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APENDICITE AGUDA

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CIRURGIA Carolina Ferreira 
 
-É a principal causa de abdome agudo e é a afecção cirúrgica + comumente atendida na Emergência, sendo a 
principal causa de abdome agudo em crianças, adolescentes e adultos jovens. Estima-se 
que 7% das pessoas desenvolverão apendicite aguda. 
-Fisiopatologia: obstrução do lúmen do apêndice → secreção persistente e  da pressão 
luminal → estase + proliferação 
bacteriana → edema + obstrução linfática 
+ ulceração da mucosa → obstrução venosa/arterial + perfuração 
-A proliferação bacteriana, se instala em toda a parede 
apendicular, podendo ocorrer gangrena e perfuração em até 24 
horas; no entanto, esse tempo é muito variável 
-Principais bactérias identificadas: E. coli e B. fragilis 
-A classificação + utilizada divide a apendicite aguda em fases: 
• Edematosa: secreção persistente e  da pressão luminal 
• Fibrinosa: estase + proliferação bacteriana 
• Necrótica: edema + obstrução linfática + ulceração da mucosa 
• Gangrenosa/Perfurativa: obstrução venosa/arterial + perfuração 
-Diagnóstico: é eminentemente clínico 
 O diagnóstico exclusivamente clínico ñ é indicado em casos c/ > chance de erro, como gestantes, idosos, 
imunossuprimidos e crianças pequenas e sempre que o pct tenha risco intermediário ou < de apendicite. 
-Quadro clínico clássico: é de dor abdominal inicialmente periumbilical que migra p/ a FID, acompanhada de 
anorexia, náuseas e vômitos, c/ estado subfebril ou ausência de febre no início do quadro. A dor torna-se cada vez + 
localizada, surgindo irritação peritoneal local. 
-Exame físico: a ausculta abdominal pode revelar ausência ou  acentuada dos ruídos intestinais. A percussão 
dolorosa também é manobra propedêutica importante. A palpação revela dor no ponto de McBurney, 
anatomicamente localizado no terço lateral de uma linha imaginária que vai da espinha ilíaca anterossuperior até o 
umbigo. O sinal de Blumberg consiste na descompressão brusca dolorosa após a palpação da FID 
-Outros sinais propedêuticos que podem estar presentes: 
• Rovsing: dor na FID quando se palpa a FIE ocasionado retorno gasoso c/ distensão do ceco 
• Lennander: dissociação entre a temperatura retal e axilar acima de 1C 
• Summer: hiperestesia na FID 
• Lapinski: dor à compressão da FID enquanto se solicita ao pct p/ elevar MID 
• Punho-percurssão: dor na FID a punho-percussão do calcâneo 
• Dunphy: dor desencadeada pela percussão abdominal ou referida quando solicita que o pct tussa 
• Obturador: dor durante a rotação interna passiva da coxa direita flexionada 
• Psoas: dor na flexão ativa da coxa direta contra uma resistência ou dor na extensão passiva direita desta, c/o pct DLE 
• Tem horn: dor causada pela tração suave do testículo direito 
• Aaron: dor ou desconforto no epigástrio ou região precordial ao se comprimir o ponto de McBurney 
-Apresentações clínicas atípicas são comuns em pacientes que 
apresentam variações anatômicas do apêndice, 
imunocomprometidos (HIV, DM, lúpus, esclerodermia) ou por uso de 
imunossupressores (corticoides ou quimioterapia p/ CA). Gestantes 
também podem apresentar dores 
atípicas no abdome, c/ dificuldade 
diagnóstica em virtude da posição 
cecal alterada pelo do útero 
gravídico. 
-A escala + conhecida é a escala de Alvarado, usada como triagem p/ identificar pcts 
c/ alto risco de apendicite aguda. Pontuação < que 2 significa baixo risco, entre 3 e 6 
pontos, risco intermediário e > que 7 pontos indica alto risco. 
-Exames laboratoriais são inespecíficos e, na maioria das vezes, solicitados p/ afastar dx #. O leucograma da 
apendicite aguda ñ costuma cursar c/ desvio à esquerda nos primeiros 3 dias de evolução da doença, inclusive 
podendo até ñ causar leucocitose. Porém, um dado que chama atenção, mesmo c/ leucócitos totais normais, é a 
neutrofilia. 
CIRURGIA Carolina Ferreira 
-Exames de imagem: a Rx de abdome fornece sinais indiretos, como borramento da linha do psoas, posição 
antálgica c/ escoliose côncava p/ o apêndice e alça de íleo parética próxima à FID. O achado de cálculo no QID do 
abdome pode sugerir fecálito. A presença de pneumoperitônio na apendicite aguda é rara. 
-A US abdominal tem sensibilidade de 75 a 90%, especificidade de 86 a 100% e acurácia geral de 90 a 98%. O achado 
de apêndice ñ compressível costuma ser relatado como o dado + específico, porém isso só pode ser considerado em 
pacientes magros. Também é possível localizar bloqueio pélvico ou coleção líquida na FID. 
-A TC pode identificar o apêndice distendido ou coleções e bloqueios locais. Também podem ser encontrados 
espessamento parietal do ceco, fecálito, ar extraluminal, ar intramural dissecando as paredes e flegmão do ceco. 
Acaba sendo a escolha em idosos, obesos e é o exame c/ > acurácia global p/ o dx de apendicite aguda. 
-A videolaparoscopia pode ser usada como recurso diagnóstico e terapêutico, nos casos de > probabilidade e na 
ausência de outros métodos diagnósticos menos invasivos. 
-A RM fica reservada para casos duvidosos em gestantes depois de uma US. 
-Tratamento: é cirúrgico, por meio da apendicectomia. Ela deve ser realizada precocemente, no mesmo dia do 
diagnóstico, p/ a maioria dos casos. A incisão clássica utilizada é a 
descrita por McBurney . O chamado ponto de McBurney está situado 
no quadrante inferior direito, no limite do terço médio c/ o terço 
inferior de uma linha imaginária entre o umbigo e a espinha ilíaca 
anterossuperior. A incisão deve passar por esse ponto e estar oblíqua à 
linha. Outras incisões possíveis são as de Rockey-Davis (transversa, 
sobre o ponto de McBurney), de Battle (paramediana, pararretal 
externa, infraumbilical à direita) e a mediana. Esta deve ser indicada 
nos casos de diagnóstico tardio, presença de plastrão palpável e 
suspeita de complicações, como fístulas para outros órgãos. 
-O ceco deve ser identificado primeiramente; caso isso ñ seja possível, deve-se considerar má rotação dos intestinos. 
Identificado o apêndice cecal, realizam-se a ligadura dos vasos do mesoapêndice e a ligadura e a secção do apêndice 
na base. O coto cecal pode ser invaginado pela técnica de Ochsner (“bolsa de tabaqueiro”) ou pela Parker-Kerr 
-A videoparaloscopia é a via de acesso preferencial tanto p/ os casos iniciais, quanto p/ os complicados. A 
videolaparoscopia realizada na gestante costuma ser bem tolerada pela mãe e pelo feto. 
-O tto clínico c/ antibióticos p/ a apendicite aguda pode ser uma opção em casos iniciais sem complicações, na 
ausência de fecálito e em indivíduos jovens imunocompetentes. Não deve ser usado em grávidas 
-Apendicite hiperplásica: é um tipo peculiar de apendicite que ocorre em 7% dos casos, em que o apêndice se torna 
intensamente bloqueado pelo epíploon, c/ alças do delgado próximas e o peritônio parietal formando uma massa 
tumoral. O tempo de evolução é + longo (5 a 10 dias), o ritmo intestinal está mantido e os sinais de irritação 
peritoneal são bem localizados e pouco intensos. A presença de massa palpável na FID desperta a atenção p/ seu 
diagnóstico. Seu tto inicial consiste basicamente em antibioticoterapia e observação clínica.O tto cirúrgico de 
qualquer apendicite é o + indicado. Porém, em uma situação muito específica, quando não há peritonite nem 
obstrução e há um abscesso localizado e bloqueado, pode-se realizar drenagem percutânea do abscesso associada 
ao antibiótico venoso e operar o paciente normalmente após 6 semanas, chamada de apendicectomia de intervalo.

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