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Intertextualidade e Discurso

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INTERPRETAÇÃO
PRÉ-VESTIBULAR 129PROENEM.COM.BR
INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)13
O TEXTO E SUAS RELAÇÕES
Partindo-se da ideia de que o texto representa uma unidade 
comunicativa básica entre interlocutores, pode-se inferir que não há 
texto sem intenção, pois esse é o fator primordial da comunicação. 
Desta maneira, e inseridos em um contexto maior, os enunciados 
ganham possibilidades de significação, quando observados através 
da situação em que, por quem, para que e como é produzido.
Na charge acima fica evidente a intenção crítica do autor. 
A superposição de sentidos sociais do discurso, representada 
pelo pedido do turista em fazer do caveirão seu transporte 
para passear pela cidade, revela o desejo do autor em mostrar, 
de forma irônica, a banalização da violência e a sensação de 
insegurança experimentada pelos cidadãos cariocas. O humor da 
tira é ideológico e traduz um sentimento social de contrariedade à 
ineficiência das autoridades em resolver os problemas da cidade.
É importante ressaltar que a manifestação individual 
comunicativa faz parte de um conjunto social, submete-se a certa(s) 
ideologia(s), professando-a(s) ou negando-a(s). A essa prática 
social de produção de textos chamamos discurso, um conceito que 
deve sempre ser tomado como uma construção coletiva, social, 
nunca individual, pois reflete a visão de mundo, o contexto social, 
histórico, econômico e cultural desses interlocutores.
A conclusão a que se pode chegar é a de que não há discurso 
autônomo, visto que sempre estará relacionado de alguma forma 
a outros discursos. É dessa relação que se extrai o conceito 
de interdiscursividade, um conjunto de referências ao texto, à 
situação de produção e às ideologias subjacentes assumidas pelos 
discursos historicamente. É nesse espaço discursivo, em que se 
inscreve a história, que são feitas as trocas sociais enunciativas.
Esse conceito diferencia-se do significado de intertextualidade, 
que apresenta sentido mais restrito do que o anterior. O primeiro 
trata de contextos e ideologias, ao passo que o último diz respeito 
à incorporação de um texto em outro, sua citação ou sua recriação. 
Qualquer texto constrói-se, em verdade, a partir de outros textos, 
absorvendo-os, remontando-os e transformando-os. Caberá 
sempre ao leitor a tarefa de identificar a intertextualidade, pela 
percepção dos elementos contextuais, o que faz baseado em 
seu conhecimento de mundo, em sua memória social e em sua 
bagagem cultural. 
A Mônica retratada por Maurício de Souza é uma referência 
ao famoso quadro do pintor italiano Leonardo Da Vinci, a Mona 
Lisa. É necessário ao leitor o conhecimento da obra original para 
compreender o intertexto. Ele se dá através de elementos citados 
que devem ser relacionados ao contexto pretendido. Assim, a 
posição da Mônica, suas roupas e o fundo fazem lembrar a obra-
prima de Da Vinci. Sem essa bagagem cultural, não seria possível o 
entendimento do discurso pretendido pelo autor.
Tais referências podem ser explícitas ou implícitas. Deve-se 
considerar que texto tem sentido amplo, podendo vir a englobar 
manifestações como música, pintura, filme, novela etc. Ou seja, 
pode haver intertextualidade entre poesia e pintura ao mesmo 
tempo em que há interdiscursividade na defesa de certas visões 
de mundo, ainda que afastadas historicamente. Vale lembrar que a 
intertextualidade implica interdiscursividade, apesar de o contrário 
não ser necessariamente verdadeiro.
DIALOGISMO, POLIFONIA E 
HIPERTEXTUALIDADE
A linguagem sempre estabelece comunicação entre, pelo 
menos, dois seres, dois discursos, dois textos. Segundo o teórico 
russo Mikhail Bakhtin “os enunciados não são indiferentes uns 
aos outros, nem autossuficientes; são mutuamente conscientes 
e refletem um ao outro... [...] Cada enunciado refuta, confirma, 
complementa e depende dos outros; pressupõe que já são 
conhecidos, e de alguma forma os leva em conta.” 
Deve-se entender o diálogo, portanto, como algo inerente à 
comunicação. Textos escritos formam parte de uma discussão 
ideológica, na medida em que responde e interage com discursos 
e textos anteriores. Isso nos leva a perceber que existem vozes que 
dialogam e constituem a própria linguagem; mas que, por outro 
lado podem vir a se manifestar em um mesmo texto, isto é, um 
mesmo enunciado pode apresentar vozes polêmicas, dissonantes. 
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR130
INTERPRETAÇÃO 13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
O discurso, por essa perspectiva, é sempre heterogêneo, 
incorporando um conjunto de asserções atribuídas a outros 
enunciadores, aos interlocutores ou, até mesmo, à opinião pública. 
Em certos casos as vozes são facilmente percebidas por que seus 
discursos se opõem, vêm indicados por enunciadores distintos 
e revelam contrariedade entre si. À multiplicidade de vozes e 
consciências independentes em um mesmo enunciado dá-se o nome 
de polifonia. Veja o que ocorre no verso de um maço de cigarros:
O discurso do Ministério da Saúde se opõe diametralmente ao 
do fabricante de cigarros. Enquanto um tem o interesse no design 
e estilo conferido ao produto, estimulando sua venda; cabe a outra 
voz denunciar e alertar os usuários dos malefícios do consumo e 
dos riscos a que estão expostos. Essas vozes formam um conjunto 
enunciativo, apesar de claramente opostas.
Outro conceito importante quando se fala sobre comunicação 
é o hipertexto. Sua importância advém do fato de estabelecer 
um processo de enunciação não linear e não hierarquizada, 
possibilitando ao leitor a multiplicidade de direções em sua leitura, 
permitindo a formação de uma trama textual, sem que haja 
sequências ou regras impostas à leitura. Nesse modelo de diálogo 
a construção interdiscursiva não depende apenas do enunciador, 
pois o papel do interlocutor é ativo, construindo sua própria cadeia 
relacional, gerando conexões que orientam sua própria forma de 
entender os discursos.
Esses “saltos” são possibilitados por links, espécies de nós que 
conectam discursos. Essa ideia – longe de ser algo contemporâneo 
(foi enunciada em 1945, por Vannevar Bush, apesar de o termo 
hipertexto só aparecer nos anos sessenta) – parte da concepção 
de que nossos pensamentos, ideologias e enunciados não se 
organizam de maneira hierárquica, mas formando teias em que 
se associam concepções culturais, sociais e individuais. Essa rede 
é formada por nossos conhecimentos e pelos quais saltamos 
intuitivamente, interagindo de maneira interdiscursiva e intertextual 
de maneira associativa, não linear.
TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade pode manifestar-se de diferentes maneiras: 
seja por uma citação direta, por uma sugestão, por recriação 
ou negação crítica da forma ou conteúdo de outro enunciado. 
Podemos listar, sem a intenção de esgotar as possibilidades de 
classificação, alguns tipos de intertextualidade. 
• Alusão
Alusão é a “referência explícita ou implícita a uma obra de arte, 
um fato histórico ou um autor, para servir de termo de comparação, 
e que apela à capacidade de associação de ideias do leitor. [...] 
Só pelo processo de reconhecimento e/ou reidentificação desta 
relação por parte do leitor é que a alusão se pode tornar efetiva, 
pelo que tem uma função mais exigente do que a mera citação. 
A alusão difere desta ainda pelo fato de o seu sentido depender 
fortemente do contexto em que está inserida. Por exemplo, no 
enunciado: ‘O meu clube alcançou uma vitória de Pirro’, o leitor 
só poderá descodificar a associação estabelecida se conhecer a 
história do célebre general grego que, após uma difícil vitória terá 
afirmado: ‘Mais uma vitória como esta e estou perdido’. A alusão à 
vitória de Pirro passou a significar em qualquer contexto um triunfo 
difícil.”(CEIA, 2008)
• Citação
A citação ocorre sempre que há reprodução de uma enunciação 
pertencente a outro processo enunciativo. Essa citação pode ser 
ipsis litteris, isto é, com as mesmas letras, na qual se reproduz 
exatamente o discurso citado; a citação deve vir indicada por 
pontuação específicae referência ao autor do enunciado original. 
Existe ainda a citação livre, conhecida por paráfrase, na qual a 
reprodução se dá em função da significação, não só com as palavras 
realmente pronunciadas, mas também com sua interpretação das 
condições de enunciação.
• Epígrafe
Consiste em um pequeno texto ou fragmento em forma 
de inscrição destacada que é posta no início de um livro, 
capítulo, poema etc. para lhe servir de tema, mote ou motivação; 
para resumir o pensamento ou conjunto ideológico que será 
apresentado. Por fim, ora vale como um lema, ora como elemento 
causal/consequente do enunciado em questão. Veja o exemplo 
abaixo, a famosa Canção do exílio, de Gonçalves Dias, na qual 
um fragmento do romance Os Anos de Aprendizagem de Wilhem 
Meister, de Goethe serve de epígrafe:
Canção do Exílio
Kennst du das Land, wo die Zitronen bluhn,
Im dunkeln Laud die Gold-Orangem gluhn,
Kennst du es wohl? - Dahin, dahin!
Möch ich... ziehn.*
Goethe
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá
*Conheceis o país onde florescem as laranjeiras?
Ardem na escura fronde os frutos de ouro...
Conhecê-lo? – Para lá, para lá quisera eu ir!”
• Metáfrase e Paráfrase
Metáfrase pode ser definida como uma “tradução interpretativa 
de um texto, sem prestar muita atenção à forma original do 
texto traduzido. É sinônimo de paráfrase, por significar também 
explicitação de texto. (...) A escolha de palavras e relação de 
ideias deve ser feita de forma a simplificar a mensagem e torná-
la compreendida eficazmente pelo ouvinte ou destinatário da 
explicitação. A única diferença substancial entre uma metáfrase e 
uma paráfrase é a sua extensão: a primeira exige uma redução do 
discurso ou contração do texto metafraseado; a segunda amplifica 
o texto parafraseado.” (CEIA, 2008)
Simplificando, trata-se da reprodução explicativa de um texto, 
no qual se mantêm basicamente as ideias originais, podendo 
acrescentar-se a elas algumas ideias e impressões de quem 
parafraseia o texto. Ainda com o exemplo da Canção do Exílio, de 
Gonçalves Dias, podemos ilustrar a paráfrase, realizada por Osório 
Duque Estrada no Hino Nacional: 
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
131
INTERPRETAÇÃO
Canção do Exílio
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais 
flores, 
Nossos bosques têm mais 
vida, 
Nossa vida mais amores.
Hino Nacional Brasileiro
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos 
campos têm mais flores,
“Nossos bosques têm mais 
vida”,
“Nossa vida” no teu seio 
“mais amores”.
• Paródia
A paródia é a recriação de um texto com nítido objetivo de 
satirizar, contestar ou ridicularizar um discurso específico. Há 
sempre uma ruptura com as ideologias impostas na qual voz do 
texto original é retomada para transformar seu sentido, levando 
o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontestadas 
anteriormente, desconstruindo enunciados e lançando dúvidas 
sobre dogmas buscando uma verdade do raciocínio e da crítica. 
Contudo, essa desconstrução intencional deve manter laços que 
identifiquem a paródia junto ao texto original.
Perceba que no comercial da Hortifruti são retomados elementos 
do texto original como o modelo do sapato que, no anúncio é formado 
por quiabos e o estilo tipográfico do título. A intertextualidade ainda 
é ajudada pela proximidade fonética entre o par diabo/quiabo. O 
resultado é um texto humorístico que recria o enunciado original 
servindo como mote à propaganda da rede varejeira.
• Pastiche
O pastiche é uma espécie de imitação, uma criação artística 
produzida pela reunião e colagem de outros enunciados. É um 
processo de diluição textual que se aproxima da sátira e da paródia, 
podendo até ser considerada como um tipo de homenagem, no 
sentido em que demonstra a influência de um determinado estilo 
ou maneira de produzir tal texto. Reafirma, assim o prestígio do 
original, apesar de, por vezes assumir um caráter de provocação, a 
serviço da subversão dos enunciados, desqualificando o sistema e 
os modelos vigentes, à semelhança da paródia nesses casos.
Enfim, é uma imitação reiterativa, uma recorrência a 
determinados recursos, a ponto de esvaziá-los de significação. Em 
um sentido mais pejorativo pode confundir-se com o plágio. Um 
bom exemplo de pastiche são as novelas mexicanas, apelidadas 
de “dramalhões”, em que as histórias de várias obras seguem 
praticamente um mesmo desenvolvimento e apresentam uma 
mesma construção.
• Plágio
O conceito de plágio é algo relativamente recente, já que a 
originalidade e a autenticidade das obras artísticas tais como 
conhecemos hoje data do Romantismo. O plágio consiste na 
apropriação indevida de texto, discurso ou enunciado alheio 
apresentado como se fosse original ou de propriedade do plagiador. 
• Tradução
Segundo o dicionário eletrônico Houaiss, tradução é a 
“operação que consiste em fazer passar um enunciado emitido 
numa determinada língua para o equivalente em outra língua, ambas 
conhecidas pelo tradutor.” É de se esperar, portanto, que a tradução 
seja um modelo intertextual mais neutro, com menor interferência 
discursiva no enunciado original. Cabe ressaltar que a tradução 
implica recriação do texto, principalmente nas obras literárias, a 
fim de manter-se o estilo, a forma e as plurissignificações originais.
• Versão
É uma variante de um enunciado original, do qual se aproveita 
algum recurso formal, mas no qual, geralmente, não há compromisso 
com o conteúdo do discurso. Há vários exemplos no campo da 
música, em que artistas criam canções originais a partir de melodias 
de sucesso; ficaram famosas as versões das canções dos Beatles 
na década de 60. A versão não tem o compromisso da tradução 
simples, possibilitando o autor recriar quase que por completo a 
obra original se assim o desejar. O exemplo abaixo é típico da Jovem 
Guarda: Renato e seus Blue Caps em uma versão dos Beatles.
All my loving
Close your eyes and I’ll kiss you
Tomorrow I’ll miss you
Remember I’ll always be true
And then while I’m away
I’ll write home everyday
And I’ll send all my loving to you
I’ll pretend that I’m kissing
The lips I am missing
And hope that my dreams will come true
And then while I’m away
I’ll write home everyday
And I’ll send all my loving to you
All my loving I will send to you
All my loving, darling, I’ll be true
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR132
INTERPRETAÇÃO 13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
Feche os olhos
Feche os olhos e sinta 
um beijinho agora
De alguém que não vive sem você
Que não pensa e nem gosta 
De outra menina
E tem medo de lhe perder
Todo a...mor desse mundo
Parece querida
Que está dentro do meu coração
Por favor queridinha 
Divida comigo
Um pouco da minha paixão
Coisa linda coisa que eu adoro
A gotinha de tudo que eu choro
Alguns outros tipos de intertextualidade podem ser agrupados 
como métodos de “reescritura” de textos. Entre eles, destacam-se:
• Perífrase – representa um circunlóquio, isto é, um rodeio 
de palavras; ocorre especialmente quando se substitui 
um nome comum ou próprio por uma expressão que a 
caracterize. Serve de exemplo a frase: “Os descobridores 
da América hoje vivem em plena riqueza”, onde a expressão 
“os descobridores da América” substitui “os espanhóis”.
• Resumo – pequeno texto em que é favorecida sua visão 
global do texto, recapitulando seus principais pontos, 
argumentos e fatos apresentados.
• Sinopse – é um texto breve dos resultados da revisão, 
dirigido aos leitores não conhecedores do tema ou do texto, 
limitando-se a descrever superficialmente seu conteúdo. 
• Síntese – é o tipo de texto produzido para reproduzir, em 
poucas palavras, ideias presentes em um texto. Somente 
são aproveitadas na síntese somente as concepções 
essenciais, desprezando-se todas aquelas secundárias ou 
meramente explicativas.
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Explique o que é polifonia.
02. Defina o que é alusão.
03. Explique como a intertextualidade pode ser apresentada.
04. Justifique a relevância do hipertextopara a comunicação.
05. Conceitue citação ipsis litteris. 
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM) Quem não passou pela experiência de estar lendo um 
texto e defrontar-se com passagens lidas em outros? Os textos 
conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem 
a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
TEXTO I
Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche na vida”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964.
TEXTO II
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. 
TEXTO III:
Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Essa espécie ainda envergonhada.
PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em 
relação a Carlos Drummond de Andrade por:
a) reiteração de imagens.
b) oposição de ideias.
c) falta de criatividade.
d) negação dos versos.
e) ausência de recursos.
02. (ENEM)
TEXTO A
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.
[...]
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, a noite -
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.
DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998.
TEXTO B:
Canto de regresso à Pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
133
INTERPRETAÇÃO
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita
Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo.
ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro. s/d.
Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais 
diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira 
entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se que:
a) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do 
país em que nasceu, é o tom de que se revestem os dois textos.
b) a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, 
que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A.
c) o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem 
perder a visão crítica da realidade brasileira.
d) o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento 
geográfico do poeta em relação à pátria.
e) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem 
brasileira.
03. (ENEM)
TEXTO I
Ditado popular é uma frase sentenciosa, concisa, de verdade 
comprovada, baseada na secular experiência do povo, exposta de 
forma poética, contendo uma norma de conduta ou qualquer outro 
ensinamento.
WEITZEL, A. H. Folclore literário e linguístico. Juiz de Fora: Esdeva, 1984 (fragmento).
TEXTO II
Rindo brincalhona, dando-lhe tapinhas nas costas, prima 
Constança disse isto, dorme no assunto, ouça o travesseiro, não 
tem melhor conselheiro.
Enquanto prima Biela dormia no assunto, toda a casa se 
alvoroçava.
[Prima Constança] ia rezar, pedir a Deus para iluminar prima 
Biela. Mas ia também tomar suas providências. Casamento e 
mortalha, no céu se talha. Deus escreve direito por linhas tortas. 
O que for soará. Dizia os ditados todos, procurando interpretar os 
desígnios de Deus, transformar os seus desejos nos desígnios de 
Deus. Se achava um instrumento de Deus.
DOURADO, A. Uma vida em segredo. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990 (fragmento).
O uso que prima Constança faz dos ditados populares, no Texto II, 
constitui uma maneira de utilizar o tipo de saber definido no Texto 
I, porque
a) cita-os pela força do hábito.
b) aceita-os como verdade absoluta.
c) aciona-se para justificar suas ações.
d) toma-os para solucionar um problema.
e) considera-os como uma orientação divina.
04. (ENEM) Mesmo tendo a trajetória do movimento interrompida 
com a prisão de seus dois líderes, o tropicalismo não deixou de 
cumprir seu papel de vanguarda na música popular brasileira. A 
partir da década de 70 do século passado, em lugar do produto 
musical de exportação de nível internacional prometido pelos 
baianos com a “retomada da linha evolutória”, instituiu-se nos 
meios de comunicação e na indústria do lazer uma nova era 
musical. 
TINHORÃO, J.R. Pequena história da música popular: da modinha ao tropicalismo. 
São Paulo: Art, 1986 (adaptado).
A nova era musical mencionada no texto evidencia um gênero que 
incorporou a cultura de massa e se adequou à realidade brasileira. 
Esse gênero está representado pela obra cujo trecho da letra é:
a) A estrela d’alva / No céu desponta / E a lua anda tonta/ Com 
tamanho esplendor. (As pastorinhas, Noel Rosa e João de 
Barro)
b) Hoje / Eu quero a rosa mais linda que houver / Quero a primeira 
estrela que vier / Para enfeitar a noite do meu bem. (A noite do 
meu bem, Dolores Duran)
c) No rancho fundo / Bem pra lá do fim do mundo / Onde a dor e 
a saudade / Contam coisas da cidade. (No rancho fundo, Ary 
Barroso e Lamartine Babo)
d) Baby Baby / Não adianta chamar / Quando alguém está perdido 
/ Procurando se encontrar. (Ovelha negra, Rita Lee) 
e) Pois há menos peixinhos a nadar no mar / Do que os beijinhos 
que eu darei / Na sua boca. (Chega de saudade, Tom Jobim e 
Vinicius de Moraes)
05. (ENEM) O hipertexto refere-se à escritura eletrônica não 
sequencial e não linear, que se bifurca e permite ao leitor o acesso 
a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir de 
escolhas locais e sucessivas, em tempo real. Assim, o leitor tem 
condições de definir interativamente o fluxo de sua leitura a partir 
de assuntos tratados no texto sem se prender a uma sequência fixa 
ou a tópicos estabelecidos por um autor. Trata-se de uma forma 
de estruturação textual que faz do leitor simultaneamente coautor 
do texto final. O hipertexto se caracteriza, pois, como um processo 
de escritura/leitura eletrônica multilinearizado, multisequencial e 
indeterminado, realizado em um novo espaço de escrita. Assim, 
ao permitir vários níveis de tratamento de um tema, o hipertexto 
oferece a possibilidade de múltiplos graus de profundidade 
simultaneamente, já que não tem sequência definida, mas liga 
textos não necessariamente correlacionados.
MARCUSCHI, L. A. Disponível em: http://www.pucsp.br. Acesso em: 29 jun. 2011.
O computador mudou nossa maneira de ler e escrever, e o 
hipertexto pode ser considerado como um novo espaço de escrita 
e leitura. Definido como um conjunto de blocos autônomos de 
texto, apresentado em meio eletrônico computadorizado e no qual 
há remissões associando entre si diversos elementos, o hipertexto
a) é uma estratégia que, ao possibilitar caminhos totalmente 
abertos, desfavorece o leitor, ao confundir os conceitos 
cristalizados tradicionalmente.
b) é uma forma artificial de produção da escrita, que, ao desviar 
o foco da leitura, pode ter como consequência o menosprezo 
pela escrita tradicional.
c) exige do leitor um maior grau de conhecimentos prévios, por 
isso deve ser evitado pelos estudantes nas suas pesquisas 
escolares.
d) facilita a pesquisa, pois proporciona uma informação 
específica, segura e verdadeira, em qualquer site de busca ou 
blog oferecidos na internet.
e) possibilita ao leitor escolher seu próprio percurso de leitura, 
sem seguir sequência predeterminada, constituindo-seem 
atividade mais coletiva e colaborativa.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR134
INTERPRETAÇÃO 13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
06. (MACKENZIE)
O leão e a raposa
Um leão envelhecido, não podendo mais procurar alimento por 
sua própria conta, julgou que devia arranjar um jeito de fazer isso. 
E, então, foi a uma caverna, deitou-se e se fingiu de doente. Dessa 
forma, quando recebia a visita de outros animais, ele os pegava 
e os comia. Depois que muitas feras já tinham morrido, uma 
raposa, ciente da armadilha, parou a certa distância da caverna e 
perguntou ao leão como ele estava. Como ele respondesse: “Mal!” 
e lhe perguntasse por que ela não entrava, disse a raposa: “Ora, eu 
entraria se não visse marcas de muitos entrando, mas de ninguém 
saindo”.
Esopo - escritor grego do século VI a.C. 
Assinale a melhor paráfrase do trecho abaixo, considerando a 
manutenção dos sentidos, a clareza, a concisão e o uso da norma 
culta.
Depois que muitas feras já tinham morrido, uma raposa, ciente da 
armadilha, parou a certa distância da caverna e perguntou ao leão 
como ele estava.
a) Consciente da armadilha, uma raposa depois que muitas feras 
morrerão parou de perto da caverna para ver como o leão 
estava e o perguntou sobre a saúde.
b) Uma raposa, após a morte de muitos outros animais, atenta às 
artimanhas do leão, aproximou-se um pouco do local em que a 
fera estava, indagando a respeito de seu estado.
c) Após a morte de feras, uma raposa medrosa, das artimanhas 
do leão, se deparou com uma caverna que ficava a uma certa 
distância do leão para ver como ele estava.
d) Uma raposa perguntou ao leão como ele estava, pois ela sabia 
que haviam armadilhas que ficava a uma certa distância da 
caverna aonde muitas feras já tinham morrido.
e) Uma raposa que viu a morte de muitas feras na armadilha que 
ficava à uma distância da caverna perguntou para o leão como 
ele estava e era ciente da armadilha.
07. (FGV)
Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
Oswald de Andrade, Poesias Reunidas. 
Considere as seguintes anotações referentes ao poema de Oswald 
de Andrade:
I. Mistura de registros linguísticos, níveis de linguagem e pessoas 
verbais incompatíveis entre si.
II. Paródia das narrativas que pretendem relatar a fundação do 
Brasil.
III. Glosa humorística do tema habitual das “três raças formadoras” 
do povo brasileiro.
Contribui para o caráter carnavalizante do poema o que se encontra em
a) II e III, somente.
b) II, somente.
c) I, II e III.
d) I e II, somente.
e) I, somente.
08. (UEMG) Releia este trecho de “O tempo é um rio que corre”, de 
Lya Luft:
“Feito crianças numa ciranda, estas páginas giram em torno 
do tempo – para maioria de nós um processo do qual fugimos, 
que fingimos ignorar, ou consideramos um mistério inabordável. 
[Para muitos, resume-se ao grande susto final: de repente, tinha-se 
passado uma vida inteira. (...)] 
O tempo transforma, a memória preserva, a morte ao fim 
absorve.” (p.11-12) 
Assinale a alternativa cuja citação melhor ratifica a percepção de 
tempo apresentada no excerto acima. 
a) “(...) Por que ser jovem de espírito seria melhor do que ter um 
espírito maduro, e por que o tempo de agora não pode ser 
nosso tempo? Não sei qual a vantagem de ter alma de trinta 
anos aos setenta. Por que não ter uma alma de setenta aos 
setenta, mantendo vivos os interesses, e multiplicados os 
afetos?” (LUFT, 2014, p.98) 
b) “Tranquilo, com tudo certo, sento-me numa cadeira e acendo 
um cigarro. E ali fico, pensando em muita coisa e ao mesmo 
tempo não pensando em nada, enquanto lá fora o céu ia, 
devagarzinho, clareando, naquela segunda-feira de abril de mil 
novecentos e sessenta e três.” (VILELA, 2013, p.110) 
c) “Sensações de impermanência ainda hoje: acordar na 
madrugada e saber que tudo está passando. A respiração de 
quem dorme ao meu lado vai cessar; as vozes familiares no 
corredor; o tumulto das emoções e o rumor da rua, tudo vai 
acabar.” (LUFT, 2014, p.31) 
d) “Lá estava meu avô, lá estava como se lá sempre estivera, 
naquele quartinho, entre aparelhos elétricos que não 
funcionam mais – rádios, ferros, liquidificadores – e com várias 
ferramentas: chave de fenda, alicate, martelo (...)” (VILELA, 
2013, p.78) 
09. (UEPB) Da charge abaixo, pode-se inferir que:
a) Há uma crítica formulada que satiriza o tema da violência na 
contemporaneidade num processo de paródia.
b) Trata-se de um fato verídico narrado pelo imaginário criativo 
do povo.
c) Remete a uma situação corriqueira na vida de muitas pessoas.
d) Faz referência às relações entre as pessoas e o modo de usar 
cartões.
e) Provoca um efeito de sentido que banaliza a temática da 
violência.
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13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
135
INTERPRETAÇÃO
10. (UNIFESP) (...) Um poeta dizia que o menino é o pai do homem. 
Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino.
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; 
e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos 
do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por 
exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me 
negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não 
contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, 
não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava 
é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. 
Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os 
dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à 
guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, 
fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, – 
algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer palavra, ou, 
quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: “Cala a 
boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de 
papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar 
beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas 
deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que 
eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai 
tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à 
vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-
me beijos.
Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida 
a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; 
mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se 
não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes 
puxei pelo rabicho das cabeleiras.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.) 
Indique a frase que, no contexto do fragmento, ratifica o sentido de 
o menino é o pai do homem, citação inicial do narrador.
a) (...) fui dos mais malignos do meu tempo (...)
b) (...) um dia quebrei a cabeça de uma escrava (...)
c) (...) deitei um punhado de cinza ao tacho (...)
d) (...) fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado (...)
e) (...) alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras. 
11. (UPE) A relação entre textos sempre existiu como retomada 
de um texto mais novo de outro que o antecede, contudo o termo 
intertextualidade foi usado pela primeira vez por Julia Kristeva, que, 
baseando-se nos estudos de Bakhtin sobre o discurso, concluiu: 
“todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é 
absorção e transformação de um outro texto”.
(Fonte: KRISTEVA, Julia. Introdução à Semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974. p.72.)
Sobre intertextualidade, analise os textos 1 e 2.
TEXTO I
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amoré o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
[...]
(Renato Russo, Monte Castelo)
TEXTO II
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Camões)
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Em Monte Castelo, Renato Russo dialoga com dois textos 
distintos: o poema de Camões Amor é fogo que arde sem se 
ver; e a Bíblia, no Capítulo 13 da 2ª Carta de Paulo aos Coríntios, 
quando fala do Amor como um bem supremo, além de o título 
aludir a uma batalha da Segunda Guerra Mundial, da qual 
participaram soldados brasileiros.
b) Partindo do conceito de intertextualidade, expresso por Julia 
Kristeva, pode-se afirmar que Renato Russo não devia ter 
lançado mão de partes da Bíblia Sagrada para montar a letra 
de uma música profana.
c) O diálogo entre textos conduz indiscutivelmente ao plágio; 
dessa maneira, a montagem, como paródia de três diferentes 
textos, realizada por Renato Russo, não o isenta da 
responsabilidade de ter usado indevidamente a produção de 
autores que o antecederam.
d) Monte Castelo não foi uma montagem de dois textos, pois 
não houve intencionalidade do poeta em realizar tal façanha. A 
semelhança entre os textos é mera coincidência.
e) O trabalho artístico do compositor brasileiro não pode ser con-
siderado arte, porque não apresenta originalidade e ineditismo; 
trata-se de uma mera paráfrase de textos anteriores a ele. 
Inadmissível de acordo com as concepções dos dois autores: 
Bakhtin e Kristeva.
12. (UCPEL)
O Último Poema
Manuel Bandeira
Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos 
intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais 
límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Disponível em:<http://www.releituras.com/mbandeira_ultimo.asp>. Acesso em: 07 nov. 2016.
Em “O Último Poema”, no texto 1, Manuel Bandeira concretiza, o 
que é denominado 
a) intertextualidade.
b) ironia.
c) metalinguagem.
d) melancolia.
e) alusão.
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INTERPRETAÇÃO 13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
13. (IFSUL) Leia os textos e responda à questão a seguir. 
TEXTO I
Embarque Imediato
​Não​basta​passar​pelos​dias.​Viva​a​partir​de​agora,​com emoção​
Por Márcia de Luca 
 Neste mundo de turbulências em que estamos vivendo, muitas 
vezes nos sentimos deprimidos. Em certos momentos, parece que 
tudo está perdido, não é mesmo? Achamos que tudo está diferente, 
que as pessoas estão __________. 
Mas aqui e agora, tome uma atitude firme em sua vida. Mude 
seu jeito negativo de ser, evitando que sua vida seja insignificante. 
Perdoe erros que você considerava imperdoáveis, troque 
as pessoas insubstituíveis por gente mais leve e solta. O apego aos 
outros está obsoleto. Nada nem ninguém é  insubstituível. Aceite 
a decepção que outros lhe causaram para que você também seja 
aceito. Sim, porque todos, inclusive nós, já decepcionamos alguém. 
Antes de reagir por impulso, pare, respire fundo. E, só então, aja, 
com equilíbrio. Ame profundamente, __________  risadas gostosas, 
abrace, proteja pessoas queridas, faça amigos. Pule de felicidade e 
não tenha medo de quebrar a cara – se isso acontecer, encare com 
leveza. Se perder alguém nesta vida, sofra comedidamente – e vá 
em frente, pois tudo passa. 
Mas, sobretudo, não seja alguém que simplesmente passa pela 
vida. Viva intensamente. Abrace o mundo com a devida paixão que 
ele merece. Se perder, faça-o com classe, se  vencer, que delícia! 
O mundo pertence a quem se atreve a  ser feliz. Aproveite cada 
instante dessa grande aventura. 
Agora mesmo, neste __________, sente-se confortavelmente na 
poltrona, com a coluna ereta e de olhos fechados. Faça vários ciclos 
de respiração profunda e  sinta o ar entrando e saindo. Quando 
sentir seu corpo relaxado e sua mente mais calma, pense em sua 
nova vida, mais leve. Desta maneira você viverá mais facilmente. 
 Fonte: Revista Gol – Linhas áreas inteligentes
TEXTO II
Puros
(Cidadão Quem) 
Talvez não passe pela sua cabeça
Tudo que um dia passou
Coisas que achamos fortes, indispensáveis
O tempo veio e levou
Do que chamamos nossas prioridades
Escolho o que posso levar
Às vezes tento enxergar mais distante
Luto pra não me cegar
Somos tão cegos
Não vejo você
Somos tão surdos
Nós não escutamos você
Somos tão burros
Não penso em você
Nós somos puros
Demais pra entender
Talvez nem tudo
Seja assim importante
E na loucura eu vou
Fico surpreso ao ver
Que tudo é mutante
Este lugar onde estou
Do que chamamos nossas prioridades
Escolho o que posso levar
Às vezes tento enxergar mais distante
Luto pra não me cegar
Acerca dos dois textos, é correto afirmar que eles
a) estabelecem entre si uma intertextualidade, ao abordarem 
aspectos relativos a transformações que a vida impõe.
b) refletem sobre aspectos relevantes da sociedade contemporâ-
nea, que carece de valores transcendentais.
c) propõem às pessoas, explícita ou implicitamente, modificações 
no modo de conduzir a vida dos outros.
d) mostram caminhos, individuais ou coletivos, para que as 
pessoas vivam mais intensamente.
e) não há relação intertextual entre os textos apresentados.
14. (UEG)
Entrevista de Pedro Burgos. Superinteressante, ed. 336. ago. 2014. p. 22. 
Há entre o enunciado “não atacar é o melhor ataque” e o ditado 
futebolístico “a melhor defesa é o ataque” uma relação denominada de
a) intertextualidade
b) contextualidade
c) prolixidade
d) informatividade
e) comparação
15. (UECE) Para responder a questão a seguir, leia os textos I, II e III.
TEXTO I TEXTO II
TEXTO III
Cair das nuvens (expressão popular)
5. Espantar-se, surpreender-se (com algo que é muito diferente 
do que se pensava ou se desejava); perceber o próprio equívoco ou 
engano.
2. Restr. Decepcionar-se intensamente; desiludir-se.
3. Chegar de modo imprevisto; aparecer repentinamente; cair 
do céu.
Dicionário Caldas Aulete. http://aulete.uol.com.br/nuvem#ixzz2ggk52qoh 
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13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
137
INTERPRETAÇÃO
Assinale a afirmação que expressa uma ideia INCORRETA sobre os 
textos I, II e III.
a) O dito popular “Cair das nuvens” é fonte dos textos I e II.
b) Os textos I, II e III dialogam entre si.
c) Nos textos I e II, ouve-se a voz do texto III, do mesmo modo 
que, no texto III, ouvem-se as vozes dos textos I e II.
d) Há, entre os textos I e III, e a expressão popular “Cair  das 
nuvens” no texto III, um plágio.
e) Há relação intertextual entre os três textos.
16. (PUCSP) Leia o poema para responder à questão.
A Ingaia Ciência
A madureza, essa terrível prenda
que alguém nos dá, raptando-nos, com ela,
todo sabor gratuito de oferenda
sob a glacialidade de uma estela,
a madureza vê, posto que a venda
interrompa a surpresa da janela,
o círculo vazio, onde se estenda,
e que o mundo converte numa cela.
A madureza sabe o preço exato
dos amores, dos ócios, dos quebrantos,
e nada pode contra sua ciência
e nem contra si mesma. O agudo olfato,
o agudo olhar, a mão, livre de encantos,
se destroem no sonho da existência. 
Do poema A Ingaia Ciência, é possível afirmar que 
a) não permite nenhum tipo de intertextualidade, já que sendo 
totalmente original, refere-se à maturidade como causa da 
infelicidade humana.
b) é destituído de força poética, visto que formalmente rígido, não 
apresenta nenhum recurso estilístico.
c) insere-se em uma obracujo título denuncia a aproximação de 
opostos, caracterizados como oximoros.
d) é dominantemente constituído por uma linguagem de função 
referencial, mais preocupada com a informação do que com a 
expressividade lírica.
17. (CPS) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
A charge dialoga com uma parte do enigma da Esfinge de Tebas, 
criatura mitológica grega: “Decifra-me, ou devoro-te”.
Assinale a alternativa que contenha o nome que pode ser dado ao 
diálogo entre a charge e o enigma.
a) Ambiguidade
b) Coesão
c) Desfecho
d) Intertextualidade
e) Transitividade
18. (IFPE) Leia o texto para responder à questão a seguir.
O​fim​do​livro​de​papel
Só 122 livros. Era o que a Universidade de Cambridge tinha em 
1427. Eram manuscritos lindos, que valiam cada um o preço de 
uma casa. Isso foi 3 décadas antes de a Bíblia de Gutenberg chegar 
às ruas. Depois dela, os livros deixaram de ser obras artesanais 
exclusivas de milionários e viraram o que viraram. Graças a 
uma novidade: a prensa de tipos móveis, que era capaz de fazer 
milhares de cópias no tempo que um monge levava para terminar 
um manuscrito. 
Foi uma revolução sem igual na história e blá, blá, blá. Só que 
uma revolução que já acabou. Há 10 anos, pelo menos. Quando a 
internet começou a crescer para valer, ficou claro que ela passaria 
uma borracha na história do papel impresso e começaria outra. 
Mas aconteceu justamente o que ninguém esperava: nada. 
A internet nunca arranhou o prestígio nem as vendas dos livros. 
Muito pelo contrário. O 2° negócio online que mais deu certo 
(depois do Google) é uma livraria, a Amazon. Se um extraterrestre 
pousasse na Terra hoje, acharia que nada disso faz sentido. Por 
que o livro não morreu? Como uma plataforma que, se comparada 
à internet, é tão arcaica quanto folhas de pergaminho ou tábuas de 
argila continua firme? 
Você sabe por quê. Ler um livro inteiro no computador é 
insuportável. A melhor tecnologia para uma leitura profunda e 
demorada continua sendo tinta preta em papel branco. Tudo 
embalado num pacote portátil e fácil de manusear. Igual à Bíblia de 
Gutenberg. Isso sem falar em outro ingrediente: quem gosta de ler 
sente um afeto físico pelos livros. Curte tocar neles, sentir o fluxo das 
páginas, exibir a estante cheia. Uma relação de fetiche. Amor até. 
Mas esse amor só dura porque ainda não apareceu nada 
melhor que um livro para a atividade de ler um livro. Se aparecer… 
Se aparecer, não: quando aparecer. Depois do CD, que já morreu, 
e do DVD, que está respirando com a ajuda de aparelhos, o livro 
impresso é o próximo da lista.
VERSIGNASSI, Alexandre. O fim do livro de papel. Disponível em: <https://super.abril.
com.br/tecnologia/o-fim-do-livro-de-papel/>. Acesso em: 06 out. 2017.
Quanto aos recursos expressivos empregados no texto, destaca-se 
I. a metalinguagem – que consiste em usar a língua para se 
referir à própria língua – como em “Foi uma revolução sem 
igual na história e blá, blá, blá” (2º parágrafo).
II. a coloquialidade – linguagem informal e utilizada no cotidiano 
– como em “Foi uma revolução sem igual na história e blá, blá, 
blá” (2º parágrafo) e em “Curte tocar neles, sentir o fluxo das 
páginas” (4º parágrafo).
III. a intertextualidade – já que há retomada e reelaboração de 
outros textos – como em “Isso foi 3 décadas antes de a Bíblia 
de Gutenberg chegar às ruas” (1º parágrafo).
IV. a ironia – estratégia textual em que se diz o contrário daquilo 
que se quer dar a entender – como em “Uma relação de fetiche. 
Amor até” (4º parágrafo).
V. a prosopopeia – que é a personificação de seres ou coisas 
inanimadas, atribuindo-lhes ações ou características humanas 
– como em “Depois do cd, que já morreu, e do dvd, que está 
respirando com a ajuda de aparelhos” (5º parágrafo).
São verdadeiras, apenas, as proposições
a) III e V.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II e V.
e) I e IV.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR138
INTERPRETAÇÃO 13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
19. (UERJ)
No meio do caminho
O homem ia andando e encontrou uma pedra no meio do 
caminho. Milhões de homens encontram uma pedra no caminho 
e dela se esquecem. Um poeta, que talvez nunca tenha encontrado 
pedra nenhuma, que fatalmente esqueceu muitas coisas, esqueceu 
caminhos que andou e pedras que não encontrou, fez um poema 
dizendo que nunca esqueceria a pedra encontrada no meio do 
caminho.
1Se a rosa é uma rosa, a pedra deveria ser uma pedra, mas nem 
sempre é. No meu primeiro dia de escola, da qual seria expulso por 
não saber falar o mínimo que se espera de uma criança, minha tia e 
madrinha, que nós chamávamos de Doneta, mas tinha outro nome 
do qual me esqueci, levou-me pela mão em silêncio, e em silêncio 
ia eu, sem saber o que representava o primeiro dia de escola.
Quando percebi o que seria aquilo – misturar-me a meninos 
estranhos e ferozes, ficar longe de casa e da mão da minha tia e 
madrinha – entrei a espernear, aos berros – aos quais mais tarde 
renunciaria por inúteis.
Foi então que a tia e madrinha definiu a situação, dizendo com 
sabedoria: “São os abrolhos, meu filho”.
Sim, os abrolhos começaram e até hoje não acabaram. Não 
sei bem o que é um abrolho, mas deve ser uma pedra no caminho 
da gente. A diferença mais substancial é que bastou uma pedra no 
meio do caminho para que um poeta dela não se esquecesse.
Não sendo poeta, não me lembro de ter topado com pedra 
nenhuma no meio do caminho. Mas, em matéria de abrolhos, sou 
douto. Mesmo não sabendo em que consiste um abrolho.
Como disse acima, tiraram-me daquele abrolho inicial porque 
não sabia falar. Aprendi a escrever mal e porcamente, e os abrolhos 
vieram em legião. Faço força para esquecê-los, mas volta e meia 
penso que seria melhor encontrar uma pedra no meio do caminho.
CARLOS HEITOR CONY. Folha de São Paulo, 05/05/2002.
A crônica “No meio do caminho” faz referência a um poema de 
mesmo título, de Carlos Drummond de Andrade, cuja primeira 
estrofe se lê a seguir:
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
O tipo de relação intertextual que se estabelece entre a crônica e o 
poema pode ser definido como: 
a) plágio
b) alusão
c) citação
d) paráfrase
20. (COTIL)
Pivete – Chico Buarque
No sinal fechado
Ele vende chiclete
Capricha na flanela
E se chama Pelé
1Pinta na janela
2Batalha algum trocado
Aponta um canivete
E até
Dobra a Carioca, olerê
Desce a Frei Caneca, olará
Se manda pra Tijuca
Sobe o Borel
Meio se maloca
Agita numa boca
Descola uma mutuca
E um papel
Sonha aquela mina, olerê
Prancha, parafina, olará
Dorme gente fina
Acorda pinel
Zanza na sarjeta
Fatura uma besteira
E tem as pernas tortas
E se chama Mané
Arromba uma porta
Faz ligação direta
Engata uma primeira
E até
Dobra a Carioca, olerê
Desce a Frei Caneca, olará
Se manda pra Tijuca
Na contramão
Dança 3pára-lama
Já era 4pára-choque
Agora ele se chama
Emersão
Sobe no passeio, olerê
Pega no Recreio, olará
Não se liga em freio
Nem direção
No sinal fechado
Ele transa chiclete
E se chama pivete
E pinta na janela
Capricha na flanela
Descola uma bereta
Batalha na sarjeta
E tem as pernas tortas.
De quem são os meninos de rua?
Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou 
qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, 
certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber 
a hora.
Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era 
um Menino De Rua. É assim que a gente divide. Menino De Família 
é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, 
que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um 
Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa 
perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, 
trombadinha, ladrão. (...) 5Na verdade não existem meninos De rua. 
Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua 
é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos 
lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos 
também são postos onde quer que estejam. Resta verquem os põe 
na rua. E por quê.
(COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.)
Considere as afirmações:
I. No texto 1, Chico Buarque caracteriza o menor de rua de 
forma desprovida de preconceito, enquanto o texto 2 aborda o 
preconceito propriamente dito.
II. O texto 2 é uma crônica e traz uma intertextualidade com a 
música de Chico Buarque ao tomar o mesmo tema.
III. A autora do texto 2 faz uma crítica mordaz à sociedade 
brasileira, ao responsabilizá-la por abandonar os meninos na 
rua. Já o texto 1 aborda a própria responsabilidade do menor, 
que age de acordo com seu livre arbítrio.
IV. A frase “Batalha algum trocado” (referência 2) é retomada na 
crônica como o ponto de partida para o cronista fazer suas 
reflexões sobre o grave problema urbano que são os meninos 
de rua.
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13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
139
INTERPRETAÇÃO
Estão corretas:
a) I, II e III
b) II, III e IV
c) I, II e IV
d) I, II, III e IV
APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. (UFRJ)
Happy end
(Cacaso)
O meu amor e eu
nascemos um para o outro
agora só falta quem nos apresente.
O texto “Happy end” - cujo título (“final feliz”) faz uso de um lugar-
comum dos filmes de amor - constrói-se na relação entre desejo e 
realidade, e pode ser considerado uma paródia de certo imaginário 
romântico.
Justifique a afirmativa, levando em conta elementos textuais.
02. (UNESP) A questão seguinte toma por base uma ilustração 
do cartunista brasileiro Jaguar (Sérgio de Magalhães Gomes 
Jaguaribe, 1932) ao livro “A completa Lei de Murphy”.
Um atalho é a distância mais longa entre dois pontos.
Arthur Bloch, A completa Lei de Murphy. Traduzido e transubstanciado 
por Millôr Fernandes.
Tomando por base que a ilustração de Jaguar se refere à chamada 
“Lei de Murphy”, cujo enunciado fundamental é “Se alguma coisa 
pode dar errado, dará”,
a) estabeleça uma relação entre a “Lei de Murphy”, a legenda da 
ilustração e o princípio matemático que essa legenda parodia;
b) demonstre em que medida os elementos visuais da ilustração 
reafirmam o conteúdo da legenda. 
03. (UNICAMP) A propaganda a seguir explora a expressão 
idiomática ‘não leve gato por lebre’ para construir a imagem de seu 
produto:
NÃO LEVE GATO POR LEBRE
SÓ BOM BRIL É BOM BRIL
a) Explique a expressão idiomática por meio de duas paráfrases.
b) Mostre como a dupla ocorrência de BOM BRIL no slogan ‘SÓ 
BOM BRIL É BOM BRIL’, aliada à expressão idiomática, constrói 
a imagem do produto anunciado. 
04. (UNICAMP) Na capa do caderno “Aliás” do jornal “O Estado de 
S. Paulo” de 10 de julho de 2005, encontramos o seguinte conjunto 
de afirmações que também fazem referência à crise política do 
Governo Lula:
Getúlio tanto sabia que preparou a carta-testamento. Juscelino 
sabia que seria absolvido pela História. Jânio sabia que sua 
renúncia embutia um projeto autoritário. Jango sabia o tamanho 
da conspiração ao seu redor. Médici ia ao futebol, mas sabia de 
tudo. Geisel sabia que Golbery entendera o projeto de abertura. (...) 
a) Em todas as afirmações, há um padrão que se repete. Qual 
é esse padrão e como ele estabelece a relação com a crise 
política do atual governo?
b) Apresente, por meio de paráfrases, duas interpretações para 
a palavra ‘tanto’ na frase” Getúlio tanto sabia que preparou a 
carta-testamento”.
05. (UFJF) Considere o conceito de alusão abaixo, retirado do 
E-Dicionário de Termos Literários Carlos Ceia, para responder à 
questão.
Alusão - Referência explícita ou implícita a uma obra de arte, um 
facto histórico ou um autor, para servir de termo de comparação, e 
que apela à capacidade de associação de ideias do leitor. O recurso 
à alusão literária testemunha a relação de um autor com a tradição 
que representa ou com a qual se identifica. (...) Só pelo processo de 
reconhecimento e/ou reidentificação desta relação por parte do leitor 
é que a alusão se pode tornar efetiva.
(www.edtl.com.pt)
Explique a alusão a Ariel e Caliban, com base no fragmento abaixo, 
do prefácio à segunda parte da Lira dos vinte anos, de Álvares de 
Azevedo.
Cuidado, leitor, ao voltar esta página!
Aqui dissipa-se o mundo visionário e platônico. Vamos entrar 
num mundo novo, terra fantástica, verdadeira ilha Baratária de 
D. Quixote, onde Sancho é rei e vivem Panúrgio, sir John Falstaff, 
Bardolph, Fígaro e o Sganarello de D. João Tenório: — a pátria dos 
sonhos de Cervantes e Shakespeare.
Quase que depois de Ariel esbarramos em Caliban.
A razão é simples. É que a unidade deste livro funda-se numa 
binomia: — duas almas que moram nas cavernas de um cérebro 
pouco mais ou menos de poeta escreveram este livro, verdadeira 
medalha de duas faces.
(AZEVEDO, Álvares. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996) 
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. A
02. C
03. C
04. D
05. E
06. B
07. C
08. C
09. A
10. E
11. A
12. C
13. A
14. A
15. D
16. C
17. D
18. D
19. B
20. C
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. Observamos no texto uma ironia destrutiva, característica do discurso paródico.
Exemplo: O título do poema de Cacaso e seus dois primeiros versos remetem a um amor 
idealizado. Mas, o desejo de realização desse amor é quebrado pelo terceiro verso, que 
traz a ideia de realidade. 
02. a) O princípio é o de que a reta é a menor distância entre dois pontos. Um atalho deveria 
ser um caminho mais curto - e o atalho em questão é uma escada, correspondendo, 
portanto, a uma linha reta. Tal caminho, porém, é inviável para um automóvel. Daí que 
se possa invocar a “lei de Murphy”, pois, embora haja atalho, ele é inútil: o que podia dar 
errado, deu.
b) Os elementos visuais da ilustração indicam que o caminho desejado se situa próximo, 
mas separado por um muro do caminho em que se encontra o automobilista, sendo uma 
escada o atalho, ou seja, o meio mais curto de chegar ao caminho pretendido. Porém, 
como a escada é inviável para o automóvel, o atalho em questão torna-se inútil. Daí, 
contudo, não decorre a conclusão contida na legenda, segundo a qual “um atalho é a 
distância mais longa entre dois pontos
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR140
INTERPRETAÇÃO 13 INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
03. a) Algumas paráfrases (interpretações livres e adaptadas mas que não alteram o 
conceito original) são possíveis, como: “ Não leve o falso, pensando que é o verdadeiro”, 
“ Não troque um produto confiável, por outro que não o é”, “Não compre um produto só 
pela aparência”.
b) A primeira ocorrência aponta o produto pelo seu nome próprio, e, através de uma 
metonímia (marca pelo produto) substitui o substantivo comum “palha-de-aço”. Na 
segunda ocorrência destaca-se o produto ao caracterizá-lo como único, ou o melhor 
entre todos. Associando a expressão idiomática “gato por lebre” ao anúncio específico 
do produto, deduz-se que “lebre” é BOM BRIL e todos os outros produtos similares são 
“gato”.
04. a) O padrão repetido é o de predicar o verbo “saber” para os sujeitos que são os 
diversos presidentes da República alinhados no enunciado. O objeto de “saber”, em todos 
os casos, é a situação que envolvia o presidente mencionado. A ilação é que, também no 
caso de Lula, o presidente sabe.
b) 1) Getúlio sabia tão bem do que se passava, que, em consequência, preparou a carta-
testamento.
 2) É tão verdadeiro o fato de que Getúlio sabia, que...
05. A alusão a Ariel e Caliban ilustra a oposição presente nas três partes da obra “Lira dos 
Vinte Anos”. Ariel, o espírito servil e assexuado que se pode metamorfosear em ar, água 
ou fogo e Caliban, escravo selvagem e disforme, são personagens de “A Tempestade” de 
Shakespeare. No prefácio à segunda parte, o autor adverte sobre a mudança de estilo que 
pode surpreender o leitor. Na primeira e terceira, associadas a Ariel, predomina a poesia 
mais sentimental, o devaneio do primeiro Byron e de Musset. Pontificam o medo de amar, 
o desejo vago por virgens intangíveis, o sentimento de culpa frente aos desejos carnais e 
o fascínio pela morte, enquanto que na segunda, associada aCaliban, o poeta expressa 
com ironia e sarcasmo o amor carnal, a lascívia, a obscuridade. Sem abandonar os temas 
do amor e da morte, representados sempre sob o manto da noite sombria, dialoga com 
os objetos que o rodeiam e, ironicamente, em processo claramente metalinguístico, com 
os grandes autores do Romantismo. A terceira parte do livro apresenta uma continuidade 
da poesia sonhadora e sentimental da primeira, por isso a crítica costuma levar em 
consideração para análise apenas duas partes.
ANOTAÇÕES

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