
para extrair as informações necessárias.
Já a contabilidade de custos, outra ramificação da contabilidade fi-
nanceira, objetiva apurar os custos dos produtos e serviços vendidos e, 
para isso, segue três princípios fundamentais:
Competência
A receita é reconhecida quando realizada; o lucro ou o prejuí-
zo se realiza no ato da venda.
Uniformidade
Para não prejudicar os registros contábeis, o processo ou o 
método de registro contábil não deve ser mudado com fre-
quência. Caso haja necessidade de alterar o método, esse 
deve ser informado nos demonstrativos contábeis.
(Continua)
Conceitos e classificações 13
Prudência
Para registrar um ativo, é necessário escolher entre o valor 
do custo e o valor de mercado do bem ou do serviço – dos 
dois o menor. A lógica é a mesma quando houver dúvidas na 
classificação entre custo de produção ou despesa do período, 
prevalecendo a escolha que representa redução imediata de 
resultado (BRUNI; FAMÁ, 2019).
Perceba que os princípios, por um lado, facilitam a padronização da 
prática contábil, mas, por outro, dificultam a gestão, por ser rígida ao 
seguir critérios preestabelecidos. Portanto, faz-se necessária a elabo-
ração de relatórios financeiros gerenciais para a tomada de decisões.
Alguns exemplos de perguntas que podem ser respondidas para 
a tomada de decisão com a contabilidade gerencial e de custos são:
 • Qual o desconto máximo que pode ser concedido sem compro-
meter a lucratividade?
 • Qual a margem de lucro com que cada produto ou serviço contri-
bui para a minha empresa?
 • Quantos itens de determinado produto preciso vender para co-
brir os custos e gerar lucro?
 • Existem produtos que deveriam deixar de ser comercializados?
 • Existem processos da produção que deveriam ser terceirizados?
Ao levar em consideração um mercado competitivo com uma in-
finidade de inovações tecnológicas e acesso a uma grande varieda-
de de produtos dos mais diversos preços e qualidades, os projetos 
são modificados frequentemente, sendo necessário produzi-los da 
forma mais eficiente possível para não onerar os custos. Esse novo 
ambiente, segundo Crepaldi (2012, p. 10), “demanda informações 
mais relevantes relacionadas a custos e desempenho das ativida-
des”. Diante desse contexto, atualmente, a contabilidade de custos 
contribui para:
 • projetar produtos e serviços lucrativos e que estejam de acordo 
com as expectativas dos consumidores;
O Jornal Contábil detalha 
as diferenças entre conta-
bilidade gerencial e finan-
ceira. Vamos conhecer? 
Disponível em: https://
www.jornalcontabil.com.br/
quais-sao-as-diferencas-entre-
contabilidade-gerencial-e-
contabilidade-financeira/. Acesso 
em: 15 dez. 2020.
Leitura
https://www.jornalcontabil.com.br/quais-sao-as-diferencas-entre-contabilidade-gerencial-e-contabilidade-financeira/
https://www.jornalcontabil.com.br/quais-sao-as-diferencas-entre-contabilidade-gerencial-e-contabilidade-financeira/
https://www.jornalcontabil.com.br/quais-sao-as-diferencas-entre-contabilidade-gerencial-e-contabilidade-financeira/
https://www.jornalcontabil.com.br/quais-sao-as-diferencas-entre-contabilidade-gerencial-e-contabilidade-financeira/
https://www.jornalcontabil.com.br/quais-sao-as-diferencas-entre-contabilidade-gerencial-e-contabilidade-financeira/
14 Gestão de custos e riscos operacionais
 • sinalizar os produtos ou serviços que devem ser continuados ou 
descontinuados;
 • auxiliar no aprendizado ou aprimoramentocontínuo dos funcio-
nários do sistema produtivo;
 • orientar sobre o mix de produtos e decidir sobre investimentos;
 • escolher fornecedores e negociar preços, características do pro-
duto e serviços ao cliente;
 • estruturar de modo eficaz e eficiente os processos de distribuição 
para os mercados e o público-alvo.
Vale destacar que para a formação do custo de um produto ou ser-
viço existem vários critérios e convenções que podem ser adotados no 
tratamento de custos. A boa classificação e o bom critério de rateio são 
aqueles que fornecerão os subsídios para a valorização dos produtos 
ou serviços.
1.2 Definições e terminologias básicas 
Vídeo A contabilidade de custos, sendo uma ramificação da ciência 
contábil, tem por finalidade a mensuração do custo unitário dos 
produtos e serviços para fins contábeis e processo de tomada de 
decisão. Ou seja, é um conjunto de procedimentos necessário para 
identificar, mensurar e informar quanto custou para a empresa a 
fabricação dos seus produtos ou a prestação dos seus serviços.
Não se trata de uma ciência, e sim de uma técnica específica inseri-
da no estudo das ciências contábeis. Seu principal objetivo é a forma-
ção correta dos valores dos estoques e dos valores que irão compor o 
demonstrativo do resultado do exercício (DRE) e o custo da mercadoria 
vendida (CMV) ou do serviço prestado (CSP). O processo pelo qual se efe-
tua a avaliação de custos difere em relação aos segmentos das ativida-
des econômicas – indústria, comércio e serviços –, pois existem variações 
na forma como são apropriados os valores e os seus componentes.
Vamos entender como se dá essa diferença. Na indústria o custo 
dos estoques de produtos acabados é composto por três grandes gru-
pos: o de matéria-prima, o da apropriação da mão de obra utilizada no 
processo de fabricação e o de rateio de custos indiretos de fabricação.
Qual contabilidade financeira, 
contabilidade gerencial e de 
custos?
Atividade 1
Conceitos e classificações 15
Figura 1
Demonstração de processo fabril
Prostock-studio/Shutterstock
Figura 2
Demonstração de compra mercantil
PopTika/Shutterstock
No comércio é mais simples, pois o custo dos estoques normalmen-
te é composto apenas pelos valores pagos na aquisição do produto 
para revenda.
16 Gestão de custos e riscos operacionais
Na prestação de serviços a complexidade de levantamento dos cus-
tos poderá ser maior, pois o elemento predominante será a mão de 
obra utilizada.
Figura 3
Demonstração de negócio na prestação de serviços
St
an
dr
et
/S
hu
tte
rs
to
ck
Na prestação de serviços vale lembrar que não podemos valorizar 
um “estoque de serviços”, mas existem muitas atividades em que os 
custos dos serviços em andamento devem ser apropriados e diferidos, 
sendo levados para a DRE apenas quando a receita for efetivada.
Percebemos que não existe um padrão para mensuração dos cus-
tos. A forma da apuração vai depender do setor econômico e, muitas 
vezes, de empresa para empresa, como veremos conforme avançar-
mos no tema.
No dia a dia, a palavra custos acaba sendo utilizada para várias co-
locações, tanto na linguagem empresarial quanto na social. É comum 
ouvirmos esse termo sendo sinônimo de despesa, gasto, dispêndio, 
consumo, entre outros, portanto, no próxima seção, entenderemos a 
diferença de cada um e o porquê da importância de dissociá-los e não 
de entendermos como sendo um único conceito, principalmente para 
a formação de preços.
Custos também são definidos como sacrifício financeiro, termino-
logia que está de acordo com a abordagem sistêmica, na qual a em-
presa é entendida como um sistema aberto que processa os recursos 
que entram (inputs) para dar saída a produtos ou serviços (outputs) 
(PADOVEZE; TAKAKURA JR., 2013). Vejamos a figura a seguir.
Uma atividade mercantil 
ou um comércio se refe-
rem às atividades de com-
pra, estoque e venda de 
mercadorias. Parece sim-
ples, mas algumas ações 
precisam ser observadas 
para que isso seja feito 
de maneira correta. Entre 
elas, o Sebrae (2020) 
destaca principalmente 
os controles ou registros 
de todos os gastos da 
empresa. Contudo, utilizar 
as informações para 
conhecer os custos é 
mais importante do que 
simplesmente registrar os 
valores gastos. O ideal é 
proporcionar ao negócio 
condições de enfrentar 
situações desfavoráveis 
ou tirar mais proveito 
das situações favo-
ráveis e ainda obter 
lucro (SEBRAE, 2020).
Você pode conferir uma 
cartilha de como registrar 
e calcular os custos da 
mercadoria, as despe-
sas fixas e as despesas 
variáveis do seu comércio, 
disponibilizada pelo Se-
brae, no link a seguir.
Disponível em: https://m.sebrae.
com.br/sites/PortalSebrae/bis/
saiba-mais-custos-no-comercio,
442ab88efc047410VgnVCM2000
003c74010aRCRD. Acesso em: 15 
dez. 2020.
Saiba mais
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/saiba-mais-custos-no-comercio,442ab88efc047410VgnVCM2000003c74010aRCRD
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/saiba-mais-custos-no-comercio,442ab88efc047410VgnVCM2000003c74010aRCRD
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/saiba-mais-custos-no-comercio,442ab88efc047410VgnVCM2000003c74010aRCRD
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/saiba-mais-custos-no-comercio,442ab88efc047410VgnVCM2000003c74010aRCRD
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/saiba-mais-custos-no-comercio,442ab88efc047410VgnVCM2000003c74010aRCRD
Conceitos e classificações 17
Figura 4
Custos no enfoque sistêmico
Vy
ac
he
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hu
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ck
Recursos 
necessários Processamento
Produto 
ou 
serviço
Cu
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Sa
cr
ifí
ci
o
Re
ce
it
a
Fonte: Elaborada com base em Padoveze e Takakura Jr., 2013, p. 24.
Na ótica do enfoque sistêmico os custos são a mensuração econô-
mica dos recursos necessários para a atividade produtiva, o sacrifício é 
o processamento dos recursos e a receita é a mensuração econômica 
do produto ou serviço vendido.
A contabilidade de custos também tem a função de gerar informa-
ções que serão utilizadas na tomada de decisões, por exemplo:
 • apurar o custo unitário da mercadoria ou do serviço vendido para 
fins de contabilização dos estoques, atendendo à legislação vi-
gente e às exigências fiscais;
 • apurar o custo unitário da mercadoria ou do serviço vendido para 
formação do preço de venda;
 • apurar o custo unitário da mercadoria ou do serviço vendido para 
estabelecer parâmetros de produção;
 • apurar o custo unitário da mercadoria ou do serviço vendido para 
apurar o resultado do exercício, bem como a lucratividade;
 • apurar o custo unitário da mercadoria ou do serviço vendido para 
controle operacional;
 • apurar o custo unitário da mercadoria ou do serviço vendido para 
avaliação de desempenho;
 • apurar o custo unitário da mercadoria ou do serviço vendido para 
obter dados para orçamentos;
 • apurar o custo unitário da mercadoria ou do serviço vendido para 
análise de alternativas;
 • elaborar relatórios para o planejamento, o controle e a tomada 
de decisão gerencial.
Desse modo, vemos que a contabilidade de custos, além de aten-
der às necessidades gerenciais da empresa com informações que vão 
18 Gestão de custos e riscos operacionais
possibilitar a tomada de decisões, é necessária para o cumprimento da 
legislação em vigor e das exigências legais e fiscais. Vale destacar que a 
terminologia custo se refere tanto aos custos quanto às despesas que po-
dem ser apropriados ao produto ou ao serviço unitário. Já o termo gastos 
é utilizado quando não há necessidade de especificar o tipo de dispêndio.
Quanto à exigência legal, é importante ressaltar a Lei n. 6.404/1976 – 
Lei das Sociedades Anônimas –, a qual, em seu artigo 183, nos orienta que:
no balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios: [...] II - os direitos que tiverem por objeto 
mercadorias e produtos de comércio da companhia, assim como 
matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifa-
do, serão avaliados pelo custo de aquisição ou produção; deduzi-
do deprovisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este 
for inferior. (BRASIL, 1976)
Para as demais sociedades, o novo Código Civil brasileiro – Lei n. 
10.406/2002 –, em seu artigo 1.187, preconiza que:
na coleta dos elementos para o inventário serão observados 
os critérios de avaliação a seguir determinados: [...] II – os va-
lores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, 
ou que constituem produtos ou artigos da indústria ou comér-
cio da empresa, podem ser estimados pelo custo de aquisição 
ou de fabricação, ou pelo preço corrente, sempre que este for 
inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou venal 
estiver acima do valor de custo de aquisição, ou fabricação, e os 
bens forem avaliados pelo preço corrente, a diferença entre este 
e o preço de custo não será levada em conta para a distribui-
ção de lucros, nem para as percentagens referentes a fundos 
de reserva. (BRASIL, 2002)
Quanto à exigência fiscal, é importante ressaltar o Decreto n. 
9.580/2018 – Dos critérios para avaliação de estoques (BRASIL, 2018):
Art. 304. Ao final de cada período de apuração do imposto, a 
pessoa jurídica deverá promover o levantamento e avaliação 
dos seus estoques.
Art. 305. As mercadorias, as matérias-primas e os bens em 
almoxarifado serão avaliados pelo custo de aquisição (Lei nº 
154, de 1947, art. 2º, § 3º e § 4º, e Lei nº 6.404, de 1976, art. 
183, caput, inciso II).
Art. 306. Os produtos em fabricação e acabados serão avaliados 
Conceitos e classificações 19
pelo custo de produção (Lei nº 154, de 1947, art. 2º, § 4º, e Lei 
nº 6.404, de 1976, art. 183, caput, inciso II).
§ 1º O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de 
custo integrado e coordenado com o restante da escrituração 
poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos estoques 
de produtos em fabricação e acabados (Decreto-Lei nº 1.598, de 
1977, art. 14, § 1º).
§ 2º Considera-se sistema de contabilidade de custo integrado e 
coordenado com o restante da escrituração aquele:
I - apoiado em valores originados da escrituração contábil 
(matéria-prima, mão de obra direta, custos gerais de fabricação);
II - que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do 
valor dos estoques de matérias-primas e outros materiais, pro-
dutos em elaboração e produtos acabados;
III - apoiado em livros auxiliares, fichas, folhas contínuas, ou 
mapas de apropriação ou rateio, tidos em boa guarda e de regis-
tros coincidentes com aqueles constantes da escrituração prin-
cipal; e
IV - que permite avaliar os estoques existentes na data de 
encerramento do período de apropriação de resultados segundo 
os custos efetivamente incorridos.
Art. 307. O valor dos bens existentes no encerramento do pe-
ríodo de apuração poderá ser o custo médio ou o dos bens 
adquiridos ou produzidos mais recentemente, admitida, ainda, 
a avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de 
lucro. (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14, § 2º)
A contabilidade de custos tem exigência legal e tributária, portanto 
não pode ser confundida com a contabilidade gerencial ou somente 
para fins de informações internas.
1.2.1 Classificação de gastos, custos e despesas
Quando tratamos de contabilidade de custos ou da formação do 
custo de um produto, devemos estar atentos aos termos, pois não são 
sinônimos e representam destinações diferentes do que se pensa nor-
malmente. Vamos diferenciar os conceitos de gastos, investimentos, cus-
tos, despesas e perdas. Bruni e Famá (2019, p. 5) demonstram como se 
dá esse processo, que pode ser visto na figura a seguir.
20 Gestão de custos e riscos operacionais
Figura 5
Diferenciação entre custo e despesa
Balanço Patrimonial Demonstrativo de 
Resultado do Exercício
Custos Despesas
Produtos 
ou serviços 
elaborados
Consumo associado 
à elaboração do 
produto ou serviço 
Consumo 
associado ao 
período
Gastos
Investimentos
Fonte: Bruni; Famá, 2019, p. 5.
Depois de termos uma visão geral de como ocorre o processo 
de transformação de um gasto em investimento, custo ou despesa, 
conforme demonstrado na Figura 5, vamos entender os conceitos 
de cada um:
 • Gastos ou dispêndios: são o desembolso em dinheiro, ou equi-
valente a dinheiro, sacrificado para produtos e serviços que se 
espera que tragam um benefício atual ou futuro (receita) para a 
empresa. Trata-se de qualquer gasto que ainda será classificado 
como investimento, custo ou despesa.
 • Investimentos: são o gasto alocado em função da vida útil do 
bem ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos. Exemplos: 
matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como 
investimento circulante; máquinas e equipamentos são gastos 
que se transformam em um investimento permanente.
 • Custo: relativo à produção de um bem ou à prestação de um servi-
ço, é o gasto que será apropriado ao produto de maneira direta ou 
indireta. Exemplos: custo direto: matéria-prima e mão de obra dire-
ta; custo indireto: manutenção, aluguel da fábrica, lubrificantes etc.
 • Despesas: todo gasto incorrido após o produto sair do processo 
produtivo ou da finalização do serviço prestado. Não possuem 
Conceitos e classificações 21
natureza fabril, ou seja, não estão associadas à produção de um 
produto ou serviço. Exemplos: salários de vendedores, gastos com 
funcionários administrativos, comissão, frete para entrega etc.
 • Perdas: é o gasto involuntário, indesejado, quando a 
matéria-prima se torna inútil, não sendo mais possível o seu rea-
proveitamento. Exemplos: erro no corte, riscos, manchas, defeito 
de fabricação etc.
 • Desperdício: é o gasto que não agrega valor do ponto de vista do 
cliente, como os gastos com retrabalho. Por exemplo, se a em-
presa precisar refazer um produto por não estar de acordo com 
as normas técnicas, os recursos gastos com o retrabalho podem 
ser computados como desperdício.
 • Depreciação, amortização e exaustão direta: é a perda de va-
lor dos bens imobilizados (máquinas, equipamentos, computado-
res etc.) e intangíveis (direitos de exploração de serviços públicos, 
marcas e patentes, direitos autorais, softwares, fundo de comér-
cio adquirido etc.) diretamente relacionados com a produção dos 
produtos ou serviços.
 • Depreciação, amortização e exaustão indireta: é a perda de 
valor dos bens imobilizados e intangíveis que não estão direta-
mente relacionados com a produção dos produtos ou serviços.
Agora que compreendemos como diferenciar os gastos, custos e 
despesas, na próxima seção veremos como classificá-los.
Por que é necessário que as 
empresas, independentemente 
do setor econômico, tenham 
uma boa gestão de custos?
Atividade 2
1.3 Classificação de custos 
Vídeo A teoria da contabilidade de custos aponta a existência de várias 
formas de classificação dos custos, dependendo do interesse e da me-
todologia empregados, sendo indispensáveis:
Classificação com 
relação à identificação 
do custo do produto 
produzido ou do 
serviço prestado.
Classificação com 
relação ao volume 
produzido do bem ou 
do serviço prestado.
Am
mu
s/S
hut
ters
toc
k
22 Gestão de custos e riscos operacionais
A identificação do custo do produto ou serviço é classificada em:
 • Custo direto: compreende a soma dos gastos aplicados ou 
consumidos na produção de bens ou na prestação de serviços. 
Exemplos: matéria-prima, frete, embalagem e todos os demais 
materiais de consumo de fácil identificação aplicados diretamen-
te ao produto.
 • Custo indireto: é difícil de atribuir ao produto por estar presente 
no processo produtivo global; portanto, utiliza-se de critérios de 
rateios para apropriação. Exemplos: depreciação, energia, alu-
guel, supervisão da fábrica, manutenção da fábrica etc.
Observe a Figura 6 e reflita sobre como se dá a classificação dos 
custos e das despesas na contabilidade de custos.
Figura 6
Classificação dos custos e das despesas
Custo de transformaçãoCusto direto ou primário
Custo contábil, fabril ou total
Custo integral ou gasto total
Matéria-prima 
ou 
material 
direto(MD)
Mão de obra 
direta
(MOD)
Custos 
indiretos de
fabricação 
(CIF)
Despesas e
gastos não 
associados
à produção
Fonte: Elaborada com base em Bruni e Famá, 2019, p. 14.
Como podemos observar, a identificação dos custos é 
classificada de maneira distinta quanto à aplicabilidade de cada um 
(BRUNI; FAMÁ, 2019):
 • Custo direto ou primário: é apropriado de modo objetivo 
e direto no cálculo dos produtos fabricados ou do serviço 
prestado. Ou seja, não precisa de critério de rateio, como 
matéria-prima e mão de obra direta, no qual é mensurável de 
maneira objetiva.
Conceitos e classificações 23
 • Custo de transformação: também denominado custo de 
conversão ou custo de agregação, consiste no esforço gerado 
para obter o produto ou prestar o serviço. Exemplos: mão de 
obra direta e custos indiretos de fabricação.
 • Custo contábil, fabril ou total: inclui todos os custos diretos 
e indiretos.
 • Custo integral ou gasto total: inclui todos os custos diretos 
e indiretos, bem como as despesas.
Entendida a classificação dos custos, conheceremos outros concei-
tos importantes:
 • Custo da mercadoria vendida (CMV): é determinado para 
operações mercantis; na operação industrial é chamado de 
custo dos produtos vendidos (CPV), e nas operações de servi-
ços custo dos serviços prestados ou vendidos (CSP ou CSV). É a 
etapa final do processo de formação de custos, pois diz res-
peito à saída dos estoques da empresa para o comprador.
 • Custo de oportunidade: representa o valor da melhor alter-
nativa em detrimento da alternativa escolhida, ou seja, é o 
custo da alternativa abandonada. Por exemplo, se uma em-
presa planeja lançar um novo produto aproveitando o molde 
de outro já existente, caso o molde possua um valor de mer-
cado, ele deverá ser incluído no cálculo dos custos, mesmo 
que nada seja desembolsado.
 • Lucro: é o resultado (Figura 7) que, após deduzidos os custos 
e as despesas, pode ser exemplificado pela equação:
L = R – C – D
Em que:
L = lucro
R = receita
C = custo
D = despesa
24 Gestão de custos e riscos operacionais
É importante compreendermos também como se dá o fluxo 
dos custos direto e indireto para formar o custo da mercadoria 
vendida (CMV) ou o custo do serviço prestado (CSP). Vejamos a 
figura a seguir.
Figura 7
Fluxo dos custos
Demonstrativo de 
Resultado do Exercício
(-) Custos do DRE
CMV
CPV
CSP
(+) Receitas
(-) Despesas
(=) Resultado
Balanço Patrimonial
Custos
diretos e
indiretos
Estoques
Materiais diretos
Produtos em elaboração
Produtos acabados
Fonte: Bruni e Famá, 2019, p. 6.
Observe como é importante a eficácia na formação dos cus-
tos, pois o valor identificado como custo irá compor a conta CMV 
ou CSP. Como é um demonstrativo de resultado (lucro/prejuízo), 
quanto mais detalhada for a apuração dos custos, mais preciso 
será o resultado.
A classificação com relação ao volume produzido geralmente é 
feita da seguinte forma: fixo, variável, semifixo e semivariável.
 • Fixo: são os custos que não se alteram conforme aumenta 
ou diminui a quantidade produzida. São os compromissos já 
fixados, e não importa se a empresa produz ou não, ela deve 
honrar esses compromissos.
A Figura 8 demonstra o comportamento do custo fixo em relação 
à quantidade produzida. Vamos tomar como exemplo a conta te-
lefônica básica mensal: nos planos atuais o valor da conta não 
altera de acordo com o volume de chamadas locais. Então, o cus-
to fixo em relação à quantidade é linear, ou seja, não altera ao 
fazermos mais ou menos chamadas telefônicas locais.
Conceitos e classificações 25
Figura 8
Comportamento do custo fixo em relação à quantidade
R$
Q
Fonte: Elaborada pela autora.
 • Variável: são os custos nos quais o valor total é alterado de acor-
do com o aumento ou a queda da quantidade produzida. Como 
exemplo, vamos supor que o total da conta de telefone de lon-
ga distância seja com base em quantos minutos falamos. Sendo 
assim, o custo variável total é proporcional à quantidade/minu-
tos utilizada nas ligações de longa distância. A figura a seguir de-
monstra esse comportamento.
Figura 9
Comportamento do custo variável em relação à quantidade
R$
Q
Fonte: Elaborada pela autora.
Os gráficos nos ajudam a entender o comportamento dos custos 
fixos e variáveis com relação à quantidade produzida. No Quadro 2 
apresentamos o comportamento dos custos em relação ao custo total 
e à unidade produzida.
26 Gestão de custos e riscos operacionais
Quadro 2
Comportamento dos custos fixos e variáveis em relação ao total e à unidade
Custo Total Por unidade
Variável
Aumenta ou diminui conforme o 
nível de atividade é alterado.
Permanece o mesmo em diversos 
níveis de atividade.
Fixo
Permanece igual, mesmo quando 
o nível de atividade é alterado.
Médio; diminui conforme o nível de 
atividade aumenta.
Fonte: Elaborado pela autora.
 • Semifixo: custos que até determinado nível são fixos, mas se esse 
nível for excedido, passam a ser variáveis. São muito comuns em 
gastos com água, energia, gás, telefone etc. Retomando o exem-
plo da conta telefônica básica mensal, vamos supor que o plano 
seja de R$ 100,00 mensais e que dá o direito de consumir até 200 
minutos por mês em ligações locais; contudo, se ultrapassar os 
200 minutos, será cobrado adicional por minuto chamado; se não 
ultrapassar, serão cobrados os R$ 100,00 contratados. A figura a 
seguir demonstra esse comportamento.
Figura 10
Comportamento do custo semifixo em relação à quantidade
R$
QFonte: Elaborada pela autora.
 • Semivariável: são os custos que se mantêm fixos dentro de cer-
tos níveis de quantidade produzida, contudo vão evoluindo “aos 
saltos”, pois não acompanham linearmente os custos de produ-
ção. Continuando com nosso exemplo da conta telefônica bási-
ca, vamos supor que a operadora tenha oferecido um plano com 
escalas de consumo: até 200 minutos R$ 100,00; de 201 a 400 
minutos R$ 150,00; e assim sucessivamente. Veja que temos um 
nível de consumo fixo; ao ser excedido, passa a variável e volta a 
ser fixo por determinado nível de consumo.
Conceitos e classificações 27
Figura 11
Comportamento do custo semivariável em relação à quantidade
R$
Q
Fonte: Elaborada pela autora.
As despesas, como os custos, seguem o princípio de competência, 
no qual são reconhecidas por período ou na ocorrência do fato gerador 
e são classificadas geralmente como despesas fixas e variáveis:
Despesas fixas
Não se alteram em função do volume de vendas. Se a em-
presa em determinado mês faturou mais ou menos em rela-
ção a outros períodos, a despesa fixa permanece inalterada. 
Exemplo: salário fixo dos vendedores, administrativo e co-
mercial, limpeza e manutenção de loja ou escritório, seguro 
de loja ou escritório etc.
O vídeo Aula 4 / Custo fixo 
e variável, publicado pelo 
Professor Daniel Santana, 
ensina a diferenciar 
os custos fixos dos 
custos variáveis, além 
de demonstrar como 
gerenciá-los.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=4EjpLKrrbKc. Acesso em: 
15 dez. 2020.
Vídeo
Despesas variáveis 
Alteram-se de acordo com o volume de vendas. Se a empresa 
em determinado mês faturou mais ou menos em relação a 
outros períodos, a despesa variável vai variar na mesma pro-
porção. Exemplo: frete para entrega, embalagem, comissão 
por venda etc.
As despesas podem ser desmembradas de várias formas, como: 
despesas administrativas, despesas financeiras, despesas comerciais, 
despesas operacionais, despesas com depreciação, entre outras.
Para o gestor projetar indica-
dores eficazes de desempenho, 
como margem de contribuição, 
Earning Before Interest, Taxes, 
Depreciation and Amortization 
(Ebtida) ou lucratividade, são 
necessários sistemas eficientes 
de gestão de custos.
Atenção
Quais critérios devem ser segui-
dos para identificar e classificar 
os custos e as despesas?
Atividade 3
https://www.youtube.com/watch?v=4EjpLKrrbKc
https://www.youtube.com/watch?v=4EjpLKrrbKc
https://www.youtube.com/watch?v=4EjpLKrrbKc
28 Gestão de custos e riscos operacionais
CONSIDERAÇÕESFINAIS
Neste capítulo aprendemos que a contabilidade de custos é uma rami-
ficação da contabilidade financeira, voltada a gerar informações internas 
para a tomada de decisão. Além disso, vimos que se trata de um processo 
sistemático, que usa os princípios da contabilidade financeira para regis-
trar e acompanhar os custos de operação de uma entidade.
As empresas, estando estabelecidas em um ambiente em constante 
mudança e com concorrência acirrada, precisam de sistemas de controle 
eficazes e de informações coerentes com a realidade do negócio para 
adequar suas operações às crescentes mudanças do mercado.
O profissional de custos, por sua vez, deve dominar conhecimentos 
estatísticos e matemáticos, técnicas de planejamento e pesquisa opera-
cional para garantir a efetividade e eficiência nas operações.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018. Diário Oficial da União, Poder 
Executivo, Brasília, DF, 23 nov. 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2015-2018/2018/Decreto/D9580.htm#art4. Acesso em: 15 dez. 2020.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Executivo, 
Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l6404compilada.htm. Acesso em: 15 dez. 2020.
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Poder Executivo, 
Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
l10406.htm. Acesso em: 15 dez. 2020.
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora 
HP 12C e Excel. São Paulo: Atlas, 2004.
CREPALDI, S. A. Contabilidade Gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
IUDÍCIBUS, S. de.; MARION, J. C.; FARIA, A. C. de. Introdução à teoria da contabilidade. 3. ed. 
São Paulo: Atlas, 2002.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
PADOVEZE, C. L.; TAKAKURA JR., F. K. Custo e preços de serviços: logística, hospitais, 
transporte, hotelaria, mão de obra, serviços em geral. São Paulo: Atlas, 2013.
SÁ, A. L. Dicionário de Contabilidade. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
SEBRAE. Saiba mais: custos no comércio, 2020. Gestão financeira. Disponível em: https://m.
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VgnVCM2000003c74010aRCRD. Acesso em: 15 dez. 2020.
ZANLUCA, J. C.; ZANLUCA, J. S. História da contabilidade. Portal da contabilidade, 2020. 
Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso 
em: 15 dez. 2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9580.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9580.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/saiba-mais-custos-no-comercio,442ab88efc047410VgnVCM2000003c74010aRCRD
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/saiba-mais-custos-no-comercio,442ab88efc047410VgnVCM2000003c74010aRCRD
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/saiba-mais-custos-no-comercio,442ab88efc047410VgnVCM2000003c74010aRCRD
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
Conceitos e classificações 29
GABARITO
1. Por ser voltada para o público externo e atender às exigências legais, a contabilidade 
financeira dificulta o processo de análise para a tomada de decisão, pois não pode 
ser ajustada de acordo com os objetivos dos gestores e da informação que se deseja 
extrair. Por isso, dependendo do tipo de informação necessária para a tomada de de-
cisão, foram surgindo as ramificações. A contabilidade gerencial contribui para obter 
informações mais precisas e claras de acordo com as diversas áreas da empresa, en-
quanto a contabilidade de custos contribui para o fornecimento de informações sobre 
os valores envolvidos na produção de produtos ou na prestação de serviços.
2. Uma gestão de custos eficiente auxiliará o gestor a tomar melhores decisões com 
base no conhecimento do custo unitário e total de cada produto vendido, bem como 
facilitará o processo de precificação.
3. Primeiramente, é preciso se perguntar se os gastos foram destinados ao sistema pro-
dutivo ou não. Caso tenham sido, são classificados como custo fixo, direto ou indireto; 
do contrário, serão classificados como despesas fixas ou variáveis.
30 Gestão de custos e riscos operacionais
2
Modelo decisório de custos
A temática deste capítulo são os principais métodos de custeio 
de produtos e serviços que necessitam de mensurações físicas das 
operações aplicadas no processo produtivo e das especificações 
dos materiais que os compõem. Vamos perceber que todos os 
métodos de custeamento são baseados no sistema contábil, no 
qual se buscam as informações da composição de cada produto 
ou serviço e de como eles são produzidos ou prestados.
Primeiramente trataremos dos fundamentos e principais mé-
todos de custeio, como o custeio por absorção (obrigatório para 
todas as empresas) e os métodos de custeio gerencial: custeio 
variável, custeio padrão e custeio ABC. Em seguida, discutiremos 
sobre qual é o melhor método de custeio e como identificá-lo de 
acordo com as necessidades de cada empresa. 
Assim, este capítulo nos dá os fundamentos para escolher qual 
é o melhor método de custeio para cada empresa.
2.1 Fundamentos e principais 
métodos de custeio 
Vídeo Métodos de custeio, ou custeamento, são utilizados para a toma-
da de decisão de custos adotada pelos gestores das empresas. Eles 
são compreendidos, segundo Padoveze e Takakura Jr. (2013), como o 
caminho percorrido para encontrar o custo unitário de produtos ou 
serviços. Para tanto, utilizamos informações dos relatórios financeiros, 
da estrutura do serviço e da forma de fabricação do produto.
Existem várias metodologias para apurar o custo unitário, e cada 
método tem vantagens e desvantagens, contudo, para efeitos contá-
beis, somente o custeio por absorção é aceito.
Modelo decisório de custos 31
A adoção de um método de custeio deve ser adequada aos objeti-
vos da empresa, pois contribui para trazer informações não só de custo 
do produto, mas também de rentabilidade. Portanto, o método deve 
ser utilizado de maneira objetiva e sistemática, para que o gestor tome 
decisões sem prejudicar a lucratividade da empresa.
Bornia (2010) afirma que o funcionamento da empresa pode ser vis-
to como um processo que transforma insumos em produtos, conforme 
demonstrado na figura a seguir.
Figura 1
Empresa como processo
Processo produtivo
Produtos
Custos
Insumos
Fonte: Bornia, 2010, p. 31.
No processo, conforme demonstrado na Figura 1, torna-se 
necessário identificar “o que” e “quanto” compõe cada custo e a 
participação desses associados em cada produto ou serviço.
Em resumo, os métodos de custeio podem ser observados sob dois 
aspectos: o princípio, ou o tratamento das informações, e o método, 
sendo aquele que viabiliza a operacionalização do princípio, ou seja, 
vai decidir quais informações são importantes e como serão obtidas 
(PADOVEZE; TAKAKURA JR., 2013).
A Figura 2 apresenta uma visão geral dos principais métodos de 
custeio. Na coluna à esquerda, estão os gastos mais comuns de uma 
empresa, os quais utilizaremos para fazer o custeamento unitário, e na 
coluna à direita os métodos de custeamento mais utilizados.
Figura 2
Principais métodos de custeio
Gastos totais – diretos e indiretos
Tipos de gastos Métodos de custeio
Matéria-prima, materiais diretos e embalagens
Te
or
ia
 
da
s 
re
s-
tr
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Cu
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AB
C
RK
W
Despesas variáveis
Mão de obra direta
Mão de obra indireta
Despesas geraisindustriais
Depreciação
Mão de obra administrativa/comercial
Despesas administrativas/comercial
Despesas financeiras
32 Gestão de custos e riscos operacionais
Produto/serviço 
1
Produto/serviço 
2
Produto/serviço 
3
Produto/serviço 
4
Produto/serviço 
5
Gastos totais + Métodos de custeio
Fonte: Padoveze e Takakura Jr., 2013, p. 68.
Na teoria das restrições, os gastos considerados para custeio são 
os variáveis (custos e despesas variáveis), como matéria-prima, frete, 
embalagens, comissões sobre as vendas etc. O custo da mão de obra 
direta não faz parte do custo unitário nessa teoria. 
O método de custeio variável ou direto reconhece a mão de obra 
direta como custo variável, já que no médio e longo prazo esse gasto 
apresenta variabilidade em relação ao volume produzido.
O método de custeio por absorção é o mais conhecido e utilizado 
no mundo todo, pois é determinado pelas práticas contábeis interna-
cionais. No Brasil, é obrigatório para fins de avaliação de inventários e 
de tributação do imposto de renda (BORNIA, 2010). Nesse método, os 
custos diretos e indiretos são apropriados ao custo unitário.
O método de custeio ABC é uma alternativa ao custeio integral, 
pois reconhece tanto os custos diretos e indiretos quanto as despesas 
administrativas, comerciais, entre outras. É considerado mais racional 
ao considerar as atividades dos setores indiretos e depois fazer a dis-
tribuição dessas atividades para formar os custos unitários dos pro-
dutos e serviços da empresa. No entanto, não reconhece as despesas 
financeiras.
O método RKW considera todos os gastos para apropriação do 
custo unitário, inclusive os financeiros. Nesse método, todos os custos 
de operação, comercialização, além dos administrativos e financeiros 
(exceto material direto), devem ser canalizados para o custo dos depar-
tamentos ou setores diretos, assim os custos dos departamentos ou 
setores diretos absorvem todos os demais gastos da empresa.
Nas seções seguintes, aprofundaremos os estudos sobre os prin-
cipais métodos de custeio, sendo eles: custeio por absorção, custeio 
variável, custeio padrão e custeio ABC.
Os métodos de custeio 
podem ser observados sob dois 
aspectos. Cite e explique cada 
um deles.
Atividade 1
Modelo decisório de custos 33
2.2 Custeio por absorção ou integral 
Vídeo O custeio por absorção, também conhecido como custeio integral, é o 
método derivado da aplicação dos princípios fundamentais da contabi-
lidade. Foi derivado do sistema desenvolvido na Alemanha, no início do 
século XX, conhecido como Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit (RKW).
O método consiste na apropriação de todos os custos diretos, indi-
retos, fixos e variáveis utilizados na fabricação dos produtos – ou todos 
os gastos relativos ao esforço de fabricação que serão distribuídos para 
todos os produtos ou serviços.
O método de absorção segue os princípios fundamentais da con-
tabilidade, sendo obrigatório para todas as empresas, além de ser 
utilizado para fins gerenciais.
Vejamos um exemplo: a empresa XYZ, em um determinado mês, produ-
ziu 10.000 unidades. Admitindo os custos para produção detalhados na Ta-
bela 1, vamos fazer o custeamento pelo método do sistema por absorção.
Tabela 1
Exemplo de custeio por absorção para um produto
DESCRIÇÃO VALOR
Matéria-prima transferida para produção R$ 85.000,00
Custo da mão de obra da produção apurada no mês R$ 12.000,00
Gastos gerais de produção apurados no mês R$ 10.000,00
TOTAL DO CUSTO DE PRODUÇÃO DO MÊS R$ 107.000,00
Unidades produzidas no mês 10.000
Custo unitário de produção de XYZ (107.000 / 10.000) R$ 10,70
Fonte: Elaborada pela autora.
34 Gestão de custos e riscos operacionais
Perceba que todos os gastos da produção foram considerados no 
cálculo, sejam eles variáveis, fixos, diretos ou indiretos, conforme es-
quema demonstrado na figura a seguir.
Figura 3
Esquema do custeio por absorção
Receita Lucro/PrejuízoDespesaCMV
Produto Rateio
IndiretosDiretos
Gasto
InvestimentoCustos
Fonte: Elaborada pela autora.
As principais características do custeio por absorção são:
 • Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e/ou indiretos.
 • É necessário um critério de rateio para apropriação dos custos in-
diretos quando houver mais de um produto ou serviço. O gestor 
escolhe qual método é o mais adequado para a empresa, entre 
eles: o gasto com a mão de obra direta; o total das quantidades 
produzidas; o total dos custos diretos; ou os custos de transfor-
mação (PADOVEZE; TAKAKURA JR., 2013).
 • É o critério legal exigido no Brasil. Entretanto, nem sempre é 
útil como ferramenta de análise para tomada de decisão, pois 
apresenta distorções ao distribuir os custos aos diversos pro-
dutos e serviços, possibilitando mascarar desperdícios e ou-
tras ineficiências produtivas.
 • Os resultados sofrem influência direta do volume de produção.
Para uma empresa que produz dois produtos, vamos denominá-los 
de produtos A e B, utilizaremos como critério de absorção o custo da 
mão de obra do período, para, em seguida, atribui-los unitariamente 
Modelo decisório de custos 35
aos custos dos produtos A e B. Antes, precisamos obter o total da mão 
de obra direta, conforme demonstrado na tabela a seguir.
Tabela 2
Exemplo de custeio por absorção para dois produtos
Descrição do gasto Produto A Produto B Total
Materiais diretos (R$) 122.000 81.500 203.500
Mão de obra direta (R$) 278.000 92.000 370.000
Custo direto (R$) 400.000 173.500 573.500
Rateio MOD% 75,14% 24,86% 100%
Custo indireto (R$) 480.896 159.104 640.000
Custo total (R$) 880.896 332.604 1.213.500
Unidades produzidas 280.000 60.000
Custo unitário (R$) 3,15 5,54
Fonte: Elaborada pela autora.
Ao utilizar como critério para rateio dos custos indiretos a mão de 
obra direta, chegamos a um custo unitário de R$ 3,15 para o produto A 
e R$ 5,54 para o produto B. Segue detalhamento do cálculo:
 • 1º Identificamos quanto a mão de obra consumida para cada pro-
duto representa da mão de obra total (Tabela 3).
Tabela 3
Demonstração de cálculo da participação da mão de obra para cada produto
Descrição Custo mão de obra direta (R$) % participação
Produto A 278.000 75,14%
Produto B 92.000 24,86%
Total 370.000
 Fonte: Elaborada pela autora.
 • 2º Pegamos o valor total do custo indireto de R$ 640.000 e fize-
mos a distribuição para cada produto de acordo com a participa-
ção de gastos.
O produto A apropriou 75,14% dos custos indiretos =
640.000 x 75,14% = R$ 480.896,00
O produto B apropriou 24,86% dos custos indiretos =
640.000 x 24,86% = R$ 159.104,00
 • 3º Identificado o custo total (material direto, mão de obra indireta 
e custo indireto), chegamos ao custo total de R$ 880.896 para o 
produto A e R$ 332.604 para o produto B. Para encontrarmos 
O vídeo Aula 8 / custeio 
por absorção, publicado 
pelo Professor Daniel 
Santana, explica de uma 
forma clara e didática o 
conceito de absorção e 
sua forma de aplicação. 
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=GI5F9k8KB8g&t=63s. 
Acesso em: 15 dez. 2020. 
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=GI5F9k8KB8g&t=63s
https://www.youtube.com/watch?v=GI5F9k8KB8g&t=63s
https://www.youtube.com/watch?v=GI5F9k8KB8g&t=63s
36 Gestão de custos e riscos operacionais
o custo unitário, é necessário dividir a quantidade produzida de 
cada produto pelo seu custo total:
Produto A = 880.896 / 280.000 = R$ 3,15 custo unitário
Produto B = 332.604 / 60.000 = R$ 5,54 custo unitário
Na próxima seção, vamos entender como aplicar o custeio variável.
2.3 Custeio direto ou variável 
Vídeo No método de custeio direto ou variável, apenas os custos variáveis 
são relacionados aos produtos, e o custo fixo é considerado custo do pe-
ríodo (BORNIA, 2010). Ou seja, o custo final do produto ou serviço será a 
soma do custo variável, dividida pela produção correspondente, sendo 
os custos fixos considerados diretamente no resultado do exercício.
Os custos fixos devem ser amortizados independentemente do vo-
lume produzido, por issoa empresa precisa produzir o máximo possí-
vel para diluir esses custos. Sendo assim, os únicos custos relevantes 
são os variáveis.
Gerencialmente é um método muito usado, mas, por sua restrição fiscal 
e legal, sua utilização implica a exigência de dois sistemas de custos:
 • o sistema de custo contábil (absorção ou integral), para atender 
às normas legais;
 • um método de custeio paralelo, separando os custos fixos e variáveis.
Há possibilidade de efetuar separação do custeio direto na con-
tabilidade, segregando-se todos os custos em categorias específi-
cas, por exemplo:
Mão de obra de produção
 Mão de obra de produção – Variável
 Mão de obra de produção – Fixa
Gastos gerais de fabricação
 Manutenção – Variável
 Manutenção – Fixa
Modelo decisório de custos 37
Desde que o sistema de acumulação seja a soma dos custos fixos e 
variáveis, não há que se opor a essa sistemática de separar os valores 
para utilização gerencial.
Contudo, atualmente a maioria das empresas tem sistemas de 
gestão próprios que extraem da contabilidade dados específicos 
para análise de custos variáveis. A contabilidade utiliza o custeio 
por absorção enquanto os sistemas de análise extraem das contas 
de custos os valores diretos.
Algumas características essenciais do método de custeio variável são:
 • divisão dos custos em dois grupos principais: fixos e variáveis;
 • custo final dos produtos é a soma dos custos variáveis;
 • custos fixos são considerados integralmente nas contas de resultado.
Resumindo, nesse método de custeio, no cálculo dos custos fi-
nais por produto são computados somente os custos variáveis. Os 
custos fixos são considerados despesas, levadas integralmente ao 
resultado do período, por não serem considerados elementos com-
ponentes do custo dos produtos. Obtém-se, assim, o custo final 
variável dos produtos.
Na Tabela 4 podemos analisar um exemplo de custeio variável para 
uma empresa que produz um único produto.
Tabela 4
Demonstração de cálculo do custeio variável para um produto
Descrição Valor Total Fixo Variável
Matéria-prima transferida para produção (R$) 85.000,00 85.000,00
Custo da mão de obra da produção apurada no mês 
(R$)
12.000,00 6.000,00 6.000,00
Gastos gerais de produção apurados no mês (R$) 10.000,00 7.000,00 3.000,00
TOTAL DO CUSTO DE PRODUÇÃO DO MÊS (R$) 107.000,00 13.000,00 94.000,00
Unidades produzidas no mês 10.000 10.000
Custo unitário de produção (R$) 10,70 9,40
Fonte: Elaborada pela autora.
Nesse exemplo, o custo total, de R$ 10,70 por unidade, foi subdi-
vidido em custo fixo e em variável, o que resultou numa apuração de 
“custo direto”, por unidade final de produto, de R$ 9,40, na qual somen-
te foram considerados os custos variáveis do período (matéria-prima, 
mão de obra e gastos gerais, todos da produção).
38 Gestão de custos e riscos operacionais
Vamos ver outro exemplo, agora para dois produtos, conforme da-
dos dispostos na tabela a seguir.
Tabela 5
Demonstração de cálculo do custeio variável para dois produtos
Descrição do gasto Produto A Produto B Total
Materiais diretos (R$) 122.000 81.500 203.500
Mão de obra direta (R$) 278.000 92.000 370.000
Custo direto (R$) 400.000 173.500 573.500
Custo indireto (R$) 640.000
Unidades produzidas 280.000 60.000
Custo unitário (R$) 1,43 2,89
Preço de venda (R$) 2,70 4,63
Margem de contribuição (unit) (R$) 1,27 1,74
Margem de contribuição (%) 47,09% 37,50%
Margem de contribuição total (R$) 356.000 104.100
Fonte: Elaborada pela autora.
Esse método contribui para identificar a margem de contribuição 
unitária e total por produto. Margem de contribuição é a contribuição 
monetária de cada produto ou serviço para cobertura dos custos e das 
despesas fixas. Pode ser encontrada na aplicação da seguinte equação:
MCunit = PVunit – CVunit
Ou, para encontrar em porcentagem:
MC(%) =
MCunit 
PVunit
MCunit = margem de contribuição unitária
MC(%) = margem de contribuição em porcentagem
PVunit = preço de venda unitário
CVunit = custo variável unitário
No exemplo supracitado, percebemos que o produto A contribui 
para amortizar os custos fixos em 47,09% ou em R$ 1,27 por unidade, 
gerando uma margem de contribuição total de R$ 356.000. Já o produto 
B contribui em 37,50% para amortizar os custos fixos ou em R$ 1,74 por 
unidade, gerando uma margem de contribuição total de R$ 104.100.
Note que num primeiro momento poderíamos concluir que o pro-
duto B é o melhor da empresa, ao analisar somente a margem de 
contribuição unitária. Contudo, ao observarmos a margem de contri-
Quer se aprofundar no 
assunto? O Portal de 
Contabilidade divulga 
os principais métodos 
de cálculo, legislação e 
resoluções. 
Disponível em: http://www.
portaldecontabilidade.com.br/
tematicas/metodosdecusteio.htm. 
Acesso em: 15 dez. 2020.
Leitura
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/metodosdecusteio.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/metodosdecusteio.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/metodosdecusteio.htm
Modelo decisório de custos 39
buição total, percebemos que o produto A é o melhor da empresa, 
pois, apesar de apresentar uma margem de contribuição unitária me-
nor, vende mais.
Vamos ter uma ideia geral do método por meio do esquema ilustra-
tivo a seguir.
Figura 4
Esquema do custeio variável
Lucro operacional
 (Despesa)
(Custo do produto vendido)
D.R.E.
Receita operacional 
Após a venda
Imediatamente
Custo variável
Investimento
Custo fixo
Despesa
Gasto
Fonte: Elaborada pela autora.
Os custos diretos são transferidos aos produtos por meio do consumo 
efetivo e pelo tempo de produção de cada um. Dessa forma, os materiais 
são alocados aos produtos com base no consumo apurado pelo sistema 
de controle de estoques. Já a mão de obra direta é alocada com base nas 
horas trabalhadas para cada produto, e os outros custos diretos identifi-
cáveis – como a industrialização efetuada por terceiros sobre os produtos 
– são atribuídos diretamente aos produtos que os consumiram.
A empresa que utilizar a apuração 
de custos pelo sistema direto de 
custeio deverá ajustar os cálculos 
de maneira que não distorça o 
método de absorção, tratando de 
preservar as informações sobre 
custos fixos e sua distribuição nos 
cálculos. Então, uma conta de 
estoques, por exemplo, deverá 
prever duas subcontas distintas, 
para que a somatória delas com-
ponha o custo final do produto, 
desta forma:
Estoques – Produtos acabados – 
Custo variável
Estoques – Produtos acabados 
– Custo fixo
(=) Estoques – Produtos 
acabados
Atenção
2.4 Custeio padrão 
Vídeo O custeio padrão consiste na técnica de prefixar antes do início da 
produção o custo para cada produto ou serviço prestado, com base no 
histórico ou nas metas a serem conquistadas pela empresa. Segundo 
Dubois (2019), padrão é uma referência, um elemento quantitativo ou fi-
nanceiro que servirá de base de comparação com os resultados futuros.
Os principais tipos de custeio padrão são:
 • custo-padrão corrente ou standard: é o custo que leva em con-
sideração o histórico de custo de períodos anteriores. A empresa 
considera inclusive as perdas normais que ocorrem no processo, 
tanto de material como de tempo dos funcionários.
40 Gestão de custos e riscos operacionais
 • custo-padrão ideal: é o custo que a empresa deseja alcançar em 
condições normais de eficiência do uso dos seus recursos. É útil 
para ser usado como parâmetro de longo prazo. Os desperdícios 
são reduzidos ou eliminados para se chegar na condição ideal, 
com base em estudos científicos (BRUNI, 2019).
O custeio padrão é importante para a gestão de custos, pois permite 
a comparação com os custos reais, apresentando as melhorias ou falhas 
que ocorrem no processo produtivo. No caso de falhas, ajuda a identifi-
car os motivos que levaram a empresa a não atingir o padrão esperado.
Para que cumpra o seu principal papel, o de subsidiar a gerência 
com informações a respeito do comportamento dos custos, quanto 
maior for o detalhamento em cadaetapa do processo, atribuindo os 
padrões em quantidade e valores, maior será a facilidade de a empresa 
verificar os pontos falhos.
Quando o custo-padrão é superado, o custo-efetivo (custo que ocor-
reu no período) passará a ser o custo-padrão para os próximos exercícios. 
Vale destacar que alguns autores não classificam o custo-padrão como 
sendo um método, mesmo porque não é estabelecido um processo de 
como fazer, apenas comparam-se os resultados com o pré-determinado.
Para Dubois (2019), o método de custeio padrão é indicado quando a 
fábrica trabalha com grandes quantidades de produtos homogêneos ou 
lotes, ou quando produz grandes quantidades de itens similares.
Portanto, o custo-padrão não pode ser classificado nem como prin-
cípio nem como método, por não apresentar orientações específicas de 
procedimento. Ele é um referencial, criado para comparação. Assim, o 
custo-padrão é mais um instrumento de controle do que um instrumen-
to operacional. Vamos ver um exemplo detalhado na tabela a seguir.
Tabela 6
Demonstração de cálculo do custo-padrão
Custos Custo--efetivo (R$)
Custo-padrão 
(R$) Situação O que fazer
Materiais 120.000,00 110.000,00 Piorou Verificar
Aluguel 4.000,00 4.000,00 Padrão
Energia elétrica 2.200,00 2.050,00 Piorou Alteração irrelevante
Departamento de corte 22.000,00 21.500,00 Melhorou Usar como padrão
Departamento de montagem 42.500,00 40.000,00 Melhorou Usar como padrão
Departamento de acabamento 16.000,00 14.000,00 Piorou Verificar
Fonte: Elaborada pela autora.
Modelo decisório de custos 41
O custo-efetivo é comparado ao custo-padrão e é dado um status para 
possível verificação. O objetivo é que o custo-efetivo seja pelo menos igual 
ao custo-padrão, contudo, caso não seja, deve-se adotar medidas corretivas.
Segundo Bruni (2019), as variações podem ser do preço de custo, 
da quantidade ou conjuntas. A variação do preço de custo é a diferença 
entre o preço de custo-padrão e o de custo-efetivo, desde que a quan-
tidade padrão seja realmente consumida. No caso de materiais diretos, 
a variação é calculada como a diferença entre o custo-efetivo unitário 
e o custo-padrão unitário dos materiais, multiplicada pela quantidade-
-padrão. Já a mão de obra direta é a diferença entre o salário-efetivo e 
o salário-padrão multiplicada pelo número de horas-padrão.
A variação do preço de custo-padrão pode ser representada da se-
guinte maneira:
∆% do preço de custo-padrão = (preço de custo-efetivo – preço de custo- 
-padrão) x quantidade-padrão
Como exemplo, vamos considerar uma empresa que produz 
1.000 unidades de um produto, num determinado período, e tenha 
identificado os seguintes resultados de custo e quantidade-padrão e 
custo e quantidade-efetiva:
Descrição Valor
Custo-padrão (R$) 720,00
Custo-efetivo (R$) 732,00
Quantidade-padrão de matéria-prima por produto 2
Quantidade-efetiva de matéria-prima por produto 3
∆% do preço de custo-padrão = (732,00 – 720,00) x 1.000 = R$ 12.000,00
A diferença por produto, chamada de variação, foi de R$ 12,00. 
Nesse caso, seria um desempenho desfavorável, pois o custo-efetivo 
ultrapassou o custo-padrão.
A variação na quantidade de matéria-prima utilizada é a diferença 
entre o consumo-padrão previsto e o consumo-efetivo identificado. 
A variação da quantidade pode ser representada como segue:
∆% da quantidade = (quantidade-efetiva – quantidade-padrão) x preço- 
-padrão
42 Gestão de custos e riscos operacionais
Como exemplo, vamos supor que, para produzir um único produ-
to, a empresa precise de duas matérias-primas ao custo unitário de 
R$ 110,00. Se ao apurar a quantidade da matéria-prima consumida a 
empresa percebesse que foram utilizadas três por produto, teríamos:
∆% da quantidade = (3 – 2) x 110,00 = R$ 110,00 unitário
Houve acréscimo de uma matéria-prima por produto, ocasionando 
uma situação desfavorável em relação à quantidade-padrão estabele-
cida anteriormente.
A variação conjunta é um misto das variações de preço de custo 
e quantidades; é o produto das diferenças. Pode ser representada 
como segue:
∆% conjunta = (preço de custo-efetivo – preço de custo-padrão) x 
(quantidade-efetiva – quantidade-padrão)
∆% conjunta = (732,00 – 720,00) x (3 – 2) = R$ 12,00
A variação conjunta informa que a variação no preço de custo em 
conjunto à variação na quantidade eleva o custo unitário do produto 
em R$ 12,00.
Ao utilizar o custo-padrão, o gestor poderá definir um custo-padrão 
como referência para a análise dos custos, apurar o custo-efetivo in-
corrido e analisar a variação ocorrida entre o custo-padrão e o efeti-
vo, a fim de tomar decisões corretivas, caso necessário (BORNIA, 2010; 
DUBOIS, 2019). Além disso, esse método possibilita acesso a informa-
ções para negociação de preços, permite acompanhar os estoques de 
produtos acabados e em elaboração bem como o monitoramento das 
operações, da avaliação de desempenho, da identificação de gargalos 
ou pontos de ineficiências.
Ao perceber que o custo-padrão se desviou do efetivo, o gestor pre-
cisa agir rapidamente, buscando as causas que levaram aos desvios. 
Sendo assim, o custo-padrão, tendo a sua utilidade voltada para fins de-
cisórios, pode também fornecer informações externas (imposto de ren-
da, por exemplo). Só que para isso as variações das contas devem ser 
ajustadas aos saldos reais no fim do período de controle fiscal.
Modelo decisório de custos 43
2.5 Custeio baseado em atividades (ABC) 
Vídeo O custeio baseado em atividades (ABC), ou Activity-Based Costing, na sua 
primeira versão é definido como um método de custeio que procura re-
duzir as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos, 
aumentando sua importância em relação aos custos diretos, já que estes 
são mais fáceis de serem identificados (PADOVEZE; TAKAKURA JR., 2013).
Esse método diferencia-se dos demais por separar os custos indire-
tos de acordo com a atividade realizada. Ou seja, enquanto nos demais 
métodos os custos indiretos são repassados para departamentos ou 
centros de custos, no método ABC os custos indiretos são repassados 
para as atividades independentemente do local onde o serviço é pres-
tado ou o produto é fabricado.
Martins (2018) afirma que a segunda versão do custeio ABC foi rea-
lizada para possibilitar a análise de custos sob duas visões: a primeira 
fornece os mesmos dados da versão tradicional do custeio ABC, e é 
uma visão econômica que apropria os custos aos objetos de custeio por 
meio das atividades realizadas em cada centro de custos; e a segunda 
visão, no aperfeiçoamento de processos, capta os custos das atividades 
realizadas nos vários departamentos existentes, reconhecendo que os 
processos são formados por uma sequência de atividades. Esse reco-
nhecimento permite que os processos sejam analisados, custeados e 
aperfeiçoados com bom desempenho na execução das atividades.
Exemplificando, o que consome bens e serviços dentro da empresa 
são as atividades, e não os locais de trabalho. O método ABC procura 
fazer uma identificação de todas as principais atividades da empresa 
e de todos os setores indiretos (comercial, administrativo e operacio-
nal) (PADOVEZE; TAKAKURA JR., 2013). Assim, o custo de vigilância, por 
exemplo, não vai ser rateado para os departamentos, mas será o servi-
ço de vigilância considerado um centro de custos.
Quadro 1
Representação dos processos do custeio ABC
Recursos Direcionadores de custos Atividades 
Direcionadores de 
atividades Objetos de custeio
Gastos indiretos
Indicadores de con-
sumo de gastos pelas 
atividades
Eventos executados 
por homens, máquinas, 
equipamentos e insta-
lações que consomem 
recursos
Indicadores de consu-
mo de atividades pelos 
processos
Processos operacio-
nais que geram bens 
ou serviços
Fonte: Oliveira e Perez Jr., 2000.
44 Gestão de custos e riscos operacionais
Agora, vamos entender os conceitos de direcionadores de custos, 
atividade, direcionadores de atividades e processo, segundo Oliveira e 
Perez Jr. (2000):
 • Direcionadores de custos:parâmetros de atividades por meio 
dos quais são identificados e avaliados os recursos gastos em 
uma determinada atividade ou serviço.
 • Atividade: qualquer ação que consome recursos da empresa, 
sendo composta por um conjunto de tarefas necessárias ao bom 
desempenho do negócio. Uma atividade pode ser entendida 
como uma combinação de recursos humanos, materiais e finan-
ceiros para produzir os bens e serviços.
 • Direcionador de atividades: parâmetros por meio dos quais são 
identificadas e avaliadas todas as atividades consumidas no de-
senvolvimento de um processo.
 • Processo: conjunto de atividades relacionadas e coordena-
das nas quais são consumidos recursos visando à obtenção de 
resultados.
As fases para implantação do custeio ABC, segundo Padoveze e 
Takakura Jr. (2013), são:
7 Custear unitariamente o total das atividades para cada produto ou serviço e inserir no custo unitário total.
Custear unitariamente cada 
atividade.5 Identificar a quantidade de direcionadores de cada atividade consumida por cada 
produto ou serviço.
6
1 Identificar as atividades dos setores indiretos.
3 Quantificar periodicamente as quantidades dos direcionadores realizados pelas atividades.
2 Escolher o melhor direcionador de custo (cost driver) de cada atividade.
4 Mensurar quanto se gasta periodicamente para realizar as atividades.
Modelo decisório de custos 45
Vamos agora observar o caminho do processo representado pelo 
esquema da figura a seguir. 
Figura 5
Esquema do custeio ABC
Materiais diretos Mão de obra direta Custo indireto A Custo indireto X
PRODUTOS
Apropriação direta
Direcionador de 
recursos
Atividade 1
Direcionador 
de atividades
Atividade n
Fonte: Megliorini, 2007, p. 152.
Bornia (2010) demonstra a lógica do funcionamento do método 
ABC, no qual os recursos são consumidos pelas atividades e as ativida-
des são usadas pelos produtos ou serviços.
Figura 6
Lógica de funcionamento do método ABC
Recursos
usam consomem
(a) Lógica de funcionamento
Atividades
Produtos
Custeio do 
processo
(b) Modelo
Custeio dos 
produtos
AtividadesCustos
Produtos
Fonte: Bornia, 2010, p. 122.
Os sistemas de custos tradicionais refletem os custos da estrutura 
organizacional da empresa, que na maioria das vezes é funcional. Já o 
custeio ABC busca o custeio dos processos, geralmente interdeparta-
mentais, para além da organização funcional, como uma ferramenta 
de análise dos fluxos de custos. Os benefícios são proporcionais aos 
processos interdepartamentais da empresa (MARTINS, 2018).
O vídeo Exemplo 1 – Custeio 
Baseado em Atividades 
(Custeio ABC), publicado 
pelo Professor Danillo 
Nogueira, explica usando 
uma planilha do Excel como 
fazer o custeio baseado em 
atividades.
Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=iQ8nExR51F8. Acesso 
em: 15 dez. 2020.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=iQ8nExR51F8
https://www.youtube.com/watch?v=iQ8nExR51F8
46 Gestão de custos e riscos operacionais
Uma vantagem do custeio ABC em relação a outros sistemas de 
custeio é que sua análise vai além do custo do produto, da lucratividade, 
da continuidade etc. Além disso, permite que os processos que ocorrem 
dentro da empresa sejam custeados e proporciona a identificação das 
atividades que podem ser aprimoradas, reestruturadas ou eliminadas 
para melhorar a competitividade da empresa (MARTINS, 2018).
Porém, para Dubois (2019), o método de custeio ABC exige sacrifício 
financeiro para ser colocado em prática e apresenta duas limitações 
importantes: os altos custos administrativos necessários aos centros 
de atividades e geradores de custos e a inevitabilidade das alocações 
aleatórias, apesar de a maioria dos direcionamentos dos custos serem 
feitos para os custos indiretos.
Qual é o principal benefício 
de o gestor ter uma visão dos 
processos da empresa adquirida 
pelo custeio ABC?
Atividade 2
2.6 O melhor método de custeio 
Vídeo O método de custeio direto ou variável, segundo Padoveze e 
Takakura Jr. (2013), é o melhor para propósitos de tomada de decisão por 
fornecer informações sobre o custo unitário de produtos e serviços. É 
um dos métodos de custeio mais conhecidos e utilizados pelas empresas 
industriais e de prestação de serviços por ser simples e objetivo.
Além disso, é um método que propicia flexibilidade nas tomadas 
de decisões sobre preços de venda e lucro dos produtos ou serviços, 
contribuindo para manter a competitividade.
Ao utilizar outros métodos de custeio, a empresa pode perceber 
que alguns produtos apresentam prejuízo; por exemplo, no custeio por 
absorção, que considera somente os custos fixos, e no método ABC, que 
além dos custos fixos considera também as despesas. Ao analisar pelo 
método do custeio direto, isso não acontece, pois ele trabalha com o 
conceito de margem de contribuição (PV – CV). Enquanto alguns produtos, 
ao utilizar o custeio por absorção ou ABC, poderiam ser eliminados do 
portfólio por apresentarem prejuízo, no custeio direto ou variável isso 
não ocorreria, pois notaríamos que todos os produtos contribuem com 
determinado valor para amortizar os custos e as despesas fixas, devendo 
então ser mantidos.
Padoveze e Takakura Jr. (2013, p. 87) afirmam que:
Para tomada de decisão que envolva alteração de volume de mix 
de produtos e serviços só é admissível a utilização do método de 
Modelo decisório de custos 47
custeamento direto/variável. Os métodos que contemplem qual-
quer tipo de alocação de gastos indiretos/fixos (absorção, ABC, 
integral, RKW) aos produtos e serviços não podem ser utilizados, 
de forma nenhuma, para tomada de decisão que envolva mix de 
produtos, alterações de preços, custos e volume, uma vez que 
misturam, no custeamento unitário, custos de natureza fixa com 
natureza variável.
Devido ao fato de o custeio por absorção ser exigido por práticas 
internacionais e pela legislação tributária, as empresas acabam tendo 
uma tendência a utilizar outros métodos de custeio para análise 
gerencial. Contudo, como orientado por Padoveze e Takakura Jr. (2013), 
eles devem ser utilizados com cautela.
Tanto em empresas comerciais quanto em industriais o método do 
custeio variável ou direto é recomendado para o processo de tomada 
de decisão. Lembrando que, para o comércio, o custeio direto ou variá-
vel é o custo da mercadoria vendida; e na indústria, a matéria-prima e a 
mão de obra direta. No caso de prestação de serviços, o custo direto é o 
custo da mão de obra fixa, ou seja, do profissional prestador do serviço, 
que pode ser: empresas de serviços contábeis, arquitetura, engenha-
ria, consultoria, assessoria etc.; empresas de profissionais liberais; de 
serviços financeiros; do ramo da educação; de serviços de manuten-
ção; vigilância, entre outros.
Na prestação de serviços, os custos são fixos com alocação direta a 
determinado serviço. Não se aconselha, nesse caso, utilizar método de 
custeio por absorção ou qualquer outro método de rateio dos custos in-
diretos, por não poderem ser alocados de maneira objetiva aos serviços.
Quais são as principais 
características do método de 
custeio direto ou variável? No 
que eles se diferenciam do 
custeio por absorção?
Atividade 3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo conhecemos os principais métodos de custeio, suas ca-
racterísticas e sua aplicação. Como vimos, esses métodos são conjuntos 
de técnicas utilizados para determinar os custos dos produtos produzi-
dos e serviços prestados, fornecendo informações para sua precificação e 
para a apuração do resultado.
O custeio por absorção e o custeio direto ou variável são os méto-
dos mais tradicionais de identificação dos custos totais. Com o passar 
do tempo, houve modificações nos processos organizacionais devido 
à maior competitividade e ao aumento da lucratividade. Tal fato exigiu 
48 Gestão de custos e riscos operacionais
o desenvolvimento de outros métodos que fornecessem informações 
mais precisas para a tomada de decisão e que permitissem planejar 
e traçar estratégias.
Entre os métodos de custeio

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