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Direito Processual Civil III - Processo de Execução

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Processo de Execução – LIVRO II - Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015) 
I. Teoria Geral da Ação Executiva (relação de direito material existente dentro do processo de execução);
II. Teoria Geral do Processo de Execução (os atos processuais da execução);
III. Execuções em Espécie (execução para pagamento de quantia certa; de fazer ou não fazer; entregar coisa; alimentos; cumprimento da sentença, etc).
 Na execução busca-se o patrimônio do devedor. Há, porém, um limite nessa busca patrimonial. 
LIVRO I – PROCESSO DE CONHECIMENTO
 Título I – procedimento comum 
 Título II – cumprimento de sentença – também chamado de execução sincrética (serve para fazer cumprir a sentença de eficácia condenatória do procedimento comum e do especial)
 Título III – procedimentos especiais
LIVRO II – PROCESSO DE EXECUÇÃO – serve para os títulos extrajudiciais (que não são sentença judicial). Ex: cheque, nota promissória, contrato judicial, etc. Há casos em que a execução do título judicial (sentença), mesmo fazendo parte do cumprimento de sentença, estarão dispostas no Livro II também (Art.784). Ex: penhora, patrimônio, leilão, arrematação. 
LIVRO III – PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
LIVRO COMPLEMENTAR – DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Processo de Conhecimento
Petição inicial (abre a fase postulatória) contestação ou reconvenção (fecha a fase postulatória) instrução (fase de saneamento) sentença (fase decisória – a eficácia da sentença será a mesma eficácia escolhida pelo autor na petição inicial. Ex: petição de eficácia declaratória -> sentença de eficácia declaratória. O efeito jurídico da sentença é o resultado da sentença que, ao ser prolatada, atendeu à eficácia que a provocou, dizendo se é procedente ou improcedente o pedido se a petição e a sentença são de eficácia declaratória, o autor já recebeu o bem da vida, então não há o que se executar se a ação e a sentença são constitutivas, o autor já recebeu o bem da vida, então também não há o que executar se a ação e a sentença são de eficácia condenatória, a sentença produz como efeito duas declarações: 1. Existência de um inadimplemento e 2. Declaração da imposição de uma sanção jurídica, que é restaurar uma obrigação que foi inadimplida. No entanto, se o condenado não cumprir a sanção, o bem da vida não terá sido entregue. Logo, surgem duas outras eficácias: mandamental (o juiz dará a ordem para pagamento) e executiva (a pessoa buscará na esfera patrimonial do executado, para fazer cumprir a obrigação) o juiz do processo de conhecimento mantém a integralidade da sua imparcialidade, assim como na execução de títulos extrajudiciais. Nestes, no entanto, o juiz será um “juiz-Estado”.
Título Executivos Extrajudiciais
Não há necessidade de processo de conhecimento o próprio título extrajudicial (Art.784) já é o suficiente para executar (é como se houvesse todas as eficácias de uma sentença). por exemplo: um cheque tem eficácia declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental e executiva) faz-se uma petição inicial anexando o cheque o devedor pode se defender através de embargos de execução o juiz do processo de execução é chamado “juiz-Estado”, pois há a representatividade, na pessoa do juiz, dos valores sociais do Estado, impondo que as obrigações sejam cumpridas.
Elementos e Pressupostos do Título Executivo (Judicial e Extrajudicial)
 Obrigação certa = natureza da obrigação (dar, fazer, não fazer, entregar...) + objeto (resistência por parte do devedor em adimplir) + partes (Art.778);
 Obrigação líquida (quantum debeatur);
 Obrigação exigível (se o prazo de pagamento passou – ou seja, o devedor deve estar em estado de inadimplemento. Porém o título executivo não pode estar prescrito!);
 Obrigação consubstanciada em título executivo.
O nosso sistema de execuções adota o sistema bifronte, pois entende que numa execução o que se busca é a realização da obrigação, independentemente do documento que representa a certeza, a liquidez e a exigibilidade. O nosso sistema entende que esses requisitos somente servem para identificar a obrigação representada por aquele documento, pois o que interessa na ação executiva é cumprir a obrigação. 
Legitimidade – Partes na Execução – Arts. 778 e 779
Não há diferença entre execução de título judicial e extrajudicial em relação à legitimidade. 
“Parte” é um elemento da ação, que determina a existência de uma ação judicial para um determinado sujeito e a “Legitimidade” é uma condição da ação, indicando um requisito de validade – Art. 400, inc. VI – extinção sem resolução de mérito.
 Legitimidade Ordinária Originária (diz com os sujeitos que têm a titularidade DIRETA do título executivo – credor e devedor) - Art. 778 caput e IV e Art. 779 caput e I, IV, V, VI.
 Legitimidade Ordinária Superveniente (diz com os sujeitos que têm a titularidade INDIRETA do título executivo – credor e devedor – se dá em razão de um fato superveniente, que, ao ocorrer, automaticamente vincula essas pessoas como titulares da dívida ou do crédito) – Art. 778, §1º, inc. II, III, IV E §2º e Art. 779, II, III, V.
 Legitimidade para Agir Extraordinária: (o exequente e o executado não são titulares do título, mas podem figurar no polo ativo e passivo). Subdivide-se em:
1. Legitimidade Extraordinária Autônoma: legitimado com poder de outorga (por meio de procuração); legitimados no processo coletivo (Art. 103 da CF – ex: associações, sindicatos e cooperativas).
2. Legitimidade Extraordinária Exclusiva ou Concorrente: diz respeito ao credor que tem uma hierarquia de crédito sobre outro credor (ex: entro com uma execução contra determinado executado, porém há a possibilidade de fazer uma constrição sobre um automóvel para atender meu crédito. Dessa penhora ocorre uma expropriação – venda – do automóvel. Nessa relação pode incidir credores que estariam no meu lugar. Porém eles têm um crédito preferencial. Ex: o automóvel está alienado ao banco. Assim, o banco está hierarquicamente acima de mim); concurso de credores; crédito preferencial. 
3. Legitimidade Extraordinária Subordinada: legitimidade por representação (ex: MP), legitimidade aos interesses de incapazes e vulneráveis (ex: ação de alimentos, em que o incapaz é representado pela mãe); curatela; tutela. 
Litisconsórcio no Processo de Execução
Pode haver mais de um exequente (litisconsórcio ativo) ou executado (litisconsórcio passivo). Os litisconsortes são autônomos entre si. 
 Litisconsórcio Facultativo: o exequente coloca o fiador no polo passivo como executado também. 
 Litisconsórcio Necessário: se dá por força de lei ou pela natureza da obrigação. Ex: sou casada, então em razão da outorga uxória, devo responder conjuntamente pelas dívidas contraídas. 
Intervenção de Terceiros no Processo de Execução
Nesta relação primária, onde há as partes (sujeitos legitimados), há sujeitos que estão de fora da relação e jamais serão partes. Integrarão o instituto da “intervenção de terceiros”. Esses são sujeitos cuja a pretensão é de ingressar na ação principal. Mesmo não tendo havido assistência no processo de conhecimento, o assistente poderá entrar na fase de cumprimento de sentença. Se o assistente já entrou na fase de conhecimento, poderá continuar integrando a lide no cumprimento de sentença também. Assim, ela poderá ocorrer no início da execução quando da intimação ou citação do executado (o assistente peticiona dizendo que quer assistir o executado, demonstrando o interesse que ele tem no caso de o executado sucumbir na ação).
 Assistente - Art. 113 - relação panprocessual (pois a vontade surge de fora para dentro). Ele busca que a sentença influa sobre seu direito (assistência litisconsorcial) ou quer apenas ajudar uma das partes da ação originária no desenvolvimento da ação, sem que a sentença lhe atinja. A doutrina diverge quanto à assistência no processo de execução. Para Carlos Alberto Carbona, não há espaço para a assistência, pois, no momento em que a obrigação se apresenta na forma da execução, ela já tem todos os elementos(natureza, liquidez, partes). A assistência retardaria o desenvolvimento da ação executiva, além de ser irrelevante. Entretanto, Pontes de Miranda, Araken de Assis e Olvídio Batista admitem a possibilidade da assistência na ação executivo, sob o fundamento que não se pode retirar do assistente a condição de se depender um efeito ex tunc que pode ocorrer da condenação do executado quando da sentença. Como o assistente pode ajudar a parte assistida? Se a parte assistida não recorrer, ele poderá recorrer em nome da parte assistida, alegando qualquer prejuízo que poderia ocorrer ao assistido em caso de inércia deste. 
 Amicus Curiae - Art. 138 - relação panprocessual também. O amicus curiae é um “amigo da corte”, “amigo do juiz”. Auxilia na interpretação de determinada cláusula do contrato, de sistema de cálculo, etc. Poderá ingressar na execução. 
 Relação endoprocessual: as próprias partes querem que pessoas que estão fora integrem a ação.
1. Denunciação da lide: não é cabível na ação executiva. Ex: eu comprei um imóvel de João. Roberto entra com uma ação contra mim dizendo que o imóvel é dele. Se o juiz determinar que o imóvel não é meu, haverá a evicção (perda da propriedade mediante sentença). Assim, na qualidade de adquirente e ré na ação primitiva, eu posso denunciar a lide ao alienante (João). Caso eu perca o imóvel, eu entro com ação regressiva contra João para buscar o meu dinheiro. 
2. Chamamento ao Processo - Art. 130 – impõe que o chamante receba na sentença o título executivo. Ex: promovo uma ação contra o fiador da obrigação (coobrigado) e este, na demanda do processo de conhecimento, irá chamar o devedor principal. Caso ele pague a dívida como fiador, a sentença já lhe dá um título para executar o devedor principal. Esta execução entre o chamante e o chamado se faz numa execução própria. O título não permite que ele seja executado na mesma execução do credor e do devedor (chamante). Em razão disso, o chamamento ao processo não é possível na ação executiva. 
3. Obrigação Co-acta – o credor tem que coagir o devedor a fazer parte da ação na forma de terceiro, pois este não irá agir de forma espontânea. Diz respeito aos alimentos avoengo (Art. 1696 do CC). O alimentando pode promover uma ação de cobrança de alimentos contra o pai e o avô (litisconsórcio). Assim como pode promover a execução de título extrajudicial de alimento (documento em cartório de que pai e avô devem alimentos) e executar de forma direta. No entanto, pode o alientando cobrar os alimentos do pai (alimentante – devedor). Em havendo a possibilidade de não pagamento, o alimentando pode fazer o chamamento ao processo do avô (que será terceiro). Logo, é impossível ocorrer isso também no processo de execução. 
4. Desconsideração da Pessoa Jurídica - Art. 133 – promove-se uma execução contra o executado que é PF, porém este passou todo o patrimônio para a PJ, onde ele é o sócio responsável. Pode-se promover a intervenção de terceiro contra a pessoa jurídica (desc. Da pessoa jurídica de forma inversa). O mesmo ocorre se estou executando a PJ e o sócio passou o patrimônio para a sua PF. Este instituto é possível na ação executiva. 
5. Amicus Curiae na forma Espontânea – as partes, o MP e o próprio juiz convidam o amicus a intervir como terceiro dentro da ação executiva.
Em suma: qual a forma de terceiros permitida na ação executiva (título judicial ou extrajudicial)? Assistência, amicus curiae (provocado ou espontâneo) e a despersonalização da pessoa jurídica. 
Cumulação da Ação Executiva - Art. 780 
Numa única execução cumular várias execuções. Há de se observar alguns requisitos:
1. As obrigações de todas as execuções devem ter a mesma natureza. Ex: pagar. Ex: uma nota promissória e um cheque. Pode-se reunir todos numa única execução, pois a natureza de todos é pagar. 
2. O executado deve ser o mesmo em todas as obrigações. No polo ativo poderá haver uma pluralidade (ex: o cessionário pode participar da mesma execução que eu como polo ativo, pois eu cedi um crédito a ele anteriormente). Se contra o mesmo executado há uma obrigação de pagar e de dar, deve-se fazer duas execuções, pois não tem a mesma natureza.
Elementos da Obrigação
O objeto da ação busca através da eficácia executiva o intercâmbio patrimonial.
A causa remota na ação executiva é o inadimplemento. As obrigações, quando são estipuladas entre os sujeitos, estipula-se a forma do cumprimento da obrigação (a forma do pagamento), o valor, a data, o local. Quando uma obrigação se apresenta com esses elementos, diz-se que essa obrigação é ex re, pois determina toda a forma pela qual essa obrigação deverá ser atendida. Quando não está estipulado um desses elementos, a obrigação é ex persona, e poderá aquele que entende estar na condição de credor, ajuizar a ação executiva quando quiser. 
Quando se consubstancia o inadimplemento na execução? Quando o juiz receber a petição do cumprimento de sentença ou a petição da execução do título extrajudicial. O adimplemento extingue a obrigação. Antes disso É MORA. A mora, no entanto, leva ao inadimplemento. Se a obrigação ainda não foi executada é porque o credor ainda espera o adimplemento. Se o devedor quiser pagar a dívida e o credor não quiser receber, faz-se a consignação de pagamento (Art.539). 
Princípios da Execução – ligados ao Art. 774 (fraude à execução)
 Princípio da Patrimonialidade – Art. 789 + Art. 911 + Art. 528, §3º e 5º: em toda a execução (judicial ou extrajudicial), o que se busca é a relação de patrimônio. A execução incide sobre o patrimônio do devedor, não sobre sua pessoa. Na obrigação alimentar, o devedor de alimentos poderá, por exceção ao princípio da patrimonialidade, responder de forma pessoal (escolha do exequente buscando a prisão). No entanto, o executado não se exime de responder pelo seu patrimônio. Ou seja, não é porque houve a prisão que a execução patrimonial não irá continuar a responsabilidade patrimonial pode se dar na forma originária ou secundária, o que implica dizer que os bens do executado respondem na sua universalidade de forma direta na execução. Ou seja, até mesmo um imóvel que eu tenha comprado e ainda não esteja no meu nome será objeto da execução, respondendo pela dívida. Obviamente é possível discutir isto em juízo através da ação de “embargos de terceiro” (ação de procedimento especial), alegando a Súmula 84 do STJ, de modo a defender aquele patrimônio que ainda não é meu. Se este patrimônio, ao passar para a minha titularidade, for meu único bem de família, sendo impenhorável (Lei 8.009/90), a execução não poderá incidir sobre ele resumo: o princípio da patrimonialidade faz com que a execução recaia também sobre os bens FUTUROS do executado, com exceções.
 Princípio da Efetividade – Art. 831: dentro da inércia do devedor em pagar o crédito, o que se busca é não deixar a ação executiva vazia ou frustrada, devendo esta buscar seu objetivo, qual seja, atender ao crédito do exequente. No entanto, nem sempre isso é possível, em razão da quantidade de bens pertencentes ao executado, que podem não ser suficientes para satisfazer o crédito. Logo, a ação executiva deve restringir-se aos bem necessários para satisfazer a obrigação. Destarte, o exequente poderá buscar a garantia dessa execução de tantos e quantos bens forem necessários. O trabalho de demonstrar que o patrimônio não pode ser garantidor da execução é tarefa do executado (ex: alegando ser bem de família) se o exequente indicou bens impenhoráveis do executado, responderá por má-fé. Todavia, se os bens impenhoráveis foram indicados pelo oficial de justiça, que é um terceiro, não há que se falar em má-fé do exequente, mormente porque não foi este quem fez a indicação outra questão importante é que o princípio da efetividade é chamado por alguns autores de “princípio do resultado da execução”. Na execução de título extrajudicial, a execução se dá através das espécies de cada obrigação (dar, fazer, não fazer e entregar – Livro II). Em se tratando de título executivo judicial, muitas vezes, em razão da busca da sentençacondenatória, dentro do processo de conhecimento, não sabe-se ainda como mensurar (quantificar) a eficácia condenatória pretendida. Uma das exigências da petição (Art. 319, IV) é que o pedido seja certo, determinado e seja especificado. Ex de pedido: “desocupação do imóvel matrícula 3586” o pedido certo é “desocupação do imóvel” e a especificação é “matrícula 3586”. Conquanto a exigência do referido artigo, muitos pedidos na petição não são passíveis de especificação, caindo em uma universalidade que permite pedidos genéricos (Art. 324, §1º). Logo, nos termos do Art. 324, §1º há determinadas situações que, quando da execução de título judicial, recaem, num primeiro momento, na universalidade de pedidos (pois não é possível determinar, desde logo, o quantum debeatur e o quid debeatur – o quanto eu devo cobrar e o que eu tenho que receber). Isso ocorre, por exemplo, na questão de um inventário, até que se faça a partilha deste. Logo, se permite a elaboração de um pedido genérico na petição inicial do processo de conhecimento, que resultará num título executivo judicial outra situação diz respeito ao caso em que a realização da obrigação não depende do autor da petição inicial, mas sim do réu. Ele tem que entregar o bem/fazer a obrigação que paguei a ele para ser feita, para que eu venha buscar depois um pedido condenatório dentro do processo de conhecimento do valor da indenização. Assim, ELE precisa exibir algo. Ex: quero entrar com uma ação para buscar todos os valores que eu paguei a mais numa relação de crédito bancário. O STJ firmou o posicionamento de que os juros não são abusivos quando cobrados até 2% ao mês, enquanto eu vinha pagando 10% por mês. Entro com a petição para que seja devolvido tudo o que paguei a maior, porém, não tenho os extratos. Esta obrigação de fazer incumbe ao réu, portanto, e eu somente conseguirei mensurar o valor quando ele me entregar os extratos que eu preciso, para que eu possa então realizar o cálculo. Logo, preciso fazer um pedido genérico outra situação é quando não é possível que eu, dentro do lícito, mensure a reparação do dano. Ex: trabalho como taxista, sustento minha família e me envolvo num acidente, onde entendo que não fui culpada. Entro com uma demanda contra o outro condutor, para que ele repare o dano. O dano é tão grande que eu não consigo mensurar quando ele cessa para poder estabelecer o valor que ele me deve. Aqui faz-se também um pedido genérico assim, o título executivo judicial, que nasce desse pedido genérico, no processo de conhecimento, irá inaugurar a fase de cumprimento de sentença através do ato chamado de “liquidação de sentença”. Essa liquidação, quando se trata dos pedidos genéricos, é feita através da “liquidação por arbitramento” e da “liquidação por ativos”. Logo, em razão da situação do pedido genérico, o quantum debeatur e o quid debeatur são projetados para a fase de cumprimento de sentença, pois quando da prolação da sentença, no processo de conhecimento, o juiz ainda não sabia o quanto o devedor devia, nem o que ele devia. Alguns pedidos, quando dizem respeito ao título executivo judicial, poderão não ser genéricos, mas a obrigação impõe uma condição de observação ao que será formulado no pedido. Ex: pedidos alternativos, pelos quais o autor formula a petição inicial tendo por base um negócio jurídico pré-existente (anterior à petição), como um contrato de arrendamento de área. Eu e a outra pessoa (as partes do contrato) estabelecemos o valor e a forma de pagamento. Eu, enquanto credora, em não recebendo valor devido, posso cobrar em juízo dizendo para que o executado pague de uma forma ou outra (ex: dando o valor ou dando as sacas de arroz). 
 Princípio da Menor Onerosidade – Art. 805: o processo de execução força o cumprimento da obrigação. Em sendo um ato de força, o processo executivo deve desenvolver-se, no que diz respeito à subsistência do executado, com especial atenção do juiz para que o executado não entre em estado de miserabilidade. Poderão, no entanto, o exequente e o executado firmarem uma convenção dentro da execução quanto à não apreensão do patrimônio do devedor, estabelecendo outra forma de pagamento, em respeito ao princípio da menor onerosidade.
 Princípio da Disponibilidade – Art. 775: o exequente pode desistir de parte da execução, pedir a suspensão da execução para fins de negociação extrajudicial, renunciar parte de seu crédito ou desistir das medidas executivas (não levar a leilão, não fazer a penhora de bens, etc). O exequente consegue carregar a execução conforme seu interesse direto. Contudo, tal princípio somente será utilizado quando do trâmite da execução. A partir da extinção da execução, a disponibilidade do crédito não ocorre em razão deste princípio. 
Atos Atentatórios à Dignidade da Justiça – Art. 774
 I: fraude à execução ocorre quando o executado busca esvaziar a ação executiva do patrimônio que lhe pertence, agindo de má-fé. Quando isso ocorre dolosamente, causando um dano ao exequente, ocorre um “eventus damni” (evento danoso). Esta prática de corromper com a existência do patrimônio poderá se dar de duas formas: 1. Através da alienação dos bens: o executado dispõe de seu patrimônio, vendendo-o; 2. Através da prática de atos onerosos: transferindo o patrimônio para a titularidade de outro sujeito. Através de um usufruto, por exemplo. A boa-fé do adquirente em receber o bem deve também ser verificada, pois ele pode estar em conluio com o executado, formando um “consilium fraudis” (ou conluio fraudulento). Quando há uma relação fraudulenta que torna inviável a constrição do patrimônio em nome do executado, considera-se uma FRAUDE ABSOLUTA de outro lado, quando tem-se que investigar a relação fraudulenta, bem como a postura do adquirente do bem, a fraude É RELATIVA o Art. 792, §1º diz que o exequente pode buscar a cessação da eficácia do ato fraudulento para Pontes de Miranda, Araken de Assis, Olvídio Batista, Humberto Theodoro Jr., etc. a fraude à execução não está nem no plano da validade, mas no da existência. Logo, a alienação fruto de fraude à execução seria inexistente. Busca-se, através desta constatação, conservar o patrimônio no status quo ante, para que este possa responder às dívidas do executado é possível a fraude à execução quando sequer há execução, mas tão-somente outras demandas a nível de processo de conhecimento, em que o autor, na condição de credor, quer cobrar a dívida do réu, na condição de devedor. Nesta ação de conhecimento, quando o credor entra com a petição, requer a citação do réu e, a partir do momento em que o réu é citado e vem a praticar sobre o seu patrimônio algum ato de alienação ou onerosidade, este já está incorrendo na fraude à execução, desde que os bens alienados ou onerados venham a levar o devedor neste processo de conhecimento a um estado de insolvência. Se não o levar à insolvência, NÃO HÁ FRAUDE À EXECUÇÃO associado a esta situação, pode ocorrer que, quando do ingresso da ação do processo de conhecimento, em ainda não havendo a citação do devedor, este venha a alienar ou onerar seus bens, colocando em risco a garantia do cumprimento da obrigação. Entendendo o credor que isso o levará ao estado de insolvência, ele (o credor) poderá desfazer a alienação/oneração do devedor através de uma ação revocatória (também chamada de “ação pauliana”), que tem como eficácia predominante a declaração de nulidade, tornando ineficaz o negócio jurídico realizado perante terceiro. Estando o terceiro agindo de boa-fé (não agindo, portanto, em consilius fraudis), este deverá demonstrar que agiu de boa-fé, através de dois atos: 1. Demonstrando que, quando adquiriu o bem do devedor, verificou o seu registro e detectou que sobre aquele bem não havia nenhum gravame de obrigação real ou obrigação reipersecutória (cobrança de dívida sobre um bem imóvel, ex: hipoteca). 2. Demonstrando que buscou todas as informações condizentes ao domicílio do alienante ou do local onde se encontram os bens, e, nas negativas forenses, percebeu que o alienante (devedor) nãorespondia por nenhum processo. Cumprindo estes dois requisitos, o consilius fraudis é afastado e o bem fica com o terceiro, levando a ação pauliana à improcedência, mesmo que o bem tenha esvaziado o patrimônio do devedor, conduzindo-o à insolvência. há, ainda, outra situação que permite que os bens que estão na propriedade do executado sejam levados a conhecimento na ação executiva (bens levados a registro). Art. 828, §4º diz que presume-se fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação. Aqui não há que se investigar consilius fraudis. Essa relação fraudulenta é inválida, fazendo com que a ação executiva instaurada venha a perseguir o bem adquirido pelo terceiro adquirente que agiu de má-fé que sabia que a execução estava registrada. Além disso, invalida até mesmo a pretensão do exequente, que não conseguirá fazer o intercâmbio patrimonial porque o bem se esvaiu do patrimônio do devedor.
 II: se opor maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos este ato está diretamente ligado a uma novidade do NCPC: o Art. 311, I (o juiz, ao verificar uma prática que dificulta o desenvolvimento da ação, concede uma tutela de evidência, com a finalidade de proteger a parte afetada, ou uma tutela inibitória (Art. 77, IV). Ex: se o executado demora a juntar o imposto de renda, se esquiva para não ser citado, não apresenta relação de bens, esconde bens, etc.
Responsabilidade Patrimonial na Ação Executiva – Art. 790
Este instituto visa a responsabilidade do executado numa ação quando os bens dele não estão protegidos pela inalienabilidade (ex: bem público) e impenhorabilidade (bem de família – Lei 8009/90). 
1. Responsabilidade Patrimonial Originária - Art. 789: remete ao sujeito originário na ação executiva: o executado responde pelos bens presentes ou futuros. 
2. Responsabilidade Patrimonial Secundária – Art. 790: recai sobre o patrimônio de terceiros que não fazem parte da ação executiva.
2.1 Legitimidade Ordinária Superveniente I estes sujeitos, ao receberem um direito real (Art. 1225), responderão na execução que está em andamento contra o executado ex: sujeitos que receberão uma propriedade, um usufruto, etc. do sujeito que está no polo passivo numa ação de execução. Quando do recebimento da propriedade, responderá com aquele bem no processo de execução que corre contra o executado. IV ex: marido fez um empréstimo bancário e não o pagou. O banco entrou com uma ação de execução. Se a constrição na ação executiva recair sobre o imóvel do casal, a esposa pode entrar com EMBARGOS DE TERCEIROS para proteger a meação dela (a metade dela da casa). Logo, metade do imóvel diz respeito ao executado como uma responsabilidade originária, mas a outra metade é secundária (da esposa). Se a esposa levou proveito da obrigação do financiamento que levou à execução, a metade do patrimônio dela deverá responder pela dívida, não assistindo a ela razão quanto à oposição de embargos de terceiros. Há um regime de família que rompe a outorga uxória: regime de aquestos. Isso, no entanto, não quer dizer que a esposa não tem direito à metade do imóvel. Assim, a esposa responderá igualmente no processo de execução de forma secundária. VII numa ação de execução contra o executado (pessoa jurídica), poderá a pessoa física responder pelo patrimônio. O mesmo ocorre no contrário. Em ambos os casos há o instituto da fraude à execução. 
2.2 Terceiro que Adquire Imóvel Perante Alienação V não importando se a alienação dos bens perante o adquirente se dará com registro (gravame) ou sem registro (sem gravame), os bens que estão em nome do adquirente respondem na responsabilidade patrimonial. VI remete à ação pauliana. Ex: existe um processo de conhecimento em que não houve ainda a citação do devedor e este devedor aliena o bem a terceiro. Se o autor propõe a ação pauliana e é dada procedência à ação, então o bem responderá na futura ação executiva, recaindo uma responsabilidade secundária sobre o terceiro adquirente. 
2.3 Terceiro que Recebe o Patrimônio na Forma de Detenção (em razão da posse), ou Na Forma de Integrar a Natureza da Pessoa Jurídica II responsabilidade patrimonial secundaria dos sócios da pessoa jurídica em razão da natureza constitutiva da pessoa jurídica. Ex: os sócios da pessoa jurídica têm responsabilidade patrimonial secundária. III representa a responsabilidade patrimonial secundária daquele que detém o patrimônio. Ex: empresto meu carro a alguém (comodato). A pessoa que está na posse do carro terá responsabilidade patrimonial secundária. 
Direito de Superfície – Art. 791
Não é um instituto de responsabilidade patrimonial secundária somente por força do §1º. 
O direito de superfície é de quem é o proprietário do terreno e decide construir um shopping, por exemplo. Já o direito de superficiário será dos donos das lojas. Se há uma ação contra o sujeito proprietário do terreno, automaticamente seria um caso de responsabilidade patrimonial secundária dos donos das lojas. O contrário também seria possível. No entanto, conforme o §1º, na matrícula do terreno (direito de superfície), deve ficar desmembrado o direito do superficiário, para que não haja responsabilidade patrimonial secundária. Assim, em executando aquele que tem o direito de superfície, o superficiário não será atingido. Logo, a responsabilidade patrimonial é somente originária (Art. 789), pois somente daquele que tem direito de superfície.
Títulos Executivos
1. Título Executivo Judicial – Art. 515 se perfectibilizam com a sentença transitada em julgado. 
I. Para Araken de Assis, é a eficácia condenatória que se executa no cumprimento de sentença. Já para Teori Zavaski, a eficácia declaratória também tem o condão de ser uma eficácia executada. Da redação deste inciso depreende-se que na parte declaratória da sentença irá se revelar a exigibilidade da obrigação, servindo como um título executivo a ser executado no cumprimento de sentença. Além disso, esse inciso não se limita à sentença definitiva transitada em julgado, pois a decisão interlocutória (que não põe termo ao processo, pois é vazia de conteúdo meritório) também pode servir como instrumento do cumprimento de sentença. Isto ocorre em duas situações: 1. Execução Provisória - Art. 520 (ver Art. 996 também): o terceiro prejudicado (locatário de um imóvel que está sendo vendido e que não foi a ele oferecido antes) entra com uma nova ação para requerer seu direito de preferência, antes mesmo da sentença final, com base na sentença transitada em julgada no STJ que dava conta que ele tinha o direito de preferência. Logo, em sede de tutela antecipada, ele busca a execução provisória do seu exercício de preferência. 2. Estabilização da Tutela Antecipada Antecedente: a parte contrária não recorre da decisão interlocutória que concedeu a tutela antecipada. Logo, a decisão interlocutória que concedeu alimentos, por exemplo, é executível. 
II. Na mediação e na conciliação, se as partes compõem o litígio (resolvem-no) e a sentença é homologada pelo juiz, a sentença passa a ter força de título executivo judicial. Art. 487, III, alínea b, c/c Art. 334.
III. O acordo feito de forma extrajudicial (autocomposição extrajudicial, feito no cartório, por exemplo) também tem a força de título executivo judicial. Ex: divórcio extrajudicial (quando as partes são maiores de idade e não há litígio). 
IV. Título universal oriundo de uma ação de inventário.
V. Custas processuais, emolumentos do processo, honorários, pagamento de servidores (como leiloeiro, porteiro do foro, oficial de justiça, etc.), 
VI. A sentença penal condenatória transitada em julgado. Art. 387 do CPP e Art. 91 do CP.
VII. Sentença arbitral Art. 29 da Lei 9307/96 – Lei de Arbitragem.
VIII. Sentença estrangeira homologada pelo STJ - Art. 105, I, alínea i da CF. Até 2005 a competência para homologar era do STF, agora é do STJ. No entanto, após a homologação pelo STJ, o cumprimento de sentença será realizado obrigatoriamente pelo juiz federal – Art. 109, X da CF.
IX. A decisão interlocutóriaestrangeira (comunicada por carta rogatória) será reconhecida pelo STJ como título executivo judicial na forma de exequatur. 
Importante: todas as sentenças, acordos, transações, etc. previstos neste artigo exigem um prévio processo de conhecimento. Quanto transitada em julgado a decisão e não se consegue buscar a obrigação, executa-se a sentença na forma de cumprimento de sentença. No processo de conhecimento, o ato processual entre credor e devedor para a instrumentalidade do processo de conhecimento foi a CITAÇÃO (foi a citação que UNIU AS DUAS PARTES). Logo, ao iniciar o cumprimento de sentença não haverá citação, mas sim INTIMAÇÃO. Porém, há 4 exceções à regra da intimação:
1. Sentença penal condenatória transitada em julgado;
2. Sentença no estrangeiro;
3. Decisão interlocutória no estrangeiro;
4. Sentença arbitral. 
Por conseguinte, nessas situações, o início do cumprimento de sentença se iniciará pela CITAÇÃO, pois não houve prévio processo de conhecimento. 
 Cumprimento de Sentença (somente para títulos executivos judiciais)
1. Obrigação de Pagar (Art. 515, I)
- Petição Inicial – Art. 524 e Art. 319 a fase de cumprimento de sentença se inicia com a petição inicial, que deverá ocorrer após o trânsito em julgado da sentença do processo de conhecimento a sentença do processo de conhecimento pode apresentar lacunas. Se já for possível apurar na sentença do processo de conhecimento o quantum debeatur, apenas atualiza-se o valor conforme os índices impostos na sentença. Porém, pode ser que, durante a instrução o juiz não tenha apurado o valor da condenação e determine que isso ocorra após o trânsito da sentença. Além disso, poderão as próprias partes convencionarem que essa apuração será após a decisão. Isto pode ocorrer, ainda, em razão do objeto (ex: entrega do imóvel para fins de pagamento – todavia, o imóvel precisa ser construído antes). Nestes casos, poderá o juiz intimar as partes (o credor antes) para apresentar uma liquidação que ocorrerá:
 Por arbitramento
 Por procedimento comum ou ordinário (antiga liquidação por ativos – apuração do fato novo ou da prova nova).
 Por cálculo aritmético. – Art. 509 ao Art. 512. 
Feitos os cálculos, o devedor será intimado para se manifestar em 15 dias, podendo impugnar os cálculos do credor, uma vez que não pode o devedor sofrer com o excesso de onerosidade. Após, o juiz decidirá com base no seu próprio cálculo ou com base no cálculo do assistente técnico, completando, assim, a lacuna da sentença (quantum debeatur). A sentença que decidir sobre a liquidação será impugnada por agravo de instrumento. Quando o devedor, no prévio processo que antecedeu a decisão definitiva (ou naquelas conhecidas 4 exceções) tinha advogado, o advogado será intimado do trânsito em julgado da sentença. Se porventura o devedor não possuía procurador, mas tinha a Defensoria Pública, a intimação do trânsito em julgado terá validade quando o devedor for intimado por carta AR. Sendo a Fazenda Pública, o Município, o Estado ou o Distrito Federal o devedor, a intimação será por meio eletrônico. Passado mais de um ano do trânsito em julgado, a intimação deverá se dar pessoalmente (oficial de justiça). em suma, a petição será elaborada tendo já o quantum debeatur (apurado na fase de liquidação), independentemente da existência de recurso (o qual tem efeito devolutivo, e não suspensivo, pois a execução não pode parar). A petição será dirigida para a intimação do advogado do devedor para que a dívida seja paga em 15 dias. Observar os poderes do advogado: ele tem poderes para receber essa intimação? Tem poder para se manifestar pelo cliente neste caso? Intimado na pessoa do advogado, caso o devedor pague a dívida, considera-se extinta a fase do cumprimento de sentença. Contudo, em não havendo o pagamento no prazo, será condenado a mais 10% sobre o valor da dívida, acrescidos os honorários do advogado do credor em 10% também. Na petição nada impede que o credor já indique bens a penhora em nome do devedor. Em não pagando nos 15 dias e tendo a dívida acrescida, o devedor terá um prazo de 15 dias para opor uma defesa cujo gênero chama-se “embargabilidade” e OCORRE NO PRÓPRIO PROCESSO DE CONHECIMENTO, NÃO HÁ INCIDENTE. A espécie do gênero “embargabilidade” que poderá o devedor opor é a IMPUGNAÇÃO (Art. 525, §1º). Esta permite que, de uma forma limitada, o devedor se defenda durante o cumprimento de sentença. E por que o devedor deve opor uma impugnação e não outro recurso, como a apelação, por exemplo? Porque ele já operou uma defesa num prévio processo de conhecimento (exceto no caso daquelas 4 exceções). Destarte, já tendo operado a defesa no processo de conhecimento e já havendo, portanto, coisa julgada material, deverá o devedor levantar na impugnação discussões acerca do excesso de execução; atos executivos mais onerosos que o necessário; alegar defesas indiretas (alegação de um fato impeditivo, ex: não paguei a dívida porque tal coisa está me impedindo), defesas indiretas modificativas (ex: já paguei metade da dívida) ou defesas indiretas extintivas (ex: a dívida já foi paga). Pode-se, também, alegar alguma nulidade existente no processo de conhecimento anterior ou no próprio cumprimento de sentença (ex: falta de uma citação no processo de conhecimento ou falta de provas que provavelmente mudariam o curso da decisão da sentença). Na impugnação o ideal não é trazer prova nova, mas, excepcionalmente, pode-se tentar quando não houver outra opção (lembrar do exemplo do professor – o trabalho de provar que a alegação de novas provas não cabe nesta fase incumbe ao procurador da parte contrária). O credor será intimado, em 15 dias, da impugnação apresentada pelo devedor para impugnar a impugnação. Se, na sentença, for julgada procedente a impugnação do devedor, extingue-se o cumprimento de sentença. Logo, o recurso cabível ao credor é a apelação. Se, na sentença, for julgada improcedente a impugnação do devedor, o recurso será agravo de instrumento (pois o processo continua). Ambos os recursos também poderão percorrer os graus superiores (SJT E STF). 
Todavia, há determinadas situações em que vícios contidos no processo podem ser ventilados (a qualquer momento do processo): juiz incompetente ou suspeito, falta de citação, etc. Assim, mesmo que já tenha sido dada sentença em sede de decisão da impugnação apresentada pelo devedor, poderá o devedor ainda alegar a “exceção de pré-executividade” (não tem previsão no Código – mas tem previsão doutrinária em Pontes de Miranda), que é uma forma de embargabilidade que poderá ser feita antes mesmo da sentença de impugnação feita pelo devedor ou após a sentença. síntese: levar-se-á a conhecimento ao devedor (por meio da intimação) o trânsito em julgado da sentença do processo de conhecimento. O juiz irá formar um procedimento-meio (liquidação) para apurar o quantum debeatur antes da petição de cumprimento de sentença. O juiz, ao receber a apuração do valor, dará uma sentença, da qual cabe agravo de instrumento por ambas as partes (não tem efeito suspensivo, já começando o cumprimento). Feita a petição (após a aferição do quantum debatur), o advogado do devedor é intimado a pagar em 15 dias, sob pena das multas supracitadas. Não pagando, o devedor tem 15 dias para impugnar, apresentando toda a matéria cabível na impugnação (Art. 525, §1º). Juiz intima o credor, que terá 15 dias para impugnar a impugnação. Juiz profere uma sentença, julgando procedente ou improcedente a impugnação do devedor (se procedente, cabe apelação – se improcedente, cabe agravo de instrumento). Ademais, qualquer ato de nulidade profunda pode ser alegado na “Exceção de Pré-Executividade”.
2.Obrigação de Fazer, Não Fazer e Entregar 
- A tutela específica diz respeito a estes três tipos de obrigação porque não há o quantum debeatur delas. Quando o quantum debeatur é definido na sentença, há a tutela coercitiva (obrigação de fazer ou não fazer) (fixação de multa – irá fixar a multa “astreintes” que será exigida do devedor que não cumprir a obrigação – a astreintes geralmenteé fixada de forma diária). Logo, quando se esgota a sentença e o devedor é responsável por cumprir alguma dessas obrigações, o juiz poderá fixar essa multa de ofício ou a requerimento da outra parte. É uma ordem cuja eficácia é imediata. A multa será liquidada (atualizada) previamente pelo exequente (Art.510) e poderá o devedor impugnar este valor. Em havendo esta impugnação, o juiz deverá decidir o valor final da multa, que poderá ser impugnado por agravo de instrumento sem efeito suspensivo. Apurado o valor, o executado terá 15 dias para pagar a multa e a tutela específica (a obrigação). Poderá o devedor (por embargos) se opor ao cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer e, inclusive, impugnar que há impossibilidade de fazer ou não fazer (ex: não posso mais pintar a parede porque não consigo mais pintar). O credor será intimado para em 15 dias impugnar essa impugnação, ao passo que o juiz decidirá. Quando na obrigação de fazer ou não fazer já ficou decidido que o devedor deva realizar a obrigação, por óbvio o juiz já examinou a possibilidade ou impossibilidade do cumprimento da obrigação, já declarando na sentença a impossibilidade. Caso a possibilidade ou impossibilidade não seja investigada na sentença, o devedor irá impugnar o fato superveniente. Como a obrigação deve ser cumprida, o juiz poderá aqui também fixar uma nova tutela pela impossibilidade da realização daquela obrigação: tutela punitiva por perdas e danos, o que se fará através de uma eficácia cominatória, composta por duas punições, além da obrigação: pagamento da multa (tutela coercitiva) e perdas e danos (tutela punitiva). Assim, o cumprimento de sentença se dará sobre três tutelas: específica, coercitiva e perdas e danos, apurando-se, na liquidação da sentença, o prejuízo causado ao Meio Ambiente, por exemplo. Se até a sentença o devedor ainda não estiver na impossibilidade de realizar a obrigação, será condenado à tutela especifica e à tutela coercitiva. O credor liquida o valor da multa, pede o cumprimento em 15 dias e o devedor impugna (através da embargabilidade) revelando ao juiz que não pode realizar a obrigação e o credor se defende impugnando também. Verificando-se que o devedor realmente está impossibilitado de realizar a tutela específica, e sendo ele considerado de má-fé, é condenado também a perdas e danos. Logo, a perdas e danos poderá ocorrer também na sentença da impugnação. Em relação à multa, esta só poderá ser buscada pelo credor após o trânsito em julgado (Art. 12 da lei da Ação Civil Pública, Art. 213, §3º do estatuto da criança e do adolescente, Art. 83, §3º do estatuto do idoso). Na sentença, poderá o juiz realizar outros atos coercitivos (atos de realização), juntamente com a multa (tutela coercitiva), a fim de resgatar a tutela específica de fazer ou não fazer: determinar a demolição, desfazimento de obra, remoção de coisas/pessoas, etc. Quando não se pode voltar ao status quo ante, em razão da impossibilidade, há perdas e danos. Neste caso, a execução se dará não mais pela tutela específica, pois está não pode mais ser realizada, mas pelo cumprimento de sentença por perdas e danos, que serão calculadas (quantum debeatur), além de multa (que já é quantificada). Assim, a execução se dará por pagamento, resultado do somatório das perdas e danos e da tutela coercitiva (multa).
- Na execução de entregar (pode ser obrigação determinada; pode também ser obrigações alternativas, em relação a uma obrigação pré-contratual; ou alternativas eventuais, onde não há uma relação preestabelecida) e o juiz irá ofertar ao devedor na sentença a forma de o devedor entregar a obrigação. No entanto, mesmo só havendo a obrigação simples (entregar – que recai sobre coisa certa ou incerta). Quando é coisa certa, o juiz irá impor uma tutela coercitiva (multa) junto da tutela específica. Ex: entregar o carro e mais o pagamento da multa em 15 dias, sob pena de pagar 10% a mais de multa e mais honorários do advogado do exequente. Quando a obrigação é incerta, deverá o credor, na petição, determinar o que ele quer (quando for obrigação alternativa). Ex: tantos carros da marca tal até que atinja o valor do carro dele. O juiz poderá determinar, além da tutela de evidencia e coercitiva, a punitiva também. Quando se tratar de imóveis, o juiz determinará a emissão da posse. Quando for bens móveis, o juiz determinará a busca e apreensão do bem. Da mesma forma em que houver a impossibilidade da entrega da coisa, o juiz fixa perdas e danos e o cumprimento se dará por pagamento. Art. 1519 do CC e Art. 336 do CPC. O credor tem a posse direta do bem e o devedor, a direta. Ele, por estar na posse direta, poderá realizar benfeitorias úteis e necessárias, agindo de boa-fé. O devedor tem direito a receber o valor das benfeitorias, então deverá, contestar no processo de conhecimento. Se não o fizer, não poderá fazer na impugnação, na fase de cumprimento de sentença (preclusão consumativa). Porém, poderá cobrar as benfeitorias em ação própria. Eficácia executiva lato senso é a eficácia onde já se realiza na sentença do processo de conhecimento, sem a necessidade de cumprimento de sentença, o crédito do credor sobre os bens imóveis. Isso somente acontecerá nas obrigações de direito imobiliário. Nestas ações o bem da vida se realiza na própria sentença de forma direta. Ex: contrato de locação – locador e locatário. Quem está no imóvel é o locatário (posse direta). O locatário está sem pagar alugue, entra-se com cobrança de dívida de aluguel e o juiz na sentença condena o locatário a pagar a dívida. Se ele não pagar, é DESPEJADO. Quando isso ocorre, a posse direta que era do locatário passa para o locador. Assim, o bem da vida passa direto para o proprietário, já ocorrendo o intercâmbio patrimonial. O valor da dívida será executado, mas a posse direta já voltou na própria sentença do processo de conhecimento. 
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 Cumprimento Provisório da Sentença – Art. 520
Ocorre antes do trânsito em julgado da sentença do processo de conhecimento. É a execução provisória dos títulos que não estão abarcados pela sentença condenatória e aquelas 04 exceções (Art. 515). Os atos do cumprimento provisório são arriscados, pois o credor tem uma responsabilidade objetiva, uma vez que, em havendo a modificação da sentença que já está sendo executada provisoriamente, deverá o credor responder pelas perdas e danos que causar ao devedor. Ao cumprir provisoriamente, o credor pode também praticar atos de constrição (penhora) ou expropriação (levar a leilão) de bens do devedor. Porém, caso ele pratique os atos constritivos e expropriatórios dos bens e a sentença for modificada, ele também deverá ressarcir os danos causados ao devedor. Caso haja a constrição e expropriação dos bens a terceiro, este, por estar de boa-fé, não precisará devolvê-los. A responsabilidade é do exequente, por meio de perdas e danos que, quando forem fixadas, serão cobradas pelo ex-devedor no curso do próprio processo. Logo, o cumprimento de sentença se modifica: o devedor primitivo, em razão do recurso pendente que foi favorável a ele, irá, no mesmo cumprimento de sentença, cobrar as perdas e danos, ocupando a posição de credor da dívida contra o seu ex-credor, que agora será seu devedor. Assim, se o credor iniciou o cumprimento provisório sobre a sentença que liquidou o valor de 100 mil reais, expropriando 50 mil, ele responderá depois em perdas e danos pelo restante: 50 mil. O juiz, a fim de evitar um dano insuportável ao devedor - que poderá se tornar o credor, dependendo do resultado do recurso - determinará que para o cumprimento provisório seja auferida uma caução do credor perante o devedor. 
Possibilidades de Cumprimento Provisório de Sentença
1. Quando não há trânsito em julgado ainda da sentença;
2. Quando pendentes recursos sem efeito suspensivo (somente no efeito devolutivo – ex: apelação e recurso especial ou extraordinário);
3. Durante a fase de liquidação, a partir da intimação do devedor para pagar em 15 dias.
A Caução Pode ser Pedida na Forma Realou Fidejussória:
Real: depósito de dinheiro em juízo, hipoteca, anticrese (garantir o cumprimento da sentença com frutos e rendimentos que ele tenha a receber em função do empréstimo ou venda de uma determinada propriedade sua. Ex: arrendamento - os frutos (sacas de soja) podem ser dados em garantia como caução), penhor (entregar determinados bens móveis de valor considerável a fim de garantir um cumprimento provisório. Após o trânsito em julgado, os bens serão devolvidos).
Fidejussória (nunca será prestada pelo credor – é prestada por um terceiro em nome do credor): fiança, por exemplo. 
Casos em Que a Caução Não É Necessária - Art. 521: o credor fará a intimação na pessoa do advogado do devedor para que este venha a pagar em 15 dias, sob pena de multa de 10%. Junto com a petição que se pede o cumprimento provisório, deverá o autor juntar a decisão da sentença e a certidão do recurso pendente daquela sentença (apelação, extraordinário, especial ou agravo de instrumento), peças das procurações (credor e devedor), habilitação para que ele demonstre que se atendeu à liquidez da sentença e quaisquer outros documentos que ele entenda necessário (ex: demonstrar que o devedor vai sair do país, o que dificultará o cumprimento na forma definitiva). Em contrapartida, o advogado do devedor poderá usar todas as defesas (Art. 525), alegando falta de citação no processo de conhecimento, ilegitimidade da parte, inexigibilidade da obrigação (ex: se já foi paga), excesso de execução, excesso de penhora ou incompetência absoluta e relativa do juiz. 
As Multas no Cumprimento Provisório
Além da multa de 10% que incide quando o devedor não efetua o pagamento em 15 dias, é também cabível a multa de 10% do advogado do credor (Art. 85). Como o devedor pode “fugir” da multa: no cumprimento provisório da sentença, o devedor pode depositar em juízo o que é devido. Se ele depositar no prazo de 15 dias, não há que se falar em multa. Assim, ele não pagou propriamente a dívida, mas depositou o valor, livrando-se, portanto, da multa. Poderá também optar por ação própria – ação de consignação em pagamento (Art. 523) – quando o credor não quiser receber o valor. Nesta ação ele será o credor do credor dele. Logo, o credor originário deverá justificar nesta ação própria o porquê de recusar-se a receber o valor.
 Processo de Execução (somente para títulos executivos extrajudiciais) – Art. 831
Início: o processo de execução iniciará com uma petição inicial devidamente instruída (instrução com algum dos títulos extrajudiciais do Art. 774). O juiz, ao receber a petição instruída, irá:
a) de pronto fixar pagamento de honorários advocatícios em 10% em prol do advogado do exequente; 
b) depois irá citar/intimar o executado para que tome conhecimento da existência da execução e se quiser, pagar a dívida em 03 dias. Realizando o pagamento neste prazo, os honorários caem pela metade (5%). Em não pagando, o processo seguirá e ocorrerá a constrição de bens. 
c) a fase de constrição de bens começará pela indicação destes e tem duas etapas (sendo o arresto facultativo):
1. Com a indicação de bens do executado para fins de penhora (que é uma das formas de constrição) e que se dará por indicação do exequente, executado ou oficial de justiça. A regra é que a penhora recaia sobre todo o patrimônio do executado (universalidade dos bens). A exceção é a impenhorabilidade do patrimônio.
A penhora direta deve obedecer a uma hierarquia taxativa – Art. 835 – por indicação do exequente: 
a) dinheiro: penhorado em espécie, quando levado ao conhecimento do oficial de justiça que o executado guarda dinheiro em espécie em casa; através de depósito bancário ou aplicação financeira. Sendo dinheiro em espécie, o oficial deverá fazê-lo munido de ofício e pessoalmente. Sendo por depósito ou aplicação financeira, a penhora se dá de forma online (Resolução nº 61 do CNJ), através do Bacenjud ou Sisbacen (que é mais amplo). O BacenJud é um sistema em que o juiz realizará a penhora online sobre os depósitos contidos em contas correntes em nome do executado. O SisBacen é uma penhora online cuja informação se dá pelo Banco Central e recai não só sobre a existência de dinheiro em conta corrente, mas também sobre aplicações financeiras, rendimentos futuros e qualquer outra rubrica que esteja na esfera patrimonial do executado. O juiz notifica a instituição financeira para que preste informação em 24 horas, ao passo que esta passará a responder pela responsabilidade objetiva da informação. Após recebida a informação, o juiz terá 24 horas para realizar a penhora online e, ao realizá-la, intimará o executado para se manifestar em 5 dias. 
Na defesa à penhora online, o executado poderá alegar: 
1. A impenhorabilidade do dinheiro, uma vez que o valor penhorado na conta corrente normal diz respeito ao salário dele, tão somente: Deverá demonstrar o contracheque, sendo qualquer excesso do salário penhorável. 
2. A impenhorabilidade do dinheiro, uma vez que se trata de conta salário: neste caso não há o que provar, porquanto não é possível fazer depósitos nessa conta, sendo ela específica para salário e, portanto, impenhorável em sua totalidade. 
3. A impenhorabilidade do dinheiro, pois de caráter alimentar: é para pagar alimentos, devendo-se juntar aos autos provar de este é, de fato, o destino do dinheiro presente naquela conta. O juiz avaliará o caso concreto.
 4. Excesso de penhora: o valor que está sendo penhorado é superior ao valor da dívida. 
Importante: restando provado que há uma questão de impenhorabilidade, em 24 horas a penhora será liberada. Caso contrário, o executado poderá interpor agravo de instrumento para reverter a constrição da penhora eletrônica sobre o dinheiro. 
Importante: o Art. 854, §9º é novidade e trata sobre a penhora que indisponibiliza valores ativos em nome dos partidos políticos. O partido, estando numa posição de executado por ter passado, por exemplo, um cheque (título executivo extrajudicial), e não o ter pagado, poderá sofrer penhora em nome do órgão partidário, na conta própria do partido. Logo, os ativos em nome dos partidos podem ser penhorados na forma de dinheiro. 
b) Títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado: investimento do executado no tesouro da SELIC, precatórios (moeda utilizada nas dívidas oriundas de condenação da União, Estados, Municípios e Distrito Federal para pagar a dívida dos credores que ganham uma ação judicial contra um desses entes), etc.
c) Títulos e valores imobiliários: representados por ações (S/A), debêntures (títulos emitidos perante uma instituição financeira a um determinado investidor que, ao receber os frutos do negócio, paga por esses títulos), fundos de investimento (grupo de pessoas que se reúnem para investir num segmento).
d) Veículos de via terrestre: automóveis, motocicletas... veículos que tenham registro, somente. Em havendo uma penhora sobre um desses bens terrestres, fica gravado no Renajud ou Renavam. Bicicleta não entra aqui, pois é bem móvel.
e) Bens imóveis: até chegar aos bens móveis deve-se investigar todos os anteriores e provar em juízo que a pesquisa de todos os anteriores restou negativada e, por isso, apelou-se aos imóveis.
f) Bens móveis: pintura, piano, quadros e ferramentas que não comprometam a atividade laboral do executado.
g) Semoventes: animais. A Lei 9.605/98 proibiu a penhora de animais domésticos, assim como a Lei 1095/19 (para essa lei os animais não são mais coisas, mas seres que detêm a mesma capacidade da pessoa jurídica). Pode-se penhorar gado.
h) Navios e aeronaves: ver Art. 865 do CPC.
i) Ações e quotas de sociedades simples e empresárias: patrimônio que o executado usou para integralizar o capital social, por exemplo. 
j) Percentual de faturamento de empresa devedora: permite que a empresa continue exercendo suas atividades para pagar a dívida do processo de execução. A penhora impõe que haja uma administração, na figura de um administrador (indicado pelo juiz ou exequente), para que este continue desenvolvendoa atividade de determinada empresa, sendo que os lucros desta atividade será repassado ao exequente. A constrição será nos rendimentos dessa administração. Quem paga o administrador é o exequente. O próprio leiloeiro poderá ser o administrador. 
k) Pedras e metais preciosos.
l) Direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia: o executado vai comprar um imóvel, o qual será pago em prestações, recebendo a propriedade na última prestação. Logo, este imóvel é penhorável, mesmo ele não sendo propriedade do executado ainda. É a constrição de um bem futuro. 
m) Outros direitos: penhora de futura herança, por exemplo
2. Outra forma de constrição recai sobre a possibilidade do requerimento pelo exequente na forma do arresto de bens do executado. O sistema atual de provisoriedade (Art. 294 ao 311) não permite que o juiz busque o arresto dos bens do executado de ofício. Na tutela provisória o juiz somente poderá agir de ofício quando o sistema assim determinar. Finalidade do arresto de bens: quando, antes mesmo de o devedor ser citado, o exequente percebe que aquele está tentando dilapidar/alienar seus bens para evitar a eficácia do processo de execução. Depois de arrestados, os bens serão transformados em penhora. Dessarte, o arresto se dá num caráter de provisoriedade. Logo, a constrição tem duas etapas: possibilidade de arresto dos bens do executado e a penhora dos bens do executado. 
2.1 O requerimento do exequente de arresto - a fim de proteger o resultado útil do processo, impedindo o esvaziamento da execução - deve ser feito a nível de tutela de urgência. A decisão do juiz terá um efeito de probabilidade (efeito proativo do juiz na proteção do bem jurídico), sendo na forma de urgência. Essa decisão, que é focada em garantir o resultado útil do processo, se dará de forma acautelatória. A atividade cautelar visa, dentro das medidas protetivas, proteger o PROCESSO. Entretanto, quando o exequente decide requerer o arresto, precisa provar ao juiz que o patrimônio que está sob a esfera de propriedade e posse do executado sofre risco de difícil reparação, causando prejuízo ao resultado útil do processo. A forma de provar o alegado dá-se por meio da “prova suficiente”, também chamada de “prova inequívoca”. A essa demonstração probatória, de caráter suficiente, a relação inequívoca deverá ser fundamentada pelo exequente, demonstrando ao juiz o risco. A tese de convencimento pode se dar de forma mais ampla ou restrita. Logo, a prova de requerimento de arresto ocorre da seguinte forma:
- A prova inequívoca deve ser devidamente fundamentada, demonstrando que há o periculum in mora (dano irreparável ao processo de execução). 
Os meios idôneos para provar são aqueles do Código Civil (Livro III – “dos fatos jurídicos” – Art. 212). O exequente, visando a efetividade e a utilidade do processo, age de forma potestativa, colocando o devedor em situação de subjunção (devendo reparar o direito). 
São as 05 provas lícitas do Código Civil (Art. 212) que podem ser usadas no pedido de arresto: 
a) prova de confissão: confessar algo pelo sujeito que está na posição de subjunção não quer dizer que este esteja concordando com a “potestividade” do outro sujeito. O executado, ao confessar a existência de uma dívida, não está concordando que é devedor desta dívida. É a prática de um ato unilateral (pelo subjugado) para revelar sua posição perante determinado fato jurídico. Resumo: conhece a existência da dívida, mas não reconhece, necessariamente, que é obrigação sua pagá-la. A confissão poderá ser de forma espontânea (quando o exequente, através de um documento, vem a reconhecer a dívida. Ex: responde à amortização extrajudicial. Essa prova deve estar registrada em um documento de ordem expressa, pois não há instrução da prova de execução dentro do processo de execução, como no caso do cumprimento de sentença). A confissão provocada não existe na execução, pois não há instrução, podendo existir somente no incidente (embargos à execução). 
b) prova documental: já representa, de forma expressa, a declaração de vontade por parte do subjugado. O documento pode ser público (o que, por si só, já contém grau de veracidade, em razão da fé pública). 
c) prova testemunhal: não há espaço para testemunhas na execução. Contudo, pode ocorrer a seguinte hipótese: há uma testemunha que sabe que o executado está tentando fraudar a execução. Essa informação, importante para a prova do pedido de arresto, pode ser lavrada e levada aos autos. 
d) prova indiciária: pode ser também utilizada para fins de pedido de arresto por parte do exequente quando houver base legal que assim determine o uso dessa prova. No CPC, porém, esta prova não está prevista. 
e) prova pericial: o exequente requererá o arresto a fim de provar que o executado está colocando em perigo o processo. Essa prova pode ser em forma de exames (ex: avaliação médica), contábil e vistorial (perícia que recai sobre um móvel ou imóvel – o uso dessa prova pode ser especialmente útil ao pedido de arresto). 
Avaliação de Bens Pelo Oficial de Justiça
Será lavrado o auto de penhora que ratificará a penhora (é o momento em que a penhora se efetiva na execução). Serão intimados exequente e executado, podendo o exequente requerer um reforço de penhora com outros bens e o executado pedir a substituição de determinados bens. 
Problemas que Podem Ocorrer a partir da Penhora
1. Penhora irregular em relação ao tempo: só pode ser realizada em dias úteis, das 6h da manhã às 20h da noite. Contudo, poderá ser realizada em dias não úteis e em dias úteis fora do horário, DESDE QUE o executado concorde.
2. Resistência por parte do executado quando da lavração do auto de penhora: o oficial comunicará o juiz, que poderá determinar a apreensão de bens (ordem de eficácia mandamental em razão da resistência do executado quando da penhora). Essa apreensão deve ser realizada por 2 oficiais de justiça. Em não havendo, poderá ser feita por 1, desde que acompanhado por 2 testemunhas. O juiz poderá despender de força policial também, servindo a própria polícia como testemunha. 
Realizada, a penhora produz eficácias:
1. De ordem processual: os bens sobre os quais recai a penhora ficam individualizados, fazendo parte do processo de execução como garantia ao pagamento da execução, a fim de garantir o resultado útil do processo da execução. Quando o bem é penhorado, esta garantia dá o direito ao exequente, dentro do processo, de ter a preferência na penhora. Ex: executado que responde outros processos de execução com o mesmo bem penhorado. O primeiro processo que penhorar o bem terá preferência de penhora.
1.1 Indução da ineficácia da fraude à execução.
2. De ordem material: a penhora recebe uma privatização estatal, ou seja, aquele bem agora é um bem designado ao interesse do Estado na realização do cumprimento da obrigação num processo de execução. 
Espécies de Penhora
1. Penhora sobre bem indivisível: não há possibilidade de fracionamento do bem. Esta penhora impõe uma observação quanto à indivisibilidade do bem para com a proteção do patrimônio do cônjuge ou o companheiro que, mesmo não tendo participado da obrigação do executado, poderá se defender (Art. 674 do CPC), ingressando com uma ação de embargos de terceiros, para defesa da sua parte daquele bem indivisível, uma vez que ele não usufruiu da obrigação não paga pelo executado. A 3ª Turma do STJ ampliou os direitos protetivos do sujeito que queira defender a sua parte em caso de bem indivisível, para que, além da comprovação por parte do embargante nos embargos de terceiro provando que ele não participou da obrigação, poderá também alegar que não fez parte do processo de conhecimento (não foi citado). Deve-se investigar, também, o regime do casamento. – isso em execução de título judicial. 
2. Penhora de crédito (Art. 855): o oficial de justiça realiza a penhora sobre determinados títulos executivos extrajudiciais, que estejam na posse do executado (ex: cheque, nota promissória e letra de câmbio).Esses documentos poderão ser apreendidos e levados ao processo para que se lavre o auto de penhora, onde deve estar discriminada toda a forma literal daquele título (valor, quem é o pagador e quem é a fonte pagadora).
3. Penhora de crédito do devedor quando este é credor de terceiros (Art. 856, §1º): o executado tem créditos a receber de terceiros e o exequente quer penhorar esses créditos. O terceiro deverá realizar a confissão, perante o oficial, de que ele é devedor do executado. Essa confissão já coloca o crédito como garantia do processo, não podendo o crédito ser desviado entre o executado e o terceiro que lhe deve (sob pena de configurar fraude à execução). Ocorre a sub-rogação do exequente no lugar do executado Art. 857 quando há a penhora do crédito já pode-se promover uma expropriação de bens (alienação por particular). Isso faz com que o exequente, ao se sub-rogar no direito de crédito do executado, venha a requerer do juiz que já seja esse crédito vendido na forma de expropriação perante um outro terceiro, a fim de que se realize o pagamento do crédito. O exequente deverá informar quem é o terceiro que irá pagar pelo crédito, ficando esta pessoa comprometida a comprar este crédito e depositar o valor da compra no processo de execução.
4. Penhora no rosto dos autos: irá acontecer quando tiver que ser cumprida num processo em que seja de competência de um juiz universal (competência universal/ ou competência latente/ ou competência virtual/ ou competência da vis atrativa). Casos em que o juiz julga apenas 3 situações: sucessões, falências e insolvência civil. Ex: há uma execução de “A” contra “B”. “B” falece, abrindo-se o processo de inventário na vara de sucessões, onde irá ser apurado todo o seu patrimônio para fins de inventário, ocorrendo a partilha do patrimônio que irá atender aos credores e aos herdeiros. O exequente peticiona requerendo ao juiz que seja realizado a penhora no rosto dos autos do processo de inventário, informando o número do processo e a vara de sucessões em que o processo está tramitando. O juiz irá desentranhar as peças principais da execução (petição, título e liquidez) e determinará a intimação do escrivão do processo de execuções (através do oficial de justiça da execução) para que o escrivão realize a penhora no rosto dos autos do inventário, anotando atrás da capa do inventário a penhora sobre o patrimônio do falecido. Assim, quando o inventário for se realizar com a partilha dos bens, primeiro atender-se-á ao crédito do exequente. 
5. Penhora de mão própria (ope legis - compensação) (Art. 855, in. II): ocorre a compensação. O exequente é devedor do executado em outro processo. A penhora recairá sobre esse crédito. Por óbvio que essa penhora só se realizará quando no outro processo de conhecimento já houver uma sentença declarando quem é o credor, o devedor e o valor da dívida. Essa sentença só não é ainda um título executivo porque ainda pende recurso, mas já tem todos os requisitos de título executivo. Ocorre, portanto, um “abatimento da dívida”. 
6. Penhora na fluência de alienação e aquisição de bens pelo executado: a penhora irá recair sobre determinado bem do executado que ele ainda não adquiriu a propriedade, mas está em vias de adquirir. Ex: o executado compra um imóvel, realizando um contrato de compra e venda (instrumento do executado que lhe promove o direito a uma futura aquisição sobre o imóvel – a propriedade). A penhora recai sobre esse bem. Em que pese o executado ainda não tenha a propriedade, pois não registrou o bem, ele tem o direito de defendê-lo (Súmula 84 do STJ) através de embargos de terceiros (Art. 674). 
7. Substituição da Penhora (Art. 847): pedido do executado perante o juiz, alegando que a substituição do bem será menos gravoso a ele. O exequente será intimado e deverá concordar ou não em 10 dias desde o ato de lavração da penhora (jurisprudência aceita que o aceite seja em qualquer momento do processo também). A penhora poderá ser substituída por bens móveis, semoventes ou créditos do executado (devendo informar a origem do crédito, sua data de vencimento e a identificação do devedor desse crédito).
A avaliação de penhora irá promover três eficácias:
1. Liquidez: demonstrará o valor do bem penhorado. A partir daí avaliar-se-á se a execução pode continuar com esse tipo de penhora ou não. 
2. Reforço de Penhora: quando da realização da penhora em si (constrição) ainda não há como encontrar um elemento objetivo para requerer o reforço. O que irá autorizar o reforço na penhora é a avaliação do bem.
 
3. Limite da expropriação do bem a ser penhorado: quando encerrada a constrição, a próxima fase - e a fase mais importante - é a expropriação dos bens, que importará o intercâmbio patrimonial (efeito da eficácia executiva). Essa expropriação irá transformar muitas vezes o bem penhorado em dinheiro. Na expropriação é preciso passar por um processo de licitação, no qual uma das modalidades é o leilão, que é desenvolvido por um leiloeiro (comerciante). Este leiloeiro estará condicionado a dar publicidade à fase de expropriação, atendendo ao princípio da publicização dos atos expropriatórios, anunciando, através de um jornal de grande circulação, a fim de que todos tomem conhecimento do leilão. Ao elaborar este edital, o leiloeiro deverá ter todos os dados do bem leiloado, publicizando-os. O leiloeiro não pode modificar a avaliação dos bens. Contudo, as partes podem requerer uma retificação do valor de avaliação do bem, antes que o bem vá a leilão, através de um pedido de impugnação de avaliação do bem (tanto pelo exequente quanto pelo executado) e o juiz dará um prazo de 10 dias à outra parte para que se manifeste sobre a impugnação, devendo o juiz depois decidir sobre o valor da avaliação (podendo nomear um avaliador para isso, inclusive, o qual deverá apresentar o laudo de avaliação em 10 dias). Finalmente, o juiz intimará as partes para que se manifestem sobre a avaliação em 10 dias e o juiz possa decidir o valor que o bem de fato vale. Os objetivos da impugnação podem ser: reduzir o valor da penhora; majorar o valor da penhora; ou substituir os bens penhorados. 
Bens que dispensam avaliação
1. Imóvel quando for avaliado com base no valor pago no IPTU: o IPTU demonstra o valor atualizado do imóvel, uma vez que é um documento público.
2. Quando o exequente indica um determinado bem e já indica seu valor ou quando o executado informa ao oficial de justiça o valor do bem no momento da penhora: ou seja, quem atribui o valor ao bem são as partes.
3. Quando o título que está sendo penhorado pelo oficial de justiça depende de cotação da Bolsa de Valores: o oficial penhora as ações do executado sobre determinada empresa. É a Bolsa que indica o valor.
4. Títulos da dívida pública (precatórios) do executado: o próprio valor do precatório ou da debênture já indica o valor.
5. Tabela FIP: tabela oficial para avaliação dos veículos. 
Importante: o laudo de avaliação deve descrever o bem de forma detalhada e o valor atribuído a ele.
Bens que têm peculiaridades na avaliação
1. Imóvel misto (residência e comércio) – Art. 872, §1º: a avaliação se dará por desmembramento. O oficial irá penhorar o imóvel todo e fará a avaliação de forma separada (ex: a residência vale tanto e o comércio tanto). 
Imóvel fracionado (imóvel de loteamento) – Art. 894, §1º: há uma área e nessa área existem vários lotes. A avaliação se faz pela integralidade dos lotes. Esta avaliação poderá ser repetida, nomeando-se um avaliador (determinado pelo juiz) e intimando as partes. Este avaliador apresentará a avaliação em 10 dias e, o juiz considerará esta avaliação. Aqui poderá haver, conquanto as avaliações do oficial de justiça e/ou do avaliador designado pelo juiz, uma impugnação, que será feita pelas partes no prazo de 10 dias. Sendo a impugnação acolhida, o juiz dispensará a primeira avaliação (tornando-a sem efeito), entretanto a primeira avaliação não será desentranhada dos autos. 
Impenhorabilidade – Art. 833
O bem não pode ser alienado e penhorado.As regras advêm da vontade das partes (por um ato unilateral) ou da lei. Há três tipos de impenhorabilidade:
 Impenhorabilidade Absoluta - regra
I. Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução bens públicos, prestações de caráter alimentar (impenhorabilidade relativa), bens de família (Art. 1711 do CC – impenhorabilidade relativa) e bens recebidos em doação com cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade.
II. Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida em regra, todos os bens móveis estão protegidos pelo manto da impenhorabilidade. Todavia, aqueles que excederem o necessário à função social da moradia serão penhoráveis (impenhorabilidade relativa). Porém, o que é o “elevado valor” suscitado por este inciso? Quem decide o que é “elevado valor” é o juiz. 
III. Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor (impenhorabilidade relativa).
IV. Os vencimentos, os subsídios, os soldos (recebimento em função do serviço militar), os salários (impenhorabilidade absoluta), as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o §2º o salário, independentemente de estar na conta corrente ou conta salário, é impenhorável. Entretanto, o que excede o salário e está depositado na conta é penhorável. 
V. Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado bens e equipamentos ou máquinas são penhoráveis quando estão em garantia de financiamento (impenhorabilidade relativa).
VI. O seguro de vida impenhorabilidade absoluta. O executado pode ser o segurado ou o beneficiário. 
VII. Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas impenhorabilidade absoluta. Contudo, ao término da obra, todos os materiais (maquinários) são passíveis de penhora, inclusive a própria obra pronta.
VIII. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família a propriedade é considerada rural se for de 1 a 4 módulos, então a impenhorabilidade se restringe a esses módulos. Se for mais de 4 módulos, o excesso será penhorável. É preciso comprovar que na propriedade trabalha a família.
IX. Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social atende ao art. 194 da CF que diz respeito à participação dos Municípios, Estados e Distrito Federal em relação à seguridade social (saúde, educação e assistência social).
X. A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos o mesmo acontece com os fundos de investimentos. Quando houver mais de uma poupança é necessários somar o rendimento de todas, sendo 40% impenhorável e o restante penhorável.
XI. Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei impenhorabilidade absoluta.
XII. Os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra as unidades imobiliárias são bens de afetação, uma vez que são unidades de futuros consumidores.
 Impenhorabilidade Relativa - exceção
1. Prestações de Caráter Alimentar: o valor em conta corrente reservado para prestação alimentar anteriormente determinada numa sentença advinda de um processo de conhecimento ou em razão de um acordo de uma obrigação bilateral forjada no âmbito extrajudicial perante um cartório, é impenhorável. Entretanto, esta limitação só se dará até 50% do valor pelo qual está depositado em conta para o caráter alimentar. Assim, a penhora do exequente poderá recair sobre o excesso do 50% do valor depositado. 
2. Bem de Família: haverá relativização a este bem imóvel (Lei 8.009/90) no que diz respeito ao único bem de família quando este estiver financiado ao exequente. Ex: o executado hipotecou o bem (comprou um bem financiado e não o pagou). O exequente (credor hipotecário) está executando este executado, penhorando este bem. Além disso, o bem de família, mesmo que comprovado ser o único imóvel, quando tiver como exequente alguém que esteja cobrando dívida oriunda de pagamento de IPTU e taxas condominiais, o bem será penhorável. o Art. 3º da Lei 8.009/90 traz as exceções (que tornarão o único bem de família penhorável) a Lei Complementar 150 revogou o inciso I deste artigo. Hoje entende-se que o bem de família é impenhorável nas execuções trabalhistas e nas execuções previdenciárias (execução fiscal). a Lei 13.144/15 protege o bem do Art. 3º, III da Lei 8.009/90. Essa é a posição adotada pelo STJ também o Art. 3º, V traz a hipótese de empréstimo para compra de imóvel que ficará hipotecado enquanto não for pago. Ex: casas da Caixa Econômica Federal. É a situação em que o próprio imóvel é hipotecado. Logo, o único bem de família poderá ser penhorado quando servir de garantia hipotecária. Súmula 486 do STJ: “É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.” Resp 121.6187/SC: o único bem de família não está sendo usado e o dono do bem está morando em outro local. Porém, este outro imóvel é por força de relação de emprego. Este único bem de família, mesmo não estando habitado, é impenhorável, pois o dono está morando em outro lugar não por vontade própria, mas por força de relação de emprego. É necessário, contudo, provar essa situação. Súmula 364: “O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.” Súmula 449: “A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.” Para ser impenhorável a matrícula precisa ser a mesma matrícula do imóvel. quando o box de garagem for uma concessão do condomínio, será impenhorável. Ex: compro um apartamento por 500 mil reais. Neste valor está incluso o apartamento e o box. Eles têm matrículas diferentes, mas, neste caso, o box será impenhorável, pois é uma concessão do condomínio. É o caso do box de condomínio que não tem lugar fixo. A pessoa paga pelo box, mas ele vai mudando com o tempo. Impenhorabilidade do bem de família por preclusão (é a situação em que a pessoa compra um imóvel que está sendo construído e dá como garantia o único imóvel bem de família que tem, e, mesmo dando em garantia este último, permanece vivendo nele. Isso passa a constar no contrato de compra do imóvel que está sendo adquirido e o comprador pode optar por uma cláusula de renúncia à impenhorabilidade, o que implica dizer que, caso a construtora venha a ser executada, o imóvel bem de família dado como garantia poderá ser penhorado): o STJ tem posições distintas acerca dessa questão: (i) REsp 976566/RS: entende que essa cláusula de renúncia à impenhorabilidade não tem eficácia, pois o bem de família seria irrenunciável (ii) REsp 554622/RS: entende que a cláusula deve prevalecer, pois é um ato voluntário de renúncia à impenhorabilidade. Penhora de fraude perante menor: a família passa o bem para o filho menor, que não tem capacidade plena. Pelo ato de má fé (fraude), o bem torna-se penhorável. Acordo judicial entre credor e devedor, sendo o único bem de família dado em garantia: como é um acordo, o bem torna-se penhorável. 
Fase de Expropriação – Art. 825
É o momento pelo qual o exequente, ao tirar os bens da propriedade do executado (pelo arresto, que transformar-se-á em penhora; e pela penhora), irá transformá-los em dinheiro para atender ao seu crédito. É uma fase de realização,

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