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Trabalho Final - A Ética Segundo Immanuel Kant


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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
A Ética Segundo Immanuel Kant
Volta Redonda 2021
 (
1
)
Gabriel de Souza Carvalho
A Ética Segundo Immanuel Kant 
Trabalho Final – Filosofia e Ética (U1)
Volta Redonda 2021
 (
5
)
Sumário
Introdução	4
Os Imperativos de Kant 	5
A Ética “Antes” e “Depois” 	6
Conclusão	7
1 - Introdução
 Para iniciar qualquer discussão de Ética, partindo da visão de Kant, precisamos entender que na antiguidade a Filosofia era pautada pela razão, o inconsciente, nosso individualismo, não era considerado. Os filósofos, em sua busca pelo bem como realização da natureza humana, usavam da racionalidade para compor suas ideias. A idade Moderna trouxe um novo caminho para ações éticas, desta vez considerando “dever” e “utilidade”.
 Nesta fase Iluminista, aonde diversas ideias vieram à luz, destacaram-se os estudos do filósofo Immanuel Kant sobre Ética. Kant tinha por objetivo buscar fundamentos universais para a moralidade humana, com perspectiva racionalista, partindo de sua visão de que nós, humanos/indivíduos, somos maus por natureza – não medimos consequências para realizar nossas ambições. Ao mesmo tempo o indivíduo teria uma pré-disposição, primitiva, para o bem. Assim, nossa natureza, na visão do pensador e filósofo, parte destes dois extremos.
 Um ponto importante dos estudos de Kant determina a nossa ética ligada ao chamado “deve ser”, ou mesmo “ética do dever”, onde nossa razão é o ponto vital das decisões tomadas e assim poderia ser universal. Esta é a base das ideias Kantistas e vão nortear as discussões a seguir sobre a Ética em sua visão.
2 – Os Imperativos de Kant 
 A teoria de Kant baseia a ética dos indivíduos em leis morais, onde ele também chama de “imperativos”. Estes imperativos são classificados através hipotéticos e categóricos.
 Na primeira categoria, os “Imperativos Hipotéticos”, podem ser definidos pelo uso de uma razão instrumental, sendo ele realizado por uma conduta única do indivíduo – determinada pela razão. Outra característica desta categoria é colocar a razão antes dos desejos. A justificativa da ação tomada, assim, seria resultado de razões externas – longe da consciência, intangível. 
 O conceito de “Imperativo Categórico” é descrito por Kant como o lugar onde a ética mora, sua casa. Essa definição determina “o que fazer” independente das nossas vontades, com vista em princípios coletivos, em detrimento ao individual, pensando de maneira universal. Tem bastante relação com a reciprocidade, onde devemos agir da mesma forma como gostaríamos que agissem como a gente. O valor moral estaria ligado intrinsicamente com o agente, no caso o indivíduo. 
 Assim, os imperativos seriam o primeiro ponto para universalizar, determinar a motivação, os fundamentos da moralidade humana, seguindo os pensamentos de Immanuel Kant. Sua importância na avaliação de motivações para a ação humana ao longo da vida do indivíduo.
 
3 – A Ética “Antes” e “Depois” 
Em sua obra “Crítica da Razão Pura”, Kant expõe todas as suas ideias quanto a Ética humana, onde podemos adquirir conhecimento “Antes” (a priori) e “Depois” (a posteriori). Lembrando que este conhecimento é adquirido através de uma necessidade de se posicionar e entender às questões do mundo.
O “Conhecimento a priori” partiria de princípios que adquirimos ao analisar conceitos advindos de um conhecimento prévio a respeito de uma situação. Assim, este conhecimento antecederia a Ética, onde o julgamento partiria de “princípios” sem qualquer base científica. Ele parte da moralidade, que nem sempre tem ligação com a racionalidade.
No “Conhecimento Depois”, a posteriori, a base de conhecimento é adquirida através de nossas experiências, vivências. Por este conceito, através da razão, definimos os preceitos éticos, baseado na ação individual de experimentos, no respeito e universalidade de qualquer conceito. Seria este conhecimento a morada da Ética, pois pensariamos coletivamente com base no que vivemos, em prol de todos. É esta busca pelo conhecimento, e posterior aplicabilidade, que encontramos nossas questões éticas. Essa ética influencia nossa moral, surgindo nossa eticidade.
 
4 - Conclusão
 Como conclusão, podemos considerar que a Ética está ligada diretamente ao indivíduo, sendo ela a norteadora das boas ações, conduta. A eticidade vem da certeza de estarmos agindo de uma forma correta perante o olhar de todos, de uma forma que todos agiriam – justamente a unidade buscada pelo filósofo. Em caso da nossa ação ir contra preceitos do todo estaríamos agindo de forma errada. 
A ética deve estar sempre em primeiro lugar, mantendo um equilíbrio em nossas relações humanas. Agir individualmente, apenas considerando nosso interesse, não está de acordo com a unidade ética buscada por Kant.
Nossa sociedade ainda padece dos preceitos de Kant, principalmente se considerarmos que nunca falamos tanto em ética como agora. Nosso agir deve estar pautado no bem coletivo, principalmente num mundo regido por redes sociais – onde somos observados constantemente. A busca pela ética deve ser genuína, mas passa pelo coletivo em nossa volta.
 Referências:
KANT, I. Crítica da razão pura. 4ª ed. Tradução: Manuela Pinto dos SANTOS e Alexandre Fradique MOURUJÃO. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.