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Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional Unidade 2

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Prévia do material em texto

Segurança 
do Trabalho 
e Saúde 
Ocupacional
Ana Carla F. Gasques
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autora 
ANA CARLA F. GASQUES
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
A AUTORA
Ana Carla F. Gasques
Olá!!! Sou a Professora Ana Carla F. Gasques. Sou Engenheira 
Ambiental e de Segurança do Trabalho e mestre em Engenharia Urbana. 
Possuo experiência como docente do Ensino Superior para cursos de 
Engenharia, onde orientei trabalhos de conclusão de curso com enfoque 
em Segurança do Trabalho e Gestão de Projetos. Também sou orientadora 
e banca avaliadora de monografias de Especialização em Engenharia de 
Segurança do Trabalho. Sou apaixonada por esta área e gosto de transmitir 
o que sei. Fui convidada pela Editora TELESAPIENS a integrar seu elenco 
de autores independentes e estou feliz em poder te ajudar nesta fase de 
muito estudo e trabalho. Sendo assim, pode contar comigo! 
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
ICONOGRÁFICOS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova com-
petência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Riscos ambientais........................................................................................11
Agentes Físicos................................................................................................................................13
Agentes Químicos...........................................................................................................................14
Agentes Biológicos........................................................................................................................15
Agentes Ergonômicos..................................................................................................................15
Agentes relacionados a riscos de acidentes...........................................................16
Acidente de trabalho...................................................................................................................16
Identificação e análise de riscos.........................................................22
Identificação de riscos..............................................................................................................24
Técnica de incidentes críticos.........................................................................25
“What-If?”................................................................................................................26
Causa e Efeito.............................................................................................................27
Análise e avaliação de riscos..............................................................................................28
Análise Preliminar de Riscos............................................................................29
Análise de Modos de Falha e Efeitos..........................................................30
Análise de Árvore de Falhas............................................................................30
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho.......33
SESMT........................................................................................................................................34
Dimensionamento............................................................................................37
CIPA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Estruturação e dimensionamento.................................................................40
Processo eleitoral........................................................................................................42
Programas de saúde ocupacional, segurança e segurança do 
trabalho...........................................................................................................44
PCMSO............................................................................................................................................45
PPRA.......................................................................................................................................47
Mapa de Riscos...........................................................................................................49
PCMAT......................................................................................................................................51
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional8
02
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 9
INTRODUÇÃO
Na primeira unidade vimos como o trabalho está relacionado com 
a evolução humana e, mais ainda, vimos o contexto do surgimento da 
segurança do trabalho, não é mesmo? Além disso, entendemos que 
as consequências da falta de segurança são graves e, a melhor forma 
de preveni-las é desenvolvendo ações preventivas e cumprindo as 
legislações e normas vigentes. Mas, para o surgimento da segurança do 
trabalho, foi preciso que elementos dos ambientes organizacionais fossem 
identificados... Lembra quais são esses elementos? Isso mesmo: os riscos! 
Iniciaremos esta competência fazendo uma revisão dos conceitos e, então 
veremos sua classificação. Além disso, para ajudar na prevenção destes 
riscos, vimos que existem comissões e programas instituídos nas Normas 
Regulamentadoras, os quais devem ser implantados nas organizações e 
serão abordados nesta unidade letiva. Ficou interessado? Ao longo desta 
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional10
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos você será capaz de: 
1. Compreender os riscos ambientais e sua classificação;
2. Aplicar o conhecimento sobre riscos para gerencia-los;
3. Conhecer os programas relacionados a saúde ocupacional e 
segurança do trabalho;
4. Entender os serviços de saúde e medicina do trabalho e suas 
funcionalidades.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
OBJETIVOS
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 11
Riscos ambientais
OBJETIVO
Olá, nesta competência você será capaz de compreender 
os riscos ambientais. A presença de riscos de maior ou 
menor grau varia entre as atividades laborais e cabe aos 
profissionais de Segurança e Saúde Ocupacional aplicarem 
os conhecimentos técnicos aliados aos aspectos legais de 
forma integrada. E então? Motivado (a)? Vamos lá!!!
Antes do trabalho ser o responsável por sustentar o homem e sua 
família, ele é, também, um importante instrumento de contentamento 
pessoal.É a partir do trabalho que o homem expressa sua criatividade, 
exercita seu potencial analítico e formula pensamentos, alocando valor na 
sua rotina diária.
Além disso, em função de seus horários de trabalho, o sujeito 
estipula sua rotina diária, organiza suas atividades, institui hábitos, faz 
vínculos e torna membro de uma sociedade. Entretanto, o espaço, os 
instrumentos, as máquinas, as posições durante o trabalho e outros 
itens do ambiente organizacional colocam o trabalhador à situações que 
podem interferir em sua integridade física.
A prevenção destas situações é algo que está ao alcance dos 
homens, já que, uma de nossas características de superioridade em 
relação aos demais seres vivos é a capacidade de raciocinar e, prevenir, 
ou seja, pensar e identificar prováveis falhas antes que elas ocorram. 
Compete aos gestores, técnicos, tecnólogos e engenheiros desenvolver 
um roteiro para eliminar ou minimizar tais situações
Conforme vimos na Unidade anterior, risco é um termo comum em 
diferentes campos do conhecimento e pode ter definições variadas de 
acordo com o contexto no qual está aplicado. Risco pode ser definido 
como toda e qualquer variável presente ao ambiente de trabalho capaz de 
alterar e/ou condicionar a capacidade produtiva do indivíduo, causando 
ou não agressão ou depressões à saúde deste: mobília, utilização do 
espaço físico e áreas, ambiente térmico e suas variáveis; prescrição e 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional12
conteúdo das tarefas, relações interpessoais, informações, maquinaria, 
ferramentas e a intervenção sobre elas (BARBOSA FILHO, 2011).
Os riscos podem ser observados sob 2 pontos de vista: quantitativo 
e qualitativo. Do aspecto quantitativo, então, é a probabilidade de ocorrer 
o acidente enquanto da perspectiva qualitativa é o perigo decorrente da 
situação. Não existe uma forma única de classificar os riscos, esta varia de 
acordo com o autor. Além disso, a ISO 31.000 de 2009 trata sobre Sistemas 
de Gestão de Riscos, estabelecendo princípios e diretrizes e, em seu item 
2.1, caracteriza risco como efeito da incerteza nos objetivos. Também 
expressa risco em termos de uma combinação de consequências de um 
evento e a probabilidade de ocorrência associada. 
A partir desta normalização, o risco pode ser definido como sendo 
a combinação da probabilidade e da gravidade ou a combinação da 
exposição com a gravidade dos efeitos à saúde, tal como expresso pelas 
fórmulas a seguir (já vistas na unidade anterior).
Risco = Probabilidade de ocorrência do dano x Gravidade do dano
Risco = Exposição x gravidade dos efeitos à saúde
Segundo a ISO, ainda, convém considerar as características dos 
ambientes para analisar os riscos. Estas características de trabalho são 
os aspectos presentes nos ambientes. Na segurança do trabalho, risco 
conceitua-se como uma ou mais natureza passível de causar um dano. 
Segundo a NR-09, risco ambiental são “os agentes físicos, químicos e 
biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de 
sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são 
capazes de causar danos à saúde do trabalhador“ (BRASIL, 2019).
Em setembro de 2019 a Portaria 1.069 apresenta os procedimentos 
referentes a embargo e interdição unindo o apresentado na CLT e 
na NR. Esta portaria define embargo e interdição como medidas de 
urgência, cabendo a Auditores Fiscais do Trabalho (AFT) determinar sua 
necessidade. O AFT analisará o risco, de forma fundamentada, a partir 
de sua consequência e probabilidade, de forma separada. No que tange 
a consequência, classifica-se em: morte – severa – significativa – leve – 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 13
nenhuma. Com relação a probabilidade, pode ser: provável – possível – 
remota – rara. 
Segundo a NR 9, riscos ambientais são os agentes físicos, químicos 
e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de 
sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são 
capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Entretanto, alguns 
autores e a legislação sobre Mapa de Riscos, consideram, ainda, fatores 
ergonômicos e mecânicos (de acidentes), os quais, apesar de não serem 
considerados na referida norma, também precisam ser considerados na 
avaliação do ambiente de trabalho.
Agentes Físicos
Os riscos físicos são aqueles causados por fatores que possuem 
propensão de alterar as características no local que, no instante 
subsequente, poderá causar agressões a quem estiver neste ambiente. 
Pode-se caracterizar os riscos físicos em 3 condições: I) necessidade de 
um meio de transmissão para lastrar o efeito nocivo; II) capacidade de 
ação mesmo que não haja contato direto com a fonte; e, III) resulta, na 
maior parte dos casos, lesões imediatas e crônicas.
DEFINIÇÃO
Segundo a NR-09 agentes físicos são as diversas formas de 
energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais 
como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas 
extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, 
bem como o infrassom e o ultrassom (BRASIL, 2019, p.2). 
Tanto a gravidade quanto a existência dos riscos físicos é em função 
da concentração a qual o colaborador está exposto. Ou seja, uma máquina 
que emite ruído pode não ser prejudicial a um colaborador ao mesmo 
tempo que pode resultar em surdez progressiva ou instantânea. Dessa 
forma, entende-se que depende da exposição. Com relação a isso, os 
limites de tolerância para exposição aos agentes físicos são estabelecidos 
pela NR-15.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional14
Agentes Químicos
Como apresentado nos riscos físicos, os riscos químicos também 
podem resultar em danos àqueles colaboradores que não tenham 
contato direto com o agente. São considerados riscos químicos aquelas 
substâncias que podem adentrar o organismo do colaborador por via 
respiratória ou que, em decorrência da exposição possa ser absorvido 
pelo organismo por contato ou ingestão. 
Além disso, tais substâncias podem alterar a composição do 
ambiente e incluem os elementos pertencentes à área da toxicologia, que 
é a ciência responsável por analisar os implicações danosas resultantes 
das interações de substâncias químicas. 
Segundo a NR-09 consideram-se agentes químicos as substâncias, 
compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via 
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou 
vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter 
contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão 
(BRASIL, 2019, p.2). 
VOCÊ SABIA?
Poeiras são partículas sólidas dispersas no ar cujo diâmetro 
é maior que 0,5µm. Fumos são partículas sólidas resultantes 
da condensação de gases dispersas no ar com diâmetro 
maior que 1µm. Névoas são partículas líquidas dispersas 
no ar, neblinas são partículas líquidas cujo diâmetro é 
menor que 0,5µm. Por fim, gases são elementos que 
em temperatura normal estão em estado gasoso. Fonte: 
Peixoto (2011).
Os agentes químicos podem estar presentes nos ambientes 
organizacionais em diferentes estados: gasoso, líquido, sólido ou, ainda, 
partículas suspensas no ar (denominados aerodispersóis). 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 15
Agentes Biológicos
Os riscos biológicos são aqueles ocasionados por agentes 
biológicos inseridos nos processos de trabalho, ou seja, micro organismos 
presentes no ambiente de trabalho que podem penetrar no organismo por 
diversas formas, tais como contato, ingestão ou vias respiratória. Segundo 
a NR-09 consideram-se agentes biológicos as “bactérias, fungos, bacilos, 
parasitas, protozoários, vírus, entre outros” (BRASIL, 2019, p.2). 
Além disso, incluem-se nesta categoria, situações decorrentes da 
falta de higienização dos locais de trabalho, por exemplo, em decorrência 
da presença de animais transmissores de doenças (ratos, moscas). 
Diversas doenças podem ser resultantesde riscos biológicos, 
dentre as quais pode-se destacar tuberculose, malária, febre amarela. 
Estas doenças podem ser enquadradas como doenças profissionais, 
desde que o colaborador esteja exposto aos microrganismos no decorrer 
de sua função laboral. 
Agentes Ergonômicos
Os riscos ergonômicos são decorrentes de fatores fisiológicos e 
psicológicos relacionados ao exercício laboral. Tais fatores podem alterar 
o organismo e o estado emocional dos colaboradores, interferindo em 
sua saúde, segurança e produtividade.
Risco ergonômico tem relação com o termo ergonomia que, por 
sua vez, consiste no estudo da adaptação do trabalho às características 
dos sujeitos de modo a permitir máximo de conforto, segurança e bom 
desempenho do exercício de sua profissão. Assim, segundo Paganella 
(2011, p. 17), considera-se risco ergonômico “qualquer fator que possa 
interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando 
desconforto ou afetando sua saúde, como levantamento de peso, ritmo 
excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada, 
dentre outros”.
Estes, ainda podem provocar problemas de caráter psíquico e 
físico nos colaboradores tendo em vista que resultam em danos no 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional16
organismo e no estado emocional, danificando seu rendimento, saúde e 
segurança. Como consequências de riscos ergonômicos pode citar: LER/
DORT, cansaço físico, dores musculares e de coluna, hipertensão arterial, 
alteração do sono, diabetes, doenças nervosas e do aparelho digestivo, 
dentre outros.
Assim, entende-se que os riscos ergonômicos podem assumir 
as mais diversas formas e particularidades, variando desde posição 
inadequada para desempenho laboral até inadequações de maquinários 
às características do colaborador. 
Agentes relacionados a riscos de acidentes
Os riscos de acidentes são causados em decorrência da existência 
de chances de dano, ou seja, situações que expõem o colaborador a 
possibilidades de sofrerem lesão. Este risco pode ser denominado, ainda, 
como aqueles que ocorrem em função de agentes mecânicos.
Você deve estar pensando... Mas todos os agentes analisados até 
aqui possuem potencial de causar acidentes, não? Mas, então, o que 
difere estes dos mecânicos? Bom, neste caso considera-se situações 
imprevistas ou em decorrência de desastre ou falta de atenção que possa 
causar dano ao colaborador. 
Os agentes favoráveis a riscos de acidentes são caracterizados 
como aqueles de atuação específica aos postos de trabalho, ação nos 
usuários diretos do agente e que, caso ocorra, resulte e lesões imediatas 
e agudas na maioria dos casos. Assim, estão inclusos nesta classificação 
todos os fatores que podem apresentar dano ao colaborador que tenham 
relação com o ambiente de trabalho. Tal como materiais cortantes, 
posicionamento inadequado de equipamentos, falhas no arranjo físico, 
falta de sinalização, falhas no sistema elétrico e/ou na estrutura física.
Acidente de trabalho
No decorrer desta competência vimos a classificação de riscos e 
seus respectivos exemplos. Quando abordamos os riscos dos ambientes 
de trabalho estamos lidando diretamente com aspectos de saúde 
individual e coletiva.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 17
Na unidade anterior, ao estudar sobre as Normas Regulamentadoras, 
vimos que a NR-03 trata sobre embargo e interdição e, tais diretrizes 
dependem da caracterização do grave e iminente risco. Segundo esta 
norma, considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação 
de trabalho que possa causar acidente ou doença com lesão grave ao 
trabalhador. 
Para auxiliar na assimilação, apresento a vocês um quadro contendo 
tais exemplos.
Quadro 1 – Classificação de riscos e exemplos de agentes
T
IP
O
Físico Químico Biológico Ergonômico
De acidentes ou 
Mecânicos
E
X
E
M
P
L
O
S
 D
E
 A
G
E
N
T
E
S
Ruído
Produtos 
químicos no 
geral
Bactérias
Levantamento 
e transporte 
manual de 
cargas
Máquinas sem 
proteção
Vibrações Poeiras Fungos, 
Postura 
inadequada
Animais 
peçonhentos
Frio Fumos Bacilos
Ritmo excessivo 
e Repetitividade
Materiais perfuro 
cortantes 
Calor Névoas Parasitas
Esforço físico 
intenso
Eletricidade
Umidade Gases Protozoários Turno noturno
Equipamentos 
com defeitos
Radiações 
ionizantes 
e não 
ionizantes
Vapores Vírus
Jornada de 
trabalho elevada 
Iluminação, 
arranjo físico e 
armazenamento 
inadequado
Pressões 
anormais
Neblinas
Outras situações 
que causem 
estresse físico e 
psíquico
Outras situações 
que possam 
ocasionar 
acidentes
Fonte: a autora (2020).
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional18
A partir do quadro é possível ter uma visão sintetizada sobre os tipos 
dos riscos e seus exemplos. Todos os riscos apresentados podem resultar 
em um acidente de trabalho (AT) ou um incidente, acerca disso, diferentes 
legislações abordam a definição de AT, conforme veremos a seguir:
I) Decreto no 3.048 de 06 de maio de 1999, do Regulamento da 
Previdência Social:
Define como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de 
origem traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos 
e biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da 
capacidade laborativa (BRASIL, 1999, p. 10).
II) Lei n.o 8.213 de 24 de julho de 1991, dos Planos de Benefícios 
da Previdência Social (vide Lei n. o 13.135, de 2015)
Define acidente de trabalho como é o que ocorre pelo exercício 
do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo 
exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta 
Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a 
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade 
para o trabalho (BRASIL, 1991, p. 6).
Entretanto, além das definições legais, existe a definição sob 
perspectiva prevencionista, a qual qualifica acidente de trabalho como 
qualquer evento não programado que descontinue o fluxo normal do 
trabalho, passível de provocar danos físicos e/ou funcionais, morte do 
colaborador, ou ainda, perdas materiais e econômicas à organização e ao 
meio ambiente.
EXPLICANDO MELHOR
O que diferencia o conceito de AT visto nas legislações 
frente à visão prevencionista é que, legalmente se define 
acidente em casos onde ocorra lesão física enquanto do 
ponto de vista da prevenção englobam-se danos materiais, 
tempo para investigar e implantar medidas corretivas.
Importante diferenciar, também, acidente de incidente. Incidente é 
uma ocorrência que sem ter resultado em danos à saúde ou integridade 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 19
física de pessoas tinha potencial para causar tais agravos. Vamos adotar 
como exemplo, a queda de um andaime. Se a queda acontece próximo 
a um colaborador e o mesmo sai a tempo sem sofrer lesão, podemos 
classificar como incidente, entretanto, se este andaime cai sobre um 
colaborador e ele sofre a quebra de um osso, já consideramos como 
acidente. 
Para fins de leis sobre Previdência Social, consideram-se acidente 
do trabalho: doença profissional (aquela decorrente do exercício do 
trabalho); doença do trabalho (decorrente das condições do trabalho). 
Não são abrangidas como AT as doenças degenerativas e referentes a 
grupo etário bem como adquiridas em regiões em que ela se desenvolva 
e as doenças que não interferem na capacidade laboral. 
Além disso, tais situações são equiparadas a AT, sendo elas: 
relacionado ao trabalho que contribua diretamente para dano ao 
colaborador; em decorrência de agressão física ou ofensa física intencional; 
em função de imprudência, desabamento, inundação, incêndio e outros; 
resultado de contaminação acidental durante exercício laboral.
Em alguns casos onde o acidente ocorre fora do local e horário 
de trabalho, pode ser considerado AT desde que tenha ido na execução 
de ordem ou na realização de serviçosob a autoridade da empresa, na 
prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar 
prejuízo ou proporcionar proveito ou em viagem a serviço da empresa, 
inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos 
para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio 
de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado.
Outro ponto importante com relação a acidentes de trabalho é 
emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), regulamentado 
pela Lei n.o 5.316 de 1967, de caráter obrigatório. A CAT garante ao 
trabalhador acidentado o direito de reconhecimento do acidente sofrido 
independente da gravidade. 
A CAT deve ser preenchida em 6 vias (ao INSS, ao serviço de saúde 
que atende o colaborador, ao colaborador, à empresa, ao sindicato e à 
Delegacia Regional do Trabalho), nos seguintes casos: I) todos acidentes 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional20
de trabalho; II) todas as doenças ocupacionais profissional ou do trabalho; 
III) todas as suspeitas de doenças ocupacionais profissional ou do trabalho. 
O prazo para preenchimento e divulgação da CAT à Previdência Social é 
de 1 dia útil após a ocorrência, com exceção de morte, no qual deve ser 
feito imediatamente. 
Frente ao apresentado, é de fundamental importância que as 
organizações desenvolvam mecanismos para gerenciar os riscos de 
seus ambientes, sendo esta gestão um ponto central da estratégia 
organizacional. O principal aspecto está relacionado a identificação dos 
riscos inerentes às atividades e, isto, deve estar integrado ao contexto 
cultural dos ambientes de trabalho. 
SAIBA MAIS
Que tal conhecer um pouco mais sobre a ISO 45.001? 
A normativa sobre Sistemas de Gestão de Saúde e 
Segurança do Trabalho (SST) fornece orientações para que 
os ambientes de trabalho sejam mais seguros e saudáveis, 
evitando lesões e problemas de saúde aos colaboradores. 
Recomendo, então, a leitura da matéria “Destrinchando a 
ISO 45001” de Hayrton (2020), disponível no link: https://bit.
ly/2NRm4wk. (Acesso em 22/01/2020).
RESUMINDO
 E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que cabe aos profissionais da Segurança e Saúde 
ocupacional precisam ser capazes de identificar os riscos 
a fim de minimiza-los buscando a melhoria do ambiente e 
dos métodos de trabalho, levando ao ambiente de trabalho 
a implantação de uma cultura prevencionista e colaborativa 
no desenvolvimento da segurança ocupacional de todos 
os envolvidos. 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 21
Os riscos podem ser agrupados em: ambientais (físicos, químicos 
e biológicos), de acidentes e ergonômicos. Como exemplos, pode-se 
citar ruído e vibrações como físico, produtos químicos e poeira como 
agente de risco químico, bactérias e fungos na categoria biológicos. Com 
relação a riscos ergonômicos tem-se o levantamento manual de cargas e 
posturas inadequadas, já com relação a risco de acidentes, as máquinas 
sem proteção e animais peçonhentos.
A importância de se conhecer e saber identificar estes riscos está 
em evitar possíveis acidentes bem como incidentes. Vimos que acidente 
e incidente são expressão comuns que se diferem pela ocorrência 
(acidente) ou não (incidente) de lesão ao trabalhador. Os acidentes de 
trabalho são consequências de atos ou condições inseguras que geram 
perdas tanto ao colaborador quanto ao empregador e, em decorrência 
disso, merecem a devida atenção na sua prevenção, a qual se ocorre 
controlando e minimizando os riscos.
Frente ao apresentado nesta unidade, fica claro, então, que 
considerar as condições de trabalho de forma integrada é de extrema 
importância para proteção, desenvolvimento e melhoria contínua da 
qualidade de vida dos colaboradores em vários aspectos, minimizando 
riscos e evitando acidentes.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional22
Identificação e análise de riscos
OBJETIVO
Nesta competência você aplicará os conhecimentos 
obtidos sobre riscos ambientais de forma a gerencia-los 
a partir de técnicas de gestão, incluindo identificação e 
análise de riscos. A aplicação destes conhecimentos é 
fundamental para melhoria das condições de trabalho e, 
consequentemente, melhoria da produtividade. Está curioso 
para este aprendizado? Vamos continuar aprendendo juntos!
A possibilidade de situações não desejadas e não previsíveis 
nos ambientes de trabalho é algo que preocupa desde os gestores 
aos próprios colaboradores, não é mesmo? Para evitar tais situações é 
importante que sejam desenvolvidos mecanismos para gerencia-las para, 
em casos onde não é possível evitar, seja possível, ao menos, reduzir seus 
efeitos ao caso estas ocorram. 
Para que as ações do gerenciamento sejam eficazes, é preciso que 
sejam realizados estudos iniciais envolvendo os riscos dos ambientes de 
trabalho a fim de investigar incansavelmente todas as situações passíveis 
de ocorrer. 
A partir desse estudo, pode-se estimar com maior precisão as 
chances de cada situação acontecer e quais efeitos serão decorrentes 
destas. Entretanto, apesar de ser de fundamental importância, ainda há 
falta de consenso nas organizações sobre as terminologias e os conceitos 
adotados para esta temática. Isto resulta em análises individualizadas, ou 
silos, os quais dificultam o gerenciamento integrado dos riscos ou, ainda 
mais grave, resulta em um gerenciamento superficial. 
As técnicas de gestão de riscos podem ser aplicadas em vários 
locais de trabalho nos mais diferentes tipos de ambientes e setores bem 
como nos níveis de gerenciamento (do operacional ao estratégico) tendo 
em vista a importância de se prevenir os riscos. É importante que, além do 
gerenciamento, seja mantido um histórico organizacional a fim de permitir 
um monitoramento contínuo do ambiente de trabalho bem como das 
decisões que vêm sendo tomadas neste contexto.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 23
REFLITA
Até aqui, ficou clara a gravidade dos riscos dos ambientes 
de trabalho, não é? Então, antes de darmos continuidade, 
convido-te a fazer uma reflexão... Quanto custa um acidente 
de trabalho para uma organização? O que representa, 
para um gestor, os riscos do ambiente de trabalho? E para 
o trabalhador, o que significa um risco no ambiente de 
trabalho? Como é possível gerenciar os riscos? 
O processo de gestão de riscos pode ser desenvolvido a partir 
de etapas propostas pela norma AS/NZS 4360 de 2004, a qual guia a 
gestão de riscos e, inclusive, foi adotada para a ISO 31000 que vimos 
anteriormente.
Figura 1 – Etapas a serem desenvolvidas para gerenciamento de riscos.
Fonte: adaptado de Mattos e Másculo (2011)
A aplicação destas etapas pode ser feita por qualquer organização, 
independentemente do tipo e porte. Conforme a figura, existem etapas 
a serem desenvolvidas e elas se relacionam entre si. É importante que o 
processo de gestão tenha início logo depois da ocorrência do acidente, 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional24
pois, com o passar do tempo, o local e os dados podem ser alterados. 
É recomendado, ainda, que sejam feitos registros fotográficos do 
local, coletados depoimentos dos envolvidos para posterior preparação 
do relatório do acidente, indicando os motivos e indicações de correção 
e melhoria. Ademais, a adoção de mecanismos para identificar, analisar 
e avaliar os riscos deve ser considerado investimento por parte dos 
empregadores tendo em vista que, além das melhorias do ambiente 
de trabalho, estes investimentos vão garantir a produtividade dos 
colaboradores, reduzindo os riscos e, consequentemente, os acidentes e 
as doenças profissionais.
Adotar mecanismos para identificar, analisar, avaliar e controlar os 
riscos deve ser considerado investimento por parte dos empregadores 
tendo em vista que, além dasmelhorias do ambiente de trabalho, estes 
investimentos vão garantir a produtividade dos colaboradores, reduzindo 
os riscos e, consequentemente, os acidentes e as doenças profissionais.
A seguir estudaremos algumas técnicas de identificação e de 
análise e avaliação, as quais podem ser adotadas para a gestão dos 
riscos nos ambientes de trabalho. A adoção destas ferramentas sob uma 
perspectiva sistêmica permite conter a maior variedade de agentes que 
interferem no processo.
Identificação de riscos
A identificação dos riscos consiste, como o nome indica, em 
identificar onde, quando, como e por que determinadas situações 
acontecem ou podem acontecer. Parte-se do princípio do ininterrupto 
questionamento procurando o “por quê” dos motivos do acidente e suas 
analogias com o ambiente de trabalho.
Inicialmente, para que os riscos sejam gerenciados de forma 
adequada, é imprescindível que sejam mapeados e documentados os 
processos para os quais se almeja identificar os riscos adjuntos. Assim, 
para que seja possível aplicar qualquer uma das técnicas de investigação 
inicialmente é necessário adquirir e minutar determinados dados 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 25
essenciais para a averiguação, como:
 • Dados sobre o colaborador que sofreu o acidente (nome, 
função, idade, cargo, lesão, parecer médico);
 • Informações sobre o atendimento (socorros iniciais adota-
dos, hora, descrição e testemunhas); e,
 • Registro do histórico do colaborador no que tange a segu-
rança do trabalho (treinamentos, acidentes anteriores, uso 
dos equipamentos de proteção, etc.).
Após o acontecimento de um acidente ou incidente, prontamente 
deve-se começar o procedimento de averiguação de riscos para impedir 
que eventos dessa natureza voltem a ocorrer. A investigação deve sempre 
contar com a participação do SESMT e da CIPA (as quais veremos adiante 
nesta unidade) e, se indispensável, com profissionais externos, caso os 
profissionais internos não sejam satisfatórios. 
Ferramentas adequadas devem ser utilizadas para a coleta de 
informações que auxiliem neste processo de identificação dos riscos. 
Existem várias técnicas de identificação, sendo as mais comuns: técnica 
de incidentes críticos, técnica de incidentes críticos, análise “what-if” e de 
causa e efeito, dentre outras que são identificadas na literatura mas não 
serão abordadas neste material. 
Técnica de incidentes críticos
É uma técnica operacional, de caráter qualitativo a ser aplicada na 
fase operacional a fim de identificar incidentes. Por incidente entende-se 
qualquer situação insegura que possa resultar em acidente de trabalho. 
Assim sendo, esta técnica consiste em uma forma de identificar erros e 
condições inseguras que colaboram para o acontecimento de acidentes 
(sem lesões), sobretudo nos casos em que se almeja identificar perigos 
sem a utilização de metodologias mais robustas e ainda, quando o 
tempo é restrito.
O objetivo desta técnica e detectar tais situações e tratar os riscos 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional26
que estas representam. Para tal, é necessário que sejam entrevistados 
uma quantidade significativa de colaboradores envolvendo todos os 
setores da empresa, de forma a representar as diferentes intervenções. 
A amostra dos entrevistados precisa ser feita de forma aleatória para 
garantir representatividade bem como para que não haja tendências nas 
respostas e estas sejam o mais abrangente possível.
No decorrer da aplicação desta técnica, o investigador questiona um 
grupo de colaboradores e solicita que cada um lembre e descreva atos 
ou condições inseguras que tenha percebido no ambiente de trabalho. 
É importante que esta técnica seja aplicada de forma periódica e 
que, a cada aplicação, sejam mudados os entrevistados a fim de identificar 
novas áreas-problema, ou seja, novos incidentes críticos, e ainda para 
avaliar a eficiência das medidas já praticadas.
“What-If?”
A análise “what-if” em português significa “e... se”, consiste em uma 
técnica especulativa, de caráter qualitativo e geral, de simples emprego e 
muito benéfica como abordagem inicial para identificação e detecção de 
riscos, em qualquer etapa do projeto ou processo bem como em serviços. 
Baseia-se em metodologias de “brainstorming”, as quais consistem 
em jogos de perguntas objetivando identificar “o que” poderá acontecer 
(decorrências indesejadas), “se” determinado fato der errado (perigo). 
Além disso, é desenvolvida a partir de dinâmicas de grupo.
Para aplicação, são organizadas reuniões entre duas equipes (guia/
questionadora e colaborativo) e estas vão desenvolvendo perguntas sobre 
procedimentos, instalações e processos da organização. Para que seja 
eficaz, é preciso que a equipe conhecedora e familiarizada (denominada 
guia ou questionadora) organize, anteriormente à reunião, itens para guiar 
a discussão. 
Os itens para guiar a discussão devem ser formados com perguntas 
iniciando com o termo “e se” (eis ao justificativa para o nome da técnica), tal 
como: E se houver interrupção no fornecimento de energia? E se houver 
superaquecimento no equipamento? As respostas destas perguntas 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 27
guiarão as discussões sobre os riscos existentes.
É sugerido que esta análise seja empregada para avaliar a implicação 
à continuação operacional de equipamentos, espaços e integrações, no 
que diz respeito a serviços múltiplos de manutenção, sobretudo aqueles 
pertinentes às particularidades de “elétrica” e “instrumentação”. Além 
disso, a aplicação periódica pode apresentar bons resultados no que diz 
respeito à atualização de riscos.
Causa e Efeito
A análise de causa e efeito é conhecida por diferentes nomenclaturas 
na literatura, podendo ser diagrama de causa e efeito, diagrama de 
Ishikawa, espinha de peixe, dentre outros. Esta ferramenta da qualidade 
é apresentada na ISO 31.010 como norteadora do processo de análise 
de riscos. Esta ferramenta auxilia a organizar o brainstorming para a 
identificação das possíveis causas de determinado problema, ou seja, os 
possíveis riscos de determinadas situações.
Para construir o diagrama, parte-se do princípio que o acidente (efeito) 
não é resultante de uma única causa, mas decorrente de um conjunto de 
fatores (situações) que desencadeiam o processo. Para preenchimento 
das causas é importante que sejam reunidos colaboradores que opinem 
sobre os fatores que possam ter resultado no acidente em questão.
Para aplicar esta técnica, então, inicialmente é necessário selecionar 
o problema que será analisado (acidente). Então, delimita-se uma linha 
horizontal com um retângulo ao final. Neste retângulo será escrito o 
problema. Ao longo da linha horizontal, são desenhadas linhas diagonais 
as quais representam as causas (Figura 2). 
Após o desenho da figura, inicia-se o debate com as pessoas 
envolvidas a partir de brainstorming, o que consiste em um processo 
demorado. Entretanto, como é o coração desta ferramenta é necessário 
que seja feito de forma focada para que os detalhes também sejam 
considerados na análise. No decorrer do debate, as causas identificadas 
vão sendo agrupadas em categorias. Ao final, caso necessário, pode-se 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional28
elencar estas causas de acordo com a importância ou gravidade.
Na Figura são apresentados os grupos para relacionar as causas, 
são: materiais, meio ambiente, máquina (equipamentos), mão de obra, 
método (forma de desenvolver o trabalho), medida (indicadores). Estes 
grupos podem ser adaptados de acordo com o contexto organizacional 
apresentado, ou seja, não necessariamente todos estes grupos terão 
causas relacionadas ao que está sendo analisado.
Figura 2 – Exemplificação da estrutura de aplicação de um diagrama de Causa e Efeito.
Fonte: a autora (2020).
Análise e avaliação de riscos
A partir da identificação dos riscos feita com as técnicas do item 
anterior,é importante, então, que sejam compreendidos, criticados 
e estimados o nível de criticidade de cada risco, ou seja, que estes 
sejam analisados. É importante que a avaliação seja tanto quantitativa 
quanto qualitativa. Ao quantificar comprova-se o controle da exposição 
ou inexistência do risco, dimensiona a exposição e subsidia-se o 
equacionamento das medidas de controle.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 29
Dessa forma, técnicas de análise e avaliação de riscos constituem 
em desenvolver atividades orientadas para quantificar a perda máxima 
provável decorrente do risco, ou seja, permite quantificar a probabilidade 
de ocorrer um risco e suas consequências bem como a gravidade destas. 
Existem diferentes técnicas para analisar os riscos, das quais serão 
apresentadas aqui: APR, AMFE, e AAF.
Análise Preliminar de Riscos
A Análise Preliminar de riscos (APR) consiste em uma técnica 
qualitativa para análise inicial, sendo utilizada para identificar fontes de 
perigo, analisar consequências e propor medidas corretivas simples. É 
comumente aplicada na fase de projeto ou desenvolvimento de projetos 
e processos. 
A forma mais usual de desenvolver uma APR é a partir da organização 
dos dados em um quadro, conforme apresentado a seguir. O primeiro 
passo para tal consiste em identificar quais atividades organizacionais 
serão analisadas.
Quadro 1 – Exemplificação da estrutura de aplicação de uma APR.
ATIVIDADE
Risco Causa(s) Consequência(s) Categoria(s) do risco Ação necessária
Fonte: a autora (2020).
Selecionada a atividade, inicia-se o processo com a identificação 
dos riscos desta atividade e, em seguida as causas do risco. A partir disto é 
possível constatar as consequências do risco e de sua causa. Para propor 
a categoria do risco, pode-se analisar aspectos como frequência, grau da 
consequência ou a combinação destas duas categorias. Por fim, a última 
coluna (ou último item a ser analisado) consiste na identificação das ações 
para a situação em questão. 
A aplicação da APR auxilia a eleger os espaços da instalação 
onde devem ser desenvolvidas metodologias mais detalhadas para 
analisar riscos, ou seja, atua como precursora de outras análises. Além 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional30
disso, também pode ser utilizada como mecanismo de monitoramento e 
revisão geral para processos operacionais em andamento, desvendando 
aspectos que podem ser imperceptíveis no cotidiano.
Análise de Modos de Falha e Efeitos
A Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) ou, em inglês, Failure 
mode and effect analysis (FMEA), se trata de uma metodologia hábil 
de engenharia que identifica, qualifica e investiga eliminar as falhas de 
componentes específicos e como estas estão distribuídas. Na área de 
segurança do trabalho, vem sendo aplicada em situações específicas 
como fontes de risco e análise ergonômica do trabalho.
O procedimento é semelhante a outras técnicas e é desenvolvido 
a partir da organização de uma equipe que irá examinar o produto ou 
processo em questão no que diz respeito a funcionalidades, falhas 
prováveis, efeitos e causas. A partir desta caracterização, os riscos são 
avaliados a partir do estabelecimento de indicadores os quais, então, serão 
calculados para que sejam selecionados os riscos de maior prioridade. 
Frente ao apresentado, entende-se que, o foco está nas falhas e 
nos efeitos destas sobre os componentes de um sistema, sendo, portanto, 
uma metodologia objetiva e com foco localizado. Com base nesta análise 
são definidas as medidas para suavizar tais riscos, promovendo maior 
confiança ao produto/processo. 
Análise de Árvore de Falhas
A Análise de Árvore de Falhas (AAF) é uma ferramenta dedutiva, 
de caráter quali ou quantitativo, que tem por finalidade analisar riscos a 
fim de determinar a probabilidade de ocorrência de eventos finais. Para 
seu desenvolvimento, inicialmente é identificada e selecionada uma falha 
(ou efeito) e, então, deste desdobra-se em falhas básicas ou eventos 
primários.
É bastante utilizada tendo em vista que é aberta, ou seja, aceita 
diferentes justificativas para os acidentes, identificando e relacionando-
os com falhas existentes no ambiente organizacional. Como citado 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 31
inicialmente, o método adotado é de dedução e parte da premissa que 
determinada falha ou um grupo de falhas resultou no acidente.
O resultado desta análise são sistemas, organizados a partir de 
uma representação gráfica, a qual é estruturada como uma árvore lógica 
e, para tal, são utilizadas simbologias específicas advindas da álgebra 
boleana. Além disso, é possível calcular a frequência e a probabilidade de 
ocorrência de cada componente e, então aplicar tais probabilidades para 
identificar as ações necessárias. 
SAIBA MAIS
Quer ver a aplicação de uma das técnicas abordadas? 
Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta 
e aprofundamento: Trabalho de Conclusão de Curso de 
Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho: 
“Aplicação da análise preliminar de risco para identificação 
de riscos ergonômicos nas atividades de professores do 
ensino fundamental II” (OLIVEIRA, 2018), acessível pelo link 
https://bit.ly/2VFoH8F (Acesso em 24/01/2020).
RESUMINDO
E então, conseguiu aprender? Para conferirmos se isso 
aconteceu, vamos fazer uma breve revisão sobre o que 
vimos. Partindo do pressuposto que já sabemos os 
principais agentes causadores de riscos presentes nos 
ambientes de trabalho e que, caso não sejam tomadas 
precauções podem denegrir a saúde e a integridade física 
dos colaboradores, vimos nesta competência as técnicas de 
gestão destes riscos. A gestão de riscos é um método ativo, 
continuado e imprescindível para o bom gerenciamento de 
qualquer organização. Além disso, fornece subsídios para a 
tomada de decisões. 
Assim, conhecer os agentes, quantificar e qualifica-los e, 
principalmente, estabelecer medidas de controle à exposição a esses 
agentes é condição basal para que as atividades profissionais sejam 
desempenhadas com qualidade. Dentre as técnicas existentes, vimos aqui 
técnica de incidentes críticos, what-if e causa e efeito para a identificação 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional32
de riscos e no que tange análise e avaliação vimos APR, AMFE e AAF. 
Cabe à empresa, no que diz respeito a seus gestores, selecionarem e 
adotarem estas técnicas a fim de ter um maior controle acerca dos fatores 
que interferem em seus processos. 
Ademais a falta de consenso na prática resulta em uma gestão de 
riscos em silos, ou seja, isoladamente, fazendo com que cada área da 
organização use expressões diferentes e isto dificulta o gerenciamento 
bem como a participação de todos os envolvidos no ambiente 
organizacional.
Ficou claro, a partir desta competência, então, que adotar 
mecanismos para identificar, analisar e avaliar os riscos deve ser 
considerado investimento por parte dos empregadores tendo em vista 
que, além das melhorias do ambiente de trabalho, estes investimentos 
vão garantir a produtividade dos colaboradores, reduzindo os riscos e, 
consequentemente, os acidentes e as doenças profissionais.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 33
Serviços de saúde ocupacional e segurança 
do trabalho
OBJETIVO
Olá, nesta competência você será capaz de entender 
os serviços de saúde e medicina do trabalho e suas 
funcionalidades. Consta em lei que qualquer organização 
que possua trabalhador deve cumprir as obrigatoriedades 
deste contexto e a efetividade da garantia da segurança 
do trabalho relaciona-se ao comprometimento da alta 
Administração. E então? Animado (a)? Vamos lá!!!
Em decorrência dos riscos ambientais, as organizações buscaram 
definir meios para fazer o controle e reduzir seus custos com acidentes 
e doenças ocupacionais, para que se mantivessem competitivas. Nesse 
contexto, a temática “Segurança e Saúde no Trabalho” é acatada como 
estratégiaorganizacional, tendo em vista que sua ação está diretamente 
relacionada ao fator principal da produtividade: a mão de obra.
A efetividade das medidas relacionadas à segurança do 
trabalho relaciona-se com o nível de envolvimento e empenho da Alta 
Administração, a qual precisa encaminhar e acompanhar o sistema 
de gestão de riscos, estabelecendo diretrizes para implementação e 
monitoramento das medidas de gerenciamento dos riscos e controle 
interno, perseguindo, assim, o alcance dos principais objetivos.
Grande parte das empresas no Brasil possui isenção de constituir 
formalmente os serviços relacionados à saúde ocupacional e segurança 
do trabalho tendo em vista que não possuem mais que 20 ou 50 
colaboradores, tal como preconiza a legislação sobre formação de CIPA e 
SESMT. Consta em lei que qualquer organização que possua trabalhador 
deve cumprir as obrigatoriedades deste contexto. Ou seja, apesar de 
não ser obrigada a ter profissionais especializados, caberá ao gestor as 
responsabilidades sobre saúde e segurança de seu(s) colaborador(es). 
Assim, veremos nesta competência sobre estes serviços instituídos em 
Normas Regulamentadoras específicas.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional34
Em casos onde se faz necessário, o grupo de profissionais da área 
de segurança do trabalho de uma organização é estruturado a partir 
de uma equipe multidisciplinar. Esta equipe multidisciplinar compõe o 
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho, definido pela NR-04, que envolve os seguintes profissionais: 
 • Técnico de Segurança do Trabalho;
 • Engenheiro de Segurança do Trabalho;
 • Médico do Trabalho;
 • Enfermeiro de Segurança do Trabalho; e,
 • Auxiliar em Enfermagem do Trabalho. 
Além do SESMT, as organizações precisam instituir sua Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), conforme preconiza a NR-05. 
A CIPA é formada por representantes do patrão e dos funcionários, tendo 
por missão cooperar para que as ações do SESMT sejam prevencionistas. 
A seguir abordaremos cada um destes serviços.
SESMT
O SESMT é o Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho e, como indicado na NR-4, é de 
responsabilidade deste agendar mensalmente as informações atuais de 
acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade. 
Tais informações ainda precisam fornecer subsídios sobre a tipologia 
do acidente, localidades, datas e horários entre outras informações que 
possam ajudar a avaliar os acontecimentos.
Segundo o inciso XXII do art. 7 da Constituição Federal, é direito do 
trabalhador a “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas 
de saúde, higiene e segurança” (BRASIL, 1988). Ademais, apesar da CLT já 
citar a existência deste tipo de serviço nos ambientes organizacionais, este 
só foi constituído oficialmente em 1972 com a publicação de uma portaria 
sobre a formação técnica nesta área e tornando obrigatória a existência 
deste em empresas cujo quadro de colaboradores possui mais de 100. 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 35
Esta legislação fez com que o Brasil fosse o primeiro país a constituir 
tal serviço em suas empresas e tornou possível melhorar a imagem do 
país frente ao alto índice de acidentes de trabalho perante ao cenário 
internacional, o qual tinha-se mais de 1,8 milhões de acidente ao ano. Dessa 
forma, esta legislação foi um marco entre um período de equívocos e o 
período de assertivo da abordagem dos assuntos referentes à segurança 
do trabalho e a saúde do colaborador.
O item 4.1 da referida norma, expressa a obrigatoriedade da 
implantação do SESMT a empreendimentos particulares e públicos 
que tenham funcionários administrados sob o regime da Consolidação 
das Leis do Trabalho. Este programa tem por alvo de agenciar a saúde e 
resguardar a integridade do colaborador em seu ambiente laboral.
Para garantir que o SESMT tenha qualidade no atendimento aos 
colaboradores, o Ministério do Trabalho exige que este tenha seu registro 
protocolado no órgão local, o qual é feito a partir do Sistema SESMT a 
partir da Portaria n.o 559 de 2016. Para cadastro no sistema é necessário 
informar os dados da organização (número de colaboradores, jornadas de 
trabalho e grau de risco), a quantidade e quais profissionais fazem parte 
bem como seus respectivos horários de trabalho. Este sistema tem como 
objetivos:
I) auxiliar a comunicação entre o órgão responsável e a orga-
nização; 
II) melhorar a agilidade do procedimento de registro; 
III) acelerar em casos de atualização cadastral; 
IV) conferir os requisitos da NR-04 antes de efetivar SESMT; e,
V) possibilitar uma fiscalização mais adequada a partir das in-
formações disponibilizadas no sistema.
O SESMT pode ser composto por 4 classes de profissionais 
(Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeiro 
do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar ou Técnico 
em Enfermagem do Trabalho), sendo que o seu dimensionamento 
está disciplinado no quadro II da mencionada NR-4 e será abordado a 
seguir. O engenheiro de segurança, o médico e o enfermeiro do trabalho 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional36
necessitarão dedicar, ao menos, 3 horas (tempo parcial) ou 6 horas (tempo 
integral) por dia para as ações do SESMT, conforme o dimensionamento 
estabelecido no Quadro II.
A Norma estabelece, ainda, as atribuições dos profissionais que 
compões os SESMT. Dentre as competências é importante ressaltar 
algumas... 
 • Aplicar os conhecimentos a todos os componentes do 
ambiente de trabalho (desde colaborador à máquina);
 • Deliberar os equipamentos de proteção necessários tanto 
de cunho individual quanto de caráter coletivo;
 • Garantir que o estabelecido em todas as NRs seja cum-
prido;
 • Promover integração contínua com a CIPA bem como 
apoiar, treinar e atender conforme for necessário;
 • Realizar atividades de sensibilização, educação e direcio-
nadoras a partir de campanhas;
 • Tirar dúvidas dos colaboradores e torna-los conscientes 
sobre riscos, acidentes de trabalho e doenças; 
O SESMT será avaliado a cada 6 meses por uma comissão formada 
por representantes das organizações, do sindicato de trabalhadores e da 
delegacia do órgão competente ou de acordo com o estabelecido em 
convenções. 
É imprescindível que o SESMT tenha integração constante com 
a CIPA, atuando como mecanismo multiplicador. Estes serviços devem 
desenvolver estudos, analisar as demandas dos colaboradores e 
estabelecer soluções tanto para correção quanto prevenção. Além disso, 
como parte integrante deste serviço, tem-se o ambulatório, o qual deve 
ser de responsabilidade do médico do trabalho que, por sua vez, deve ser 
o coordenador do PCMSO (que veremos na próxima competência. 
De modo geral, fica evidente que a presença dos profissionais 
do SESMT nas empresas é de fundamental importância tanto para a 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 37
integridade dos colaboradores como para o sucesso das organizações e 
do bem estar da sociedade, já que esses profissionais, por meio de seu 
conhecimento científico, serão os responsáveis pela modificação das 
caraterísticas de trabalho bem como da promoção de maior qualidade de 
vida nos ambientes laborais 
Dimensionamento
Além disso, outro ponto importante de ser destacado é que é 
possível que uma organização possua um SESMT centralizado que 
atenderá um grupo de empreendimentos de sua propriedade nos casos 
em que a distância entre o empreendimento no qual o SESMT está 
localizado e os demais não ultrapasse 5 quilômetros. 
Para dimensionar o SESMT aplica-se o item 4.2 da NR-04. O 
processo de dimensionar o SESMT está vinculado à gradação do risco da 
atividade central e a quantidade de colaboradores do local, conforme os 
anexos I e II da referida NR. O Quadro I aborda o código, a Classificação 
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e o Graude Risco (GR) para 
fins de dimensionamento do SESMT, conforme exemplificado abaixo:
Quadro 2 – Exemplificação do Quadro I da NR 04.
Códigos Denominação GR
A Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura
01 Agricultura, pecuária e serviços relacionados
01.1 Produção de lavouras temporárias
01.11-3 Cultivo de cereais 3
Fonte: adaptado de Brasil (2016).
De posse do Grau de Risco, é necessário ter informação acerca 
da quantidade de colaboradores para, então, dar continuidade ao 
dimensionamento a partir da observação do Quadro II, também constante 
na NR-04.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional38
Figura 3 – Fragmento do II da NR 04.
G
ra
u
 d
e
 R
is
co
Técnicos / 
Número de em-
pregados
50 a 
100
101 a 
250
251 a 
500
501 a 
1000
1001 a 
2000
2001 a 
3500
3501 a 
5000
Acima de 
5000
Para cada 
grupo de 
4000 ou 
fração 
acima de 
2000**
1
Técnico Seg. 
Trabalho
Engenheiro Seg. 
Trabalho
Auxiliar Enf. do 
Trabalho
Enfermeiro do 
trabalho
Médico do tra-
balho
1
1
1*
1
1*
1
1*
2
1
1
1*
1
1
1*
1
1*
Fonte: Adaptado de Brasil (2016).]]
A quantidade de profissionais a compor o SESMT é dada pela 
relação grau de risco x número de colaboradores. A NR-04 apresenta, 
ainda, alguns apontamentos com relação ao dimensionamento do SESMT, 
sendo eles:
 • Não se consideram estabelecimentos os canteiros de 
obras e as frentes de trabalho com menos de 1 mil funcio-
nários e localizados no mesmo estado, território ou Distri-
to Federal;
 • Em casos onde 50% ou mais dos colaboradores atuem em 
atividade com grau superior ao da atividade principal, o 
dimensionamento é feito a partir do maior risco;
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 39
CIPA
A CIPA é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, responsável 
pelos assuntos de segurança e saúde na organização, sendo formada 
por trabalhadores. Foi criada em 1944, porém instituída legalmente 
pela NR-05, a qual define condições para seu dimensionamento, suas 
obrigatoriedades e condicionantes para seus membros.
Devem constituir e manter em funcionamento as “organizações 
privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração 
direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, 
cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores 
como empregados (BRASIL, 2019, p. 1). É possível estabelecer 3 objetivos 
principais desta comissão: prevenir acidentes e doenças do trabalho; 
controlar os riscos; propor sugestões para acabar ou neutralizar os riscos. 
Uma das formas de incentivar e motivar para alcançar tais objetivos é a 
partir de campanhas educativas.
Figura 4 - Exemplificação de uma campanha de sensibilização da CIPA
Fonte: Tavares (2009).
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional40
Ademais, na referida NR são instituídas as responsabilidades de 
empregador e colaboradores. Ao empregador cabe o papel de promover 
aos componentes da CIPA os caminhos necessários para desempenharem 
suas pertinências, avalizando tempo satisfatório para execução dos 
trabalhos constantes no plano de trabalho. 
NOTA
A diferença básica entre a CIPA e o SESMT é que este é 
composto exclusivamente por profissionais especialistas 
em segurança e saúde no trabalho, enquanto a CIPA é 
uma comissão partidária constituída por empregados 
normalmente leigos em prevenção de acidentes.
Já aos colaboradores, cabe participar da eleição de seus 
representantes; colaborar com a gestão da CIPA; indicar à CIPA, ao 
SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões 
para melhoria das condições de trabalho; observar e aplicar no ambiente 
de trabalho as recomendações quanto à prevenção de acidentes e de 
doenças decorrentes do trabalho.
Qualquer ação referente à CIPA deve ser formalizada e, a 
documentação referida, deve estar disponível para que seja fiscalizada. 
Além disso, a participação de todos é extremamente necessária para que 
os resultados esperados sejam alcançados.
Estruturação e dimensionamento
A estruturação da CIPA é feita a partir de um processo eleitoral 
interno, conforme requisitos estabelecidos pela respetiva norma 
regulamentadora, sendo formada por representantes do patrão e dos 
funcionários e serão designados por estes, conforme o dimensionamento 
previsto no Quadro I da NR-05. 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 41
Figura 3 – Estruturação da CIPA 
Fonte: a autora (2020).
O representante dos empregados e do empregador é conhecido 
como cipeiro, e é importante que ele esteja em comunicação frequente 
com o empregador, a fim de auxiliar o SESMT e os colaboradores. Dessa 
forma, o cipeiro exerce papel importante nas ações de prevenção da 
empresa.
Além dos membros escolhidos por indicação de empregador e 
empregados (presidente, efetivos e suplentes), a CIPA é formada por 
um secretário. A quantidade de membros a compor a CIPA vincula-se 
ao agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de 
Atividades Econômicas (CNAE) que consta no Quadro II da norma e a 
quantidade de colaboradores. Diferente do dimensionamento do SESMT, 
aqui, inicialmente identificamos o CNAE no Quadro II e o grupo no qual 
esta atividade está inserida e, então, consulta-se o Quadro I.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional42
Figura 4 - Fragmento do Quadro I da NR 05.
Fonte: Adaptado de Brasil (2019).
Importante destacar que, nos casos onde a empresa não possui 
obrigatoriedade de constituir a CIPA, exige-se que seja designada 
uma pessoa com treinamento específico de 20 horas para exercer as 
atribuições desta Comissão.
Processo eleitoral
Como vimos, a estruturação da CIPA é a partir de processo eleitoral. 
Para que ele ocorra, é necessário que 60 dias antes de findado o mandato 
atual o empregador fixe um edital por 15 dias. Este edital possibilitará que 
todos que tenham interesse se inscrevam e, aqueles interessados, terão 
garantia de emprego até a eleição. A eleição deverá ocorrer no prazo de 
30 dias antes de findado mandato, com voto secreto e durante os turnos 
de trabalho. 
Os membros eleitos terão sua posse protocolada com o prazo de 
um dia útil e passarão por treinamento de 20 horas. Então, a empresa 
protocolará no ministério do Trabalho em até 10 dias: cópias das atas da 
eleição (de instauração e de posse), o calendário das reuniões anuais 
(devem ser 12 entre o início e o fim do mandato). Depois de protocolado, 
não é possível cancelar, exceto em casos onde a empresa encerra suas 
atividades.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 43
SAIBA MAIS
Quer saber um pouco mais sobre este tema? 
Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta 
e aprofundamento: “Guia de perguntas e respostas do 
Sistema SESMT”. Este documento tem por finalidade 
auxiliar as organizações a cumprir com as obrigatoriedades 
dos itens 4.17 da NR-04 e foi disponibilizado pelo Governo 
Federal no ano de 2016, acessível pelo link https://bit.
ly/38ol4cm. (Acesso em 30/01/2020).
RESUMINDO
E então, conseguiu entender os dois serviços de segurança 
do trabalho e saúde ocupacional apresentados? Ficou claro? 
Para lhe ajudar a fixar, vamos ver uma breve explicação do 
contexto geral apresentado nesta unidade, está bem? O 
SESMT de uma organização foi instituído a partir da Norma 
Regulamentadora 04 e é composto por profissionais 
técnicos da área de saúde, segurança e engenharia com 
foco prevencionista, cujo dimensionamento ocorre em 
função do grau de risco da atividade desenvolvida e da 
quantidade de colaboradores.
Sua principal atribuição consiste em aplicar a ciência técnica 
para garantir a integridade física e psicológica dos colaboradores, 
bem como cuidar da qualidade do ambiente laboral nos mais variados 
empreendimentos e organizações 
O outro serviço existente é a CIPA, regulamentada pela NR 05, que 
consiste em uma comissão formada por representantes do patrão e dos 
funcionários. Esta comissão tem como incumbênciaa atenção com a 
saúde e a integridade física dos colaboradores bem como de todas as 
pessoas interagem com o ambiente laboral. 
Dentre as atividades acatadas pela CIPA pode-se destacar 
ações de sensibilização dos colaboradores, em todos os níveis (da alta 
administração ao chão de fábrica). Sem esse trabalho de sensibilização, 
as ações tomadas para promover a segurança do ambiente acabam 
encontrando barreiras para sua eficiência tendo em vista que o foco 
principal destas é o próprio colaborador. 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional44
Programas de saúde ocupacional, 
segurança e segurança do trabalho
OBJETIVO
Caro aluno, nesta competência você será capaz de 
conhecer os programas relacionados a saúde ocupacional 
e segurança do trabalho. Estes programas são de caráter 
obrigatório, sendo o PCMSO e o PPRA a todas as empresas 
e o PCMAT àquelas da construção civil. Está curioso para 
saber mais sobre eles? Vamos lá!!!
Fonte: @freepik
Partindo do pressuposto que o reconhecimento do papel do 
trabalho na determinação e evolução do processo saúde-doença possui 
implicações éticas, técnicas e legais, as quais refletem na organização 
e no provimento de atitudes voltadas à saúde da classe trabalhadora. 
O Brasil é caracterizado por uma vasta quantidade de legislações e, ao 
mesmo tempo, alto índice de descumprimento destas. 
O Ministério do Trabalho e Emprego, a partir da Secretaria de Inspeção 
do Trabalho, e levando em consideração o Art. 200 da Consolidação das 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 45
Lei Trabalhistas, aprovou as Normas Regulamentadoras. Mas isso você já 
sabe, não é? 
A legislação referente as NRs passaram por uma inovação no fim 
de 1994 e, então, tornou obrigatória às organizações o que diz respeito 
tanto a elaboração quanto implementação de dois programas: Programa 
de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Além deste programa, outro é 
de destaque nas legislações brasileiras, o Programa de Condições e meio 
Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção (PCMAT), instituído pela 
NR-18.
A elaboração dos 3 programas, além de suas respectivas 
obrigatoriedades, é extremamente importante para a organização. Eles 
ajudam a se proteger de possíveis afastamentos, acidentes de trabalho, 
diminuição de condições insalubres e, se bem empregados, provocam 
aspectos positivos em fatores econômicos da organização. Diante 
disso, a elaboração e implementação destes, permite, de certa forma, 
proteção tanto para a empresa, seus gestores (contratantes) e para os 
colaboradores, evitando acidentes e proporcionando consequentemente 
melhor qualidade de vida nos ambientes de trabalho.
PCMSO
A NR-07 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação 
por parte de todos os empregadores e instituições que admitam 
trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de 
Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação 
da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
Sua existência jurídica é assegurada, em nível de legislação pela 
última atualização da Portaria MTb n.o 1.031 de dezembro de 2018. Esta NR 
define ser de caráter obrigatório elaborar e implementar este programa a 
todos os locais com colaboradores visando promover e preservar a saúde. 
O PCMSO possui caráter preventivo para saúde dos trabalhadores 
e é desenvolvido a partir de avaliação do ambiente de trabalho para 
contextualização do processo produtivo e dos riscos de cada setor da 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional46
organização, em seguida são analisadas informações e desenvolvidas 
ações de saúde e promovidas atividades como palestras e treinamentos, 
além, da obrigatoriedade de exames médicos. De modo geral, pode-se 
definir como objetivos do PCMSO
 • Identificar antecipadamente, promover o monitoramento 
e controle de situações passíveis de denigrir a saúde do 
colaborador;
 • Buscar a promoção e preservação da saúde dos colabora-
dores no ambiente de trabalho;
 • Estabelecer monitoramento e diagnóstico preventivo de 
possíveis riscos à saúde dos colaboradores;
 • Buscar solucionar e melhorar os locais laborais e as for-
mas de execução de ações rotineiras tendo por embasa-
mento as situações de risco identificadas;
 • Promover ações de sensibilização para os colaboradores 
no que tange a seriedade do aspecto preventivo para a 
conservação da qualidade de vida;
 • Criar um histórico de caráter informacional a partir de da-
dos de exames médicos;
Dessa forma, entende-se que este programa envolve exames 
médicos e análises clínicas tanto individuais quanto coletivos, e, após 
análise destes, serão definidas medidas preventivas a fim de reduzir 
os riscos. Organizações com grau de risco 1 e 2 que tenham até 25 
colaboradores e organizações com grau de risco 3 e 4 com até 10 
colaboradores não possuem obrigatoriedade de possuir um médico 
na coordenação, entretanto, isto não torna facultativa a elaboração do 
PCMSO.
O PCMSO pode passar por alterações, a qualquer momento, seja de 
forma completa ou parcial, sempre que sejam identificadas mudanças nos 
riscos ocupacionais, em função de mudanças nos processos/ambientes 
de trabalho; ou por novas descobertas da ciência médica, em relação a 
efeitos de riscos existentes; mudança de critérios de interpretação dos 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 47
exames; ou, ainda, reavaliações do reconhecimento dos riscos.• O PCMSO 
é um documento que não necessita ser homologado ou registrado nas 
Delegacias Regionais do Trabalho. Ele é arquivado no estabelecimento à 
disposição da fiscalização.
PPRA
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais foi estabelecido, 
pela NR-09 da Portaria 3214/78, como de caráter obrigatório a todas 
as organizações que tenham colaboradores. Apesar de seu caráter 
multidisciplinar, é acatado basicamente um programa de higiene 
ocupacional que precisa ser desenvolvido nas organizações de forma 
integrada ao PCMSO, 
A finalidade do PPRA é identificar características do ambiente de 
trabalho bem como recomendar os métodos de prevenção sendo estes 
de encargo do empregador, independentemente da quantidade de 
colaboradores ou do grau de risco do processo desenvolvido. De modo 
geral, o PPRA objetiva evitar e promover o controle dos riscos ambientais. 
Neste contexto, a NR-9 define:
a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte 
de todos os empregadores e instituições que admitam traba-
lhadores como empregados, do Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e 
da integridade dos trabalhadores através da antecipação, re-
conhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrên-
cia de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no 
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do 
meio ambiente e dos recursos naturais (BRASIL, 2014, p. 1-2).
A norma define, ainda, que os atos do PPRA precisam ser instituídos 
no campo de cada setor organizacional sendo de responsabilidade do 
empregador, porém, demandando a participação dos colaboradores. 
Ademais, o alcance e o nível de detalhamento dependem das 
propriedades dos riscos e das precisões de controle. Assim, não importa a 
quantidade de trabalhadores tampouco o tamanho da organização, todas 
devem instituir este programa.
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional48
No que diz respeito ao processo de elaborar, implantar, acompanhar 
e avaliar este programa, isto pode ser desenvolvido pelo SESMT ou por um 
grupo de pessoas externas à organização, desde que estes estejam aptos 
a cumprir os requisitos estabelecidos na norma. Diante disso, a norma não 
assegura objetivamente quais pertinências situadas pelo responsável do 
PPRA, contudo, recomenda que este precisará ser implementado sob a 
organização de um profissional do SESMT.
É de fundamental importância ressaltar que o PPRA é componente 
complementar deum conjunto mais abrangente de ações das organizações 
no que tange à segurança do trabalho e saúde ocupacional. É essencial 
que este articule-se as demais NRs e, principalmente, conforme vimos 
anteriormente, com o PCMSO.
O exemplo atualizado de PPRA delibera como enfoco principal 
dos cuidados dos profissionais que o desenvolvem os riscos ambientais 
em compensação aos modelos clássicos de programas de prevenção 
que procuravam separar os riscos em duas categorias: operacionais e 
relacionados ao desempenho da função, ou seja, separando-os em riscos 
relacionados ao ambiente e à atuação do colaborador.
Frente ao apresentado, podemos compreender que o novo modelo 
de análise permite implantar um Sistema de Gestão de Segurança de 
Trabalho, pois são definidos instrumentos para procurar a melhoria 
contínua dos ambientes de trabalho, sobretudo no que tange à saúde do 
colaborador. Com o aparecimento deste programa, desarticula o foco de 
ação em segurança e saúde no trabalho, que anteriormente concentrava-
se nos riscos ambientais. 
Os riscos ainda são importantes e devem ser observados em 
programas específicos, porém, o PPRA devido à sua grande abrangência 
atua como elo condutor das diversas iniciativas da empresa na área de 
segurança e saúde no trabalho. Nesta perspectiva, o PPRA atua como uma 
política gerencial no campo da preservação da saúde e da integridade 
dos trabalhadores, devendo estar articulado com as demais NR’s.
A antecipação dos Riscos, o reconhecimento e avaliação quantitativa 
desses riscos, agora obrigatória para a real avaliação da exposição e os 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 49
efeitos na saúde do trabalhador; monitoramento ambiental e da saúde do 
obreiro e monitoramento constante das condições dos ambientes laborais 
passaram então a fazer parte das obrigações dos profissionais das áreas 
de saúde e segurança do trabalho nas suas atividades profissionais.
Assim, de modo geral, entende-se que esta norma regulamentadora 
estabelece as etapas a serem desenvolvidas no programa, os itens 
compositores para reconhecimento dos riscos, os limites de tolerância 
adotados na etapa de avaliação e os conceitos que envolvem as medidas 
de controle. É importante considerar que a NR-09 é bastante didática e 
orientativa, proporcionando aos técnicos e responsáveis subsídios para 
implementação do programa. Todavia, é fundamental o conhecimento 
técnico da higiene ocupacional, conforme foi exposto nos estudos 
anteriores.
Mapa de Riscos
Mapa de riscos consiste em uma exemplificação gráfica dos alvos 
de riscos descobertos nos ambientes de trabalho, com potencial de 
acarretar danos à saúde dos colaboradores. É uma forma fácil e rápida de 
indicar os riscos, permitindo identificar locais perigosos e/ou vulneráveis 
bem como auxilia no desenvolvimento de ações mais atentas por parte 
dos que estão expostos a tais riscos. Por sinalizar os riscos, o mapa ajuda 
o profissional a descobrir saídas para extinguir e/ou manter de forma 
controlada os riscos descobertos.
O Mapa de Riscos faz parte do PPRA, tendo sido instituído pela 
Portaria n.o 5 de 17 de agosto de 1992 e tem como finalidade principal 
identificar de forma qualitativa os agentes ocupacionais aos quais 
os colaboradores estão expostos a partir de representações gráficas 
elaboradas nos múltiplos âmbitos da organização. A elaboração e 
atualização deste é de responsabilidade da CIPA. 
Todos os departamentos das organizações estão sujeitos a riscos, 
e estes mudam segundo: a) o tipo de atividade, b) a forma como o 
profissional exerce sua profissão e c) se ele segue os padrões de segurança 
previamente definidos. Vimos anteriormente que a classificação de 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional50
riscos segundo a NR é em químicos, físicos e biológicos, sendo, então, 
a classificação a ser adotada pelo mapa a mais abrangente, envolvendo 
também os riscos ergonômicos e de acidentes. 
Além disso, o levantamento deve incluir também os aspectos 
percebidos pelos colaboradores segundo suas respectivas sensibilidades 
no cotidiano. A classificação de riscos é, então, desenvolvida de forma 
mais abrangente e além disso, divide os riscos em grupos de acordo com 
as cores para sua identificação, conforme exposto no Quadro 1 a seguir.
Quadro 3 - Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a 
sua natureza e a padronização das cores correspondentes.
Grupo I
Verde
Grupo II
Vermelho
Grupo III
Marrom
Grupo IV
Amarelo
Grupo V
Azul
Riscos 
Físicos
Riscos 
Químicos
Riscos 
Biológicos
Riscos 
Ergonômicos
Riscos de 
Acidentes
Ruído
Vibrações
Radiações 
Ionizantes
Radiações 
não-
ionizantes
Frio
Calor
Pressões 
anormais
Umidade
Poeiras
Névoas
Neblinas
Fumos
Gases
Vapores
Substâncias, 
compostos 
ou produtos 
químicos 
em geral
Vírus
Bactérias
Protozoários
Fungos
Parasitas
Bacilos
Esforço físico 
intenso
Levantamento 
e transporte 
manual de 
peso
Exigência 
de postura 
inadequada
Imposição 
de ritmos 
excessivos
Trabalho 
em turnos e 
noturno
Jornada de 
trabalho 
prolongada
Monotonia e 
repetitividade
Outras causas 
de stress 
físico e/ou 
psíquico
Arranjo físico 
inadequado
Máquinas e 
equipamentos 
sem proteção
Ferramentas 
inadequadas ou 
defeituosas
Iluminação 
Inadequada
Eletricidade
Probabilidade 
de incêndio ou 
explosão
Armazenamento 
inadequado
Animais 
peçonhentos
Outras situações 
que poderão 
contribuir para 
a ocorrência de 
acidentes
Fonte: adaptado de Sherique (2004).
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 51
Após o preenchimento do mapa de riscos, ele deverá ser 
analisado, dando prioridade à correção dos riscos de maior gravidade e 
observando-se os riscos que merecem prioridade na implantação das 
medidas corretivas das irregularidades. À medida que forem corrigidas as 
irregularidades, os círculos indicativos do problema devem ser retirados 
do mapa de riscos. Se o problema for apenas amenizado, retira-se o 
círculo, substituindo-o por outro de menor tamanho (gravidade). Se 
novos riscos forem identificados, deve-se adicionar no mapa os círculos 
correspondentes ao seu tipo e gravidade.
Nesse contexto, a elaboração deste mapa atua como um 
instrumento que origina benefícios tanto para os colaboradores (ciência 
dos riscos aos quais estão expostos e conscientização sobre o uso dos 
equipamentos de proteção individual e coletiva) quanto para a empresa 
(agilidade na seleção de medidas para prevenção de acidentes, melhoria 
na qualidade e produtividade e implemento dos requisitos legais).
Por fim, quando bem elaborado, o mapa de riscos ambientais pode 
se tornar uma extraordinária ferramenta de gestão de riscos e prevenção 
de acidentes do trabalho, além de assessorar na visualização dos riscos 
pelos colaboradores, ou ainda, aqueles que frequentam o ambiente. 
PCMAT
O setor da construção civil é um dos principais ramos de atividade 
do país, diretamente ligado ao desenvolvimento econômico, pois 
promove incrementos capazes de elevar o crescimento econômico. O 
desenvolvimento econômico aliado à construção civil, se dá tanto pela 
valorização das atividades, pela elevada geração de empregos como 
também pelo efeito multiplicador de renda e sua interdependência 
estrutural.
Entretanto, as condições de trabalho deste importante setor 
econômico normalmente são precárias, o desenvolvimento sociocultural 
dos colaboradores geralmente é baixo e a quantidade de riscos a que são 
expostos é elevadíssima e, em função disso, são inúmeros os acidentes 
de trabalho. Dessa forma, a NR-18 é de extrema importância pois define 
 Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional52
as diretrizes administrativas, de planejamento e organização, tendo por 
finalidade estabelecer medidas preventivas acerca das condições de 
trabalho na construção civil. 
Sua existência jurídica é assegurada, em nível de legislação 
ordinária, no inciso I do Art. 200 da CLT, e sua última atualização

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